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2. REVISÃO DA LITERATURA

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2. REVISÃO DA LITERATURA

m 1907, Angle8 descreveu em seu livro cinco tipos distintos de ancoragem: simples, estacionária, recíproca, intermaxilar e occipital. Ancoragem simples permite movimento de inclinação dos dentes envolvidos em conseqüência da aplicação de uma força ortodôntica. Ancoragem estacionária permite apenas a movimentação de corpo dos dentes de resistência. Ancoragem recíproca permite a movimentação dentária em ambos os pontos de aplicação da força. Na ancoragem intermaxilar a fonte de resistência está representada por dentes do arco antagonista ao que recebe a força ortodôntica. Na ancoragem occipital a fonte de resistência é obtida por um dispositivo apoiado na parte póstero-superior da cabeça, com elásticos que transmitem a força aos dentes. Para o autor, a ancoragem ideal seria aquela onde não houvesse movimentação dentária, porém, devido à elasticidade do processo alveolar e à função amortecedora do ligamento periodontal, julgava impossível alcançar esta situação in

vivo.

E

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Angle8 (1907) desenvolveu o Arco Redondo “E” em 1890, com extremidades rosqueadas e porcas ajustadas aos tubos de secção redonda das bandas dos molares, com o arco de expansão também rosqueado para conexão com os tubos. Foi o primeiro aparelho a empregar ancoragem estacionária ou controle dos molares para ancoragem. Infelizmente, existia um problema: não havia como corrigir as relações axiais dos dentes. Concluiu, a partir de suas falhas, que era necessário mover o dente de corpo para produzir resultados estáveis.Também idealizou o aparelho de pino e tubo (1911), com controle tridimensional dos dentes. Foi o primeiro a utilizar bandas e acessórios na maioria dos dentes. Era um aparelho extremamente complicado e de difícil construção. Exigia paralelismo entre os tubos nas bandas e os pinos soldados nos arcos. A cada movimento de um determinado dente era necessário modificar-se a posição do pino. Este aparelho impossibilitava o controle das rotações. O próximo aparelho desenvolvido foi o Arco em Cinta (1915), onde todos os dentes eram bandados e os bráquetes deste tipo de aparelhagem foram os primeiros a serem empregados em tratamento ortodôntico. O arco em cinta era de secção retangular, cuja maior dimensão transversal era colocada inciso-gengivalmente, dobrado e adaptado passivamente à má-oclusão, com fechos de pino prendendo o arco aos bráquetes. Este aparelho permitia correção das rotações e movimentos em todas as direções, com exceção da mésio-distal, que tornava impossível o emprego deste aparelho nos casos de extração comprometendo a ancoragem.

Case27, em 1908, já se preocupava com a perda de ancoragem dos tratamentos com extrações dentárias. Recomendava, para reforço da ancoragem, a

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bandagem dos dentes posteriores e a soldagem das bandas entre si, importantes, principalmente, durante a fase de retração do tratamento.

Devido às dificuldades e às inconveniências dos aparelhos desenvolvidos anteriormente, Angle9, em 1928, introduziu a técnica do Arco de Canto (

Edgewise

) representando um dos maiores legados à Ortodontia. A técnica preconizava bandagem em todos os dentes e utilização de bráquetes e tubos retangulares onde os diâmetros das canaletas mediam 0.022” x 0.028”. A utilização de amarrilhos para fixação dos arcos voltou a ser realizada. Os arcos possuíam também uma secção retangular, de 0.021” x 0.025”, permitindo, desta forma, o movimento de corpo dos dentes; a ancoragem utilizada era estacionária. Para melhorar o controle de ancoragem e diminuir o tempo ativo de tratamento, dobras de primeira e segunda ordem eram confeccionadas nos arcos.

Em 1932, Johnson47 projetou um novo aparelho ortodôntico denominado

twin

wire

, ou automático de arcos gêmeos, composto por dois fios de aço inoxidável cuja espessura variava de 0.009“ a 0.014”, mantidos nos tubos por atrito. Utilizava, como recurso de ancoragem inferior, um arco lingual de calibre 0.036”.

Tweed98, em 1936, constatou resultados insatisfatórios em alguns casos, empregando a técnica

Edgewise

e, conseqüentemente, passou a admitir a possibilidade de extrações dos primeiros pré-molares superiores e inferiores em seus planejamentos, contrapondo-se aos princípios de Angle8.

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Brodie19 et al. (1937) discordavam de Angle8 (1907) sobre a ancoragem estacionária, pois não acreditava m na possibilidade de se obter uma ancoragem rígida na cavidade bucal. Assim sendo, afirmaram que uma melhor ancoragem seria alcançada por dentes não movimentados e que a quantidade de dentes envolvidos determinaria a intensidade da resistência. Sugeriram, então, à técnica do arco de canto, a bandagem e a cimentação de um número maior possível de dentes, para obtenção de melhor controle e maior estabilidade da unidade de ancoragem.

No mesmo ano, Chuck31 (1937) preconizou a bandagem dos segundos molares inferiores como ancoragem adicional do arco, em virtude de estes dentes apresentarem raízes volumosas e situarem-se próximos ao tecido ósseo denso da borda anterior do ramo mandibular.

Wright112, em 1939, também contestou o termo ancoragem estacionária. Considerava a perda de ancoragem um dos maiores problemas da Ortodontia e a causa mais freqüente dos insucessos dos tratamentos. Avaliando a relação entre a Biologia e a Mecânica, afirmou que os diferentes graus de resistência à ancoragem dependiam de três fatores: (a) superfície e forma radicular, (b) natureza do osso envolvido e (c) oclusão. Em concordância com Brodie19 et al. (1937), afirmava que a maior fonte de ancoragem era representada pelos dentes não movimentados e que a inclusão dos segundos molares e recursos mecânicos que conferissem rigidez aos elementos de resistência incrementaria a ancoragem.

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Em 1941, Tweed99 enfatizou a necessidade de se estabelecer uma relação axial adequada entre os dentes inferiores e o osso basal, e que, somente desta maneira, estes dentes poderiam servir como resistência mecânica eficiente para correção da posição dos dentes superiores. Essa fase do tratamento durava, em média, quatro meses e foi denominada “preparo de ancoragem”.

No mesmo ano, Tweed100 descreveu seu plano geral de tratamento das más oclusões de Classes I e II de Angle e biprotrusões. Seu planejamento dividia-se em três fases: (1) preparo de ancoragem inferior, (2) correção da relação ântero-posterior dos arcos dentários e (3) detalhamento da posição dos dentes e preparo para a fase de contenção. O preparo de ancoragem inferior era obtido pelo controle de torque e incorporação de degraus distais nos arcos retangulares. Esperava, desta forma, conseguir a inclinação distal das coroas dos dentes posteriores e obter, nesta posição, maior resistência ao deslocamento mesial. Nestes casos, utilizava conjuntamente elásticos de classe III e aparelho extrabucal no arco superior. Considerava que este tipo de ancoragem seria mecanicamente um verdadeiro “finca pé”.

Para Strang92, em 1941, o sucesso de qualquer mecânica ortodôntica dependia de três fatores: (1) compreensão do mecanismo biológico e suas limitações, (2) princípios mecânicos envolvidos e (3) uso correto da ancoragem. Para o autor, a ancoragem seria a resistência ao movimento ou às forças ortodônticas, por meio de fatores biológicos. Afirmou que o procedimento do preparo de ancoragem preconizado por Tweed99, mesmo não se fundamentando corretamente

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em conceitos biológicos, possuía um valor clínico indiscutível, demonstrado por meio de 100 casos clínicos apresentados por Tweed99 em

Nova York

. Segundo Strang92, não havia dúvidas de que, posicionando-se os dentes em uma situação mecanicamente mais vantajosa para contrapor às forças de deslocamento, proporcionava-se ancoragem com maior estabilidade do que a constituída por dentes não movimentados.

Em 1944, Shelden86, em seu trabalho de revisão, salientou que o preparo de ancoragem não deveria ser realizado da mesma maneira em todos os tratamentos. Em vários casos de Classe I e de Classe II, os incisivos inferiores encontravam-se próximos de suas posições ideais sobre o osso basal. Enfatizou, também, a importância do uso dos segundos molares como ancoragem adicional na técnica do arco de canto, modificada por Tweed99, e que a força gerada para promover a movimentação dentária deveria ter a menor duração possível para não sobrecarregar os dentes de ancoragem.

Ainda em 1944, Tweed101 reafirmou a necessidade de extrações dos quatro primeiros pré-molares, após avaliação e comparação entre modelos de estudo e fotos de perfis faciais de casos já tratados sem extração dentária, com o retratamento destes com extração dentária e com casos que não receberam tratamento ortodôntico. Observou que, principalmente nos casos de biprotrusão, a extração se faz necessária para a estabilidade do tratamento, levando em conta a posição correta dos incisivos inferiores em relação ao osso basal.

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Neste mesmo ano, Brodie21 (1944) realizou um estudo utilizando radiografias cefalométricas em norma lateral para avaliar os resultados de casos tratados com a mecânica de Tweed99. Criticou o preparo de ancoragem associado às extrações dentárias. Concluiu que havia falhas nos objetivos desta técnica, pois, na maioria das vezes, ocorria um maior deslocamento anterior das raízes, em comparação à distalização das coroas dos molares inferiores.

Em 1945, Tweed102, por sua vez, respondendo às críticas contra sua técnica do preparo de ancoragem, esclareceu que o procedimento baseava-se em uma teoria científica de tratamento e que os resultados poderiam ser comprovados pela grande quantidade de casos tratados com essa mecânica. O autor afirmou ainda que, para se obter o preparo de ancoragem da melhor forma possível, elásticos de Classe III deveriam ser utilizados em associação ao aparelho extrabucal e aos degraus distais.

Nance64 (1947), em seu trabalho sobre as limitações do tratamento ortodôntico, afirmou que o comprimento do arco inferior na dentição mista só pode ser aumentado nos casos em que os incisivos encontram-se com inclinação para lingual ou os molares para mesial. Esta limitação obriga ao ortodontista utilizar a extração dentária na maioria dos casos que apresentarem dentes apinhados ou protruídos. Sugeriu que o arco lingual mantivesse o perímetro do arco, evitando o movimento lingual dos incisivos inferiores, assim como a migração para mesial dos molares inferiores.

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Em 1948, Cole32 realizou um estudo cefalométrico radiográfico em vinte e um pacientes tratados pela técnica

Edgewise

, com extrações dos primeiros pré-molares, para determinar as modificações que ocorreram após a remoção das contenções. Foram obtidos traçados cefalométricos no início, no término do tratamento ortodôntico e após a remoção das contenções. Para todos os casos as contenções haviam sido removidas ha pelo menos um ano. Concluiu que: a) o fechamento do espaço das extrações ocorre pelo movimento para anterior dos molares e para posterior dos incisivos; b) o movimento para posterior dos incisivos pode ocorrer envolvendo apenas o posicionamento da coroa, ou por movimentação de coroa e raiz; c) existe uma forte tendência à inclinação do incisivo inferior retornar à posição original com o plano mandibular após a remoção das contenções; d) a estabilidade da posição do primeiro molar inferior parece acompanhar a estabilidade do incisivo inferior pós-contenção.

Rohde81 (1948), ao tecer considerações sobre ancoragem, força e movimento dentário, afirmou que a resposta biológica do tecido ósseo constitui a real fonte de ancoragem a qualquer força transmitida aos dentes, sendo a membrana periodontal seu meio de conexão. Sendo assim, quanto maior a quantidade de fibras do ligamento envolvidas maior a resistência. Para o autor, a diferença entre ancoragem simples e estacionária está no tempo de resposta tecidual. Salientou dois métodos de ancoragem inferior: o arco lingual e a bandagem de todos os dentes. Discordou de Tweed100 (1941) com relação à eficiência do preparo de ancoragem e afirmou que a melhor unidade dessa ancoragem seriam os dentes não movimentados.

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Em 1951, Strange91 afirmou que até mesmo a separação dos dentes para a bandagem poderia gerar migrações ou inclinações indesejáveis, interferindo na ancoragem. A resultante desta força era transmitida para frente, pelos contatos proximais dos dentes. Salientou também que as forças aplicadas pelos elásticos intermaxilares repercutiam diretamente nos dentes e no processo alveolar, por meio do ligamento periodontal.

Revisando os sistemas de ancoragem descritos na literatura, Sandusky Jr. 85 (1951) concluiu que não há uma forma verdadeira de ancoragem estacionária dentro da cavidade bucal. Considerou que os dentes seriam apenas unidades de resistência, dependentes dos princípios biológicos que regem o periodonto e o tecido ósseo. Preconizou o uso de uma placa estabilizadora de resina acrílica, que possui maior efetividade na produção de uma ancoragem mais estável, quando da utilização de elásticos intermaxilares. Enfatizou que a placa mantinha todos os dentes do arco como uma unidade e com o apoio na mucosa, oferecia a vantagem de unir a resistência dentária de todo arco inferior associado ao tecido fibroso e ao osso alveolar de suporte para ancoragem.

Em 1952, Holdaway43 apresentou uma técnica com angulação de bráquetes nos dentes anteriores e posteriores. Os bráquetes e tubos dos dentes posteriores eram posicionados com angulação disto-oclusal. Assim, o preparo de ancoragem era realizado simultaneamente com a fase de nivelamento, evitando a etapa exclusiva para este preparo. Além disso, eliminava a necessidade de confecção das dobras de segunda ordem, bem como sua difícil reprodução nos arcos subseqüentes. Da

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mesma maneira, também evitava a necessidade de dobras para posicionamento artístico dos dentes anteriores, pois estes adquiriam suas inclinações axiais corretas ao final do nivelamento.

Strang93 (1954) afirmou que a ancoragem poderia ser obtida de três maneiras distintas. A primeira, pela oposição de um grupo de dentes contra um único dente; a segunda, com a utilização de um aparelho que assegurasse movimento de corpo dos dentes de ancoragem caso estes fossem deslocados simultaneamente ao movimento de inclinação dos dentes a serem movidos; e a terceira, pelo mecanismo de ancoragem referente ao uso de elásticos intermaxilares ou de aparelho extrabucal. Acreditava que fatores como sobremordida profunda, mordidas cruzadas, interferências oclusais ou cúspides acentuadamente agudas poderiam resultar em falhas no sistema de ancoragem, indicando nestes casos o uso de placa de mordida para solucionar alguns destes problemas.

Em 1956, Begg14 descreveu uma técnica baseada na filosofia do aparelho pino e tubo de Angle8, utilizando fio redondo 0.018” de aço inoxidável, tratado termicamente. Preconizava a incorporação de alças nos arcos ortodônticos que liberariam forças leves por períodos prolongados. Todos os tipos de movimentos necessários como os de corpo, torque e inclinação poderiam ser obtidos com sua técnica. Defendia o princípio de força diferencial, sendo assim, não utilizava ancoragem extrabucal, afirmando que somente as raízes dos primeiros molares ofereciam ancoragem suficiente para a retração dos dentes anteriores. Observou que as falhas em se mover os dentes anteriores para trás e a inabilidade em impedir

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que os dentes posteriores se movam para frente, durante o tratamento com extrações de pré-molares, não ocorrem devido à ancoragem insuficiente, mas sim à aplicação de uma força excessiva. Begg14 afirmava que os primeiros molares permanentes eram suficientes como ancoragem durante a fase de retração anterior, quando se utilizam forças leves.

No mesmo ano, Renfroe71 (1956) relatou que o controle de ancoragem dependia da experiência, da filosofia e da habilidade de cada ortodontista, pois a eficiência do aparelho poderia ter diferentes resultados, dependendo do operador. Revisando os princípios de ancoragem, exaltou alguns métodos para aumentar a estabilidade do segmento posterior. Descreveu o uso da placa lábio-ativa inferior como meio eficaz para eliminar a pressão exercida pelo lábio sobre os incisivos inferiores e, também, para a distalização dos molares inferiores. Para Renfroe71, uma ancoragem estável deveria ser muito mais resistente que os dentes a serem movimentados. Diante da necessidade de suplementar a ancoragem, todos os recursos intra e extrabucais deveriam ser considerados. Sendo assim, teceu algumas observações: a) as forças de reação deveriam ser distribuídas sobre um número de unidades dentárias suficiente para reduzir seu efeito ao mínimo; b) todos os dentes disponíveis, incluindo os segundos molares, deveriam ser bandados; c) deveriam ser incorporados ajustes aos arcos para compensar as tendências de rotação e inclinação dentárias e d) acessórios de ancoragem, como arcos palatinos e linguais, deveriam ser utilizados quando não houvesse estabilidade adequada.

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Bay13 (1958), em uma reportagem sobre os métodos de ancoragem ortodôntica, mencionou que o uso do arco lingual seria o mais eficiente recurso para se obter ancoragem estacionária no arco inferior, sem risco de inclinações ou rotações. Para tanto, o arco lingual deveria conter dobras soldadas e inseridas em tubos verticais, unidos aos primeiros molares permanentes e segundos pré-molares ou molares decíduos.

Stoner90 (1958) afirmou, em seu trabalho de revisão sobre ancoragem inferior, que a inclinação para mesial dos dentes, a qual ocorria na técnica

Edgewise

, dava-se devido à folga existente entre o arco e o canal de encaixe dos bráquetes. Com o uso do elástico de Classe II, além da mesialização, haveria ainda o risco de extrusão com inc linação do plano oclusal, o que alteraria a sobremordida. Segundo ele , a eficiência do preparo de ancoragem se daria pela ação combinada da resistência à inclinação de cada dente e pela absorção da força intermaxilar decomposta em direção apical. Para o autor, o conceito moderno de ancoragem seria um sistema adequado para cada caso. Em seu artigo, reconheceu a eficiência do preparo de ancoragem, dos acessórios linguais soldados, do arco lingual removível, das placas palatinas e dos aparelhos extrabucais, sendo a aplicação de um ou mais deles vinculada a cada caso específico.

Em seu trabalho de revisão, Higley42 (1960) reafirmou a eficiência das placas estabilizadoras, do aparelho extrabucal e do arco lingual no controle de ancoragem. Segundo ele, estes recursos reduziriam a preocupação com a perda de ancoragem, não havendo justificativa para realizar o preparo dela. Afirmou também que a

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musculatura peribucal exerce significante influência sobre o tratamento e sobre a fase de contenção. Para o autor, o deslocamento dos dentes inferiores para anterior, decorrente do uso dos elásticos de Classe II, seria inevitável, independentemente dos recursos de ancoragem utilizados, principalmente na presença de arco lingual.

Em 1960, Jarabak45 descreveu sua técnica com fios leves baseada na filosofia de Tweed100 (1941), porém utilizando bráquetes angulados, prescritos por Holdaway43 (1952). Acreditava que forças mais leves e contínuas proporcionariam maior eficiência mecânica, por evitarem fenômenos de hialinização e também por estarem em harmonia com a atividade fisiológica do periodonto. Conseqüentemente, os movimentos ortodônticos seriam mais rápidos durante o tratamento, em especial durante o preparo de ancoragem. Nesta fase, o autor preconizava o uso de fios redondos leves e o aparelho extrabucal no arco inferior. Não utilizava elásticos de Classe III, evitando assim efeitos indesejáveis sobre os dentes superiores, pois afirmava que as forças do aparelho extrabucal de uso noturno não eram suficientes para se oporem à ação dos elásticos. O fio retangular era utilizado apenas em situações onde o controle de torque durante a retração e na finalização do tratamento era necessário.

Burstone22, em 1962, discorreu sobre a técnica do arco segmentado, idealizada para liberação de forças leves e constantes, com controle satisfatório da ancoragem. As unidades de ancoragem posteriores eram compostas de fios rígidos, de calibre 0.21” x 0.25”, que uniam os dentes de ancoragem de cada hemi-arco por meio de uma barra palatina. Para a retração dos dentes anteriores eram utilizadas

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molas de calibre menor, entre os segmentos posterior e anterior, que liberavam forças fisiologicamente mais leves.

Ainda no mesmo ano, Reitan70, em estudo histológico em seres humanos, pesquisou se o efeito estabilizador obtido com o preparo de ancoragem aumentava a resistência contra o movimento para mesial dos molares. Verificou também se a resistência poderia ser produzida pelo tecido osteóide formado no lado mesial das raízes durante a inclinação distal. Em pacientes com 12 anos de idade, o autor movimentou os primeiros molares para vestibular, utilizando força contínua de 70 g e, em seguida, fez com que fossem movidos em direção lingual, por períodos de 1 a 21 dias. Concluiu que, passados 8 dias da execução do preparo de ancoragem, ocorreu a mineralização do tecido osteóide, tornando-o mais suscetível à reabsorção que o osso original; portanto não podia ser considerado fator de estabilização contra o movimento mesial.

Em seu trabalho de 1963, Denholtz34 demonstrou que os músculos dos lábios, bochechas e da língua, representam a maior força para controlar os dentes em suas posições. Confirmou a eficiência da placa lábio-ativa, aparelho que propicia o movimento dentário por ação da pressão muscular. Quanto às indicações de uso, o autor recomendou este aparelho tanto para o arco superior quanto para o inferior, para distalização de molares, como acessório de ancoragem em casos com extrações, para impedir a mesialização de molares e como reforço de ancoragem.

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Ainda em 1963, Kesling49 apontou 35 possíveis causas da perda de ancoragem, resultado de relatos de 150 ortodontistas adeptos à técnica de Begg, durante seus dois primeiros estágios. Concluiu que as principais causas relacionavam-se à falta de habilidade com a técnica e à ausência de colaboração do paciente.

Estudando a ancoragem dos molares inferiores, Vieth105 (1964) utilizou uma amostra de 37 casos tratados pela técnica

Edgewise

, com extrações dos quatro primeiros pré-molares e submetidos ao preparo de ancoragem e realizou um estudo cefalométrico. Constatou que as dobras de segunda ordem, em conjunto com os elásticos de Classe III, não se mostraram eficientes no controle do movimento radicular. Ao final do preparo de ancoragem, as coroas dos molares estavam posicionadas, em média, a 1 mm distal da posição inicial e os ápices radiculares mesializaram 2,7 mm, em relação à posição inicial. Para minimizar a perda de ancoragem, recomendou a bandagem dos segundos molares inferiores.

Segundo Graber40 (1966), o termo ancoragem refere-se à natureza do deslocamento, oferecida por uma unidade anatômica, quando esta é utilizada com propósito de movimento dentário. Os dentes seriam as unidades anatômicas mais freqüentemente utilizadas. Exemplificou, também, outras estruturas disponíveis como o palato, osso alveolar de suporte lingual da mandíbula, o occipital e a porção posterior do pescoço.

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No mesmo ano , Allen2 (1966) recomendou o uso da placa lábio-ativa para remover a pressão do lábio inferior sobre a face palatina dos incisivos superiores, facilitando, desta forma, o movimento de retração destes dentes. Seu uso também foi indicado como auxiliar de ancoragem, aumentando a capacidade dos molares, em resistir às forças de mesialização. Criticou o uso indiscriminado dos elásticos intermaxilares, alertando para o fato de que seus efeitos sobre o arco inferior fossem considerados.

Em estudo sobre a ação da pressão labial sobre a placa lábio-ativa em 25 pacientes, Subtelny; Sakuda94 (1966) se surpreenderam ao observarem que, em 22 casos, os molares foram verticalizados ou distalizados, permitindo desta maneira um aumento do comprimento do arco. Em 11 casos, os incisivos inferiores vestibularizaram. Sendo assim, concluíram que a placa lábio-ativa inferior constituiu um eficiente meio de prevenir a perda do comprimento do arco, restringindo a mesialização dos molares.

Em 1968, Walker109 descreveu uma técnica de ancoragem máxima, para casos com extrações de quatro pré-molares. Utilizava cursores no arco superior e inferior. Nos ganchos dos cursores superiores adaptava -se o aparelho extrabucal com apoio occipital, já os inferiores serviam de encaixe para elásticos de Classe III. Nesta técnica, a retração dos caninos ocorria sem perda de ancoragem ou até com distalização do segmento posterior, quando desejada.

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Ringenberg78, em 1969, detalhou em seu artigo de revisão, os princípios básicos que envolvem um tratamento com o aparelho

Edgewise

e sua versatilidade. Os princípios filosóficos são os mesmos idealizados por Angle, em 1928; porém muitas inovações no tratamento foram realizadas para que os resultados fossem alcançados com maior sucesso, por meio dos mecanismos oferecidos pela técnica.

Ackerman1 et al. introduziram, em 1969, uma modificação na técnica

Edgewise

, justificaram a utilização de forças leves admitindo que a duração da aplicação da força seja mais importante para o movimento dentário que sua magnitude. Não empregavam o preparo de ancoragem e posicionavam os bráquetes paralelos às faces oclusais dos dentes posteriores. Utilizaram a força extrabucal sobre os dentes anteriores superiores e inferiores, para que houvesse retração desses dentes, além do reforço de ancoragem. Ressaltou como principal vantagem, o fato de que se o paciente não colaborasse com o uso do aparelho extrabucal, ocorreria somente um aumento no tempo de tratamento e não a perda de ancoragem.

Em 1970, Merrifield; Cross58 divulgaram uma técnica de tratamento com forças direcionais, na qual preconizava o preparo de ancoragem inferior, denominado seqüencial 10-2. Baseava-se na utilização de dez dentes para o posicionamento de outros dois, em casos com preparo de ancoragem. Nesta técnica também era utilizado o aparelho extrabucal de tração alta, apoiado na região anterior, impedindo, desta forma, a inclinação do plano oclusal e a vestibularização dos dentes anteriores.

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Baker10 et al. (1972) relataram que para se alcançar estabilidade, devem-se considerar os seguintes recursos: (a) distribuição das forças de reação a um maior número de dentes possível, para reduzir ao mínimo seu efeito individual; (b) uso do maior número de dentes possível, incluindo os segundos molares; (c) ajustes no aparelho para compensar as tendências de rotações e inclinações dos dentes de ancoragem; (d) uso de arcos de reforço de ancoragem, quando a estabilidade não puder ser obtida com o aparelho e (e) suplementação da ancoragem intrabucal com dispositivos extrabucais, quando não forem utilizados arcos de reforço de ancoragem. Ainda nesse artigo, os autores descreveram um estudo cefalométrico comparativo sobre ancoragem, nas técnicas de Begg14 e

Edgewise

. A amostra constituiu-se de 100 casos tratados com extração de quatro pré-molares, dos quais 50 foram tratados com a técnica

Edgewise

, utilizando arcos de reforço de ancoragem e 50 com a técnica de Begg14, empregando forças diferenciais sem recursos auxiliares de ancoragem. Foram obtidas telerradiografias no início e no término do tratamento. Com os resultados, concluíram que houve maior estabilidade da posição dos molares a partir do uso de recursos de ancoragem. Observaram maior inclinação mesial dos molares superiores na técnica

Edgewise

e maior retração dos incisivos superiores nos casos conduzidos pela técnica de Begg14. Os molares inferiores, na técnica de Begg14, mesializaram em média 3,40 mm, contra 1,51 mm na técnica

Edgewise

. Quanto à inclinação axial dos molares, não houve diferença significativa entre os grupos, com tendência à inclinação para distal nos casos de

Edgewise

(média: -2,83 graus) e à inclinação de coroa para mesial nos

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casos de Begg14 (média: 0,13 grau). Foi encontrada correlação negativa entre a mesialização dos molares inferiores e a retração dos incisivos inferiores.

Bergensen17 (1972), em seu estudo cefalométrico com uma amostra de 148 pacientes, avaliou os efeitos da placa lábio-ativa e sua eficiência como ancoragem mandibular, associada ao uso de elásticos de Classe II. A média de idade dos pacientes foi de 12 anos e meio, com todos os tipos de má-oclusão. Foram divididos em dois grupos: Grupo I – composto por 61 pacientes que utilizaram somente a placa lábio-ativa sem a influência de outra força sobre os molares e incisivos inferiores; Grupo II – composto por 87 pacientes que foram divididos em dois subgrupos para testar o efeito da placa lábio-ativa como reforço de ancoragem dos molares inferiores durante a terapia com a utilização de elásticos de Classe II. Os resultados demonstraram que o movimento distal dos primeiros molares inferiores e a vestibularização dos incisivos inferiores ocorreram em 95% dos casos. Ao fim da fase de nivelamento, a distalização dos molares inferiores foi em média de um milímetro. Observou ainda que a placa lábio-ativa evitou a mesialização dos molares inferiores durante a utilização dos elásticos de Classe II, em 67% dos casos.

Andrews4 (1972) divulgou os resultados de sua pesquisa, alicerçada na avaliação de 120 modelos de gesso de pacientes com oclusão normal e que não tinham se submetido ao tratamento ortodôntico. Estes modelos, num total de 1150, foram selecionados por ortodontistas, clínicos gerais e estudantes de Odontologia. O

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autor encontrou seis aspectos freqüentes na maioria dos casos, envolvendo a relação molar, angulação e inclinação coronária, ausência de rotação e diastemas e a presença da curva de Spee suave ou planificada. Estas seis características significantes foram denominadas “As seis chaves da oclusão normal” e passaram a constituir os objetivos do tratamento em mais de 90% dos pacientes tratados por ortodontistas norte-americanos.

Marinho52, em 1973, realizou um estudo cefalométrico onde comparou os resultados de tratamentos ortodônticos realizados com extração dos primeiros pré-molares, utilizando a técnica de Tweed99, com aqueles obtidos ao empregar a técnica de bráquetes angulados preconizada por Holdaway43. A amostra foi constituída por 60 pacientes brasileiros leucodermas, de ambos os sexos, com média de idade de 13 anos. Foram divididos em dois grupos de 30 pacientes: Grupo I, tratados com o arco de trabalho (Tweed) e Grupo II, com os bráquetes angulados. Analisando os resultados, foi observado perda de ancoragem semelhante nas duas técnicas, após o preparo de ancoragem até o término do tratamento, persistindo a migração para mesial no período de contenção. Do início ao término do tratamento, a coroa do primeiro molar migrou em média 1,26 mm para mesial e o ápice da raiz mesial, 3,23 mm nos casos tratados com a técnica de Tweed99, contra 0,62 mm e 2,89 mm de migração mesial coronária e radicular respectivamente do primeiro molar inferior nos casos tratados com a técnica de Holdaway43. A coroa do incisivo inferior, por sua vez, deslocou-se 3,46 mm e 3,12 mm para distal nas técnicas de Tweed99 e Holdaway43, respectivamente, enquanto no ápice radicular destes dentes o deslocamento foi de 1,03 mm e 1, 51 mm, respectivamente.

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Renfroe72 (1975) reconheceu duas fontes principais de ancoragem: a extrabucal e a intrabucal. A intrabucal faz uso dos dentes, osso basal e musculatura, enquanto a extrabucal apóia-se no crânio e no pescoço. A utilização do osso basal pode aumentar sensivelmente a estabilidade da ancoragem, dissipando as reações de uma força aplicada. Citou como exemplos de aparelhos que utilizam o osso basal, o Botão de Nance e os aparelhos removíveis.

Após o estabelecimento das seis chaves para a oclusão normal, Andrews5 apresentou, em 1976, um novo aparelho, chamado por ele de “Aparelho

Edgewise

Sofisticado”. Este aparelho apresentava cada bráquete produzido para um tipo específico de dente. Tinha como característica a inclusão de angulações vestíbulo-linguais (torques) na base dos bráquetes e inclinações mésio-distais nos canais de encaixe destes, além de alterações que promoveriam os desvios no plano horizontal (

off-set

e

in-set

) dos respectivos dentes. Essas alterações contribuíram para que as dobras de primeira, de segunda e de terceira ordens, antes confeccionadas em cada arco ortodôntico, fossem incorporadas aos bráquetes; consideradas pelo autor como melhoria na qualidade dos resultados. Por não necessitar de dobras nos arcos, essa técnica, que utilizava bráquetes pré-ajustados, foi denominada

Straight-Wire

. Para o autor, o aparelho é capaz de minimizar as falhas humanas e variáveis decorrentes da colocação dos bráquetes, da incorporação e reprodução de dobras nos arcos, e ainda, mais objetivamente, melhorar as posições finais dos dentes, contabilizando na economia de ancoragem. Andrews5 considerou que o maior consumo de ancoragem nos tratamentos com aparelho de arco reto seria decorrente do alcance das metas

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determinadas pelas seis chaves de oclusão normal, em contraste com a amostra de casos por ele tratados, nos quais nem todas essas metas foram alcançadas.

Ricketts74, em 1976, descreveu a técnica bioprogressiva, preconizando a ancoragem do molar inferior no osso cortical que, por ser mais compacto e menos vascularizado, tende a ser mais resistente à reabsorção. Utilizava para tal procedimento o arco base inferior, no qual incorporava torque vestibular de raiz nos molares, enquanto promovia a expansão da coroa destes dentes. Para aumentar ainda mais a ancoragem, o arco base possuía um ângulo caudal que produzia uma inclinação distal dos molares inferiores. O autor afirmou que, os molares inferiores, posicionados desta forma, resistiriam às forças dos elásticos intermaxilares e às forças de mesialização, provenientes das alças de retração dos dentes anteriores. O arco base, também conhecido como arco utilidade, apóia-se nos incisivos, proporcionando a intrusão desses dentes, sem que ocorra a vestibularização de suas coroas.

No mesmo ano, Roth82 (1976) comentou sua experiência clínica atestando a eficiência do aparelho de Andrews5 (1976), por obter resultados consistentes em menos tempo e por promover uma oclusão compatível aos objetivos gnatológicos. Dentre as vantagens citadas por Roth82 estão: (a) o melhor controle das posições dentárias; (b) facilidade na instalação e identificação dos bráquetes e amarrilhos; (c) facilidade na manipulação dos arcos; (d) vantagem no tratamento de casos cirúrgicos; (e) conforto para o paciente; (f) tempo de tratamento reduzido e (g) redução no tempo de atendimento das consultas.

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Mayerson54, em 1977, publicou um artigo relatando a eficiência do aparelho

Straight-Wire

na prática clínica. Elogiou o aparelho por conferir precisão ao tratamento e por evitar a confecção de dobras nos arcos ortodônticos o que, segundo o autor, representaria uma manobra difícil de ser executada com exatidão, além de consumir tempo. Nesse sentido, seria produzido o movimento dentário sempre em direção à posição final desejada.

No mesmo ano, Rizzatto79 (1977), em seu estudo cefalométrico radiográfico, comparou a perda de ancoragem inferior entre casos tratados com bandagem até os primeiros molares (grupo I) com casos bandados até os segundos molares (grupo II) na técnica

Edgewise

. Sua amostra era composta de 50 pacientes brasileiros, de ambos os sexos, com média de 13 anos de idade, dos quais foram avaliadas 100 telerradiografias, obtidas no início e no término do tratamento ortodôntico. Concluiu que houve perda de ancoragem coronária média de 2,55 mm no grupo I, e 1,91 mm no grupo II. Além disso, no que tange à região radicular, ocorreu a mesialização de 3,49 mm no grupo I, e 3,71 mm no grupo II. Analisando os resultados, não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Observou, de modo geral, que a perda de ancoragem foi maior no nível de raiz que no de coroa e encontrou correlação positiva entre a perda de ancoragem nas raízes e nas coroas dos primeiros molares inferiores.

Em 1979, Modlin62 descreveu o emprego da técnica

Edgewise

com o uso de forças leves, em que os caninos eram retraídos com baixa resistência ao atrito e com controle da sobremordida anterior, o que, segundo o autor, acarretaria mínima

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perda de ancoragem. O controle de ancoragem superior seria feito com a utilização de aparelho extrabucal de tração cervical associado a elásticos de Classe III, presos a cursores, situados 3 mm mesialmente aos caninos. Em casos críticos, o autor recomendava a instalação de barra transpalatina e arco lingual inferior.

Wilson110 (1980) relatou existir uma ampla variação nos valores de ancoragem. O emprego do arco lingual 3D, com uma pequena alça vertical, propicia um controle positivo do molar, tanto no torque vestibular da raiz como na tendência de mesialização. A alça permite ajustar a posição do arco na região anterior do arco mandibular.

Frediani; Scanavini36 (1981) avaliaram o efeito provocado pelo uso da placa lábio-ativa associada ao elástico de Classe III, em uma amostra de 40 pacientes na fase de dentição mista , de ambos os sexos, tratados com a técnica

Edgewise

. De cada paciente foram obtidas duas telerradiografias, uma ao início da observação e outra após vinte e quatro meses. A amostra foi dividida em dois grupos: Grupo I, pacientes que não foram submetidos ao tratamento ortodôntico e Grupo II, pacientes que usaram placa lábio-ativa inferior, associada a elásticos de classe III. Diante dos resultados, os autores concluíram que, nos casos do Grupo II, ocorreu inclinação distal da coroa do primeiro molar inferior, concomitantemente à mesialização das raízes, sem que houvesse extrusão desse dente onde ocorreu inclinação vestibular da coroa dos incisivos inferiores e inclinação distal de suas raízes, podendo-se considerar o aumento do perímetro do arco.

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Freitas37 (1982) avaliou cefalometricamente a ancoragem inferior, utilizando como recurso de ancoragem a placa lábio-ativa conjugada a elásticos de Classe III, acoplados ao aparelho extrabucal superior, durante as diferentes fases do tratamento ortodôntico e comparou com os resultados obtidos por Marinho52. A amostra constou da documentação de 30 pacientes, de ambos os sexos, com média de idade correspondente a 12 anos e 8 meses que apresentavam más-oclusões de Classe II divisão 1 e Classe I com biprotrusão. Foram tratados com ortodontia corretiva pela técnica

Edgewise

, sem preparo de ancoragem, com a extração dos primeiros pré-molares. O tempo de tratamento foi em média 1 ano e 8 meses. Embasado nos resultados concluiu que: a) ao final da fase de nivelamento, as coroas dos molares inferiores inclinaram-se para distal e a raiz para mesial. Os incisivos permaneceram em sua posição inicial, diferente dos resultados de Marinho52, em que estes dentes inclinaram-se para lingual; b) ao final da fase de retração ocorreu perda de ancoragem mais evidente ao nível radicular em todos os casos observados; c) os incisivos apresentaram uma tendência ao movimento de corpo, já nos resultados de Marinho52, houve tendência ao movimento de inclinação; d) ao final do tratamento ocorreu pouca movimentação tanto para os incisivos quanto para os molares em todos os casos observados.

Ricketts77 et al. (1983) propuseram a estabilização da ancoragem dos molares, caracterizando a primeira fase do tratamento ortodôntico com extrações. O arco utilidade confeccionado especialmente para controle de verticalização dos molares, ativado no segmento molar permite, além da intrusão dos incisivos, a verticalização dos molares quando necessário. Segundo os autores, a ancoragem pode variar de

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máxima, quando não se permite que os molares se desloquem anteriormente, a mínima, na qual os molares podem assumir todo o espaço da extração.

Vigorito106 (1986) em seu livro fez considerações sobre a movimentação dentária e os problemas de ancoragem na fase de nivelamento, afirmando que os segmentos dentários posteriores absorvem as conseqüências das forças aplicadas, tendendo a perder suas posições em direção mesial ou vestíbulo-mesial. O método por ele utilizado foi força extrabucal superior e placa lábio-ativa no arco inferior.

Roth83 (1987) relatou, em seu artigo, as bases que fundamentaram sua prescrição. Observou que era necessário a incorporação de dobras e curvas de compensação nos arcos ortodônticos, na fase de finalização dos casos com o aparelho

Straight-Wire

original. Inicialmente, afirmou ter usado os bráquetes com a prescrição de Andrews5 (1976), para casos de extração, disponíve l até então no mercado. Salientou a preocupação com o controle da ancoragem do segmento posterior, especialmente nessas situações. Esta preocupação se dava pelo fato de que, na prescrição original, com a inclinação dos dentes posteriores para mesial, estes tenderiam a perder ancoragem durante o tratamento. Sua prescrição foi o resultado da incorporação do conceito de sobrecorreção e da busca por uma série de bráquetes que fosse aplicável na maioria dos casos. Outras diferenças também foram relatadas como o posicionamento dos bráquetes anteriores da prescrição de Andrews5 que se dava no centro da coroa clínica. Roth83 posicionava estes acessórios um pouco mais para incisal como forma de compensação para eliminar a necessidade de executar curvas reversas nos arcos de finalização. Foram também

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adicionados aos acessórios originais de Andrews5 tubos duplos e triplos para o uso de aparelho extrabucal, placa lábio-ativa e também tubos retangulares auxiliares, para as técnicas bioprogressiva ou de Burstone23. Aos bráquetes também foram adicionados braços de força para o apoio dos elásticos intermaxilares de classe II ou classe III. Por desacreditar na eficácia da mecânica de deslizamento , com os materiais disponíveis até então, o autor preconizou realizar a retração dos dentes anteriores por meio de alças.

Mitri60 (1987), avaliando a perda de ancoragem inferior em radiografias cefalométricas, no final da fase de nivelamento, comparou as técnicas

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com bráquetes angulados e com paralelos. A amostra constou de 60 pacientes leucodermas, de ambos os sexos, com idades variando entre 10 anos e 6 meses e 19 anos e 2 meses, com más-oclusões de Classes I e II, com dentadura permanente, incluindo os segundos molares. Todos os pacientes submeteram-se à extração dos quatro pré-molares. A amostra foi dividida em três grupos: Grupo I, formado por pacientes tratados com a técnica

Edgewise

, com bráquetes angulados e o uso de ancoragem extrabucal superior, elástico de Classe III e cursor; Grupo II, formado por pacientes tratados com a técnica

Edgewise

, com bráquetes paralelos e o uso de ancoragem extrabucal superior, placa lábio-ativa inferior e elástico de Classe III e Grupo III, formado por pacientes tratados com bráquetes paralelos e o uso de ancoragem extrabucal superior, sem preparo de ancoragem inferior. Por meio de radiografias tomadas no início e na fase de nivelamento do tratamento, a posição do primeiro molar inferior foi analisada cefalometricamente. Analisando os resultados, concluiu que no Grupo I não houve perda de ancoragem tanto de raiz

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como de coroa do primeiro molar inferior. Já nos Grupos II e III, observou mesialização radicular dos primeiros molares inferiores. O Grupo III apresentou maior quantidade de perda de ancoragem radicular. Constatou, ainda, a influência do crescimento somado à mesialização radicular.

Em 1988, Berman18 afirmou, em entrevista que, na técnica

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, o alinhamento e nivelamento preconizados destinam-se a corrigir a angulação dos caninos e as rotações existentes. Estas correções tendem a promover a mesialização dos molares devido ao amarrilho conjugado posterior, com extensão para os caninos. Para anular este efeito, indicou o uso de elásticos de Classe II leves, que podem estar associados ao arco lingual ou à placa lábio-ativa. Assegurou, ainda, que o aumento da sobremordida poderia ser considerado um efeito transitório e seria corrigido com os arcos ortodônticos.

Burstone23 (1988) relatou ter usado o arco lingual passivo por um longo período como método de tratamento, ou como coadjuvante com outros aparelhos. Estes podem minimizar os efeitos colaterais durante o tratamento, aumentando a ancoragem e permitindo movimentos dentários com mecânicas recíprocas ou assimétricas de difícil execução.

McLaughlin; Bennett56, em 1989, descreveram as diferenças mecânicas significativas que ocorreram durante o período de transição entre as técnicas

Edgewise

e

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, principalmente para os casos tratados com extração. Observaram que, durante a fase de nivelamento, houve grande tendência de

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inclinação mesial de caninos e vestibularização de incisivos superiores e inferiores, em conseqüência à inclinação mésio-distal dos canais de encaixe dos bráquetes desses dentes. Sendo assim, requeria controle mais efetivo de ancoragem, nos estágios iniciais de tratamento, pois, durante o nivelamento, a vestibularização dos incisivos promovia um aumento da sobressaliência. Além disso, também foi observado o aumento da sobremordida. Para evitar tais efeitos colaterais adotaram: (a) execução de dobras distais aos tubos dos segundos molares, nos arcos ortodônticos; (b) instalação da barra palatina e uso de aparelho extrabucal; (c) utilização de arco lingual e elástico de Classe III para controlar a posição dos molares. Com o propósito de evitar a inclinação da coroa dos caninos para mesial, preconizaram o uso de amarrilhos conjugados de segundo molar ao canino em cada hemi-arco, permitindo, assim, que, durante o nivelamento , a inclinação mésio-distal se corrigisse pela movimentação radicular, uma vez que a coroa se mantinha em posição ou até distalizava pela ativação do amarrilho conjugado.

Kesling50 (1989), em seu artigo de divulgação, fez considerações a respeito da eficácia do sistema de ancoragem diferencial com o uso do aparelho

tip-edge

na técnica

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. Ressaltou a importância da mecânica de inclinação para o controle de ancoragem estacionária dos dentes posteriores inferiores e dos efeitos colaterais, como o aumento da sobremordida, à formação de curva de Spee reversa superior e acentuada inferior. Tais efeitos se devem a deflexão do arco durante os movimentos horizontais nas técnicas

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e

Straight-Wire

.

(30)

Em 1989, Cipriano28 et al. avaliaram, cefalometricamente , o desempenho da ancoragem inferior durante as fases de nivelamento e retração anterior, comparando casos com angulação de bráquetes com três e cinco graus. A amostra foi composta por 27 pacientes, de ambos os sexos, com idade variando, ao início do tratamento, entre 11 anos e 8 meses e 15 anos e 4 meses e, ao final da fase de retração, entre 13 anos e 6 meses e 17 anos e 1 mês. Os pacientes foram tratados pela técnica

Edgewise,

com extração dos quatro primeiros pré-molares. Observaram que no grupo com angulação de três graus, os primeiros molares inferiores mantiveram sua posição coronária, mas exibiram mesialização das raízes nas fases pesquisadas. Já no grupo com angulação de cinco graus, os primeiros molares inferiores permaneceram estáveis durante a fase de nivelamento; entretanto, na fase de retração anterior, ocorreu mesialização significativa de suas coroas. Em relação aos ápices, observou-se mesialização em ambas as fases.

Robinson80 (1989), apud Bennet; McLaughlin (1994), avaliou as modificações ocorridas nos arcos inferiores de 57 casos com extração dos primeiros pré-molares, durante a fase de nivelamento no tratamento com a técnica

Straight-Wire

. Aproximadamente na metade dos casos, a conduta foi a de se utilizarem amarrilhos conjugados nos segmentos posteriores, enquanto que a outra metade foi tratada sem conjugar os segmentos posteriores. O autor observou que os molares inferiores moveram-se para mesial cerca de 1,76 mm nos casos em que foram utilizados amarrilhos conjugados, e 1,53 mm quando estes não foram utilizados. Os incisivos inferiores inclinaram-se 1 mm para lingual, em média.

(31)

Em 1990, Bennett; McLaughlin15 descreveram a mecânica do aparelho pré-ajustado e seus efeitos nas seis fases do tratamento: controle de ancoragem, nivelamento e alinhamento, controle da sobremordida, redução do

overjet,

fechamento dos espaços e finalização. Afirmaram que o controle da ancoragem no tratamento com o aparelho

Straight-Wire

residia no uso de forças leves. Esse controle poderia ser maior caso fossem extraídos os primeiros pré-molares no lugar dos segundos. Recomendavam o uso seletivo de elásticos intermaxilares, por períodos curtos, nos casos de padrões faciais verticais, para o controle de ancoragem. Relataram que a barra transpalatina soldada e o arco lingual, usados durante a fase de nivelamento, seriam recursos de ancoragem suficientes. Contudo, utilizavam o aparelho extrabucal de uso noturno e placa lábio-ativa inferior durante o fechamento dos espaços como meio de obter máxima ancoragem. Ocasionalmente, faziam uso do arco base, para intrusão dos incisivos e verticalização dos molares inferiores, ou da aplicação seletiva de torque nos molares como forma de resistência ao movimento mesial.

Almeida3 et al., em 1991, comentaram as possibilidades da utilização da placa lábio-ativa na Ortodontia Preventiva, Interceptora e Corretiva, a seguir relacionadas: (a) como mantenedor de espaço; (b) como recuperador de espaço; (c) como impedidor de interposição labial; (d) como impedidor de pressionamento labial; (e) como escudo vestibular; e (f) como reforço de ancoragem; (g) para contrapor os efeitos extrusivos dos elásticos de Classe II. Demonstraram por meio de casos clínicos todas as formas e indicações de uso da placa lábio-ativa acima descritos.

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Em 1991, Cipriano; Vigorito91 avaliaram, cefalometricamente, o comportamento do sistema de ancoragem inferior, utilizando a técnica

Edgewise

com angulação de bráquetes, considerando-se as fases de nivelamento com preparo de ancoragem inferior, retração anterior inferior e término do tratamento ortodôntico. A amostra constou de 200 telerradiografias cefalométricas, obtidas de 50 pacientes, de ambos os sexos, portadores de má-oclusão de Classe II divisão 1a de Angle, na faixa etária de 11 anos e 4 meses a 18 anos e 5 meses. Todos os pacientes foram tratados com extrações dos 4 primeiros pré-molares. A amostra foi dividida em 4 grupos: GRUPO I: constituído de 50 telerradiografias, tomadas antes do início do tratamento ortodôntico ativo; GRUPO II: cons tituído de 50 telerradiografias, tomadas ao término do nivelamento com preparo de ancoragem inferior; GRUPO III: constituído de 50 telerradiografias, tomadas ao término da fase de retração anterior inferior e, GRUPO IV: cons tituído de 50 telerradiografias, tomadas ao término do tratamento ortodôntico ativo. Diante dos resultados obtidos, os autores concluíram que: 1) entre o início do tratamento e o nivelamento com preparo de ancoragem inferior foi constatado: 1.1) a coroa do primeiro molar inferior permaneceu estável e o ápice sofreu migração mesial; 1.2) a coroa do incisivo inferior sofreu migração anterior enquanto o ápice radicular migrou lingualmente; 1.3) as coroas do molar e do incisivo inferiores mostraram rotações, respectivamente, no sentido anti-horário e horário. 2) entre o nivelamento com preparo de ancoragem inferior e a retração anterior inferior, foi constatado que: 2.1) houve significativa perda de ancoragem considerando-se a coroa e a raiz do primeiro molar inferior, sem, contudo, sofrer inclinação axial; 2.2) contou-se com sensível perda de ancoragem da coroa dos incisivos inferiores e migração vestibular do ápice radicular,

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ocorrendo rotação anti-horário do longo eixo desse dente. 3) não ocorreu diferença estatisticamente significante quando comparadas as variáveis entre as fases de retração anterior inferior e o término do tratamento. 4) entre início e término do tratamento foi constatado que: 4.1) sobreveio expressiva perda de ancoragem, considerando-se a coroa e a raiz do primeiro molar inferior, com inclinação áxio-mesial apical; 4.2) sucedeu considerável retração no nível de coroa e raiz, e rotação áxio-lingual coronária do incisivo inferior.

McLaughlin; Bennett57 (1991) discutiram os métodos de controle de ancoragem que possuem efeitos comprovados durante o estágio inicial de nivelamento e alinhamento. Afirmaram que o controle da ancoragem é mais difícil de ser mantido durante a fase de nivelamento e de alinhamento com o aparelho

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que com o

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devido ao imediato reposicionamento das coroas e raízes. Relataram, também, que o arco lingual propicia um adequado controle da ancoragem, em 80% a 90% dos casos, e, caso seja necessário aumentar a ancoragem, molas na região anterior ou elásticos de classe III podem ser utilizados.

Em 1992, Lima51 realizou um estudo cefalométrico radiográfico da ancoragem inferior, quando alguns recursos de ancoragem, durante a fase de retração foram associados à técnica

Edgewise

. A amostra constituiu-se de 74 pacientes, de ambos os sexos, com idades entre os 11 e 19 anos, com má-oclusão de Classes I e II e com oclusão permanente completa. Os pacientes foram tratados com a técnica

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primeiros pré-molares. A amostra foi dividida em 4 grupos: Grupo I – pacientes tratados com bráquetes angulados, preparo de ancoragem inferior, cursor e elástico de Classe III; Grupo II - pacientes tratados com bráquetes paralelos, placa lábio-ativa inferior e elástico de Classe III; Grupo III - pacientes tratados com bráquetes paralelos e placa lábio-ativa inferior; e Grupo IV - pacientes tratados com braquetes paralelos, sem a utilização de recursos auxiliares de ancoragem (grupo controle). Após os resultados, o autor concluiu que em todos os grupos houve migração mesial tanto da coroa quanto da raiz do primeiro molar inferior. Não foi observada modificação significativa no sentido vertical e na inclinação do primeiro molar inferior e, de modo geral, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes, quando comparados os grupos entre si. Finalmente concluiu que a fase de retração anterior inferior é o momento crítico quanto ao controle da ancoragem.

Ao final do ano de 1992, Hart41 et al. estudaram o controle de ancoragem clínico e cefalométrico, em casos com extração dos 4 primeiros pré-molares, utilizando os conceitos de torque. Os dados foram obtidos de telerradiografias cefalométricas em norma lateral pré e pós-tratamento ortodôntico, de 30 pacientes, de ambos os sexos. Foram tratados com a técnica

Edgewise

, por meio da mecânica “diferencial de torque”. Aplicou-se o conceito de direcionamento da ancoragem sem a utilização de aparelhos acessórios, mas com o aumento da ancoragem por meio da aplicação cuidadosa de forças e de momentos. Dos 30 pacientes, 18 tinham oclusão de Classe I de Angle (com apinhamento e biprotrusão) e 12 tinham de má-oclusão de Classe II divisão 1 de Angle (com apinhamento e/ou acentuada sobressaliência). A amostra foi dividida em dois grupos, de acordo com a severidade

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do apinhamento: Grupo I: ancoragem máxima, com 6 mm ou mais de apinhamento e Grupo II: ancoragem mínima ou moderada, com menos de 6 mm de apinhamento. O maior achado desse estudo foi o efeito clínico da mecânica de torque diferencial, com significativo controle de ancoragem intrabucal. Sendo assim, provou ser uma proposta clínica ótima e controlável, independentemente do tipo de má-oclusão ou da severidade do apinhamento.

Em 1993, Kattner; Schneider48 compararam os resultados de tratamentos com aparelho

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e

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. A amostra consistiu-se de 120 casos tratados, de ambos os sexos, sendo 60 de cada técnica. A idade dos pacientes variou de 12 a 16 anos. Foram utilizados dois índices de comparação. A primeira avaliação foi feita por meio do índice ITRI (índice de relacionamento dentário ideal), o qual avalia os modelos de estudo pela presença de contatos dentários ideais. A segunda avaliação dos modelos de estudo pós-tratamento foi baseada no critério estabelecido por Andrews das “Seis chaves para Oclusão Normal”. Concluíram que: (a) não houve diferença significante pós-tratamento entre as duas técnicas segundo o ITRI; (b) o índice ITRI pós-tratamento revelou diferenças clínicas entre as relações anterior intra e inter-arcos, e posterior inter-arcos. Essas diferenças podem estar relacionadas, em ambos os grupos, ao tempo de tratamento e ao tamanho do arco; (c) em relação ao aparelho

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e às seis chaves para a oclusão normal, concluíram que mesmo utilizando essa técnica, sentiu-se dificuldade em encontrar as seis chaves nestes casos, mas, em se tratando da angulação e inclinação dos dentes posteriores superiores, o aparelho

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foi significantemente melhor que o

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; e (d) mesmo obtendo alguns componentes das seis chaves

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de oclusão de Andrews, não significa uma grande porcentagem de contatos dentários ideais, como os medidos pelo índice ITRI.

Pinto67 et al., em 1993, avaliaram o desempenho dos elementos de ancoragem e dos incisivos inferiores, em pacientes de ambos os sexos, com média de idade correspondente a 12 anos e 9 meses e com diferentes tipos de padrão de crescimento facial, durante o tratamento ortodôntico com extração dos primeiros pré-molares. A amostra constou de telerradiografias de 60 pacientes, realizadas no início e no final do nivelamento, no final da retração e no final do tratamento. Os pacientes com más-oclusões de Classe II e Classe I de Angle foram distribuídos em dois grupos de acordo com o padrão de crescimento facial: GRUPO I: Padrão de crescimento equilibrado e GRUPO II: Te ndência de crescimento vertical. Com base nos resultados, concluíram: 1) em relação à posição da coroa e raiz do molar: 1.1) do início ao final do nivelamento, no GRUPO I, ocorreu inclinação para distal da coroa e inclinação para mesial da raiz. No GRUPO II, a coroa do molar manteve-se estável, com uma inclinação da raiz para mesial; 1.2) do final do nivelamento ao final da retração, observou-se perda de ancoragem da coroa e da raiz em ambos os grupos, significantemente maior no GRUPO II; 1.3) do final da retração ao final do tratamento, verificou-se suave deslocamento distal da coroa e da raiz do molar no GRUPO I, enquanto que no GRUPO II observou-se um deslocamento mesial da coroa e da raiz do molar; 1.4) as medidas realizadas para a coroa e para a raiz do molar, do início ao final do tratamento, foram estatisticamente significantes entre as fases do tratamento, entre os padrões de crescimento e na correlação das fases do tratamento com os padrões de crescimento; 1.5) para pacientes com padrão de

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crescimento vertical, os cuidados com a ancoragem devem ser dobrados. 2) Em relação à posição da coroa e da raiz do incisivo: 2.1) as diferenças observadas foram significantes somente entre as fases do tratamento; 2.2) do início ao final do tratamento, a coroa e a raiz do incisivo apresentaram resultados similares para ambos os grupos.

Em 1995, Viazis104 desenvolveu a Terapia Bioeficiente, a qual utiliza fios superelásticos e bráquetes pré-ajustados, com conformação triangular. O principal objetivo da técnica é produzir forças suaves, reduzindo o tempo despendido na fase inicial do tratamento, restando, desta forma, mais tempo para finalização do caso. Para os casos tratados com extração dos pré-molares, a retração dos caninos é realizada isoladamente até que este se torne parte do segmento posterior, e, então, os incisivos podem ser retraídos em massa, sem que haja perda de ancoragem, uma vez que o segmento posterior esteja sempre conjugado com ligadura metálica. Em casos de ancoragem máxima, o aparelho extrabucal pode ser usado somente durante a noite. A aceitação do paciente quanto ao uso do aparelho extrabucal é favorável devido ao tempo de tratamento ser menor nesta técnica.

Na avaliação de Taylor; Ison95 (1996) sobre a mecânica de deslizamento utilizando bráquetes pré-ajustados, os autores compararam o efeito do atrito nos bráquetes convencionais e nos auto-ligados com diferentes combinações de arcos, em um segmento de modelo bucal e observaram a relação entre o atrito estático e o dinâmico. Afirmaram que o deslizamento do arco sobre os canais de encaixe dos bráquetes e dos tubos geraria uma força friccional de resistência ao movimento.

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Essa força reduziria ou impediria o movimento do arco pelos canais de encaixe e poderia induzir uma força excessiva sobre os dentes posteriores durante a retração anterior, causando a perda de ancoragem. Inicialmente, a fricção estática entre o arco e os bráquetes deveria ser superada para iniciar o movimento e, assim, ocorreria fricção dinâmica em direção à força aplicada, enquanto que o arco seria guiado pelos canais de encaixe dos bráquetes dos pré-molares e molares. Para os autores, após o nivelamento dos bráquetes, as forças friccionais poderiam ser incrementadas pelo aumento da secção do arco, pelo uso do fio retangular, pela presença de torque no arco e pela irregularidade superficial dos bráquetes e dos arcos.

Em 1997, Roth84 afirmou que os seguintes fatores favoreciam a conservação da ancoragem: nivelamento da curva de Spee com arco base; alinhamento com fios flexíveis; alinhamento apenas após as extrações; tracionamento dos dentes posteriores com preparo de ancoragem; posição inicial dos caninos com mínima inclinação mésio-distal; intrusão e retrusão de incisivos superiores com mínima inclinação mésio-distal; expansão dos arcos por pressão lingual; uso de um arco com forma alargada na região anterior; bandagem dos segundos molares ao início do tratamento e sua utilização para ancoragem; utilização de barras transpalatinas e abertura da sobremordida anterior, além da criação de uma sobressaliência antes da retração dos incisivos superiores.

Rebellato69 et al. (1997) observaram, em seus estudos, que o uso do arco lingual é efetivo, reduzindo a migração dos primeiros molares permanentes e a

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subseqüente perda de comprimento do arco inferior, durante o final da dentição mista e o início da dentição permanente.

Ozawa66 et al., em 1997, ressaltaram, em seu trabalho, o desempenho clínico de um método inovador na obtenção de uma ancoragem intrabucal "estática", a anquilose intencional de molares permanentes superiores e inferiores. Os passos operacionais do processo de indução a anquilose (extração, obturação do canal radicular, eliminação do ligamento periodontal e reimplante) foram discutidos em seu artigo. Entre os anos de 1989 e 1994, cinco pacientes, de ambos os sexos, tiveram 8 molares extraídos (7 inferiores e 1 superior) e uma de suas raízes reimplantadas, após a destruição total do ligamento periodontal preso ao cemento, para que permanecessem na boca por um certo período de tempo na condição de anquilose. Esses molares tranformaram-se em implantes osseointegrados e serviram de ancoragem para movimentos dentários, distalizando dentes à sua frente, com êxito em 4 dos 5 pacientes selecionados.

Marzari53, em 1998, em sua pesquisa, comparou cefalometricamente a perda de ancoragem inferior durante a fase de nivelamento, em casos tratados com extrações dos primeiros pré-molares, nas técnicas

Edgewise

Standard

e

Straight-Wire

, no que diz respeito ao posicionamento da coroa do primeiro molar inferior, das raízes do primeiro molar inferior, das coroas dos incisivos inferiores bem como das raízes dos incisivos inferiores. A amostra englobou as telerradiografias em norma lateral de 46 pacientes, de ambos os sexos, obtidas no início do tratamento e no final da fase de nivelamento. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos, de

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acordo com a técnica utilizada para a correção da má oclusão. O grupo I abrangeu 27 pacientes, com média de idade de 12 anos e 7 meses, nos quais a correção ortodôntica foi realizada pela técnica

Edgewise

Standard

, enquanto que o grupo II consistiu em 19 pacientes, com média de idade de 12 anos e 9 meses, tratados pela técnica

Straight-Wire

. Sobre cada telerradiografia traçou-se um cefalograma específico para quantificar a movimentação dos dentes de ancoragem e dos incisivos. Após a avaliação estatística e diante dos resultados obtidos, concluiu que durante a fase de nive lamento, comparando-se as técnicas

Edgewise

Standard

e

Straight-Wire

, ocorreu perda de ancoragem inferior nos dois grupos. A coroa do primeiro molar inferior apresentou perda de ancoragem com maior intensidade no grupo II, porém estatisticamente não significante. O grupo I exibiu maior migração radicular para mesial do primeiro molar inferior, alcançando significância estatística. Os incisivos inferiores exibiram inclinação coronária para vestibular em ambas as técnicas, todavia apresentando uma maior intensidade no grupo I, mas sem significância estatística. O grupo II apresentou menor inclinação radicular dos incisivos inferiores para lingual, embora estatisticamente não significante.

Tortamano97 et al. (1999) afirmaram que a efetividade do sistema de ancoragem depende da fase do tratamento ortodôntico e do acessório empregado. Os autores utilizaram um implante no palato como meio de ancoragem máxima no arco superior no tratamento da classe II 1ª divisão.

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Shimizu 87et al., em 2000, considerando algumas dificuldades para se obter as inclinações distais dos segundos molares inferiores, preconizadas para o preparo de ancoragem segundo a Filosofia Tweed-Merrifield, avaliaram os possíveis fatores envolvidos. Para tanto, acompanharam as movimentações distais de 60 segundos molares inferiores de 50 pacientes sob tratamento ortodôntico corretivo na Clínica de Mestrado em Ortodontia da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Após analisarem a eficiência do operador, a colaboração do paciente, as interferências oclusais e a presença dos terceiros molares, com os resultados obtidos concluíram que os terceiros molares ainda não erupcionados devem ser considerados como um fator determinante para o insucesso na obtenção das inclinações distais dos segundos molares inferiores, durante a fase de preparo de ancoragem inferior.

Missaka59, em sua tese de mestrado de 2000, realizou um estudo cefalométrico radiográfico da ancoragem posterior no arco inferior em pacientes de ambos os sexos, com idade média de 15 anos e 4 meses, com má oclusão de Classe I de Angle . Os pacientes foram tratados com extrações de primeiros pré-molares inferiores, utilizando a técnica do aparelho pré-ajustado proposta por Roth82 (1976). A amostra constituía-se de 50 telerradiografias em norma lateral (25 ao início e 25 ao término do tratamento ortodôntico). Após análise e discussão dos resultados obtidos, concluiu que: (a) houve deslocamento mesial da coroa e da raiz do primeiro molar inferior do início ao término do tratamento ortodôntico, sendo mais intenso o deslocamento radicular; (b) ocorreu deslocamento lingual significante da coroa e da raiz do incisivo inferior, sendo maior o deslocamento coronário; e (c) notou-se

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diminuição significativa do valor do ângulo que mede a inclinação vestíbulo-lingual do incisivo inferior do início ao término do tratamento ortodôntico. Essa diminuição foi decorrente do maior deslocamento para lingual da coroa do incisivo inferior.

Carvalho26 et al., ainda em 2000, avaliaram cefalometricamente a influência do padrão de crescimento facial na correção da má-oclusão de Classe II, 1ª divisão, realizada com aparelho fixo

Edgewise

Standard

, ancoragem extrabucal cervical e extração de quatro primeiros pré-molares. Para isto foram utilizadas 120 telerradiografias, de 60 pacientes, divididos em 2 grupos de 30: Grupo 1- com padrão equilibrado de crescimento da face e Grupo 2- com padrão vertical de crescimento facial. A análise dos resultados revelou que , durante o tratamento ortodôntico, não houve influência no padrão de crescimento facial. O aumento das dimensões verticais da face ocorreu de modo semelhante entre os dois grupos. Apenas a proporção entre as alturas faciais anteriores denotou um comportamento mais favorável ao Grupo 2 (crescimento vertical). A maxila apresentou uma restrição do seu crescimento anterior de maneira semelhante para os dois grupos. A mandíbula expressou um crescimento anterior similar aos dois grupos, não denotando influência do padrão facial. A relação maxilomandibular apresentou uma melhora significante nos dois grupos avaliados, com uma diminuição sensível das grandezas ANB e NAP. Os incisivos superiores e inferiores foram retruídos e inclinados para lingual de modo semelhante nos dois grupos. O comportamento vertical dos primeiros molares superiores e inferiores denotaram um aumento similar em suas alturas, para ambos os grupos.

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Vigorito; Moresca107 (2002) publicaram um artigo avaliando o efeito dos arcos termo-ativados na estabilidade dos dentes posteriores durante a fase de nivelamento, na técnica MBT. Utilizaram na pesquisa o arco lingual inferior fixo como acessório de ancoragem. A amostra constituiu-se de 17 pacientes, de ambos os sexos, com idade média de 15 anos e 5 meses e com más-oclusões de Classe II, divisão 1. O tratamento foi realizado com extração dos primeiros pré-molares superiores e inferiores. As comparações foram feitas por meio de telerradiografias em norma lateral, no início e término da fase de nivelamento. Com a análise dos resultados, concluíram que o arco lingual fixo foi insatisfatório como acessório de ancoragem durante a fase de nivelamento, provavelmente pela utilização de arcos retangulares termoativados.

Wong; Cooke111, em 2003, demonstraram uma outra forma de tratamento utilizando aparelho

Edgewise

para casos com má oclusão de Classe I e II de Angle,

com apinhamento anterior. A nova abordagem requeria extração dos pré-molares e retração dos caninos, sem a colagem dos bráquetes nos dentes anteriores. Concluíram que a maior vantagem deste método está na sua simplicidade de execução, na eficiência, no controle de ancoragem e na resposta biológica positiva. Além disso, ressaltaram os autores que a técnica promove não só maior facilidade de higienização, mas também considerável correção espontânea do apinhamento e da discrepância da linha média.

Referências

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