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O histórico da escola municipal Duque de Caxias e os métodos de ensino na disciplina de história

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O HISTÓRICO DA ESCOLA MUNICIPAL DUQUE DE CAXIAS E OS MÉTODOS DE ENSINO NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA.

CLAUDIANE SEGEUKA

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CLAUDIANE SEGEUKA

O HISTÓRICO DA ESCOLA MUNICIPAL DUQUE DE CAXIAS E OS MÉTODOS DE ENSINO NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em História da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciado em História.

Professor orientador: Ivo Canabarro

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso defendido e aprovado em ____ / ___ / ____ pela banca examinadora.

O HISTÓRICO DA ESCOLA MUNICIPAL DUQUE DE CAXIAS E OS MÉTODOS DE ENSINO NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA.

_________________________________________________________ Prof. M. __________________________________________________________ Prof. M. ___________________________________________________________ Prof. M.

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A educação possui como marco a transformação do indivíduo, pois amplia saberes, constrói a cidadania e fundamenta costumes e culturas, preparando o indivíduo para ser um cidadão consciente, pois as ações pedagógicas contribuem para a formação ética e política da sociedade. Através de uma pesquisa bibliográfica e documental, o presente artigo tem como principal objetivo apresentar o histórico da Escola Municipal Duque de Caxias de Gravataí-RS e seus métodos de ensino na disciplina de História, caracterizando a importância da metodologia de ensino através do professor frente aos processos e métodos de ensinoapredizagem, descrevendo sobre a relevância da criatividade do professor à qualidade do ensino nessa matéria. Entre os principais resultados encontrados, destaca-se a importância da inovação das ações pedagógicas, que desempenham uma função social, transformadora e emancipadora, possibilitando a interação entre as diversidades e contribuindo com o crescimento mútuo dos alunos e a valorização das diferenças.

Palavras-chave: Escola Municipal Duque de Caxias. Métodos de ensino. História.

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Education has as a landmark the transformation of the individual, as it increases knowledge, builds citizenship and based customs and cultures, preparing the individual to be a conscious citizen, for pedagogical actions contribute to the ethical and political formation of society. Through a bibliographic and documentary research, this article aims to present the history of the School of Duque de Caxias Gravataí-RS and its teaching methods in the discipline of history, featuring the importance of teaching methodology through teacher facing the processes and methods of teachinglearning programs, describing the relevance of the teacher's creativity to the quality of education in this area. Among the main findings, it highlights the importance of innovation of educational activities, which fulfill a social function, transforming and liberating, enabling the interaction between diversity and contributing to the mutual growth of students and appreciation of differences.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de falha na comunicação... 26

Figura 2 – Demonstração dos entrevistados na pesquisa ... 32

Figura 3 – Unidades de Negócio da Brasil Ltda. ... 35

Figura 4 – SIG – Sistema integrado de gestão... 37

Figura 5 – Logomarca da empresa ... 37

Figura 6 – Crenças e Valores da Ltda. ... 39

Figura 7 – DDS (Diálogo Diário do SIG). ... 42

Figura 8 – Organograma de da Ltda. ... 43

Figura 9 – McService ... 45

Figura 10 – Transformação dos Recursos Humanos ... 49

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 5

1 METODOLOGIA ... 7

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 8

2.1 HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE GRAVATAI-RS ... 8

2.1.1 Desenvolvimento Econômico, Social e Educativo de Gravataí-RS ... 10

2.2 IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL DUQUE DE CAXIAS ... 11

2.2.1 Histórico e Filosofia da Escola ... 12

2.2.2 Contexto da realidade da Escola ... 16

2.2.3 Função da Escola e objetivos do ensino fundamental ... 17

2.2.4 Organização da ação educativa e inclusão ... 18

2.2.5 Gestão da Escola ... 19

2.2.6 Organização dos segmentos e recursos da Escola ... 20

2.2.7 A Escola Municipal Duque de Caxias e a Educação ... 22

2.2.8 Processo de reformulação do Projeto Educativo ... 23

3 VISÃO BREVE E GERAL DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA... 26

3.1 A METODOLOGIA DE ENSINO DA ESCOLA MUNICIPAL DUQUE DE CAXIAS NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA ... 27

3.2 O DOCENTE E A CONSTRUÇÃO DO SABER NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA 29 3.2.1 A interação social em História através dos trabalhos em grupo ... 33

3.2.2 A criatividade do professor de História e a qualidade do ensino ... 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 37

REFERÊNCIAS ... 39

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INTRODUÇÃO

Na educação, é necessário criar textos em diferentes ambientes educacionais e assumir o compromisso de socializá-los, tendo em vista essa ser uma atitude essencial dos educadores, tendo como princípio, contribuir à transformação e melhoria social. Neste contexto, a influência do docente na prática do ensinoapredizagem, tem muito a contribuir à formação das pessoas que constroem a sociedade, fazendo com que o aluno reflita sobre as possibilidades de verdades, incentivando-o a pensar sobre a compreensão do mundo, utilizando seus próprios saberes e experiências e suas reais condições de produção.

Por outro lado também, a grande alteração na instituição escolar está exigindo um repensar de todas as práticas pedagógicas. Muitas pesquisas produzidas na área da educação têm sido desenvolvidas, considerando este contexto e destacando considerações importantes para o processo de desenvolvimento do educando, tendo em vista que a escola, no sentido amplo e geral, precisa desenvolver posturas relacionadas à autonomia e processo reflexivo.

Nesse sentido, os professores necessitam fazer uma tomada de consciência, de tempo em tempo, para repensar a prática docente com o intuito de melhorar, cada vez mais, a relação ensinoapredizagem em sala de aula, fazendo com que o aluno se torne um ser atuante na sociedade.

Através de uma pesquisa documental e bibliográfica, o presente estudo tem como objetivo principal apresentar o histórico da Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias (EMEF Duque de Caxias), localizada em Gravataí, RS e seus métodos de ensino na disciplina de História. Os objetivos específicos resumem-se em: apresentar a criação e evolução da Escola Municipal Duque de Caxias; caracterizar a importância da metodologia de ensino em História; abordar o papel do professor frente aos processos e métodos de ensinoapredizagem; e descrever sobre a relevância da criatividade do professor à qualidade do ensino.

A realização desse trabalho surgiu a partir do desejo de fazer um levantamento histórico da EMEF Duque de Caxias e também pela constatação de que a disciplina de História pode ser um grande estímulo ao aluno e ao professor, tendo em vista que ela pode fazer despertar novas formas de elaboração e visão dentro de uma sociedade em constantes mudanças, buscando conhecimentos e capacidades para se tornarem competentes e atuantes no meio em que vivem. A

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partir disso, acredita-se que a presente pesquisa poderá contribuir às pesquisas já existentes, trazendo informações importantes sobre o assunto de forma clara e objetiva, qualificando assim o processo de ensinar e aprender.

Assim sendo, o próximo item apresenta o desenvolvimento teórico do trabalho, apresentando o histórico e o contexto da escola objeto desse estudo, juntamente com seus planos e projetos na disciplina de História. Em continuação, o estudo aborda fundamentos da relação professor e aluno e metodologias de ensino na prática de História relacionando-os a autores, especialistas no assunto. Por fim e não menos importantes, apresentam-se as considerações finais e referências utilizadas nessa pesquisa.

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1 METODOLOGIA

O presente estudo pode ser classificado, quanto aos fins, como pesquisa exploratória- descritiva. De acordo com Vergara (2009), a pesquisa exploratória tem a função de proporcionar ampla visão sobre o tema selecionado, e a descritiva busca características de determinado assunto, servindo de base para a explicação de tais características.

Quanto às técnicas, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental. Bibliográfica, porque, segundo Vergara (2009), é desenvolvida através de materiais publicados em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, além de apostilas de estudos da própria especialização, entre outros, podendo servir de base para outro tipo de pesquisa e documental porque busca informações a partir de documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos. Ou seja, foram utilizadas referências no acervo de documentos da Escola Municipal Duque de Caxias, como o Projeto Político-Pedagógico, fotografias, atas, documentos informativos e outros, o que constituiu uma técnica relevante nas informações obtidas para o diagnóstico do estudo.

Em síntese, todo o material recolhido será submetido a uma triagem, a partir da qual será possível estabelecer um plano de leitura, com delineamento exploratório-descritivo e abordagem qualitativa, à medida que se apresentam as colocações dos autores, fazendo uma interligação entre as mesmas, correlacionando os dados coletados na pesquisa documental com as teorias estudadas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta etapa do estudo apresenta o seu desenvolvimento teórico, apresentando o histórico e o contexto da escola objeto desse estudo, juntamente com seus planos e projetos na disciplina de História. Em continuação, a pesquisa aborda os conceitos teóricos necessários ao seu referencial, tendo como base fontes bibliográficas de diversos autores que tratam sobre os fundamentos da relação professor e aluno e metodologias de ensino na prática de História em sala de aula.

2.1 HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ

A origem da palavra Gravataí é indígena, a qual quer dizer Rio dos Gravatás, pois nas margens havia uma planta parecida com o abacaxi, chamada gravatá. Gravataí teve denominações anteriores: "Nossa Senhora dos Anjos da Aldeia" e "Nossa Senhora dos Anjos de Gravataí" e foi povoada, no início, por índios guaranis. Por volta de 1755 começou o povoamento por pessoas brancas, os quais instalaram-se em uma região que, tempo depois, se ergueria a vila de Viamão. Como os indígenas estavam em busca de ouro e não encontraram, se deslocaram, então, para a Aldeia dos Anjos de Gravataí, atual cidade de Gravataí. A cidade foi emancipada em 1763, oficialmente instalada em 1809.

As Figuras 1, 2 e 3, a seguir, apresentam a Bandeira do Município, e dois pontos muito conhecidos e belos da cidade.

Figura 1 - Bandeira de Gravataí-RS

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Com a chegada de José Marcelino de Figueiredo, Governador da Província de São Pedro, em 1772, a Aldeia dos Anjos começou a se desenvolver. José Marcelino de Figueiredo urbanizou o aldeamento.

Figura 2 – Igreja da Matriz - Centro de Gravataí

Fonte: Google imagens (2015).

Figura 3 – Colégio Dom Feliciano - Centro de Gravataí

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Gravataí é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul pertencente à microrregião de Porto Alegre, localizando-se ao norte da capital do estado, cerca de 23 km, sendo um dos 32 integrantes da Região Metropolitana de Porto Alegre. Possui uma área de 463,758 km², sendo 121,37 km² em perímetro urbano.

A seguir, a Figura 3 apresenta uma imagem da vista aérea de Gravatai-RS.

Figura 4 – Vista aérea de Gravataí

Fonte: Google imagens (2015).

Em 2010, a população foi contada em 255 762 habitantes, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), classificado como o sexto mais populoso do estado e o terceiro da região metropolitana de Porto Alegre. A temperatura está estimada em uma média anual de 20,1°C e a mata atlântica é a vegetação que predomina no município.

2.1.1 Desenvolvimento Econômico, Social e Educativo de Gravataí-RS

Quanto à economia, a principal fonte de renda de Gravataí atual é o setor industrial, tendo o Complexo Industrial Automotivo de Gravataí da General Motors como importante fonte de lucros, fazendo da cidade um polo da indústria brasileira metal-mecânico. O Produto Interno Bruto (PIB) de Gravataí é o 85º maior de todo o Brasil. De acordo com dados do IGBE (2008), o PIB do município era de R$ 5 352

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575,064 mil. 963 321 mil eram de impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes. O PIB per capita era de R$ 20 105,08 e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de renda era de 0,718.

Além disso, Gravataí possui uma relevante tradição cultural, desde o seu artesanato até o teatro, música e esporte. Um dos principais e o mais tradicional clube de futebol é o Cerâmica Atlético Clube, fundado em abril de 1950. Como eventos anuais possui a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a Festa das Bromélias e a Volta Ciclística Internacional de Gravataí, além de possuir diversos pontos turísticos, como o Museu Municipal Agostinho Martha, cujo acervo conta a história colonial da região do Vale do Rio Gravataí (PREF. MUNICIPAL, 2015).

Em relação à saúde, em 2009, o município possuía 71 estabelecimentos de saúde entre hospitais, prontos-socorros, postos de saúde e serviços odontológicos, sendo 37 deles privados e 34 públicos. Em abril de 2010, havia 2 539 profissionais de saúde. Na cidade existe apenas um hospital geral, sendo este filantrópico. O município pertence à Regional de Saúde CRS 01 Porto Alegre. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da longevidade em Gravataí é de 0,810 (o brasileiro é 0,638), com expectativa de vida de 73,59 anos (IBGE, 2010).

Referente à educação, o município conta com escolas em todas as suas regiões, tanto na zona rural como zona urbana. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e do Ministério da Educação (MEC), em 2009, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) médio entre as escolas públicas de Gravataí era de 4,1, valor próximo ao das escolas municipais e estaduais de todo o Brasil, que é de 4,0%%, nesse mesmo ano, aproximadamente 51 832 matrículas, 2 412 docentes e 192 escolas nas redes públicas e particulares.

2.2 IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL DUQUE DE CAXIAS

Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias Av. Dakar, 280 – Parada 80 - RS 020, Itacolomi - Gravataí/RS. Telefone / Fax: 51 3431.98.56

Entidade Mantenedora: Prefeitura Municipal de Gravataí e Secretaria Municipal de Educação.

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Legislação Relativa ao Estabelecimento: Ato de Criação - Decreto Municipal nº 1335, de 25 de agosto de 1976.

Autorização de Funcionamento: Dec. Mun. nº1570, de 18 de setembro de 1978.

Portaria da Secretaria do Estado de Educação e Cultura nº 03346, de 23 de março de 1988 (D.O.E. de 05/04/88).

Designação: Decreto Municipal nº 3611, de 24 de agosto de 1998.

2.2.1 Histórico e Filosofia da Escola

A Escola Duque de Caxias de Itacolomi, foi fundada em 1956, por iniciativa da Professora Judith Pacheco Paiva Dutra. Em abril de 1967, a escola foi municipalizada, passando a denominar-se Escola Municipal Duque de Caxias. Inicialmente, funcionou na casa da professora Judith e em outros locais da comunidade, conforme se fazia necessário.

Figura 5 – Atestado usado em 1972 pela escola

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Figura 6 – Primeiras imagens registradas da Escola

Fonte: Documentos da Escola (2015).

Em 1978, foi transferida para o atual endereço, sendo construídas duas salas de aula, secretaria, cozinha e banheiros. A professora Judith permaneceu por 34 anos na direção, por vezes, acumulando todas as funções existentes na escola.

Figura 7 – Foto da primeira obra da Escola

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Mais tarde, em 1991, houve a primeira eleição de diretores, passo inicial para descentralização do poder, até então absoluto da mantenedora (SMEC). Leandro Ramos Eufrásio e Verenice dos Santos assumiram a direção na época, como diretores indicados pela comunidade. Em 1993, foram eleitos César Valmor Aguiar e Rosicler Esther Fianco, e em 1996, Rosicler Esther Fianco e Márcia Stumph.

Figura 8 – Primeiros registros de turma.

Fonte: Documentos da Escola (2015)

Figura 9 – Primeiras reuniões entre pais e professores

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Figura 10 – Inauguração da Biblioteca da Escola

Fonte: Documentos da Escola (2015).

Em 2000, a equipe diretiva foi assumida pelo professor César Valmor Aguiar e Cleoni Conceição Pacheco. Em 2003, a nova equipe foi composta pela Diretora Fátima Aguiar e pelas vice-diretoras Ana Paula Braun Aguiar e Nelsiomar Proença Aguirre. Em 2006, a diretora Fátima foi reeleita, sendo seus vices a professora Margarete Maria Ferreira Gomes e o professor Alexandre Aguiar.

Figura 11 – Fachada atual da Escola

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Na década de 90, a escola passou por uma grande transformação e tornou-se urbana, cresceu rapidamente, tornando-se referência política e social no distrito. Os últimos anos marcaram uma grande qualificação no espaço físico da Escola, principalmente com a construção da cobertura da quadra. Atualmente, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias atende cerca de 500 alunos da comunidade.

A Escola Municipal Duque de Caxias tem a grande preocupação em contribuir para a formação e transformação do ser humano, valorizando a vida em todas as suas dimensões. Para isso, fundamenta-se em um trabalho conjunto, onde objetiva oferecer uma prática que possibilita desenvolver um trabalho pautado a partir da busca da aprendizagem significativa, na formação de valores como: respeito às diferenças, honestidade, solidariedade, tolerância, sensibilidade e responsabilidade.

Dessa forma, a Escola procura conduzir o educando a ser um agente aberto, crítico e autocrítico, dinâmico e flexível para a construção de uma sociedade mais humana e mais justa, potencializando sonhos, desejos e conquistas com relação à qualidade de vida, através da educação para todos.

2.2.2 Contexto da realidade da Escola

A Escola está situada no distrito do Itacolomi, Vila Dakar, uma região que, há bem pouco tempo tinha a maioria de seus moradores trabalhando como autônomos, pessoas simples, humildes, ligadas a terra, ou seja, pequenos agricultores envolvidos na produção de hortifrutigranjeiros.

Essa realidade tem mudado ano a ano. Após a implementação do complexo GM, houve um processo de migração de pessoas oriundas de várias localidades, modificando, em grande parte, o perfil da população local. Hoje, a maioria dos alunos da escola é proveniente de famílias cujos pais trabalham em outras localidades. Em geral, as famílias possuem um nível socioeconômico de médio a baixo, com algumas situações de miserabilidade. Consequentemente, as necessidades e valores variam.

Muitas crianças são filhas de pais separados, distanciando-se do convívio familiar tido como padrão. Dessa forma, o envolvimento com a educação dos filhos fica comprometido, cabendo à Escola a grande responsabilidade de tentar

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educá-los. Algumas crianças apresentam comportamento agressivo, baixo rendimento, carência afetiva, indisciplina e falta de compromisso com seu ensinoapredizagem.

2.2.3 Função da Escola e objetivos do ensino fundamental

A função da escola é educativa e transformadora, tendo como prioridade a formação de cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres. Além disso, a Escola deve ministrar conhecimentos básicos nas diversas áreas, privilegiando um clima de respeito às diferenças, oportunizando momentos de socialização, reflexão, construção e reconstrução dos saberes, promovendo a iniciação para o mundo do trabalho, bem como, o resgate de princípios morais e éticos.

Temos como objetivo formar um aluno com autoestima positiva, autônomo em suas ações, consciente de seus direitos e obrigações, superador de limites, sendo capaz de assumir responsabilidades perante a sociedade em que habita, discernindo o certo do errado, primando pela honestidade, na busca da construção de uma melhor qualidade de vida e, também, de uma sociedade mais humana e mais justa.

A Escola busca formar uma sociedade capaz de conviver em harmonia, integrada ao meio ambiente e plena de valores espirituais, tendo a convicção que, assim, certamente, o homem pós-moderno terá condições de “viver” e não apenas de “existir”. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDEBEM, 1996), os objetivos do ensino fundamental estabelecem que:

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Nesse sentido, a Escola Municipal Duque de Caxias acredita que a construção e reconstrução do conhecimento acontecem através da interação do

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sujeito com os demais e com o mundo. Por isso, as atividades devem estimular esta interação, devendo ser criativas. O aluno, a partir da reorganização do seu saber, tem condições de elaborar novos conhecimentos.

Um dos principais fatores que influenciam esse processo é a motivação. O aluno precisa estar motivado a aprender, reconhecendo, como significativo, aquilo que está sendo ensinado e, para isso, o professor deve ser um agente facilitador dessas aprendizagens.

2.2.4 Organização da ação educativa e inclusão

A Escola sempre adotou o regime seriado, sendo este ampliado para nove anos em 2006, seguindo a determinação da Lei Federal de nº 11.274 que instituiu esse sistema de Ensino, possibilitando assim, a matrícula de crianças com seis anos completados até 28 de fevereiro do ano de seu ingresso.

A ação educativa é organizada, dentro do possível, através de projetos interdisciplinares, abordando temas relevantes para a comunidade, contemplando parte dos conteúdos organizados para a série. Os demais são trabalhados pelos professores conforme o seu plano de trabalho.

A metodologia de sala de aula deve apontar para um espaço de criação. Os conteúdos devem ser trabalhados de forma motivadora, possibilitando o desenvolvimento do senso crítico. A Escola deve construir o seu currículo de acordo com a sua função. Este deve ser concebido como um processo dinâmico, aberto e flexível, garantindo o acesso e permanência dos alunos na Instituição.

Referente à inclusão, conforme prevê a legislação, a Escola faz a inclusão do aluno com necessidades especiais na classe regular, implicando no desenvolvimento de ações adaptativas e a flexibilização do currículo, atendendo as necessidades individuais de cada educando. Com relação à educação inclusiva, há uma preocupação muito grande no que se refere às condições que a Escola disponibiliza para, dentro do possível, atender a demanda com a eficiência necessária a cada caso.

De forma geral, os professores da entidade não se sentem preparados para dar conta dessas especificidades, mas todos se dispõem a buscar recursos a fim de dar conta dos possíveis casos de inclusão. Há uma grande preocupação com os

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alunos que não têm deficiências clinicamente constatadas, mas que representam casos de multirrepetência, por inúmeras dificuldades de aprendizagem.

Mesmo utilizando os recursos de acompanhamento (projetos) mantidos pela Escola, há um bom número de alunos com defasagem idade-série. Para dar conta disso, a Escola iniciou a discussão a respeito da possibilidade de criação de uma turma de progressão.

2.2.5 Gestão da Escola

O poder na Escola é descentralizado, diluindo a responsabilidade entre os diversos segmentos. O Conselho Escolar atua buscando a integração entre a Comunidade e a Escola, despertando o comprometimento de todos no processo de participação efetiva na vida escolar dos educandos. A Escola tem como proposta organizar ações com os pais ou responsáveis para que, esses, se comprometam e participem da educação escolar de seus filhos.

A autonomia da Escola é um processo de busca e comprometimento. O Conselho Escolar busca concretizar esta conquista, possibilitando a participação efetiva na elaboração do Projeto Educativo e do Regimento Escolar, respeitando as peculiaridades da comunidade escolar. Para isso, os setores e segmentos que constituem a Escola atuam em conjunto e, ao mesmo tempo, cada um com sua especifidades, para alcançar os objetivos almejados.

A saber:

a) Conselho escolar - o Conselho Escolar é de natureza consultiva, deliberativa e fiscalizadora constituindo-se no órgão máximo da escola. A sua composição, organização e funcionamento estão definidos no estatuto do conselho escolar;

b) Equipe diretiva – entre outras funções, a equipe diretiva é responsável pela organização do cotidiano escolar buscando superar, na prática, a dicotomia entre o administrativo e pedagógico, sendo composta pelo Diretor, Vice(s)-Diretor (es), Supervisor (es) Escolar (es) e Orientador (es) Educacional (is). A eleição para diretor e vice dar-se-á de acordo com a legislação vigente. A equipe diretiva da Escola é composta pelos seguintes membros:

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• Diretora: Fátima Aguiar;

• Vice-diretoras: Adriana Maria P. da Silva e Sônia Mara dos S. Homem; • Supervisão: Ana Paula da Silva Braun; e

• Orientação: Eloiza de Mora Prezemolski.

c) Diretor e Vice (s)-Diretor (es) – têm funções como, participar em conjunto com o Conselho Escolar e com a equipe diretiva das discussões e da elaboração do Projeto Educativo; garantir espaços para planejamento, discussão, reflexão; cumprir e fazer cumprir as disposições legais; responsabilizar-se pela organização e funcionamento da escola perante os órgãos do poder público e a comunidade; promover a participação da comunidade no desenvolvimento das atividades escolares com vistas à integração da escola em seu ambiente, entre outras;

d) Serviço de Orientação Educacional – entre as principais atribuições estão: investigar e analisar a real vivência do aluno, a historia da comunidade, a fim de que os trabalhadores em educação possam melhorar e atender a todos os educandos em seu processo de desenvolvimento global; estimular e promover iniciativas de participação e democratização das relações na escola; promover a mobilização da comunidade escolar com vistas a busca de novos caminhos na educação; contribuir para a construção e socialização do conhecimento e desenvolvimento da cidadania;

e) Serviço de Supervisão Escolar - dentre as atribuições, o serviço de supervisão deve participar da elaboração do Projeto Educativo da Escola; coordenar o planejamento de ensino; atuar em conjunto com o serviço de Orientação Educacional, visando melhoria do ensino na Escola; assessorar o Conselho Escolar, a Direção, Secretaria e professores em assuntos pertinentes à Supervisão Escolar.

2.2.6 Organização dos segmentos e recursos da Escola

São considerados segmentos da escola: pais, educandos, funcionários e professores. Todos os segmentos têm assegurados o direito de organizarem-se

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livremente em associações, entidades e agremiações, devendo a escola oportunizar condições para esta organização.

• Corpo Docente - a docência é exercida por educadores e especialistas, devidamente habilitados e concursados pela rede municipal de ensino. Atualmente formada por uma equipe de 17 professores;

• Corpo Discente - o corpo discente é formado por todos os educandos matriculados na Escola;

• Pais ou Responsáveis - formado pelos pais/mães ou responsáveis de todos os educandos matriculados na Escola;

• Funcionários - atualmente, a Escola conta com funcionários que atuam nos serviços de merenda escolar, conservação, limpeza geral e vigilância. Além dos servidores públicos, estão integrados ao serviço de conservação e limpeza outros funcionários terceirizados, totalizando um número de seis colaboradores;

• Merenda escolar - o serviço de merenda escolar é composto pelos cargos de cozinheiro e auxiliar de cozinha;

• Serviço de Conservação e Limpeza – o serviço de conservação e limpeza será realizado pelos auxiliares de serviços gerais;

• Serviço de Vigilância – o serviço de vigilância é realizado por um servidor público nomeado para o cargo.

Os setores integrantes da Escola Municipal Duque de Caxias são:

• Laboratório de Aprendizagem – é utilizado por educadores habilitados, eleitos anualmente por seus pares, mediante apresentação de projeto que deve estar em consonância com o Projeto Educativo da Escola;

• Professor Itinerante - um educador itinerante entre as diferentes turmas de 6º ao 9º ano, que apresenta projeto de trabalho voltado à promoção de aprendizagens, sendo submetido à apreciação dos segmentos;

• Biblioteca – local onde o educando, educador e a comunidade em geral usam como fonte de leitura e informação. O responsável pela biblioteca deve ser um articulador político cultural entre os segmentos no sentido de promover a cultura,

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priorizando as atividades e projetos a serem desenvolvidos conforme decisões do coletivo da Escola;

• Secretaria - as atividades de serviço de secretaria são executadas por funcionário da Escola, concursado ou professor com prática na função, o qual deve organizar e manter atualizada a escrituração, documentação e arquivos escolares, garantindo o fluxo de documentos e informações necessárias ao processo pedagógico e administrativo.

2.2.7 A Escola Municipal Duque de Caxias e a Educação

A equipe diretiva, pedagógica e docente da Escola Municipal Duque de Caxias acredita que a ferramenta mais eficaz na transformação das pessoas, inegavelmente, é a educação. É ela que garante o desenvolvimento de um país, tendo em vista que o setor educativo, em particular, cumpre um papel importante na sociedade.

O mundo contemporâneo vivencia um período de inovações científicas e tecnológicas antes sequer imaginado. Por isso, a cada dia, fica mais evidente que ciência e tecnologia precisam andar de mãos dadas com a educação. Cresceram os investimentos, os incentivos e, mais importante, cresceu a consciência sobre a necessidade de educarmos em sintonia com o mundo.

A gestão de pessoas da Escola caminha para a horizontalização da estrutura, níveis hierárquicos, redes e equipes multifuncionais, visão e ações estratégicas no dia a dia, organização com aprendizado contínuo. Por isso, a Escola valoriza que o ambiente tecnológico deve estar junto às aulas, capacitando o aluno, os gestores e os educandos a se adequarem ao desenvolvimento como um todo.

A Escola, junto com isso, busca também trabalhar com os alunos e o próprio corpo docente, a integração entre as disciplinas, ou seja, a interdisclinaridade, mostrando que uma ação pedagógica de efetivação pode acontecer pelo desenvolvimento da sensibilidade, de uma formação adequada e necessária na arte do ensinoaprendizagem, assim como, no desenvolvimento da criação e imaginação.

Nesse mesmo sentido, a integração pode ser um ponto de encontro entre o movimento de renovação da atitude frente aos problemas de ensino, a pesquisa e a aceleração do conhecimento, de um ponto de vista que permite uma reflexão mais profunda e mais crítica sobre o funcionamento dessa prática.

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Assim, o aluno consegue desenvolver uma análise capaz de entender o plano pedagógico, reconhecendo e obtendo a sua uma identidade, além de desenvolver um modelo pessoal, o qual faz o educando interagir com outras classes de conhecimento e desenvolvimento. A Escola ressalta que o aluno deve ser instigado a uma constante reflexão e análise crítica do seu próprio processo educativo, tendo em vista que ele deve se perceber com um ser integrante na sociedade como um todo.

A Escola estima também as novas inclusões nos currículos escolares, levando a tecnologia em consideração neste desenvolvimento, ou seja, fazer uso da tecnologia para facilitar o dia a dia. Junto à organização da Escola, levando em conta o crescimento do aluno no processo de ensinoapredizagem, destaca-se, a seguir, a metodologia de ensino na disciplina de História, um dos objetivos desse estudo.

2.2.8 Processo de reformulação do Projeto Educativo

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) da Escola Municipal Duque de Caxias reformulou, a partir de 2008, um dos mais importantes princípios da Rede de Ensino do município de Gravataí, ou seja, trabalhar por meio de uma gestão democrática, o qual foi definido no 1º Congresso Municipal de Educação, realizado em 1998 e reafirmado em 2003, no 2º Congresso, a partir das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96) – LDB, que cobram o cumprimento dessa legislação.

Reconhecendo a importância de elaborar uma proposta de trabalho que atendesse as necessidades de educandos e buscando alcançar resultados mais eficazes no processo ensinoaprendizagem, o corpo docente da Escola, reunido, elaborou estratégias de ações, visando desenvolver um trabalho conjunto. A primeira delas foi fazer uma reflexão sobre os caminhos percorridos pelo ensino público municipal nos últimos anos.

Nessa reflexão, contatou-se que muitos alunos apresentavam dificuldades quanto a um melhor aproveitamento das atividades escolares, ao lado de atitudes de agressividade e de desrespeito, inadequadas para o ambiente escolar. Além disso, o descaso para com o estudo estava evidente por parte deles. Para tentar reverter essa situação, foi fundamental a participação das famílias na vida escolar dos estudantes.

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Reconhecendo a importância dos pais como primeiros educadores, houve uma reflexão e revisão de conceitos sobre como as famílias se constituíam - hábitos, valores, atitudes, necessidades, envolvimento e preocupação para com a educação de seus filhos. Ficou decidido, através do PPP, que a Escola faria uma nova pesquisa sócioantropológica e reuniões com os diferentes segmentos que compõem a Instituição de ensino para a busca de novas estratégias para a participação de todos os envolvidos no processo educacional.

Em decorrência disso, a escola conseguiu criar situações e condições que os alunos começassem a adquirirem hábitos de formação de valores que servem de referência para uma vida pessoal e social equilibradas. A Escola também conseguiu desenvolver uma metodologia educacional para viabilizar a educação como processo interativo.

No 2º Congresso Municipal de Educação ainda ficaram definidos pontos importantes que foram tratados e adequados na Escola dentro do PPP. Para isso, destaca-se a seguir:

• Repasse de verbas – A mantenedora deve garantir o material e a mão-de-obra para a manutenção das escolas, pois o repasse não é suficiente.

• Infraestrutura – Mantenedora e escolas devem planejar, em parceria com a Comunidade Escolar, infraestrutura atualizada que atenda a todas as necessidades administrativas e pedagógicas, de acordo com avanços tecnológicos, proporcionando uma qualidade de ação. Porém, as políticas públicas municipais são responsáveis pela infraestrutura física necessária ao bom funcionamento da Escola e demais setores.

• Meio ambiente – A escola deve promover a conscientização pública para a proteção do meio ambiente e a educação ambiental como processo permanente, integrado e multidisciplinar em todos os níveis da educação básica.

• Organização Curricular – A Escola se referencia na construção solidária e coletiva de seu Projeto Político-Pedagógico, podendo sua organização curricular atender às expectativas que identifiquem a comunidade local.

• Avaliação – A avaliação é parte do processo ensinoaprendizagem e deve ser organizada numa perspectiva emancipatória de forma individual e coletiva. A expressão dessa avaliação deverá estar de acordo com a vontade da comunidade escolar, respeitando o Regimento Escolar e devendo se constituir num diagnóstico

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do processo de ensino, possibilitando reflexões e norteando ações para atingir o desenvolvimento integral dos educandos.

• Alfabetização e Letramento – A alfabetização deverá iniciar no primeiro ano do Ensino Fundamental e aprimorar-se durante os anos iniciais, isto é, desde o primeiro ano, as atividades propostas devem propiciar que o processo de construção da escrita ocorra de forma lúdica, significativa e prazerosa, desenvolvendo, além das habilidades de codificar e decodificar, a capacidade de compreender textos e também produzi-los de forma clara, coesa e coerente, visando o uso eficaz da linguagem como prática social, obtendo-se assim, sujeitos letrados.

• Formação Continuada – Os profissionais de educação devem receber constantemente preparo para lidar com as situações cotidianas da escola, em relação aos alunos deficientes e diversidades.

Dentro do planejamento do Projeto Político-Pedagógico, a Escola estruturou a sua forma de organização, seguindo uma ordem de reflexões e observações para a reformulação do processo educativo, visando alcançar os compromissos e metas para o êxito que busca constantemente.

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3 VISÃO BREVE E GERAL DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

No Brasil, desde o século XIX, quando a História aparece como disciplina escolar, viu-se, podendo ser visualizada com a possibilidade de criação de uma ideia de nação e de identidade comum entre o povo brasileiro, pois poucos anos antes o país havia conquistado sua independência política em relação a Portugal:

[...]. A história, enquanto disciplina educativa ocupou, nas suas origens, não só no Estado de São Paulo, mas em todas as escolas secundárias e primárias (oficiais e particulares) que foram sendo implantadas pelo território nacional um lugar específico, que pode ser sintetizado nas representações que procuravam expressar as ideias de nação e de cidadão embasadas na identidade comum de seus variados grupos étnicos e classes sociais constitutivos da nacionalidade brasileira (NADAI, 1992/1993, p. 149).

O Brasil tem lutas constantes de lados influentes para que exista uma História Nacional mais abrangedora nos temas gerais de nossa nacionalidade, respeitando os vários lados dos fatos históricos. Porém, as possibilidades para compor um ensino de História que contemple as especificidades do Brasil têm certos limites.

Estes últimos esbarram na cultura escolar, e também, na composição e formação da sociedade em geral que conhecemos, com suas hierarquias e burocracias governamentais atuais. Por isso, a disciplina de História é algo de intensos debates nos meios acadêmicos e popular atualmente, pois é difícil compreender uma homogeneização no ensino de História em um território tão grande como o do Brasil.

Nesse sentido, todas as propostas de Paulo Freire defendem que o ser humano deve construir e pronunciar seu próprio discurso, sua própria palavra e não apenas repetir o que escuta. A palavra, ensina ele, deve ser o instrumento pelo qual o indivíduo se torna criador e sujeito de sua História. “Não sendo neutro, o processo educativo constitui uma ação cultural de libertação e dominação” (MAYRINK, 1997, p.3).

[...] toda comunicação é comunicação de algo, feita de certa maneira em favor ou na defesa, sutil ou explícita, de algum ideal contra algo ou contra alguém, nem sempre claramente referido. Daí também o papel apurado que goza a ideologia na comunicação, ocultando verdades mas também a própria ideologização no processo comunicativo (FREIRE, 1988, p.158).

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Atualmente, segundo Seffner (2000), deve ser reconhecido o potencial da disciplina de História nos ensinos fundamental e médio. Pois, de acordo com a história da educação brasileira, principalmente, na segunda metade do século XIX e no século XX, ocorre o entrelaçamento dessa disciplina aos interesses políticos e econômicos, constatando que ela serve de suporte ao processo ideal nacional, na formação do cidadão necessário à estabilidade política do país.

Nesse contexto, a importância da leitura para o ensinoaprendizagem na construção da disciplina de História também se torna fundamental, pois através dela, o aluno pode aumentar o seu conhecimento e interesse, fazendo associações às interpretações de texto, como uma ferramenta de produção para o seu crescimento.

Segundo Nikitiuk,

O conteúdo de História não é o passado, mas o tempo ou, mais exatamente, os procedimentos de análises e os conceitos capazes de levar em conta o movimento das sociedades, de compreender seus mecanismos, reconstituir seus processos e comparar suas evoluções (1999, p. 14).

O estudo da disciplina de História não se resume apensas em decorar datas e nomes, tendo em vista que isso é só uma pequena parte do conhecimento que essa matéria pode oferecer. Mais importante do que saber quando foi o descobrimento do Brasil, é conseguir relacionar os fatos e perceber que as transformações de uma sociedade não são naturais ou espontâneas, mas determinadas por uma série de fatores anteriores. Ou seja, a importância está em entender os fatores que originaram esses acontecimentos.

Dessa maneira, a incorporação de novas linguagens não deve ser tomada como única fonte para salvar o ensino de História e torná-lo mais atual. Karnal (2005) diz que o conceito da disciplina e as formas de como ela deve ser ensinada, necessita ser revista, pois os alunos não aceitam aulas tradicionais sem inovação.

3.1 A METODOLOGIA DE ENSINO DA ESCOLA MUNICIPAL DUQUE DE CAXIAS NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Sabe-se que a disciplina de História foi sempre marcada pelo positivismo de aspecto evolucionista, dando destaque em sua origem a ruptura do passado, medieval e clerical, com o presente e a construção contínua e evolutiva do futuro. A

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origem da disciplina marcou sua trajetória pedagógica como algo muito importante, pois encontramos sinais de uma historiografia evolucionista positivista até a atualidade nos livros didáticos, nos currículos e conteúdos definidos pelas várias secretarias de educação e na tradição prática da sala de aula (SEVERINO, 2001).

A linha histórica entre a idade antiga, média, moderna e contemporânea tem sua origem na modernidade e na perspectiva que ela produz através de novos tempos, os tempos modernos. Esta separação acaba por ser percebida como um ensino que serve como divisor dos conteúdos nos seus ciclos naturais. A História, baseada na lógica da burguesia europeia ocidental, está pautada em uma concepção evolucionista e progressista (SEVERINO, 2001).

Dessa maneira, os pilares que servem como sustentação para a História, direcionam o foco do olhar para uma memória específica, que tem uma função ideológica, muitas vezes, escondida ou camuflada. Ou ainda, o seu próprio elemento pode ter duplo sentido (SEVERINO, 2001).

Nessa perspectiva, a História, enquanto disciplina, acaba sendo desfocada, mostrando memórias não presentes, o que causa um desligamento de seu resgate. Desse modo, a Escola Municipal Duque de Caxias busca e acredita em um novo fazer pedagógico, que deve ser elaborado na condução positiva do ensino na disciplina de História, estabelecendo alvos de análise e crítica no espaço da sala de aula, fazendo com que o seu conteúdo seja refletido e produzido fundamentando o produto da ação do historiador ou do educador.

Os professores, nas horas dedicadas às aulas de História na Escola Municipal Duque de Caxias, buscam perceber, entre outras coisas, se o aluno demonstra gostar de ler, interpretar e escrever, tendo em vista que essa disciplina possui influência na vida deles, no sentido de perceber as mudanças, em um sentido geral, ao longo do tempo. Assim, os educadores procuram levar aos alunos, algumas ideias de educação para favorecer o surgimento de um conhecimento histórico, as quais, na maioria das vezes, são aceitas pelo grupo.

Dentro desse contexto, em todas as aulas, são adotadas metodologias com o objetivo de provocar questionamentos nos alunos, favorecendo o debate e a reflexão, aproximando os temas de aula com a experiência de cada um. Como estratégias dessas avaliações, são utilizadas pequenas produções textuais, apresentações orais, debates e pesquisa em casa. O conjunto das atividades, a prova e todo o processo em sala constituem a nota final dos alunos.

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Em aula, ainda são utilizadas a exposição dialogada, fragmentos de filmes, leituras, debates de pequenos textos e trabalhos feitos em grupo, envolvendo o aluno, num processo contínuo, com participação em aula e compromisso manifestado em todas as atividades.

A Escola considera muito importante a preocupação do professor com a prática do ensino da disciplina de História, buscando formas de trabalho que contribuam para a transformação qualitativa da educação. Dessa maneira, o professor busca usar uma forma pedagógica que faça o aluno compreender como se dá a construção do pensamento histórico e que consigam meditar sobre os atuais problemas de nossa sociedade.

A Escola, em um sentido geral, acredita que o bom ensino de História é aquele que ensina o aluno a construir boas questões, e não aquele que encaminha o aluno para respostas objetivas. Ou seja, através de aulas criativas, todos podem se comprometer para criar um ambiente favorável ao despertamento dos interesses do aluno. Assim, a Escola busca trazer novas formas de ensino, deixando um pouco a maneira tradicional de lado, visando à inovação.

Assim, sobre a teoria tradicional, Silva (2006) diz que o conhecimento é tratado como algo dado e verdadeiro e que pré-existe à realidade. As preocupações das teorias tradicionais podem gerar uma avaliação dos conteúdos como verdades absolutas, sem deixar que o educando mostre seu potencial e pense criticamente.

Por outro lado, na teoria crítica há um reconhecimento de que todo o conhecimento é produzido histórica e culturalmente e, junto a isso, essa teoria fica atenta às classes populares, buscando auxiliar à formação de um ser crítico e emancipado, que transforme a realidade em busca de sua humanização ideal, buscado pela modernidade. O autor salienta também que toda teoria pedagógica deve ser respeitada por ser um empreendimento ético e político, que exige conhecimento e posicionamento do professor sobre qual tipo de homem e para qual tipo de sociedade pretende-se educar.

3.2 O DOCENTE E A CONSTRUÇÃO DO SABER NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Para desenvolver boas aulas, o amplo conhecimento histórico é fundamental, já que o ambiente escolar é uma ‘caixinha de surpresas’ e o professor precisa estar preparado para construir o conhecimento junto a seus alunos, para os

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questionamentos e os assuntos que surgem, indo além daquilo que está escrito nos livros didáticos.

Ter prática de ensino é fundamental para criar mais facilmente um vínculo com os educandos, mas ter domínio, compreensão dos temas trabalhados é prioridade para possibilitar o diálogo e a fluência das aulas. Pois, acima de tudo, espera-se que os alunos sejam pessoas livres de manipulações e conduções externas e que consigam ter a capacidade de pensar e examinar criticamente as ideias que lhes são apresentadas e a realidade social que partilham.

Piaget (1977) descreve e interpreta os diferentes tipos de linguagem que surgem nas relações e assinala a importância das relações interpessoais, que propiciam a distinção do ponto de vista próprio e dos outros e a coordenação desses diferentes pontos de vista.

Vygotsky (1989) salienta que as possibilidades que o ambiente proporciona ao indivíduo são fundamentais para que este se constitua como sujeito lúcido e consciente, capaz, por sua vez, de alterar as circunstâncias em que vive.

As interações sociais na perspectiva sócio-histórica permitem pensar um ser humano em constante construção e transformação que, mediante as interações sociais, conquista e confere novos significados e olhares para a vida em sociedade e os acordos grupais.

Dessa forma, a Escola acredita que, dentro da prática em sala de aula, se faz necessário trabalhar com métodos que tragam resultados positivos, como comenta Edelstein (2004): Deve-se ter sempre uma preocupação em encontrar um método que torna possível aprendizagem dos alunos. Além disso, o método torna a tarefa de ensino como um lugar de compreensão, pois existe a necessidade inevitável para desenvolver a autonomia e profissionalismo.

A preocupação metodológica sempre esteve presente no ensino da Escola Municipal Duque de Caxias e, por isso, a Instituição entende que o professor não pode ser um mero técnico de aplicação de uma sequência pré-determinada de rotinas. Dessa maneira, quanto ao valor das interações em sala de aula, a Escola acredita que é importante pensar que este referencial deve ser priorizado na educação, na medida em que privilegiam os aspectos educacionais.

Por outro lado, é muito importante o dinamismo e a imprevisibilidade dentro do processo de ensinar. Sendo assim, a atividade prática, é inseparável dos fins que

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a consciência traça. Dessa forma, atividade prática e atividade teórica convergem no produto final.

A partir das crenças da Escola, consegue-se estabelecer um elo com o que afirma Glória Edelstein (2004), dizendo que, ao se pensar no espaço da sala de aula como manifestação de um tipo específico de práxis. Por um lado, a autora diz que o espaço da sala de aula é permeado de intencionalidade, ou seja, há uma subjetividade, idealização, planejamento ou uma previsibilidade constitutiva, além de da consideração que esta intencionalidade está influenciada por questões que são sociais e históricas.

Importante salientar que a efetivação objetiva da aula em si não se dá diretamente, nem ocorre como um reflexo exato do que foi planejado, havendo intencionalidades de alguns que podem não entender o professor idealizou e, consequentemente, imprevistos. Nesse aspecto, Glória Edelstein (2005), explica que o espaço, o tempo, a relação pedagógica e os conteúdos apresentam-se entrecortados por mediações sociais. A autonomia do docente, portanto, é relativa a cada individualidade.

Assim sendo, a partir destas colocações, pode-se apresentar alguns questionamentos, feitos por Edelstein (2004), que devem colaborar com as reflexões sobre a formação de cada educador, seja na disciplina de História ou em qualquer outra, a saber:

1) O que significa dar visibilidade ao que acontece em sala de aula? 2) Por que é importante se dar conta do processo de conhecimento? 3) Que questões históricas e sociais permeiam o espaço da aula? 4) O que o professor concebe ser ensinoapredizagem?

5) Que razões estão implícitas em suas decisões? e 6) Como e por que faz suas escolhas?

Dessa maneira, o espaço da sala de aula deve ser analisado para desvendar as relações implícitas que estão postas. Apesar de existir papéis definidos, não podemos perder de vista que o espaço da sala de aula é uma prática social e expressa conflitos e contradições que se relacionam com o espaço maior fora da sala, ou seja, espaços histórico e social.

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Também, o raciocínio de Edelstein (2004) mostra que, quando se pensa em prática de ensino, subentende-se a existência de um professor e de alunos, então, dois outros aspectos se colocam: domínio de conteúdo e consciência de interatividade e, quando se reflete sobre o ensinar. A autora diz que não podemos deixar de relevar que isto não se resolve só pelo polo do conteúdo, mas passa por uma metodologia teórica, levando em conta que o professor tem uma grande questão para resolver: a sua intervenção na aula.

Dentro do contexto do ensino de História, existem algumas reflexões sobre alguns conceitos que são recorrentes da disciplina, pois:

O conhecimento histórico não se limita a apresentar o fato no tempo e no espaço acompanhado de uma série de documentos que comprovam sua existência. É preciso ligar o fato a temas e aos sujeitos que o produziam para busca uma explicação. E para explicar e interpretar os fatos, é preciso uma analise, que deve obedecer a determinados princípios. Nesse procedimento, são utilizados conceitos que organizam os fatos, tornando-os inteligíveis (BITTENCOURT, 2005, p. 183).

Dessa maneira, os significados para a História são importantes para a mediação dos conhecimentos históricos, uma vez que os conteúdos socialmente construídos dentro do campo histórico não são descartados, sendo importantes e fundamentais para que o aluno perceba as transformações que acontecem a nossa volta e, ainda podem ir além, propondo modificações nos esquemas sociais.

Nesse sentido, a Escola enxerga a sala de aula como espaço de conhecimento, a qual deve ser reconhecida em meio a esse contexto, como um campo de investigação, isto é, o que está explícito e o que está implícito nas relações que se estabelecem nesse espaço e que são determinados por inúmeras variáveis.

Assim sendo, a didática na disciplina de História, não pode ser reduzida e ser dedicada somente ao ensino repetido e sem transformação. Deverá essa, ser um modo crítico de desenvolver uma prática educativa para resgatar um projeto histórico, que não pode ser feito tão somente pelo educador, mas por ele, conjuntamente, com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade, apoiando-se ao currículo e ao enfoque da investigação.

Dentro desse cenário, as equipes diretiva, pedagógica e docente da Escola entendem que é primordial o estímulo ao aluno, para que o mesmo possa operar com ideias, analisar os fatos e discuti-los para que, na troca e no diálogo com o

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outro, construa o seu ponto de regulação para um pensar competente e comprometido com determinadas práticas sociais.

3.2.1 A interação social em História através dos trabalhos em grupo

Vygotsky (1989) diz que é na interação entre as pessoas que se constrói o conhecimento, que depois será intrapessoal, ou seja, será partilhado pelo grupo junto ao qual tal conhecimento foi conquistado ou construído. Por isso, a Escola destaca que importante no processo interativo na disciplina de História, ou em outras, não é a figura do professor ou do aluno, mas é o campo interativo criado. A interação está entre as pessoas e é neste espaço hipotético que acontecem as transformações e se estabelece o que é fundamental neste processo: as ações partilhadas, onde a construção do conhecimento se dá de forma conjunta.

Nesse sentido, a Escola destaca a importância do aprendizado através dos trabalhos em grupo, percebendo que, tanto o papel do professor como o do aluno deva ser olhado em ações isoladas e conjuntas ao mesmo tempo.

De acordo com Osório (2003, p. 57):

Um grupo é todo aquele conjunto de pessoas capazes de se reconhecer em sua singularidade e que estão exercendo uma ação interativa com objetivos compartilhados. No momento em que várias pessoas se reúnem, dispostas a interagirem na busca de objetivos comuns, são constituídos os sistemas humanos.

Souto et al. (1999, p. 35), destaca que: “o grupo marca as relações de igualdade na distribuição e a distância entre os membros e observa igualmente as relações mútuas, interações, o olhar entre as pessoas que a constituem”.

O trabalho em grupo pode ser entendido como algo que se cria com uma necessidade de experimentação dos indivíduos a partir das significações que estão no âmbito do consciente e do inconsciente dos participantes. Segundo Souto (2007), dispositivo é "o estratégico e tático que é indicativo de significados, situações de aprendizagem analisador, provocando e novas formas de organizar as relações e transformações”. Dessa forma, a experiência em grupo pode ser um excelente dispositivo na formação de pessoas.

O trabalho em um grupo é um trabalho com outros, como aponta Souto (2007, p. 17-18), com quem compartilhamos a concepção de que:

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[...] O grupo para o treinamento como o espaço é o elo especialmente relevante. [...] As formações de grupo são relacionais, provenientes de espaços de transição e intermediárias entre as culturas individuais e institucionais e agir como intergeração de transmissores. Formações são componentes que combinam imaginário e simbólico.

De acordo com Souto et al. (1999, p. 42), a formação se desenvolve nesse contexto social: "A instituição e as suas condições, o ambiente de treinamento e, claro, o grupo e as relações que se estabelece não são externos, mas pertencem a no treinamento." Assim, no momento em que possibilita essas relações, o grupo se constitui como um dispositivo de formação.

Neste cenário e com o crescimento da Escola, toda a equipe envolvida na estruturação e desenvolvimento do aluno enquanto cidadão considera que as aprendizagens escolares repousam na atividade intelectual estruturante do aluno que pode ser considerado como resultado da interação da pessoa que aprende e do objeto de aprendizagem, confirmando então, que o papel do professor na disciplina de História, é fundamental no sentido de guiar e orientar as construções cognitivas de seus alunos.

Assim como ninguém substitui o aluno na sua tarefa, ninguém pode substituir o professor, pois as características de sua intervenção deixam maior ou menor margem à atividade construtiva do aluno. Dessa maneira, a cidadania pode ser apresentada e reforçada dentro da História, mostrando aos alunos que a História tem como principal objetivo a formação de cidadãos conscientes à construção de uma nova cidadania brasileira.

3.2.2 A criatividade do professor de História e a qualidade do ensino

Gaston Gadotti (2001) afirma que uma das maiores faculdades humanas é a imaginação, e o aluno é um sujeito naturalmente sonhador. Para esse filósofo das ciências e da imaginação, isso traz grandes benefícios à vida humana; posto que a imaginação é uma faculdade capaz de formar imagens que ultrapassam a realidade, que cantam a realidade. Através da imaginação, podemos mostrar a força inventiva, criadora e fornecer inúmeras possibilidades ao pensamento lógico-sistemático.

Dentro disso, a Escola diz que tem a obrigação de incentivar a atividade da criança na relação ensinoaprendizagem formal, pois a capacidade de aprender pelo sonho, pela arte, pelo diferente, é uma experiência que sempre dá certo. Ou seja, os

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professores que representam a escola não podem limitar a ‘arte de educar’, tendo em vista essa característica ser exclusiva do poder da razão humana.

Nesse sentido, Woods (1995) explica que a criatividade do professor é uma qualidade da natureza do seu ‘eu’ que interligada as suas questões emocionais e ao outro/aluno, porém, é também uma competência que pode ser desenvolvida tecnicamente, visto que o educando está em constante contato com diversas fontes de saber e informações circundantes dentro e fora da escola.

Assim, torna-se importante a atitude do educador, em sair da rotina pedagógica tradicional e utilizar as diversas linguagens e procedimentos técnico-metodológicos na sala de aula visando garantir o direito do aluno em imaginar, sonhar e criar.

Segundo Peter Woods (1995), o ensino criativo em História se associa a subjetividade do educador – do seu próprio EU – e de como faz uso de sua autonomia na sala de aula. Assim, ele torna-se capaz de sair da rotina diária através de atitudes e expressões inovadoras, objetivando a construção de valores e princípios morais, saberes e o desenvolvimento de competências afetivas, psicolinguísticas, cognitivas e outras e, também, a obtenção de resultados positivos de aprendizagem.

A criatividade do professor relaciona-se com a sua autonomia, a dimensão subjetiva e afetiva, às suas convicções e qualidades técnicas, e as ideologias e aspirações da sociedade e do sistema educativo vigente. No tocante ao ‘eu’ do professor, Woods (1995) diz que o docente deve ser guiado pelo ‘eu’ do ‘outro’, ou seja, cabe ao educador considerar que além do seu eu, há também um ‘eu’ no ‘aluno’.

Dessa forma, a Escola recomenda que o docente busque o equilíbrio na própria subjetividade em razão dos aspectos individuais e coletivos comuns aos educandos: o contexto sociocultural, a história de vida, os conhecimentos prévios, a política interna da escola, dentre outros fatores. Os professores devem levar em consideração, para a Escola, que existem duas características que configuram o ensino criativo: a imaginação e o holismo.

A competência imaginativa diz respeito à capacidade de tomar o lugar do outro e de ensaiar potenciais interações antes do conhecimento. Assim, conforme Woods (1995), entende-se que o despertar da imaginação do educador é pressuposto fundamental para que se possa potencializar formas expressivas,

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reflexivas, fontes e procedimentos técnicos satisfatórios na escola, de modo que a inovação do docente remeta à construção criativa e dinâmica de saberes e mudanças de atitudes nos educandos.

E o holismo, outra característica do ensino criativo, é o que envolve uma concepção de educação que compreende o educando e o ato de educar em sua totalidade. Ou seja, a competência imaginativa e racional do aprendiz, ou seja, “o ensino holístico se relaciona ao pensamento criativo combinado ao pensamento racional, que relacionados transformar o ato de ensinar uma arte (WOODS, 1995, p. 132)”.

Nesse contexto, a visão holística de educar compreende o sujeito-educando e o sujeito-educador como seres complexos, possuidores de especificidades e competências múltiplas, devendo receber uma educação que privilegie o despertamento da consciência para construir um sujeito em sua totalidade.

Assim sendo, considera-se tarefa da pedagogia, enquanto ciência da reflexão e da prática educativa, pensar uma educação que corresponda à totalidade do sujeito sócio-humano de maneira que as suas capacidades imaginativas e lúdicas, afetivas, sensitivas, abstratas e lógicas, entre outras, sejam atendidas no ensino formal, possibilitando a construção de significados para a vida subjetiva e social do educando.

Ou seja, o ensino deve ser global, priorizando o imaginário e a criação, e também o domínio de competências racionais e técnicas que levem o indivíduo ao trabalho e, dele, o crescimento e a produtividade. Diante disso, para ensinar a disciplina de História dentro da sala de aula, o professor deve levar em conta que o processo de aprendizagem é pessoal, ao aprender o aluno soma aos conhecimentos já adquiridos, novos conhecimentos, resultando na construção de novas e futuras aprendizagens.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sob o ponto de vista construtivo dentro do ambiente escolar, todos são aprendizes e buscam o mesmo ideal, tendo em vista que, ao imaginar uma sala de aula em um processo interativo, acredita-se que todos terão possibilidade de falar, levantar suas hipóteses e chegar a conclusões que ajudem no processo dinâmico da construção do conhecimento.

Tal referência não é para uma sala de aula onde cada um faz o que quer, mas onde o professor seja o articulador dos conhecimentos e todos se tornem parceiros de uma construção bem alicerçada. Assim, é importante valorizar as parcerias, mobilizando a classe para pensar conjuntamente e não para esperar que uma única pessoa tenha todas as respostas para tudo.

Nesse cenário também, ao valorizar as interações, não se podemos esquecer que a sala de aula tem papéis que precisam estar bem definidos, reforçando que estes papéis não estão rigidamente constituídos, ou seja, o professor vai, sim, ensinar o seu aluno, mas este pode aprender, também, com os colegas mais experientes ou que tiverem vivências diferenciadas. Ao professor cabe, portanto, ao longo do processo, interagir todas as questões que apareceram e sistematizá-las, visando à garantia do domínio de novos conhecimentos por todos os seus alunos.

Dentro desse contexto, esse estudo atingiu seu objetivo principal, apresentando o histórico da Escola Municipal Duque de Caxias e seus métodos de ensino na disciplina de história. A Escola busca, na disciplina de História e também nas outras, diante de uma pedagogia inovada, a interação dos grupos, o que pode servir de suporte para uma união entre todos em classe.

Durante toda a pesquisa, percebeu-se que a Escola valoriza o espaço renovador e transformador, pois esse tipo de ambiente é criado com a função de facilitar a introdução de diferentes métodos de ensino, que possam trazer interesses diversos aos alunos. Entre tais interesses ficou em destaque: filmes, dinâmicas em grupo, músicas e peças de teatro e o uso da tecnologia da informação, os quais sempre trazem entusiasmo para uma nova forma de aprender e ensinar.

Porém, importante destacar aqui, que cabe ao professor criar situações, implementando condições para que se desenrole um novo pensar no processo de construção. Como o educador deve ensinar a construir, através da interação em sala de aula, o ensino pode ser entendido como uma atuação do professor em conjunto

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com o grupo, na qual ele supre as informações que estes lhe pedem, procurando entender o significado das produções dos alunos.

Assim sendo, a Escola conta e confia que o desafio da educação continua o mesmo, ou seja, sempre foi e sempre será a implantação de uma educação de qualidade e com a organização de escolas que atendam a todos na busca do aprendizado, reconhecendo as diferenças de cada área, como fator de enriquecimento no processo educacional.

Referências

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