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Pe. Beto Mayer, omi FRATERNIDADE MISSIONÁRIA CARLOS DE FOUCAULD. Nazareno. Pelos caminhos do PISTAS PARA UM DISCIPULADO NA MÍSTICA DO NAZARENO

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Academic year: 2021

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Texto

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N

azareno

Pelos caminhos do

PISTAS PARA UM DISCIPULADO

NA MÍSTICA DO NAZARENO

Pe. Beto Mayer, omi

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Apresentação

“Escuta, ó Israel” (Shemá, Israel).

É essa a disponibilidade sobre a qual o judaísmo fez sua história ao longo de milênios e que se tornou a principal oração do povo eleito – Dt 6,4.

Escutar.

“Este é meu Filho amado; escutai-o!”

Da nuvem, durante o episódio da transfiguração, esta é a palavra do Pai aos amigos de Jesus (Mt 17,5; Mc 9,7; Lc 9,35). A mesma disponibilidade para a escuta está no cerne do cristianismo.

Escutar.

É isso que faz Padre Roberto Mayer, omi, ou simplesmente Beto Mayer, ou ainda Beto, como gos-ta de ser chamado.

Beto escuta.

Silêncio, pobreza, amor compassivo.

São as três condições para seguir Jesus Cristo, ra-zão da vida de Beto – e para conseguir escutá-lo.

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Beto entendeu e nos ensina que só silencia quem fez pobre sua vida e seu coração e quem ama a ponto de ficar quieto em disponibilidade para o outro; só é pobre quem silenciou o desejo de fama, riqueza e poder, como Cristo decidiu que seria durante as ten-tações no deserto, e quem ama a ponto de doar tudo; só ama quem é verdadeiramente pobre e consegue

si-lenciar seus ruídos internos para enxergar.

Quem silencia, empobrece e ama, consegue abrir espaço no coração e no ouvido para escutar.

É o que faz Beto.

Beto é um monge no mundo.

Por isso, além de seguir a orientação do Deute-ronômio e atender à convocação do Pai para a escu-ta do Filho, ele atende à prescrição primeira de São Bento em sua Regra: “Escuta, filho, os preceitos do Mestre, e inclina o ouvido do teu coração”.

É essa a característica essencial da escuta de Beto. Ele inclina o ouvido do coração para escutar, que é, na verdade, sua ação pastoral.

Beto não “faz nada”, de acordo com a concepção dominante na sociedade, que demanda ativismo e “realizações”.

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Ele escuta as centenas de pessoas entre padres, re-ligiosos, religiosas, leigos e leigas de quem é diretor espiritual; as comunidades que acompanha pregan-do retiros; e a sua querida Fraternidade Missionária Carlos de Foucauld. Escuta inclinando o ouvido de seu coração para cada pessoa e comunidade, por-que sabe por-que em cada pessoa é Cristo por-que se está aproximando.

Quem já teve a alegria de participar de um dos retiros de Beto sabe que não se trata de um encontro no qual o “pregador” fala, fala, fala e os participantes escutam. Beto pouco fala.

Ele prepara-nos.

Prepara-nos para escutar. Textos breves e uma fala breve a cada sessão nos retiros, a encaminhar os participantes para esta postura essencial: escutar. Passamos o tempo nos retiros buscando escutar. Não é para escutar a ele, Beto, que somos preparados. Não. Beto conduz-nos para escutar aquele que é a própria Palavra. E, se aprendermos algo nos dias de retiro, quem sabe conseguiremos aproximar nosso ouvido do coração? É o convite que este livro nos faz.

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Em Beto, nada é um fardo.

Tudo é escolha que, quem o conhece, sabe que se renova a cada dia: silêncio, pobreza, amor compas-sivo. Por isso, vive em alegria; sabe que tudo é uma grande bênção que o Senhor derrama continuamen-te. É disso que nos fala em suas “pistas”.

Mas não pense em confundir esse jeito de ser de Beto com passividade. Seus textos são todos eles denúncia do sistema neoliberal diabólico que se im-plantou como negação do Reino. Em suas “pistas”, como você verá ao longo do livro, Beto é capaz de ar-ticular as questões mais amplas, concernentes a toda a humanidade, nas dimensões política, econômica, social e cultural, com a mais absoluta intimidade de cada pessoa.

O irmãozinho universal, Carlos de Foucauld, de que Beto tornou-se íntimo, mesmo agora, depois de 100 anos de sua morte (em 1o de dezembro de 2016),

era assim também, capaz de mergulhar na profundi-dade de cada ser humano e na universaliprofundi-dade que os reúne todos como seres humanos. Por isso, intimidade de irmãozinho, abrangência de quem se fez universal.

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Beto e seu irmãozinho Carlos, nosso irmãozinho, são assim.

Abandonados ao Senhor, humildes seguidores do manso e humilde. Escutadores.

Mauro Lopes em 17 de dezembro de 2016, Memória de São Lázaro, amigo de Jesus, e no 80o aniversário do Papa Francisco

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Introdução

Este livro é resultado da caminhada da Frater-nidade Missionária Carlos de Foucauld, que nasceu em 28 de março de 1980, durante uma missão po-pular realizada perto do cemitério na aldeia de Meia Ponte, na cidade de Itumbiara, Goiás. Ao olhar e refletir sobre a pobreza dos ossos secos espalhados pelo

chão do cemitério em Meia Ponte, foi recordada a

pro-fecia de Ezequiel. Sentimos um chamado agraciante a colocar nossas vidas em discipulado missionário, formando uma fraternidade de vida. O texto con-templado foi:

A mão de Javé pousou sobre mim e o espírito de Javé me levou e me deixou num vale cheio de ossos. E o espírito me fez circular em torno deles, por todos os lados. Notei que havia grande quantidade de ossos es-palhados pelo vale e que estavam todos secos. Então

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Javé me disse: “Criatura humana será que esses ossos poderão reviver?”. Eu respondi: “Meu Senhor Javé, tu que sabes”. Então ele me disse: “Profetize, dizendo: Os-sos secos ouçam a palavra de Javé! Assim diz o Senhor Javé a esses ossos: Vou infundir um espírito, e vocês re-viverão. Vou cobrir vocês de nervos, vou fazer com que vocês criem carne e se revistam de pele. Em seguida, infundirei o meu espírito, e vocês reviverão. Então vocês ficarão sabendo que eu sou Javé”.

Profetizei, de acordo com a ordem que havia recebido. Enquanto eu estava profetizando, ouvi um barulho e vi um movimento entre os ossos, que começaram a se aproximar um do outro, cada um com o seu correspon-dente. Observando bem, vi que apareciam nervos, que iam sendo cobertos de carne e que a pele os recobria; mas não havia espírito neles. Então Javé acrescentou: Profetize e diga: “Assim diz o Senhor Javé: Espírito, venha dos quatro ventos e sopre nestes cadáveres, para que revivam”. Profetizei conforme ele havia mandado. O espírito penetrou neles, e reviveram, colocando-se de pé. Era um exército imenso.

Em seguida, Javé me disse: “Criatura humana, esses ossos são toda a casa de Israel. Os israelitas andavam dizendo: ‘Nossos ossos estão secos e nossa esperança se foi. Para nós, tudo acabou’. Pois bem! Profetize e diga:

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Assim diz o Senhor Javé: Vou abrir seus túmulos, tirar vocês de seus túmulos, povo meu, e vou levá-los para a terra de Israel. Povo meu, vocês ficarão sabendo, que eu sou Javé, quando eu abrir seus túmulos, e de seus túmu-los eu tirar vocês. Colocarei em você o meu espírito, e vocês reviverão. Eu os colocarei em sua própria terra, e vocês ficarão sabendo que eu, Javé, digo e faço – oráculo de Javé” (Ez 37,1-14).

Começamos também a fazer uma leitura contem-plativa do livro Fermento na massa, de René Voil-laume, inspirado na espiritualidade e mística do Ir-mãozinho Carlos de Foucauld. O livro servia para as congregações que René Voillaume fundou na França em 1933: dos Irmãozinhos e Irmãzinhas de Jesus e dos

Irmãozinhos e Irmãzinhas do Evangelho.

Éramos apenas três pessoas: Elvira Leite Pinto, que faleceria 25 anos depois, num acidente rodoviário no Vale de Jequitinhonha, a 672 quilômetros de Belo Ho-rizonte; Therezinha de Jesus Corrêa e eu, Beto Mayer.

Interessante é que nós três tínhamos levado na missão somente a Bíblia e o livro Fermento na massa, sem que tivéssemos combinado nada antes.

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Depois de um tempo de discernimento, decidi-mos abraçar uma nova caminhada de discipulado missionário inspirado na vida pobre de Jesus de Na-zaré. Assumimos ser uma comunidade pobre e in-serida entre os mais pobres e menos amados. Logo vieram outras pessoas para caminhar conosco. A missão foi definida: ser fermento na massa a partir da

convivência das bem-aventuranças.

Fomos muito agraciados nestes anos todos. Sa-boreamos a alegria da convivência fraterna, abraça-da numa viabraça-da em comum. Recorabraça-damos momentos bonitos, significativos e agraciados. Desde o início, um pequeno subsídio, “As pistas para discipulado”, nos animou para nossa vida, missão e discernimento pastoral.

Os capítulos deste livro são todos escritos a par-tir das versões originais de “As pistas para disci-pulado”, um boletim interno da Fraternidade Mis-sionária Carlos de Foucauld, revista, atualizada e contemplada.

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