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Estudo orçamentário na construção civil da região sudoeste do Paraná

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Academic year: 2021

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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ISABELA GEHLEN DOERTZBACHER

ESTUDO ORÇAMENTÁRIO NA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO 2018

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ISABELA GEHLEN DOERTZBACHER

ESTUDO ORÇAMENTÁRIO NA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial do Curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Pato Branco para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof.ª Dra. Heloiza Aparecida Piassa Benetti.

PATO BRANCO 2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à professora Dra. Heloiza A. Piassa Benetti por me orientar neste trabalho e pela dedicação durante todo o curso, e por meio dela, agradeço a todos os professores do Curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) que participaram e colaboraram para o meu aprendizado durante toda a minha trajetória acadêmica.

Gostaria também de agradecer aos meus pais pelo incentivo, carinho, dedicação e apoio em todos os momentos.

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RESUMO

O atual mercado da construção civil exige obras completamente planejadas, o qual envolve uma previsão de custos bem elaborada e o gerenciamento destes, o que torna o orçamento uma ferramenta muito importante. A disparidade entre custos iniciais e finais da obra, devido ao tratamento do orçamento como um processo prévio e não contínuo à obra, tornou-se um problema para as empresas do setor e que estas vêm buscando solucionar. Para reduzir estas variações, propõe-se a realização da orçamentação de uma obra por meio das planilhas utilizadas na região Sudoeste do Paraná, e a comparação com o custo real da mesma obra. Através desta comparação é possível constatar as etapas mais representativas dentro do orçamento e quais os fatores que mais influenciam os custos de uma obra. De modo a melhorar as planilhas, já usadas no processo de orçamentação, de acordo com o mercado de atuação, para obter um orçamento detalhado, que se adeque de maneira realista aos canteiros de obras. Conhecendo a realidade dos canteiros e do mercado onde serão executados os serviços, torna-se possível aperfeiçoar os orçamentos de modo a obter um orçamento final que represente o custo real da obra, permitindo obter um produto de qualidade, reduzindo os desperdícios e satisfazendo o cliente.

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ABSTRACT

The current civil construction market requires completely planned works, which involves well-designed cost forecasting and management, which makes budgeting a very important tool. The disparity between initial and final costs of the construction, due to the treatment of the budget as a previous and non-continuous process to it, has become a problem for the companies of the sector and that the companies are looking for to solve. In order to reduce these variations, it is proposed to carry out the budgeting of a construction using the budget sheets used in the Southwest region of Paraná, and the comparison with the real cost of the same construction. Through this comparison will be possible to verify the most representative steps within the budget and witch are the factors that most influence the cost of the construction. In order to optimize the budget sheets already used in the budgeting process according to the local construction market to obtain a detailed budget, that to suit in a realistic way to the construction sites. Knowing the reality of the constructions sites and the local market of construction where the services will be executed, it becomes possible to optimize the constructions budgets in order to obtain a final budget that represents the real cost of constructions, which allows to obtain a quality product, to reduce the waste and satisfy the costumer.

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LISTA DE SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas; BDI: Benefícios e Despesas Indiretas;

CPU: Composição de Preço Unitário; CUB: Custo Unitário Básico;

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo; MDO: Mão de obra;

NBR: Norma Brasileira;

PDF: Portable Document Format;

SEOP: Secretaria de Estado de Obras Públicas;

SINAPI: Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil; SINDUSCON-PR: Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná;

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma básico de um orçamento analítico. ... 22

Figura 2 - Fluxograma da metodologia de trabalho. ... 30

Fonte: Autoria própria, 2018. ... 30

Figura 3 - Diagrama das etapas de execução da obra. ... 33

Figura 4 - Modelo de tabela utilizado para calcular o custo total de cada etapa da obra. ... 34

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Representatividade das etapas da obra em função do custo total. ... 39 Gráfico 2 - Representatividade do custo da Mão de Obra e dos Insumos em relação ao custo total da obra pela SINAPI Jun-2017... 41 Gráfico 3 - Representatividade do custo das etapas discriminadas em relação ao custo total da obra pela TCPO. ... 43 Gráfico 4 - Representatividade da Mão de obra e dos Insumos em relação ao custo total da obra conforme TCPO 14. ... 45 Gráfico 5 - Representatividade da mão de obra e dos insumos em relação ao custo total real da obra. ... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Preço do CUB m² PADRÃO NORMAL - Junho 2017 ... 37

Tabela 2 - Custo discriminado das etapas da obra ... 38

Tabela 3 – Curva ABC das etapas da obra ... 39

Tabela 4 - Custo da MDO discriminada por etapa da obra ... 40

Tabela 5 - Custo dos insumos por etapa da obra ... 40

Tabela 6 - Custo por etapa da obra pela TCPO 14 ... 42

Tabela 7 – Curva ABC das etapas com base na TCPO ... 43

Tabela 8 - Custo da MDO discriminada por etapa da obra ... 44

Tabela 9 - Custo dos insumos por etapa da obra ... 44

Tabela 10 - Custo real discriminado da obra ... 45

Tabela 11 - Custo total da obra obtido pelas diferentes planilhas e o custo real ... 47

Tabela 12 - Comparação dos custos de mão de obra e dos insumos calculados pelas diferentes planilhas orçamentárias e o custo real da obra ... 48

Tabela 13 – Variação da mão de obra e dos insumos em relação ao custo total de cada um dos custos calculados ... 48

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 1.1 OBJETIVOS ... 12 1.1.1 Objetivo geral ... 12 1.1.2 Objetivos específicos ... 12 1.2 JUSTIFICATIVA ... 13 2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ... 15

2.1 ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 15

2.1.1 Custo direto ... 17

2.1.2 Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) ... 17

2.2 TIPOS DE ORÇAMENTO ... 19

2.2.1 Orçamento por estimativa de custos ... 19

2.2.2 Orçamento analítico ... 20 2.3 BASES ORÇAMENTÁRIAS ... 23 2.3.1 CUB ... 23 2.3.2 SEOP ... 24 2.3.3 SINAPI ... 25 2.3.4 TCPO ... 25

2.4 DISTORÇÕES NOS ORÇAMENTOS ... 26

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 30

3.1 ESTUDO DO PROJETO e definição das etapas da obra ... 30

3.2 levantamento do quantitativo dos insumos ... 31

3.3 INSERÇÃO DOS DADOS NAS BASES ORÇAMENTÁRIAS ... 32

3.4 ANÁLISE DOS ORÇAMENTOS ... 35

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 36

4.1 CUB ... 36

4.2 SINAPI ... 37

4.3 TCPO ... 41

4.4 CUSTO REAL DA OBRA ... 45

4.5 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS CUSTOS ... 47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 50

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1 INTRODUÇÃO

A obra, além de uma atividade de edificação, também consiste em uma atividade econômica, pois possui um custo. Desta forma, antes de iniciar a execução de um empreendimento é necessário realizar um estudo de todos os projetos que o compõe para determinar a viabilidade desta obra.

Com o aumento da concorrência no setor da construção civil, as obras precisam ser melhores planejadas e geridas. Obras planejadas economizam recursos, evitam aditivos e diminuem as chances de atraso de forma a reduzir os custos e consequentemente gerar um maior lucro.

Em decorrência do cenário atual, as empresas do setor estão atentando para as diversas etapas antes não planejadas, como a elaboração do orçamento analítico da obra e do cronograma físico e financeiro, o controle dos recursos aplicados na obra, o cumprimento dos prazos estabelecidos no cronograma, entre outras. Dentre estas etapas, estão as prévias, onde é determinado o custo da obra no processo de orçamentação.

Cordeiro (2007) afirma que para montar um orçamento é necessário, entre outros aspectos, conhecer os coeficientes de produtividade da mão de obra, consumo de materiais e consumo horário dos equipamentos utilizados nos serviços.

Um dos fatores primordiais para um resultado lucrativo e o sucesso do construtor é uma orçamentação eficiente. Quando o orçamento é mal feito, fatalmente ocorrem imperfeições e possíveis frustações de custo e prazo (MATTOS, 2006).

Atualmente, grande parte das empresas realizam seus orçamentos com base nas planilhas orçamentárias da Secretaria de Obras do estado, ou da Caixa Econômica Federal, além das Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos (TCPO- Editora PINI). Essas planilhas fornecem preços médios em relação aos estados, o que promove a variação de custos nas obras, devido a variação de preço de mercado presente nas diversas regiões. Além disso, as empresas se baseiam nestas planilhas para determinar os preços em processos licitatórios, um dos fatores colaborantes para a constante necessidade de aditivos em obras licitadas.

A análise destas planilhas e o estudo dos fatores divergentes entre elas permite a identificação das principais etapas ou serviços que geram as variações entre o custo calculado previsto pelas planilhas orçamentárias e o custo real da obra.

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A identificação dos fatores geradores de variações nos orçamentos, permite evitar uma variedade de problemas enfrentados nas obras. É possível evitar gastos com aspectos não planejados, comprar melhor os insumos a serem aplicados na obra, evitar retrabalhos em etapas mal planejadas ou mal executadas pela falta de recurso, entre diversos problemas perceptíveis no dia a dia do canteiro de obra. Além de fornecer orçamentos que abrangem todos os custos que ocorrem nas obras licitadas, excluindo a necessidade de inserção de aditivos no decorrer de sua execução.

A partir da elaboração de um orçamento detalhado, ou seja, analítico que abranja a realidade do canteiro de obras, as empresas conseguem conter os desperdícios de recursos, orçar os materiais de acordo com os preços praticados na região de atuação e planejar a obra conforme a realidade do canteiro de obra.

Tendo em vista que a construção civil é uma atividade que envolve uma grande quantidade de variáveis e se desenvolve em um ambiente particularmente dinâmico e mutável, o trabalho busca analisar os processos orçamentários praticados na região Sudoeste do Paraná, para então, avaliar as diferenças entre o custo previsto obtido no orçamento e o custo real da obra.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Analisar os processos orçamentários, de uma edificação, praticados na região Sudoeste do Paraná para avaliar as diferenças entre o custo final da obra e o custo previsto pelo orçamento.

1.1.2 Objetivos específicos

 Executar o orçamento de uma obra por meio da utilização de diferentes planilhas orçamentárias;

 Comparar o custo global da obra entre as planilhas orçamentárias e com o custo real da obra;

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 Identificar onde ocorrem as maiores variações no orçamento, analisar a causa destas variações e propor soluções para estas variações.

1.2 JUSTIFICATIVA

A crescente necessidade de conter os custos no setor da construção civil, sem afetar a qualidade do seu produto, fez as empresas começarem a atentar para etapas prévias a obra, como o orçamento.

Conforme Goldman (2004), o orçamento da obra é uma das primeiras informações que o empreendedor deseja conhecer ao estudar determinado projeto. Seja um empreendimento com fins lucrativos ou não, sabemos que a construção implica gastos consideráveis e, por isso mesmo devem ser determinados, já que, em função de seu valor, o empreendimento estudado será viável ou não. O orçamento é denominado analítico ou detalhado quando elaborado com composição de custos e, uma extensa pesquisa de preços de insumos, procura-se chegar a um valor bem próximo do custo ‘real’ com uma reduzida margem de incerteza (MATTOS, 2006).

Para tornar o orçamento contínuo e analítico é necessário realizar um estudo prévio da obra, e um acompanhamento das diversas etapas que compõe o processo de edificação. Por meio do estudo é possível identificar quais os principais fatores de alteração nos custos estimados da obra, as etapas onde ocorre maior variação do custo e prazo, e analisar o motivo desta falha, de modo que seja possível solucioná-la.

O estudo do orçamento busca torná-lo mais efetivo de modo a conter as variações relevantes ao término da obra, que se fazem presentes em um grande número de empreendimentos. Por meio da minimização dos gastos e com a maximização dos níveis de serviço, a obtenção de um custo global semelhante ao orçamento é mais provável.

A utilização de orçamentos analíticos condizentes com o tipo de obra e o local de atuação da empresa permite evitar as variações, ou seja, adequar o custo global das obras conforme a estimativa de custos realizada no orçamento prévio.

A viabilidade deste estudo se dá a partir da disponibilidade gratuita das planilhas orçamentárias por parte dos responsáveis da obra, e pela disposição do

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projeto de uma edificação que será utilizado como base para o trabalho. De posse deste projeto, será possível obter os quantitativos que irão alimentar as planilhas orçamentárias. A partir de então, a análise dos orçamentos foi realizada, tomando como objetivo do trabalho.

A construção implica em elevados custos e por isso devem ser analisados, e com este intuito, o trabalho pretende demonstrar, além da identificação dos fatores que geram as variações dos custos obtidos pelas planilhas orçamentárias, quais as etapas de maior relevância dentro da edificação, a relevância dos custos dos insumos e da mão de obra separadamente, de modo a auxiliar o orçamentista no processo de elaboração do seu orçamento analítico, permitindo que este possa atentar para determinados serviços e ferramentas de planejamento antes e durante a execução da obra.

Além disso, pretende-se, evidenciar que, nesta etapa, é necessário ter o cuidado de perceber que vale a pena investir tempo no orçamento e assim buscar estratégias que possibilitem menos atrasos e melhor aproveitamento dos materiais e serviços.

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2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

2.1 ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Toda obra possui um custo, o que a torna em uma atividade econômica, cujo valor final é influenciado por diversos fatores como localização, prazo, projeto, disponibilidade de material e mão de obra e intenções do cliente. Para quantificar todos estes fatores a fim de obter o custo final, é realizado o orçamento.

Segundo Cordeiro (2007), o custo de uma obra é composto pelos seguintes componentes:

a) Índices ou coeficientes de aplicação de materiais;

b) Índices ou coeficientes de produção ou de aplicação de mão-de-obra; c) Índices de aplicação de equipamentos com o seu custo horário, d) Preços unitários de materiais;

e) Preços unitários de mão-de-obra; f) Taxas de encargos sociais;

g) Benefícios e despesas indiretas (BDI).

As estimativas e orçamentos cumprem um importante papel na construção civil, pois estes podem ser considerados ferramentas básicas e necessárias para o gerenciamento da construção, sendo peças imprescindíveis para o estudo de viabilidade, planejamento e programação de um empreendimento (LOSSO, 1995).

Segundo Cordeiro (2007), o orçamento é uma das primeiras informações que o empreendedor deseja conhecer ao estudar determinado projeto, já que, em função do seu valor, o empreendimento será considerado viável ou não. Para tornar o orçamento exequível, a autora ainda afirma que, cada item do orçamento deve ter uma composição planejada, que respeite a cultura da empresa construtora, seus procedimentos, capacidade financeira e organizacional.

O orçamento de uma obra é realizado a partir do projeto arquitetônico, e quando detalhado, também se baseia nos projetos complementares - estrutural, elétrico, hidráulico, entre outras instalações - e no memorial descritivo, documentos que devem ser estudados para obter as definições técnicas da obra, os serviços e suas respectivas quantidades e, o cronograma de execução de cada etapa.

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Mattos (2006) argumenta que a técnica orçamentária envolve a identificação, descrição, quantificação, análise e valorização de uma grande série de itens.

O orçamento na construção civil é realizado a partir de um levantamento quantitativo dos insumos e mão de obra necessária a cada serviço que compõe as diversas etapas da edificação, a unidade de medida destes, assim como o seu custo unitário. Posteriormente, faz-se a composição do custo unitário de cada um dos itens, a fim de obter o custo global de cada serviço que resulta no custo global da obra.

A composição dos custos unitários é feita a partir da quantidade de material, de horas de equipamento e o número de horas de pessoal, gastos para a execução de cada unidade desses serviços, multiplicados respectivamente pelo custo dos materiais, do aluguel, horário dos equipamentos e pelo salário-hora dos trabalhadores, devidamente acrescidos dos encargos sociais (TISAKA, 2006).

Um dos requisitos básicos para um orçamentista é o conhecimento detalhado do serviço. A interpretação aprofundada dos desenhos, planos e especificações da obra também lhe permite estabelecer a melhor maneira de atacar a obra e realizar cada tarefa, assim como identificar a dificuldade de cada serviço e consequentemente seus custos de execução (MATTOS, 2006).

O processo de orçamentação é complexo, pois não envolve apenas o levantamento quantitativo nos projetos, mas também necessita de uma análise de todos os fatores que podem interferir no custo destes insumos, mão de obra ou equipamentos. Tisaka (2006) ressalta que, fatores como o modo de fornecimento e de pagamento dos insumos, o transporte de equipamentos assim como, sua depreciação, o transporte, tipo de contrato, encargos e demais despesas com trabalhadores, devem ser considerados.

Conforme Tisaka (2006), o orçamento para a execução de obras e serviços na construção civil é composto pelas seguintes etapas de cálculo:

a) Cálculo do custo direto;

b) Cálculo das despesas indiretas;

c) Cálculo do benefício ou lucro esperado.

Desta forma, pode afirmar-se que em geral um orçamento é composto pelos custos diretos e os custos indiretos, impostos e lucros calculados, por meio do qual se estabelece o preço de venda da obra. A soma dos custos indiretos aos impostos e lucros determinados resulta no chamado BDI – Benefícios e Despesas Indiretas.

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Tisaka (2006) define o preço de venda como a soma de todos os preços resultantes da multiplicação dos preços unitários com as suas respectivas quantidades, acrescidos do BDI calculado.

2.1.1 Custo direto

Segundo Gonçalves (2011), o custo direto é aquele que possui relação direta com as áreas de construção, o padrão do empreendimento, o programa da edificação, características geométricas do terreno, altura da edificação, etc., e reflete os custos de materiais e serviços que ficarão incorporados à construção.

O custo direto de uma obra é a somatória de todos os custos dos materiais, equipamentos e mão de obra, aplicados diretamente em cada um dos serviços na produção de uma obra ou edificação qualquer, incluindo todas as despesas de infraestrutura, necessárias para a execução da obra (TISAKA, 2006). Ou seja, são todos os custos mensuráveis da obra, que podem ser quantificados e discriminados no orçamento, diferentemente dos custos indiretos, os quais são acabam sendo relativos.

Conforme Tisaka (2006), na planilha orçamentária, os custos diretos são representados pelo:

a) Quantitativo de todos os serviços e respectivos custos obtidos através da composição dos custos unitários;

b) Custo de preparação do canteiro de obra, sua mobilização e desmobilização;

c) Custos da administração local com previsão de gastos com o pessoal técnico, administrativo e de apoio.

2.1.2 Benefícios e Despesas Indiretas (BDI)

Os benefícios e despesas indiretas conhecidos como BDI abrangem os custos indiretos da obra, além dos lucros, os quais são quantificados por meio deste tipo de custo.

Segundo Valentini (2009), os custos indiretos são parte integrante da obra, mas que não são apropriados nos cálculos das Composições de Preço Unitário- CPU´s, pois não são aplicados diretamente em serviços presentes no escopo do projeto.

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Os custos indiretos são os custos específicos da administração central, diretamente ligados a uma determinada obra, tais como, gerente de contrato, engenheiro fiscal e as respectivas despesas de viagem e alimentação e, o rateio de todos os custos da administração central constituídos por salários de todos os funcionários, pró-labore de diretores, apoio técnico-administrativo e de planejamento, compras, contabilidade, contas a receber e a pagar, almoxarifado central, transporte de material e de pessoal, impostos, taxas, seguros, etc. (TISAKA, 2006).

Conforme Gonçalves (2011), o custo indireto é aquele influenciado pelo prazo da obra, que varia por patamar e também depende da área construída, e está mais relacionado ao custo do canteiro de obra, sua manutenção, os quais representam insumos que não são fisicamente incorporados na obra. Valentini (2009) ressalta que, além do custo indireto ser uma variável diretamente ligada ao prazo da obra, também está relacionada ao tipo de obra.

A obra de edificação é uma atividade que está sujeita a falhas humanas, e também a interferência por fatores ambientais. Estes acontecimentos são os responsáveis pela geração dos custos imprevistos. Por isso, nos custos indiretos devem ser previstos os riscos a qual a obra está sujeita - quais as estações no período de execução da obra, qual a probabilidade de chuvas, qual a disponibilidade de mão de obra no mercado, etc - de forma a ser contabilizados na determinação do valor dos custos indiretos.

Além disso, muitas obras são realizadas com recursos financeiros provenientes de financiamentos bancários, os quais envolvem taxas, que variam conforme o período de realização da obra e a incidência dos impostos. Outro custo indireto são os impostos que devem ser recolhidos durante a elaboração da edificação.

Tisaka (2006) define o BDI como a margem de remuneração pelos serviços a serem executados, na qual estão incluídos todas as despesas indiretas da administração, custos financeiros, taxas, impostos e o lucro.

O BDI é uma taxa correspondente às despesas indiretas e ao lucro incidente sobre a soma dos custos de materiais, mão de obra, equipamentos, etc. Essa taxa pode tanto ser inserida na composição dos custos unitários, como pode ser aplicada diretamente ao final do orçamento, sobre o custo total, cujo objetivo é obter o preço de execução de obra, por terceiros (CORDEIRO, 2007).

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Devido à dificuldade e quase impossibilidade em se determinar a maioria dos custos indiretos presentes nas obras, o BDI é determinado como uma porcentagem dos custos diretos.

A composição da taxa do BDI depende de vários fatores, tais como: prazo da obra, porte da obra e da empresa, tipo de obra, localização e características especiais, problemas operacionais, situações conjunturais, nível de qualidade exigida, prazos e condições de pagamento, tradição e confiabilidade da contratante (TISAKA, 2006).

Para que o BDI corresponda à realidade da obra, além de considerar os fatores apresentados por Tisaka (2006), também se deve avaliar qual a relevância de cada um destes fatores na geração destes custos indiretos, para melhor dimensionar essa taxa.

2.2 TIPOS DE ORÇAMENTO

Segundo Losso (1995), existem diversas metodologias para a estimativa de custos de um empreendimento, cada uma delas com suas características peculiares, como: quantidades e nível de agregação de informações necessárias, precisão, grau de complexidade e finalidade.

Conforme Cordeiro (2007), o orçamento pode ser classificado conforme as fases de elaboração do projeto na qual se baseia - estudo preliminar, anteprojeto ou projeto executivo.

Assim, os orçamentos se diferenciam conforme seu grau de detalhamento na obtenção e análise dos dados relacionados à edificação.

2.2.1 Orçamento por estimativa de custos

O orçamento por estimativa de custo é o modelo de orçamento utilizado em várias obras ainda na fase de anteprojeto e geralmente se baseia apenas no projeto arquitetônico, sem a análise criteriosa dos projetos complementares e do memorial descritivo da obra.

Losso (1995) enfatiza que na fase inicial do projeto, ou anteprojeto, da construção, os elementos componentes do custo não se encontram suficientemente

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detalhados, tornando difícil a elaboração de uma estimativa minuciosa do custo do empreendimento.

No orçamento por estimativas leva-se em conta os principais serviços de construção, calculando seus custos de maneira simplificada e rápida (CORDEIRO, 2007).

Dessa forma, o valor obtido nesta etapa é geralmente uma previsão aproximada do custo da obra, que serve para determinar apenas sua viabilidade e não seu custo global para fins de planejamento e execução.

Geralmente, neste tipo de orçamento utiliza-se como base índices fundamentados na similaridade de obras anteriores ou o custo unitário básico (CUB), que trata-se do custo por metro quadrado de construção fornecido pelo SINDUSCON com base em tabelas de residências padrão. A determinação do custo da obra, por meio do CUB, é um cálculo simplificado, obtido através da multiplicação da área equivalente da construção pelo custo unitário básico do metro quadrado de construção para a região em que se realizará a obra.

Dias (2011) afirma que, a estimativa de custo deve ser utilizada em etapas iniciais dos estudos de um empreendimento, na viabilidade econômica ou projeto básico, quando as informações ainda não são completas para a elaboração do orçamento detalhado.

Este método de orçamentação fornece um custo global da obra por m² ou por estimativa de determinados serviços que compõe a obra, ou seja, não abrange todos os fatores que compõe a edificação e influenciam na determinação do seu custo.

2.2.2 Orçamento analítico

O orçamento analítico é o produto obtido do processo de orçamentação e para representá-lo da melhor forma possível à realidade da obra, este deve ser detalhado, ou seja, realizar um orçamento analítico. O SINDUSCON-PR (2017), afirma que o custo real da obra só é obtido através de um orçamento completo com todas as especificações de cada projeto em estudo ou análise.

O orçamento analítico deve ser apresentado numa planilha orçamentária, onde serão relacionados todos os serviços com as respectivas unidades de medida, extraídos dos projetos executivos e demais especificações técnicas e classificados

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segundo critérios que atendam as necessidades do construtor ou do contratante (CORDEIRO, 2007).

Segundo Losso (1995), ao longo do desenvolvimento de um projeto, passando do anteprojeto ao projeto de execução completo, as informações aumentam, propiciando a elaboração de estimativas mais detalhadas e, possivelmente, de maior precisão, em função da qualidade dessas informações. Quanto mais informações contém um orçamento, mais preciso este será, pois abrange todos os fatores que podem afetar o custo da obra.

Diferentemente do orçamento por estimativa de custo, este tipo de orçamento baseia-se no projeto executivo, que abrange todos os projetos complementares da edificação, e desta forma possui um nível de detalhamento de insumos e serviços muito superior. Este tipo de fonte fornece mais informações e características da obra, permitindo a obtenção de um maior número de dados da edificação, assim como, maiores detalhes, que permitem uma orçamentação mais abrangente e de acordo com a realidade da obra.

Quanto maior o número de dados da edificação disponíveis e contido no orçamento, mais preciso este será. Desta forma, o orçamento analítico representa da melhor forma possível o custo global de uma obra, pois é mais detalhado que o orçamento por estimativa de custos.

Outras informações como cronograma de construção, disponibilidade de mão de obra e material no mercado, tamanho do canteiro da obra para estocagem de insumos e instalação de equipamentos, frete de insumos e transporte de funcionários e a inter-relação entre as diferentes etapas da edificação, também devem ser avaliadas quando se deseja realizar um orçamento analítico. Pois tais fatores interferem no andamento da obra e, consequentemente, afetam os custos previstos para a execução desta.

Deve ficar claro, portanto, que para a obtenção do orçamento discriminado de uma obra devem-se ter todos os subsídios necessários relativos ao projeto, no que diz respeito ao conjunto de todas as plantas (arquitetônicas, estruturais e instalações), as especificações relativas à obra, prazo de execução, disponibilidade de recursos como pessoal, equipamentos e ferramentas, todos estes limitados pelos recursos financeiros disponíveis (LOSSO, 1995).

Segundo Valentini (2009), em síntese, no orçamento analítico o projeto é detalhado em atividades, mensurado e composto por composições, obtendo-se o

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custo direto. Posteriormente, com montagem dos custos indiretos acrescido do BDI, forma-se o preço de venda, conforme esquematizado no fluxograma (Figura 1).

Figura 1 - Fluxograma básico de um orçamento analítico. Fonte: VALENTINI (2009) - Adaptado.

Para a execução de um orçamento analítico que reflita a realidade do seu canteiro de obra, a empresa deve conhecer a produtividade de seus funcionários e o rendimento dos materiais que utiliza. No caso dos equipamentos, deve-se atentar para diversos fatores, como a depreciação e a manutenção quando este é próprio, e no caso de equipamentos alugados, deve-se contabilizar a hora produtiva e improdutiva para cada serviço.

Muitas empresas, devido à dificuldade de levantar os coeficientes de rendimento reais nas obras e a cotação dos insumos, baseiam-se em índices e preços fornecidos no mercado, como a Tabela de Composições e Preços para Orçamentos - TCPO, Planilha SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, e Planilha SEOP da Secretaria de Estado de Obras do Paraná, entre outros.

A execução de um orçamento detalhado, baseada no projeto executivo da edificação, fornece diversos benefícios para o planejamento e execução da obra. Conforme Cordeiro (2007), a partir de um orçamento analítico é possível obter:

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a) Análise de viabilidade econômica e financeira do empreendimento; b) Levantamento de materiais e serviços;

c) Levantamento do número de operários para cada etapa de serviços; d) Cronograma físico-financeiro ou de execução da obra, bem como o

cronograma financeiro;

e) Acompanhamento sistemático da aplicação de mão-de-obra e materiais para cada etapa de serviço;

f) Controle de execução da obra.

2.3 BASES ORÇAMENTÁRIAS

2.3.1 CUB

O CUB, Custo Unitário Básico, é um dos indicadores da construção civil utilizado para o processo de orçamentação das obras. É um valor referente ao metro quadrado de construção, calculado mensalmente pelos Sindicatos de Construção Civil, regionais (estaduais).

A NBR 12.721:2006 classifica o custo unitário básico como o custo por metro quadrado de construção do projeto-padrão considerado, calculado pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil em atendimento ao disposto no artigo 54 da Lei nº 4.591 de 1964 e que serve para a avaliação dos custos de construção das edificações.

O valor do CUB por metro quadrado de construção é divulgado de duas formas, desonerado ou sem desoneração. Conforme o SINDUSCON-PR (2017), a metodologia de cálculo do CUB/m² desonerado é a mesma do CUB/m² sem desoneração. A diferença diz respeito apenas ao percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. O cálculo do CUB/m² desonerado não considera a incidência dos 20% referentes a previdência social, assim como as suas reincidências.

Conforme a NBR 12.721:2006, os projetos-padrão são projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, que são usualmente objeto de incorporação para construção em condomínio e conjunto de edificações, definidos por suas características principais, são elas: número de pavimentos, número de dependências por unidade, áreas equivalentes a área de custo padrão privativa das

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unidades autônomas, padrão de acabamento da construção, e número total de unidades.

O CUB é considerado um tipo de orçamento por estimativas. Segundo o SINDUSCON-PR (2017), a finalidade do CUB é determinar o custo global da obra para fins de cumprimento do estabelecido na lei de incorporação imobiliária de edificações habitacionais em condomínio, ressaltando que, o Custo Unitário Básico (CUB) é um custo meramente orientativo para o setor da Construção Civil, não sendo nunca, o custo real da obra. Pois, este é obtido através de um orçamento completo com todas as especificações de cada projeto em estudo ou análise.

Não considera os custos extras da obra, os quais compõe o BDI.

Falhas também existem, no que concerne à representatividade dos projetos utilizados como padrão, tanto com relação às variações geométricas esperadas para diferentes níveis de acabamento para as obras, quanto para diferenças possíveis em termos regionais e temporais.

2.3.2 SEOP

A Secretaria de Estado de Obras do Paraná, SEOP, é o órgão responsável por fornecer tabelas e composições de preços para as edificações. Esses valores fornecidos servem de referência para a composição orçamentária das obras de construção civil realizadas no estado do Paraná.

Em relação aos serviços de edificações, sobre o qual trata este trabalho, a SEOP apresenta uma planilha com a descrição de todos os serviços e materiais necessários à obra, apresentados por meio de códigos. Cada código possui sua unidade de medida, o índice de rendimento, o custo unitário, o custo da mão de obra, e o custo total.

Os dados que alimentam esta tabela de preços são fornecidos em dois tipos de composição, uma com desoneração e outra sem. As tabelas desoneradas possuem os preços com base na possibilidade de recolhimento de 1 a 2% da receita bruta da empresa para as contribuições previdenciárias. Já, a tabela não desonerada é aquela onde os preços já são apresentados de forma que seja passível o recolhimento de 20% do salário dos empregados para as contribuições previdenciárias.

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Além disso, esses dados possuem uma vigência informada na planilha, que geralmente é de três meses, período no qual estes dados são atualizados conforme a variação da inflação e do preço do produto no mercado de referência.

2.3.3 SINAPI

O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Construção Civil, SINAPI, fornece uma tabela com preços referenciais para obras de construção civil, que abrange os materiais, mão de obra e equipamentos componentes dos serviços mais usuais na construção civil, para cada estado brasileiro.

Conforme o site da Caixa Econômica Federal (2017), os preços de insumos de mão de obra são divulgados considerando o acréscimo dos Encargos Sociais, não desonerado ou desonerado, com percentuais para horista e mensalista informado no cabeçalho de cada relatório. Os preços de insumos e custos de composições não consideram percentual de BDI.

A gestão do SINAPI é compartilhada entre a Caixa Econômica Federal e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Caixa é responsável pela base técnica de engenharia (especificação de insumos, composições de serviços e orçamentos de referência) e pelo processamento de dados, enquanto o IBGE, pela pesquisa mensal de preço, tratamento dos dados e formação dos índices (Site da CEF, 2017).

2.3.4 TCPO

Uma das fontes de composições de custos mais utilizada no Brasil, tanto por empresas públicas quanto privadas, é a base TCPO - Tabela de Composições e Preços para Orçamentos, considerada a principal referência para a execução de orçamentos na engenharia de custos no país.

A TCPO é produzida pela Editora PINI, no qual apresenta a TCPO Web, um portal de notícias da construção civil que realiza pesquisas quantitativas e qualitativas na área da construção civil. A tabela conta com mais de 8.500 composições de serviços, preços de referência calculados pelo departamento de Engenharia da PINI e Composições de Empresas da indústria de materiais e serviços de construção civil (TCPO Web PINI, 2017).

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Cada uma destas composições representa o detalhamento de um determinado serviço que expressa a descrição, quantidades, produtividades e custos unitários dos materiais, mão de obra e equipamentos necessários à execução de uma unidade de medida desse serviço (TCPO Web PINI, 2017).

Os preços dos insumos para orçamentos de obras são apresentados conforme a etapa da obra a ser realizada, e são atualizados mensalmente conforme as variações da inflação e do preço de mercado.

Grande parte das obras elaboram sua planilha orçamentária com base nos dados fornecidos pela tabela e organizam seus índices e cronogramas através dos modelos fornecidos na TCPO.

2.4 DISTORÇÕES NOS ORÇAMENTOS

Atualmente, um dos problemas identificados na construção civil é a imprecisão da determinação dos custos previstos para uma obra. As empresas estão atentando para esse aspecto, no sentido de solucioná-lo e desta forma produzir um empreendimento mais econômico e de acordo com o planejamento.

A construção civil é uma indústria que se diferencia da maioria dos setores, devido ao tipo de produção, o prazo de execução, os diversos elementos interferentes na execução de seu produto, entre outros. Todos estes fatores tornam o orçamento das obras um processo complexo, sujeito a diversas falhas e variações.

A maioria das indústrias determina o preço de seus produtos após finalizá-los, diferente da indústria da construção civil que antecipa o valor de seu produto, a edificação, antes de iniciá-la e, com isso, está sujeita a um elevado grau de variabilidade do seu custo, que acaba por gerar custo final diferente do planejado no momento da determinação do preço.

O longo prazo envolvido na execução das diversas etapas de uma obra faz com que os custos, na indústria da construção civil, sejam afetados pelas variações do mercado no período de desenvolvimento da obra. Este fato dificulta a estimativa de custos, e acarreta em variações ao final da obra entre seu custo real e o custo previsto em orçamento no início da execução.

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Para Gonçalves (2011), ciclos financeiros longos aumentam também os riscos envolvidos, pois expõe os agentes participantes a maior possibilidade de mudanças no cenário econômico vigente.

Outro fator que diferencia a indústria da construção civil é que as obras em geral serão sempre diferentes umas das outras, com processo construtivo, materiais, local, entre outros fatores distintos, o que torna cada obra única. Esse aspecto impede a indústria de apenas reproduzir o orçamento de uma obra pronta em um empreendimento futuro. Valentini (2009) afirma que as variações são muitas e bem significativas, o que torna indispensável um tratamento exclusivo para cada empreendimento.

A busca por um edifício tão semelhante ao real, em tantos pontos, é muito difícil e por isso que a estimativa por metro quadrado (m²) é muito falha. Cada projeto está localizado numa região (condições de solo diferentes), num terreno específico (dimensões que alteram a implantação), com densidade de ambientes por área privativa, tipo e vãos estruturais, área e tipo de caixilhos, fachada, entre tantos outros fatores que variam, e é difícil colocar todos estes fatores em poucos parâmetros (GONÇALVES, 2011).

Gonçalves (2011) ainda afirma que, para utilizar o CUB, o orçamentista encontrará dificuldade para obter um projeto padrão similar ao empreendimento em questão e ainda é necessário orçar os itens não previstos.

Conforme ressalta Valentini (2009), é preciso atentar que atividades como, movimento de terra, fundações especiais, instalações complementares especiais, custos indiretos, remuneração do incorporados, entre outros, que compõe o preço final de um orçamento, não são considerados nos preços apresentados nas tabelas de preço por metro quadrado descritas nas fontes especializadas, ficando claro que esses índices fornecem somente uma ordem de grandeza para o valor de empreendimento.

Outro aspecto complexo dentro das obras é a quantificação dos custos indiretos. A determinação do BDI, após a análise minuciosa de todos os fatores que englobam a obra, apenas como uma percentagem usual dos custos diretos acaba por gerar divergências no custo final da obra em relação ao orçamento, que acaba por reduzir o lucro, ou até gerar prejuízo em alguns casos.

É importante ressaltar que tal distorção pode ocorrer nas empresas de diferentes portes, inclusive nas grandes empresas onde há setor, determinado, de

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orçamentos. No entanto, na maioria das construtoras esta atividade não é realizada por profissionais específicos, os quais não possuem conhecimento abrangente para avaliar os diversos aspectos que influenciam no processo de orçamentação de uma obra. Mattos (2006) confirma tal fato ao afirmar que, uma das causas de distorções nos orçamentos está na experiência dos orçamentistas, pois em várias empresas o orçamento torna-se função dos engenheiros ou técnicos recém-formados.

A experiência dos orçamentistas reflete-se no processo de orçamentação, onde um dos fatores geradores de divergências nos orçamentos executados na construção civil é a falta de homogeneidade na quantificação dos materiais e levantamento dos dados nos projetos da obra.

Os profissionais envolvidos no processo de orçamentação, além de possuir conhecimento para o levantamento do quantitativo e desenvolvimento do orçamento, também devem realizar o controle de execução para avaliar se o emprego da mão de obra e dos insumos está de acordo com o modo como foi orçado e o controle de custos da obra. Além de conhecimento técnico do processo de orçamentação e planejamento, também é necessário que os profissionais possuam experiência de canteiro de obras, conheçam a execução de forma a saber como os recursos são aplicados, conhecer os materiais, o método como são executados os serviços, pois o modo como a obra é executada é que ditará o índice de produtividade e de rendimento dos serviços e insumos.

Ter capacidade de planejar e gerenciar o custo da construção é, certamente, um dos principais diferenciais competitivos que uma empresa deve buscar. Independentemente do tipo de edifício, se comercial ou residencial, o custo de construção representa, aproximadamente, de 40 a 50% do preço total de um empreendimento imobiliário, e é individualmente o item mais significativo em qualquer estudo de viabilidade. Dessa forma, pequenas variações que ocorram em sua previsão podem induzir mudanças de decisão importantes na concepção de um empreendimento, podendo determinar, inclusive, seu cancelamento (GONÇALVES, 2011).

As diversas falhas presentes no processo de orçamentação apresentadas geram variações entre o custo previsto e o custo final do empreendimento. Esta variação, se pequena, é aceitável em grande parte das obras, pois conforme Parisotto (2003), dentro do processo de construção, algumas fontes específicas de incerteza

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são inevitáveis, estabelecendo um limite de confiabilidade das informações que são utilizadas na caracterização do projeto.

No entanto, em muitas obras, a variação se torna muito representativa, e pode reduzir a geração do lucro e ou causar prejuízo. Segundo Gonçalves (2011), muitas vezes, o resultado do empreendimento é um custo muito maior do que aquele pensado inicialmente e, como a obra eventualmente já fora aprovada, pelos órgãos controladores, ou a construção iniciada, ou mesmo o processo de venda (lançamento) já deflagrado, tenta-se fazer economia pela simplificação e redução da qualidade das especificações dos sistemas e acabamentos. E, se a economia for feita justamente nos itens mais percebidos pelos clientes, este fato poderá ocasionar decepções quando da entrega da obra.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

O desenvolvimento deste trabalho baseou-se nas etapas organizadas conforme o fluxograma apresentado na Figura 2, as quais são especificadas no decorrer deste capítulo.

Figura 2 - Fluxograma da metodologia de trabalho. Fonte: Autoria própria, 2018.

3.1 ESTUDO DO PROJETO E DEFINIÇÃO DAS ETAPAS DA OBRA

Para elaborar o orçamento da edificação, objeto de estudo deste trabalho, conforme as diferentes planilhas orçamentárias, de modo a alcançar o objetivo estabelecido, primeiramente foi realizado o estudo do projeto.

O estudo teve início com o análise da documentação que compõe essa edificação. A obtenção das informações necessárias para a elaboração do orçamento foi obtida por meio do estudo de todos os projetos – arquitetônico (ANEXO B), estrutural, fundações, elétrico, telefônico e hidrossanitário - assim como, do memorial descritivo com a descrição dos materiais que seriam aplicados em determinadas etapas da obra.

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A partir destas informações, foi possível caracterizar a obra, ou seja, determinar qual o tipo de edificação, sua metragem, o método construtivo, o padrão da obra, entre outras características, conforme citadas abaixo:

 Tipo de Edificação: Residência Unifamiliar.  Número de Pavimentos: Térreo.

 Área da Edificação: 206 m².

 Localização: Chopinzinho, Paraná.

 Processo Construtivo: Alvenaria com laje maciça.

 Cômodos: 1 suíte, 2 quartos, banheiro social, cozinha, lavanderia, sala de estar e jantar, garagem, depósito e espaço gourmet.

Através destas informações foram identificados os serviços necessários para a execução desta edificação, ou seja, quais as etapas de execução, a ordem de execução destas etapas, e os serviços necessários para a realização de cada uma delas.

3.2 LEVANTAMENTO DO QUANTITATIVO DOS INSUMOS

Para obter a Composição do Preço Unitário - CPU de cada um dos serviços, primeiro foi realizado o levantamento dos quantitativos dos projetos. A determinação do quantitativo dos insumos se baseou nas etapas de execução da obra: serviços preliminares, infraestrutura, superestrutura (lajes, vigas, pilares), elementos de vedação, cobertura, revestimentos, instalações elétricas, hidrossanitária (esgoto, água fria e água quente) e telefônica.

O levantamento dos dados quantitativos foi realizado por meio de ferramentas utilizadas na elaboração dos projetos, são estas, os softwares AutoCad, REVIT, PRO Elétrica e PRO Hidráulica.

Os softwares utilizados para a elaboração dos projetos complementares, PRO Hidráulica e PRO Elétrica fornecem listas de materiais, o que exclui a necessidade de levantamento manual destes quantitativos.

O software REVIT, utilizado para a realização do projeto arquitetônico da edificação, fornece os dados quantitativos da superestrutura, que abrange elementos de vedação, cobertura, piso, entre outros.

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Os dados de infraestrutura, foram levantados por meio dos projetos correspondentes, no software AutoCad.

Desta forma foram determinados todos os quantitativos de materiais do projeto em análise. E posteriormente, através de um estudo das etapas necessárias para a construção da obra, foram determinadas as máquinas e equipamentos necessários, além da quantificação de mão de obra.

Os dados levantados foram então inseridos em cada uma das bases orçamentárias, objetos de análise deste trabalho.

3.3 INSERÇÃO DOS DADOS NAS BASES ORÇAMENTÁRIAS

As bases orçamentárias utilizadas para a realização do orçamento desta obra foram: CUB, Tabela SINAPI e TCPO. Onde, os orçamentos obtidos por meio da SINAPI e TCPO são considerados do tipo analítico, e o orçamento realizado com base no CUB trata-se de uma estimativa de custos.

Inicialmente desejava-se realizar o orçamento também por meio da Tabela SEOP, no entanto, como esta tabela e a SINAPI baseiam-se em dados e valores semelhantes, forneceriam resultados muito parecidos. Desta forma, optou-se por realizar a análise apenas por meio da planilha orçamentária SINAPI.

Para obter uma análise precisa e padronizada, todas as planilhas e dados utilizados foram considerados sem desoneração, ou seja, considerando a incidência dos encargos complementares. Além disso, em todos os casos foram obtidos os dados relativos ao mesmo período, mês de junho de 2017, mês referente ao meio do período de execução da obra.

A planilha orçamentária da SINAPI e a Tabela TCPO é fornecida pelos órgãos responsáveis em formato.xls, compatível com o editor de planilhas Microsoft Office Excel. Através destas planilhas prontas, os dados podem ser inseridos diretamente nestas, e por meio de funções matemáticas do programa, com base nos custos unitários e índices de rendimento já presente na planilha, pode-se calcular o CPU de cada um dos serviços.

Para padronizar as planilhas de orçamento das diferentes bases, os dados foram organizados conforme as etapas de execução da obra de forma a facilitar a posterior análise comparativa entre os orçamentos. Para o levantamento dos serviços

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e cálculo dos seus custos, organizou-se uma planilha no Excel com a divisão das etapas conforme Diagrama de Etapas da Obra (Figura 3).

Figura 3 - Diagrama das etapas de execução da obra. Fonte: Autoria própria, 2018.

No cálculo do orçamento com base no CUB, este se dará por meio das determinações estabelecidas na NBR 12.721/2006. Através do estudo da

documentação da obra foi determinado o padrão da edificação em questão e suas

características conforme a Norma. O custo da edificação foi calculado com base nos preço do CUB fornecido pelo SINDUSCON-PR, através de uma tabela em formato PDF, para o período de elaboração do orçamento.

Através dos dados quantitativos levantados em projeto, e do cruzamento destes valores com os dados fornecidos pela SINAPI, obteve-se o custo total para cada um dos serviços que compõe a execução de toda a obra. Os custos calculados foram organizados conforme a Figura 4, onde constam todos os itens de um determinado

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serviço, com sua respectiva unidade, o índice de rendimento, a quantidade, o preço unitário e total de cada item, e o custo total do serviço.

Figura 4 - Modelo de tabela utilizado para calcular o custo total de cada etapa da obra. Fonte: Planilha SINAPI modificada, 2018.

A análise dos custos por meio da composição TCPO, também foi realizada por meio da elaboração de uma planilha com o mesmo padrão da planilha da Figura 4. Os dados de custo e índice de rendimento foram obtidos através da plataforma TCPO Estudantil 14.

No caso dos dados da TCPO, estes só foram obtidos referentes a Edição 14, os quais correspondem ao período de Dezembro de 2013, e estão desatualizados em relação aos preços e índices praticados no mês de referência das outras planilhas.

Para realizar uma análise comparativa com os custos calculados com a planilha SINAPI, de junho de 2017, foi feito um reajuste dos valores com base na inflação acumulada deste período, por meio do índice IPCA - (Índice de Preços ao Consumidor

Amplo).

O cálculo do IPCA referente ao período em questão foi calculado por meio da Calculadora do cidadão, disponível no site do Banco Central do Brasil – BCB. O valor de índice de correção do período, calculado pelo IBGE, foi de 1,2665286. Este índice

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foi aplicado em todos os custos calculados com a base TCPO, de modo a torná-los mais condizentes com os valores obtidos no mercado atualmente.

Na planilha foram inseridos os dados de custo e índice de rendimento fornecido pela Editora PINI em conjunto com os dados levantados nos projetos, de modo a calcular o CPU dos diferentes serviços que compõe a obra, o custo da mão de obra dos serviços e do custo total da obra.

3.4 ANÁLISE DOS ORÇAMENTOS

Após finalizar o cálculo dos orçamentos com as diferentes bases e métodos de orçamentação, realizou-se a análise dos diferentes custos finais da obra.

Por meio do cruzamento das informações levantadas nos projetos com os dados fornecidos pelas diferentes bases orçamentárias, através do Excel, obteve-se o custo por serviço, e por etapa de execução da obra. Posteriormente, foram calculados os custos separados de mão de obra e insumos, além da representatividade de cada uma das etapas dentro do custo total da obra.

A análise destes dados se deu por meio de um comparativo entre os custos obtidos através das planilhas e com o “as built” (como construído), custo real da obra pronta. Os custos reais da obra pronta foram fornecidos pelo profissional responsável pelo gerenciamento, por meio de uma planilha do Microsoft Office Excel, onde os custos estavam apresentados conforme as datas de pagamento dos insumos e mão de obra, e totalizando o custo final da obra.

O estudo comparativo foi feito, também, através do Microsoft Excel, por meio da elaboração de gráficos, para identificar as etapas ou serviços onde ocorrem as maiores variações de custo entre as diferentes planilhas.

A identificação das etapas/serviços com maior índice de variação entre os orçamentos em conjunto com todo o conhecimento bibliográfico relativo ao tema permitiu determinar as prováveis causas destas diferenças e com isso, apresentar

soluções para melhorar o processo de orçamentação e, assim, reduzir as variações entre o orçamento e o custo global das obras.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 CUB

Para a realização do cálculo do custo global do projeto através do Custo Unitário Básico, primeiramente foi necessário classificar e edificação de acordo com as determinações da NBR 12.721:2006 – Avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios.

Por ser uma residência unifamiliar, a primeira classificação consiste em determinar o padrão da residência conforme a Tabela 1 da NBR 12.721:2006, que apresenta as características principais dos projetos-padrão.

Com base na Tabela 1 - Características principais do projeto (ANEXO A) e por meio da análise do Projeto Arquitetônico, ANEXO B, constatou-se como uma Residência Padrão Normal (R1-N), composta por três dormitórios, sendo uma suíte com banheiro, banheiro social, sala, circulação, cozinha, área de serviço com banheiro e varanda (abrigo para automóvel).

Vale ressaltar que a classificação da residência é as vezes confusa, pois se a análise for feita com base nos ambientes que compõe a edificação, a que melhor classifica é a Residência Padrão Normal (R1-N), no entanto, se considerar a área útil informada em cada um dos tipos de edificação, a área mais semelhante à área desta obra é da Residência Padrão Alto (R1-A).

Essa divergência na definição do tipo de Residência para a procedência do cálculo conforme o CUB já indica uma das falhas no processo de orçamentação por esse método, a generalização dos tipos de residência.

O cálculo do orçamento de obra, conforme o CUB, foi realizado com base na residência tipo R1-N, pois abrange de forma mais real os ambientes que compõe a edificação, porém a área utilizada é a real da obra, e não a área definida pela norma para este tipo de residência, desconsiderando a área real definida na Tabela 1.

A determinação do padrão de acabamento da edificação baseou-se na Tabela 2 – Especificações dos acabamentos nos orçamentos dos projetos-padrão residenciais da NBR 12.721 de 2006. A partir da análise dos itens de acabamento e revestimento que compõe o projeto e constam na Tabela, constatou-se que o projeto é de padrão Alto.

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Portanto, para o cálculo do custo unitário básico, baseou-se no projeto do tipo Residência Unifamiliar Padrão Normal (R1-N) com padrão de acabamento alto.

Para o cálculo do custo da obra em questão com base no CUB, foi utilizada a tabela de preços do CUB por metro quadrado de construção sem desoneração, a qual segundo SINDUSCON-PR (2017) considera incidência dos 20% referentes a previdência social, assim como as suas reincidências.

Tabela 1 - Preço do CUB m² PADRÃO NORMAL - Junho 2017 PADRÃO NORMAL R-1 1.741,89 0,08% PP-4 1.624,49 0,02% R-8 1.396,28 0,05% R-16 1.349,90 0,00% Fonte: SINDUSCON-PR, 2017.

Desta forma, o custo total da obra calculado conforme o metro quadrado de construção para o valor de R-1, tipo de edificação com padrão de acabamento alto, foi de: 𝐴 = 206,00 𝑚 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚 = 𝑅$ 1741,89 𝑚² 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑜𝑏𝑟𝑎 = 206 𝑚² 𝑥 𝑅$1741,89 𝑚² 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒐𝒃𝒓𝒂 = 𝑹$ 𝟑𝟓𝟖. 𝟖𝟐𝟗, 𝟑𝟒 4.2 SINAPI

Com base no diagrama de etapas da obra (Figura 2) foram obtidos na planilha SINAPI os serviços componentes de cada uma das etapas da obra, de acordo com a realidade executada na edificação.

Os custos das etapas estão apresentados na Tabela 2, onde aparecem de maneira discriminada, conforme os serviços de maior importância de cada uma das etapas, além de apresentar o custo total de cada uma das etapas, assim como o custo total da obra, que engloba custo de insumos e mão de obra com encargos

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complementares. Com as características do projeto, totalizou um valor de aproximadamente R$ 264.000,00 (duzentos e sessenta e quatro mil reais).

Tabela 2 - Custo discriminado das etapas da obra

Etapa da obra Etapa Discriminada Discriminado Custo Custo Total

Serviços preliminares

Limpeza do terreno R$ 519,68

R$ 3.708,24 Movimentação de terra R$ 2.719,00

Locação da obra R$ 469,56

Infraestrutura Fundação - sapatas Vigas baldrame R$ 2.831,66 R$ 7.856,96 R$ 10.68,62

Superestrutura Pilares R$ 24.763,44 R$ 69.740,39 Vigas R$ 23.023,56 Lajes R$ 21.953,39 Cobertura Estrutura metálica - tesouras R$ 486,78 R$ 13.968,77 Telhas ALUZINCO R$ 8.070,00 Rufos e calhas R$ 5.411,99 Alvenaria Paredes de vedação R$ 14.305,72 R$ 21.168,35 Verga e Contraverga R$ 2.138,64 Muros R$ 4.723,99

Instalação Elétrica Materiais e instalação R$ 13.753,93 R$ 13.753,93 Instalação Hidráulica Materiais e instalação R$ 6.673,00 R$ 6.673,00

Revestimento/ Acabamentos

Impermeabilização R$ 1.529,03

R$ 77.088,91 Chapisco / reboco / emboço R$ 41.964,00

Forro - gesso/madeira R$ 9.873,24 Contrapisos e

Pisos R$ 23.722,42

Esquadrias Janelas e portas R$ 22.072,42 R$ 22.072,42 Pintura Externa Interna R$ 25.253,93 R$ 25.253,93

TOTAL R$264.116,55

Fonte: Autoria própria, 2018.

Através do cálculo do custo da obra discriminado por etapas foi possível calcular qual a representatividade do custo de cada etapa em relação ao custo total da obra, calculado com base nos índices e CPU´s fornecido pela SINAPI. Através da representatividade de cada uma das etapas, gerou-se o gráfico 1, e também foi elaborada a tabela da Curva ABC das etapas (Tabela 3).

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Gráfico 1 - Representatividade das etapas da obra em função do custo total. Fonte: Autoria própria, 2018.

Tabela 3 – Curva ABC das etapas da obra

Etapa da Obra % do Custo total % Acumulada Faixas

Superestrutura 27,99% 27,99% A Revestimentos e Acabamentos 27,28% 55,28% Pintura 9,61% 64,89% B Esquadrias 8,40% 73,29% Alvenaria 8,06% 81,35% Cobertura 5,32% 86.67% Instalações Elétricas 5,24% 91,91% C Infraestrutura 4,14% 96,05% Instalações Hidráulicas 2,54% 98.59% Serviços Preliminares 1,41% 100%

Fonte: Autoria própria, 2018.

A curva ABC organiza em ordem decrescente as etapas mais representativas dentro do custo total da obra, onde as etapas que compõe a faixa A, juntas representam aproximadamente 50% do custo total da obra, as etapas da faixa B, juntas representam próximo de 30% do custo total da obra, e o restante das etapas, faixa C, os outros 20% dos custos.

Serviços preliminares 1% Infraestrutura 4% Superestrutura 27% Cobertura 5% Alvenaria 8% Instalação Elétrica 5% Instalação Hidráulica 3% Revestimento/A cabamentos 29% Esquadrias 8% Pintura 10%

Representatividade das etapas da obra em relação ao custo total - SINAPI

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Através do Gráfico 1 e da Tabela da Curva ABC, pode-se constatar que a etapa de Superestrutura, que abrange os serviços e insumos necessários para a execução de todos os pilares, vigas e lajes da edificação, é a que possui o custo mais representativo dentro do custo total da obra. E a etapa de Revestimentos e Acabamentos, que abrange impermeabilização, contra piso, revestimentos de piso, forro e pares, é a segunda mais representativa em relação ao custo total. Juntas, ambas as etapas representam metade do custo total da obra.

Além da representatividade do custo total por etapa global da obra, devido a discriminação de todos os itens que compõe a etapa no momento do cálculo do custo, pode-se calcular o custo discriminado de mão de obra (Tabela 4) e de insumos (Tabela 5) de cada uma das etapas e, através destes custos calculados de maneira separada, tornou-se possível contabilizar qual a percentagem de ambos os custos em relação ao custo total da etapa.

Tabela 4 - Custo da MDO discriminada por etapa da obra

Etapa da obra Custo Total Custo MDO % MDO

Serviços preliminares R$ 3.708,24 R$ 850,88 22,95% Infraestrutura R$ 10.688,62 R$ 3.198,46 29,92% Superestrutura R$ 69.740,39 R$ 32.589,31 46,73% Cobertura R$ 13.968,77 R$1.795,69 12,86% Alvenaria R$ 21.168,35 R$ 12.825,32 60,59% Instalação Elétrica R$ 13.753,93 R$ 6.897,17 50,15% Instalação Hidráulica R$ 6.673,00 R$ 2.946,45 44,15% Revestimento/Acabamentos R$ 77.088,91 R$ 43.632,71 56,60% Esquadrias R$22.072,42 R$ 3.397,39 15,39% Pintura R$25.253,93 R$ 10.869,46 43,04% TOTAL R$ 264.116,55 R$ 119.002,84 45,06%

Fonte: Autoria própria, 2018.

Tabela 5 - Custo dos insumos por etapa da obra

(continua) Etapa da obra Custo Total Custo Insumos % Insumos Serviços preliminares R$ 3.708,24 R$ 2.857,36 77,05%

Infraestrutura R$ 10.688,62 R$ 7.490,16 70,05% Superestrutura R$ 69.740,39 R$ 37.151,07 54,19%

Cobertura R$ 13.968,77 R$12.173,07 87,14%

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(conclusão) Etapa da obra Custo Total Custo Insumos % Insumos Instalação Hidráulica R$ 6.673,00 R$ 3.726,55 55,85% Revestimento/Acabamentos R$ 77.088,91 R$ 33.456,20 40,33%

Esquadrias R$22.072,42 R$ 18.675,03 84,61%

Pintura R$25.253,93 R$ 14.384,47 56,96%

TOTAL R$ 264.116,55 R$ 145.113,71 54,94%

Fonte: Autoria própria, 2018.

A representatividade do custo da mão de obra em relação ao custo total da obra e a representatividade do custo de todos os insumos em relação ao custo total da obra também foram calculados nas tabelas acima, e estão representados no Gráfico 2.

Gráfico 2 - Representatividade do custo da Mão de Obra e dos Insumos em relação ao custo total da obra pela SINAPI Jun-2017.

Fonte: Autoria própria, 2018.

4.3 TCPO

Assim como no cálculo do custo da obra pela planilha SINAPI, a organização dos dados se baseou no diagrama de etapas da obra (Figura 2). Foram obtidos na base TCPO 14 os serviços componentes de cada uma das etapas da obra, alguns serviços utilizados na realidade não constavam da mesma forma na base TCPO, e

45,06% 54,94%

Representatividade da MDO e Insumos

(43)

desta forma foram escolhidos serviços que mais se aproximassem da realidade, mas que, no entanto, podem colaborar para discrepância entre os custos obtidos pelas diferentes planilhas.

Os custos das etapas estão apresentados na Tabela 6, onde aparecem os custos de maneira discriminada conforme os serviços de maior importância de cada uma das etapas, o custo total de cada uma das etapas, assim como o custo total da obra, que engloba custo de insumos e mão de obra com encargos complementares. O custo da obra totalizou um valor de R$ 263.322,39 (duzentos e sessenta e três mil reais e trinte e nove centavos).

O valor do índice calculado foi aplicado em todos os custos calculados da obra, de modo a melhor quantificar o real custo da edificação e minimizar a defasagem dos valores presentes na base TCPO 14.

Tabela 6 - Custo por etapa da obra pela TCPO 14

Etapa da obra Etapa Discriminada Discriminado Custo Custo Total

Serviços preliminares

Limpeza do terreno R$ 676,33,61

R$ 3.755,28 Movimentação de terra R$ 2.754,62

Locação da obra R$ 324,33

Infraestrutura Fundação - sapatas Vigas baldrame R$ 5.234,59 R$ 9.983,22 R$ 15.217,81

Superestrutura Pilares R$ 16.277,04 R$ 54.776,29 Vigas R$ 23.153,57 Lajes R$ 15.345,69 Cobertura Estrutura metálica - tesouras R$ 616,52 R$ 21.383,66 Telhas ALUZINCO R$ 13.810,59 Rufos e calhas R$ 6.956,55 Alvenaria Paredes de vedação R$ 13.549,84 R$ 23.143,84 Verga e Contraverga R$ 2.722,53 Muros R$ 6.871,47

Instalação Elétrica Materiais e instalação R$ 13.416,70 R$ 13.416,70 Instalação Hidráulica Materiais e instalação R$ 6.135,88 R$ 6.135,88

Revestimento/ Acabamentos

Impermeabilização R$ 4.734,81

R$ 69.455,69 Chapisco / reboco / emboço R$ 38.613,90

Forro - gesso/madeira R$ 10.056,14 Contrapisos e

Pisos R$ 16.050,81

Esquadrias Janelas e portas R$ 28.521,60 R$ 28.521,60

Pintura Interna R$ 13.945,37 R$ 13.945,37

Externa

TOTAL R$264.116,55

(44)

Através do cálculo do custo por etapa foi possível calcular qual a percentagem do custo de cada uma das etapas em relação ao custo total da obra, obtido através dos custos da base TCPO 14. Por meio da representatividade de cada uma das etapas, gerou-se o Gráfico 3, e também foi elaborada a tabela da Curva ABC das etapas (Tabela 7).

Gráfico 3 - Representatividade do custo das etapas discriminadas em relação ao custo total da obra pela TCPO.

Fonte: Autoria própria, 2018.

Tabela 7 – Curva ABC das etapas com base na TCPO

Etapa da Obra % do Custo total % Acumulada Faixas Revestimentos e Acabamentos 27,81% 27,81% A Superestrutura 21,93% 49,74% Esquadrias 11,42% 61,16% B Alvenaria 9,27% 70,43% Cobertura 8,56% 78,99% Infraestrutura 6,09% 85,08% Pintura 5,58% 90,66% C Instalações Elétricas 5,37% 96,03% Instalações Hidráulicas 2,46% 98.49% Serviços Preliminares 1,50% 100,0%

Fonte: Autoria própria, 2018. Serviços preliminares 2% Infraestrutura 6% Superestrutura 22% Cobertura 9% Alvenaria 9% Instalação Elétrica 5% Instalação Hidráulica 2% Revestimento/A cabamentos 28% Esquadrias 11% Pintura 6%

Representatividade das etapas da obra em relação ao custo - TCPO 14

Referências

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