CÃLCULO DE PLACAS COM ANGULOS REENTRANTES
OBADIA COHEN
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇAO DOS PROGRAMAS DE PaS-GRADUAÇAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÃRIOS PARA A DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M. Se.).
Aprovada por:
Prof. Paulo Alcântara
RI O DE OBTENÇÃO
•
Pro Sergio Fernandes Villaça
RIO DE JANEIRO, RJ. - BRASIL JANEIRO DE 1983
i i
COHEN, OBA D IA
Câli:ulo de Placas com /1.ngulos Reentrantes I Rio de Janeiro 1
1 9 8 3 •
p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M. Se., Engenharia Civil, 1980)
Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fac. Engenh~
ri a.
1. Estudo de Placas
l. COPPE/UFRJ
SINOPSE
O presente trabalho tem como objetivo determinar
orientação conveniente no projeto de placas com ângulos
reen-trantes, com diversas condições de contorno, executadas em con
ereto armado. Foi feito um estudo da influência da relação de
lados no comportamento geral dos esforços, asstm como estudamos os casos de placas com chanfro variável, e contorno serrilhado.
Na análise, foi utilizado o método dos elementos finitos através dos programas "LORANE", com um elemento retang~
lar não-conforme, com quatro n6s e doze descolamentos nodais, e "STAP", com um elemento retangular isoparamêtric~,
iv
ABSTRACT
This paper aims to determine an adequate orienta tion in the design of plates with re-entrant angles, with various· boun
dary conditions, which were made of reinforced concrete. A stu
dy made of the relation of the sides in the general behaviour
of the efforts, and examples of plates with variable bevel, and serrated boundary were also studied.
ln the analyses; the finite element method was
employed, using the "LORANE" programs, with a non - conformi ng rectangular finite element; presenting four nodes and
nodal displacements; and "STAP", with an isoparametric gular element.
twelve
rectan-V
ÍNDICE
Pág.
CAPÍTULO 1 1 NTRODUÇ/10 • . • • • • • . . . • • . .
CAPÍTULO 11 - SELEÇIIO DOS CASOS .• • • . . • • • • • • . li
Casos Estudados 16
CAPÍTULO 111 - PROGRAMAS ADOTADOS • . . . • . . . . • • . . 23
1 1 1 • 1 - Lorane . •
Formulação Algébrica e Matricial Empregada
1 1 1 • 2 - Sta p • • .
.
.
. . . . .
.
.
.
.
. . . . .
.
.
.
Formulação do Elemento. .
.
. .
.
. . . .
. .
.
23 28 3 1 3 1 CAPÍTULO IV - APLICAÇÕES • , . • . . • • . . . • • . 37Placas Totalmente Apoiadas . Placas Totalmente Engastadas
Placas com Bordos Apoiados e Engastados Placas com apoios Internos Serrilhados . EnvoltÕria de Esforços Principais Negativos
CAPÍTULO V - ANÃLISE DOS RESULTADOS E SUGESTÕES
CAPÍTULO VI - CONCLUSÕES 38 61 84 1 51 184 192 206
Vi
APENO ICE A - Notações Utilizadas no Desenvolvimento do Trabalho . . . .
Pág.
209
APf:NDICE B - Convenções Adotadas no Estudo das Placas . . 212
APf:NDICE C - Armação Segundo Faixas 2 1 3
CAPTTULO
INTRODUÇÃO
Com a evolução natural de novas concepçoes arqu~ tetônicas e com o desenvolvimento de formas geométricas mais a~
rajadas, o engenheiro calculista se viu obrigado a lançar mao
de novos métodos de cálculo, pois as soluções clássicas por ve
zes muito simplificadas, ora impediam uma aproximação melhor
dos problemas elásticos tradicionais, ora por sua complexidade
se tornavam quase impossfveis de serem determinadas,
t
fato notório que a arquitetura atual tem acentuada tendência pelos tetos lisos. Essa exigência, válida para
apartamentos de bom nível, é obviamente mais enfatizada grandes salões de museus, ambientes amplos de reuniões
para
coleti-vas, clubes, grandes armazéns e ediffcios públicos, onde fre
quentemente as plantas apresentam configurações menos comuns.
Não são raros, casos de lajes (pisos ou coberturas) em forma de 11L1
' , 11
u
11, 11T11, 11H11 e até mesmo 11F11 (Figura 1.I), com concordân cias também variando segundo as preferências dos projetistas.t
comum que o projeto de tais lajes e suas res-pectivas armaçoes no concreto armado seja realizado pelo métodoempfrico das faixas. Sumariamente consiste em definir tais fai
xas segundo direções onde supostamente dar-se-ão os momentos mi
ximos e armá-las convenientemente. Frequentemente se relevam
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balhem negativamente, e que aparecem nao sonos cantos simple~
mente apoiados, como nas vizinhanças dos ângulos que ocorrem em todos os exemplos da Figura 1
.I.
reentrantes Isso será
denciado nesta tese, onde recomendações adequadas a tais ções serão apresentadas.
evi situa
O advento do computador digital fez com que se
reorganizasse a teoria das estruturas sob forma matricial e os
métodos numéricos saíssem do resguardo apenas discursivo tornan do-se verdadeiras ferramentas no aprimoramento e principalmente na resolução de problemas insolüveis pelas teorias clássicas.
Dentre os métodos numéricos aproximados, o dos
elementos finitos constitui o processo de discretização mais p~
derasa da teoria das estruturas. Considera a estrutura dividi
da em partes ou elementos, ligados entre si em pontos nodais,
onde se supõe concentradas todas as forças de ligação entre ele
mentas. Sendo as solicitações e deformações discretizadas nos
nós, o comportamento elástico e mecânico de cada elemento pode
ter expressão matemática tão simples quanto a dos elementos
in-finitesimais da solução clássica. A composição destes elemen
tos para constituir a estrutura considerada, dá lugar a siste
mas de equações facilmente tratados por via matricial com o em
prego dos computadores.
Desde já queremos assinalar dificuldades que en
contramos quando fomos levados a trabalhar conjuntamente com ma
pro-4
gramas existentes não se mostraram bons,
De qualquer forma esse precalço nos levou ao
exa-me de uma situação interessante, qual seja a de um bordo apoi~
do em serrilhado como mostra a Figura 2. 1, caso que sera dado adiante. A .----.--. B
~it/ ::;::::,....--,
e
E D Figuro 2. 1 estuEmbora seja suposto todo o contorno em apoio sim
ples, toda a região tracejada trabalhará negativamente, pela
ação de engastamento realizada pelos segmentos bc ou cd nas
respectivas direções. Isso conduz a uma conclusão que antecip~
mos mas que será detalhada mais adiante.
t
poss Ível com um5
Vários resultados semelhantes serao expostos no
decorrer deste trabalho.
Ficamos sempre restritos dentro das possibilid~
des dos programas existentes e por nós adotados nesta análise.
Foram adotados no presente trabalho os programas
"STAP" e "LORANE" •. O "STAP" ut i 1 i zado na primeira etapa da obtenção de resultados foi montado durante o curso de "Elemen tos Finitos" na COPPE a partir de um programa do livro do Bathe Wi 1 son
1
11,
Posteriormente serão descritos detalhes dos dois programas, embora no momento podemos afirmar que o "STAP", pornão possuir uma linguagem automática foi preterido na presença
do "LORANE" largamente uti 1 i zado e testado, embora apresente em sua formulação um elemento isoparamétrico de fáci 1
e i a.
1
-CONVENÇÃO DE SINAIS E NOTAÇÃO DOS ESFORÇOS
y
"'' j
My l=====:::::;i B A XconvergenA
B
-6
Faceta que contem ao seu lado
Faceta que contem ao seu 1 ado
M (seta dupla) paralelo
X
M (seta dupla) paralelo
y
2- Para determinaçio dos esforços principais, foram ,:til izadas
as seguintes expressoes:
=
M
+M
X 2 ± M a=
2 are tg ( x ~ -M - M X y ) +4 M
2 xyOs valores de a serao sempre marcados a partir da Faceta A.
O ângulo a sera positivo quando marcado na dire
-çao dos ponteiros do relógio e negativo no sentidométrico.
7 2. l - Se M > M X y entao a
=
a l l + l X A1 - ângulo formado pelas facetas A e 1.
2.2 - Se M > M entao
y X
II + II
X
A
11 - ângulo formado pelas facetas A e 11.
3-
Simbologia Completa para a Representação dos Esforços Princ i pais
O vetor seta dupla (M
1 ou M2) estará sempre do
3 • l
8
leio a faceta (1 ou 11).
-serao positivos quando tracionarem as fibras de
baixo e negativo quando tracionarem as de cima.
1
I
L,
2II
e 2 sao as normais respectivas as facetas lell.
Notação Simplificada
Esta notação simplifica a representaçao sem per-da de clareza.
Nunca e necessário representar simultaneamente as
onde
Esforços:
9
Não e necessário representar a hachura, pois por con
venção ela encontra-se no lado oposto ao do de normal positiva correspondente;
sentido
Não e necessário representar o vetor seta dupla, pois
sabemos que o mesmo
é
paraleloã
faceta e positivoquando traciona as fibras de baixo, tendo no sinal a
Última convenção necessária para sua identificação.
TEORIA CLIISSICA
Equação Diferencial de Flexão das Placas
+ 2
ax'
D 1 2 ( 1 - v2 ) M= -
D X + V +a'w
ay'
=
_q_ DM y
=
1 O - D ( M=
D ( l - v ) xy - D 3 3y + \) 3x 3y +1 1
CAPÍTULO 11
SELEÇ~O DOS CASOS
Dentre os casos propostos na Figura 1. 1, há de
se notar que apenas quatro problemas menos correntes são de se
considerar, a saber:
19) Angulo reentrante com lados ortogonais;
29) Angulo reentrante obtuso;
39) Concordância curva;
49) Apoios com disposição serrilhada;
São exatamente esses os problemas que se
repe-tem, nao sendo necessário consequentemente estudar todas as pl~
c as d e a até ~. na Figura 1. 1, o que nos levaria a trabalho
por demais volumoso e repetido. Fomos obrigados a optar por
pecu-um grupo de placas, no qual pudéssemos identificar essas
liaridades que se repetem.
te está presente em ~'
Assim, o ângulo ortogonal
l.,
reentran
E.' .9.'
o obtuso em É_, .9.' _, r. a concordância curva em
e f.
-·
e o apoio serri lhante em c.Lembremos ainda que variando as condições de
apoio no contorno dos diversos exemplos (simples, 1 ivre ou
12
forma examinamos casos com apoio simples e engastado, todos po-rém dentro do grupo das placas em forma de "L".
Verificamos também que seria necessário o exame, dentro do grupo, de uma coleção escalonada de placas com alguns elementos (relação de lados, relação largura e comprimento)
vari-ando entre si, e que não podemos apresentar resultados algébr_!_
cos compactos de uso direto. Mesmo porque para isso é que
es-tao a mao os programas existentes. Não obstante, mostraremos
que foi possível chegar a conclusões objetivas de emprego em
projetos correntes.
Na escolha das placas em "L", cabe um comentá-rio para as que apresentam concordância interna entre as pernas
do 11L11
, em reta;
çao serrilhada. bordado adiante.
em curva concava ou convexa, ou em dispos_!_
Trabalhamos com malha retangular, como sera
a-Para contornos curvos
é
mais conveniente ouso de malhas triangulares ( 1
), assunto que já foi objeto de
outras Teses na COPPE. No entanto, as malhas retangulares
po-dem também aplicar-se a contornos quaisquer, poligonais ou cur
vos, desde que usemos subdivisões da rede tão pequena quanto se que i r a , com v i s tas a um a a pro xi maçã o d e se j a d a .( F i g u r a l . 1 1 ) .
( I ) V • "Cálculo Numérico de Placas e Paredes Delgadas de Con
torno Poligonal Qualquer" do Professor Sidney Santos
13
( a )
Figuro 1 .II { b)
Tendo em vista a destinação das placas que estu
damos (museus, grandes salões, etc.), adotamos dimensões adequ~
das, carga uniformemente distribufda e de 1 t / m2 • Assim
sen-do com semelhança geomêtrica e carga qualquer e possfvel dos valores aqui alinhados atê para um dimensionamento
parti r p re 1 i m..!_
na r • Mas o mais
vas e negativas,
importante ê a regionalização das ãreas posit..!_
que ficaram bem diferenciadas possibilitando
agora, com orientação menos empírica, a armação em faixas
exatas.
Analisemos o que ocorre nos cantos das
mais
placas,
em que os lados das placas, simplesmente apoiados, formem entre
A My
1
y " . . M~i~
"
M,y ~ 1 4---"
" "
'li.
n X Figura 2 . II.Na Figura 2.11 temos no vértice A, dois lados
formando entre si um ângulo - -1T + l/J. Isolando um prisma ele
2
mentar hachuriado na figura, e lembrando a condição de simples
apoio ao longo Ay e Ai;, o equi I Íbrio do elemento traduz-se
1 ( 1 )
pe as equaçoes
( 1 ) V. Teoria das Placas do Professor Sidney Santos - Rev.Es
1 5
M /;
=
Mx s en 2 ij, + M cos 2 ij, + M sen 2,j,y xy
( 1 1 • 1 ) Mx
-
MyM /; Tl sen 2 ij, + Mxy CDS 2 ij,
2
Tratando-se de apoio simples:
=
o
Como no ponto A a curvatura ao longo do apoio
Ay e nula,
a
2
w 32w
a
2 wvem =O; logo da expressão M
= -
N ( v - - + - - )=
Oay2 Y ax2 ay2 resulta também d 2 w
ox
2 =o
e consequentemente no ponto,A primeira equação acima fornece pois:
Mxy sen 2 ij, = O
Se ij,
+
O resultará M = Myx = O,xy e a força
de fixação C
=
2 Mxy será nula.Se porem ij, =
o
ou ij,=
Tf2
M
xy poderá
diferente de zero, consequentemente haverá força de fixação. ser
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CAPfTULO 111
PROGRAMAS ADOTADOS
111.1 - LORANE
O sistema LORANE possui atualmente quatro diferentes de elementos para a solução de problemas de
tipos flexão
de placas. Destes um é retangular, dois são triangulares e o
Último
é
do tipo quadrilátero isoparamêtrico, dos quais apenasum encontra-se implementado na versão mais atualizada da COPPE.
Este do qual dispusemos para realizar o trabalho
é
retangular, de quatro nós colocados nos seus vértices. Sua implementação
é
baseada em uma variação tipo polinômio incompletode quarta ordem para o deslocamento transversal (flecha). Não
existindo compatibi 1 idade inter-elemento para as tangentes
nor-mais aos lados, o mesmo resulta ser do tipo não conforme e na
literatura é conhecido pelo nome de R 1 2 •
A etapa crítica do método dos elementos finitos
consiste na escolha do comportamento aproximado do elemento. Um
refinamento maior das malhas com um maior número de pontos
no-dais produz resultados mais próximos dos analíticos ou reais.
Para se poder garantir a convergência do método, a aproximação deve satisfazer às condições de admissibilidade e completidade, que se resumem no seguinte:
24
a) Admissibilidade ou Compatibilidade
Deve existir continuidade entre elementos para
as incógnitas e para as suas derivadas até uma ordem
imediata-mente menor em uma unidade, que a da derivada mais alta que ap~
rece no funcional. Este conceito tem por objetivo significar
que os deslocamentos no interior e através de elementos
vizi-nhos são contínuos. Fisicamente assegura que não haja desconti
nuidades quando a estrutura for carregada.
b) Completidade
~ a condição de se transformar em constantes as
derivadas existentes no funcional quando as dimensões do elemen
to diminuem tornando-se infinitesimais. A necessidade de um es
tado de deformações constante pode fisicamente ser entendida co mo se imaginássemos que um maior número de elementos são u ti 1 i zados na montagem da estrutura, que no 1 imite cada um assume p~ quenas dimensões e que sua deformação aproxima-se de um
constante.
valor
Normalmente é difícil verificar o cumprimento
desta condição, mas na prática será cumprida se a função de in-terpolação admitir:
a) Todos os modos de movimento de corpo rígido;
25
constante,
t
imprescindível para que haja convergência, queos elementos cumpram com a condição de completidade, embora nem sempre cumprem com a de admissibilidade e por isso são chamados de não conformes.
Os conformes, os que cumprem simultaneamente com
as condições de admissibilidade e completidade são sempre
con-vergentes e além disso os resultados apresentam um limite sup~
rior de energia potencial total, consequentemente, os
desloca-mentas aproximados serão normalmente menores que os reais.
Sendo não-conforme o elemento utilizado nao apr~
senta limites para a energia potencial total, Logo, nada se p~
de dizer dos deslocamentos aproximados em comparaçao com os
reais.
Sempre que se cumprir com a propriedade de
com-pletidade haverá convergência, mas para que seja monotônica e
preciso que apresente também a propriedade de admissibilidade.
Como o R 1 2 e nao conforme, apresenta necessa
riamente continuidade no campo de deslocamento, mas nao no cam-po de tensões, Esta e a explicação para que um ponto de elemen tos comuns apresente esforços com valores diferentes,
o elemento em que seja considerado.
26
Na teoria clássica das placas, certas
aproxima-çoes sao introduzidas inicialmente para simplificar o problema
para duas dimensões. Cada simplificação tem a incumbência de
propor uma variação 1 inear das deformações e tensões. Linhas re
tas, normais a superfície média antes da deformação permanecem
retas, normais
ã
superfície média e inalteradas no seucompri-mento após a deformação. Em consequência são chamadas soluções
exatas aquelas em que as simplificações são válidas, ou para placas finas com pequenas deflexÕes.
As soluções apresentadas aqui estarão
seja,
baseadas nas suposições da teoria clássica e a validade das aproximações no tratamento numérico precisa consequentemente ser testada.
O estado de deformação de uma placa pode ser de~
crito inteiramente por uma quantidade, ou seja, o deslocamento
lateral de plano médio da placa. As condições de continuidade
entre elementos têm que ser impostas não somente nesta quantid~ de mas nas suas derivadas.
A determinação das funções de interpolação e mui
to complexa. Se a continuidade da derivada for requerida entre
as interfaces de vários elementos, entao as dificuldades matemá ticas e computacionais levantarão rápidos precalços. Entretanto, é relativamente simples obter funções que embora preservando éo~ tinuidade de deslocamento podem violar a continuidade entre ele mentos ainda que, naturalmente, não nos nós onde é imposta.
27
A expressao polinomial e vantajosamente
para definir a função de interpolação em termos de 12
usada
parame-tros. Certos termos são omitidos de um polinômio completo de
quarta ordem.
w + + +
tem certas vantagens. Em particular para X
=
constante ou y=
=
constante o deslocamento terá uma variação cúbica. Os elementos limítrofes são compostos de contornos semelhantes. Como a
variaçao cúbica está unicamente definida por quatro constantes, os dois valores extremos das derivadas dos deslocamentos nos ex
tremos dos contornos definirão portanto os deslocamentos unica
mente ao longo deste contorno. Como os valores finais semelhan
tes são comuns para elementos adjacentes, a continuidade de
"w"
sera imposta inteiramente ao longo de cada interface.
Observa-se que o gradiente de varia cubicamente.
no contorno
Considerando a derivada parcial de em rela
çao a 11 X 11 e fazendo 11 X 11 em seguida ser constante, como em
curvas semelhantes somente dois valores da normal sao definidos,
a variação não está especificada, e em geral a descontinuidade
28
FORMULAÇÃO ALG~BRICA E MATRICIAL EMPREGADA
A expressao matricial para a energia potencial to tal e a seguinte: locamentos 'T[ p
=
2t
T Eodv-f /b
V dV -f
s T ue
dAAdota-se um comportamento aproximado para os de~ ~, vinculando-os, em qualquer ponto do elemento,com
os deslocamentos nos pontos nodais do mesmo.
Podemos escrever a expressao matricial
u
=
N onde N e uma matriz função de posição.As deformações específicas se obtêm sempre por
derivação dos deslocamentos, logo temos:
E = onde B é também uma matriz função de posição.
Nota-se também que:
T
u
29
escrever a energia potencial da seguinte forma:
e 1T p
=
l 2J
ue,T ve BT D B ue dv -J.
~e,T ve dv -J
se Sendo que os posição, podemos escrever:( J.
BT D B dv) Ue ve ou seja: onde deslocamentos nao -BT D E o) dv -i
se 2 dependem de~
Te
dA]=
B dv e a matriz de rigidez do elemento.e
+ D E:O) dv +
J
se
NT
J:
dA,- é o vetor de forças nodais equivalentes a forças de volume,
mínima tem-se:
30
De acordo com o princrpio de energia
01T
=
a
p
potencial
Como o domrnio de integração está subdividido em m elementos finitos, a energia potencial total poderá ser
ava-liada somando-se as contribuições de cada elemento. Assim tere
mos: logo 1T p 01T p
o qual implica que
m
=
I
e=l mI
e=lConsiderando que a energia potencial total só de pende dos deslocamentos a primeira variação da energia
cial total resulta ser:
=
o
poten-3 l
-Esta expressao define a equaçao matricial ca rac
terrstica do elemento em termos de coeficientes de rigidez, e e
anâloga
à
empregada em sistemas estruturais de barras.-Aplicando esta equaçao matricial característica
para cada elemento, e operando da mesma forma que para estrutu
ras de barras, monta-se o sistema total de equações do probl~
ma. Em seguida se introduz as condições de bordo e se resolve
o sistema de equações. Uma vez conhecidos os deslocamentos
no-dais, pode-se conhecer os valores dos deslocamentos em qualquer
ponto do elemento, utilizando as expressões que ligam os d es lo
camentos dos pontos nodais aos deslocamentos dos pontos no inte rior dos elementos.
1 1 1 • 2 - STAP
O programa "STAP" foi montado pelos alunos da COPPE por ocasião do curso de "Elementos Finitos", ministrado
no 2~ perrodo de 1981, do qual fiz parte.
t
um programa didât~co, que tem como estrutura bâsica a mesma utilizada no livro do "Bathe Wi l son11 para resolução de treliças. Por ser relativamen
te simples, não apresenta técnicas de programação e análise que lhe permita larga utilização.
Sua formulação é baseada em um elemento quadrilf tero, sendo os nos localizados nos vértices.
32
lsoparamétrico é o elemento para o qual se utili
za as mesmas funções de forma na definição dos deslocamentos e
das coordenadas e cuja formulação favorece um esquema muito ton
veniente para implementar elementos quadriláteros. f'. bastante
rápido no computador, mas a qual idade dos resultados que produz
não é mui to boa, Os deslocamentos variam linearmente, e como
as deformações específicas se obtêm dos deslocamentos por
deri-vaçao, as mesmas serao constantes, tendo o mesmo valor em todos
os pontos do elemento, Consequentemente a perspectiva de obten
ção de bons resultados nos levaria a ter uma malha com um nume ro muito grande de elementos.
Os problemas clássicos de flexão de placas
esta-vam entre os primeiros objetivos para aplicação do método dos
elementos finitos. As principais atenções vêm sendo dadas nas
soluções dos problemas baseados na teoria das "placas finas", em
que as deformações da superfície média são negligenciadas. Con
sideráveis dificuldades eram encontradas na formulação do tipo
de deslocamento pela necessidade da continuidade da derivada e~
tre elementos adjacentes. Alguns primeiros esforços
esta condição, enquanto que outros introduziram funções complexas para satisfazê-la,
Na formulação do elemento de placa nos
mos as considerações adotadas por Mindl in (Kirchoff e
violaram muito
utiliza-Lave) :
as deflexões da placa (w) sao pequenas;
33
permanecem retas, mas nao necessariamente nor
mais ao plano médio, depois da deformação;
as tensões normais ao plano médio sao despre-zíveis independentemente dos carregamentos.
O campo de deslocamento pode ser unicamente defi nido pela variação independente do deslocamento lateral
pelos ângulos 11<P II e 11 <P 11
X y (Figura 1.111-2). Estes ângulos
podem ser considerados como as rotaçoes médias e a correçao se-rá feita posteriormente para permitir o empenamento.
X y z Pano
Médio
Defonnoçõo Real Deformação Imposto Normal o SuperfícieMé-dia Depois do Defurmoçõo -".
Nós podemos escrever: ó
=
we
Xe
y=
waw
ax
aw
3y 34l
..
[
:
::
]
+ e +Os esforços sao definidos pelas expressoes:
r
Mlk
z dzl
X M = M =l /
o z dz yf
T y Z 1l
MJ
dzJ
xy xy e Q=
[
::
]
(J
T XZ d,1
dzJ
A energia potencial total pode ser escrita:
1T
=
+ +2
35
Xx, Xy, Xxy,
saoae X
l
ax
1
XX
l
ae
X
;xy
;ay
xxy
ae
X
aey
+J
ay
ox
A energia pode ser escrita de forma abreviada:
TT ; X + cj, ) dA -
t
q w dA2
As relações tensões deformação, podem ser escri
tas da seguinte forma:
e Q D cj,
s
onde para material homogêneo isÓtropo temos:
V
o
l
Df Et 3 ; Vo
J
l 2 ( l-
V z)o
o
( l - V)/ 2onde D
=
s a = E=
36Et
2 (1 +v)a 6 5o
módulo de elasticidade v coeficiente de Poisson t espessura da placao
A energia potencial total pode agora ser escrita:
1T
=
X +2
D
s <j, ) dA -
r
q w dA37
CAPTTULO IV
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