Cinética de Reação
Cinética das Reações: Introdução
• Físico-Química
– Termodinâmica: composição final do sistema
– Cinética:
• variações no tempo; velocidade em função do tempo
• Produção em velocidade otimizada
Rendimento da reação química
Termodinâmica: relação
entre produtos e reagentes:
K
(Constante de Equilíbrio)
Tempo para atingir o rendimento
Cinética:
mecanismo envolvido:
k
Cinética das Reações: Introdução
• Objetivos da Cinética
– quantificar a velocidade da reação
(teórica e/ou empiricamente)
• Depende das variáveis de processo (ver adiante quais são).
• Depende de resultados experimentais: o conhecimento da curva de
produção em função do tempo permite previsões.
– mecanismo da reação
(conhecimento das etapas reais da reação ou
quais os estados do sistema durante a reação)
• Depende de pesquisa científica. Nem sempre é possível chegar ao
mecanismo real.
• O conhecimento do mecanismo permite alterações no processo e sua
otimização.
• Processos em Metalurgia e Materiais:
– são Reações Químicas (
e Eletroquímicas – PMT2423
)
– a condição ótima é obtida estudando-se as
variáveis de processo
que são:
• Tipo de processo (
p.ex. pirometalurgia ou hidrometalurgia
)
• Tipo
(s)
de equipamento
(s)
(
p.ex. Siemens-Martin, EOF - Energy
Optimizing Furnace
)
• Forma do reagente e do produto (
p.ex. sólido ou líquido;
tamanho de partículas
(finas ou grossas)
)
• T
;
P; concentração dos reagentes
(taxa de fornecimento de
reagente, se houver)
– estas
variáveis
agem sobre:
• VELOCIDADE DA REAÇÃO
– CATALISADOR: altera a velocidade sem alterar o
equilíbrio (altera o mecanismo: altera k sem alterar K)
– TEMPERATURA : difusão (transporte de massa); pode
alterar o mecanismo (altera k e K)
– CONCENTRAÇÃO DE REAGENTES : altera a
probabilidade de colisão entre reagentes em reações
homogêneas; altera atividade (altera r sem alterar k e K)
– INTERFACES: sistemas heterogêneos
• EQUILÍBRIO DA REAÇÃO
Tipos de Reações
• HOMOGÊNEAS
– uma única fase: sólida, líquida ou gasosa
(implica uniformidade de T, P e composição)
– variáveis:
c
reagentes
,
T
• HETEROGÊNEAS
– mais de uma fase: INTERFACE
– variáveis:
c
reagentes
,
T
, parâmetros de
Exemplos: Homogêneas
• Fase gasosa:
CO + ½ O
2
= CO
2
CO + H
2
O = CO
2
+ H
2
• Fase líquida:
• líquidos usando H
+
como catalisador.
• Fase sólida:
– decomposição espinodal: precipitação de fase
Exemplos: Heterogêneas
• Sólido/Gás:
• Óxidos de Me + CO; Coque + O
2
• Sólido/Líquido:
• Sem transferência de carga elétrica: dissolução química
• Com transferência de carga elétrica
(PMT2423)
: corrosão,
eletrodeposição, electroforming
• Líquido/Líquido:
• Metal/Escória
• Líquido/Gás:
• Sólido/Gás:
– Queima do coque:
C + O
2= CO ou CO
2– Ustulação de PbS, ZnS, Cu
2
S, NiS:
PbS +
3/2
O
2= PbO + SO
2– Cementação (gasosa) de aço:
2CO = C
Fe,s
+ CO
2
– Nitretação (gasosa) de aço:
N
2(g)= 2N
Fe,s– Gás com catalisador sólido:
formação de H
2O a partir de H
2e O
2usando superfície de Pt.
– Reação de Adsorção
Instalações do processo
Tenifer-Tenox
(Brasimet/Bodycote)
para Nitrocarbonetação
em banho de sais.
Processos de Nitrocarbonetação de aços: Gás; Líquido e Plasma
Reações no processo Tenifer-Tenox:
4NaCN + 2O
2
4NaCNO
8NaCNO
2Na
2
CO
3
+ 4NaCN + CO
2
+ C
Fe
+ 4N
Fe
Referência:
ZANETIC, S.T. Tese de Doutorado, fev/2006.
Ataque: água régia
0 20 40 60 80 100 200 400 600 800 1000 1200 M ic ro d u re za ( H V ) (NBS-S)Micrografias e Perfil de Dureza
da camada obtida por Nitrocarbonetação
Tenifer-Tenox (Brasimet) de aço 304.
UNS-S-30400;NBS-S 0 1000 2000 3000 4000 5000 40 50 60 70 80 90 100 110 120 2 Theta (graus) In te n si d ad e (c p s) Fe 3 04 ( 1 1 3 ) C r N ( 1 1 1 ) Fe 4 N ( 1 1 1 ) C r N ( 6 0 2 ) Fe 4 N ( 0 0 2 ) C r N ( 2 2 0 ) Fe 4 N ( 2 2 0 ) Fe 3 N ( 0 3 0 ) C r N ( 1 1 3 ) C r N ( 2 2 2 ) Fe 4 N ( 2 2 2 ) Fe 4 N ( 2 2 2 ) C r N ( 0 0 4 ) Fe 3 N (0 3 0 )
Análise de difração de raios X:
• Líquido/Líquido:
– Reações Metal / Escória com difusão
– Reações Metal / Escória com transferência de elétrons (PMT2423)
• Líquido/Gás:
– Descarburação do Gusa
– Nitretação de aço ou outros metais: N
2(g)
= 2N
Fe,l
– Remoção de hidrogênio do aço líquido usando argônio:
H
Fe,l
= H
2
,
dissolvido em Ar
• Sólido/Sólido
– Redução de óxidos de metais com mais de um reagente
sólido: FeO + C = Fe + CO
Conversor de aço (primeiros projetos). (Ref.: CHAPTER XI: THE GENESIS OF THE BESSEMER PROCESS.
http://www.history.rochester.edu/ehp-book/shb/
em 01/8/08.
Aciaria:
exemplo de
reação Líquido / Líquido:
Me
l
/ Esc
l
Forno Siemens-Martin
Ref.: COLPAERT, H. Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns. p.10-12; 3a. edição – 4a. reimpressão: 1992.
• forno horizontal longo com diversas aberturas
laterais para a carga; as impurezas são
removidas pelas reações com óxidos de Fe na
escória.
• o aquecimento é obtido pela queima de um
combustível gasoso ou óleo que é insuflado
com ar aquecido por uma das extremidades do
forno; os produtos da combustão saem pela
extremidade oposta;
• os gases com temperatura elevada passam por
um empilhamento de tijolos (recuperador)
onde cedem calor, dirigindo-se em seguida à
chaminé; o sentido dos gases é invertido e o
aquecimento é feito no recuperador (no caso
de forno a óleo, apenas o ar é pré-aquecido
nos recuperadores);
• a produção diária dos fornos SM varia de 60 a
350 t;
• Líquido/Líquido:
– Reações Metal / Escória com difusão
– Reações Metal / Escória com transferência de elétrons (PMT2423)
• Líquido/Gás:
– Descarburação do Gusa
– Nitretação de aço ou outros metais: N
2(g)
= 2N
Fe,l
– Remoção de hidrogênio do aço líquido usando argônio:
H
Fe,l
= H
2
,
dissolvido em Argônio
• Sólido/Sólido
– Redução de óxidos de metais com mais de um reagente
sólido: FeO + C = Fe + CO
Aciaria:
exemplo de reação Líquido / Líquido:
Me
l
/ Esc
l
/ Gás
(Processo Linz-Donawitz ou LD ou Conversor a Oxigênio)
Conversor de aço (primeiros projetos). (Ref.: CHAPTER XI: THE GENESIS OF THE BESSEMER PROCESS. http://www.history.roche ster.edu/ehp-book/shb/ em 01/8/08.
Linz, cidade da
Áustria; Donawitz,
região próxima de
Linz. (Siderúrgica:
Voest-Alpine)
Conversor Bessemer
Ref.: COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. p.10-12. 3a. edição – 4a. reimpressão: 1992.
• forno basculante em cujo fundo se
encontram orifícios através dos quais
passa ar sob pressão, que borbulha
através da carga líquida;
• as corridas são de 10 a 30 t (há de
60t – ex: Siderúrgica Aliperti anos
80-90);
• o ar insuflado é frio e o calor do
banho é mantido pelas reações
exotérmicas do oxigênio do ar com
silício, manganês e carbono;
• a soprada é da ordem de 15min
(Siderúrgica Aliperti: 60t / 20 min,
mas o forno era do tipo EOF);
• Líquido/Líquido:
– Reações Metal / Escória com difusão
– Reações Metal / Escória com transferência de elétrons (PMT2423)
• Líquido/Gás:
– Descarburação do Gusa
– Nitretação de aço ou outros metais: N
2(g)
= 2N
Fe,l
– Remoção de hidrogênio do aço líquido usando argônio:
H
Fe,l
= H
2
,
dissolvido em Argônio
Exemplos: Heterogêneas – cont.
• Sólido/Sólido
– Redução de óxidos de metais com mais de um
reagente sólido: FeO + C = Fe + CO
•
Bibliografia:
– LEVENSPIEL, O. Chemical Reaction Engineering. New York, John
Wiley & Sons, 1972 (Copyright: 1972, 1962). Ou: LEVENSPIEL, Octave.
Chemical Reaction Engineering. Third Edition, United States of America,
John Wiley & Sons, c1999.
[541.124^L576c3]
•
Leitura Complementar:
– LEVENSPIEL, Octave. Chemical Reaction Engineering. Third Edition,
United States of America, John Wiley & Sons, c1999.
[541.124^L576c3]
• Chapter 1 – Overview of Chemical Reaction Engineering
– DARKEN, L. S. Kinetics of metallurgical reactions with particular
referencee to the Open Hearth. In: ELLIOT, J. F. editor The Physical
Chemistry of Steelmaking, proceedings of the Conference The Physical
Chemistry of Iron and Steelmaking, 28 may – 3 june, 1956. New York,
MIT, Massachussetts Institute of Technology, c1958.
[669.18^C76c]
– SMITH, J. M. Chemical Engineering Kinetics. International Student
Edition. Second Edition, Tokyo, McGraw-Hill Kogakusha, LTD, 1970.
Velocidade de Reação
Velocidade de Reação: Definição
A, B, C,… são
componentes de
uma reação:
• Medir a velocidade
em relação a B é:
– medir a relação
entre o número de
mols de B
transformados por
unidade de tempo
– velocidade sempre
é um número
positivo
dt
dn
r
dt
dn
r
dt
dn
r
B
B
B
B
B
B
:
reagente
é
B
quando
:
produto
é
B
quando
tempo
formados
B
de
mols
de
número
Modos de Expressar a Velocidade: efeito do tamanho do sistema
NORMALIZAÇÃO DA VELOCIDADE
Cuidado com características do processo:
•Um béquer de 2 L produz 20 mol.min
-1de produto por reação homogênea.
•Um béquer de 3 L produz 30 mol.min
-1•Se a reação é a mesma, a velocidade também é a mesma.
O que mudou foi o tamanho do sistema.
•Levando-se em conta o tamanho do sistema, a velocidade é a mesma:
C
B
A
C
B
A
C
B
A
C
B
A
r
c
a
r
b
a
r
c
r
b
r
a
r
c
.
dt
.
V
dn
b
.
dt
.
V
dn
a
.
dt
.
V
dn
c
dn
b
dn
a
dn
cC
bB
aA
Relação entre as velocidades tomando-se os diferentes
componentes da reação:
Modos de Expressar a Velocidade: efeito do tamanho do sistema
Conforme o problema cinético, a velocidade pode ser expressa como:
1. por unidade de volume do fluido reagente
) tempo )( fluido do volume ( ) formados B de mols de número ( dt dn V 1 rB B
2. por unidade de massa do sólido em sistemas fluido/sólido
) tempo )( sólido do massa ( ) formados B de mols de número ( dt dn w 1 rBw B
3. por unidade de área da superfície interfacial (de dois líquidos ou de sistemas fluido/sólido)
) temp o )( área ( ) formados B de mols de número ( dt dn S 1 rBS B
4. por unidade de volume do sólido em sistemas fluido/sólido
) tempo )( sólido do volume ( ) formados B de mols de número ( dt dn V 1 r B Sol V BSol
5. por unidade de volume do reator (se diferente do volume do fluido)
) tempo )( reator do volume ( ) formados B de mols de número ( dt dn V 1 r B reator V Breator
Modos de Expressar a Velocidade: efeito do tamanho do sistema
Conforme o problema cinético, a velocidade pode ser expressa como:
1. por unidade de volume do fluido reagente
) tempo )( fluido do volume ( ) formados B de mols de número ( dt dn V 1 rB B
2. por unidade de massa do sólido em sistemas fluido/sólido
mpo) sólido)(te do (massa formados) B de mols de (número dt dn w 1 rw B B
3. por unidade de área da superfície interfacial (de dois líquidos ou de sistemas fluido/sólido)
) tempo )( área ( ) formados B de mols de número ( dt dn S 1 rBS B
4. por unidade de volume do sólido em sistemas fluido/sólido
) tempo )( sólido do volume ( ) formados B de mols de número ( dt dn V 1 r B Sol V BSol
5. por unidade de volume do reator (se diferente do volume do fluido)
) formados B de mols de número ( dn 1 rBVreator B