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Academic year: 2021

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TÍTULO: EFEITO DA CASTRAÇÃO E DA REPOSIÇÃO HORMONAL SOBRE OS PARÂMETROS CORPORAIS E ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS DE RATOS MACHOS E FÊMEAS

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): JÚLIA GALDIANO VIEIRA DE MATOS AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARINA DE TOLEDO DURAND ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): ANDRÉ LUIZ CICILINI, MALENA VERONA SINGLING COLABORADOR(ES):

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1. RESUMO

A secreção de estrógeno pelos ovários, e da testosterona pelos testículos, além de garantir a normalidade de funcionamento do trato reprodutor, tem ação sobre a atividade metabólica geral. Sendo assim, a falta destes hormônios pode ocasionar alterações em diversos tecidos, assim com alterações metabólicas gerais. Além disso, é possível que a reposição hormonal tenha um papel fundamental na prevenção destas alterações ocasionadas pela falta dos hormônios sexuais. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da redução e do aumento da liberação dos hormônios sexuais, induzidos por castração e por terapia de reposição hormonal, respectivamente, sobre os parâmetros corporais e órgãos genitais internos de animais machos e fêmeas. Este estudo foi realizado no período de julho a novembro de 2014, durante as aulas práticas de fisiologia do curso de Medicina, na Universidade de Ribeirão Preto-SP (UNAERP). Foram utilizados ratos Wistar (machos e fêmeas), os quais foram divididos em 3 grupos: 1) Machos e fêmeas controle; 2) Machos e fêmeas castrados; 3) Machos e fêmeas castrados e submetidos a reposição hormonal (testosterona ou estradiol). Após duas semanas da cirurgia, os animais foram sacrificados para retirada das estruturas. No grupo dos machos, a castração promoveu diminuição no ganho de peso corporal (Δ peso) e aumento da gordura retroperitoneal, e o tratamento com testosterona preveniu essa tendência. Observou-se também que a castração dos machos promoveu atrofia da próstata e das glandulas seminíferas, e que o tratamento com testosterona atenuou ou preveniu essa atrofia. No grupo das fêmeas, a castração promoveu aumento no ganho de peso corporal (Δ peso) e o tratamento com estradiol preveniu esse aumento. Além disso, foi demonstrado que a castração promoveu atrofia dos cornos uterinos e que o tratamento com estradiol preveniu essa redução. Portanto, o presente estudo demonstrou que a redução ou aumento dos hormônios sexuais, após castração ou reposição hormonal, respectivamente, ocasionou alterações no peso e na gordura retroperitoneal dos animais e das estruturas da genitália interna dos animais. Desta forma, foi possível demonstrar na prática aos alunos do curso de Medicina o importante papel destes hormônios (testosterona e estrógeno) no metabolismo corporal geral e na manutenção da integridade morfológica e funcional destas estruturas.

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2. INTRODUÇÃO

Do ponto de vista fisiológico, a diferença fundamental entre machos e fêmeas é que estas sofrem variações cíclicas da atividade reprodutora. Mamíferos fêmeas têm ciclo ovariano com frequência média característica para cada espécie (por exemplo: 4 dias em ratas; 28 dias em mulheres). Nas mulheres, e em alguns outros primatas, o ciclo é marcado por um período de sangramento menstrual devido à descamação do endométrio. Em algumas espécies de mamíferos, as fêmeas não menstruam, embora tenham uma fase denominada estro ou cio (quando se tornam receptivas ao macho, logo antes da ovulação). Em alguns animais, como o gato e o coelho, contudo, a ovulação é desencadeada pela cópula. Contudo, na maioria dos mamíferos a ovulação é regulada por ritmo intrínseco controlado por interações entre o eixo hipotálamo hipófise-gônadas.

A secreção de estrógeno pelo ovário ocorre de maneira cíclica e mantém o trato reprodutivo em um estado funcional característico. Por outro lado, a testosterona, além de garantir a normalidade de funcionamento do trato reprodutor, tem ação sobre a atividade metabólica geral, especialmente no metabolismo proteico. Sendo assim, a falta destes hormônios pode ocasionar alterações em diversos tecidos, assim como alterações metabólicas gerais. Além disso, é possível que a reposição hormonal tenha um papel fundamental na prevenção destas alterações ocasionadas pela falta dos hormônios sexuais.

3. OBJETIVOS

O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da redução e do aumento da liberação dos hormônios sexuais, induzidos por castração e por terapia de reposição hormonal, respectivamente, sobre os sobre os parâmetros corporais e órgãos genitais internos de animais machos e fêmeas.

4. METODOLOGIA

Os materiais utilizados no estudo foram:

1. Material cirúrgico: pinça reta, pinça dente de rato, porta agulha, tesoura; 2. Fio de sutura agulhada;

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3. Fio de algodão;

4. Gaze, algodão e papel toalha; 5. Seringas e agulhas;

6. Anestésico – Cetamina e Xilazina; 7. Propionato de Testosterona; 8. Cipionato de Estradiol.

Foram utilizados ratos Wistar (machos e fêmeas) com peso inicial aproximado entre 200 e 260g, os quais foram divididos em 3 grupos:

Grupo 1: Machos e fêmeas controle – animais submetidos ao procedimento de

castração (ooforectomia ou orquiectomia) simulada;

Grupo 2: Machos e fêmeas castrados – animais submetidos ao procedimento

de castração (ooforectomia ou orquiectomia);

Grupo 3: Machos e fêmeas castrados e submetidos a reposição hormonal –

animais submetidos ao procedimento de castração (ooforectomia ou orquiectomia) e submetidos ao tratamento de reposição hormonal com Propionato de Testosterona, 500 ug/0,1ml de veículo oleso/dia, por via subcutânea (machos), ou tratados com Cipionato de Estradiol, 20ug/0,1ml de veículo oleoso/dia, por via subcutânea (fêmeas), durante 1 semana.

5. DESENVOLVIMENTO

Este estudo foi realizado no período de julho a novembro de 2014, durante as aulas práticas de fisiologia do curso de Medicina, na Universidade de Ribeirão Preto-SP (UNAERP). Antes da cirurgia os animais foram pesados (peso inicial) e logo em seguida foram anestesiados com cetamina e xilazina (1:1, 0,1 ml/100g de animal) para a realização da cirurgia de castração (Orquiectomia e Ooforectomia).

ORQUIECTOMIA (castração dos machos): Os ratos anestesiados foram fixados em camas cirúrgicas em decúbito dorsal. Após a assepsia do escroto com álcool iodado, foi feita uma incisão na linha mediana deste (cerca de 1 cm), e os tecidos subjacentes foram divulsionados até a exposição da túnica albugínea. O testículo foi então pressionado contra a abertura cirúrgica e uma incisão (0,5 cm) na túnica albugínea foi realizada para exteriorização do testículo, do epidídimo e do funículo espermático. Logo após, foi realizada uma dupla ligadura no funículo

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espermático, o qual foi seccionando para retirada do testículo. O mesmo procedimento foi realizado com o testículo contralateral. Após excisão de ambos os testículo, a incisão da pele foi suturada.

OOFORECTOMIA (castração das fêmeas): As ratas anestesiadas foram fixadas em camas cirúrgicas em decúbito lateral e, então, tricotomizadas na região entre as últimas costelas e a região pélvica. Após assepsia da região, foi realizada uma incisão transversal da pele e do tecido celular subcutâneo com um tamanho de aproximadamente 1,5 cm de comprimento, entre a última costela e a coxa do animal. Com auxílio de uma pinça ultrapassou-se o plano muscular até atingir cavidade peritoneal. O tecido muscular foi divulsionado possibilitando a visualização do ovário envolto em tecido adiposo. Com auxílio de uma pinça, retirou-se delicadamente a gordura que envolve o ovário, expondo o órgão e a porção superior do corno uterino. Com uma pinça hemostática, a região entre o ovário e o oviduto foi pinçada, seguida da ligadura (com fio de sutura) e excisão do ovário. Em seguida, o corno uterino foi reposicionado na cavidade abdominal e a parede muscular abdominal e a pele do animal foram suturadas. O mesmo processo foi realizado no lado oposto do animal.

Após o término das cirurgias, os animais foram colocados em caixas individuais para recuperação e foi administrado antibiótico (0,1 mL) em cada um dos animais. Uma semana após as cirurgias, iniciou-se o tratamento de reposição hormonal em metade dos animais castrados, enquanto que a outra metade não recebeu tratamento.

Após duas semanas da cirurgia, os animais foram pesados novamente (peso final) e sacrificados para retirada das estruturas. Foram retiradas a gordura retroperitoneal, a próstata e as glândulas seminíferas nos machos, e o útero nas fêmeas. Após retirada, as estruturas foram imediatamente pesada com auxílio de uma balança de precisão. Os resultados foram anotados e foram calculados em relação a 100 g de peso corpóreo (g/100 g de peso do animal).

Os dados foram representados como média ± erro padrão da média (EPM). Para análise dos dados foi utilizada a análise de variância de uma via (ANOVA one

way), seguida pelo pós-teste de Bonferroni. O valor de “p” foi considerado

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6. RESULTADOS

Os resultados obtidos no presente estudo estão demonstrados nos gráficos a seguir. No grupo dos machos, foi observada que a redução da produção de testosterona, após a cirurgia de orquiectomia, promoveu uma tendência a diminuição

no ganho de peso corporal (Δ peso) e que o tratamento com testosterona nos

animais castrados atenuou essa tendência (Figura 1). Além disso, foi observada uma tendência ao aumento da gordura retroperitoneal nos animais castrados, enquanto que o tratamento com testosterona preveniu essa tendência (Figura 2).

Controle Castrado Castrado + T

0 20 40 60 80 p e s o ( g )

Figura 1 – Ganho de peso corporal (Δ peso = peso final – peso inicial) nos grupos de machos controle (n=6), castrado (n=8) e castrado tratado com propionato de testosterona (T) (n=8).

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Controle Castrado Castrado + T 0.0 0.5 1.0 1.5 g o rd u ra ( g /1 0 0 g )

Figura 2 – Peso da gordura retroperitoneal (g/100g de animal) nos grupos de machos controle (n=6), castrado (n=8) e castrado tratado com propionato de testosterona (T) (n=8).

Observou-se também que a castração promoveu atrofia da próstata e que o tratamento com testosterona atenuou essa redução (Figura 2). Da mesma forma, a castração promoveu atrofia das glandulas seminíferas e o tratamento com testosterona preveniu essa atrofia (Figura 3).

Controle Castrado Castrado + T

0.00 0.05 0.10 0.15

*

*

# p s ta ta ( g /1 0 0 g )

Figura 3 – Peso da próstata (g/100g de animal) nos grupos de machos controle (n=6), castrado (n=8) e castrado tratado com propionato de testosterona (T) (n=8). * p < 0,05 comparado ao grupo controle. # p < 0,05 comparado ao grupo castrado.

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Controle Castrado Castrado + T 0.0 0.1 0.2 0.3

*

g ls . s e m in íf e ra s ( g /1 0 0 g )

Figura 4 – Peso das glândulas seminíferas (g/100g de animal) nos grupos de machos controle (n=6), castrado (n=8) e castrado tratado com propionato de testosterona (T) (n=8).

No grupo das fêmeas, foi observada que a redução da produção de estrógeno, após a cirurgia de ooforectomia, promoveu aumento no ganho de peso corporal (Δ peso) e que o tratamento com estradiol nas fêmeas castradas preveniu esse aumento (Figura 5). Observou-se também uma tendência à redução da gordura retroperitoneal nos dois grupos de animais castradas (Figura 6). Além disso, foi demonstrado que a castração promoveu atrofia dos cornos uterinos e que o tratamento com estradiol preveniu essa redução, causando ainda um maior aumento em comparação ao controle (Figura 7).

Controle Castrada Castrada + E

0 10 20 30 40

*

p e s o ( g )

Figura 5 – Ganho de peso corporal (Δ peso = peso final – peso inicial) nos grupos de fêmeas controle (n=6), castrada (n=9) e castrada tratada com cipionato de estradiol (E) (n=8). * p < 0,05 comparado ao grupo controle.

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Controle Castrada Castrada + E 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 g o rd u ra ( g /1 0 0 g )

Figura 6 – Peso da gordura retroperitoneal (g/100g de animal) nos grupos de fêmeas controle (n=6), castrada (n=9) e castrada tratada com cipionato de estradiol (E) (n=8).

Controle Castrada Castrada + E

0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25

*

#

*

*

# c o rn o s u te ri n o s ( g /1 0 0 g )

Figura 7 – Peso dos cornos uterinos (g/100g de animal) nos grupos de fêmeas controle (n=6), castrada (n=9) e castrada tratada com cipionato de estradiol (E) (n=8). * p < 0,05 comparado ao grupo controle. # p < 0,05 comparado ao grupo castrado.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo demonstrou que a redução dos hormônios sexuais, após a cirurgia de castração, ocasionou algumas alterações no peso e na gordura retroperitoneal dos animais, evidenciando o papel destes hormônios no metabolismo

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corporal geral. Nos machos, a castração promoveu redução do ganho de peso corporal e o tratamento com testosterona atenuou essa redução, mostrando um importante efeito anabólico proteico da testosterona. Apesar disso, a gordura retroperitoneal foi maior nos animais castrados e o tratamento com testosterona reduziu esse acúmulo de gordura, evidenciando o efeito lipolítico da testosterona. Já nas fêmeas a castração promoveu aumento do ganho de peso corporal e o tratamento com estradiol preveniu esse aumento, mostrando o importante efeito lipolítico geral do estradiol. No entanto, a gordura retroperitoneal foi reduzida tanto no grupo castrado, como no castrado tratado, sendo este resultado um provável efeito da cirurgia, ou mesmo devido às ações antagônicas, lipogênica local e lipolítica geral, do estradiol.

Além disso, a redução dos hormônios sexuais promoveu uma diminuição das estruturas da genitália interna dos animais, ou seja, redução da próstata e das glândulas seminíferas nos machos, e redução dos cornos uterinos nas fêmeas. A reposição hormonal atenuou ou mesmo preveniu esses efeitos, demonstrado o importante papel destes hormônios (testosterona e estrógeno) na manutenção da integridade morfológica e funcional destas estruturas.

Portanto, com esses resultados foi possível demonstrar na prática aos alunos do curso de Medicina o importante papel destes hormônios (testosterona e estrógeno) no metabolismo corporal geral e na manutenção da integridade das estruturas da genitália interna dos animais. Além disso, pudemos também discutir esses efeitos com os alunos, correlacionando com situações clínicas de pacientes que tiveram redução da produção dos hormônios sexuais e/ou terapia de reposição hormonal.

8. FONTES CONSULTADAS

AIRES, M.M. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

CONTI, F.F. et.al. Influência dos hormônios sexuais no consumo de oxigênio de ratos. Revista Brasileira Medicina do Esporte, São Paulo, v.20, p.421-423, 2014.

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. São Paulo: Elsevier, 2011.

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VASCONCELLOS, L.S. et al. A. Influência da ooforectomia na variação ponderam em ratas jovens e adultas. Arquivo brasileiro endocrinologia metabolismo, Minas Gerais, v.48, p.299-304, 2004.

VELOSO, M.D.F. et al. Repercussões morfológicas, metabólicas e funcionais após orquiectomia em ratos. Einstein, São Paulo, v.7, p.133-136, 2009.

Referências

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