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Avaliação do conforto acústico em uma unidade habitacional de interesse social no município de Ijuí/RS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

LETÍCIA BAIER DOS SANTOS HEDLUND

AVALIAÇÃO DO CONFORTO ACÚSTICO EM UMA UNIDADE

HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL NO MUNICÍPIO DE

IJUÍ/RS

Ijuí 2020

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LETÍCIA BAIER DOS SANTOS HEDLUND

AVALIAÇÃO DO CONFORTO ACÚSTICO EM UMA UNIDADE

HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL NO MUNICÍPIO DE

IJUÍ/RS

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC apresentado ao curso de Engenharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ como um dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof. Ma. Tenile Rieger Piovesan

Ijuí /RS 2020

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LETÍCIA BAIER DOS SANTOS HEDLUND

AVALIAÇÃO DO CONFORTO ACÚSTICO EM UMA UNIDADE

HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL NO MUNICÍPIO DE

IJUÍ/RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 16 de Julho de 2020.

Profª. Tenile Rieger Piovesan Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientadora Profª. Lia Giovana Sala Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA Prof ª. Cristina Eliza Pozzobon Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Profª. Tenile Rieger Piovesan Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientadora

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois é dEle que provêm a minha força. Dedico ainda ao meu esposo Guilherme, aos meus Pais, irmã e aos meus sogros. A vitória não é minha, é nossa!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço incondicionalmente a Deus, pela orientação em tempos difíceis, por carregar-me no colo quando não tinha mais forças de caminhar e pela coragem que me destes de superar cada dia novos desafios. Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nEle confiarei. Toda glória e honra somente a Ti, meu bom amigo.

Agradeço a meu amado esposo Guilherme, pelo companheirismo, compreensão e paciência demonstrada durante o período do projeto e por sempre estar ao meu lado durante o meu percurso acadêmico. Obrigada por me incentivar a buscar sempre os meus sonhos, que hoje são nossos sonhos, muito obrigada. Você foi um presente de Deus a minha vida.

Aos meus pais, Luís Henrique e Carin, pela vida, por serem minhas bases, pelo apoio sempre dado, por serem meus exemplos de vida, pelo investimento e pelo incentivo que desde criança recebi. A minha irmã Bianca, sogro Luiz Carlos e sogra Elizabeth por estarem ao meu lado me apoiando e investindo em minha formação. A vocês, obrigada por sonharem comigo. Vocês são as minhas riquezas aqui na terra.

Agradeço a minha brilhante orientadora e amiga Professora Mestra Tenile Rieger Piovesan, por sua incansável dedicação e disponibilidade, pelas orações e ajuda que me destes desde o início desse trabalho de conclusão de curso, para que tudo sucedesse conforme planejamos. Sempre serei grata! Agradeço também, a todos os professores que fizeram parte dessa trajetória incentivando a busca pelo aprendizado.

À sindica do condomínio analisado neste estudo, Senhora Maria de Fátima, pela disponibilidade em me acompanhar, sempre que necessário para elaboração deste trabalho. Também à Prefeitura Municipal de Ijuí, especialmente ao Secretário Adjunto da Secretaria de Habitação Senhor Nestor, pela contribuição indispensável neste trabalho e por toda atenção prestada. Aos colegas de graduação pela colaboração nas atividades conjuntas, em especial a minha amiga de infância e colega de graduação Daniela Chrysosthemos. Enfim, a todos que de uma forma ou outra contribuíram para a conclusão deste trabalho, meu muito obrigada.

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“Seja um administrador do seu tempo, ganhe dele a sua herança, viva nele os seus projetos e realize com Ele os seus sonhos, só não esqueça de incluir como recompensa, aqueles que você ama e os que amam você. Faça seu tempo valer a pena.” Pastor Marquinhos Menezes

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RESUMO

HEDLUND, Letícia Baier dos Santos. Avaliação do conforto acústico em uma unidade habitacional de interesse social no município de Ijuí/RS. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2020.

Devido ao rápido crescimento das cidades, o índice de déficit habitacional no Brasil tem se tomado cada vez mais um grande problema social que atinge diversas pessoas em todo o País. Com a finalidade de minimizar esse déficit habitacional, os programas do governo federal direcionados à habitação de interesse social têm o propósito de melhorar as condições habitacionais das populações de baixa renda, porém com o curto prazo para execução e a busca por diminuir custo da construção, essas habitações não oferecem condições satisfatórias de habitabilidade, sendo que essas condições são identificadas por todos os sentidos humanos, seja pela luz, pelo ar e pelo som. Porém, alguns são identificados pelos usuários somente após a execução da edificação como o conforto acústico. O conforto acústico em edificações residenciais é uma preocupação que está constantemente presente no cotidiano dos usuários, pois estes visam poder usufruir de suas residências, livres de poluição sonora e simultaneamente com sua privacidade preservada. À vista disso, o objetivo deste presente trabalho de conclusão de curso foi avaliar o conforto acústico em uma unidade habitacional de interesse social no município de Ijuí/RS. Para isso, foram aplicados questionários com os moradores da unidade em estudo, a fim de avaliar de que forma o ruído interfere no cotidiano das pessoas, além dos pontos aonde ele é mais desfavorável e mediante as respostas, também, foi realizada medição do nível de pressão sonora in loco com a finalidade de confirmar o questionário, manuseando o equipamento sonômetro Fusion SLM. Tais medições foram verificadas no ambiente externo a edificação, o qual seguiram as especificações da NBR 10151 (ABNT, 2019), e em ambientes internos, as quais foram avaliadas conforme requisitos expostos pela NBR 10152 (ABNT, 2017), a qual visa avaliar ambientes internos. Após a finalização do questionário e da medição do nível, os valores adquiridos foram comparados através de gráficos e análise de resultado, onde constatou-se inúmeros problemas no nível de ruído externo e interno a edificação.

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ABSTRACT

HEDLUND, Letícia Baier dos Santos. Evaluation of acoustic comfort in a housing unit of social interest in the municipality of Ijuí. Completion of course work. Civil Engineering Course, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2020.

Due to the growth of cities, the housing index in Brazil has become a major social problem that affects several people across the country. In order to minimize this housing deficit, federal government programs aimed at social housing are intended to improve housing conditions for low-income populations, although, with a short term for execution and the search to reduce construction costs, these houses do not offer satisfactory conditions of habitability, and these conditions are identified by all senses human beings, either by light, air, and sound. However, some are identified by users only after the building has been completed as acoustic comfort. Acoustic comfort in residential buildings is a concern constantly present in the daily lives of users, as they aim to be able to enjoy their homes, free of noise pollution, and simultaneously with their privacy preserved. Thus, the objective of this present final term paper the acoustic comfort in a housing unit of social interest in the city of Ijuí/RS. For this purpose, questionnaires were applied for the residents of the community under study, in order to assess to how noise interferes in people’s daily lives, in addition to the items are most unfavorable and, through the responses, to measure the sound pressure level in loco in order to confirm questionnaire, handling the Fusion SLM sound level meter equipment. Such measurements were verified in the external environment of the building, which followed the specifications of NBR 10151 (ABNT, 2019), and in indoor environments, which were evaluated according to requirements set out by NBR 10152 (ABNT, 2017), that one aims to evaluate indoor environments. After completing the questionnaire and measuring the level, the acquired values were compared using graphs and analysis of results.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Vila Operária da Gamboa, 1933 – Rio de Janeiro ... 22

Figura 2 - Principais Programas Habitacionais ... 23

Figura 3 - Déficit Habitacional do Município de Ijuí ... 26

Figura 4 - Parâmetros Operativos Do Ambiente Físico ... 28

Figura 5 - Gráfico Representando a frequência ... 30

Figura 6 - Propagação de ruído de Impacto ... 32

Figura 7 - Propagação de ruído aéreo através da parede ... 33

Figura 8 - Propagação de ruído aéreo através do piso ... 33

Figura 9 - Diagramação da pesquisa... 38

Figura 10 - Delineamento do estudo... 39

Figura 11 - Localização do Município de Ijuí ... 40

Figura 12 - Condomínio Residencial ... 41

Figura 13 - Disposição dos prédios no Condomínio ... 41

Figura 14 - Construção do condomínio em estudo ... 42

Figura 15 - Área Externa Condomínio Residencial Parque da Pedreira ... 42

Figura 16 - Área interna Condomínio Residencial Parque da Pedreira ... 43

Figura 17 - Sonômetro Fusion SLM da marca 01dB ACOEM Group ... 45

Figura 18 - Medidor meteorológico/ambiental Kestrel 5 séries 5500 ... 46

Figura 19 - Correta forma de manuseio do medidor meteorológico/ambiental ... 47

Figura 20 - Uso da trena para medir as distâncias ... 47

Figura 21 - Verificação das condições ambientais ... 48

Figura 22 - Pontos de Medição Externo a edificação ... 48

Figura 23 - Pontos de Medição Interna a edificação no pavimento térreo ... 49

Figura 24 - Pontos de Medição Interna a edificação no pavimento Superior... 49

Figura 25 - Retirado o protetor de plástico do microfone ... 50

Figura 26 - Resposta ao questionamento 1: O Sr. (a) já ouviu conversa dos Vizinhos? ... 54

Figura 27 - Resposta ao questionamento 2: O Sr. (a) já precisou aumentar o tom de voz uma determinada conversa? ... 54

Figura 28 - Resposta ao questionamento 3: O Sr. (a) já ouviu barulho de equipamento hidrossanitários (encanamentos) vindo de outro apartamento? ... 55

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Figura 29 - Resposta ao questionamento 4: O Sr. (a) escuta com frequência barulho

vindo do andar de cima? ... 56

Figura 30 - Resposta ao questionamento 5: O Sr. (a) costuma reclamar que o barulho interfere seu cotidiano? ... 56

Figura 31 - Resposta ao questionamento 6: Os vizinhos costumam reclamar que o barulho interfere seu cotidiano? ... 57

Figura 32 - Resposta ao questionamento 7: Local onde mais se escuta barulho externo? ... 58

Figura 33 - Resposta ao questionamento 8: Em termo de barulho, você gostaria que seu lar: ... 58

Figura 34 - Verificação das condições ambientais ... 60

Figura 35 - Medição de NPS no turno da tarde – P1 – Pavimento Térreo ... 61

Figura 36 - Medição de NPS no turno da tarde – P2 – Pavimento Térreo ... 62

Figura 37 - Medição de NPS no turno da tarde – P3– Pavimento Térreo ... 63

Figura 38 - Medição de NPS no turno da tarde – P4 – Pavimento Térreo ... 63

Figura 39 - Medição de NPS no turno da noite – P1 – Pavimento Térreo ... 64

Figura 40 - Medição de NPS no turno da noite – P2 – Pavimento Térreo ... 65

Figura 41 - Medição de NPS no turno da tarde – P1 – Pavimento Superior ... 66

Figura 42 - Medição de NPS no turno da tarde – P2 – Pavimento Superior ... 66

Figura 43 - Medição de NPS no turno da tarde – P3 – Pavimento Superior ... 67

Figura 44 - Medição de NPS no turno da tarde – P5 – Pavimento Superior ... 68

Figura 45 - Medição de NPS no turno da tarde – P6 – Pavimento Superior ... 69

Figura 46 - Medição de NPS no turno da tarde – P7 – Pavimento Superior ... 70

Figura 47 - Medição de NPS no turno da tarde – P1 – Ambiente Externo ... 71

Figura 48 - Medição de NPS no turno da tarde – P2 – Ambiente externo ... 72

Figura 49 - Medição de NPS no turno da tarde – P3 – Ambiente Externo ... 72

Figura 50 - Resultados das medições de pressão sonora em ambiente interno habitado ... 74

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição da População Brasileira de 1940 a 1991 ... 22 Tabela 2 - Limites de níveis de pressão sonora em função dos tipos de áreas habitadas e do período ... 35 Tabela 3 - Valores de referência para ambientes internos de uma edificação de acordo com suas finalidades de uso ... 36

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas BNH Banco Nacional da Habitação

dB Unidade de medida de nível de pressão sonora dB (A) Decibel com filtro ponderador em A

FNHIS Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social HIS Habitação de Interesse Social

Hz Hertz - Unidade de medida de frequência IBGE

IEC

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Comissão Eletrotécnica Internacional

kHz Quilo-Hertz – Unidade de medida de frequência LAeq Nível de Pressão Sonora equivalente ponderada em A

LASmáx Nível máximo de pressão sonora ponderada em A e ponderada em S Lp Nível de Pressão Sonora

NBR Norma Técnica

NC Curva de avaliação do ruído NPS Nível de Pressão Sonora

PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida

RS Rio Grande do Sul

SNHIS Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social ºC Grau Celsius – Unidade de temperatura

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 PROBLEMA ... 18 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ... 18 1.2.1 Objetivo Geral ... 18 1.2.2 Objetivos Específicos ... 18 1.2.3 Delimitação ... 19 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 20 2.1 HABITAÇÃO ... 20

2.2 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 20

2.3 HISTÓRICO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 21

2.4 PROGRAMAS HABITACIONAIS ... 23

2.4.1 Fundação da Casa Popular - FCP ... 24

2.4.2 Banco Nacional de Habitação - BNH ... 24

2.4.3 Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV ... 24

2.5 BREVE HISTÓRICO DA HIS EM IJUÍ ... 25

2.6 CONFORTO AMBIENTAL NAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL ... 26

2.7 CONFORTO ACÚSTICO ... 28

2.8 SOM ... 28

2.8.1 Elementos da Onda Sonora ... 29

2.8.2 Frequência e Amplitude ... 29 2.8.3 Pressão Sonora ... 30 2.9 RUÍDO ... 30 2.9.1 Ruído de Impacto ... 31 2.9.2 Ruído Aéreo ... 32 2.10 NORMATIZAÇÕES ... 34

2.10.1 NBR 10151:2019 - Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas - Aplicação de uso geral ... 34

2.10.2 NBR 10.152:2017 - Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações ... 35 3 MÉTODO DE PESQUISA ... 37 3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM ... 37 3.2 LOCAL DO ESTUDO ... 39 3.2.1 Condomínio em estudo ... 40 3.3 LEVANTAMENTO DE DADOS ... 43

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3.3.1 Avaliação Subjetiva ... 43

3.3.2 Medição do Nível de Pressão Sonora ... 43

3.4 MATERIAIS E MÉTODOs ... 44

3.4.1 Avaliação subjetiva ... 44

3.4.2 Medição de nível de pressão sonora ... 44

3.4.2.1 Medições acústicas em ambientes internos ... 51

3.4.2.2 Medições acústicas em ambientes externos ... 52

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS... 53

4.1 AVALIAÇÃO SUBJETIVA ... 53

4.1.1 Resultado da aplicação dos questionários ... 53

4.2 MEDIÇÃO DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA ... 59

4.2.1 Apresentação dos resultados das medições de nível de pressão sonora em ambiente interno ... 60

4.2.2 Apresentação dos resultados das medições de nível de pressão sonora em ambiente externo ... 70

4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS DA MEDIÇÃO DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA ... 73

4.3.1 Análise dos resultados em ambiente interno ... 73

4.3.2 Análise dos resultados em ambiente externo ... 75

5 CONCLUSÃO ... 77

REFERÊNCIAS ... 80

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO A SER APLICADOS AOS USUÁRIOS DO RESIDENCIAL ... 83

ANEXO A – PLANTA BAIXA TÉCNICA PAVIMENTO TÉRREO ... 85

ANEXO B – PLANTA BAIXA TÉCNICA PAVIMENTO TIPO ... 86

ANEXO C – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO FUSION SLM P.1 ... 87

ANEXO D – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO FUSION SLM P.2 ... 88

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1 INTRODUÇÃO

Na metade da década de 60, houve uma grande expansão urbana, esse avanço desproporcional causado pelo êxodo rural culminou na expansão das cidades em direção à periferia, instalando-se a partir daí o processo de favelização, no qual se originou relevantes questões de problemas urbanos.

De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil do ano de 1988 prescrito no art. 6º a moradia é um direito social do cidadão.

O acesso à moradia é visto como condição para a promoção das liberdades dos indivíduos e, para o bom desenvolvimento econômico do país. Por esta razão, foram implantados os programas habitacionais, visando facilitar à produção e aquisição de novas moradias (D’AMICO, 2011).

De acordo com Ferreira (2015) atualmente os programas do governo federal direcionados a habitação de interesse social tem propósito de melhorar as condições habitacionais das populações de baixa renda e minimizar o déficit habitacional no Brasil, porém, na prática, ainda necessitam de mais melhorias, uma vez que tais programas são insuficientes, e ao final, trazem prejuízos à população carente ( FERREIRA, 2015).

Jacques (2008) faz uma análise técnica dos programas identificando inúmeros problemas como uma virtude de falhas técnicas, baixa qualidade arquitetônica, construtiva e também a ausência de enfrentamento de problemas de localização, ausência dos índices construtivos do Plano Diretor, perda do controle social sobre a sua implementação e desigualdades na distribuição dos recursos como fruto do modelo institucional adotado (JACQUES, 2008).

Sendo assim, voltando à atenção para as questões técnicas dos programas, deve-se analisar não só nos projetos a serem executados, mas também nas edificações existentes acerca das aplicações das Normas para a as habitações.

O desempenho das edificações nos países desenvolvidos está, desde a década de 60, associado ao comportamento em uso nas edificações. O edifício é um produto que deve

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_____________________________________________________________________________________________ apresentar determinadas características que o capacitem a cumprir exigências técnicas e funções para os quais foi projetado. No Brasil, desde a década de 70, as edificações habitacionais geram preocupação acerca do desempenho e a partir de então, foram feitos vários estudos, revisões, discussões e inclusive normas a serem seguidas a fim de que se obtenha certo padrão de desempenho. Portanto, as normas estabelecem exigências quanto à segurança, habitabilidade, sustentabilidade e desempenho em habitações residenciais. Um desses critérios é de desempenho acústico das edificações (BORGES, 2008).

Com o desafio na rapidez no prazo da conclusão das obras na construção civil, além da busca incansável pelo menor custo na execução, o desempenho acústico vem sendo desvalorizado (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014)

Silva (2014, p. 40) descreve que “a importância da acústica nas edificações reflete-se no desempenho destas em nível de sua capacidade de proporcionar, no interior das habitações, um ambiente protegido de ruídos para os seus ocupantes.”

Crescentemente, a população procura por uma boa qualidade de vida, moradias com amplos espaços de lazer, uma boa vizinhança, e além de uma excelente localização. Porém, após a busca por todo esse lazer, localização e comodidade, em maior parte, acabam esquecendo-se do conforto acústico, aonde ele só é lembrado depois que as pessoas começam a escutar as conversas e os ruídos dos vizinhos, prejudicando a suas condições de saúde e bem-estar (DA SILVA, 2018). Com o crescente aumento populacional, a ocupação e o uso indevido e sem planejamento dos espaços urbanos, a qualidade de vida nas grandes e pequenas cidades têm sido comprometida pela poluição sonora. O conforto acústico está diretamente relacionado a uma boa qualidade de vida, além de bem-estar seja no trabalho, no momento de descanso ou em horas de lazer com a família e amigos. Todavia, a população não dá o foco que ele merece, mas a falta do conforto acústico causa incômodo e logo gera preocupações e reclamações, seja da vizinhança ou até mesmo, dos ruídos oriundos da rua como carros, motos e buzinas (DA SILVA, 2018).

Segundo Da Silva (2018, p.20) “o conceito de conforto acústico pode ser definido pelo controle total do barulho excessivo e também por atividades que não geram desconforto acústico aos vizinhos.” O autor comenta que o ruído em excesso pode causar perturbações entre vizinhos,

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______________________________________________________________________________

além de deixar os moradores muitas vezes envergonhados dentro do seu próprio apartamento, pois, sabendo que sua a vida está sendo exposta em outro ambiente (DA SILVA, 2018).

Segundo Bistafa (2011), na antiguidade os romanos já se preocupavam com os ruídos, pois desde o tempo que surgiram as cidades o ruído já perturbava as pessoas. Atualmente, essa poluição é gerada, principalmente, pelos altos níveis de ruídos de trânsito, de aviões, de construções, entre outros. O autor enfatiza que o ruído impacta econômica e financeiramente a vida das pessoas e de organizações, e ainda é apontado como uma das principais preocupações relativas à qualidade de vida humana, pois reflete 24 horas por dia, representado como o agente causador de maior número de reclamações de desconforto ambiental. Porém, não sendo associado diretamente como ameaça à vida como os demais agentes, acaba ficando no fim da lista das prioridades ambientais.

Bistafa (2011) ainda salienta que por mais que não diz respeito diretamente como ameaça à vida, a exposição excessiva ao ruído pode comprometer a perda da audição, aumento da pressão arterial, além de outros órgãos e funções do organismo, além de efeitos psicológicos, por exemplo, causar perturbações no sono, stress, tensão, falta de concentração, irritação. Além disso, Bistafa (2011) comenta que o ruído tem influência até no momento de escolher um material, por exemplo, para construção civil, por se tratar de um material com um bom isolamento acústico.

No tocante ao ruído, Carmo (1999) enfatiza tal como o “inimigo invisível” que ao invadir residências, locais de trabalho, de lazer e turismo, hospitais e escolas, pode prejudicar as relações sociais, a comunicação, o comportamento, o rendimento escolar e a saúde da população. Sendo assim, o autor comenta que a contaminação acústica está cada vez mais presente no cotidiano dos indivíduos.

Algumas normas regulamentam os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes de diversos tipos. Sendo elas a NBR 10152 (ABNT, 2017) a qual estabelece níveis de ruído para conforto acústico no ambiente interno das edificações e a NBR 10151 (ABNT, 2019) que estabelece níveis de ruído em áreas habitadas no seu ambiente externo, visando o conforto da comunidade. Para edificações, o nível aceitável está entre 35 e 45 dB para conforto acústico em dormitórios e sala de estar, e para ambientes externos o nível aceitável está entre 45 e 50 dB. Vale lembrar, que ruídos acima de 85 dB podem ser nocivos à saúde, podendo causar

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_____________________________________________________________________________________________ danos à audição, ocasionar efeitos psicológicos, neurológicos, cefaleia e até mesmo insônia. Todavia, ruídos de nível muito baixo podem induzir as pessoas a condições de inatividade e sonolência, como a câmara anecoica, onde é possível ouvir os órgãos humanos e as batidas do coração (DA SILVA, 2018).

O município de Ijuí/RS possui inúmeros condomínios de habitações de interesse social. A partir disso, surgiu a preocupação de verificar uma dessas habitações de interesse social, construída no ano de 2013, e averiguar se atende os requisitos mínimos de conforto acústico estipulado pelas normas regulamentadoras, desta forma, verificando se é um ambiente confortável aos moradores do mesmo.

1.1 PROBLEMA

As unidades habitacionais de interesse do social do município de Ijuí atendem os requisitos mínimos de conforto acústico estipulado pelas normas NBR 10151 (ABNT, 2019) e NBR 10152 (ABNT, 2017)?

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA 1.2.1 Objetivo Geral

Avaliar o conforto acústico de uma unidade habitacional de interesse social no município de Ijuí – RS.

1.2.2 Objetivos Específicos

▪ Revisar a bibliografia em Habitação de Interesse social, a respeito do histórico e programas relacionados à habitação de interesse social;

▪ Revisar a bibliografia em Ruído, Som e Vibrações Sonoras;

▪ Avaliar o conforto acústico, por meio de medições e a partir dos resultados obtidos, verificar se estão de acordo com o que determina a norma NBR 10151 (ABNT, 2019) para ambientes externos e a norma NBR 10152 (ABNT, 2017);

▪ Aplicar questionário aos moradores das unidades habitacionais em estudo;

▪ Medir o nível de pressão sonora das unidades habitacionais em estudo e comparar com as normatizações.

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______________________________________________________________________________

1.2.3 Delimitação

Análise do conforto acústico em uma unidade habitacional: Estudo de caso em uma unidade habitacional de interesse social no município de Ijuí/RS.

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_____________________________________________________________________________________________

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo estão apresentados através de referências bibliográficas e revisões bibliográficas, assuntos referentes ao tema deste trabalho, como: informações sobre a habitação de interesse social, conforto ambiental, e conforto acústico, conceito de som e ruído, além da norma de conforto.

2.1 HABITAÇÃO

Segundo de Ferreira (2015), o termo habitação significa a edificação destinada à moradia. Seja com caráter definitivo ou provisório, nas diversas variações, a moradia pode ser o local habitado de uma pessoa ou de sua família, deste modo podendo ser um hotel, um albergue, um apartamento ou uma casa, e até um campo de refugiados. A principal atividade de uma habitação é a de abrigar seus usuários. Apesar de todo avanço tecnológico, até hoje se mantém essa atividade primordial de abrigar, proteger o ser humano das intempéries e de intrusos (AZEVEDO; ANDRADE, 2011).

Pasternak (2016, p.1) diz que “Quando se fala em habitação, leva-se em conta não só a unidade habitacional, mas também os aspectos de integração dessa unidade na trama urbana, além do grau de atendimento a serviços de infraestrutura e equipamento social”.

2.2 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

A Habitação interesse social é um termo que determina uma solução de moradia para as pessoas menos favorecidas. Ferreira (2015) fala que as habitações são destinadas para os indivíduos com pouca disponibilidade financeira, tendo o objetivo de minimizar os custos de investimentos, os espaços são reduzidos e os projetos são simplificados, não deixando em conta a habitação digna e sustentável (FERREIRA, 2015).

Ferreira (2015) ainda enfatiza que a habitação interesse social está direcionada aos cidadãos que não conquistaram um imóvel e estes, estão em condições inadequadas, muitos em favelas, casas precárias de periferia, morros e cortiços sendo que tais serão contemplados apenas uma única vez. Assim, como um meio de minimizar, organizar a cidade e proporcionar uma

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melhor qualidade de vida, conforto e segurança a esses cidadãos, cabe ao poder público construir loteamentos, apartamentos e residenciais (FERREIRA, 2015).

As habitações de interesse social estão relacionadas com fatores tanto econômicos e sociais, quanto ambientais, sendo garantida pela constituição brasileira como direito da população menos favorecida, combatendo o déficit habitacional (FERREIRA, 2015).

Larcher (2005) destaca que as unidades habitacionais construídas são todas iguais, diferenciadas apenas pelas cores e orientações devido às posições dos lotes. O autor enfatiza, que os beneficiados devem ter renda familiar mensal de até 3 salários mínimos, validando a incapacidade de adquirir a moradia própria de outra forma (LARCHER, 2005).

2.3 HISTÓRICO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Os primeiros receios com habitações de interesse social manifestaram-se ainda no século XIX, quando o crescimento das cidades começou a representar uma ameaça para as condições de saúde da população (VILLAÇA, 2009).

Para Reis (2010) a habitação social surge no país como consequência da demanda de um grande número de habitações, em decorrência do fim do trabalho escravo e das migrações acentuadas do meio rural para as cidades e, fundamentalmente, em função da industrialização acelerada e do próprio crescimento da população brasileira.

Para Villaça (1986) a habitação social começa a tomar forma no país como consequência da demanda de um grande número de habitações. Contudo, o sistema econômico privado, quer sob a forma de mercadoria ou não, não tem o controle de oferecer a todos a moradia. O autor enfatiza então, que a obrigação de oferecer esse direito àqueles que não têm condições econômicas de pagar por uma habitação, passa a ser do Estado.

Segundo Rubin (2014) as primeiras experiências modernas no campo da habitação são casas executadas pelos arquitetos Gregori Warchavchik e Lúcio Costa destinadas à classe média, construídas no início da década de 1920. Estes arquitetos foram os responsáveis por um dos primeiros exemplos de moradia moderna para trabalhadores no país, o conjunto de operários da

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_____________________________________________________________________________________________ Gamboa, conforme é possível observar na Figura 1, essas habitações eram localizadas no Rio de Janeiro, projetadas em 1932.

Figura 1- Vila Operária da Gamboa, 1933 – Rio de Janeiro

Fonte: (RUBIN, 2014, p. 203)

Contudo, Rubin (2014, p. 204) diz que “no período Vargas (1930-1945), o problema passou a ser encarado de outra maneira. O consenso geral era de que a iniciativa privada não era capaz de enfrentar o problema e a intervenção do Estado se fazia necessária.” Logo, criou-se a ideia de que o Estado deveria garantir condições dignas de moradia e para isso, era necessário investir em recursos públicos e fundos sociais.

A partir de então, o Brasil viveu um grande surto de crescimento urbano e industrial (BOTEGA, 2008). Conforme Tabela 1:

Tabela 1 - Distribuição da População Brasileira de 1940 a 1991

(23)

______________________________________________________________________________

Logo, criou-se a ideia de que o Estado deveria garantir condições dignas de moradia e para isso, era necessário investir em fundos sociais e recursos públicos. O Estado tomou iniciativas para enfrentar os problemas habitacionais da população de baixa renda, criando programas habitacionais (RUBIN, 2014).

2.4 PROGRAMAS HABITACIONAIS

A partir dos anos 30, o governo desenvolveu políticas de atendimento habitacional às classes produtivas, em detrimento da população carente e sem renda, que viria a alargar a ocupação de morros e periferias nas grandes cidades. Frente às necessidades de maiores investimentos habitacionais, o governo começou, lentamente, sanar esses problemas com a criação de programas habitacionais (JACQUES, 2008).

Segundo Filho (2006) a participação do Estado na questão habitacional começou a apresentar um maior significado, tanto no aumento das experiências pontuais quanto nos importantes passos rumo à formulação de uma política de intervenção no setor habitacional.

Rubin (2014) destaca que os principais programas habitacionais do País, obedecendo à cronologia, são representados na Figura 2.

Figura 2 - Principais Programas Habitacionais

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_____________________________________________________________________________________________ 2.4.1 Fundação da Casa Popular - FCP

Entre as décadas de 1940 e 1960, o Presidente Gaspar Dutra criou a Fundação da Casa Popular que se propunha a “proporcionar a brasileiros ou estrangeiros com mais de dez anos de residência no país ou com filhos brasileiros, a aquisição ou construção de moradia própria em zona urbana ou rural” (VILLAÇA, 1986).

“A Fundação da Casa Popular foi o primeiro órgão em escala nacional criado com a finalidade de oferecer habitação popular ao povo em geral. Propunha se a financiar não apenas casas, mas também infraestrutura urbana, produção de materiais de construção, estudos e pesquisas etc. Tais finalidades parecem indicar que houve avanços na compreensão de que o problema da habitação não se limita ao edifício casa, mas que houve pouco progresso na compreensão da faceta econômica e financeira da questão (VILLAÇA, 1986, p.25)”.

2.4.2 Banco Nacional de Habitação - BNH

Conforme Rubin (2014) o Banco Nacional da Habitação foi criado pela Lei nº 4.380 de 21 de agosto de 1964 que em sua emenda diz: “Institui a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, o sistema financeiro para aquisição da casa própria cria o Banco Nacional da Habitação (BNH) e Sociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo e dá outras providências”. O Banco Nacional surgiu num momento em que era crucial para o governo, então, ocorreram cinco meses apenas, após o golpe de 64 (RUBIN, 2014).

2.4.3 Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV

No governo Lula em 2009, o então presidente lançou o programa Minha Casa, Minha Vida, cuja intenção era construir um milhão de moradias. O objetivo era criar condições de ampliação do mercado habitacional para atendimento das famílias com renda de até 10 salários mínimos. A intenção do programa era promover o crescimento econômico do país. Todavia, o programa recebeu diversas avaliações negativas devido à sua forma de operação e por estar fora do Sistema/ Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS/ FNHIS), que promove o controle e participação social (RUBIN, 2014).

(25)

______________________________________________________________________________

Já no Governo Dilma, com início em 2011, o Programa que, inicialmente, foi criticado, prosseguiu atuando para a resolução do problema habitacional brasileiro e a meta era atingir 2 milhões de casas e apartamentos até 2014. Segundo dados do Governo Federal, o objetivo do programa era “subsidiar a aquisição da casa própria para famílias com renda até R$ 1.600,00 e facilitar as condições de acesso ao imóvel para famílias com renda até R$ 5 mil”. O programa aconteceu em parceria com Estado, Município, direciona a população de baixa renda a se inscrever no programa e os beneficiários do programa são selecionados pelas prefeituras na Secretaria de Habitação, assim os interessados se cadastravam na sede administrativa de seu município (RUBIN, 2014).

2.5 BREVE HISTÓRICO DA HIS EM IJUÍ

Com o intuito de minimizar os problemas de déficit habitacional e também direcionado à população de baixa renda, o direito de uma moradia digna, desta forma foi criada uma Lei Municipal n° 5.743 a Secretaria Municipal de Habitação, que decreta no seu art. 14º:

Art. 14º - O Poder Público Municipal estimulará a produção de Habitação de Interesse Social (HIS) através do desenvolvimento de programas e projetos de acesso

à moradia

§ 1º Habitação de Interesse Social - HIS é aquela destinada à população com renda familiar mensal limitada a até 3 (três) salários mínimos nacionais, produzida diretamente pelo Poder Público Municipal ou com sua expressa anuência.

§ 2º As condições de seleção dos contemplados para a concessão da HIS se dará mediante processo seletivo a ser proposto pelo Conselho do Plano Diretor Participativo, devendo ser observadas as condições precárias de habitabilidade em que vive o beneficiado, a impessoalidade, a igualdade e a comprovação de residência no município no prazo mínimo de 5 (cinco) anos.

§ 3º São condições precárias de habitabilidade para fins desta Lei: I - as habitações em péssimo estado de conservação; II - as habitações situadas em áreas de risco ambiental, em áreas de preservação permanente e em faixas de domínio público no território municipal.

Firmando um contrato administrativo em 07 de novembro de 2011, com a empresa 3C Arquitetura e Urbanismo Ltda, para elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social,

(26)

_____________________________________________________________________________________________ onde foi possível verificar aonde se localizavam os locais com mais problemas habitacionais do município, conforme Figura 3.

Fonte: Plano local de habitação de Ijuí (2012).

Com todas as conclusões, o Plano Local de Habitação de Interesse Social do município partiu‐se de dois grandes âmbitos de atuação sendo eles a estruturação do sistema municipal e a implementação das políticas habitacionais, esse último visa a construção de moradias, melhoria de casas e terrenos, intervenção integrada assentamentos precários, relocação de populações em áreas de risco, etc.

2.6 CONFORTO AMBIENTAL NAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL

O Conforto Ambiental na visão de Lamberts (1997, p.43) “pode ser entendido como um conjunto de condições ambientais que permitem ao ser humano sentir bem estar térmico, visual, acústico e antropométrico, além de garantir a qualidade do ar e o conforto olfativo”.

De acordo com Sampaio e Chagas (2010) quando as condições ambientais estão relacionadas à umidade relativa, temperatura e movimento do ar, e estas permitem sensação de

(27)

______________________________________________________________________________

bem estar aos seres humanos, denomina-se conforto térmico. Quando se refere à sensação de boa visualização, onde a quantidade de luz existente permite a realização de uma tarefa visual, denomina-se conforto visual. Em um ambiente, quando há inexistência de algo que interfira na capacidade de ouvir o som que se deseja, denomina-se conforto acústico. Além dos confortos supracitados, é importante considerar também o conforto olfativo, que se define pela sensação de bem estar, referente aos odores existentes em um ambiente.

Um projeto na arquitetura que contempla apenas, a forma, dimensões e quantidades de ambientes, não é o suficiente para que os usuários de uma edificação tenham suas necessidades contempladas. Não se pode deixar de levar em conta os requisitos mínimos aceitáveis para os índices de conforto ambiental. As habitações de interesse social devem ter entre seus principais objetivos proporcionar adequados índices de conforto ambiental aos seus usuários (FERREIRA, 2015).

O conforto de uma moradia é percebido por todos os sentidos humanos, seja pela luz, pelo ar e pelo som. Portanto, é possível que o conforto acústico, lumínico e térmico estejam inseridos na arquitetura, devendo fazer parte da elaboração de qualquer projeto, inclusive para aqueles direcionados à habitação de interesse social, nesse caso, o fator custo recebe grande destaque, mas sempre deve amparar as soluções que se baseiam nesses elementos, mas também nos elementos de controle passivo das condições ambientais, sempre observando os índices estabelecidos pela norma no que diz respeito ao conforto ambiental (FERREIRA, 2015).

Os confortos acústicos, lumínicos e térmicos estão cada vez mais direcionados a qualidade de vida do ser humano. Assim, pode-se observar que toda a relação do homem como ambiente físico acontece através de mecanismos sensoriais presentes em seu corpo (FERREIRA, 2015). Em humanos, os principais órgãos do sistema sensorial são: pele, língua, nariz, ouvidos e olhos. Estes órgãos captam estímulos físicos ou químicos e os transformam em impulsos elétricos, que são transmitidos ao sistema nervoso central. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos. A Figura 4 mostra os parâmetros operativos do ambiente físico.

(28)

_____________________________________________________________________________________________ Figura 4 - Parâmetros Operativos Do Ambiente Físico

Fonte: (FERREIRA, 2015, p. 86) 2.7 CONFORTO ACÚSTICO

O conforto acústico na visão de Pedroso (2007) deve fornecer a sensação de bem-estar, tanto em casa quanto no trabalho. O conceito de conforto acústico pode ser definido por minimizar o ruído excessivo e também por atividades que não geram desconforto acústico aos indivíduos. Portanto, um ambiente possui conforto acústico quando sua edificação não impede que o indivíduo que nele está escute bem, não há reverberação, nem interferências e o ruído procedente de outros ambientes não interfere na fonte que se objetiva ouvir.

É necessário ainda analisar o entorno onde será construída a edificação, os possíveis ruídos urbanos e também planejar uma forma de evitar a intensidade destes ruídos na parte interna da edificação (CORBELLA; YANNAS, 2013).

Santos, Seligman e Tochetto (2012) descreve que o limite de decibel (dB), são limitados para de fato preservar a saúde auditiva, isso inclui nos objetivos do conforto acústico.

2.8 SOM

A NBR 12.179 (ABNT, 1992, p.2) cita o som como sendo “toda e qualquer vibração ou onda mecânica que se propaga num meio dotado de forças internas (por exemplo: elástico,

(29)

______________________________________________________________________________

viscoso, etc.), capaz de produzir no homem uma sensação auditiva.

Segundo Bistafa (2011, p.17) “o som é a sensação produzida no sistema auditivo.” Bistafa (2011, p.17) ainda enfatiza que “Sons são vibrações das partículas do ar que se propagam a partir de estruturas vibrantes; mas nem toda estrutura que vibra gera som”, porém toda vibração que se espalha no meio dotada de forças internas (por exemplo: elástico, viscoso, etc.) é capaz de produzir no homem uma sensação auditiva. O autor traz o exemplo das cordas de um instrumento musical que precisam estar presas e as vibrações serem induzidas de forma certa, pois quando colocadas com as mãos em vibração, não gera som (BISTAFA, 2011).

A frequência do som ou as vibrações sonoras estão diretamente relacionados ligados a altura. Já o timbre está relacionado à composição harmônica da onda, permitindo identificar a causa do som e a intensidade do som é simplesmente, a energia com que o som chega ao ouvinte, essa energia não altera a frequência do som, mas está diretamente ligada à amplitude da onda sonora (COSTA, 2003).”

2.8.1 Elementos da Onda Sonora

A onda sonora indica várias qualidades que servem para caracterizá-la completamente, como a altura, o timbre e a intensidade. A frequência do som ou a sequência das vibrações sonoras estão diretamente ligadas a altura do som. Já o timbre está relacionado à composição harmônica da onda, permitindo identificar a causa do som, a sua origem. E a intensidade do som refere-se à amplitude da onda sonora, e é medida através da potência sonora (COSTA, 2003). 2.8.2 Frequência e Amplitude

A frequência de som é o número de oscilações por unidades de tempo e a unidade de medida é o hertz(Hz). A Figura 5 mostra um gráfico representando a frequência, aonde o som aumenta, na medida que o número de ciclos por segundo aumenta. Já a amplitude sonora, refere-se à intensidade sonora, quanto maior for a intensidade sonora, maior a amplitude da onda sonora, e consequentemente maior a energia transmitida ao meio de propagação do som, e simultaneamente, quando menor a intensidade sonora, menor a amplitude da onda sonora e menor a energia transmitida ao meio de propagação do som (COSTA, 2003).

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_____________________________________________________________________________________________

Figura 5 - Gráfico Representando a frequência

Fonte: (CARVALHO, 2006, p.26) 2.8.3 Pressão Sonora

Conforme Bistafa (2011, p.26) a pressão sonora é a medida da energia do som. A pressão sonora é a mais indicada para a avaliação de questões de perturbação e intensidade ocasionadas pelo ruído, pois a pressão sonora pode ser medida com aparelho de medições, o qual permite avaliar a intensidade do som ouvido pelo sistema auditivo humano (BISTAFA, 2011).

O nível de pressão sonora é dado por valores entre duas grandezas, por isso o seu resultado é dado em decibels (dB) (BISTAFA, 2011).

2.9 RUÍDO

Para Bistafa (2011, p.17) “ruído é um som indesejável, em geral de conotação negativa”. Para tentar diminuir o incômodo gerado pelo ruído muito elevado, alguns locais, utilizam um ruído menos impactante para encobrir o ruído indesejável, essa técnica é chamada de mascaramento sonoro (BISTAFA, 2011).

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______________________________________________________________________________

O ruído pode ser um som indesejável dependendo da situação, mas, porém olhando de outras circunstâncias, o ruído pode transmitir informações importantes e eliminado totalmente, pois, pode ser prejudicial à saúde. Deste modo, o objetivo não é a completa eliminação do ruído, pois além de ser um custo elevado, o silêncio total, torna a audição mais sensível, fazendo o individuo ter a capacidade de escutar os órgãos e até mesmo as batidas do coração, por isso é recomendado o controle do ruído e não sua total eliminação (BISTAFA, 2011).

O ruído se propaga em torno do corpo sonoro por impulsos ocasionados ao meio, de acordo com a onda de pressão criada. O ruído é gerado através de vibrações de superfície de sólidos a qual provocam excitações no ar (COSTA, 2003).

O ouvido humano tem a eficiência de perceber de uma forma quase perfeita a frequência, a intensidade e o timbre de um som, sendo a audibilidade com bastantes limitações. Os sons audíveis são entre 16 Hz a 20 Hz, até 20.000 Hz (Hertz), dependendo da circunstância do órgão auditivo (COSTA, 2003).

Com todas as conclusões, o ruído é a combinação de sons ou tons, e esses sons tendo uma intensidade maior, causam sensação sonora indesejável ao ouvido humano. Além de que para alguns individuos são sons agradáveis, e para outros não são, dependendo muito do sistema auditivo (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014). Na sequência são apresentados formas de transmissão sonora em edificações em diferentes tipos de ruídos: ruído de impacto e o ruído aéreo.

2.9.1 Ruído de Impacto

O ruído de impacto constitui-se na movimentação mecânica de superfícies rígidas, sendo transmitido por meio sólido. Bistafa (2011, p.300) enfatiza que o ruído de impacto são sons gerados por pisadas e queda de objetos sobre lajes provocam grande desconforto em prédios de apartamentos, por serem ouvidos claramente pelo vizinho de baixo. A NBR 15575-3 (ABNT, 2013, p. 7) cita que o ruído de impacto é o “som produzido pela percussão sobre um corpo sólido e transmitido através do ar”, esse som é transmitido diretamente no elemento estrutural excitado ou por elementos construtivos que estão em contato direto com ele (vigas, paredes, pilares), portanto as transmissões do ruído de impacto dependem das propriedades das soluções

(32)

_____________________________________________________________________________________________ construtivas, e a forma dos ambientes conforme Figura 6.

Figura 6 - Propagação de ruído de Impacto

Fonte: Autoria própria (2020). 2.9.2 Ruído Aéreo

O ruído aéreo condiz ao som que é originado por excitações diretas do ar, e esses podem ter origem tanto no exterior, tanto no interior da edificação, e podem ter diferentes tipos de fontes, sendo essas: veículos, trem, avião, buzinas de veículos, equipamentos musicais, barulho de pessoas e conversas, entre outros. Após a transmissão desse ruído no ar, ele se transmite a estrutura da edificação (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

Após a transmissão desse ruído, origina-se uma variação de pressão sonora, a qual transmite uma força de vibração a estrutura. Essa vibração é equivalente a sua massa, isto é, para ocorrer uma menor vibração, maior necessitará ser a massa da estrutura, ocasionando um ruído aéreo (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014). Para Souza (2012), a relação da massa no isolamento de ruídos vai depender em que frequência o ruído situa-se.

Conforme Costa (2003) a onda sonora perde energia durante sua propagação, essa perda de energia é mostrada na Figura 7, onde o apresenta o esquema de transmissão de ruído aéreo entre vedação vertical (parede) de isolamento e os ambientes.

(33)

______________________________________________________________________________

Figura 7 - Propagação de ruído aéreo através da parede

Fonte: Autoria própria (2020).

Já na Figura 8 é possível observar o esquema de transmissão de ruído aéreo entre diferentes pavimentos e a vedação horizontal (piso).

Figura 8 - Propagação de ruído aéreo através do piso

(34)

_____________________________________________________________________________________________ 2.10 NORMATIZAÇÕES

O conforto acústico da edificação, tanto em ambiente externos e internos de edificações, está relacionado diretamente ao bem-estar e a saúde da população. Sendo assim, os governos de diversos países têm determinado normas para diminuir a poluição sonora, ocasionado por níveis de ruídos excessivos. É nesse contexto que se insere a ABNT NBR 10151:2019 - Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas - Aplicação de uso geral e a ABNT NBR 10.152:2017 - Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. As normas abrangem medidas como a definição de um limite do nível de pressão acústica, onde esses limites estão relacionados ao local, horário ou duração, podendo ser considerada como de conforto ou aceitável, tendo como propósito não prejudicar o sossego ao individuo em sua residência, ou até mesmo a saúde do trabalhador na empresa a qual ele está inserido (COSTA, 2003).

2.10.1 NBR 10151:2019 - Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas - Aplicação de uso geral

A Norma Brasileira NBR 10151:2019 - Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas - Aplicação de uso geral determina vários procedimentos, dentre eles relacionado o método para medição e avaliação de níveis de pressão sonora nos locais externos e internos às edificações, sendo os externos ás edificações em área destinada à ocupação humana, a cargo da finalidade de uso e os internos ás edificações descendente de transmissão sonora aérea, ou vibração da estrutura, além de seus limites de níveis de pressão sonora. Contudo, para fins de aplicação desta norma, compreende-se por áreas habitadas as áreas destinadas a receber qualquer espaço destinado à moradia, trabalho, estudo, lazer, recreação, ou seja, qualquer tipo de atividade humana.

A NBR 10151:2019 ainda enfatiza que para sua aplicação, o sonômetro (medidor integrador de nível sonoro ou sistema de medição de nível de pressão sonora) deve atender aos critérios da IEC 61672, a qual diz que o sonômetro escolhido para medição deve possuir filtros de 1/3 de oitava. Além de que os filtros de 1/1 de oitava e de 1/3 de oitava devem atender à IEC 61260 (todas as partes), para a classe 1 ou classe 2. Os filtros de 1/1 de oitava devem abranger as bandas

(35)

______________________________________________________________________________

de 63 Hz a 8 kHz e os filtros de 1/3 de oitava devem abranger pelo menos as bandas de 50 Hz a 10 kHz.

A avaliação é realizada pela comparação do LAeq,T (total) medido com a contribuição dos ruídos equivalentes, com os limites de RLAeq em função do uso e ocupação do solo no local da medição. A norma enfatiza que se considera aceitável o resultado do LAeq(específico) quando este for menor ou igual ao estabelecido na Tabela 2, sendo que para áreas externas à edificação o nível de critério de avaliaçãorespeita os limites de horários exigidos pela sociedade em períodos diurnos e noturnos e o período noturno deve iniciar depois das 22 horas e não deve terminar antes das 7 horas.

Tabela 2 - Limites de níveis de pressão sonora em função dos tipos de áreas habitadas e do período

Fonte: Adaptado de NBR 10151 (ABNT, 2019).

2.10.2 NBR 10.152:2017 - Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações

Relacionada a ambientes internos, a Norma Brasileira NBR 10.152:2017 - Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações determina vários métodos, dentre eles o procedimento para avaliação de níveis de pressão sonora e os valores de referência em ambientes internos a edificações, em função da sua finalidade de uso.

Período diurno Período noturno 40 35 50 45 55 50 60 55 65 55 70 60

Area mista com predominância de atividades comerciais e/ou

administrativa

Área mista com predominância de atividades culturais, lazer e turismo Área predominantemente industrial

Tipos de área

RLAeq Limites de níveis de pressão sonora (dB)

Área de residências rurais

Area estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas

Area mista predominantemente residencial

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_____________________________________________________________________________________________ A NBR 10152 (ABNT, 2017) enfatiza os níveis de ruídos internos que propõe o conforto acústico, sendo esses para diferentes finalidades de uso em ambientes internos, conforme mostra a Tabela 3. Os valores de referência estão apresentados para três valores acústicos: LAeq, LASmax e LNC.

Tabela 3 - Valores de referência para ambientes internos de uma edificação de acordo com suas finalidades de uso

Fonte: Adaptado de NBR 10152 (ABNT, 2017).

No tocante aos valores de referência, a NBR 10152 (ABNT, 2017), mostra dois métodos para avaliação sonora de um ambiente interno, são eles o método simplificado, onde é feita a comparação entre equivalente (LAeq) e máxima (LASmax) e o método detalhado onde podendo ter uma tolerância para cada de até 5 dB., se faz uma avaliação deve ser pela comparação de nível de pressão sonora equivalente ponderada em A (LAeq), do nível máximo de pressão sonora (LASmax) e do nível NC (LNC).

Finalidade de uso

Residências RLAeq RLASmax RL NC

Dormitórios 35 40 30

Salas de estar 40 45 35

Salas de cinema em casa 40 45 35

Outros Auditórios grandes (>600 m³) 30 35 25 Auditórios pequenos (≤600m³) 35 40 30 Cozinhas e Lavanderias 50 55 45 Tribunais 40 45 35 Valores de Referência

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3 MÉTODO DE PESQUISA

No presente capítulo estão apresentados a classificação do estudo, local em que o mesmo foi realizado e os materiais, procedimentos e métodos adotados para sua execução.

3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM

A pesquisa é “o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos” (GIL, 2010, p. 2). Quando não há soluções para resolver determinada situação ou quando a informação existente não é compatível ao problema, a pesquisa é exigida para tentar sanar com esse problema (GIL, 2010).

Segundo Gil (2010, p. 2) “a pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos”, ela se desenvolve por um tempo determinado, e precisa passar por diversas fases. Já o método de acordo com Marconi e Lakatos (2011, p.83) “é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.

Conforme Gil (2010) a pesquisa pode ser classificada de diversas formas, mas que é possível conceituá-la de acordo com a área de conhecimento, sua finalidade, seu nível de explicação e, por fim, os métodos adotados.

Conforme Gil (2010) não há regras fixas para elaboração de um projeto de pesquisa, mas precisam ser consideradas algumas etapas necessárias ao desenvolvimento da pesquisa, porém, o autor enfatiza 13 (treze) delineamentos de pesquisa: bibliográfica, documental, experimental, ensaio clínico, estudo caso-controle, estudo de coorte, levantamento de campo, estudo de caso, pesquisa etnográfica, pesquisa fenomenológica, teoria fundamentada nos dados, pesquisa-ação e pesquisa participante, mencionados no diagrama da Figura 9.

(38)

_____________________________________________________________________________________________ Figura 9 - Diagramação da pesquisa

Fonte: Adaptado de GIL (2010) .

É possível constatar que a presente pesquisa classifica-se como aplicada, definida por Gil (2010) à realização de uma pesquisa voltada a resolver problemas de uma determinada situação, além de ser também uma pesquisa exploratória, cujo propósito é “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses” (GIL, 2010, p. 41).

Contudo para Gil (2010, p.43) “para analisar os fatos do ponto de vista empírico, para confrontar a visão teórica com os dados da realidade, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa”, esse modelo recebe o nome de delineamento, que é conceituado com “o planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, que envolve os fundamentos metodológicos, a definição dos objetivos, o ambiente da pesquisa e a determinação das técnicas de coleta e análise de dados” (GIL, 2010, p. 29). É possível classificar a pesquisa segundo seu delineamento (GIL, 2010).

A classificação do delineamento possui três grupos, no primeiro está a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental, já no segundo grupo, estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso, e no terceiro e último grupo, estão a pesquisa-ação e a pesquisa participante (GIL, 2010). Assim sendo, a presente pesquisa enquadra-se em

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______________________________________________________________________________

bibliográfica e estudo de caso.

Conforme Gil (2010, p.44), a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” e o estudo de caso tem a função de “proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados” (GIL, 2010, p. 38). Na Figura 10 é apresentada a classificação final desta pesquisa e a sequência, na qual o trabalho está dividido.

Figura 10 - Delineamento do estudo

Fonte: Autoria própria, 2020. 3.2 LOCAL DO ESTUDO

O estudo foi realizado em um Residencial localizado no município de Ijuí, na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (RS), a 400 km da capital Porto Alegre, e apresenta uma área geográfica de 689,1 km²) De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, a população estimada no ano de 2019 é de 83 475 habitantes, sendo a terceira cidade mais populosa dentre os 216 municípios da região Noroeste/Missões. A Figura 11 mostra a localização do município.

A cidade de Ijuí é uma cidade universitária, e refêrencia na área da saúde, com amplos recursos hospitalares, pois o município possui um dos melhores hospitais do interior do Rio Grande do Sul.

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_____________________________________________________________________________________________ Figura 11 - Localização do Município de Ijuí

Fonte: PREFEITURA DE IJUÍ, 2020. 3.2.1 Condomínio em estudo

O condomínio em que se realizou o presente estudo está localizado na Avenida 21 de Abril, Bairro Thomé de Souza, no município de Ijuí, RS. Anteriormente a sua execução, em meados de 2012, residiam cerca de 104 famílias, a qual em situações precárias e de risco, viviam em área de preservação permanente, muitas em meio a lixos e entulhos, e outras próximas ao lago. Além da localização, problemas como falta de saneamento básico e crescimento da desagregação social, eram comum nesta área (PERSICH, 2016).

Após discussões e reuniões a cerca do local, a prefeitura de Ijuí decidiu então, fazer do local um complexo popular urbano. Tornando o local mais seguro, e fazendo da área um espaço de lazer para Ijuí. Ainda, contou com secretaria de Habitação, que fez no local habitações de interesse social e reorganizou as famílias que residiam nas áreas de risco e áreas de preservação permanente, e construiu nessa área habitações de interesse social. O Condomínio é composto por cinco blocos representados na Figura 12. Cada bloco contém 16 apartamentos, sendo 4 pavimentos por andar. Os apartamentos possuem uma área de 49,34 m² (quarenta e nove metros quadrados com trinta e quatro centímetros quadrados) organizados em dois quartos, sala, cozinha, área de serviço e banheiro, conforme planta baixa técnica demonstrada no Anexo A e B.

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Figura 12 - Condomínio Residencial

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Os blocos escolhidos para a Medição do Nível de Pressão Sonora, foi bloco 3 e o bloco 5, o qual comporta em média 4 pessoas por apartamento, totalizando 64 (oitenta) residentes nesses dois blocos. Observa-se na Figura 13 a disposição dos prédios no Condomínio.

Figura 13 - Disposição dos prédios no Condomínio

Fonte: Autoria Própria, 2020.

No tocante ao sistema estrutural simples e de baixo custo, o condomínio conta com método construtivo paredes de concreto, o qual é muito utilizado em projetos de casas populares que envolve um grande número de unidades e um curto prazo para execução, primeiro sendo feito toda parte da armação estrutural incluindo as instalações elétricas e boa parte da hidraúlica, após as formas são montadas manualmente e o concreto é despejado nos vãos das formas, preenchendo todos os espaços vazios. A cobertura de telhas cerâmicas é apoiada em estrutura de madeira. A Figura 14 mostra o condomínio em fase de execução.

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_____________________________________________________________________________________________ Figura 14 - Construção do condomínio em estudo

Fonte: Prefeitura Municipal de Ijuí, 2012

As paredes de concreto facilitam no prazo da execução, pois possuem uma alta produtividade. Porém as desvantagens desse método está no alto custo com relação às formas, pois em grande maioria, não são reutilizáveis e além do baixo desempenho térmico e acústico. Em relação ao condomínio, as paredes de concreto medem 10 cm de espessura. Outro fator importante acerca do desempenho das edificações são as esquadrias, as janelas em alumínio possuem somente o vidro liso conforme mostra a Figura 15 e as portas internas de madeira semi-oca. Vale ressaltar que não há presença de forro, aonde é mostrado na Figura 16.

Figura 15 - Área Externa Condomínio Residencial Parque da Pedreira

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Figura 16 - Área interna Condomínio Residencial Parque da Pedreira

Fonte: Autoria Própria, 2020. 3.3 LEVANTAMENTO DE DADOS

Diferentes técnicas são adotadas para a coleta de dados, nesta pesquisa aconteceu à aplicação de um questionário, que conforme Gil (2010, p. 102) como “um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado”.

Após, será realizada medições acústicas em pontos planejados, escolhidos através do resultado do questionário aplicado aos moradores, objetivando verificar qual o nível de pressão sonora incidente na habitação de interesse social.

3.3.1 Avaliação Subjetiva

Segundo Gil (2010) para a execução de um questionário é necessário definir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem apontados. Então, coleta aconteceu através de uma avaliação subjetiva, que tem como objetivo aplicar questionário sobre questões acústicas do condomínio, a fim de avaliar de que forma o ruído interfere no cotidiano das pessoas, além dos pontos aonde ele é mais desfavorável.

3.3.2 Medição do Nível de Pressão Sonora

Referências

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