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INCRA COM A CRIAÇÃO DE HERBÍVOROS DOMÉSTICOS NO RS. FONTOURA, Carolina Carlos Dias da¹; FISCHBORN, Alessandra Marta²; BIRNFELD, Carlos André Hüning³

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Academic year: 2021

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CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA E A POSSIBILIDADE DE ATINGIMENTO DOS ÍNDICES DO

INCRA COM A CRIAÇÃO DE HERBÍVOROS DOMÉSTICOS NO RS. Autor(es): FONTOURA, Carolina Carlos Dias da; FISCHBORN, Alessandra Marta;

BIRNFELD, Carlos André Hüning Apresentador: Carolina Carlos Dias da Fontoura Orientador: Carlos André Hüning Birnfeld Revisor 1: Anelize Maximila Corrêa Revisor 2: Cláuber Gonçalves dos Santos Instituição: UFPel

CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA E A POSSIBILIDADE DE ATINGIMENTO DOS ÍNDICES DO

INCRA COM A CRIAÇÃO DE HERBÍVOROS DOMÉSTICOS NO RS.

FONTOURA, Carolina Carlos Dias da¹; FISCHBORN, Alessandra Marta²; BIRNFELD, Carlos André Hüning³

¹ Graduanda da Faculdade de Direito, UFPel. carolinacdias@yahoo.com.br ² Graduanda da Faculdade de Direito, UFPel. alefischborn@yahoo.com.br ³ Professor Adjunto da Faculdade de Direito, UFPel. carlosandre@birnfeld.net

INTRODUÇÃO

A desapropriação para fins de reforma agrária baseia-se no descumprimento da função social da propriedade medido pelos índices econômicos impostos pelo INCRA. Esse instituto do Direito Agrário visa uma adequação dos proprietários de imóveis rurais ao princípio que, de certa maneira, limita o direito pleno a propriedade privada, vinculando-o a uma necessidade de usar racional e adequadamente as terras, sob pena de o Poder Público, mediante indenização prévia em Títulos da Dívida Agrária, retirá-las do poder do detentor e redistribuí-las a outros cidadãos que possam fazer-lhe melhor uso.

Uma fração da classe ruralista contesta a possibilidade real de atingirem-se os índices econômicos do INCRA. Desse modo, o presente estudo pretende trazer luz a esta realidade social, com a verificação dessa possibilidade.

Trata-se de estudo com relevante valor científico-acadêmico pelo seu grau de inovação. Além disso, democratizará o conhecimento a respeito dos índices econômicos do INCRA, permitindo assim que os produtores pecuários possam entendê-los melhor e compreender a relevância de um cadastro feito de forma correta e legal.

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MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi desenvolvido através da técnica bibliográfica e método monográfico, tendo por base a CF/88, o Estatuto da Terra, o Código Florestal, Lei 8629/93, Lei Complementar 76/93, Dec. 84685/80, Dec. 1110/70, Dec. - Lei 200/67, IN 11/03 do INCRA, IE 05-a/73 do INCRA, Lei 9985/00, Lei 8171/91, Dec. Fed. 750/93, além de posições doutrinárias.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A propriedade de cada indivíduo é a força para desempenhar o trabalho em busca da subsistência. Esse trabalho humano, por sua vez, permite a concretização da posse sobre algum bem retirado da natureza – o todo comunitário da humanidade – que será usado para a manutenção da vida do sujeito e de sua família. Os homens devem usar sua razão para servirem-se do bem comum tirando-lhe o maior proveito possível sem extinguir a possibilidade futura de novas retiradas. Aqueles que retirarem da natureza mais do que necessitam e deixarem que pereça devem receber algum tipo se sanção. (LOCKE, 2006. p. 37-50).

Com o surgimento da moeda, foi possível a troca de bens perecíveis por algo imperecível, permitindo, assim, o acúmulo de riquezas sem descumprir o princípio natural de função social da propriedade, que naquela época era tido como intrínseco ao comportamento humano.

Na Revolução Francesa, configura-se o que hoje entendemos por propriedade privada, ou seja, um direito individual e absoluto.

Entretanto, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789, o caráter absoluto do direito de propriedade foi sendo superado, recebendo limitações negativas e positivas, até chegar-se a limitação da função social.

A propriedade rural teve início com a divisão de territórios em capitanias hereditárias de enormes extensões pelos colonizadores portugueses. Essa situação criou uma filosofia que vinculava o homem ao campo, perdurando em menor proporção até hoje. (OPITZ, 1983. p. 291).

O direito de propriedade é garantido pela Constituição em seus artigos 5º, XXII e 170, II e limitado, também por ela, nos seus artigos 5º, XXIII; 170, III, IV e 184, com a determinação de que a propriedade atenderá à função social, além de outros dispositivos limitadores específicos de cada tipo de propriedade.

A função social da propriedade no direito brasileiro, elencada no art. 5º, XXIII da CF/88, recebeu, do constituinte, sentido genérico quando se refere às propriedades urbanas e rurais.

A função social cria um tipo de divisão de responsabilidade entre o Estado e a Sociedade, pois ambos passam a ter o dever de primar pelo equilíbrio: A instituição dessa função altera o regime da propriedade porque passa a importar, no exercício do direito dela, um interesse maior que o do proprietário – o interesse da sociedade. (BORGES, 1999. p. 79).

Em relação à propriedade rural, a função social foi incluída no ordenamento jurídico com a Lei 4.504, de 30-11-1964, em seu art. 2º.

O imóvel rural que não cumprir sua função social será desapropriado por interesse social para fins de reforma agrária mediante indenização. Somente a União pode intentar ação desapropriatória.

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Segundo o art. 185 da CF/88, não serão desapropriadas as pequenas e médias propriedades rurais, desde que seu proprietário não possua outra, e as propriedades produtivas.

A CF/88, em seu art. 186, determina que será cumprida a função social da propriedade se atingidos os seguintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração que forneça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

O art. 9º da Lei 8629/93 diz que o aproveitamento racional e adequado será aquele que atingir os graus de utilização da terra e de eficiência na exploração (GUT e GEE). Tais índices serão usados para medir a produtividade da propriedade, como demonstra o art. 4º da IN nº. 11 de 2003 do INCRA.

O INCRA é autarquia federal que foi delegada para realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União. (HISTÓRICO DO INCRA, em 26.07.07).

O INCRA também promoverá levantamentos de dados para a elaboração do cadastro dos imóveis rurais em todo o país, mencionando a caracterização dos imóveis rurais, como a indicação do proprietário e de sua família, dos títulos de domínio, da natureza da posse, da forma de administração, da localização geográfica e do valor das terras. Também obterá a natureza e as condições das vias de acesso, as respectivas distâncias dos centros demográficos mais próximos, condições da exploração e do uso da terra, indicando, ainda, as percentagens da superfície total de cerrados, de matas, de pastagens, de glebas de cultivo (especificadamente em exploração e inexplorados) e de áreas inaproveitáveis. Além, disso, levantará os tipos de cultivo e de criação, as formas de proteção e comercialização dos produtos e os volumes e os índices médios relativos à produção obtida. (art. 46 do Estatuto da Terra).

O cadastro feito pelo INCRA, em suma, é um conjunto de informações sobre os imóveis rurais do país, no qual serão catalogados dados econômicos, financeiros, sociais e jurídicos do imóvel, do proprietário e da produção. Tudo isso será fornecido pelo próprio detentor do imóvel. (SILVA, 1982. p. 17.)

A forma de se fazer o cadastro está explicada detalhadamente no Manual para Preenchimento da Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais no site do INCRA (www.incra.gov.br). Existem três tipos de formulários a serem preenchidos: Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais - Dados Pessoais e de Relacionamentos, Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais - Dados Sobre Estrutura e Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais - Dados Sobre Uso. Para o cálculo dos índices econômicos – GUT e GEE – serão usados os dados preenchidos no último formulário.

Em tal formulário, serão declaradas as áreas efetivamente utilizadas, as áreas aproveitáveis e as não aproveitáveis. Esses dados serão considerados para o cálculo do GUT. Para o cálculo do GEE, além dos dados anteriormente mencionados, serão declarados os dados relativos à produção de animais e a agricultura. Devem-se buscar informações no Manual disponibilizado no site do INCRA para o preenchimento dos formulários. No manual, também estarão dispostos os tipos de áreas a serem consideradas como não aproveitáveis, ou seja, que recebem algum tipo de restrição, as quais estão dispostas nas leis 4771/65 (Cód. Florestal), 8629/93, 9985/2000 e no Dec. Federal 750/93.

Entretanto, o que muitos não percebem, é que na prática, existem áreas que são consideras como não aproveitáveis (sendo descontada, portanto, do cálculo do

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INCRA) que podem ser utilizadas para a criação de herbívoros domésticos, já que esse sistema de produção é compatível com a sustentabilidade das produtividades rurais.

Poucas regiões no mundo apresentam uma diversidade de espécies vegetais campestres como as encontradas no sul brasileiro. Portanto, este recurso natural representa uma fonte de genes forrageiros sem igual em todo o mundo e que ainda é muito pouco estudado quanto às suas potencialidades, tanto como constituinte das complexas comunidades campestres naturais, quanto a suas diferentes aptidões para serem utilizadas como pastagens cultivadas ou mesmo para outros usos, como paisagismo. Essa gama de variedades faz com que se tenham espécies de inverno e de verão, possibilitando a alimentação dos herbívoros domésticos o ano todo, o que sustenta ainda mais a grande possibilidade de sucesso do sistema de produção baseado nesse tipo de animal. (NABINGER, 2006. 1 CD-ROM).

CONCLUSÃO

O presente trabalho comprova que é possível atingir-se os índices econômicos GUT e GEE com a utilização do sistema de criação de herbívoros domésticos no RS, pois há grande harmonia entre esses animais e o campo como um todo, já que formam um ecossistema equilibrado. Além disso, a lei fornece uma gama de possibilidades de restrição ao uso da propriedade, que não serão consideradas para o computo dos índices.

Isso leva a crer que o importante para atingirem-se tais índices é a propriedade ter realmente meios de ser produtiva e que o cadastro do INCRA seja feito baseando-se nas proteções permitidas em lei. Ainda, deve-se lembrar que a reserva legal - de no mínimo 20% para o RS - é obrigatória e deve ser averbada no Registro de Imóveis, caso contrário, não poderá ser considerada uma restrição. A averbação não é bem vista pelos produtores rurais, porque alguns pensam ser um gravame a sua propriedade, quando na verdade, as exigências dos índices são baseadas no fato de que todas as propriedades devem destinar uma porcentagem à reserva legal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, Roxana Cardoso Brasileiro. Função Ambiental da Propriedade Rural. São Paulo: LTr, 1999, p. 79.

HISTÓRICO do INCRA: O INCRA. www.incra.gov.br, em 26.07.07.

LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo Civil, São Paulo: Martin Claret, 2006. p.37 – 50.

MANUAL de Orientação - Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais. http://www.incra.gov.br/arquivos/0275400224.pdf. em 01/08/2007.

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NABINGER, Carlos. Manejo de Campo Nativo na Região Sul e a Viabilidade do Uso de Modelos. II Simpósio Internacional em Produção Animal. Santa Maria, 2006. 1 CD-ROM.

OPITZ, Oswaldo e OPITZ, Silvia. Tratado de Direito Agrário Brasileiro. São Paulo: Ed.Saraiva, V. 1, 1983. p. 291.

SILVA, Pedro Cordeiro (Coord.). Curso de Direito Agrário: Cadastro e Tributação. Brasília: Ed. Fundação Petrônio Portella, 1982. p. 17.

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