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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

CLARISSA GARCIA BERTONE

O NÍVEL DE ATENÇÃO ENCONTRADO NO TEACO-FF (TESTE DE ATENÇÃO CONCENTRADA) EM CANDIDATOS A CARTEIRA NACIONAL

DE HABILITAÇÃO DA CATEGORIA “A” NA CIDADE DE ITANHAÉM-SP

MACEIÓ - AL

2013

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2 CLARISSA GARCIA BERTONE

O NÍVEL DE ATENÇÃO ENCONTRADO NO TEACO-FF (TESTE DE ATENÇÃO CONCENTRADA) EM CANDIDATOS A CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO

DA CATEGORIA “A” NA CIDADE DE ITANHAÉM-SP

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho

MACEIÓ-AL 2013

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3 CLARISSA GARCIA BERTONE

O NÍVEL DE ATENÇÃO ENCONTRADO NO TEACO-FF (TESTE DE ATENÇÃO CONCENTRADA) EM CANDIDATOS A CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO

DA CATEGORIA “A” NA CIDADE DE ITANHAÉM-SP

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

______________________________________

PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO ORIENTADOR

_____________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PI NHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ _ PROF. ESP. ROBSON MENEZES

(4)

4 DEDICATÓRIA

Aos meus pais

Antenor Bertone Junior e Maria Aparecida Garcia Bertone

A meus irmãos Carolina Garcia Bertone Ronaldo Garcia Bertone e

Ricardo Garcia Bertone

A meus sobrinhos

Vinicius Henrique Soares da Silva Bertone Rafael Bertone Balthasar

(5)

5 AGRADECIMENTOS

Agradeço,

Primeiramente a Deus!

Aos familiares e amigos que incentivaram, apoiaram e colaboraram com dicas importantes para o trabalho.

Aos professores e colegas do curso por todo apoio e orientação durante a realização da monografia.

(6)

6 RESUMO

A avaliação psicológica no Brasil é realizada para todos os candidatos a obtenção da CNH e renovação da CNH de quem exerce atividade remunerada. Um dos testes realizados durante a avaliação psicológica é o teste que afere a atenção concentrada. Utilizamos para o presente estudo o TEACO-FF (Teste de Atenção Concentrada) para motociclistas. A pesquisa tem como objetivo correlacionar os dados por idade, gênero, escolaridade e a classificação no teste. A metodologia utilizada foi de campo, com análise quantitativa dos dados obtidos na aplicação do TEACO-FF. O teste foi aplicado em 159 candidatos, sendo 112 homens e 47 mulheres, no período de fevereiro de 2011 a junho de 2012, na Clínica Fórmula 01, credenciada pelo DETRAN, na cidade de Itanhaém, no Estado de São Paulo. Os resultados foram satisfatórios, pois a maioria dos candidatos apresentou atenção classificada como médio e médio superior no teste, não importando o grau de escolaridade. Conclui-se que os motociclistas estão se conscientizando da importância da atenção concentrada para a segurança no trânsito e que o TEACO-FF deve continuar sendo aplicado sozinho ou em conjunto com outros testes de atenção.

Palavras-chave: Avaliação Psicológica, Testes, Teste de atenção concentrada, trânsito, motociclistas.

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7 ABSTRACT

The psychological assessment in Brazil is done for all candidates to get and renewal driver’s license one of the tests is about concentrated attention. It’s used for this research the TEACO-FF - “Test of Concentrated Attention” for motorcycles. The purpose of this research is linking dates in age, gender, scholarship and the rating of the test. The methodology used was practical with quantitative analyses of dates in TEACO-FF application. There were 159 candidates – 112 men and 47 women –, between 2011 February and 2012 July, on “Clínica Fórmula 01” credentiated for “DETRAN”, at Itanhaém city, São Paulo State. The results were satisfactory because the most of candidates presents good attention. It follows that the motorcycles are conscientious of importance of concentrated attention for the security of traffic and that TEACO-FF must continue to be applying alone or among others tests of attention.

Keywords: Psychological Assessment; Tests; Test of Concentrated Attention; Traffic; Motorcycles.

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8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 01 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a primeira habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF...31 GRÁFICO 02 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a primeira habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF...33 GRÁFICO 03 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a renovação da

habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF ... ....34 GRÁFICO 04 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a renovação da

habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF ... 35 GRÁFICO 05 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a primeira

habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF ... 36 GRÁFICO 06 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a primeira

habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF ... 38 GRÁFICO 07 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a renovação da habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF ... 39 GRÁFICO 08 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a renovação da habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF ... 40

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9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 12

2.1 Breve Histórico da Psicologia ... 12

2.2 O Trânsito ... 13

2.3 A Psicologia do Trânsito ... 14

2.4 Atenção e Comportamento Humano no Trânsito ... 18

2.5 Testes de Atenção ... 21

2.5.1 TEACO-FF – Teste de Atenção Concentrada...22

2.5.2 AC – Atenção Concentrada...23

2.5.3 TEADI e TEALT...23

2.6 Acidentes de Trânsito e motociclistas...24

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 28

3.1 Ética ... 28

3.2 Tipo de Pesquisa ... 28

3.3 Universo ... 28

3.4 Sujeitos e Amostra ... 28

3.5 Instrumento de Coleta de Dados ... 29

3.6 Procedimentos para Coleta de Dados ... 30

3.7 Procedimentos para Análise dos Dados ... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

REFERÊNCIAS ... 42

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1 INTRODUÇÃO

O interesse em estudar a atenção em motociclistas surge da intenção de verificar o nível de atenção concentrada nos mesmos, encontrado no Teste de Atenção Concentrada – TEACO-FF (Rueda & Sisto, 2009) aplicados na Clínica Fórmula 01, credenciada pelo DETRAN na cidade de Itanhaém, no estado de São Paulo, sudeste do Brasil, no período, fevereiro de 2011 a junho de 2012.

A atenção concentrada é estudada e compreendida como importante na direção veicular. Desde os primórdios da Psicologia do Trânsito, com a aplicação de testes psicológicos para avaliar motoristas que tenham causado acidentes, realizada a partir de 1951 e posteriormente com a inclusão da avaliação psicológica como obrigatória para todos os candidatos a obtenção e ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para o exercício da atividade remunerada, em todos os estados brasileiros, a atenção é aferida. (HOFFMANN, CRUZ & ALCHIERI, 2011)

O trabalho se propõe a fazer um levantamento dos dados de acordo com os testes aplicados (TEACO –FF) e fazer uma classificação do nível de atenção encontrado nos motociclistas de Primeira Habilitação e Renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), com o objetivo de correlacionar os dados por idade, sexo e escolaridade.

A hipótese levantada é que os candidatos apresentem classificação Médio, Médio Superior e Superior no TEACO-FF, demonstrando assim qualidade esperada para uma atividade tão perigosa como é o trânsito para motociclistas. Vasconcellos (2005) considera a motocicleta o veículo mais perigoso de todos, apresentando um risco de acidentes graves cinco vezes maiores do que quem usa automóvel.

A relevância do estudo em motociclistas deve-se a ser a moto um tipo de veículo que torna o condutor suscetível a acidentes graves e com vítimas, este dado é revelado pela estatística em acidentes.

Com o crescimento da motocicleta nas vias públicas, sendo um meio de transporte e de comércio, utilizados como veículo para entrega de água, gás, pizza, utilizado como táxi nas grandes cidades como São Paulo- SP, Rio de Janeiro- RJ, Londrina- PR e Maringá-PR, etc. Os motociclistas apresentam desrespeito às normas de trânsito por não utilizarem o capacete, conduzirem passageiros menores de 07 anos, fato que verificamos nas ruas e estradas. Acreditam que por realizarem

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um trajeto curto não precisam dos equipamentos de segurança. (OLIVEIRA & SOUSA, 2003)

O índice de ocorrência de acidentes envolvendo motociclistas é alto, segundo estudos realizados nos município de Maringá-PR (Scalassara, Souza & Soares, 1998) e Goiânia – GO (Ferreira, 2006), com vítimas de acidentes de trânsito, revelando a necessidade de aumentar a segurança no trânsito para motociclistas. Segundo Rozestraten (1988), 90% dos acidentes são causados por falhas humanas, nesse sentido os motociclistas devem redobrar a atenção no trânsito para aumentar sua segurança. A conscientização do uso de equipamentos e acessórios de segurança também é fator indispensável a uma condução segura da motocicleta, sendo que o CONTRAN na resolução n. 356 de 2010 estabelece a obrigatoriedade do uso de equipamentos de segurança para mototaxis e motofretes, visando a prevenção de acidentes.

O presente estudo visa conscientizar os motociclistas sobre a necessidade da atenção para a direção veicular e todos os cuidados necessários para sua locomoção segura, como utilização de equipamentos de segurança. Tendo em vista o aumento da quantidade de veículos transitando nos municípios e estradas, tanto municipais, estaduais e federais e em municípios de pequeno, médio e grande porte. Hoje em dia há facilidade para aquisição de veículos motorizados, devido às condições de financiamentos e maior crescimento econômico e poder aquisitivo da população.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - Breve Histórico da Psicologia

A Psicologia, segundo Rozestraten (1988), é a Ciência que estuda o comportamento humano e os fatores internos e externos, conscientes ou inconscientes envolvidos neste comportamento. Teve sua origem na Filosofia, como parte desta, em estudos sobre a consciência, percepção, conhecimento e emoções. Alguns filósofos contribuíram muito para o desenvolvimento da Psicologia. Foram eles: René Descartes, este fazia uma divisão do ser humano entre alma e corpo, sendo que a alma engloba a mente, estudada apenas filosoficamente e o corpo estudado cientificamente. Para Descartes, a mente seria imaterial, de origem espiritual e o corpo, apenas uma máquina. Acreditava que só através da razão se adquire conhecimento, criou as bases do Racionalismo. O inglês John Locke lançou os fundamentos do Empirismo, contrário ao Racionalismo, pois postulava que as percepções chegam até os indivíduos pelos órgãos dos sentidos e pela experiência e se agrupam em ideias formando um todo complexo. Dessa maneira as percepções são consideradas importantes e não somente a razão como no Racionalismo Cartesiano. Em 1830, o filósofo Weber iniciou um estudo sobre o estímulo e a percepção. Teve como seguidor Fechner, que fundou em 1860, a Psicofísica criando uma Metodologia Experimental para analisar o estímulo e sua relação com as percepções. Foi.com os cientistas Claude Bernard e Hermann von Helmholtz que houve um desenvolvimento da Fisiologia na metade do século XIX. Hermann von Helmholtz, segundo Wright e Ward (1998 apud RUEDA, 2010, p.17), foi o primeiro pesquisador a investigar a atenção de maneira experimental, demonstrando a importância na pesquisa e estudos científicos sobre Atenção. O médico Wilhelm Wundt, assistente de Helmholtz, uniu a “Filosofia do Empirismo, a Metodologia da Psicofísica e a Experimentação Fisiológica e construiu a Psicologia Experimental”. (ROZESTRATEN, 1988, p.2)

Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2002) é com os estudos de Wundt que a Psicologia se torna Ciência, com o desenvolvimento de seus estudos em laboratório através do uso de instrumentos e medição. Para essas autoras a Ciência é a capacidade de adquirir conhecimentos de aspectos da realidade, e escrevê-los de maneira clara e precisa. A Ciência busca o conhecimento dos fatos de maneira

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programada, sistemática e controlada para obter-se validade dos conceitos construídos. A Psicologia está incluída nas Ciências Humanas e o pesquisador, nesse caso, mistura-se com o objeto a ser pesquisado. Então o psicólogo não pode ser considerado um cientista ‘puro’ pois possui sua cultura, personalidade, convicções e filosofia.

Segundo Rozestraten (1988) no início do século XX John Watson fundou o Behaviorismo argumentando que a consciência não pode ser observada, então para a Psicologia ser Ciência teria que estudar fatos observáveis e mensuráveis. O objeto da Psicologia Científica deveria ser o comportamento e o método a observação deste comportamento.

Rozestraten (1988) cita os trabalhos de Piaget e Neisser que estudaram os processos cognitivos, procurando descobrir como a mente humana se desenvolve e armazena tantos conhecimentos.

2.2 O Trânsito

O trânsito possui diversas definições: segundo o Código de Trânsito Brasileiro (1997), art. 1º Alínea 1ª, “Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.” (p.153)

No dicionário Aulette (1964) o trânsito é “ação ou efeito de passar, de caminhar; caminho, marcha” (p.4030 – vol.5)

Conforme o dicionário Laurousse Cultural (1992) trânsito é: “movimento de veículos e de pedestres considerado em seu conjunto; tráfego” (p.1106)

Segundo Rozestraten (1988) o trânsito é “o conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes.” Trata-se de um sistema complexo onde os principais subsistemas são: “o homem, a via e o veículo.”

A via compreende o ambiente do trânsito, tanto natural: como árvores, céu, condições climáticas; como construído: estrada, casas, etc. O ambiente do motorista é móvel, ou seja, está em constante movimento.

O veículo são os carros, ônibus, caminhões, motocicletas, bicicletas cada um com suas funções e sinalizações. O motorista deve estar atento ao que sinalizam a

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ele e também sinalizar aos outros motoristas suas intenções, o trânsito é um movimento social.

O homem é o subsistema mais complexo no trânsito e a Psicologia do Trânsito aborda justamente o homem e sua relação com o trânsito, como se desloca, como se comporta durante o deslocamento. Há muitos acidentes de trânsito que tem suas causas no comportamento humano.

O trânsito é um fenômeno social complexo, muitos profissionais atuam direta ou indiretamente nele. Engenheiros ao construírem as rodovias, os policiais quando autuam os motoristas, os juízes que determinam as Leis que regem o trânsito, os médicos e psicólogos que avaliam as condições físicas e psicológicas dos motoristas, os estatísticos que contabilizam números de acidentes e de veículos e etc. (HOFFMANN; CRUZ; ALCHIERI, 2011)

Risser (2003, p.56) discute a importância dos Psicólogos no aumento da segurança no trânsito e conceitua o trânsito como “o direito dos indivíduos de se locomoverem de um lugar para outro”.

2.3 A Psicologia do Trânsito

A Psicologia voltada ao estudo de transportes terrestres teve seu início em 1920, primeiro com o estudo das ferrovias e posteriormente com a circulação dos veículos sobre rodas. A Psicologia como Ciência no Brasil teve suas condições de desenvolvimento entre as décadas de 1920 e 1930 com a inserção no meio pedagógico; inserção no meio industrial e inserção no meio acadêmico. Foram criadas diversas instituições de seleção e treinamento de trânsito dentre elas o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) sob a direção de Emilio Mira Y López. O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), em 1953 aprovou a Resolução que tornou obrigatório, em todo País, o Exame Psicotécnico para todos os candidatos a profissão de motorista. Apesar desta Resolução do CONTRAN, apenas o Estado de Minas Gerais pôde cumpri-la e com o bom desempenho no trabalho, em 1962 o CONTRAN estendeu o exame para todos os candidatos a CNH. Em agosto deste mesmo ano entra em vigor a Lei nº 4119 que consolida a Psicologia como Profissão. Criam-se os Conselhos Regionais de Psicologia e o Conselho Federal de Psicologia para organizar os aspectos legais e éticos da profissão. (HOFFMANN, CRUZ & ALCHIERI, 2011)

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A lei nº 4119 que regulamenta a profissão de Psicólogo, estabelece que os testes psicológicos são instrumentos de uso exclusivo e privativo dos psicólogos, utilizados para objetivo de diagnóstico psicológico, orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e soluções de dificuldade de ajustamento social. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p.150)

No fim de 1981 foi fundada a Comissão Especial do Exame Psicológico para condutores sob a presidência de Reinier Rozestraten. O Terceiro Congresso Brasileiro de Psicologia do Trânsito em São Paulo no ano de 1985 contribuiu para o desenvolvimento e expansão da Psicologia do Trânsito provocando discussões sobre o papel do psicólogo e reformulações na área. (HOFFMANN, CRUZ & ALCHIERI, 2011)

O CONTRAN (2004) Resolução nº 166/2004 apresenta as Diretrizes da Política Nacional de Trânsito e considera que, com a promulgação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) no ano de 1997, houve uma maior conscientização e preocupação com a segurança no trânsito. Ocorreram debates nacionais sobre a circulação humana e os psicólogos repensaram seu papel, realizando estudos sobre o assunto, não mais voltados para os veículos, e sim voltados ao comportamento dos seres humanos. (HOFFMANN; CRUZ; ALCHIERI, 2011)

Dessa maneira, a circulação humana passa a ser incluída nas discussões não só de segurança pública como também nas questões de saúde e educação.

Segundo Risser (2003) a biomecânica explica que quanto mais rapidamente o indivíduo caminha, maior o risco de acidente. A Psicologia do Trânsito atua na prevenção do risco de acidentes com a Avaliação Psicológica dos motoristas, procurando predizer o comportamento. Essa tarefa para obter melhor resultado deve ser realizada em conjunto com outros profissionais, principalmente da Segurança Pública.

Existe a necessidade de trabalhar a segurança no trânsito e programas na área se tornam imprescindíveis para criar uma nova cultura no trânsito. O CTB (1997, p.153) art. 1, parágrafo 2, dispõe sobre a segurança no trânsito ressaltando que a mobilidade “é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito”.

O Conselho Federal de Psicologia (2000), Resolução nº 12/2000, institui o Manual para Avaliação Psicológica dos candidatos à Carteira Nacional de Habilitação e Condutores de veículos automotores. Esse Manual define a avaliação

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psicológica como o levantamento dos processos psicológicos apresentados pelo indivíduo a partir de testes e entrevistas realizadas e analisadas pelo psicólogo. Os testes precisam ser confiáveis apresentando validade e precisão.

O teste, segundo Van Kolck (1977), é um instrumento de diagnóstico psicológico, mas necessita de um profissional qualificado para interpretá-lo e também de outras maneiras de aferir o comportamento como a entrevista e observação. Para este autor o conceito etimológico de teste é dar testemunho ou fazer uma prova. Pretende medir uma característica psicológica e se utiliza para isso, de critérios de comparação. Para medir usa-se uma referência e situação padronizada, sendo assim uma técnica experimental.

Os testes na área do trânsito vêm sendo utilizados no exame psicológico para obtenção da CNH sendo obrigatório e sinônimo de Psicotécnica. A Psicotécnica é a utilização de testes e medidas para o controle do comportamento humano. Os testes foram utilizados nas Forças Armadas e na Indústria e permitiram diminuir o tempo de aprendizagem e a quantidade de acidentes. Existe uma tendência ao termo Psicotécnica a ser modificado para Avaliação Psicológica. Psicotécnica é um conceito utilizado para realização de testes obrigatórios como a CNH, concursos públicos e seleção de pessoal e Avaliação Psicológica é a realização de testes voltados para diagnóstico psicológico e avaliação clínica individual. (Alchieri 1999, apud MÉA & ILHA 2010)

A prática da Avaliação Psicológica no Brasil para condutores iniciou com o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) da Fundação Getúlio Vargas, no ano de 1951 e foram solicitadas as avaliações para motoristas que houvessem causado acidentes. Nessas primeiras avaliações eram aferidos os aspectos da personalidade, inteligência e a percepção, fatores psicológicos que posteriormente continuaram a ser avaliados pelos psicólogos para todas as categorias de CNH e que fundamentaram a atuação profissional durante cinquenta anos. (HOFFMANN, CRUZ, ALCHIERI, 2011)

O CONTRAN (1998) Resolução nº 80/1998 em seu Anexo II, define que o exame de Avaliação Psicológica é “preliminar, obrigatório, eliminatório, e complementar para os condutores e candidatos a obtenção, mudança de categoria, da Carteira Nacional de Habilitação”. Considera os aspectos psicológicos importantes para se medir na Avaliação, sendo eles: “a) área Percepto-reacional, motora e nível mental b) área do Equilíbrio Psíquico e c) habilidades específicas”.

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Esta Resolução também discrimina a realização dos exames que deverão contemplar características psicológicas, sendo integrante delas a atenção como parte integrante da área percepto-reacional e Atenção Concentrada como parte das habilidades específicas.

Os exames realizados pelos psicólogos para aferir as características psicológicas são os testes psicológicos. O CFP (2000) em sua Resolução nº 12/2000, afirma “os instrumentos mais utilizados são os testes psicológicos e a entrevista psicológica” e define a conceituação de teste psicológico como: “uma medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento do sujeito, tendo a função fundamental de mensurar diferenças entre indivíduos, ou entre as reações do mesmo indivíduo em diferentes momentos.”

Para o CFP (2003) na Resolução nº 02/2003, os testes psicológicos são “procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamento e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e ou mensurar características e processos psicológicos”. Cita que a atenção está entre as características tradicionalmente aferidas pela Avaliação Psicológica no trânsito.

O teste pretende medir uma característica psicológica e faz isso utilizando critérios de comparação. Para medir, usa-se uma referência, ou seja, um critério e uma situação padronizada. Existem qualidades indispensáveis ao procedimento científico nomeado teste, sendo elas a validade, precisão e padronização. Os testes medem indiretamente as capacidades, que se propõem a medir, através de amostras do comportamento. A validade de um teste pode ser dada pela ‘validação concomitante’, ‘preditiva’, de conteúdo e de ‘constructo’. A validação concomitante é realizada quando um teste é comparado com outro já validado. “Na preditiva, a comparação é feita com a realização posterior do sujeito, em relação a variável considerada”. A validação de conteúdo aborda uma amostra representativa do que o pesquisador pretende estudar. A validação de constructo pesquisa as qualidades psicológicas que o teste mede, apresenta conceitos e fundamentação teórica dos fenômenos a medir. Quanto maior as evidências dessas quatro postulações, maior será a validade do teste. A precisão ou fidedignidade é a constância ou estabilidade quanto aos resultados e a padronização é a uniformidade na aplicação, avaliação e interpretação do teste. (VAN KOLK, 1977, p.18)

O CFP (2003) Resolução nº 02/2003, determina que os testes psicológicos sejam analisados por uma Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica,

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representada por psicólogos reconhecidamente capacitados em testes, e serão considerados favoráveis ou desfavoráveis para utilização dos psicólogos. Para facilitar o acesso dos profissionais aos pareceres dos testes, foi criado o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), com acesso on-line.

Segundo CFP (2003) na Resolução nº 7/2003, a Avaliação Psicológica é um estudo científico do indivíduo, a partir de instrumentos e técnicas, que permite ao psicólogo analisar, estudar e interpretar o indivíduo em seus aspectos psicológicos. Ressalta-se a importância de se levar em conta os fatores sociais e históricos para a avaliação servir não só como instrumento de atuação para o individuo, mas também, para a sociedade.

O CFP (2009), Resolução nº 07/2009, institui normas e procedimentos para Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito, resolve que todos os candidatos a CNH devem apresentar: “atenção em seus diferentes tipos, como: atenção difusa, vigilância, atenção sustentada, atenção concentrada: atenção distribuída, atenção alternada, conforme definidas pela literatura e pelos manuais de instrumentos padronizados”.

2.4 - Atenção e Comportamento Humano no Trânsito

A atenção possui uma grande discussão na literatura, conforme descreve Cambraia (2003). Algumas vezes ela é confundida com outros processos mentais como a vigilância, concentração, despertar, alerta, observação e muitas vezes se torna difícil diferenciar esses processos.

Existem várias definições de atenção, dentre elas Jou (2006 apud Rueda & Sisto, 2009) referem-na como uma função cognitiva, desenvolvida desde os primeiros dias de vida, que tem como função organizar as informações, selecionando as mais importantes das irrelevantes.

De acordo com o dicionário Larousse Cultural (1992) a atenção é “ação de fixar a mente sobre alguma coisa”. Numa visão mais voltada a Psicologia descreve a atenção como:

“atividade ou estado pelo qual um indivíduo aumenta sua eficiência em relação a certos conteúdos psicológicos (perceptivos, intelectuais, etc), em geral através da seleção ou inibição de certos elementos ou aspectos.”

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Para Harlow, McGaugh & Thompson (1978 apud CAMBRAIA, 2003, p.11) a atenção faz parte do cotidiano e o entendimento do comportamento humano envolve seu estudo, pois nossa atenção só consegue absorver algumas coisas e isso define nossas atitudes num determinado momento.

A atenção é um processo psicológico importante na direção veicular e avaliação psicológica para motoristas, conforme define o CONTRAN (1998) na Resolução nº 80/1998, que atenção é um dos processos psicológicos que deve ser aferido na avaliação psicológica para candidatos à obtenção, renovação ou mudança da CNH.

Conforme Skinner (1970 apud HOFFMANN, CRUZ & ALCHIERI, 2011, p.226) a atenção é a capacidade de controlar a relação entre o estímulo discriminativo e uma resposta. O motorista deve conseguir discriminar a estrada da paisagem ao redor dela, pois se ele se ativer mais na beleza da paisagem e se desligar da estrada, há risco de ocorrer acidente.

A importância em estudar o comportamento humano no trânsito é devido a este ser considerado um dos fatores mais relevantes em ocorrência de acidentes. Para Hoffmann (2005) 90% dos acidentes são falhas humanas causadas por desrespeito às leis de trânsito ou por perturbações no indivíduo como cansaço, stress, preocupações ou uso de álcool e drogas.

Para Rozestraten (1998), muitos acidentes de trânsito têm em suas causas o comportamento humano que pode ser treinado ou evitado. O comportamento humano no trânsito é pouco estudado pelos Psicólogos devido a diversos fatores tais como ser o trânsito uma atividade encarada como rápida, intermediária e sem muita importância. Entretanto, todo o trânsito sugere deslocamento de pessoas e dessa maneira o comportamento humano pode ser mais estudado neste contexto, principalmente porque o trânsito tem ficado mais complexo e violento nos últimos anos, com o crescimento e desenvolvimento econômico das cidades e do País.

O comportamento adequado no trânsito tem como principais condições a presença de estímulos ou situações claras a serem percebidas; um indivíduo com condições de perceber e reagir adequadamente à situação apresentada e um indivíduo que tenha aprendido sinais e normas do trânsito no qual esteja inserido. (ROZESTRATEN, 1988)

Segundo Rozestraten (1988), o Cognitivismo, com os estudos de Piaget e Neisser, contribuiu para o desenvolvimento científico dos processos básicos do

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comportamento humano. A tomada de informação, a tomada de decisão, a ação e o feedback, constituem etapas relevantes do ato de dirigir.

Kaiser (1979 apud MARÍN & QUEIROZ, 2000, p.13) revela a importância da tomada de decisão no trânsito. Ela se faz como a atitude frente à percepção da situação vivenciada e sofre influência dos aspectos psicológicos como percepção, motivação e atenção do indivíduo. Uma decisão tomada de maneira incorreta pode ser a causa de um acidente. Essa tomada de decisão no trânsito exige rapidez do indivíduo devido à velocidade dos automóveis.

A atenção definida por Lent (2001 apud RUEDA & SISTO, 2009, p.26) é:

...um processo complexo, responsável por diversas operações mentais, sendo parte integrante de toda atividade sensorial, relacionando-se também ao nível de consciência para o processamento de determinadas informações, as quais possibilitariam determinadas manifestações, tais como a linguagem e o aprendizado.

A atenção é, segundo Cambraia (2003), uma seleção e controle da entrada de informações que possibilitam o processamento de estímulos internos e externos. Esta atenção seletiva seria o foco de maior interesse do indivíduo norteando sua atividade mental e consequentemente seu modo de agir. É uma capacidade de selecionar um estímulo diante de vários outros advindos do mundo externo e do mundo interno, e focar sua energia mental para agir e responder de acordo com aquela necessidade que surgiu ou simplesmente voltar sua atenção para ela.

Segundo Luria (apud Cambraia, 2003), os fatores emocionais influenciariam na capacidade de atenção de um indivíduo. A importância e o interesse dados à determinada atividade alteraria o nível de atenção, ou seja, quanto maior o interesse na tarefa, maior o nível de atenção e quanto menor o interesse na tarefa, menor a atenção.

Segundo Bartilotti, Scopel & Gamba (2006, p.2):

A atenção é o processo psicológico através do qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre um estímulo específico, seja este estímulo uma sensação, uma percepção, representação, afeto ou desejo, a fim de elaborar os conceitos e o raciocínio. Ou seja, realizar uma atividade. No caso dos condutores, é esperado que demonstrem um nível de atenção capaz de discriminar estímulos e situações adequados para a execução das atividades relacionadas à condução de veículos.

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A atenção é um importante processo psicológico, pois é responsável pela capacidade do indivíduo em focar a atenção e realizar uma atividade. Para Lent (2001 apud RUEDA & SISTO, 2009, p. 26) a atenção é um processo cognitivo responsável por diversas operações mentais, fazendo parte da atividade sensorial, nível da consciência e processamento de informações, que possibilitariam o desenvolvimento da linguagem e aprendizado humanos.

Dessa maneira, Goldberg, Gold e Braff (1991 apud RUEDA & SISTO, 2009, p.26) afirmam que a atenção, por fazer parte de tantos processos mentais, é uma das capacidades mais importantes dos processos cognitivos.

A atenção concentrada foi definida por Cambraia (2003) como a capacidade cognitiva em selecionar uma informação dentre outras disponíveis, em um determinado momento, e focar sua atenção naquela informação, agindo de acordo com que ela solicita. Dessa forma, para que o indivíduo realize com qualidade a tarefa que está desempenhando, é fundamental focalizar, utilizando a atenção concentrada.

Segundo Rueda e Monteiro (2012, p.285) a atenção é importante para o trânsito porque há a possibilidade de distração do condutor. A distração e a fadiga são dois elementos importantes no processo cognitivo da atenção, pois podem desviá-la.

Conforme o levantamento realizado por Rueda e Monteiro (2012) os testes de atenção concentrado mais utilizados pelos psicólogos no contexto do trânsito no Brasil e que são considerados favoráveis pelo CFP são: AC, TEACO-FF, D2, AC-15.

A atenção concentrada é um processo psicológico básico do comportamento humano e fundamental para uma boa direção veicular.

2.5 Testes de Atenção

Os testes de atenção são recursos utilizados pelo psicólogo para medir a atenção dos indivíduos. Como todo teste psicológico é de uso exclusivo do psicólogo e apenas os testes avaliados e considerados favoráveis pelo CFP podem ser utilizados pelos psicólogos brasileiros. (ZOLLI, 2012)

Existem vários tipos de atenção: atenção concentrada, atenção dividida, atenção alternada, atenção difusa e sustentada e para cada tipo de atenção existem testes apropriados. Para Rueda (2010) a atenção é um tema complexo e que

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necessitaria de diversos estudos e pesquisas, “dentre as várias teorias, estudos e definições sobre o constructo, autores como Brickenkamp (2004) reconheceram a existência de várias terminologias para definir a atenção”. (RUEDA, 2010, p.18) Segundo Cambraia (2003) a atenção concentrada se refere à capacidade do indivíduo em manter o foco de atenção num determinado estímulo, dando importância a este em detrimento a outros irrelevantes. Ao dirigir, a atenção concentrada, visa focar os aspectos importantes da direção como o movimento da via (motocicletas, carros, pedestres e bicicletas), as sinalizações de trânsito e o trajeto a ser percorrido, em detrimento de paisagens, propagandas, estímulos sonoros (som do carro, celular, propagandas em alto falantes). Segundo Zolli (2012) os testes mais utilizados pelos psicólogos na área do trânsito e que pretendem medir a atenção concentrada são: TEACO-FF – Teste de atenção concentrada e AC – Atenção concentrada. Os testes TEADI e TEALT avaliam respectivamente a atenção dividida e atenção alternada. Temos também a Coleção BFM-1 e BFM-4 - Bateria de Funções Mentais para Motoristas; BGFM-1 - Bateria Geral de Funções Mentais - Testes de Atenção Difusa; BGFM-2 - Bateria Geral de Funções Mentais - Testes de Atenção Concentrada; AD e AS - testes de atenção dividida e sustentada; MPM – Medida de Prontidão Mental.

2.5.1 TEACO-FF – Teste de Atenção Concentrada

O TEACO-FF (Teste de Atenção Concentrada) foi desenvolvido por Rueda e Sisto em 2009. Trata-se de um teste de atenção concentrada, que visa avaliar a capacidade do indivíduo em selecionar um estímulo importante diante de vários estímulos distratores - considerados estímulos que causam interferência. O teste é composto de Manual, Folha de Resposta e Crivo de Correção. Na aplicação para os candidatos é dada a Folha de Respostas na qual o examinando precisa assinalar com um traço (/) todos os desenhos que forem iguais ao modelo indicado na folha, que consiste de uma cruz com quatro pontos em volta. O examinando fará um treino assinalando todas as figuras iguais ao modelo, circulando quais marcar de maneira incorreta e seguindo a sequência - de cima para baixo e de baixo para cima. Após o treino o psicólogo confere a maneira pelo qual o examinando fez o teste e tira possíveis dúvidas. Iniciada a aplicação, é contado quatro minutos para o término do teste.

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O teste foi construído após estudos feitos com a quantidade de estímulos e símbolos abstratos que a pessoa deveria procurar e assinalar ou não. Dessa forma, foi selecionado um símbolo que a pessoa deveria assinalar que é uma cruz com quatro pontos em sua volta. A pontuação realizada é a soma de itens que deveriam ser assinalados, subtraídos dos erros mais as omissões. No total são 180 estímulos alvo e 320 distratores. O tempo de aplicação do teste foi estipulado após a obtenção de uma média de realização da prova que era de cinco minutos e vinte e dois segundos, fixando-se finalmente o tempo de quatro minutos. Pode ser aplicado individual ou coletivamente. (RUEDA & SISTO, 2009)

2.5.2 AC – Atenção Concentrada

O AC (Atenção Concentrada) foi criado por Cambraia e publicado inicialmente em 1967. O teste possui folha de resposta, manual e crivo de correção. A folha de resposta é apresentada ao candidato, nela existe um exemplo, dentro de um retângulo, com três setas, uma voltada para direita em preto, uma voltada para baixo, branca com um ponto preto e uma voltada para esquerda em branco. Os candidatos deverão assinalar com um traço todas as setas exatamente iguais as três do exemplo, evitando omissões e em caso de erro tendo a possibilidade de circular para desconsideração do erro. Eles farão um treino e depois iniciarão o teste no verso da folha que contém 21 linhas, cada qual com 21 símbolos. Em cada linha horizontal deverão marcar sete símbolos. O exemplo, dentro do retângulo está localizado no alto da folha para memorização. O teste tem duração de cinco minutos e o resultado é obtido pela soma de acertos, subtraído dos erros e omissões. Pode ser aplicado individual ou coletivamente. (CAMBRAIA, 2003)

2.5.3 TEADI e TEALT

O TEADI (Teste de Atenção Dividida) e o TEALT (Teste de Atenção Alternada) foram desenvolvidos por Rueda em 2010. O TEADI visa medir a capacidade do individuo em dividir a atenção, ou seja, procurar dois ou mais estímulos ao mesmo tempo. Possui um só manual, para o TEADI e o TEALT, crivo de correção e folha de resposta. No TEADI o candidato deverá marcar três estímulos que estão localizados aleatoriamente ao longo das linhas da folha de

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respostas. São quatrocentos e cinquenta estímulos distribuídos em trinta linhas, com quinze estímulos cada. O tempo total do teste é de cinco minutos. O resultado é obtido dos estímulos marcados, subtraído dos erros e omissões.

O TEALT mede a atenção alternada do candidato, ou seja, sua capacidade em focar a atenção, ora em um estimulo, ora em outro estimulo. O teste é composto por trezentos e cinquenta e dois estímulos distribuídos em dezesseis linhas, sendo que, para cada linha do teste, exige-se que o indivíduo procure um estímulo diferente da seguinte. O resultado é medido somando-se os estímulos corretamente marcados, subtraindo-se os erros e omissões. O tempo para realização desse teste é de dois minutos e trinta segundos. Estes testes podem ser aplicados individualmente ou coletivamente em indivíduos de dezoito a setenta e dois anos. (RUEDA, 2010)

2.6 Acidentes de Trânsito e Motociclistas

Segundo a Organização Mundial de Saúde (apud Hoffmann & González, 2011 p.289) “o número de mortes como consequência de lesões em acidentes de trânsito aumentará de 5,1 milhões em 1990 para 8,4 milhões em 2020.”

Para Who (apud Hoffmann & González, 2011, p.289) “os acidentes de trânsito ocupam o nono lugar entre as principais causas de morbidade e provocam 2,8% das incapacidades em todo o mundo”.

Existem poucos estudos sobre acidentes de trânsito no Brasil. A frota de automóveis particulares aumentou consideravelmente após a Segunda Guerra Mundial, em todo mundo. Este aumento de veículos não foi acompanhado pelo planejamento urbano, gerando conflitos no trânsito como engarrafamentos, poluição sonora e atmosférica e aumento no tempo de percurso. Esses conflitos geram stress na população e consequente agressividade no trânsito e queda na qualidade de vida. (MARÍN & QUEIROZ, 2000, p. 8)

Com a incorporação do automóvel na vida urbana, surge um problema social grave - os acidentes de trânsito. Segundo Denatran (1997 apud MARÍN & QUEIROZ, 2000, p.8), “no caso do Brasil, o trânsito é considerado um dos piores e mais perigosos do mundo. Os índices de acidentes de trânsito são altíssimos.”

Os acidentes de trânsito implicam em custo financeiro, dano de propriedade, perda da produtividade no trabalho, despesas médicas e perdas da produtividade no

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lar. Problema também de Saúde Pública, pois muitas deficiências físicas são causadas por acidentes de trânsito. Para a Organização Pan Americana de Saúde (apud MARÍN & QUEIROZ, 2000, p.8) das deficiências físicas, 6% são causadas por acidente de trânsito.

Para Scalassara, Souza & Soares (1993) os acidentes de trânsito afetam predominantemente a população jovem e economicamente ativa, gerando custos ao sistema previdenciário. É um grave problema de Saúde Pública, pois muitas pessoas morrem em consequência de acidentes, apresentam lesões sérias – gerando gastos à Saúde.

No Brasil, nas últimas décadas, tem ocorrido um aumento na frota de motocicletas e também um aumento nos acidentes de trânsito, envolvendo motociclistas. Esse fato justifica-se porque a moto é um veículo de custo mais baixo, tanto em manutenção como na comercialização e apresenta agilidade no deslocamento e facilidade em encontrar estacionamento. (OLIVEIRA & SOUSA, 2003)

A motocicleta, até o final da década de 1980, era usada como veículo esportivo e limitada a um grupo pequeno de pessoas de classe média ou alta. No entanto, as vendas cresceram de 123 mil unidades em 1990 para 01 milhão em 2004. (VASCONCELLOS, 2005)

Para Façanha (2006) as estatísticas de trânsito revelam muitos acidentes com motociclistas, com vítimas fatais ou graves. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2006 apud FAÇANHA 2006, p.15), o Brasil apresenta:

...um dos maiores índices de mortes no trânsito. São 1.300.000 acidentes por ano, 250.000 com vítimas, resultando em 350.000 feridos. Deste total, 50.000 morrem no local e outros 20.000 nas primeiras 24 horas após os acidentes. 41% das vítimas fatais têm menos de 35 anos, 79% são homens.

Segundo Façanha (2006), muitas lesões neurológicas causadas por acidentes de trânsito são em motociclistas e o número de vítimas fatais com motos chega a 82% do número de acidentes ocorridos, quando para os acidentes de carros, as vítimas fatais chegam a 7%.

Koizumi (1992, p.306), no seu estudo sobre lesões nas vítimas de acidentes de motocicleta, internadas num hospital governamental do município de São Paulo,

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revelou que há maior quantidade de jovens e do sexo masculino, envolvidos nos acidentes de trânsito. Mostra ainda que a quantidade de lesionados em acidentes de motocicleta é muito maior do que os feridos em acidentes de outro tipo de veículo a motor.

Ferreira (2006) estuda as representações sociais das causas de acidentes em Goiânia. No seu estudo, as causas apontadas pelos motoristas e motociclistas para acidentes de trânsito foram: a desatenção, a imprudência e o desrespeito às leis de trânsito. Na representação social dos responsáveis pelos acidentes de trânsito tanto motoristas quanto motociclistas atribuíram culpa maior aos motociclistas. No entanto, essa representação é contrária aos resultados encontrados na tese que apresenta 49,5% da responsabilidade dos acidentes aos motoristas e 39,0% aos motociclistas. Isso demonstra que a população, ao menos de Goiânia, tem uma representação negativa dos motociclistas como causadores de acidentes, embora os dados demonstrem o contrário.

Ferreira (2006) cita estudos realizados no Brasil por Dotta (2000) e Rozestraten (1988) onde se destacam as causas de acidente de trânsito como falhas humanas na capacidade de dirigir: falha na atenção e percepção no trânsito e má formação dos condutores. Conclui no seu trabalho sobre acidentes de motocicleta em Goiânia que a desatenção é a característica psicológica mais citada em acidentes envolvendo motociclistas.

A motocicleta é um veículo bastante vulnerável, pois em caso de acidentes o motociclista não tem a proteção que outros veículos têm. Se houver uma queda, o motociclista absorve todo o impacto do chão, ou da moto ou do outro veículo, podendo sofrer lesões graves. (KOIZUMI, 1992, p.306)

Conforme Vasconcellos (2005) a desvantagem da motocicleta é a insegurança, pois a moto é um veículo aberto, sem proteção para o motociclista, representando um alto risco de acidente, pois em qualquer queda, os indivíduos ocupantes do veículo vão ao chão. É considerado mais perigoso e com risco de acidentes letais cinco vezes maior do que os condutores que utilizam o automóvel.

Para Dotta (2000 apud FERREIRA, 2006, p.23) “as estatísticas referem que apenas 10% dos acidentes podem ser atribuídos à fatalidade e os restantes 90% devem ser atribuídos a erros humanos.” Os acidentes de trânsito surgem em decorrência de negligência, imprudência, falta de respeito à sinalização, uso de bebidas alcoólicas, falta de cuidado com o veículo, alta velocidade, etc.

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Para Ferreira (2006, p.23) os acidentes de trânsitos acontecem em todos os países do mundo, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, mas as características dos acidentes de trânsito em cada país e em cada região aparecem de maneira diversa.

No Brasil, estão sendo criadas leis para prevenção de acidentes com motocicleta, em transporte remunerado. Na Resolução do CONTRAN n. 356 de 2010 são estabelecidos requisitos mínimos de segurança para o transporte de passageiros (mototáxi) e transporte de cargas (motofretes).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 – Ética

A presente pesquisa, por utilizar-se de dados secundários, não teve necessidade de submeter seu projeto de pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, para atender à resolução 196/96 do CNS-MS, assim como não foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por ter as informações obtidas através de documentos públicos de órgãos que prestam serviço para o DETRAN, sendo este uma Clínica Médica e Psicológica credenciada pelo DETRAN na cidade de Itanhaém-SP com o nome de Clínica Fórmula 01. Foi realizada uma autorização pelo responsável da Clínica Fórmula 01 para a utilização dos testes aplicados na clínica no período de fevereiro de 2011 a junho de 2012. O teste escolhido para a pesquisa foi o TEACO-FF que contém na sua Folha de Resposta o termo “Autorizo uso sigiloso em Pesquisa” e os participantes assinaram este termo durante a realização do teste.

3.2 – Tipo de Pesquisa

Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem quantitativa.

3.3 – Universo

A pesquisa foi realizada no município de Itanhaém, localizada no Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil.

3.4 – Sujeitos da Amostra

Participaram do estudo 159 pessoas na cidade de Itanhaém no estado de São Paulo, sudeste do Brasil. A idade variou de 18 a 67 anos, sendo 112 homens e 47 mulheres. A aplicação ocorreu na clínica Fórmula 01, credenciada pelo DETRAN e foi realizada por psicólogo com curso de perito no trânsito. Os participantes passaram pelo processo de avaliação psicológica para obtenção, renovação ou mudança de categoria da CNH. A escolaridade variou de ensino fundamental

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incompleto até ensino superior completo. A categoria de trânsito selecionada foi da categoria A, para motociclistas de primeira habilitação e renovação de CNH, no período de fevereiro de 2011 a junho de 2012.

3.5 – Instrumento de Coleta de Dados

O instrumento utilizado foi o Teste de Atenção Concentrada – TEACO-FF (Rueda & Sisto, 2009). Trata-se de um teste de atenção concentrada, que visa avaliar a capacidade do indivíduo em selecionar um estímulo importante diante de vários estímulos distratores - considerados estímulos que causam interferência, ou seja, aqueles que desviam a atenção, por exemplo, outdoors, paisagens, etc. O teste é composto de Manual, Folha de Resposta e Crivo de Correção. Na aplicação para os candidatos é dada a Folha de Respostas na qual o examinando precisa assinalar com um traço (/) todos os desenhos que forem iguais ao modelo indicado na folha, que consiste de uma cruz com quatro pontos em volta. O examinando fará um treino assinalando todas as figuras iguais ao modelo, circulando quais marcar de maneira incorreta e seguindo a sequência - de cima para baixo e de baixo para cima. Após o treino o psicólogo confere a maneira pelo qual o examinando fez o teste e tira possíveis dúvidas. Iniciada a aplicação, é contado quatro minutos para o término do teste.

O teste foi construído após estudos feitos com a quantidade de estímulos e símbolos abstratos que a pessoa deveria procurar e assinalar ou não. Dessa forma, foi selecionado um símbolo que a pessoa deveria assinalar que é uma cruz com quatro pontos em sua volta. A pontuação realizada é a soma de itens que deveriam ser assinalados, subtraídos dos erros mais as omissões. No total são 180 estímulos alvo e 320 distratores. O tempo de aplicação do teste foi estipulado após a obtenção de uma média de realização da prova que era de cinco minutos e vinte e dois segundos, fixando-se finalmente o tempo de quatro minutos.

O teste avalia o que se propõe a medir que é a atenção concentrada, pois apresenta apenas um modelo para a pessoa memorizar e selecionar dentre outros estímulos distratores. Neste aspecto o TEACO-FF é muito positivo, pois avalia a maneira como a pessoa focaliza sua atenção e afasta os estímulos não significativos.

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3.6 – Procedimentos para Coleta de Dados

Os dados foram coletados durante a Avaliação Psicológica Pericial para candidatos que foram a Clínica Fórmula 01, credenciada pelo DETRAN, para obtenção ou renovação da CNH categoria A, ou seja, motocicleta, no período de fevereiro de 2011 a junho de 2012. A aplicação do teste foi realizada coletivamente, com até o máximo de 10 pessoas por dia para o exame.

3.7 - Procedimentos para Análise dos Dados:

O material foi analisado através de gráficos e foi feita uma correlação entre as variáveis sexo, nível educacional e a faixa etária. Em seguida, realizou-se a classificação no teste - inferior, médio inferior, médio, médio superior e superior.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O gráfico 01 apresenta os resultados referentes aos candidatos à primeira habilitação de sexo feminino, somando 44 mulheres que realizaram o teste para a primeira habilitação. Destas, 40,9% tem a idade entre 18 a 25 anos, 22,73% tem a idade entre 26 a 30 anos, 18,18% tem a idade entre 31 a 35 anos, 04,55% tem entre 36 a 40 anos e 13,64% delas tem idade acima dos 40 anos. Esse dado nos mostra que o maior interesse de pessoas do sexo feminino pela concessão em dirigir está na juventude, dado corroborado por Vasconcellos (2005) que afirma ser na idade produtiva o período de maior deslocamento das pessoas, quando estão incluídas em estudo e trabalho e precisam ir até o local de realização das tarefas.

Gráfico 01 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a primeira habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

Com relação à classificação no teste de atenção concentrada TEACO-FF, notamos que 11,36% tiveram classificação Médio Inferior, demonstrando uma atenção abaixo do esperado para a idade das condutoras e também para o que se espera de uma condutora de motocicleta qual seja uma atenção mais aguçada para

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o tipo de veículo mais exposto a acidentes. Segundo Koizumi (1992) a motocicleta é um veículo bastante vulnerável, pois em caso de acidentes o motociclista não tem a proteção que outros veículos têm. Se houver uma queda, o motociclista absorve todo o impacto do chão, ou da moto ou do outro veículo, podendo sofrer lesões graves.

Observa-se que uma quantidade relevante de mulheres obteve essa classificação abaixo do esperado, sendo que algumas não estavam aptas a dirigir no momento, necessitando de nova avaliação no TEACO-FF.

Com classificação mediana encontram-se 34,09% das candidatas a CNH categoria A, são as pessoas com nota no teste adequada para uma boa direção veicular, ou seja, que possuem boa atenção para executar a atividade de dirigir uma moto.

Dentre as candidatas avaliadas 47,73% delas tiveram classificação Médio Superior, uma condição ótima para o ato de dirigir motocicleta. E condição melhor obteve 06,82% das candidatas com classificação Superior.

O gráfico 02 nos mostra os candidatos à primeira habilitação do sexo masculino, no total de 73 candidatos. Verifica-se que 53,42% tem a idade dos 18 a 25 anos. Isso revela que a maior parte dos candidatos masculinos a primeira habilitação preferem tirá-la na juventude, assim que é concedido esse direito a população. Segundo o Artigo 140 do CTB (1997), são requisitos para a habilitação: “I - ser penalmente imputável; II- saber ler e escrever; III – possuir carteira de identidade ou equivalente”. Sendo 10,96% com idade entre 26 a 30 anos. Na faixa etária dos 31 aos 35 anos havia 15,07% dos candidatos. Na idade dos 36 aos 40 anos havia uma parcela ainda menor 08,22%. Acima dos 40 anos temos 12,33% dos candidatos. Segundo Vasconcellos (2005), a maior mobilidade compreende a idade entre os 18 a 49 anos e os idosos seriam os que menos se deslocam no Brasil.

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Gráfico 02 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a primeira habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

A classificação no teste TEACO-FF se deu da seguinte forma: 01,37 % obtiveram classificação Inferior, sendo negado o direito a esses participantes de dirigir moto (ou carro), pois é uma classificação bastante ruim no teste. E, a classificação Médio Inferior foi obtida por 05,48% dos homens candidatos a primeira habilitação. É uma classificação ruim no teste, pois se encontra abaixo do esperado.

Dos homens, 50,68% tiveram a classificação Médio que está dentro do esperado para a idade. Isto significa que mais da metade dos candidatos encontram-se com uma atenção de boa qualidade e dentro da normalidade. Embora que alguns candidatos obtiveram classificação Médio Superior, foram 23,29% deles. Revela uma atenção melhor do que o esperado. Também verifica-se uma quantidade considerável de candidatos que obteve Classificação Superior (19,18%), demonstrando uma condição excelente de atenção.

Portanto, percebe-se que os candidatos entre 18 e 25 anos, apresentam um nível de atenção elevado na sua maioria, entretanto conforme os estudos de Oliveira & Sousa (2003), é nesta faixa etária que ocorrem o maior número de acidentes envolvendo motociclistas do sexo masculino. O estudo destes autores trata sobre as lesões e qualidade de vida dos motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito, no município de Maringá – PR. Segundo eles:

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Do grupo de 67 vítimas motociclistas, 58 (86,57%), eram do sexo masculino, e apenas 09 (13,43%) eram do sexo feminino. A grande maioria dessas vítimas 48 (71,64%) estava nas faixas etárias jovens, sendo 23 (34,33%) com idade 14< 23 anos, e 25 (37,31%) com idade 23 < 32 anos. A maior parte dos motociclistas 55 (82,08%) conduzia o veículo no momento do acidente, enquanto que 12 (17,92%) estavam na condição de passageiros.

Em relação aos candidatos do sexo feminino que compareceram para renovação da habilitação, gráfico 03, observa-se que apenas 01,89% das mulheres realizaram a renovação da habilitação. A avaliação psicológica para renovação só é realizada em condutores que exercem atividade remunerada, nos demais a avaliação psicológica só é feita na primeira habilitação. Esse dado revela que poucas são as mulheres que exercem atividade remunerada dentro da nossa amostra de trabalho que tem um total de 159 pessoas. Quanto à classificação 66,67% das candidatas a renovação obtiveram classificação Médio e 33,33% obteve classificação Superior, dado positivo pois demonstraram bom e ótimo nível de atenção.

Gráfico 03 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a renovação da habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

No gráfico 04 apresenta os resultados da renovação da habilitação masculina. Observa-se que a maior parte da renovação foi realizada por homens, foram 92, 86% dos candidatos à renovação. A faixa etária predominante é acima dos 40 anos

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sendo 38,46% dos candidatos, revelando que os mais velhos renovam a habilitação por possuírem o direito de exercer atividade remunerada e terem interesse em continuar exercendo a função de motorista ou motoboy.

Gráfico 04 – Distribuição, por faixa etária, dos candidatos a renovação da habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

Verifica-se que apenas 05,13% dos candidatos à renovação tinham a idade entre 18 a 25 anos. Dos 26 aos 30 anos foram 20,51% dos candidatos. Na idade de 31 aos 35 anos foram 20,51% dos candidatos e 15,39% deles tinham idade entre 36 e 40 anos. Entretanto, percebe-se que uma parcela pouco significativa dos candidatos masculinos a renovação da habilitação de motocicleta obteve classificação Médio Inferior. Foram 02,56% dos candidatos, que possuíam uma condição de atenção baixa para a direção de motocicleta. E, dentro da classificação Médio foram 30,77% dos candidatos, com uma atenção considerada normal. Na classificação Médio Superior estavam 41,03% dos candidatos demonstrando uma capacidade de atenção maior que o esperado, bastante adequado à direção da moto. Com a classificação Superiora estavam 25,64% dos candidatos demonstrando uma atenção mais aguçada e elaborada.

Pode-se notar que na renovação da habilitação masculina os candidatos obtiveram qualidade excelente de atenção o que pode ser em decorrência da

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experiência no trânsito que exige essa característica cognitiva e desenvolve-a também pela solicitação de uso constante.

O gráfico 05 apresenta os resultados do nível educacional das mulheres candidatas a primeira habilitação de motocicleta e sua relação com o Teste TEACO. Verifica-se que apenas 09,09% das candidatas apresentaram um nível de Ensino Fundamental Incompleto. Onde destas 50% obtiveram classificação Média e 50% obtiveram classificação Média Superior no TEACO, demonstrando boa e ótima qualidade de atenção concentrada.

Gráfico 05 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a primeira habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

Verifica-se que 15,91% das candidatas possuíam o nível do Ensino Fundamental. Destas 28,57% obtiveram classificação Média, ou seja, boa qualidade de atenção e as demais candidatas 71,43% obtiveram classificação Média Superior revelando excelente qualidade de atenção.

As candidatas que tinham Ensino Médio Incompleto eram 04,55% da amostra, sendo que 50% delas obtiveram classificação Média no teste e 50% classificação Superior. Com Ensino Médio Completo havia 47,73% das candidatas. Destas 19,05% obtiveram uma classificação no TEACO Médio Inferior, revelando um desempenho abaixo do esperado para a direção veicular de motocicleta. Classificação Média no teste foram 38,10% das candidatas. Classificação Média

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Superior foram 33,33% das candidatas e 09, 52% obtiveram classificação Superior no teste.

Até a data da aplicação do teste haviam cursado o Ensino Superior Incompleto totalizou 11,36% das candidatas e 40% delas obtiveram classificação Média no teste e 60% classificação Média Superior. E, com nível educacional do Ensino Superior teve também 11,36% das candidatas, embora que 100% delas obtiveram classificação Média Superior no teste de atenção concentrada.

Observa-se que quase metade da amostra tinha Ensino Médio e o restante outro Nível Educacional. No entanto, nota-se que somente no Ensino Médio as mulheres obtiveram classificação Média Inferior e nos outros níveis educacionais essa queda na qualidade da atenção não foi notada. Pelo contrário, as candidatas com nível de escolaridade baixo como Ensino Fundamental e Ensino Fundamental Incompleto obtiveram classificação Média e Média Superior, que sugere uma qualidade aguçada de atenção, pode-se inferir a partir desse dado que o TEACO não é muito influenciado pelo nível de escolaridade e sim pela característica que pretende observar da atenção concentrada. Característica essa que pode ser desenvolvida pela experiência pessoal. As mulheres com Ensino Superior e Ensino Superior Incompleto obtiveram o esperado para seu Nível Educacional qual seja a classificação Média e Média Superior.

Em relação ao Nível Educacional dos homens que se apresentaram candidatos a primeira habilitação, gráfico 06, verifica-se que 12,33% dos candidatos com nível de Ensino Fundamental Incompleto, destes 11,11% obtiveram classificação Inferior no TEACO, uma classificação ruim, muito abaixo da média e que inapta os candidatos a conduzirem motocicleta. A classificação Média no teste foi obtida por 66,67% dos candidatos com este nível de escolaridade e 22,22% obtiveram classificação Média Superior demonstrando bom e ótimo nível de atenção concentrada.

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Gráfico 06 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a primeira habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

Verifica-se que 19,18% tinham concluído o Ensino Fundamental e 50% obtiveram classificação Média no teste. Com a classificação Média Superior foram 21,43% dos candidatos e 28,57% deles obtiveram classificação Superior no TEACO. Observa-se que o nível de atenção concentrada dos participantes não foi prejudicado pelo nível de escolaridade, pois eles demonstraram bons e excelentes níveis de atenção no teste. E, apresentando nível educacional de Ensino Médio Incompleto havia 08,22% dos candidatos. Destes 16,67% apresentaram classificação Média Inferior no TEACO, 66,67% apresentaram classificação Média e 16,67% tiveram a classificação Superior.

Nota-se que para os níveis de escolaridade Fundamental, Fundamental Incompleto e Médio Incompleto a predominância dos resultados para o TEACO foi de classificação Média, ou seja, dentro do esperado para conduzir moto.

Os resultados demonstram que haviam concluído o Ensino Médio até a data da avaliação psicológica 53,43% dos candidatos à primeira habilitação. Destes 05,13% obtiveram classificação Média Inferior no TEACO, 46,15% obtiveram classificação Média, 28,21% obtiveram a classificação Média Superior e 20,51% dos candidatos obtiveram a classificação Superior. Portanto, a maioria dos participantes da pesquisa tinha o Ensino Médio Completo e apresentou níveis adequados de atenção para obterem a habilitação de motocicleta.

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No entanto, foram poucos que haviam concluído o Ensino Superior, ou seja, 02,74% da amostra e 100% destes obtiveram classificação Média Superior no TEACO. Alguns 04,11% dos candidatos estavam cursando o Ensino Superior, destes 66,67% tiveram classificação Média no teste e 33,33% tiveram classificação Média Superior.

O gráfico 07 apresenta o Nível Educacional das candidatas a Renovação da Habilitação. Verifica-se que foram poucas mulheres a realizarem a Renovação da Carteira Nacional de Habilitação, apenas 07,14% do total de Renovações. Destas 33,33% apresentaram Ensino Fundamental Incompleto com classificação Média no TEACO e 66,67% tinham Ensino Superior Completo e destas 50% obtiveram classificação Média no TEACO e 50% classificação Superior. As mulheres demonstraram bom desempenho e qualidade de atenção.

Gráfico 07 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a renovação da habilitação do sexo feminino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

O gráfico 08 apresenta os resultados do Nível Educacional dos homens candidatos a Renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Verifica-se que 05,13% dos candidatos apresentaram o nível de Ensino Fundamental Incompleto. Destes 50% tiveram classificação Média Superior e 50% Superior no TEACO.

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Gráfico 08 – Distribuição, por nível educacional, dos candidatos a renovação da habilitação do sexo masculino e sua relação à Classificação no TEACO-FF.

Fonte: Dados da Pesquisa. Itanhaém/São Paulo. 2012.

E, que 30,77% dos candidatos haviam concluído o Ensino Fundamental, sendo que 41,67% deles tiveram classificação Média no TEACO, 50% obtiveram classificação Média Superior e 08,33% obtiveram classificação Superior. Isso demonstra que a experiência em dirigir influencia mais no teste de atenção do que a escolaridade. Quanto maior a experiência no trânsito, maior a atenção e seu desenvolvimento. Percebe-se também que 53,85% dos candidatos, concluíram o Ensino Médio. Destes 04,76% apresentaram classificação Média Inferior no teste, 28,57% obtiveram classificação Média, 38,10% obtiveram classificação Média Superior e 28,57% obtiveram classificação Superior. E, que apresenta nível de Ensino Médio Incompleto foram 05,13% dos candidatos a Renovação e destes 50% tiveram classificação Média no TEACO e 50% classificação Média Superior.

Finalmente, com nível de Ensino Superior foram também 05,13% dos candidatos, embora que 100% deles tiveram classificação Superior no TEACO.

Referências

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