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UNIFOR 2015 Loureiro, Chaves Júnior, Dias, Costa, Santos, Lima O uso da Teoria de Fluxo na concepção de materiais didáticos textuais digitais.

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XXI Encontro de Iniciação à Pesquisa

Universidade de Fortaleza

19 à 23 de Outubro de 2015

O uso da Teoria de Fluxo na concepção de materiais didáticos textuais

digitais.

JoséRibamar Chaves Júnior 1* (IC), Ana Karolinne Frota Dias 1 (IC), Karina Sousa de Paula Santos 1 (IC), Gerlan Lopes da Costa 1 (IC), Robson Carlos Loureiro 2 (PQ), Luciana de Lima 2 (PQ).

1. Universidade Federal do Ceará – Curso de Sistemas e Mídias Digitais - PROFITIC 2. Universidade Federal do Ceará – Pró-Reitoria de Graduação

juntastico@gmail.com

Palavras-chave: Teoria de Fluxo. Material Didático. Texto Digital.

Resumo

Este artigo tem como objetivo descrever como o uso da Teoria de Fluxo pode auxiliar na criação de um material didático digital textual. Enquanto o sistema vigente de educação apresenta falhas e é visível que mudanças são necessárias, pouco se pesquisa como o material didático pode fazer parte dessas transformações. Os materiais didáticos textuais são tidos como incompreensíveis e não atraentes e há poucas pesquisas que pensem em como torna-lo eficiente na aprendizagem, alterando seu conceito na transformação para material didático digital. Um dos possíveis caminhos para a resolução desse problema seria o uso da Teoria de Fluxo, em que aplicações em ambientes educacionais ou relacionados à aprendizagem se mostram relevantes. Através de uma pesquisa bibliográfica, este trabalho explora o uso e os problemas dos materiais didáticos textuais digitais e apresenta bases na Teoria de Fluxo que permitem nortear a concepção e desenvolvimento desses materiais, criando parâmetros para o desenvolvimento de futuros materiais didáticos textuais digitais que possam induzir o Estado de fluxo, tornando-se potencializadores para a aprendizagem.

Introdução

Pesquisas indicam que a educação está em um período em que reformas são necessárias e diversas propostas diferentes de como a educação deve ser reformulada são apresentadas, explorando relações dentro e fora de sala de aula e em todo o processo de transmissão do conteúdo do professor aos alunos, segundo Bonus e College (2012). Porém, é ignorado o fato de que a aprendizagem no âmbito educacional não se restringe apenas à comunicação entre alunos e professores, mas também é intermediada pela relação do aluno com seu material didático.

Enquanto o uso dos materiais didáticos textuais é uma das formas primárias encontradas pelos alunos para a assimilação de um conteúdo de aula, pesquisas reforçam a necessidade de sua revitalização. Estudos citam que os materiais são vistos pelos alunos como incompreensíveis ou até mesmo pouco úteis no processo na aprendizagem tornando-se um obstáculo, ao invés de ser um facilitador da aprendizagem (STEVENS et al., 2011).

Como agravante para este problema, temos o fato de que poucos estudos parecem reconhecer o problema nos materiais didáticos. As pesquisas tendem a propor reformulações dos materiais simplesmente tornando-os digitais, mas há pouco direcionamento e interesse em se trabalhar em uma reforma no conceito do material didático. Como consequência disso, os materiais didáticos ofertados trazem apenas um reflexo do

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que já se fazia anteriormente, com as mesmas práticas e problemas já citados. Então, quais formas e teorias podem ser utilizadas para guiar a produção do material didático digital para que ele se diferencie do material já existente e se torne mais interessante e útil ao aluno?

Para resolver esse problema, produzindo materiais didáticos textuais digitais que possuam o potencial de estimular de fato a aprendizagem, será utilizada nesta pesquisa a Teoria de Fluxo. O estado de fluxo foi descrito por Csikszentmihalyi no ano de 1975 em seu livro Beyond Boredom and Anxiety. Segundo o autor, o estado de fluxo é um estado de motivação intrínseca e alta satisfação em uma determinada tarefa, onde quem a executa tem um nível tão intenso de envolvimento na atividade que usualmente existe uma perda de consciência sobre fatores externos à mesma. Usualmente, essa perda de consciência é percebida pela alta percepção da atividade em detrimento da percepção de si, e uma noção distorcida do tempo. A alta satisfação e a extrema concentração na atividade sugerem o fluxo como um estado de alto desempenho na tarefa a ser executada.

Diversos estudos mostram maior ampliação no processo de aprendizagem quando condições de fluxo são alcançadas. Uma maior aprendizagem em interações mediadas por computador pode ser percebida associada a um estado de fluxo mais intenso segundo Ghani et al. (1991). Outras pesquisas também vinculam o estado de fluxo com o comportamento exploratório, comunicativo e para o estado afetivo positivo (WOSZCZYNSKI et al., 2002; FINNERAN; ZHANG, 2003). O estado afetivo positivo, induzido pelo fluxo, ressaltado por essas pesquisas, também é defendido por Norman (2004) em seu livro Emotional Design como um potencializador para o processo de aprendizagem. Também é provada por Loureiro (2009) a eficácia no uso de um modelo de avaliação inspirado na Teoria de Fluxo (Modelo de Coesão Interna de Comunidades de Aprendizagem “ACICVA”) para ambientes virtuais de aprendizagem, dada a direta relação do estado de fluxo com a construção de conhecimento.

A escassez de pesquisas que utilizem a Teoria de Fluxo para a produção de material didático digital torna este um campo propício para um estudo mais específico no processo de aprendizagem. Dado o baixo número de pesquisas específicas e os problemas já citados anteriormente, a busca de uma solução para este problema mostra-se tanto necessária quanto potencialmente efetiva, dada a relevância do estado de fluxo para aprendizagem. A proposta defendida neste artigo para a solução dos problemas apresentados vincula-se ao uso da Teoria de Fluxo como influência para a produção de material didático tornando-os mobilizadores para o processo de aprendizagem dos alunos.

Este artigo tem então como objetivo descrever como o uso da Teoria de Fluxo pode auxiliar na criação de um material didático digital textual.

Metodologia

Para obtenção de resultados, esse trabalho se utilizará da pesquisa bibliográfica como metodologia de pesquisa, por se basear em materiais teóricos para construção de um material teórico aplicado a uma área mais restrita, sem a avalição de um produto resultante.

Segundo Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é um processo que envolve como etapas a escolha do tema, levantamento bibliográfico preliminar, formulação do problema, elaboração do plano provisório de assunto, busca das fontes, leitura do material, fichamento, organização lógica do assunto e por fim a redação do texto. Como as quatro primeiras etapas foram concluídas para formação do tema do trabalho, as demais serão abordadas nesta parte do trabalho.

Na elaboração do plano provisório, são levantadas que informações são essenciais para que seja possível explorar inicialmente o problema e a teoria base utilizada no trabalho para que se possa chegar a uma resolução. Os dados levantados foram: Materiais didáticos textuais digitais, o que define um material didático

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textual digital, diferenças para o material didático textual analógico, exemplos de materiais didáticos textuais digitais; Contexto de uso do material didático textual digital, quem usa o material didático textual digital, quando se usa o material didático textual digital; Onde se usa o material didático textual digital, por que se usa o material didático textual digital, problemas dos materiais didáticos textuais digitais e A Teoria de Fluxo, o que é o Estado de Fluxo, condições para alcançar o Estado de Fluxo, resultados do Estado de Fluxo; Contextualização da Teoria de Fluxo, exemplos de atividades indutoras do Estado de Fluxo, aplicabilidade do Estado de Fluxo no material didático textual digital.

Segue-se então a busca de trabalhos teóricos que possam fornecer tais dados, iniciando-se pelo levantamento de fontes, sendo utilizadas buscas em bases de dados, como o SciELO, Springer, o Repositório Institucional da UFC e o Portal de Periódicos da CAPES e também a pesquisa no Google Acadêmico como sistema de busca.

Depois de uma leitura exploratória foram utilizados Artigos Científicos, uma Tese e livros de leitura corrente como fontes bibliográficas, sendo feito em sequência a leitura analítica e interpretativa para o alinhamento dos referenciais teóricos com os objetivos do trabalho, auxiliado pela tomada de apontamentos e fichamentos dos textos que colaboram para a elaboração dos resultados.

Resultados e Discussão

O primeiro passo para avaliar como melhorar os materiais didáticos textuais digitais é compreender suas diferenças para o material didático textual analógico. Segundo Godoi e Padovani (2009), uma diferença entre os dois materiais está no fato que o professor participa de forma mais direta na escolha e avaliação do material didático digital.

Sobre o contexto dos materiais didáticos digitais textuais e hipertextuais, Almeida (2003) afirma que são os mais frequentes materiais nos programas de EaD (Educação a Distância), sendo propostos com uso sem contato com o docente ou os demais discentes, o que deixa a aprendizagem em dependência da disciplina do próprio aluno, não se aproveitando do potencial de coesão dos ambientes virtuais apresentado por Loureiro (2009).

Conhecendo já parte do contexto de uso desses materiais, parte-se para o estudo da teoria de fluxo para que então se possa chegar a uma aplicação adequada. Como citado anteriormente, o estado de fluxo é um estado de alta motivação e satisfação em uma determinada atividade. De acordo com Csikszentmihaly (1975) pode-se apontar como características indutoras do fluxo: o equilíbrio entre habilidade e desafio de executar a tarefa, a liberdade de distrações, um feedback claro para a atividade e que a tarefa tenha motivações intrínsecas, sem relações ou recompensas com o mundo externo a ela.

Csikszentmihaly (1975) também cita atividades como o xadrez e a dança como indutores de estado de fluxo enquanto Loureiro (2009) propõe um método de avaliação institucional para comunidades virtuais de aprendizagem baseado na teoria do fluxo, implicando a já possível relação de atividades educacionais com o estado de fluxo.

Tendo em vista os dados obtidos pode-se chegar a diversos meios de tornar os materiais didáticos textuais digitais mais atraentes usando da teoria de fluxo cumprindo seus requisitos e atendendo as necessidades apresentadas. A necessidade de equilíbrio entre habilidade e desafio sugere que os materiais, mesmo que textuais, devem ter alguma interatividade, gerando um desafio para o aluno e que este desafio acompanhe seu nível de conhecimento, sendo então, adaptável de aluno para aluno, o que é facilitado pela maior liberdade e contato direto do docente com o material digital em comparação com o analógico, como já citado anteriormente.

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A liberdade de distrações é talvez o maior obstáculo nesse tipo de material, pela sua forte presença em cursos de educação a distância, onde o contexto de uso não é controlado, como já dito; pode-se pensar no entanto em métodos narrativos a serem pesquisados que se relacionem diretamente com a imersão do aluno no material ou na evolução do material textual para um material multimídia, onde as outras mídias auxiliam apenas no sentido de criar um ambiente isolado para o aluno que se utilize do material.

A necessidade do feedback claro pode ser suprida tanto por um material que novamente vá além do textual, contando com interatividade e respostas para as atividades propostas quanto pelo acompanhamento direto dos docentes ou de outros dicentes, gerando uma já mencionada coesão favorável à aprendizagem.

Por fim, a necessidade de motivações intrínsecas sugere tanto que as tarefas apresentadas pelo material possam ter sistemas de pontuação, levando até a um fator competitivo entre participantes, que Csikszentmihaly (1975) já cita como favorável ao estado de fluxo, e também indica que essas atividades e o acompanhamento desse material não deve estar diretamente ligado a notas ou ser usado para qualquer outro fim dentro de si, caso deseje-se alcançar o estado de fluxo, já que tais motivações seriam externas ao jogo e quebrariam um dos princípios básicos da teoria de Csikszentmihaly.

Conclusão

Nessa pesquisa foram apresentadas ideias e formas de se trabalhar com materiais didáticos textuais digitais de forma com que eles se tornem mais atraentes e efetivos no processo de aprendizagem, tendo em vista seus relevantes problemas, usando como base a teoria de fluxo, que mostra grande eficiência aplicada a contextos educacionais.

Feita uma pesquisa bibliográfica, pôde-se compreender melhor o contexto desses materiais assim como compreender determinadas características que os impedem de alcançar seu potencial máximo. Estudando também as bases teóricas da teoria de fluxo, pôde-se listar as características presentes no estado de fluxo e o que nesses materiais vigentes impedem que este estado seja alcançado, tal como alterações que podem ser feitas na concepção dos materiais didáticos textuais digitais para que aproveitem da teoria de fluxo, auxiliando assim na aprendizagem.

Como trabalho futuro, pretende-se conceber um material didático textual digital de acordo com os parâmetros definidos nesse trabalho com uma documentação do processo de concepção, fazendo o uso desse material para que se possa comprovar sua efetividade prática.

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 327-340, 2003. BONUS, James; COLLEGE, Flager. Serious Games. Serious Learning, 2012. Disponível em: <http://meaningfulplay.msu.edu/proceedings2012/mp2012_submission_35.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2015 CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly. Beyond boredom and anxiety. San Francisco: Jossey-Bass, 1975.

FINNERAN, Christina M.; ZHANG, Ping. Flow in computer-mediated environments: promises and challenges. Communications of the association for information systems, Syracuse, v. 15, n. 1, p. 4, 2005.

GHANI, Jawaid A.; SUPNICK, Roberta; ROONEY, Pamela. The Experience Of Flow In Computer-Mediated And In Face-To-Face Groups. In: PROCEEDINGS OF THE INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS, 1991, New York. Anais PROCEEDINGS OF THE INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS. New York, 1991. p. 229-237.

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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GODOI, Katia Alexandra de; PADOVANI, Stephania. Avaliação de material didático digital centrada no usuário: uma investigação de instrumentos passíveis de utilização por professores. Production Journal, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 445-457, 2009.

LOUREIRO, Robson Carlos. Proposição de modelo teórico para avaliar a coesão interna de comunidades virtuais de aprendizagem (CVA) no ensino superior. 2009. 228f. Tese (Doutorado em Educação) – Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Ceará, 2009.

NORMAN, Donald A. Emotional design: Why we love (or hate) everyday things. New York (NY): Basic books, 2004.

STEVENS, Kevin; BERRY, Thomas; COOK, Lori; HILL, Nancy. An Exploratory Analysis of Textbook Usage

and Study Habits: Misperceptions and Barriers to Success, 2011. Disponível em:

<http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/87567555.2010.509376#.VdgjRpdUWMc> Acesso em: 20 ago. 2015.

WOSZCZYNSKI, Amy B.; ROTH, Philip L.; SEGARS, Albert H. Exploring the theoretical foundations of playfulness in computer interactions. Computers in Human Behavior, v. 18, n. 4, p. 369-388, 2002.

Agradecimentos

Agradeço inicialmente à Universidade Federal do Ceará por viabilizar essa pesquisa e também à professora Luciana de Lima, por tornar este trabalho real.

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