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Além da Reforma Sindical

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Ano XI - Nº 162 Fevereiro/2004

O

O

O

O

O

Reforma da

Previdência

2

Além da Reforma Sindical

Fórum Nacional do

Traba-lho, em seus documentos,

informa que as mudanças no

mun-do mun-do trabalho serão realizadas em

duas etapas. A primeira, sobre a

reforma sindical, seria feita este ano.

A segunda, dispondo sobre a

refor-ma trabalhista, seria feita em 2005.

A informação, da forma como

é divulgada, deixa a impressão de

que a primeira reforma, a sindical,

se limitará a definir a estrutura ou o

modelo de organização dos

traba-lhadores e empregadores, e de que

a segunda, a trabalhista, é que

cui-daria da negociação e da legislação

do trabalho.

Assim, os trabalhadores

poderi-am ficar tranqüilos porque, com a

reforma sindical, não haveria

qual-quer possibilidade ou ameaça de

eli-minação, precarização ou

flexibiliza-ção de direitos, já que as relações

de trabalho (incluindo o alcance das

negociações) somente seriam

de-batidas na reforma trabalhista,

pre-vista para o próximo ano.

Pode ser que seja assim, mas

também pode ser que não.

De-penderá do texto a ser proposto

ao Congresso. Não existe ainda uma

proposta pronta e acabada, mas

dificilmente o texto da reforma

sin-dical deixará de cuidar também

das prerrogativas das entidades

sindicais e do papel de seus

diri-gentes, que inevitavelmente

inclui-rá o poder de negociação e de

re-presentação política,

administrati-Líderes

partidários

4a6

Comissões

permanentes

7

va e judicial de seus representados.

Sendo assim, todo cuidado é

pouco para evitar que haja

retro-cesso nas relações de trabalho. A

advertência tem todo sentido,

tan-to do pontan-to de vista técnico

quan-to político.

Tecnicamente, para que haja

supressão ou flexibilização de

direi-tos, basta que conste no texto da

PEC – Proposta de Emenda à

Cons-tituição da reforma sindical que “a

lei não poderá limitar o poder de

negociação sindical” ou que “o

ne-gociado tem força de lei e eficácia

liberatória” ou, ainda, que

“ressal-vada negociação, são assegurados

os direitos previstos em lei”.

Politicamente, os parlamentares

que defendem a redução de

direi-tos via negociação – inclusive

líde-res de três dos cinco principais

par-tidos da base – dificilmente

perde-rão a oportunidade de jogar

pe-sado para influir nesse processo,

já que foram defensores

incondi-cionais do projeto de flexibilização

da CLT e do projeto que tratava

da terceirização e da prestação de

serviços, ambos retirados pelo

atu-al governo.

Como se vê, dependendo da

forma como o texto da Emenda

Constitucional sobre a reforma

sin-dical for aprovado e promulgado, a

reforma trabalhista poderá ser

dis-pensável.

A Diretoria

Medida Provisória

regulamenta

Emenda

Constitucional nº 41

Conheça as novas

lideranças dos

partidos com

representação na

Câmara e no Senado

Pleito de 2004 esvazia

atividades legislativas,

especialmente das

comissões temáticas

Artigo

8

Leia reflexão sobre o

processo de escolha dos

ministros do Supremo

Encarte

Confira os resultados das

reuniões da Comissão de

Sistematização do FNT

(2)

2 Fevereiro de 2004 Publicação do DIAP Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar BOLETIM DO DIAP Ano XI - NO 162 - FEVEREIRO/2004

Publicação mensal do DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar

SBS - Edifício Seguradoras - Salas 301/7 70093-900 - Brasília-DF Fones: (0xx61) 225-9704/9744 Fax: (0xx61) 225-9150 Supervisão:

Ulisses Riedel de Resende

Editora:

Viviane Ponte Sena

Redação:

Alysson de Sá Alves, Antônio Augusto de Queiroz, Marcos Verlaine da Silva Pinto e Viviane Ponte Sena.

Home-Page: http://www.diap.org.br E-mail: diap@diap.org.br Diagramação: Fernanda Medeiros - RP 4707/DF Fone: 321-8200 Impressão: Artgraf

Conselho Diretor do DIAP

Presidente:

Celso Napolitano (SINPRO/SP e FEPESP)

Vice-Presidentes:

José Gabriel Teixeira dos Santos (CNTI) Francílio Pinto Paes Leme (SINPRO/RJ) João Batista da Silveira (SAAE/MG)

Elles Carneiro Pereira (SAAE/RJ) Lúcio Flávio Costa (Fed. Bras. Adm.)

Superintendente:

Epaminondas Lino de Jesus (SINDAF/DF)

Suplente: José Carlos Perret Schulte (CNTC) Secretário: Izac Antonio de Oliveira (FITEE) Suplente: Wanderlino Teixeira de Carvalho (FNE) Tesoureiro: Francisco Vieira da Silva (SINDAF/DF)

Suplente: José Caetano Rodrigues (CNTS) Conselho Fiscal

Efetivos: Jânio Pereira Barbosa (SENGE/DF)

Itamar Revoredo Kunert (Sind. Adm. de Santos/SP) Vladimir Nepomuceno (CNTSS)

Suplentes:

Antônio Augusto Fonseca Garcia (SINDSAÚDE/DF) Wellington Teixeira Gomes (FITEE) José Aquiles de Almeida (CNTEEC)

vésperas dos feriados de car-naval, no dia 19 de feverei-ro, o governo publicou a Medida Pro-visória nº 167, regulamentando a Emenda Constitucional nº 41, sobre a reforma da Previdência. A edição des-sa MP durante o recesso branco do Congresso pode ter sido coincidência, mas os sindicatos, em geral, e os ser-vidores afetados, em particular, estão convencidos de que houve manobra governamental para evitar a apresen-tação de emendas à MP, já que os par-lamentares só dispõem de seis dias cor-ridos para apresentar suas emendas. Mesmo assim foram apresentadas qua-se uma centena de emendas.

O texto da MP, cuja exposição de motivos até o final do mês era desco-nhecido dos parlamentares e servido-res, cuida de: a) definir a forma de cál-culo dos benefícios previdenciários dos servidores públicos, b) instituir contri-buição a ser cobrada de aposentados e pensionistas, c) criar o abono de per-manência em serviço, corresponden-te à contribuição cobrada do servidor para aqueles servidores que, mesmo tendo tempo para requer sua aposen-tadoria proporcional ou integral conti-nuam trabalhando, e d) adotar um sis-tema integrado de dados federais, es-taduais e municipais sobre remunera-ções, proventos e pensões para efei-to de controle de teefei-to e subteefei-tos na administração pública.

Cálculo de aposentadorias –

institui a média aritmética simples das maiores remunerações (utilizadas como base para as contribuições dos servidores aos regimes de previdência “próprio e/ou INSS” a que estiver vin-culado desde 1994, ou, desde o início da contribuição, se posterior a 1994) correspondentes a 80% do período contributivo, e atualizadas mês a mês. O valor do provento não poderá ser inferior ao salário mínimo nem maior que a última remuneração do servidor.

Contribuição de inativos –

ins-titui contribuição a ser cobrada dos aposentados e pensionistas, inclusive daquelas já em gozo de benefício, exi-gível 90 dias após a edição da MP. Para os aposentados e pensionistas em

gozo de benefício em 31 de dezem-bro de 2003, será cobrado 11% da parcela de seu provento que exceda a 60% do teto do INSS (R$ 2.400,00) ou acima de R$ 1.440,00, no caso de servidor federal, e 11% sobre a par-cela que exceda a 50% desse teto ou acima de R$ 1.200,00, quando o apo-sentado ou pensionistas for de Esta-do ou Município. Para os serviEsta-dores que vierem a se aposentar ou receber pensão com base nas regras da Emen-da Constitucional 41, de 31 de dezem-bro de 2003, a cobrança incidirá so-bre a parcela do provento ou pensão que exceda a totalidade do teto do INSS, ou acima de R$ 2.400,00.

Abono de permanência – o

ser-vidor que, à data da promulgação da Emenda 41 (31/12/2003), já havia pre-enchido todos os requisitos para reque-rer aposentadoria proporcional ou inte-gral e continuou trabalhando fará jus a um abono de 11% correspondente à contribuição para a previdência.

Teto e subtetos – embora

omis-sa em relação a valores, a MP determi-na a criação de um sistema integrado de informações federais, estaduais e municipais sobre remuneração, proven-tos e pensões para efeito de controle de teto e subteto. A idéia é impedir que o servidor, ativo ou inativo, possa acumular remunerações, proventos e/ou pensões que ultrapassem o teto federal.

Para efeito de definição do teto fe-deral e dos tetos e subtetos estaduais e municipais, o Supremo Tribunal Fe-deral, por intermédio de Conselho Na-cional de Justiça, está promovendo es-tudos técnicos para uma resolução que discipline e esclareça a matéria. Já há definição de que as vantagens pesso-ais ou de qualquer natureza, entre elas as decorrentes de decisões judiciais, também serão consideradas para efei-to de teefei-to e subteefei-to. Excluem-se do teto e subteto, por não terem caráter remuneratório, vantagens como diá-rias, ajudas de custo, auxílio funeral, reclusão, creche, transporte e alimen-tação, além de indenização de férias e de transportes, acréscimos de valores pagos em atraso e acréscimos de adi-antamentos.

MP 167 regulamenta

reforma da Previdência

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Boletim do

Governo negociará correção de

aposentadorias desde o Plano Real

ais um esqueleto das ges-tões de Fernando Henrique Cardoso deverá ser assumi-do pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se da correção de pensões e aposentadorias desde a implantação do Plano Real. O problema se arrasta desde 1994, quando houve conver-são da moeda brasileira de Cruzeiro Novo para Real, intermediada pela URV (Unidade Real de Valor).

Com o Plano Real, aposentados e pensionistas passaram a ter uma defa-sagem de 42,46%, segundo o presi-dente da Cobap (Confederação Brasi-leira de Aposentados e Pensionistas), João Lima.

Lima historiou para a assessoria do DIAP o processo que culminou com o reconhecimento pelo governo dessas perdas dos aposentados e pensionis-tas. A luta por essa reposição remonta à batalha dos 147%.

Na época, 1991-1992, os aposen-tados ganharam as ruas e praças para que o governo Collor repusesse as per-das linearmente e não só para o con-junto de aposentados e pensionistas que tiveram ganho de causa no Rio Grande do Sul. O processo foi julgado e deferido pelo Supremo Tribunal Fe-deral (STF) que mandou o ex-presiden-te Collor pagar.

Bom senso e interesse público

Estas são as premissas do governo federal para conduzir agora as negoci-ações com a Cobap e outras entida-des, segundo o ministro Amir Lando, da Previdência. Lando disse que será preciso “se guiar pelo bom senso e in-teresse público” para se chegar a um acordo sobre a correção de aposen-tadorias desde a implantação do Plano Real. “Acordo só se realiza com recí-procas renúncias e recírecí-procas vanta-gens”, raciocinou.

João Lima reagiu à posição do mi-nistro sobre “renúncias e vantagens” dos aposentados e pensionistas. Lima disse que os aposentados “não re-nunciam a nenhum centavo”. “O que nós podemos fazer é dar um prazo

para se pagar, porque as contas da Seguridade Social nós sabemos de cor e salteado”.

João Lima lembrou que se reuniu “três ou quatro vezes” com o ex-mi-nistro da Previdência, Ricardo Berzo-ini, e que já havia uma negociação em curso, nesta linha do parcelamen-to da correção. Com o novo minis-tro Amir Lando, até o momento, só ocorreu uma reunião, oportunidade em que o ministro pediu tempo para estudar todo o processo, o que foi prontamente aceito pela Cobap.

O governo, segundo Amir Lando, quer negociar um prazo maior para quitar a dívida. “Temos que construir

uma engenharia do ponto de vista do orçamento, em face dessas despe-sas não previstas”, explicou, acres-centando que o governo pretende prolongar, no tempo, este impacto, porque “não há dúvidas de que os recursos, hoje, não existem. É preci-so buscá-los”.

Amir Lando sugeriu uma negocia-ção compartilhada, em que a respon-sabilidade dos aposentados, dos pen-sionistas, da sociedade, de todos, es-teja presente para dar uma solução “a um esqueleto que se arrasta des-de 1994”.

Segundo o ministro, a equipe eco-nômica estuda as possibilidades de

cri-ação de fontes orçamentárias para pagar a dívida. Pelos cálculos iniciais do Ministério da Previdência, implica-rá numa despesa adicional de R$ 12,3 bilhões.

Cerca de 1,8 milhão de pessoas que se aposentaram entre 1994 e 1997 devem ter direito a essa corre-ção. Além dos recursos para pagar os atrasados, o acordo também vai gerar um aumento de R$ 2,5 bilhões na despesa anual da Previdência So-cial com o pagamento dos benefícios agora reconhecidos.

Lando destacou que a proposta apresentada em fevereiro ao presiden-te não está fechada. “Vamos abrir um diálogo para encontrar uma solução consensual. A determinação do presi-dente Lula é de que se acelere todos os trâmites, sobretudo, buscando so-luções orçamentárias”, disse.

No próximo dia 10 de março, o mi-nistro dará início à negociação com os representantes das associações de apo-sentados e pensionistas. A expectati-va é de que a correção comece a ser paga ainda este ano.

A proposta da Cobap

A Cobap propõe, para resolver o problema, que a correção seja paga em doze parcelas iguais. Ou seja, pega-se o índice de 42,46% e divide-pega-se em doze vezes. O governo, antes da tro-ca de ministros, acenava com uma pro-posta de parcelar a correção em vinte e quatro vezes. Trata-se de um acor-do semelhante ao que foi feito com os expurgos do FGTS.

“Desde novembro do ano passa-do, a Cobap propõe atualizar todos os benefícios [da Previdência Social]”, destacou o presidente da entidade. Lima deu um exemplo de como fa-zer essas atualizações: atualizar os benefícios até maio deste ano e até lá esquecer o passivo; quando to-dos os aposentato-dos e pensionistas estiverem com os benefícios atuali-zados “aí o governo terá o mon-tante real da dívida em atraso”, para fazer o acordo.

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A equipe

econômica estuda

as possibilidades de

criação de fontes

orçamentárias

para pagar a dívida.

Pelos cálculos

iniciais do

Ministério da

Previdência,

implicará numa

despesa adicional

de R$ 12,3

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Fevereiro de 2004

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s mudanças ministeriais realiza-das pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro, refleti-ram diretamente no Congresso Nacional. As reformas promovidas alteraram o quadro de líderes partidários na Câ-mara e no Senado. Cinco parlamenta-res assumiram cargos no Executivo e um senador retomou as atividades no Congresso.

Com as mudanças, quatro ex-líderes partidários assumiram cargos no primeiro escalão do Governo: i) o do governo no Congresso, senador Amir Lando (PMDB/ RO), atual ministro da Previdência Soci-al; ii) o do governo na Câmara, deputa-do Aldeputa-do Rebelo (PCdeputa-doB/BA), que assu-miu a Secretaria de Coordenação Políti-ca e Assuntos Institucionais da Presidën-cia da República; iii) o do PMDB na Câ-mara, deputado Eunício Oliveira (CE), que passou a ocupar o Ministério das Co-municações; e iv) o do PSB na Câmara, deputado Eduardo Campos (PE), que as-sumiu o Ministério da Ciência e Tecnolo-gia. Ainda em relação ao Legislativo, mais duas alterações: o deputado Patrus Ana-nias (PT/MG), que deixou o Parlamento para assumir o cargo de ministro do De-senvolvimento Social e Combate à Fome; e o senador Cristovam Buarque que re-assumiu o mandato no Senado, após sua experiência de um ano como ministro da Educação.

Na Câmara dos Deputados, passaram a ocupar a liderança dos partidos: o de-putado e ex-ministro das Comunicações, Miro Teixeira (Sem Partido/RJ), escolhi-do líder escolhi-do Governo na Câmara; para a liderança do PT foi conduzido o deputa-do Arlindeputa-do Chinaglia (SP); o PMDB ele-geu como líder o deputado José Borba (PR); no PSB assumiu a liderança o de-putado Renato Casagrande (ES); no PCdoB, a liderança está a cargo do de-putado Renildo Calheiros (PE); no PPS,

Mudanças nos Ministérios alteraram

Miro Teixeira – Sem Partido/RJ - De-putado, 8° mandato, jornalista e advoga-do. Político experiente, com excelente trân-sito no Congresso. Na Constituinte, perten-ceu à Comissão da Organização dos Po-deres e Sistema de governo. Obteve nota dez do DIAP. Uma das referências do Con-gresso no debate de questões políticas e institucionais, é um negociador aplicado. Ex-integrante da bancada do PDT, sempre atuou com independência em relação ao comando de Leonel Brizola. Ativo nos tra-balhos de plenário e atuante nos basti-dores, é uma das referências dos social-democratas no Congresso.

partido com 20 parlamentares, o coman-do está sencoman-do exercicoman-do pelo deputacoman-do Júlio Delgado (MG); o PTB passou a ter como líder o deputado José Múcio Mon-teiro; o PSDB elegeu Custódio Mattos (MG); o Bloco PL/PSL tem como líder o deputado Sandro Mabel (GO); e no PDT o líder é o deputado Dr. Hélio (SP).

No Senado Federal foram feitas duas substituições de líderes: o PT substituiu o senador Tião Viana (AC) pela

senado-ra Ideli Salvatti (SC); e o PSB trocou An-tônio Carlos Valadares (SE) pelo sena-dor João Capiberibe (AP) no cargo. A li-derança do Governo no Congresso tam-bém trocou de líder. Com a ida de Amir Lando para o Ministério da Previdência Social, assumiu o cargo o senador Fer-nando Bezerra (PTB/RN).

Veja a composição das lideranças partidárias na Câmara e no Senado e o perfil de todos os líderes partidários.

PARLAMENTAR LÍDERES DA CÂMARA

Miro Teixeira (Sem Partido/RJ) Líder do Governo Arlindo Chinaglia (SP) Líder do PT José Borba (PR) Líder do PMDB Renato Casagrande (ES) Líder do PSB Renildo Calheiros (PE) Líder do PCdoB Júlio Delgado (MG) Líder do PPS José Múcio Monteiro (PE) Líder do PTB Custódio Mattos (MG) Líder do PSDB Sandro Mabel (GO) Líder do PL/PSL Dr. Hélio (SP) Líder do PDT José Carlos Aleluia (BA) Líder do PFL Pedro Henry (MT) Líder do PP Pastor Amarildo (TO) Líder do PSC Sarney Filho(MA) Líder do PV Enéas (SP) Líder do Prona

PARLAMENTAR LÍDERES DO SENADO E DO CONGRESSO

Aloízio Mercadante (SP) Líder do Governo no Senado Ideli Salvatti (SC) Líder do PT

Fernando Bezerra (PTB/RN) Líder do PTB e do Governo no Congresso Magno Malta (ES) Líder do PL

João Capiberibe (AP) Líder do PSB Renan Calheiros (AL) Líder do PMDB José Agripino (RN) Líder do PFL Arthur Virgílio (AM) Líder do PSDB Jefferson Peres (AM) Líder do PDT Mozarildo Cavalcanti (RR) Líder do PPS

Perfis dos líderes da Câmara

Arlindo Chinaglia - PT/SP - De-putado, 3º mandato, paulista, médico, é um parlamentar dinâmico. Foi um dos maiores críticos da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, destacando-se por seu trabalho de fis-calização dos gastos públicos. Ex-presi-dente da Comissão de Fiscalização e Con-trole, foi o primeiro parlamentar a de-nunciar as viagens de ministros em avi-ões da FAB para fazer turismo em Fer-nando de Noronha. Com sua experiência nos movimentos estudantil e sindical, foi um dos deputados estaduais do PT mais ativos em São Paulo. Oriundo do

movi-mento sindical, no qual foi presidente do Sindicato dos Médicos de SP, vice-presi-dente da Federação Nacional dos Médi-cos e presidente da CUT Estadual (SP), defende os interesses dos assalariados e sempre elege como prioridade a defe-sa da defe-saúde pública de qualidade, do servidor público, do aposentado e pensi-onistas, além dos direitos fundamentais do trabalhador.

José Borba (PMDB/PR) – Depu-tado, 3º mandato, paranaense, comer-ciante, pecuarista. Ex-vereador (1977-92) e prefeito de Jandaia do Sul

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(1989-Boletim do

o quadro de lideranças no Congresso

e do Banco de Desenvolvimento do Esta-do de Minas Gerais (1997/1998). Especi-alista em matérias orçamentária e tribu-tária, pertence ao grupo político do go-vernador de Minas Gerais, Aécio Neves. Tem sido presença obrigatória nas ne-gociações no Congresso.

Sandro Mabel - PL/GO - Deputa-do, 2° mandato, empresário e adminis-trador de empresas. Estreou na Câmara em 1999 com uma surpreendente capa-cidade de articulação, a ponto de ter sido escolhido vice-líder do Governo. É um de-batedor de maior flexiblilização e desre-gulamentação das relações de trabalho. Líder sindical patronal, é defensor enga-jado da economia de mercado e da livre competição. Goza de excelente trânsito no Congresso.

Dr. Hélio (PDT/SP) - Deputado, 2º mandato, médico e professor universitá-rio. Filiado ao PDT desde 1995, partido do qual é presidente do Diretório Munici-pal, pertenceu ao PMDB. Foi secretário municipal de Saúde, Bem-Estar e Habi-tação de Hortolândia, SP (93-96) e se-cretário municipal de Saúde de Ameri-cana, SP (1997). É o fundador do Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância, entidade pioneira no país na luta contra a violência doméstica. É membro fundador do Fórum Nacional de Entida-des Não Governamentais de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Em 1993, ganhou o Prêmio Nacional Crian-ça, da Fundação Abrinq. É o coordena-dor da Frente Parlamentar pela Paz.

Pedro Henry – PP/MT – Deputa-do, 3º mandato, médico. Político prag-mático, na legislatura passada, foi pre-sidente da Comissão de Trabalho Admi-nistração e Serviço Público e o principal interlocutor do Governo FHC naquele ór-gão técnico da Câmara. Foi, quando ain-da estava no PSDB, um dos articulado-res da eleição de Aécio Neves para a li-derança do partido e depois para a pre-sidência da Câmara. No PP, surpreendeu pela capacidade de negociação e articu-lação, tornando-se líder do partido logo no início desta legislatura. Como líder, não apenas recompôs a base do partido, como convenceu as diversas correntes da importância de apoiar o novo Gover-no naquilo que coincidisse com o progra-ma do partido. Está com grande prestí-gio no Governo e no Congresso.

José Carlos Aleluia - PFL/BA -Deputado, 4º mandato, engenheiro e pro-fessor da Universidade Federal da Bahia. Muito articulado e tecnicamente prepa-rado, é conhecedor dos problemas de infra-estrutura. Foi relator da Lei de

Con-cessões de Serviço Público; da Lei de Informática (fim da reserva no setor); da Lei de Crimes Ambientais; da Lei de des-membramento da LIGHT; da Lei de cria-ção da Agência Nacional de Energia Elé-trica (Aneel); da Lei de criação do pro-grama de Universalização do Serviço Público de Energia Elétrica Emergencial; da criação do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas da Energia Renová-veis - PROINFRA; do Programa do Con-sumidor de Baixa Renda de Energia Elé-trica; da Lei de Abuso do Poder Econô-mico; da Lei da Modernização dos Por-tos; da Emenda Constitucional de cabo-tagem, bem como da Lei de Conversão que criou incentivos especiais para as em-presas automotivas brasileiras e do re-gime especial automotivo para o nordes-te. Operador político eficiente, ex-presi-dente da CHESF e das Comissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e Mista de Orçamentos Públi-cos e Fiscalização, já foi secretário-ge-ral da Executiva do PFL Nacional.

Pastor Amarildo (PSC/TO) - De-putado, 2º mandato, empresário. É pas-tor da Igreja Assembléia de Deus. Presi-dente-fundador da Ordem dos Ministros Evangélicos de Palmas (Omep), integra a bancada evangélica no Congresso Na-cional. Foi diretor Administrativo e Finan-ceiro da Agência de Desenvolvimento de Tocantins (1989-91), diretor-geral do De-tran de Tocantins (1995-96), vereador de Palmas (1997-99) e secretário de Espor-tes de Palmas. É aliado político do go-vernador Siqueira Campos.

Sarney Filho (PV/MA) - Deputa-do, 5º mandato, maranhense, advoga-do. Ex-deputado estadual (1979-83), foi secretário para Assuntos Políticos do Es-tado (1988-90). Na Constituinte, foi um parlamentar ausente e obteve nota 0,5 do DIAP. Filho do ex-presidente José ney e irmão da senadora Roseana Sar-ney, autodefine-se como um político de centro-esquerda. Nas votações das re-formas constitucionais, apoiou as propos-tas do governo Fernando Henrique Car-doso. Coordenador da Frente Parlamen-tar Ambientalista, foi ministro do Meio Ambiente do governo FHC.

Enéas Carneiro (PRONA/SP)

-Deputado, médico, professor universitá-rio, 1° mandato federal. Fundador e pre-sidente nacional do PRONA, foi candida-to à Presidência da República nas elei-ções de 1990, 1994 e 1998, quando fi-cou conhecido pelo jargão “meu nome é Enéas”. É estreante na Câmara após ter recebido a maior votação do Estado de São Paulo, ultrapassando a barreira de 1 milhão e 500 mil votos.

93), pertenceu à Arena e ao PTB. Libe-ral, integra a bancada ruralista. Munici-palista, foi vice-presidente da Associa-ção dos Municípios do Paraná. É vincula-do politicamente ao ex-senavincula-dor Andrade Vieira. Defende uma política de crédito e subsídio para o setor agrário brasileiro.

Renato Casagrande (PSB/ES)

-Deputado, 1º mandato, advogado e en-genheiro florestal. Foi vice-governador do Estado (1995-98) e deputado estadual (1991-94). Ex-membro do PMDB, filiou-se ao PSB em 1987. Ocupou vários car-gos no Estado: secretário de Obras da Prefeitura de Castelo (1984-87), secre-tário estadual de Agricultura (1995-98) e secretário de Meio Ambiente da Pre-feitura de Serra (1999-2001).

Renildo Calheiros (PCdo B/PE)

-Deputado, 2o mandato, alagoano. Irmão

do senador Renan Calheiros, é filiado ao PC do B desde 1985. Exerceu o cargo de vereador do Recife (1989-91) e de de-putado federal (1991-95). Presidiu a UNE e foi vice-presidente da Executiva Nacio-nal do partido. Entre 1995 e 1999, foi secretário-adjunto do Governo do Esta-do de Pernambuco. Em 2001 e 2002, assumiu a Secretaria de Governo da Pre-feitura de Olinda.

Júlio Delgado (PPS/MG) – Depu-tado, 2º mandato, mineiro, advogado e consultor. Ex-secretário de Trabalho e As-sistência do Estado de Minas (1995-98). Já integrou o PMDB e exerceu o cargo de vice-presidente e primeiro-secretário do diretório estadual do partido. Em 2001 passou a integrar o PPS como membro da executiva partidária no estado. Esco-lhido líder do PPS, irá substituir o ex-se-nador e deputado federal Roberto Freire no comando da bancada formada por 20 parlamentares.

José Múcio Monteiro – PFL/PE

-Deputado, 4º mandato, pernambucano, engenheiro e usineiro. Integrante dos grupos políticos de Marco Maciel e Ro-berto Magalhães. Experiente, foi prefei-to de Rio Formoso (1992-93) e secretá-rio de Transportes, Comunicação e Ener-gia no governo Roberto Magalhães (1983-86), além de presidente da Com-panhia de Eletricidade de Pernambuco (1983). Defende a economia de merca-do. Parlamentar atuante, foi presidente do PFL e goza de bom trânsito nas vári-as correntes do Legislativo.

Custódio Mattos PSDB/MG

-Deputado, 2º mandato, servidor público. Parlamentar experiente, de perfil mais técnico, foi deputado estadual e diretor financeiro do extinto INAMPS (1987/1998)

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6

Fevereiro de 2004

Ideli Salvatti (PT/SC) - Senadora, 1o mandato, professora, paulista. Fundou

a CUT no estado de Santa Catarina. Como deputada estadual, atuou em dois mandatos, compondo comissões e pre-sidindo CPIs. A educação e a fiscaliza-ção pública consistem em suas áreas de atuação.

Fernando Bezerra – PTB/RN – Senador, 2º mandato, potiguar, empre-sário. Ingressou na vida pública como suplente do ex-senador e governador Garibaldi Alves. Dirigente sindical patro-nal, foi cinco vezes presidente da Fede-ração das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte e ex-presidente da CNI - Confederação Nacional da Indústria. Adepto da economia de mercado, tem como principais bandeiras a defesa de uma reforma tributária e a flexibilização das relações de trabalho. Representa no Congresso o setor patronal, especial-mente o da construção civil. Político bem articulado, define-se social-liberal. Foi ministro da Integração Nacional no go-verno Fernando Henrique.

Magno Malta (PL/ES) - Senador, 1º mandato, músico e pastor evangélico da Igreja Batista. Vereador de Cachoeiro de Itapemirim (1993-94), deputado estadual (1995-99) e deputado federal (1999-03), pertenceu ao PMDB. Na sua atuação par-lamentar, é um nome de peso na bancada evangélica. Atua contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo e combate o uso de drogas. Foi o presidente da CPI da Câ-mara que investigou o narcotráfico no Bra-sil. Possui bom relacionamento com os partidos de esquerda. Posiciona-se favo-ravelmente à previdência social pública e às mudanças na legislação tributária.

João Capiberibe (PSB/AP) - Se-nador, 1o mandato, engenheiro,

paraen-se. Participou de movimentos de guerrilha no Pará e foi preso em 1970. Fugitivo, se exilou no Chile, no Canadá e na África. Depois da anistia, retornou ao país. No Acre, organizou 21 sociedades agrícolas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário no Vale do Juruá. Já no Amapá, tornou-se secretário estadual de Agricul-tura e, em 1988, foi prefeito de Macapá. Renan Calheiros PMDB/AL -Senador, 2° mandato, advogado.

Parla-mentar dinâmico e de boa formação, li-dera o PMDB no Senado. Ministro da Jus-tiça de Fernando Henrique, um dos mais populares, saiu por não concordar com a nomeação de um delegado acusado de torturar para a chefia da Polícia Federal. Foi 2° secretário da Mesa do Senado, quando coordenou uma comissão de re-forma daquele órgão do Poder Legislati-vo. Um dos principais nomes do PMDB nacional, de futuro promissor, é candi-dato à presidência do Senado em 2004 e ao Governo de Alagoas em 2006.

José Agripino – PFL/RN – Se-nador, 3º mandato, engenheiro civil e em-presário. Político experiente, filho do ex-governador Tarcísio Maia, é uma das maiores lideranças do Rio Grande do Norte. Prefeito de Natal (1979-82) e duas vezes governador do Estado (1983-86 e 1991-94), ganhou projeção nacional no Senado Federal, inicialmente como pre-sidente da Comissão de Constituição e Justiça, e agora como líder partidário. Di-rigente nacional do PFL, recebeu impor-tantes missões do partido, cujo zelo e competência na condução, o tornaram conhecido e respeitado no Brasil e no exterior.

Arthur Virgílio - PSDB/AM - Se-nador, 1° mandato, diplomata e advoga-do. Com tradição nas lutas democráti-cas, é um parlamentar com visão nacio-nal. Foi prefeito de Manaus (89/92), mi-nistro chefe da Secretaria-Geral da Pre-sidência da República e conselheiro de Governo na Presidência da República no segundo Governo FHC. Em seu terceiro mandato de deputado federal, ganhou enorme projeção como líder do Governo Fernando Henrique no Congresso, fun-ção que exerceu com dedicafun-ção exem-plar. Excelente orador, é homem de diá-logo e sempre priorizou o debate dos grandes problemas nacionais da tribuna do Congresso, tanto como líder do Go-verno na Câmara, quanto como líder da oposição, no Senado. É um dos princi-pais expoentes do PSDB.

Jefferson Peres – PDT/AM – Se-nador, 2º mandato, advogado e profes-sor. Parlamentar de excelente formação jurídica, foi secretário da Corregedoria-Geral da Justiça e secretário do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas.

Mui-to respeitado por seu saber jurídico e ri-gor ético, tem se destacado pela quali-dade de suas intervenções e formula-ções, tanto no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça, onde é voz res-peitada, quanto no plenário. Membro da Comissão de Ética do Senado, foi o rela-tor do processo de cassação do senador Luiz Estevão, produzindo um voto pela cassação muito elogiado pela competên-cia e seriedade com que o fez. Atual lí-der do PDT no Senado, foi presidente da Comissão de Relações Exteriores.

Mozarildo Cavalcanti (PFL/RR) - Senador, 1° mandato, médico e profes-sor universitário. Dirigiu vários hospitais públicos no Estado. Ex-deputado federal (1983-87), durante sua gestão na Câma-ra, foi autor da lei que criou a Universi-dade Federal de Roraima e a Escola Téc-nica Federal. Ocupou a Secretaria de Saúde do Estado de Roraima e foi go-vernador interino do Território de Rorai-ma. O senador votou a favor da redução do prazo para reclamação, na Justiça, dos direitos dos trabalhadores rurais e da instituição do fator previdenciário para calcular os benefícios do INSS, o que di-minuiu substancialmente o valor das apo-sentadorias.

Aloizio Mercadante (PT/SP) – Senador, 1º mandato, paulista, economis-ta, professor universitário. Principal as-sessor econômico e coordenador de pro-gramas de governo do PT, é uma das mais importantes referências da esquer-da na área econômica. No primeiro man-dato parlamentar de deputado federal (1991-95), destacou-se por seus conhe-cimentos técnicos e habilidades nas in-vestigações das Comissões Parlamenta-res de Inquérito, especialmente do caso PC e do Orçamento. Em 1999, foi presi-dente da Comissão de Economia, Indús-tria e Comércio. Oriundo do movimento estudantil, também participou do movi-mento sindical, na condição de vice-pre-sidente do Andes - Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Su-perior (1981-94) e assessor econômico da CUT. Foi um dos maiores críticos da política econômica do governo FHC e quem apresentou as denúncias que de-ram origem à CPI dos Bancos. Quando era deputado, exerceu o cargo de líder do PT na Câmara dos Deputados.

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Boletim do

Governo e Parlamento avançam

no combate ao trabalho escravo

Um dia depois de ser incluída na pau-ta da convocação extraordinária do Con-gresso Nacional, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi aprovada, em 11/ 02, por unanimidade, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câma-ra a proposta de emenda à Constitui-ção (PEC) nº 438/01, do ex-senador Ademir Andrade (PSB/AP). A proposta trata de expropriação sumária de ter-ras onde foi constatada existência de trabalho escravo. A convocação extraor-dinária do Congresso Nacional, segunda no governo Lula, foi de 19 de janeiro a 13 de fevereiro.

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT/SP), criou a Comissão Espe-cial que discutirá o mérito da proposta. No dia 3 de março, a comissão foi insta-lada e elegeu como presidente dos tra-balhos o deputado Isaías Silvestre (PSB/ MG). O relator é o deputado Tarcísio Zimmermann (PT/RS). A comissão es-pecial, composta por 32 membros titula-res e suplentes, realiza sua próxima reu-nião no dia 10 de março, para apreciar vários requerimentos.

Zimmermann adiantou que a comis-são pretende ouvir, inicialmente, o go-verno federal. Depois, outros setores envolvidos, como os produtores rurais e a Organização Internacional do Tra-balho (OIT). “Nós queremos fazer um debate abrangente, ouvir o conjunto de setores envolvidos no combate ao tra-balho escravo, e também ouvir setores econômicos que eventualmente podem estar implicados nesta situação. Assim poderemos ter condições de fazer a mudança constitucional com a rapidez

que a sociedade espera, mas também com o discernimento que é necessário nessas circunstâncias”, disse.

Segundo assessor parlamentar que acompanha as sessões da CCJ, apenas o deputado Abelardo Lupion (PFL/PR), membro da bancada ruralista, queria adiar a discussão do parecer do deputa-do Luiz Eduardeputa-do Greenhalgh (PT/SP). Lupion chegou a apresentar requeri-mento para adiar a discussão e vota-ção da matéria por duas sessões. Mas, diante da imprevidente e inoportuna posição adotada, teve que recuar de sua posição e retirar o requerimento.

A pressão surtiu efeito – “Foi uma

demonstração de sincronia entre a von-tade do Parlamento e do governo”, disse o presidente da CCJ e relator da propos-ta, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. “A Constituição já prevê a perda das ter-ras por quem cultiva plantas proibidas, como a maconha. Agora também perde-rá as terras quem tiver trabalho escra-vo”, enfatizou.

Greenhalgh fez questão de ressaltar que, no fim do ano passado, incluiu a proposta na pauta de votação da CCJ por seis sessões consecutivas. “Mas nunca dava tempo de votá-la”, disse, reconhe-cendo, assim, que o assunto só ganhou prioridade depois do assassinato de fiscais do Ministério do Trabalho em Unaí (MG). A proposta foi incluída na pauta da convocação depois de uma conversa en-tre o secretário nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e o presi-dente da Câmara, João Paulo. Ressalte-se também que várias entidades dos mo-vimentos sociais exerceram forte e

posi-tiva pressão sobre o governo e a Câma-ra paCâma-ra que a proposta fosse delibeCâma-rada com rapidez. Inclusive, um dia antes de ser aprovada, essas entidades mantive-ram vários contatos com autoridades em Brasília em que reivindicavam a aprova-ção da PEC.

Relatório de Unaí – No contexto do

debate do trabalho escravo e as execu-ções ocorridas em Unaí, o ex-presidente da Comissão de Trabalho, Sandro Mabel (PL/GO), reuniu-se com o ministro do Tra-balho, Ricardo Berzoini. Nessa reunião, Mabel entregou ao ministro um relatório parcial do acompanhamento, pela Comis-são Externa da Câmara, das investiga-ções dos assassinatos de Unaí (MG). Os integrantes da comissão estiveram, tam-bém, na presidência da Comissão do Tra-balho para entregar o relatório.

Sandro Mabel disse que vai discutir com o ministro Berzoini projetos que tra-tam da legislação trabalhista na área rural. “A principal preocupação da Comis-são de Trabalho não é só a elucidação do crime, mas sim as providências que nós podemos tomar para que não acon-teçam outros crimes e para que possa-mos melhorar as relações no campo”, disse o deputado. Ele vai sugerir ainda uma audiência pública com o secretário de inspeção do trabalho do Ministério.

O deputado Sérgio Miranda (PCdoB/ MG), membro da Comissão Externa, in-formou ainda que várias propostas es-tão sendo trabalhadas para enfrentar o problema do trabalho escravo no cam-po. “A primeira delas é a aprovação da PEC da desapropriação de terras ora deliberada pela CCJ”, destacou.

iferente do que ocorreu no ano passado, quando a imprensa e os partidos políticos deram am-pla atenção às discussões e definições das presidências das comissões perma-nentes da Câmara, em 2004 esses de-bates estão esvaziados. Isso se dá, em parte, porque os holofotes estão volta-dos para o caso Waldomiro, pelo fato de 2004 ser um ano de eleições municipais e, também, pela sinalização de redução na quantidade e competência dos cole-giados permanentes via mudanças no re-gimento interno da Casa.

A crise enfrentada pelo governo com o caso Waldomiro continua sendo um dos focos centrais de debate dentro e fora do Legislativo. Temas relacionados com o atual momento político têm recebido tratamento prioritário tanto no Congres-so Nacional quanto na agenda de reuni-ões da coordenação política do Planalto com os líderes partidários.

Em relação às eleições municipais, partidos como o PFL e o PMDB já

inici-Esvaziamento das Comissões Permanentes

aram seminários e palestras voltados à preparação de candidatos. Gerencia-mento de crises, lançaGerencia-mento de portal na internet e análise de intenção de votos formam o cenário e reforçam a tendência de esvaziamento das ativi-dades legislativas.

Esse sintoma é fortalecido também pela sinalização de que as presidências das comissões somente serão definidas após a apreciação do Projeto de Resolu-ção nº 118, de 2003. A proposiResolu-ção alte-ra a denominação e competência de di-versas comissões permanentes, diminui a quantidade de colegiados, de 19 para 18, e proíbe que os deputados sejam ti-tulares de mais de um colegiado.

Defendido para dar maior agilidade à apreciação de matérias legislativas, o projeto enfrentará dificuldades de aprovação. Em parte, porque há na Câ-mara dezessete medidas provisórias com prazo vencido, trancando a pauta e impedindo a votação de outras ma-térias e, também, porque

parlamenta-res, como os da Comissão Permanente de Legislação Participativa estão des-contentes com a diminuição e pulveri-zação dos seus poderes.

Permanecendo essas projeções, o acordo firmado pelos líderes partidári-os da Câmara no dia 02 de fevereiro corre o risco de não ser efetivado. Foi definido que, pelo critério da proporci-onalidade partidária, o PT, maior ban-cada da Câmara, e o PMDB, segunda maior representação, terão direito a três colegiados cada. O PFL, o PP, o PSDB, o PTB e o bloco PL/PSL presirão duas comissões cada um. Já o di-reito de presidir apenas uma comissão será exercido pelo PPS, PSB e PDT.

Os indicados para compor cada co-missão, bem como os nomes que pode-rão ocupar as presidências desses cole-giados ainda não foram definidos. A fi-delidade partidária, o amplo conhecimen-to da área pretendida e a influência no Congresso são requisitos importantes que serão considerados pelos partidos.

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Fevereiro de 2004

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Lula poderá indicar mais três

ministros ao Supremo

Antônio Augusto de Queiroz presidente Lula, segundo se especula em Brasília, in-dicará mais três ministros para o Supremo Tribunal Federal -STF, sendo um este ano e dois em 2006. A vaga de 2004 será aberta com a aposentadoria do atual presidente da Corte, Maurí-cio Correa (DF), e as de 2006 se-riam a do ministro Mário Velloso (MG) e, possivelmente, a de Nel-son Jobim (RS), que deixaria o STF logo após sua gestão como presi-dente da Corte.

Os requisitos e pressupostos exi-gidos dos candidatos para ocupar uma dessas vagas, além de notá-vel saber jurídico e reputação ilibada, são basicamente três: i) ter mais de 35 e menos de 65 anos de ida-de, ii) ser indicado pelo presidente da República, e iii) ter seu nome aprovado pela maioria absoluta dos 81 senadores.

A experiência das três primeiras indicações, antecedida de muitas consultas e sondagens, já permitiu ao Governo definir alguns critérios para as nomeações, que consisti-rão basicamente no equilíbrio regio-nal, de raça e gênero, de origem profissional (setor público ou advo-cacia privada), e de especialização dos pretendentes.

Somente na hipótese de ocu-pação de parte dessas vagas com nomeação de motivação exclu-sivamente política, para acomo-dar integrantes da base de sus-tentação do Governo, é que o presidente fugiria ao exame da-queles critérios. Sendo a indica-ção uma prerrogativa do Chefe do Poder Executivo, no presiden-cialismo de coalizão isso é ab-solutamente previsível e legítimo, desde que o escolhido preencha

os requisitos e pressupostos cons-titucionais.

Para o preenchimento dessas va-gas, o presidente da República dis-põe de inúmeras opções, desde ju-ristas e acadêmicos da área priva-da, passando por membros da ad-vocacia pública (magistrados, inte-grantes do Ministério Público e pro-curadores ou advogados da União), até políticos de razoável formação jurídica.

Com atuação na advocacia pri-vada, entre outros, o presidente

poderá contar com as advogadas, acadêmicas e juristas Misabel Derzi (MG), Carmem Lúcia (MG); e/ou com os juristas e advogados Eros Grau (SP), José Paulo Cavalcanti (PE), Roberto Barroso (RJ), e José Antônio Dias Toffoli (DF).

Entre os políticos com formação jurídica, os nomes com maiores chances são: Michel Temer (PMDB/ SP), Sigmaringa Seixas (PT/DF), Miro Teixeira (sem partido/RJ), e Luiz Eduardo Greenhalgh (PT/SP). Já entre os oriundos da advocacia publica são lembrados os nomes da atual ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon (BA), do magistrado Dirceu Cintra (SP) e da

ex-juíza e atual advogada Maria Lu-cia Karan (RJ).

Nas três primeiras nomeações do presidente Lula para o STF, foram observados três critérios que resul-taram respectivamente em equilíbrio geográfico e populacional (SP, RJ e SE, representando o Nordeste), de raça (um branco, um negro e um pardo), e de origem profissional (o magistrado Antônio César Peluso, o advogado privado Carlos Augusto Ayres de Brito e o integrante do Mi-nistério Público Joaquim Benedito Barbosa Gomes).

Se o presidente da República ob-servar a questão de gênero, reser-vando uma ou duas dessas vagas para mulheres, o presidente pode-ria contar com as juristas mineiras Misabel Derzi ou Carmem Lúcia, com a ex-juíza carioca Maria Lucia Karan ou com a baiana Eliana Calmon, atual ministra do STJ.

Apenas a título de curiosidade, entre os nomes lembrados o mais velho, com 64 anos, é o deputa-do Michel Temer, e o mais novo, com 36 anos, é o advogado e Subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, José Antônio Dias Toffoli. Já com especialização em matéria tributária, há apenas a ju-rista Misabel Derzi.

A opção por um nome não é apenas um ato de vontade do pre-sidente da República nem se resu-me a resu-mera preferência pessoal do Chefe do Poder Executivo, mas re-sultado de um processo de seleção que envolve consultas, sondagens e avaliações criteriosas. A gama de nomes disponíveis, sem contar os integrantes da advocacia pública, é grande. Que prevaleça o critério mais justo.

*Jornalista, analista político e Diretor de Domentação do DIAP

A opção por um

nome não é

apenas um ato

de vontade do

presidente da

República nem se

resume a mera

preferência

pessoal do Chefe

do Poder

Executivo

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