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Reutilização de óleo residual de fritura para a produção de biodiesel e sabão no Distrito Federal

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL EM MUNICÍPIOS

FRANCISCO ALEXANDRE DE SALES NETO

REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA PARA A

PRODUÇÃO DE BIODIESEL E SABÃO NO DISTRITO FEDERAL

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

MEDIANEIRA 2015

(2)

FRANCISCO ALEXANDRE DE SALES NETO

REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO

PRODUÇÃO DE BIODIESEL E SABÃO NO DISTRITO FEDERAL

FRANCISCO ALEXANDRE DE SALES NETO

REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA PARA A

PRODUÇÃO DE BIODIESEL E SABÃO NO DISTRITO FEDERAL

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista na Pós Graduação em Gestão Ambiental em Municípios – Polo UAB do Município de

Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR – Câmpus Medianeira.

Orientadora: Profa. Dra. Eliane Rodrigues dos Santos Gomes.

MEDIANEIRA 2015

DE FRITURA PARA A

PRODUÇÃO DE BIODIESEL E SABÃO NO DISTRITO FEDERAL

Monografia apresentada como requisito parcial à Especialista na Pós Gestão Ambiental em Municípios unicípio de Blumenau/SC, Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná –

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Especialização em Gestão Ambiental em Municípios

TERMO DE APROVAÇÃO

Reutilização de óleo residual de fritura para a produção de biodiesel e sabão no Distrito Federal

Por

Francisco Alexandre de Sales Neto

Esta monografia foi apresentada às 8h do dia 05 de dezembro de 2015 como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Curso de Especialização em Gestão Ambiental em Municípios – Polo de Blumenau, SC, Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Medianeira. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________ Profa. Dra. Eliane Rodrigues dos Santos Gomes

UTFPR – Câmpus Medianeira (orientadora)

____________________________________ Profa Ma. Marlene Magnoni Bortoli

UTFPR – Câmpus Medianeira

_________________________________________ Profa. Ma. Daniela da Rosa Costa

TP – Polo UAB de Blumenau

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, pela fé e graça.

Aos meus pais, pela orientação, dedicação e incentivo nessa fase do curso de pós-graduação e durante toda minha vida.

A minha esposa, Kysa, pela paciência e incentivo ao término da pós-graduação.

A minha orientadora professora Dra. Eliane Rodrigues dos Santos Gomes pelas contribuições ao trabalho.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, na pessoa do Oilton Paiva, que de maneira atenciosa e prestativa forneceu as informações e dados necessários ao desenvolvimento desse trabalho.

Agradeço aos professores do curso de Especialização em Gestão Ambiental em Municípios, professores da UTFPR, Câmpus Medianeira.

Agradeço aos tutores presenciais e a distância que nos auxiliaram no decorrer da pós-graduação.

Ao povo brasileiro que, com seus impostos, financiaram meus estudos. Espero recompensar, com os conhecimentos adquiridos, trabalhando para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e uma sociedade mais sustentável.

Enfim, sou grato a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização desta monografia.

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“A terra satisfaz as necessidades de todos, mas não a voracidade dos consumistas”. (MAHATMA GANDHI)

RESUMO

SALES NETO, Francisco Alexandre de. Reutilização de óleo residual de fritura para a produção de biodiesel e sabão no Distrito Federal. 2015. 43f. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2015.

O óleo residual de fritura, quando não destinado corretamente, torna-se um problema para os diversos componentes do saneamento básico em um município, gerando impactos ao meio ambiente. Existem formas racionais e sustentáveis de destinação desse composto que por meio do processo de transesterificação pode se transformar em biodiesel e em sabão. Esse é o trabalho realizado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) através do Projeto Biguá. A CAESB coleta óleo residual de fritura de bares, restaurantes, condomínios, indústrias alimentícias e similares. O óleo coletado é destinado para Arranjos Produtivos Locais (APLs), organizados para produção de Biodiesel a ser utilizado em frota própria e de terceiros, além da produção de sabão. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral analisar os resultados da reutilização de óleo residual de fritura para a produção de biodiesel e sabão no Distrito Federal. Como objetivos específicos, o trabalho visou levantar os benefícios do Projeto Biguá para a operação dos sistemas de saneamento básico e para o meio ambiente; identificar os desafios do Projeto Biguá; e propor melhorias para a eficiência do mesmo. Concluiu-se que para os sistemas de saneamento, há uma redução nos casos de obstrução de tubulações, galerias, bocas de lobo, e consequente redução da manutenção dos mesmos. No ambiente natural os riscos de contaminação de corpos hídricos e solos são reduzidos, o que gera menos impactos ambientais. Identificaram-se possibilidades de aumentar a eficiência do programa com base em projetos similares. O desconto na fatura de água e esgoto, o selo Biguá, o foco da coleta em regiões mais densas, a parceria com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, o aumento da divulgação, a melhoria da gestão e a educação ambiental foram algumas soluções encontradas.

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ABSTRACT

SALES NETO, Francisco Alexandre de. Reuse of residual oil frying for the production of biodiesel and soap in the Distrito Federal. 2015. 43f. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2015.

The residual oil frying, if not properly designed, it becomes a problem for the various components of sewerage in a municipality, generating impacts on the environment. There are rational and sustainable ways of disposal of this compound through the transesterification process can turn into biodiesel and soap. This is the work of the Environmental Sanitation Company of the Distrito Federal (CEBS) through Biguá Project. The CEBS collect residual oil frying bars, restaurants, condominiums, food and similar industries. The oil collected is intended for Local Productive Arrangements (APLs) organized for the production of biodiesel for use in its own fleet and others, in addition to soap production. In this sense, the present work has as main objective to analyze the results of the residual oil re-frying for the production of biodiesel and soap in the Distrito Federal. With regard to specific objectives, this study sought to assess the benefits of Biguá Project for the operation of sanitation systems and the environment; identify the challenges of Biguá Project; and propose improvements to its efficiency. It was concluded that for sanitation systems, there is a reduction in cases of obstruction of pipes, galleries, sluice gates, and consequent reduction of maintenance. In the natural environment the risk of contamination of water bodies and soil are reduced, which creates less environmental impacts. They identified opportunities for improving program efficiency based on similar projects. The off water and sewer bill, the Biguá seal, the focus of the gathering in denser regions, the partnership with Distrito Federal Urban Cleaning Service, increased disclosure, improved management and environmental education were some solutions found.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Reação de Transesterificação. ... 18

Figura 2 - Fluxograma Esquemático do Processo Empregado para a Produção de Biodiesel. ... 19

Figura 3 - Localização de Brasília no Mapa do Brasil. ... 25

Figura 4 - Imagem de Satélite do Plano Piloto. ... 26

Figura 5 - Veículo (1) e Cartaz em ponto de Entrega (2) ... 29

Figura 6 - Galpão (1) e Usina de Transesterificação (2). ... 29

Gráfico 1 - Quantidade de ORF Coletado Mensalmente de 20011 a 2013. ... 31

Gráfico 2 - Litros de ORF Coletados por Ano de 2007 a 2013. ... 32

Gráfico 3 - Óleo Residual Coletado nas RAs do DF nos Anos de 2012 e 2013. ... 33

Gráfico 4 - Condição Atual do Óleo Armazenado. ... 35

Quadro 1 - Regiões Administrativas do DF e sua População em Número de Habitantes. ... 26

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 11

2.1 SANEAMENTO BÁSICO ... 11

2.2 ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA (ORF) ... 13

2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS ... 15

2.4 PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO ORF ... 16

2.4.1 Biodiesel ... 17

2.4.2 Processo de Produção ... 17

2.5 PROJETOS DE REUTILIZAÇÃO DO ORF ... 19

2.5.1 Estado de Santa Catarina ... 20

2.5.2 Florianópolis, SC ... 20

2.5.3 Porto Alegre, RS ... 21

2.5.4 Brasília, DF ... 21

2.5.5 Goiânia, GO ... 22

2.5.6 São Francisco, EUA ... 22

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 24

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 24

3.2 LOCAL DA PESQUISA ... 25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJETO BIGUÁ ... 27

4.2 ATUAIS ELEMENTOS DO PROJETO BIGUÁ ... 28

4.3 NÚMEROS DO PROJETO BIGUÁ ... 30

4.3.1 Quantidade Coletada por Ano ... 31

4.3.2 Quantidade Coletada por RAs no Distrito Federal ... 33

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4.3.4 Síntese das Soluções ... 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 37

REFERÊNCIAS ... 38

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1 INTRODUÇÃO

O óleo residual de fritura, quando não destinado corretamente, torna-se um problema para os diversos componentes do saneamento básico em um município, gerando impactos ao meio ambiente. Classificado como um resíduo sólido, ele muitas vezes é lançado no sistema de esgotamento sanitário causando incrustações na rede e prejudicando o tratamento nas ETEs. Descartado como resíduo sólido, o óleo será destinado a um aterro sanitário ou lixão, reduzindo assim a sua vida útil.

No ambiente natural, esse material polui corpos hídricos e solos, causando impactos como a eutrofização, mortandade de peixes, empobrecimento do solo, além da poluição visual.

Existem, porém, formas mais racionais e sustentáveis de destinação desse composto. Por meio de processos físicos, químicos e biológicos o óleo residual de fritura pode se transformar em biodiesel e em sabão, transformando o que antes era um problema em um produto com valor agregado.

Esse é o trabalho realizado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) através do Projeto Biguá. A CAESB coleta óleo residual de fritura de bares, restaurantes, condomínios, indústrias alimentícias e similares. O óleo coletado é destinado para Arranjos Produtivos Locais (APLs), organizados para produção de Biodiesel a ser utilizado em frota própria e de terceiros, além da produção de sabão.

Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo geral analisar os resultados da reutilização de óleo residual de fritura para a produção de biodiesel e sabão no Distrito Federal. Como objetivos específicos, o trabalho visou levantar os benefícios do Projeto Biguá para a operação dos sistemas de saneamento básico e para o meio ambiente; identificar os desafios do Projeto Biguá; e propor melhorias para a eficiência do mesmo.

Com base no exposto anteriormente, o estudo de caso do Projeto Biguá se torna muito importante para consolidar a hipótese de que a reciclagem do óleo residual de fritura traz inúmeros benefícios à população e ao meio ambiente.

Colabora também para demonstrar sua viabilidade técnica, econômica e ambiental, contribuindo assim para o incentivo ao desenvolvimento de ações similares por parte de companhias de saneamento e outras organizações.

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Para a sociedade, os resultados aqui apresentados se tornam um instrumento para conscientização quanto a participação da comunidade em projetos análogos e para reivindicar um adequado e eficiente sistema integrado de saneamento básico, conforme preconiza a lei 11.445 (BRASIL, 2007).

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a melhor compreensão da relação entre descarte de óleo residual de fritura, saneamento e meio ambiente, se faz necessária uma apresentação desses conceitos para, em seguida, abordar a questão de uma forma mais clara.

2.1 SANEAMENTO BÁSICO

A fundação Nacional de Saúde (FUNASA) define o saneamento como (BRASIL, 1999):

[...] o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar níveis de salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária do uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e demais serviços e obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural.

Em uma abordagem mais detalhada, a lei 11.445 de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, define-o como o conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de (BRASIL, 2007):

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais,

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de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.

Esses quatro elementos do saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana) formam um quadripé que sustenta e proporciona uma melhor qualidade de vida para a população. Como ressaltam Carvalho e Oliveira (2002), “o saneamento do meio é uma das formas de contribuir para a manutenção do equilíbrio da natureza, e, portanto para a própria sobrevivência do ser humano, e de todos os recursos e elementos indispensáveis à vida humana”.

A lei 11.445/2007 evidencia isso ao dispor em seus princípios a universalização do acesso e a integralidade do abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente (BRASIL, 2007).

Assim, esses elementos são básicos para as pessoas, como o próprio nome evidencia, e interagem entre si de forma que qualquer impacto em algum deles pode afetar significativamente os demais.

Carvalho e Silva (2007) abrangem mais ainda o conceito e citam que “a oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes serviços:

a) Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de conforto;

b) Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícolas);

c) Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e pública);

d) Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações; e) Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, roedores,

moluscos, etc.);

f) Saneamento dos alimentos;

g) Saneamento dos meios de transporte; h) Saneamento e planejamento territorial;

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i) Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de recreação e dos hospitais; e,

j) Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e visual. Ressalta-se nessa definição o destaque dado pelos autores à estrutura educacional. Isso é, sem dúvida, imprescindível em projetos que envolvem e dependem da participação das pessoas para seu funcionamento como é o caso da reutilização de óleo residual de fritura.

2.2 ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA (ORF)

O óleo vegetal é amplamente utilizado na culinária brasileira, tanto nas residências como em restaurantes e indústrias, não só para fritar, mas também para untar, dar consistência, dar sabor e outros diversos usos.

Antes de chegar à mesa, porém, esse óleo vegetal passa por um processo de produção em que a matéria prima é a gordura de plantas e sementes como a linhaça, o girassol, o buriti, a mamona e o caju; de grãos como o milho, a soja ou de outros alimentos de origem vegetal tais como azeitona, abóbora, canola, abacate entre outros (COSTA NETO et al., 2000).

Após a sua utilização, em geral, os óleos residuais apresentam partículas em suspensão (resíduos provenientes dos alimentos fritados) e sua composição química alterada.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004) coloca que: a) A fritura é uma operação de preparação rápida e confere aos

alimentos fritos características únicas de saciedade, aroma, sabor e palatabilidade.

b) No processo de fritura, o alimento é submerso em óleo quente na presença de ar e assim, é exposto à oxidação interagindo com uma série de agentes (ar, água, calor e componentes dos alimentos que estão sendo fritos) que causam degradações em sua estrutura, especialmente quando utilizado por um longo período, gerando compostos responsáveis por odor e sabor desagradáveis, incluindo

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substâncias que podem causar riscos à saúde do consumidor, tais como irritação do trato gastrointestinal, diarréia, dentre outros.

c) A água proveniente do próprio alimento conduz alterações hidrolíticas, o oxigênio que entra em contato com o óleo a partir de sua superfície, desencadeia alterações oxidativas e a temperatura em que o processo ocorre, resulta em alterações térmicas que se enquadram também nas alterações oxidativas.

Segundo Costa Neto (1993), a fritura por imersão é um processo que utiliza óleos ou gorduras vegetais como meio de transferência de calor, cuja importância é indiscutível para a produção de alimentos em lanchonetes e restaurantes comerciais ou industriais a nível mundial. Em estabelecimentos comerciais, utilizam-se fritadeiras elétricas descontínuas com capacidades que variam de 15 a 350 litros, cuja operação normalmente atinge temperaturas entre 180- 200oC. Já em indústrias de produção de empanados, salgadinhos e congêneres, o processo de fritura é normalmente contínuo e a capacidade das fritadeiras pode ultrapassar 1000 litros. O tempo de utilização do óleo varia de um estabelecimento para outro, principalmente pela falta de legislação que determine a troca do óleo usado.

Não é de conhecimento da população em geral, mas segundo a norma ABNT NBR 10.004, o ORF é considerado um resíduo sólido. A norma define resíduo sólido como Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).

Por falta de uma regulamentação que defina o correto descarte e fiscalização por parte do poder público, um grande volume de ORF é lançado diretamente na rede de esgoto ou em ambientes naturais como corpos da água e solo, causando assim sérios impactos ambientais.

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2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS

Por impacto ambiental entende-se qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, e (V) a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA, 1986).

A ABNT, através da norma NBR ISO 14.001, define impacto ambiental como qualquer mudança no ambiente, quer adversa ou benéfica, inteira ou parcialmente resultante das atividades, produtos ou serviços de uma organização (ABNT,1996), complementando assim que o impacto pode ser benéfico também.

Os impactos ambientais do lançamento de ORF no ambiente natural e na rede de esgoto são diversos.

Nesse sentido, uma característica presente no óleo vegetal é importante: a insolubilidade em meio aquoso. A insolubilidade é uma característica do óleo vegetal quando em contato com a água, porém é solúvel em solventes orgânicos. Nos corpos hídricos, em função de imiscibilidade do óleo com a água e sua inferior densidade, há tendência à formação de películas oleosas na superfície, o que dificulta a troca de gases da água com a atmosfera, ocasionando diminuição gradual das concentrações de oxigênio, resultando em morte de peixes e outras criaturas dependentes de tal elemento. Nos rios, lagos e mares, o óleo deprecia a qualidade das águas e sua temperatura sob o sol pode chegar a 60ºC, matando animais e vegetais microscópicos (PITTA JÚNIOR et al., 2009). Também contribui para a formação de bancos de lamas nos rios, contaminando, assim, águas que, por vezes, são usadas inadequadamente para o consumo humano.

De acordo com Dabdoub (2006), a pequena solubilidade dos óleos vegetais na água constitui um fator negativo no que se refere à sua degradação em unidades de tratamento de despejos por processos biológicos e, quando presentes em mananciais utilizados para abastecimento público, causam problemas no tratamento da água. A presença deste material, além de acarretar problemas de origem estética, diminui a área de contato entre a superfície da água e o ar atmosférico impedindo a transferência do oxigênio da atmosfera para a água e, os óleos e

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graxas em seu processo de decomposição, reduzem o oxigênio dissolvido elevando a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), causando alterações no ecossistema aquático.

Corroborando com o disposto anteriormente, Pitta Junior et al., (2009) apresentam os impactos do descarte incorreto de óleo nas redes de saneamento, demonstrando a inter-relação entre os diversos componentes do saneamento e os recursos naturais. Nos esgotos pluviais e sanitários, o óleo mistura-se com a matéria orgânica, ocasionando entupimentos em caixas de gordura e tubulações. Lançado diretamente em bocas-de-lobo, o óleo provoca obstruções, inclusive retendo resíduos sólidos. Em alguns casos a desobstrução de tubulações necessita do uso de produtos químicos tóxicos. Na rede de esgotos, os entupimentos podem ocasionar pressões que conduzem à infiltração do esgoto no solo, poluindo o lençol freático ou ocasionando refluxo à superfície.

Em grande parte dos municípios brasileiros há ligação da rede de esgotos cloacais à rede pluvial e a arroios (rios, lagos, córregos). Nesses corpos hídricos, em função de imiscibilidade do óleo com a água e sua inferior densidade, há tendência à formação de películas oleosas na superfície, o que dificulta a troca de gases da água com a atmosfera, ocasionando diminuição gradual das concentrações de oxigênio, resultando em morte de peixes e outras criaturas dependentes de tal elemento. Nos rios, lagos e mares, o óleo deprecia a qualidade das águas e sua temperatura sob o sol pode chegar a 60ºC, matando animais e vegetais microscópicos. Quando ingresso aos sistemas municipais de tratamento de esgotos, o óleo dificulta e encarece o tratamento. Já no ambiente natural, em condições de baixa concentração de oxigênio, pode haver metanização (transformação em gás metano) dos óleos, contribuindo para o aquecimento global.

2.4 PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO ORF

Para melhor compreensão desses processos, define-se abaixo o que é o biodiesel e as etapas do processo de produção a partir do ORF.

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2.4.1 Biodiesel

De acordo com a "National Biodiesel Board" dos Estados Unidos, biodiesel é definido como o derivado mono-alquil éster de ácidos graxos de cadeia longa, proveniente de fontes renováveis como óleos vegetais ou gordura animal, cuja utilização está associada à substituição de combustíveis fósseis em motores de ignição por compressão (motores do ciclo Diesel) (NATIONAL BIODIESEL BOARD, 1998).

O biodiesel é um substituto natural do diesel de petróleo e pode ser produzido a partir de fontes renováveis como óleos vegetais, gorduras animais e óleos utilizados para cocção de alimentos (fritura) (RAMOS et al., 2003).

O óleo vegetal é a maior fonte de biodiesel. Na sua fabricação pode ser utilizado soja, mamona, pinhão manso, babaçu, semente de colza, canola, palma, algodão, girassol, açafrão, coco e amendoim; ressaltando o óleo de frituras reciclado objeto desta abordagem.

2.4.2 Processo de Produção

De acordo com Ramos et al. (2006), existem basicamente quatro processos aplicados para a fabricação de biodiesel: Diluição, micro-emulsificação, pirólise e transesterificação que é o mais conhecido e utilizado em larga escala.

Por transesterificação entende-se ser o processo químico que consiste em misturar o óleo com o álcool, metanol ou etanol e, na presença de catalisador, hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio reage produzindo ésteres metílicos (quando da utilização de metanol) ou ésteres etílicos (quando da utilização de etanol) compondo o biodiesel e a glicerina (MURPHY, KETOLA e RAJ, 1995). A glicerina pode ser utilizada na fabricação de sabão.

Quimicamente, transesterificar significa tomar uma molécula de um triglicerídeo ou um ácido graxo complexo, neutralizar os ácidos graxos livres, remover a glicerina e criar um éster. A Figura 1 a seguir exemplifica uma reação de

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transesterificação, onde R graxos.

Figura 1 - Reação de Transesterificação Fonte: Adaptado de Fernandes (2008)

O biodiesel produzido a partir do óleo de cozinha através do processo de transesterificação segue as seguintes etapas:

a) Decantagem e filtragem do óleo para eliminação de impurezas;

b) Após limpo, o óleo é colocado em um reator de inox, onde é feito a reação com álcool (etanol ou metanol) e um catalisador (potassa cáustica ou metilato de sódio). Esta reação ocorre entre 2 e

c) Após a reação ser concluída, o produto é colocado em tanque e após descanso, ocorre a separação das fases (biodiesel e glicerina);

d) Por um sistema de drenagem é extraído o biodiesel; e) O biodiesel retirado vai para outro tanque com agitação terra filtrante e clarificante;

f) Em outro tanque o biodiesel passa por um filtro prensa para retirada da terra e outras impurezas, terminando assim o processo.

A seguir, o processo é descrito de forma esquemática na

R1, R2 e R3 representam a cadeia carbônica dos ácidos

ransesterificação. Fernandes (2008).

O biodiesel produzido a partir do óleo de cozinha através do processo de transesterificação segue as seguintes etapas:

Decantagem e filtragem do óleo para eliminação de impurezas;

b) Após limpo, o óleo é colocado em um reator de inox, onde é feito a reação com álcool (etanol ou metanol) e um catalisador (potassa cáustica ou metilato de sódio). Esta reação ocorre entre 2 e 3 horas;

c) Após a reação ser concluída, o produto é colocado em tanque e após descanso, ocorre a separação das fases (biodiesel e glicerina);

d) Por um sistema de drenagem é extraído o biodiesel;

e) O biodiesel retirado vai para outro tanque com agitação onde é adicionada

f) Em outro tanque o biodiesel passa por um filtro prensa para retirada da terra e outras impurezas, terminando assim o processo.

A seguir, o processo é descrito de forma esquemática na Figura

carbônica dos ácidos

O biodiesel produzido a partir do óleo de cozinha através do processo de

Decantagem e filtragem do óleo para eliminação de impurezas;

b) Após limpo, o óleo é colocado em um reator de inox, onde é feito a reação com álcool (etanol ou metanol) e um catalisador (potassa cáustica ou metilato de

c) Após a reação ser concluída, o produto é colocado em tanque e após

onde é adicionada

f) Em outro tanque o biodiesel passa por um filtro prensa para retirada da

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Figura 2 - Fluxograma Esquemático do Processo Empregado para a Produção de Biodiesel. Fonte: Adaptado de Ramos et al. (2006).

De acordo com Christoff (2006), existem três principais vantagens decorrentes da utilização de óleos residuais de fritura como matéria-prima para produção de biodiesel:

a) a primeira, de cunho tecnológico, caracteriza-se pela dispensa do processo de extração do óleo;

b) a segunda, de cunho econômico, caracteriza-se pelo custo da matéria prima, pois por se tratar de um resíduo o óleo residual de fritura tem seu preço de mercado estabelecido; e,

c) a terceira, de cunho ambiental, caracteriza-se pela destinação adequada de um resíduo que, em geral, é descartado inadequadamente impactando o solo e o lençol freático e, consequentemente, a biota desses sistemas.

2.5 PROJETOS DE REUTILIZAÇÃO DO ORF

Segundo a última Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o consumo médio per capta de óleos e

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gorduras é de 6,6 g/dia, ou 2,4 kg/ano (IBGE, 2011). Considerando, segundo Sampaio (2003), que 50% desse consumo s transforma em resíduo, teríamos para a população brasileira aproximadamente 480 mil toneladas anuais de ORF sem um descarte correto assegurado, comprometendo o meio ambiente e a qualidade de vida da população.

Pensando em reverter esse quadro, muitos estados e municípios têm adotado ações com o objetivo de reduzir o lançamento de ORF na rede de esgoto e no meio ambiente.

2.5.1 Estado de Santa Catarina

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) lança através da Diretoria de Saneamento e Meio Ambiente (DSMA), o Programa Estadual de Coleta, Reciclagem e Beneficiamento do Óleo de Cozinha, com o slogan “De Óleo no Futuro”. O Programa Estadual de Tratamento e Reciclagem de Óleos e Gorduras de origem vegetal, animal e de uso culinário tem como objetivo a adoção de medidas de proibição de lançamento ou liberação de poluentes nas águas ou solo. Visando a conscientização dos alunos e a sociedade em favor do meio ambiente, favorecendo assim a exploração econômica da reciclagem dos óleos e gorduras em questão, desde a coleta, transporte e revenda, até os processos industriais de transformação, de maneira a gerar mais emprego e renda para os catarinenses (SDS, 2010).

2.5.2 Florianópolis, SC

O Projeto Lagoa Biodiesel – PLB em Santa Catarina, que pesquisa e produz biodiesel a partir de ORF e etanol. Objetiva a remoção de fontes poluentes na Lagoa da Conceição, produzindo um combustível menos tóxico, biodegradável e mais barato do que o petrodiesel (PROJETO LAGOA BIODIESEL, 2010).

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Em Florianópolis/SC, a Fazenda Esperança, uma unidade de reabilitação de dependentes químicos, criou o projeto Sabão Esperança, objetivando incentivar a coleta seletiva de OGR e outros resíduos orgânicos para a fabricação de sabões e sabonetes, e a reciclagem de frutas, folhas e cascas para a fabricação de essências. Com a venda destes produtos ou até mesmo com o uso destes em suas instalações, os internos colaboraram com a redução de gastos da Fazenda (TUZIMOTO et al., 2005).

2.5.3 Porto Alegre, RS

O DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) no município de Porto Alegre dá o destino adequado para todos os tipos de resíduos. Entre eles encontra-se o resíduo vegetal, que nada mais é o óleo de fritura gerado nas residências, bares, restaurantes e similares. Em Porto Alegre tem 138 postos de entrega voluntária de óleo de fritura, distribuídos por toda a cidade. O óleo é encaminhado depois à reciclagem (DMLU, 2010).

2.5.4 Brasília, DF

Esse é o trabalho realizado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) através do Projeto Biguá, foco desse trabalho. A CAESB coleta óleo residual de fritura de bares, restaurantes, condomínios, indústrias alimentícias e similares. O óleo coletado é destinado para Arranjos Produtivos Locais (APLs), organizados para produção de Biodiesel a ser utilizado em frota própria e de terceiros, além da produção de sabão.

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2.5.5 Goiânia, GO

Com o Projeto Biguá, a Companhia de Saneamento de Goiás (SANEAGO) lançou o Programa Olho no Óleo, cuja entrega de óleo usado é incentivada pelo imediato crédito na conta de água do cliente, o qual corresponde a R$ 0,50/kg. Utilizam um sistema desenvolvido na própria SANEAGO, que inclui um balcão de recebimento com balança de pesagem e locais separados para armazenar o óleo e as garrafas PET utilizadas em seu transporte.

O valor foi definido por estimativa, baseado tão somente na redução das ocorrências determinantes de manutenção da rede, mas a empresa ainda considera que há um valor agregado não estimado que decorre da melhoria da imagem da empresa junto à população. Como não possuem uma usina de biodiesel instalada, abrem licitação para a venda do óleo, pelo qual é pago R$ 1,00/L pela empresa GRANOL. Assim é que além de terem uma economia pela redução de manutenções na rede, ainda tem retorno direto com a venda do óleo. Além de Goiânia, o programa já está em operação nos municípios de Anápolis, Itumbiara e Morrinhos, podendo futuramente ser implantado em outros municípios (SANEAGO, 2015).

2.5.6 São Francisco, EUA

Destaca-se uma iniciativa da cidade norte americana de São Francisco (Califórnia, EUA) que objetiva tornar-se um modelo para as cidades do mundo que queiram transformar seu óleo usado em energia útil e sustentável.

Em uma iniciativa para reduzir as emissões de gases que contribuem para fenômeno do aquecimento global e frear o crescente número de tubulações obstruídas, foi lançada, em 20 de novembro de 2007, uma solução inovadora para coletar gratuitamente o óleo de cozinha dos restaurantes da cidade e transformá-lo em biodiesel para ser usado pela frota municipal.

O programa, chamado de SFGreaseCycle, foi desenvolvido pela Comissão de Utilidades Públicas de São Francisco (SFPUC) como uma alternativa sustentável para combater os entupimentos de tubulações causados em parte pelo óleo de

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cozinha descartado por restaurantes e lares. Cada ano, o SFPUC estima que 50% dos chamados de emergência do sistema de saneamento estão relacionadas a entupimentos causados por tal descarte, representando um custo para os contribuintes de US$3,5 milhões em reparos (SFPUC, 2015).

Pitta Junior et al., (2009) relata que para fazê-lo acontecer a SFPUC estabeleceu uma estação de transferência para receber o produto coletado e filtrá-lo, na finalidade de obter uma matéria-prima de boa qualidade, e, então, vendê-lo para a indústria de biodiesel. O programa tem três objetivos principais: (1) fornecer aos habitantes e comerciantes uma opção gratuita de eliminação do óleo, (2) enviar para conversão em biodiesel o óleo que iria causar problemas na rede coletora de esgoto, (3) fornecer à cidade mais uma fonte de energia.

Além desses benefícios financeiros e ambientais, também visa: (1) fornecer oportunidades de trabalho com uso de tecnologia limpa e treinamento, (2) ajudar no cumprimento de diretiva municipal requerendo a conversão de 100% da frota municipal ao biodiesel B20, (3) ser um modelo nacional e internacional.

Projetado para ser uma operação limpa e de grandes volumes, o programa tem os seguintes passos: (1) nos restaurantes e estabelecimentos alimentícios, os caminhões do SFPUC coletam o óleo acondicionado através de mangueira de sucção, (2) a estação de transferência recebe o carregamento de óleo, (3) o óleo é armazenado em um sistema tanques, onde será filtrado para garantia de qualidade, (4) o óleo é vendido à indústria de biodiesel; fechando-se o ciclo quando o produto volta para ser usado pela frota municipal. Diferentemente dos restaurantes e estabelecimentos alimentícios, os residentes da cidade são chamados a deixar seus descartes em postos de entrega voluntária.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O desenvolvimento deste trabalho teve como base principal a coleta de dados do projeto de reutilização de óleo residual de fritura para a produção de biodiesel e sabão no Distrito Federal.

Tais dados consistem em estudos de viabilidade, layout do projeto, volumes de coleta, caracterização do óleo e trabalhos técnicos realizados junto ao projeto.

Também foi realizada visita técnica ao local do projeto pela qual obteve-se registro fotográfico, esclarecimentos sobre os processos envolvidos e autorização para a publicação e desenvolvimento da pesquisa.

Outras informações relevantes para a realização do trabalho foram obtidas em sites, bibliografias, artigos, documentos oficiais e livros. Grande parte desse material foi acessada por meio de banco de dados como o Portal Periódicos Capes (www.periodicos.capes.gov.br), Scielo (www.scielo.org) e o Google Acadêmico (scholar.google.com.br). Nesses bancos de dados, foram pesquisadas em conjunto as palavras “reutilização”, “óleo de fritura” e “transesterificação”.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Segundo Gil (1999), a pesquisa pode ser definida como o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico, sendo que o objetivo fundamental da mesma é descobrir respostas para problemas mediante emprego de procedimentos científicos. Sendo assim, o autor define pesquisa social como o processo que, utilizando uma metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social.

De acordo com o autor ainda, a presente pesquisa se classifica como do tipo exploratória, pois tal pesquisa tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias. Habitualmente envolve levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de casos.

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3.2 LOCAL DA PESQUISA

O projeto Biguá, foco da pesquisa, está localizado em Brasília. Brasília é a capital federal do Brasil e a sede do governo do Distrito Federal. A cidade está localizada na região Centro-Oeste do país, ao longo da região geográfica conhecida como Planalto Central. No censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014, sua população era de 2.852.372 habitantes (3.716.996 em sua área metropolitana).

A Figura 3 ilustra a localização de Brasília no mapa do Brasil.

Figura 3 - Localização de Brasília no Mapa do Brasil. Fonte: Imagem Google Earth.

A Constituição de 1988, em seu artigo 32, veda expressamente a divisão do Distrito Federal em municípios (BRASIL, 1988). O Distrito Federal é atualmente dividido em 31 regiões administrativas (RA’s), sendo Brasília (denominada como Plano Piloto) a principal delas; dessas apenas dezenove são reconhecidas pelo IBGE, pelo fato de os limites das regiões restantes ainda não terem passado por aprovação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (IBGE, 2015). O Quadro 1 apresenta as RA’s e seus respectivos números de habitantes.

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Região Administrativa População Região Administrativa População I - Plano Piloto 214.529 XVII - Riacho Fundo 52.404

II – Gama 127.121 XVIII - Lago Norte 29.505

III – Taguatinga 221.909 XIX - Candangolândia 16.196 IV – Brazlândia 49.418 XX - Águas Claras 135.685 V – Sobradinho 85.491 XXI - Riacho Fundo II 38.936 VI – Planaltina 200.000 XXII - Sudoeste/Octogonal 46.829

VII – Paranoá 46.527 XXIII - Varjão 5.371

VIII - Núcleo Bandeirante 26.089 XXIV - Park Way 25.000

IX – Ceilândia 398.374 XXV - SCIA 25.732

X – Guará 112.989 XXVI - Sobradinho II 72.000

XI - Cruzeiro 63.883 XXVII - Jardim Botânico 25.000

XII - Samambaia 193.485 XXVIII - Itapoã 50.339

XIII - Santa Maria 123.956 XXIX - SIA 45.460

XIV - São Sebastião 100.000 XXX - Vicente Pires 70.000 XV - Recanto das Emas 160.000 XXXI - Fercal 32.000

XVI - Lago Sul 24.406

Quadro 1 - Regiões Administrativas do DF e sua População em Número de Habitantes. Fonte: GDF (2015)

Ressalta-se que a RA-I compreende a área projetada em 1957 por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer para ser a nova capital do Brasil. Essa área foi tombada e recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Além da Asa Sul e Asa Norte, a RA-I abrange as áreas denominadas como Setor Militar Urbano (SMU), Noroeste, Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Granja do Torto, Vila Planalto e Vila Telebrasília (CODEPLAN, 2007). A Figura 4 apresenta imagem de satélite da região do Plano Piloto, com destaque para a Asa Sul e a Asa Norte.

Figura 4 - Imagem de Satélite do Plano Piloto.

Fonte: webluxo.com.br/home/wp-content/uploads/2015/08/brasilia- vista-satelite.jpg

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

São apresentados nesse item os resultados dos dados e informações coletadas, assim como uma análise crítica buscando levantar elementos conclusivos para o trabalho.

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJETO BIGUÁ

O Projeto Biguá foi criado em 2007 com o objetivo de promover ações primárias de saneamento junto a comunidades de baixa renda do Distrito Federal.

Foi instalado inicialmente na região do Varjão, onde contou com a parceria de várias instituições do DF, inclusive a Administração da RA e unidades internas da CAESB, para desenvolver projetos diversificados como o reflorestamento de uma área desmatada na margem do córrego do Torto; implantação de horta orgânica na Escola Classe; fabricação de sabão artesanal, entre outras.

Tratando-se da execução de ações primárias de saneamento, a fabricação do sabão destacou-se por combinar uma atividade econômica com a redução da poluição dos corpos hídricos pela demanda sobre o óleo de cozinha usado.

A Gerência de Qualidade de Água, por meio dos químicos ali lotados, desenvolveram uma fórmula de sabão com o uso de óleo de cozinha, a qual viabiliza um produto com alta biodegradabilidade. No entanto, a CAESB não pôde obter a licença dessa fórmula junto à Vigilância Sanitária do DF, posto que não há suporte na atividade fim da Empresa que dê suporte a esse licenciamento.

Em um âmbito mais amplo, a CAESB, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA e com recursos financeiros da FINEP, desenvolve o Projeto BIOFRITO, o qual contará com uma usina piloto de produção de biodiesel, cuja instalação já está em andamento em área disponibilizada pela Empresa para tal fim, localizada no Setor de Áreas Isoladas Norte, Asa Norte, Brasília/DF.

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Desde o início das ações do Projeto Biguá até esta data verificou-se o estabelecimento de um mercado para o resíduo oleoso resultante de frituras de alimentos.

Empresas privadas envolvidas nessa atividade adquirem, mediante pagamento ou troca, o óleo de fritura usado em bares e restaurantes e vendem grandes quantidades obtidas para usinas de processamento e como a rentabilidade do negócio vincula-se às quantidades obtidas, o foco empresarial é dirigido aos estabelecimentos comerciais alimentícios.

Todavia, uma importante parcela da população, representada pelas unidades residenciais, fica fora desse procedimento de coleta, pois o resultado alcançado é economicamente insignificante ou até mesmo oneroso para as empresas privadas.

Por outro lado, para a CAESB, a possibilidade de evitar o descarte de óleo na rede de esgotos, qualquer que seja a quantidade, é significativa para a melhoria do funcionamento do sistema e, portanto, para garantir a qualidade do serviço prestado à população do Distrito Federal.

No entanto, diante da falta de incentivo ao doador individual, a coleta doméstica fica muito prejudicada e os custos associados ao descarte inadequado do óleo usado sobre a rede e sobre o tratamento dos esgotos continuam sendo absorvidos pela Empresa.

4.2 ATUAIS ELEMENTOS DO PROJETO BIGUÁ

O Projeto Biguá está vinculado à Superintendência de Monitoramento e Controle de Recursos Hídricos – PHI por meio da Gerência de Informações e Pesquisa – PHII. No âmbito de seu gerenciamento e operacionalização o Projeto conta com uma pequena equipe que envolve o gerente da área, um supervisor, um estagiário e um motorista. Possui uma pequena quantidade de material de divulgação como folhetos, cartazes e folders. O Projeto dispõe ainda de um veículo FIORINO adesivada com sua logomarca, que faz o serviço de coleta de óleo obedecendo uma rota pré-estabelecida e devidamente georreferenciada. O veículo e o cartaz são mostrados na Figura 5.

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O projeto conta ainda

mesa filtradora de óleo e um galpão de de abrigar esses equipamentos operacionais.

Figura 5 - Veículo (1) e

Fonte: Disponibilizada pela CAESB ao

Com a parceria com a Embrapa, que definiu a instalação de uma Usina de fabricação de biodiesel na unidade Laboratório Central da Caesb, esse galpão está sendo adequado para receber o maquinário da Usina, além de outras instalações necessárias ao seu funcionamen

local. A Figura 6 mostra o galpão e a instalação da usina de transesterificação no interior do mesmo.

Figura 6 - Galpão (1) e Usina de Fonte: Disponibilizada pela CAESB ao

ainda com uma pequena fábrica de sabão artesanal, uma mesa filtradora de óleo e um galpão de 400 m², construído em 2011 com o objetivo de abrigar esses equipamentos operacionais.

Veículo (1) e Cartaz em ponto de Entrega (2) Disponibilizada pela CAESB ao Autor, 2015.

parceria com a Embrapa, que definiu a instalação de uma Usina de fabricação de biodiesel na unidade Laboratório Central da Caesb, esse galpão está sendo adequado para receber o maquinário da Usina, além de outras instalações necessárias ao seu funcionamento estarem sendo instaladas nas proximidades do mostra o galpão e a instalação da usina de transesterificação no

sina de Transesterificação (2). Disponibilizada pela CAESB ao Autor, 2015.

com uma pequena fábrica de sabão artesanal, uma 400 m², construído em 2011 com o objetivo

parceria com a Embrapa, que definiu a instalação de uma Usina de fabricação de biodiesel na unidade Laboratório Central da Caesb, esse galpão está sendo adequado para receber o maquinário da Usina, além de outras instalações ladas nas proximidades do mostra o galpão e a instalação da usina de transesterificação no

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4.3 NÚMEROS DO PROJETO BIGUÁ

Atualmente, o Projeto Biguá dispõe de 94 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) ativos em todo Distrito Federal, disponíveis para receber o ORF em estabelecimentos comerciais ou volumes trazidos por integrantes da comunidade.

A partir de janeiro de 2011, foi estabelecida uma meta pela Política Ambiental da CAESB que é a coleta anual de 3.000 litros de óleo de fritura residual, que deverá ser incrementada em 10% todo ano. Convertendo, têm-se as metas mensais de 250 litros para 2011, 275 litros para 2012 e 302,5 litros em 2013, todas superadas.

O Gráfico 1 mostra os quantitativos de óleo coletado no período entre janeiro de 2011 e dezembro de 2013. Considerando-se os dois períodos anuais relativos a 2012 e 2013, verifica-se um decaimento significativo da oferta gratuita de óleo residual, da ordem de 25% entre 2011 e 2012 e de mais 18% entre 2012 e 2013, o que significou um volume total de menos 2.700 litros se comparados os anos de 2011 e 2013. A média do volume de óleo coletado em 2013 foi de 370 litros por mês.

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Gráfico 1 - Quantidade de ORF

Fonte: Disponibilizada pela CAESB ao

4.3.1 Quantidade Coletada por

O Gráfico 2 mostra os volumes de óleo de fritura residual coletados anualmente desde 2007, época em que a coleta era incipiente e descontínua.

Quantidade de ORF Coletado Mensalmente de 20011 a 2013. Disponibilizada pela CAESB ao Autor, 2015.

oletada por Ano

mostra os volumes de óleo de fritura residual coletados anualmente desde 2007, época em que a coleta era incipiente e descontínua.

mostra os volumes de óleo de fritura residual coletados anualmente desde 2007, época em que a coleta era incipiente e descontínua.

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Gráfico 2 - Litros de ORF Coletados por A Fonte: Disponibilizada pela CAESB ao

Além do aumento da divulgação sobre o projeto Biguá nos meios de comunicação, no ano de 2010 entrou em circulação o veículo do Projeto, até hoje utilizado para a coleta das bombonas de acondicionamento de óleo de fritura nos estabelecimentos comerciais e o

tornou o procedimento da coleta mais bem organizado e facilitado, o que também contribuiu para o aumento do número de doadores e da quantidade de óleo coletada.

No ano seguinte a coleta extrapolou as expect

7 mil litros (8 toneladas). A partir desse ápice verificado no ano de 2011, o volume de coleta decaiu de modo significativo e em 2013 ficou inferior ao volume coletado em 2010.

Atribui-se essa queda principalmente pelo fato de

nenhum tipo de “moeda de troca”, o que torna a doação pouco atrativa para os consumidores, enquanto outras empresas de coleta de óleo oferecem, no mínimo, brindes diversos aos doadores, não faltando aquelas que compram o

cozinha usado por até R$ 0,50/L. Nesse sentido, a iniciativa da

participantes do Programa são orientados pela SANEAGO a guardarem o óleo em garrafas PET, as quais são levadas aos postos de entrega onde são pesadas. A conversão de peso em volume é feita imediatamente, o volume é registrado e o

oletados por Ano de 2007 a 2013. Disponibilizada pela CAESB ao Autor, 2015.

Além do aumento da divulgação sobre o projeto Biguá nos meios de comunicação, no ano de 2010 entrou em circulação o veículo do Projeto, até hoje utilizado para a coleta das bombonas de acondicionamento de óleo de fritura nos estabelecimentos comerciais e outros PEVs distribuídos no Distrito Federal. Isso tornou o procedimento da coleta mais bem organizado e facilitado, o que também contribuiu para o aumento do número de doadores e da quantidade de óleo

No ano seguinte a coleta extrapolou as expectativas, superando a marca dos 7 mil litros (8 toneladas). A partir desse ápice verificado no ano de 2011, o volume de coleta decaiu de modo significativo e em 2013 ficou inferior ao volume coletado em

se essa queda principalmente pelo fato de a Caesb não oferecer nenhum tipo de “moeda de troca”, o que torna a doação pouco atrativa para os consumidores, enquanto outras empresas de coleta de óleo oferecem, no mínimo, brindes diversos aos doadores, não faltando aquelas que compram o

ha usado por até R$ 0,50/L.

Nesse sentido, a iniciativa da SANEAGO tem uma diretriz a ser seguida. participantes do Programa são orientados pela SANEAGO a guardarem o óleo em garrafas PET, as quais são levadas aos postos de entrega onde são pesadas. A onversão de peso em volume é feita imediatamente, o volume é registrado e o Além do aumento da divulgação sobre o projeto Biguá nos meios de comunicação, no ano de 2010 entrou em circulação o veículo do Projeto, até hoje utilizado para a coleta das bombonas de acondicionamento de óleo de fritura nos utros PEVs distribuídos no Distrito Federal. Isso tornou o procedimento da coleta mais bem organizado e facilitado, o que também contribuiu para o aumento do número de doadores e da quantidade de óleo

ativas, superando a marca dos 7 mil litros (8 toneladas). A partir desse ápice verificado no ano de 2011, o volume de coleta decaiu de modo significativo e em 2013 ficou inferior ao volume coletado em

a Caesb não oferecer nenhum tipo de “moeda de troca”, o que torna a doação pouco atrativa para os consumidores, enquanto outras empresas de coleta de óleo oferecem, no mínimo, brindes diversos aos doadores, não faltando aquelas que compram o óleo de

tem uma diretriz a ser seguida. Os participantes do Programa são orientados pela SANEAGO a guardarem o óleo em garrafas PET, as quais são levadas aos postos de entrega onde são pesadas. A onversão de peso em volume é feita imediatamente, o volume é registrado e o

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crédito vai para a conta de água e esgoto do interessado, que recebe o comprovante de toda a operação. A remuneração é de R$ 0,50 por litro de óleo entregue.

Já os clientes comerciais se inscrevem no programa e passam a fazer parte da rota de coleta que é mantida pela SANEAGO.

SANEAGO é repassado à empresa GRANOL, que compra o óleo em licitação e está pagando R$ 1,00 por litro.

4.3.2 Quantidade Coletada por RA

No Gráfico 3 está representada a quantidade de óleo coletado em cada Região Administrativa em 2012 e 2013. Observa

lideram, respectivamente com 2.365 e 2.334 litros, seguido por Asa Norte com 1.836 litros.

Gráfico 3 - Óleo Residual

Fonte: Disponibilizada pela CAESB ao

Nesta representação foram excluídos os volumes coletados nas RAs Cruzeiro, Lago Norte, Sobradinho, Sudoeste, Brazlândia,

Recanto das Emas e Paranoá, inferiores a 85 litros e perfazendo um total de 276 litros.

crédito vai para a conta de água e esgoto do interessado, que recebe o comprovante de toda a operação. A remuneração é de R$ 0,50 por litro de óleo entregue.

comerciais se inscrevem no programa e passam a fazer parte da rota de coleta que é mantida pela SANEAGO. O óleo residual comprado pela SANEAGO é repassado à empresa GRANOL, que compra o óleo em licitação e está

oletada por RAs no Distrito Federal

está representada a quantidade de óleo coletado em cada Região Administrativa em 2012 e 2013. Observa-se que Samambaia e Asa Sul lideram, respectivamente com 2.365 e 2.334 litros, seguido por Asa Norte com 1.836

esidual Coletado nas RAs do DF nos Anos de 2012 e 2013. Disponibilizada pela CAESB ao Autor, 2015.

Nesta representação foram excluídos os volumes coletados nas RAs Cruzeiro, Lago Norte, Sobradinho, Sudoeste, Brazlândia, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas e Paranoá, inferiores a 85 litros e perfazendo um total de 276 crédito vai para a conta de água e esgoto do interessado, que recebe o comprovante de toda a operação. A remuneração é de R$ 0,50 por litro de óleo entregue.

comerciais se inscrevem no programa e passam a fazer parte O óleo residual comprado pela SANEAGO é repassado à empresa GRANOL, que compra o óleo em licitação e está

está representada a quantidade de óleo coletado em cada se que Samambaia e Asa Sul lideram, respectivamente com 2.365 e 2.334 litros, seguido por Asa Norte com 1.836

nos de 2012 e 2013.

Nesta representação foram excluídos os volumes coletados nas RAs Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas e Paranoá, inferiores a 85 litros e perfazendo um total de 276

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Apesar de Samambaia ter apenas 6 PEVs ativos, a região contribui com uma média mensal de 94,2 litros de óleo usado. Isso ocorre devido à participação de um estabelecimento comercial que faz doações bem significativas mensalmente.

A Asa Sul, atualmente conta com a colaboração de 7 PEVs. Destes, 3 contribuem com uma quantidade mais significativa para a média mensal de 94,45 litros coletados.

A Asa Norte, com a terceira maior quantidade de óleo de fritura doado, destaca-se devido à significante contribuição de um estabelecimento comercial, que somados a outros estabelecimentos comerciais, residências e postos de coleta instalados nos escritórios da contribuem para quantidades relevantes.

Os PEVs localizados em Águas Claras são em sua maioria residenciais. Esse tipo de estabelecimento costumeiramente faz doações de óleo de fritura em quantidades reduzidas. Nessa RA foram coletados 566 litros de óleo usado, comprovando que o somatório de óleo gerado em residências pode ser relevante para o sistema de esgotamento sanitário. Contudo, essas mesmas quantidades não foram vistas também em outras regiões residenciais. Esta situação pode ser explicada pelo fato de haver maior consciência ambiental por parte da população local e também pela realização de eventos no Parque Ecológico de Águas Claras.

Verificou-se que 44% dos desligamentos dos PEVs foram motivados pela coleta interna de uma baixa quantidade de óleo, do que se pode intuir várias possibilidades, como a venda da maior parte do óleo para outra empresa, a condição de haver necessidade de deslocamento com o recipiente para depositá-lo no PEV sem nenhum incentivo para tanto, a falta de eventos periódicos de conscientização tendo em vista a adesão ao programa e mesmo a falta de comprometimento com questões relacionadas ao meio ambiente.

O Anexo I mostra a localização dos PEVs no DF, sendo que as cores dos pontos de localização no mapa são proporcionais ao total coletado em cada PEV. Os pontos de cor amarela foram os que contribuíram com doações entre 0 e 10 litros de óleo, os laranjas são aqueles que doaram entre 11 e 50 litros e, por fim, os vermelhos que foram os pontos que mais contribuíram, doando entre 51 e 400 litros.

Uma outra solução para o aumento do volume coletado é focar a coleta em áreas com maior densidade populacional, como é o caso de Águas Claras. Essa RA se diferencia das demais por possuir um plano urbanístico que permitiu a construção de inúmeros prédios residenciais que chegam a até 32 andares, com uma população

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de 135 mil habitantes em uma área de 31,5 km

Ceilândia e do Gama também possuem essa mesma característica. Um foco maior de coleta nessas regiões aumentaria a eficiência, com grande volume coletado e menor número de deslocamentos.

Evidentemente deverá haver aumento da publicidade e educação ambie nesses locais para maior efetividade da ação.

4.3.3 Condição do Óleo Armazenado

O Gráfico 4 mostra a destinação dada ao óleo coletado desde 2007, quando o Projeto foi iniciado. A quantidade total coletada foi de 25.821 litros de óleo de fritura usado. Atualmente, permanecem estocado

Gráfico 4 - Condição Atual do Ó Fonte: Disponibilizada pela CAESB ao

Menos da metade do óleo armazenado está apto para a produção de biodiesel (41%). Portanto deve

óleo coletado e garantir a qualidade do mesmo, como por exemplo um sistema de controle informatizado que identifique por recipiente de armazenamento qual é o período que o óleo está armazenado.

No caso do SFGreaseCycle

transferência recebe o carregamento de óleo,

de 135 mil habitantes em uma área de 31,5 km2. Áreas do Guará, de Taguatinga, e do Gama também possuem essa mesma característica. Um foco maior de coleta nessas regiões aumentaria a eficiência, com grande volume coletado e menor número de deslocamentos.

Evidentemente deverá haver aumento da publicidade e educação ambie nesses locais para maior efetividade da ação.

rmazenado

mostra a destinação dada ao óleo coletado desde 2007, quando o Projeto foi iniciado. A quantidade total coletada foi de 25.821 litros de óleo de fritura usado. Atualmente, permanecem estocados 8.460 litros.

Óleo Armazenado. Disponibilizada pela CAESB ao Autor, 2015.

Menos da metade do óleo armazenado está apto para a produção de Portanto deve-se adotar medidas que visem diminuir a perda do óleo coletado e garantir a qualidade do mesmo, como por exemplo um sistema de controle informatizado que identifique por recipiente de armazenamento qual é o período que o óleo está armazenado.

SFGreaseCycle, em São Francisco, uma estação de recebe o carregamento de óleo, que é armazenado em um sistema , de Taguatinga, de e do Gama também possuem essa mesma característica. Um foco maior de coleta nessas regiões aumentaria a eficiência, com grande volume coletado e

Evidentemente deverá haver aumento da publicidade e educação ambiental

mostra a destinação dada ao óleo coletado desde 2007, quando o Projeto foi iniciado. A quantidade total coletada foi de 25.821 litros de óleo de

Menos da metade do óleo armazenado está apto para a produção de que visem diminuir a perda do óleo coletado e garantir a qualidade do mesmo, como por exemplo um sistema de controle informatizado que identifique por recipiente de armazenamento qual é o

a estação de é armazenado em um sistema

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tanques, onde será filtrado para garantia de qualidade. No projeto da SANEAGO, a qualidade do óleo residual entregue pelos clientes comerciais é mais difícil de ser avaliada. Normalmente o óleo apresenta umidade elevada, muitas impurezas e já está bastante saturado. Eventualmente um cliente entrega o óleo adicionado de água. Por isso criaram cláusulas específicas no Termo de Adesão ao Programa, que podem até determinar a exclusão do programa.

4.3.4 Síntese das Soluções

A partir dos dados apresentados, algumas soluções foram propostas. Mesmo assim, cabe ressaltar outros benefícios de soluções para desafios do projeto Biguá.

O efeito na rede de esgotos da SANEAGO, por exemplo, foi compensador, tendo sido registrado que cerca de 25% dos entupimentos na rede era função do lançamento de óleo de cozinha. A estimativa teve por base a reincidência de reclamações de entupimentos em determinados pontos da rede de esgotos associados a unidades comerciais geradoras de resíduos oleosos, antes e depois da implantação do Programa.

Em São Francisco, como visto, a Comissão de Utilidades Públicas de São Francisco estima que 50% dos chamados de emergência do sistema de saneamento estão relacionadas a entupimentos causados por tal descarte, representando um custo para os contribuintes de US$3,5 milhões em reparos.

Ao encontro disso, um levantamento interno da CAESB apontou para uma economia de cerca de R$ 0,26 no custo do tratamento para cada litro de óleo coletado, assumindo que apenas 10% da carga total de óleo de fritura alcance as estações de tratamento da Empresa.

Portanto, o Projetos como o Biguá geram, sem dúvidas, diversos benefícios para os sistemas de saneamento.

Ainda assim, como o saneamento básico deve ser visto de maneira integrada, uma parceria com a empresa de resíduos sólidos (que no DF se chama SLU – Serviço de Limpeza Urbana) poderia trazer aumento da eficiência. Considerando que o entupimento de redes de esgoto e os lodos da estação de

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tratamento, ambos causados pelo óleo indevidamente descartado, tornam-se resíduos sólidos e que estes impactarão no processo, o SLU pode criar em sua rotina de coleta de resíduos a coleta de ORF. Isso traria mais penetração em locais onde a coleta da CAESB não é acessível por questões de logística.

Outro ponto importante que vale destacar é que programas de coleta de ORF trazem um retorno bastante positivo em termos de imagem. Nesse sentido, o projeto ganhará visibilidade com a criação de um selo que identificasse os colaboradores do projeto como contribuintes da promoção de um ambiente saudável e redução de impactos ambientais. Selos como esse propiciam também uma forma de maior publicidade.

Um exemplo disso é o Selo Piava, concedido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, no estado de Santa Catarina, a organizações que neutralizam suas emissões de carbono investindo na recuperação de matas ciliares em nascentes e margens de rios na bacia do Itajaí. Dessa forma, essas organizações públicas ou privadas são reconhecidas pelo apoio a Conservação e Recuperação de Matas Ciliares.

Por fim, o Quadro 2 apresenta, em síntese, as soluções para os desafios identificados no Projeto Biguá.

DESAFIOS SOLUÇÕES

Falta de interesse na adesão ao projeto

Desconto na fatura de água e esgoto.

Selo Biguá – identifica empresas e organizações como cooperadoras da promoção de um ambiente saudável. Dificuldade de coleta e

logística em todas as regiões

Focar em regiões com maior densidade demográfica. Parceria com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

Desconhecimento do projeto

Aumento da divulgação.

Educação ambiental em escolas, parques e praças. Selo Biguá – identifica empresas e organizações como cooperadoras da promoção de um ambiente saudável. Qualidade e perdas de óleo

coletado e armazenado.

Melhoria na gestão dos processos.

Sistema de controle informatizado de estoque.

Educação para a melhoria da qualidade do óleo coletado.

Quadro 2 - Síntese dos Desafios e Soluções Identificadas.

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A coleta de Óleo Residual de Fritura é uma iniciativa que traz diversos benefícios aos sistemas de saneamento e ao meio ambiente natural.

Para os sistemas de saneamento, há uma redução nos casos de obstrução de tubulações, galerias, bocas de lobo, e consequente redução da manutenção dos mesmos. No ambiente natural os riscos de contaminação de corpos hídricos e solos são reduzidos, o que gera menos impactos ambientais.

É como tem contribuído o Projeto Biguá, no Distrito Federal. No entanto, identificaram-se possibilidades de aumentar a eficiência do programa com base em projetos similares.

O desconto na fatura de água e esgoto, o selo Biguá, o foco da coleta em regiões mais densas, a parceria com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, o aumento da divulgação, a melhoria da gestão e a educação ambiental foram algumas soluções encontradas.

Por fim, a compreensão de que os impactos gerados pelo descarte inadequado de Óleo Residual de Fritura no ambiente afetam a todos e que ações integradas entre a sociedade, companhias de saneamento e poder público são mais eficientes, colabora para que tenhamos uma qualidade de vida melhor, com adequado saneamento básico e recursos naturais preservados.

Referências

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