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TÉCNICAS DE BAIXO CUSTO PARA ACELERAR A EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS - IFG CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA

DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS CUROS DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

TÉCNICAS DE BAIXO CUSTO PARA ACELERAR A

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

EDVAN DE SOUSA REZENDE FILHO

MARCOS DE FREITAS ARAÚJO

APARECIDA DE GOIÂNIA 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS - IFG CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA

DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS CUROS DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

EDVAN DE SOUSA REZENDE FILHO

MARCOS DE FREITAS ARAÚJO

TÉCNICAS DE BAIXO CUSTO PARA ACELERAR A

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Campus Aparecida de Goiânia como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil e desenvolvimento na linha de pesquisa da Construção Civil - Materiais e Tecnologias, sob orientação do Prof. Me. Thiago Faria Falcão e coorientação da Prof. Esp. Lorrayne Correia Sousa.

APARECIDA DE GOIÂNIA 2017

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A658 Araújo, Marcos de Freitas

Técnicas de baixo custo para acelerar a execução de revestimento de argamassa / Marcos de Freitas Araújo, Edvan de Sousa Rezende Filho. - 2017.

56 f..: il.

Orientador: Prof. Me. Thiago Faria Fal.

Coorientação: Prof. Esp. Lorrayne Correia Sousa

Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás: Campus Aparecida de Goiânia, Bacharelado em Engenharia Civil, 2017.

1. Revestimento em argamassa 2. Produtividade. 3. Diagramas de Fluxo. 4. Construção civil. I. Rezende Filho, Edvan de Sousa. II. Título.

CDD 692.5 Catalogação na publicação:

(4)
(5)

Primeiramente a Deus. Aos nossos pais e familiares, com todo carinho a nós dedicado.

(6)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por nos ter dado a sabedoria necessária para a elaboração desse trabalho, que é fruto de muito esforço por parte de todos os envolvidos no processo de elaboração do mesmo.

Ao orientador Thiago Faria Falcão por, mesmo não fazendo parte do quadro de professores do campus, ter nos dado todo o apoio necessário e por nos passar um pouco da sua experiência na área para que consigamos chegar a finalizar o presente estudo ao longo deste ano.

A professora e coorientadora Lorrayne Correia Sousa, o nosso agradecimento por além de compartilhar de seus conhecimentos, nos apresentar o professor Thiago Faria Falcão e nos acompanhar na construção desse trabalho.

Ao IFG por ter nos oferecido o curso de excelência em Engenharia Civil e a todo o corpo de docentes e funcionários em geral, que contribuíram para a nossa formação.

A Ademaldo Construções e Projetos, pela grande receptividade e total colaboração para a realização dos estudos em seu canteiro de obras.

As professoras Pammila Japiassú e Silvana Rodrigues, que nos ofereceram orientações semanais na formatação do trabalho.

Aos nossos pais, familiares e amigos pelo apoio e suporte nos momentos difíceis que passamos no decorrer de todo o curso.

(7)

“ O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligência. ” Henry Ford

(8)

RESUMO

REZENDE FILHO, E. S.; ARAÚJO, M. F. Técnicas de baixo custo para acelerar a produção de revestimento de argamassa. 2017. 56f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia Civil, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Campus Aparecida de Goiânia, 2017

O mercado da construção civil sempre buscou por alternativas que gerassem aumento de produtividade no interior dos canteiros de obras. Observada essa necessidade muitas técnicas inovadoras são criadas para que se aumente o desempenho nas obras, mas pouco se estuda sobre pequenas mudanças realizadas dentro do próprio canteiro para se obter esse acréscimo de produtividade, sem que necessariamente seja utilizado técnicas inovadoras. Diante desse cenário, a presente pesquisa busca diretrizes simples e de baixo custo que podem ser implantadas no canteiro estudado para se ter avanços consideráveis na produção de revestimento em argamassa, de maneira que as análises possam ser facilmente adaptadas para outros canteiros. Tal avaliação será realizada por analises in loco das falhas de processo e com o auxílio de diagramas de fluxo para que se tenha redução de tempo e perda de material com simples adaptações realizadas dentro do próprio canteiro. A partir dessas verificações, sugeriu-se mudanças em relação as ferramentas utilizadas, no treinamento da equipe para a execução do serviço especificado, no fluxo físico dos materiais e a principal entre as mudanças a substituição da argamassa feita na obra por argamassa industrializada, o que geraria um acréscimo de produção considerável na execução do revestimento em argamassa.

Palavras-chaves: Revestimento em argamassa. Produtividade. Diagramas de fluxo. Construção civil.

(9)

ABSTRACT

REZENDE FILHO, E. S.; ARAÚJO, M. F. Low cost techniques to accelerate in the execution of grout. 2017. 56f. Work of Course Conclusion (Degree in Civil Engineering) – Department of Civil Engineering, Federal Institute of Education, Science and Tecnology of Goiás, University Campus of Aparecida de Goiânia, 2017

The construction market has always looked for alternatives that would generate productivity increase inside construction sites. Observed this need many innovative techniques are created to increase the performance in the works, but little is studied about small changes made within the very site to obtain this increase of productivity without necessarily using innovative techniques. Considering this scenario, the present research looks for simple and low cost guidelines that can be implemented in the study site to have considerable advances in the production of mortar coating, so that the analyzes can easily be adapted to other beds. This evaluation will be carried out by in situ analysis of process failures and with the aid of flow diagrams so that time reduction and loss of material can be achieved with simple adaptations carried out within the site. From these verifications, changes were suggested in relation to the tools used, training of the team for the execution of the specified service, physical flow of the materials in the construction site and the main among the changes the replacement of the grout made in the work by industrialized grout, which Would generate a considerable increase of production in the execution of plaster.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo descrito por Santos do processo produtivo ... 15

Figura 2 - Verificação de etapas do mapa de fluxo de valor ... 22

Figura 3 - Perspectiva das vistas laterais direita (a) e esquerda (b) da face externa do edifício Residencial T-3 ... 25

Figura 4 - Mapofluxograma do reboco interno de uma das obras estudadas ... 26

Figura 5 - Mapofluxograma do reboco externo de uma das obras estudadas ... 27

Figura 6 - Vista geral do espaço da construção ... 29

Figura 7 - Vista frontal do canteiro de obras analisado ... 30

Figura 8 - Planta baixa do pavimento térreo do canteiro ... 31

Figura 9 - Planta baixa do 1º Pavimento do canteiro ... 31

Figura 10 - Layout das paredes a serem rebocadas ... 32

Figura 11 - Árvore de grande porte na entrada da obra ... 33

Figura 12 - Fluxo de materiais no interior da obra ... 35

Figura 13 – Distância entre o balancim e a parede ... 36

Figura 14 - Embutimento da tubulação hidráulica em paralelo ao serviço de reboco ... 37

Figura 15 - Embutimento da tubulação hidráulica e elétrica ... 38

Figura 16 - Modelo de formas utilizados na obra ... 39

Figura 17 - Status das formas no pavimento de cobertura ... 40

Figura 18 - Espessura das taliscas externas ... 41

Figura 19 - Pacote de argamassa industrializada ... 42

Figura 20 - Mapofluxograma ideal do reboco interno ... 44

Figura 21 - Mapofluxograma ideal do reboco externo ... 45

Figura 22 - Masseira regulável ... 46

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Comparativo entre técnicas tradicionais do Toyotismo e implantação dessas técnicas na construção civil. ... 20 Quadro 2 - Comparativo de custo da argamassa industrializada e produzida na obra. ... 43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT

Associação Brasileira de Normas Técnicas CLT Consolidação das Leis do Trabalho

FVS Fichas de Verificação de Serviços NBR Norma Brasileira Regulamentadora PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida

SEDHAB Secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação TPS Toyota Production System

(13)

SUMÁRIO

1.

INTRODUÇÃO ... 14

1.1 JUSTIFICATIVA ... 15 1.2 PROBLEMA ... 16 1.3 OBJETIVO GERAL ... 17 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 17

2.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 18

2.1 CANTEIRO DE OBRAS ... 18

2.2 MODELO DE PRODUÇÃO TOYOTISTA ... 19

2.2.1 Lean Construction ... 20

2.3 FERRAMENTAS DE CONTROLE DE PRODUÇÃO ... 21

2.3.1 Mapa de Fluxo de Valor ... 21

2.3.2 Mapofluxogramas ... 23

2.4 REVESTIMENTO DE ARGAMASSA ... 23

3.

METODOLOGIA ... 24

3.1 ANÁLISE DA LITERATURA ... 24

3.2 ESCOLHA DA OBRA ANALISADA ... 24

3.3 VISITA IN LOCO ... 25

3.4 APROVEITAMENTO DOS DADOS ... 26

3.4.1 Utilização de Mapofluxograma ... 26

3.4.2 Processo produtivo ... 27

4.

DISCUSSÃO E ANÁLISE DE DADOS ... 28

4.1 LOGÍSTICA DO CANTEIRO ... 28

4.1.1 Solicitação de materiais ... 33

4.2 INCENTIVO FINANCEIRO DA PRODUÇÃO ... 34

4.3 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ... 34

4.4 PASSAGEM DE TUBULAÇÕES NAS ALVENARIAS ... 36

4.5 VERIFICAÇÃO DAS FORMAS DA ESTRUTURA ... 38

5.

DIRETRIZES PROPOSTAS ... 42

5.1 ALTERAÇÕES NA LOGÍSTICA DO CANTEIRO ... 42

5.2 CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ... 45

(14)

5.4 MELHORIA DAS TÉCNICAS EMPREGADAS ... 47

6.

CONCLUSÕES ... 49

6.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA... 49

6.2 PROPOSTAS PARA PESQUISAS FUTURAS ... 50

REFERÊNCIAS ... 51

APÊNDICE A – CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ... 53

ANEXO A – AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM, MARCA E NOME

EMPRESARIAL – ADEMALDO CONSTRUÇÕES E PROJETOS ... 55

(15)

14

1. INTRODUÇÃO

Entre as primeiras grandes construções desenvolvidas no mundo estão as pirâmides e os palácios do Egito e da Mesopotâmia por volta de 2600 a.C. que foram feitas sem os estudos de logística de canteiro de obras que se tem na atualidade. Mesmo assim, já havia naquela época uma grande preocupação com o transporte de materiais no interior do canteiro de obras (WATKIN, 2005).

Com o passar dos anos houve um avanço e aperfeiçoamento de técnicas aplicadas ao canteiro de obras e algumas estabelecidas como normas regulamentadoras que buscam trazer maior eficácia do sistema produtivo e com isso promover menor desperdício de materiais e tempo, obtendo assim uma maior produtividade.

Na construção civil é de suma importância a verificação de, entre outros, dois aspectos principais em toda e qualquer edificação: prazo de construção e lucratividade. Valores esses que estão intimamente ligados ao layout do canteiro de obras (materiais, ferramentas e transporte do material até o local de aplicação) e da qualificação dos profissionais envolvidos no processo de execução dos serviços.

De acordo com Ohno (1997), essa necessidade de produção de maneira rápida e econômica na construção civil, sem geração de resíduos está cada vez mais ligada ao modelo Toyotista, empregado a partir da década de 1970, em que se busca a produção “Just in time” que se baseia basicamente na produção o mais rápido possível e com perda mínima de material, sendo o objetivo final de toda e qualquer edificação uma produção rápida e de baixo custo. Para Murther (1978), a elaboração de todo e qualquer planejamento deve responder primeiramente a cinco perguntas básicas que são:

✓ O que será produzido?

✓ Quanto de cada item será produzido? ✓ Como serão produzidos os itens?

✓ Quais os serviços de apoio a produção serão necessários? ✓ Quando os itens serão produzidos?

(16)

15 Segundo o mesmo autor, esses questionamentos feitos ainda são válidos para todo e qualquer sistema de produção, não sendo diferente para a indústria da construção civil que está cada vez mais ligada a engenharia de produção. Desta forma, esse estudo tem por objetivo apresentar metodologias simples de serem aplicadas a qualquer canteiro de obras e que podem produzir resultados significativos em um determinado processo de produção.

1.1 JUSTIFICATIVA

No âmbito da construção civil, o “crescente aumento da competitividade no subsetor edificações tem estimulado as empresas a investigar a origem das deficiências do processo produtivo e a determinar indicadores de desempenho” (SANTOS, 1994, p. 25).

A Figura 1 mostra, de forma adaptada, o ciclo contínuo que representa a sequência de estágios descrita por Santos (1994), onde o aumento da competitividade se deve por diversos fatores e a partir dele inicia-se um ciclo natural que faz as empresas buscarem soluções dos problemas no processo de produção para se manterem no mercado.

Figura 1 - Ciclo descrito por Santos (1994) do processo produtivo. Fonte: Adaptada pelos autores.

O tema a ser analisado na presente pesquisa é de grande importância para a construção civil, pois nos dias atuais há uma crescente busca por alternativas que tragam maior produtividade no canteiro de obras. Visto que em muitos casos a simples troca ou adaptação de um equipamento ou a modificação do fluxo físico dos materiais pode desencadear um considerável aumento na produtividade dos operários.

A adaptação ou correção do fluxo físico dos materiais no canteiro de obras é muitas vezes deixado de lado pela equipe técnica da obra, por ser considerado irrelevante, tendo como

Competitividade

das Empresas

Investigação das

deficiências

Busca por

alternativas

Redução de

custos

(17)

16 consequência atraso ou prejuízo nos processos. Esse atraso geralmente é recompensado com aumento da mão de obra e equipamentos e em consequência é possível observar canteiros com cada vez mais operários, que passam boa parte do seu dia de trabalho à espera de materiais ou aguardando o fim de outra etapa no processo produtivo.

Com o acréscimo da especulação de imóveis a partir do início do século XXI (SEDHAB, 2011), aumentou-se a quantidade de edifícios multipavimentos e casas do padrão “Minha Casa, Minha Vida”1 (programa do governo federal) em busca de se aproveitar cada vez mais os

espaços para a construção de edificações. Nessas construções pode-se observar a eficiência de planos de logística de materiais de maneira mais evidente, visto que são construções que se tem na maioria dos casos um padrão, que é praticamente copiado com pequenas alterações entre os projetos. Desta forma, pode-se notar que uma construtora A ou B se destaca em relação as demais, por adotar padrões de logística adequados no canteiro de obras, diminuindo assim prazo de execução e custos da edificação.

Diante do exposto, faz-se necessário analisar uma das vertentes mais discutidas nos últimos anos na indústria da construção civil: a logística dos processos produtivos dentro dos canteiros de obras. Dentre muitos aspectos que podem ser abordados quanto ao quesito produtividade, esse trabalho tem como foco o estudo do fluxo físico das etapas necessárias a produção e execução do reboco interno e externo no canteiro de obras.

1.2 PROBLEMA

A necessidade do presente estudo de logística da execução do reboco surgiu a partir de análises de obras desta empresa, que estava tendo grandes problemas com custo e tempo para a execução deste processo em suas obras. A partir de 2015, houve uma reformulação na composição do custo deste serviço, que teve seu valor acrescido consideravelmente a fim de tornar este processo viável financeiramente para as obras.

Levantado o problema em suas obras foi solicitado a vários profissionais qualificados da área que apontassem soluções para amenizar o alto custo de execução do revestimento argamassado. Porém, observou-se que as técnicas apontadas pelos especialistas, apesar de condizentes, não eram adequadas ao padrão de construção da Ademaldo.

1 “O Minha Casa Minha Vida é o Programa do Governo Federal (PMCMV) que tem como objetivo proporcionar

ao cidadão brasileiro, através da parceria com empresas, estados, municípios e entidades o acesso ao financiamento da sua moradia com condições especiais.” (SEDHAB, 2011)

(18)

17 Desta análise da inviabilidade das soluções apontadas para o problema do revestimento de argamassa e da necessidade de solução, foi idealizada a redação e a discussão desse trabalho que tem como motivação realizar análises dos canteiros e propor técnicas gerais de baixo custo a serem aplicadas, a fim de se obter redução dos custos na produção e aumento da produtividade do revestimento argamassa-reboco.

Diante da verificação da inviabilidade de soluções iniciais já apontadas para a questão do custo do revestimento de argamassa e da necessidade de solução para a empresa Ademaldo, no presente estudo serão feitas análises do canteiro de obras escolhido e, a partir daí serão propostas técnicas gerais de baixo custo, a fim de se obter redução dos custos na produção e melhoria do fluxo físico de transporte de materiais na obra.

1.3 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do presente trabalho é propor modelos genéricos de alterações simples e de baixo custo que podem ser promovidas no canteiro de obras, visando a melhoria dos fluxos físicos na execução do reboco interno e externo, através da realização de estudos in loco.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos do trabalho são:

✓ Averiguar as falhas no processo de transporte de materiais dentro do canteiro de obras através da realização de estudos in loco;

✓ Estabelecer a relação entre a produção do reboco e a condição das fôrmas utilizadas através da verificação das formas da estrutura;

✓ Inspecionar os equipamentos que estão sendo utilizados no transporte dos materiais no interior do canteiro;

✓ Verificar como acontece o transporte de materiais no interior do canteiro de obras, detalhando-os com a utilização de fluxogramas;

✓ Realizar análises aprofundadas das possíveis atividades defeituosas para a execução de revestimento argamassado utilizando fluxogramas e propor melhorias no processo;

Estabelecer um estudo comparativo entre o fluxo inicial de materiais no canteiro e o fluxo proposto como melhoria do processo.

(19)

18

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo é dedicado a explanar sobre os principais aspectos relacionados ao tema voltadas para a melhoria no fluxo físico do canteiro de obras, bem como fundamentar o trabalho mostrando a adaptação do modelo japonês de produção toyotista para as necessidades da construção civil. A partir daí, apresentar os processos aplicados, tais como fluxo físico dos materiais e da cadeia de produção, para descobrir onde mudanças devem ocorrer no processo produtivo.

2.1 CANTEIRO DE OBRAS

Segundo a NBR 1367 (ABNT, 1991), os canteiros de obras são áreas destinadas a execução e apoio aos trabalhos da indústria da construção, onde os mesmos são divididos em áreas operacionais e de vivência.

Portanto, o canteiro de obras é o local de trabalho na indústria da construção e é ali que ocorrem, praticamente, todas as etapas e os processos de produção/construção da obra. No intuito de melhor desenvolver as atividades neste ambiente é necessário que antes do início das instalações seja feito um breve estudo do tipo de obra, dos prazos de construção, números de trabalhadores e máquinas que efetivamente estarão envolvidas ao longo das atividades na fase de execução. Tal planejamento prévio faz-se necessário para que um processo não interfira nos demais, acarretando desperdício de tempo e materiais.

Para montar um canteiro de obras existem normas que trazem a garantia das condições mínimas de conforto, higiene e segurança, como o caso da NR 18 (BRASIL, 2015) que trata das condições e do meio ambiente de trabalho na indústria da construção e traz um levantamento de vários aspectos que devem ser pensados quanto a implantação de um canteiro de obras e, portanto, deve ser levado em consideração para garantir que a alocação dos espaços ocorra da forma mais efetiva de acordo com a quantidade de trabalhadores e o tipo de obra.

Outro fator muito importante para a construção do canteiro de obras é a logística relacionada ao controle de materiais, máquinas e pessoas nesse ambiente. É de suma importância que o canteiro permita a maior fluidez das atividades, levando em conta a diminuição de distâncias percorridas, observação de possíveis obstáculos aos trabalhadores e a otimização dos espaços, materiais e processos.

(20)

19 Para Souza (2000), o planejamento do canteiro de obras é fundamental para o alcance da maior produtividade, pois a maioria das atividades acontece dentro do próprio canteiro. E para este fim utilizaremos como base características do modelo de produção toyotista aplicado a construção civil, na busca de alternativas no processo produtivo.

2.2 MODELO DE PRODUÇÃO TOYOTISTA

A ideia de se estabelecer um sistema de produção teve início com Taylor e Henry Ford e foi posteriormente aperfeiçoado por Ohno (1997). Após o término da segunda guerra mundial, na década de 1940, para o aceleramento da recuperação do Japão, iniciou-se a implementação das ideias de Ohno na fábrica da Toyota, dando origem ao nome do modelo de produção toyotista, que após a década de 1970 se popularizou e espalhou pelo mundo. Embora de maneira tardia, esse modelo de produção está cada vez mais ligado a indústria da construção civil, devido a busca constante por produção de maneira rápida e eficaz se encaixando no conceito de produção Just in Time proposto pelo modelo toyotista.

Dentre as variadas propostas desse sistema de produção pode se destacar os seguintes princípios, analisados no Quadro 1, que estão sendo gradativamente implementados pela construção civil.

(21)

20 Princípios básicos do Toyotismo Aplicação do toyotismo na Construção

civil

Trabalhadores qualificados

Incentivo aos profissionais que desejam voltar a estudar e oferta de cursos aos

trabalhadores Trabalhadores conhecem toda a

produção e não só uma tarefa especifica

Formação do trabalhador dentro da empresa, começando na maior parte dos casos como

servente e indo gradativamente subindo de categoria dentro da empresa

Just in time: Produz-se somente o necessário, no tempo e quantidade

necessária

Procura-se cada vez a ideia de produção Lean Construction (Produção Enxuta - sem

excedentes) Todo o sistema é acompanhado

visualmente, buscando o máximo de qualidade em cada processo

Trabalhos acompanhados de perto por profissionais qualificados que preenchem as

FVS (Fichas de Verificação de Serviços) dizendo se o serviço foi realizado da maneira

correta ou não Produtos desenvolvidos de acordo com

as necessidades de mercado

Busca constante de melhores materiais que atendam a necessidade dos clientes

Quadro 1 - Comparativo entre técnicas tradicionais do Toyotismo e implantação dessas técnicas na construção civil. Fonte: Autoria própria.

2.2.1 Lean Construction

A medida que o sistema japonês se espalhou pelo resto do Japão até o ocidente, o sistema foi adquirindo outros nomes, sob análises posteriores. Usando as bases do Toyotismo o pesquisador Lauri Koskela (1992) lançou um modelo que não fosse usado apenas nas fabricas Toyota, mas foi adaptado aos conceitos para aplicação na construção civil, chamado de Lean Construction.

Desta forma, o Lean Construction foi implementado na construção civil com o intuito de promover uma obra com maior qualidade, menor custo possível e sem desperdícios no processo.

Para Koskela (1992), são onze os princípios que estão intimamente ligados a construção enxuta:

1) Reduzir a parcela de atividade que não agrega valor;

(22)

21 3) Reduzir a variabilidade;

4) Reduzir o tempo de ciclo;

5) Minimizar o número de passos e partes; 6) Aumentar a flexibilidade da saída; 7) Aumentar a transparência do processo; 8) Focar o controle no processo global;

9) Introduzir melhorias contínuas no processo; 10) Equilibrar melhoria de fluxo;

11) Benchmarking.

Todos esses princípios contribuem significativamente no sentido de observar a otimização das atividades de construção, sempre se preocupando com o aumento da produtividade, competitividade e lucros, visto que almeja eliminar parcelas desnecessárias e que não agregam valor, como no caso de retrabalhos, espera do lote e desperdícios.

A produção enxuta é descrita por utilizar menores quantidades em tudo quando comparado a produção em massa, onde os operários utilizariam a metade dos esforços, metade dos espaços, metade do investimento em ferramentas e horas de planejamento para desenvolver novos produtos em metade do tempo.

O modelo japonês adaptado a construção civil pode ser aplicado em todas etapas de construção eliminando parcelas desnecessárias no sistema produtivo e propiciando um melhor fluxo das atividades. Para facilitar a obtenção dos pontos falhos no processo produtivo do canteiro de obras, foi utilizado o mapofluxograma em conjunto com este sistema mapeando as parcelas de materiais, máquinas e serviços.

2.3 FERRAMENTAS DE CONTROLE DE PRODUÇÃO

2.3.1 Mapa de Fluxo de Valor

O mapeamento de fluxo de valor é um simples processo de observação direta de informações de fluxo, que se pode verificar o que agrega ou não valor ao processo de fabricação de um determinado produto. O intuito desse mapeamento é a eliminação dos desperdícios encontrados a partir da observação dos fluxos, de maneira que as atividades que são julgadas como desnecessárias devem ser eliminadas e as que geram valor devem ser mantidas e

(23)

22 aumentadas (WOMACK, 2011). Conforme pode ser observado na Figura 2 que apresenta um ciclo de análise de tarefas comparativo entre o estado atual e futuro de produção.

Figura 2 - Verificação de etapas do mapa de fluxo de valor. Fonte: Autoria própria.

Durante a etapa de eliminação de desperdícios são apresentados dois tipos de desperdícios: tipo 1 e tipo 2. Desperdício tipo 1 não cria nenhum tipo de valor, mas é inevitável no processo. O tipo 2 não cria valor e pode ser facilmente eliminado do processo.

Para Ohno (1997), o desenvolvimento do Sistema Toyota de Produção foi verificado sete tipos de desperdícios:

1) Superprodução: Produzir excessivamente ou muito antes da comercialização;

2) Tempo de espera no processo de fabricação: Período de ociosidade dos trabalhadores na espera de peças e/ou informações;

3) Transporte excessivo: Longos percursos a serem percorridos para a fabricação de um determinado produto;

4) Processos inadequados: Troca exacerbada de recipientes no transito da mercadoria; 5) Inventário desnecessário: Armazenamento excessivo e falta de informação dos

produtos;

6) Movimentação desnecessária: Desorganização do ambiente de trabalho, provocando a perca de material e prejudica a ergonomia dos trabalhadores;

7) Produtos defeituosos: Aumento do retrabalho.

ESTADO ATUAL ESTADO FUTURO

PLANO DE TRABALHO E AMBIENTAÇÃO

Planejamento do estado futuro

Checagem dos resultados Realização do estado atual,

(24)

23 2.3.2 Mapofluxogramas

Para Machado et al. (2013) o mapeamento dos processos permite que se tenha uma visão completa da organização, do fluxo de trabalho e suas operações. O que permite corrigir falhas, gargalos e etapas desnecessárias, com o objetivo de tornar a empresa mais competitiva. O mapofluxograma ou fluxo físico é o procedimento onde se representa graficamente as etapas da evolução de uma determinada tarefa incluindo a mão de obra, materiais e máquinas que envolvem o que se deseja verificar. Neste caso, essa ferramenta foi usada para observar a logística e produtividade que são envolvidas nas atividades de revestimento de argamassa. Segundo Falcão (2010) a realidade das atividades e logística referentes à construção podem ser interpretadas como um processo multidisciplinar dentro de um processo produtivo de um ou mais empreendimentos e que visa algumas garantias, como: o dimensionamento dos recursos necessários à produção, a disponibilização desses recursos nas frentes de trabalho, a armazenagem de matérias-primas e bens processados, o fluxo e a sequência das atividades de produção e a gestão das informações através de fluxos físicos de produção, onde, o próprio autor afirma que tal processo afeta a cadeia de suprimentos, sendo eles materiais ou serviços.

2.4 REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

O revestimento de argamassa é a camada protetora da alvenaria composta por cimento, areia, aditivo incorporador de ar e água, essa camada tem por finalidade regularizar a superfície, proteger contra intempéries, aumentar a resistência da alvenaria e proporcionar um melhor acabamento da parede.

Para a execução do revestimento de argamassa pode-se seguir a NBR 7200 (ABNT, 1998) relacionada a execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas que estabelece as normativas para a execução de revestimentos argamassados, dentre as premissas básicas para a execução correta do acabamento, tem-se:

✓ Vistoria das condições da base a qual será aplicada o revestimento argamassado; ✓ Verificação das condições para a execução do serviço (ferramentas, materiais e mão

de obra);

✓ Verificação do cronograma de execução do revestimento argamassado, visto que a NBR 7200 (ABNT, 1998) estabelece prazos mínimos de repouso da alvenaria e cada camada do revestimento argamassado.

(25)

24

3. METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho de natureza descritiva, que ocorreu entre segundo semestre de 2016 e primeiro de 2017, partimos do estudo de caso da obra denominada Residencial T-3 da Construtora Ademaldo na busca de propor soluções e alternativas que gerassem melhoria do fluxo no canteiro de obras e consequente diminuição de custos. Os dados da pesquisa foram coletados de fontes primárias, sendo realizado o estudo in loco, e secundárias, por meio de livros e artigos, para o embasamento e análise dos dados.

3.1 ANÁLISE DA LITERATURA

Realizada durante todo o desenvolvimento desta monografia a revisão bibliográfica teve o importante papel de dar o embasamento necessário para possibilitar o início e a continuidade para o avanço do trabalho. Partindo de uma visão geral, para os entendimentos básicos, e afunilando para uma visão micro, onde conceitos técnicos e ferramentas logísticas são necessárias na busca das soluções e alternativas construtivas.

3.2 ESCOLHA DA OBRA ANALISADA

A Ademaldo Construções e Projetos, fundada em 1981, tem como marca, principalmente, o alto padrão de qualidade de suas obras, atendimento personalizado ao cliente e entrega da obra no prazo pré-determinado. Ao longo de 36 anos de história a empresa se tornou referência em obras residenciais e comerciais em Goiânia e região metropolitana, tendo mais de setecentos mil metros quadrados construídos, sendo: teatros, escolas, casas, escritórios, padarias, hospitais e muitas outras obras de referência, gerando cerca de quatrocentos empregos diretos e inúmeros empregos indiretos (ADEMALDO, 2016).

Levando em conta as obras disponíveis da construtora foi discutido qual ou quais obras seriam analisadas para o estudo de caso. Assim, o edifício comercial Residencial T-3 localizado na avenida T-3, Setor Bueno, Goiânia-GO composto por pavimento térreo, mezanino, 4 pavimentos tipo com 10 apartamentos por andar, com cerca de 27m² cada unidade e cobertura, foi escolhido para o início das atividades de vistoria e levantamento de dados por apresentar fase inicial do revestimento em argamassa no momento de início das atividades em campo.

(26)

25 Outras obras da Construtora estavam ocorrendo, mas em outras etapas construtivas. A Figura 3 mostra as vistas frontal e lateral da obra na fase inicial para receber o revestimento argamassado.

(a) (b)

Figura 3 - Perspectiva das vistas laterais direita (a) e esquerda (b) da face externa do edifício Residencial T-3. Fonte: Autoria própria.

3.3 VISITA IN LOCO

Visto o claro problema que a Construtora Ademaldo estava enfrentando no alto custo do serviço de revestimento de argamassa, foram realizadas visitas in loco para a coleta de dados a fim de verificar as possíveis mudanças no processo logístico atuadas pela empresa.

Sabendo que as falhas no processo produtivo geram grandes perdas e desperdícios de materiais e mão de obra, o que impacta diretamente no lucro e, consequentemente, no preço final para o consumidor, foi elaborado um questionário, disposto no Apêndice A, para levantamento de dados e posterior análise.

Desta forma, os questionários e visitas in loco possibilitaram a busca/identificação de falhas no armazenamento de materiais, no transporte e no próprio processamento da argamassa, criando os parâmetros necessários para propor um modelo que permitisse um melhor fluxo logístico e maior racionalização da produção

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26

3.4 APROVEITAMENTO DOS DADOS

A partir do estudo in loco foi possível criar os fluxos físicos de materiais, equipamentos e processos e partir para a análise dos dados verificar onde estavam ocorrendo os problemas logísticos, de comunicação e mesmo de planejamento.

3.4.1 Utilização de Mapofluxograma

A partir das duas primeiras visitas na obra foi possível a elaboração do mapofluxograma de materiais e etapas no desenvolvimento de serviços dentro do canteiro de obras e com isso poder, de forma mais fácil, identificar problemas relacionados ao tempo de espera do lote, transporte, logística ou o próprio planejamento.

Os mapofluxogramas mostrado nas Figuras 4 e 5 representam todas as etapas executadas pela Construtora Ademaldo para a atividade de revestimento de argamassa, desde a armazenagem e processamento até a fase de inspeção. Através deles foi possível verificar o fluxo de materiais e atividades e mapear os processos de transporte, armazenamento, espera do lote, pontos de transição e inspeções realizadas in loco. O que possibilitou a verificação dos pontos falhos para que pudessem ser propostas as possíveis soluções de baixo ou sem nenhum custo.

Figura 4 - Mapofluxograma do reboco interno de uma das obras estudadas. Fonte: Autoria própria.

Representação

Inspeção

LEGENDA

Especificação

FLUXOGRAMA DO REBOCO INTERNO - RESIDENCIAL T-3 - ADEMALDO CONSTRUÇÕES

Armazenamento Transporte Processamento Troca de meio de

transporte

AREIA VEDACIT CIMENTO

Transporte para betoneira com carrinho de mão

Armazenamento em baia Armazenamento nodepósito Armazenamento em depósito Transporte para

betoneira Transporte para betoneira Armazenamento junto

a betoneira Armazenamento junto

a betoneira

Processamento da argamassa

Transporte até o guincho com carrinho de mão

Transporte vertical

Transporte com carrinho de mão até o operário Troca do balde do guincho para o carrinho de mão

Processamento do reboco Inspeção

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Figura 5 - Mapofluxograma do reboco externo de uma das obras estudadas. Fonte: Autoria própria.

3.4.2 Processo produtivo

Durante todo o levantamento de dados no canteiro de obras houve uma busca constante pelos fatores influenciadores e causadores do alto custo no revestimento em argamassa. Desta forma, foram levantados vários itens e constantemente observados ao longo da pesquisa, na busca de alternativas e planos para o ganho da maior eficiência e eficácia no processo produtivo, como no caso dos dispostos na lista abaixo:

✓ Racionalização da movimentação, na busca de eliminar deslocamentos desnecessários;

✓ Utilização adequada das áreas disponíveis para instalações provisórias;

✓ Possível rearranjo do canteiro de obras, para aproximá-lo das áreas que dependem da produção de argamassa;

✓ Melhoria no fluxo de materiais, pessoas e máquinas; e ✓ Busca por um fluxo contínuo, conforme a filosofia Lean. Representação Especificação

Reaproveitamento Inspeção

FLUXOGRAMA DO REBOCO EXTERNO - RESIDENCIAL T-3 - ADEMALDO CONSTRUÇÕES

LEGENDA Armazenamento Transporte Processamento Troca de meio de transporte Processamento do reboco

AREIA VEDACIT CIMENTO

Transporte para betoneira com carrinho de mão

Armazenamento em baia Armazenamento em depósito Armazenamento em depósito

Transporte para betoneira Transporte para betoneira Armazenamento junto a betoneira Armazenamento junto a betoneira Processamento da argamassa

Transporte até o guincho com carrinho de mão

Transporte vertical

Transporte até o balancim

Troca do balde do guincho para o carrinho de mão

Armazenamento na masseira do balancim Troca do carrinho de mão para o balde do guincho

Inspeção

Reaproveitamento da massa que cai Transporte da massa que cai no

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28

4. DISCUSSÃO E ANÁLISE DE DADOS

Durante a visita in loco e acompanhamento da obra foi possível a verificação dos problemas logísticos enfrentados na execução do revestimento argamassado interno e externo, que são listados a seguir.

4.1 LOGÍSTICA DO CANTEIRO

A obra escolhida foi de contrato de empreitada global em que a construtora se responsabiliza pela execução e fornecimento de todo o material necessário para a execução completa da obra.

Os insumos a serem analisados são: areia, cimento, aditivo incorporador de ar, ferramentas básicas de transporte e execução do reboco interno e externo.

O estudo do layout do canteiro de obras foi realizado em parceria com toda a equipe de obra da construtora, conforme pode ser apontado no anexo A. O canteiro estudado foi de difícil execução, visto que o terreno da construção é ocupado mais de 80% pela própria obra, sobrando pouco espaço físico para a execução tanto do canteiro como do depósito para o armazenamento de materiais, conforme pode ser observado pela Figura 6.

Para o estudo da viabilidade do canteiro são realizadas, pelo gestor da obra, medições mensais e elaboração de cronogramas semanais para reavaliação dos problemas da logística apresentados na obra.

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29

Figura 6 - Vista geral do espaço da construção. Fonte: Autoria própria.

Para a determinação dos materiais e como será a logística dentro do canteiro é levado em conta as experiências dos gestores de obras anteriores e o custo disponível para a execução do empreendimento.

A Figura 7 mostra a representação do canteiro, que pela falta de espaço para organização do mesmo foi necessário à sua construção em dois pavimentos.

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30

Figura 7 - Vista frontal do canteiro de obras analisado. Fonte: Autoria própria.

O canteiro analisado na pesquisa apresenta um espaço bastante reduzido para o armazenamento de materiais e a acomodação dos funcionários, contando o mesmo com: refeitório, sala da engenharia, vestiário, depósito e quatro banheiros, sendo dois deles apenas lavabo, conforme pode ser observado nas Figuras 8 e 9.

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31

Figura 8 - Planta baixa do pavimento térreo do canteiro. Fonte: Autoria própria.

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32 O empreendimento possui muitas paredes internas para a divisão dos apartamentos, conforme pode se observar na Figura 10. Com esse alto número de paredes, tem-se consequentemente uma elevada quantidade de reboco a ser executado, sendo 6.369,52m² internamente e 2.388,67m² na parte externa. Em contrapartida observou-se um baixo espaço para armazenamento de areia fina e cimento.

Figura 10 - Layout das paredes a serem rebocadas. Fonte: Autoria própria.

O armazenamento máximo de areia fina para que não atrapalhasse o fluxo de materiais das demais frentes de trabalho era de 10m³, dessa forma o estoque de areia era pouco para a quantidade de frente de serviço.

A área do canteiro, além de reduzida apresentava uma árvore de grande porte no meio da entrada do lote e um poste, provocando uma redução no espaço de entrada de veículos na obra, conforme pode ser observado na Figura 11. A retirada da árvore foi solicitada na prefeitura de Goiânia, mas devido a morosidade do processo a mesma só foi removida no final da obra, com toda a pintura da obra já executada.

i= 1 0 % T E L H A F IB R O C IM E N T O c a lh a rufo rufo

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33

Figura 11 - Árvore de grande porte na entrada da obra. Fonte: Autoria própria.

4.1.1 Solicitação de materiais

As atividades logísticas de compras e aluguéis de materiais para a obra na Ademaldo Construções são feitas a partir da solicitação do mestre de obras para o gestor responsável e, por fim, repassado ao departamento de compras que efetiva as solicitações. O prazo necessário para as compras a partir da solicitação até a entrega na obra é de 2 dias para insumos básicos, mas devido a configuração da construtora esse prazo é negociável. Apesar desse atendimento rápido, os pedidos com urgência podem acarretar no atraso de outro material ou causa transtornos a outra obra, além de possuírem um valor mais alto em comparação com produtos na qual a entrega pode ser programada com maior tempo de antecedência.

Na etapa de levantamento da necessidade de pedido de material básico verificou-se que, pelo fato do mestre de obras ter grande quantidade de serviços, o mesmo deixou muitas vezes o pedido de material ser considerado urgente. Essa prática gera prejuízos à empresa, uma vez que os preços são mais elevados para materiais, cuja necessidade de compra e entrega é urgente.

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34 Outro problema levantado na requisição de materiais foi observado na falha de comunicação entre o mestre e o gestor de obras. Tal falha acontece porque em geral o gestor de obras é responsável por três a quatro obras do mesmo porte. Isso provoca um acúmulo de pedidos de diferentes obras, gerando assim um atraso na realização do pedido ao departamento de compras, podendo gerar na obra a falta do material.

O canteiro pequeno provoca não somente a falta de materiais em estoque na obra, mas também a dificuldade na entrega deles, visto que a obra está localizada na avenida T-3 (avenida de grande fluxo de carros) e possui na maior parte do tempo carros estacionados nas proximidades. Essa situação torna difícil a manobra de caminhão para a descarga dos materiais, fazendo com que muitas vezes o depósito ou a loja atrase a entrega de um dia para o outro, provocando também a falta do material na obra.

4.2 INCENTIVO FINANCEIRO DA PRODUÇÃO

No início a execução do reboco estava sendo realizada concomitantemente aos serviços de levantamento da estrutura, alvenaria, chapisco, terraplanagem e passagem de tubulação hidráulica e elétrica. Desta forma a frente de serviço analisada não estava com grande urgência na sua liberação, logo os trabalhadores envolvidos eram pagos pelo salário estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sem pagamentos adicionais de acordo com sua produção.

Após a finalização da estrutura, o foco da produção passou a ser o avanço na elevação da alvenaria e em seguida a execução do chapisco rolado e do reboco na alvenaria já finalizada. Com a maior parte dos funcionários voltados para realização do reboco, passou-se a incentivar a produção dos funcionários pelo pagamento de produção, conferindo assim um aumento considerável na produção dos funcionários que visavam maiores salários.

4.3 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Verificou-se que o incentivo da produção provocou naturalmente a mudança de alguns materiais de execução utilizados pelos pedreiros e serventes, visto que muito deles alteraram o modelo da colher de pedreiro (seis a sete polegadas) por uma colher de dimensões maiores (oito a dez polegadas) que os mesmos antes do pagamento por produção reclamavam do desconforto de se utilizar uma colher maior que é capaz de chapar uma maior quantidade de massa na parede, mas após o pagamento por produção passaram a utilizar colheres maiores e sem as antigas reclamações de desconforto.

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35 A execução do reboco foi iniciada do mezanino para os andares superiores e quando o reboco foi estava sendo executado no segundo pavimento, já se tinha a alvenaria dos andares superiores totalmente concluída e começou-se assim a execução do contrapiso no pavimento mezanino e primeiro andar, que já estavam com o reboco finalizado, visto que cada equipe de pedreiros tem uma determinada especialidade, não sendo assim viável colocar todos os pedreiros para a execução do reboco ou contrapiso.

Desta forma, foi necessário o começo da execução do contrapiso no pavimento mezanino, mas observou-se que o contrapiso necessitava de um volume de argamassa muito grande, deixando na maior parte do tempo a betoneira e o guincho ocupado na execução do contrapiso.

Essa demora pela entrega dos materiais nos andares superiores foi amenizada após 2 semanas pela locação de uma segunda betoneira e guincho que foram improvisados na lateral do prédio, em posição não tão favorável quanto aos primeiros. Na Figura 12 é possível observar como acontece o fluxo de materiais no canteiro de obras, antes da implantação do segundo guincho e da betoneira.

Figura 12 - Fluxo de materiais no interior da obra. Fonte: Autoria própria.

Outra dificuldade encontrada nos materiais foi durante a etapa de execução do reboco externo, visto que a estrutura do Residencial T-3 tem um design que traz lajes em balanço na

Guincho Areia peneirada Brita Introdução dos materiais na betoneira Chegada dos materiais na obra Argamassa finalizada Peneiramento da areia Depósito Depósito Areia Cimento Incorporador de ar Legenda

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36 cobertura. Foi observado que essas estruturas em balanços fazem com que o balancim fique muito afastado em relação ao local de aplicação do revestimento, conforme mostrado na Figura 13, o que gera menor produtividade que a prevista para os locais de área externa, além de grande desperdício de material visto que parte da argamassa aplicada na parede e sarrafeada cai sobre a laje do mezanino, causando perda de material e tempo para a coleta e reaproveitamento da argamassa que caiu.

Figura 13 – Distância entre o balancim e a parede. Fonte: Autoria própria.

4.4 PASSAGEM DE TUBULAÇÕES NAS ALVENARIAS

Para realização do serviço de reboco deve se seguir uma ordem bem clara de execução, de maneira que primeiramente a alvenaria precisa estar finalizada, depois entra a etapa de

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37 embutimento das tubulações em geral. Após a verificação do funcionamento correto dessas tubulações é que se indica o início da execução do chapisco e, posteriormente, a do revestimento em argamassa.

A não obediência dessa sequência proporciona uma perda de fluidez dos serviços e pode ocorrer até mesmo uma perda considerável de material e mão de obra, caso após o reboco da parede concluído tenha de se quebrar ou abrir caminho para a passagem da tubulação. As paredes internas que receberam essas tubulações demoraram mais que o normal por causa do tempo levado para o embutimento destas tubulações, que devem ocorrer antes do início do reboco e em alguns locais, como mostram as Figuras 14 e 15, o pedreiro deu início ao reboco juntamente com o embutimento, provocando assim um desperdício de material, pois se passando a tubulação após a execução do reboco será necessário a execução do corte do reboco já feito e restauração do mesmo.

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38

Figura 15 - Embutimento da tubulação hidráulica e elétrica. Fonte: Autoria própria.

4.5 VERIFICAÇÃO DAS FORMAS DA ESTRUTURA

As formas utilizadas nas obras da Ademaldo Construções são de compensado plastificado, com sarrafos de madeira e escoramento metálico alugado, conforme ilustrado na Figura 16.

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Figura 16 - Modelo de formas utilizados na obra. Fonte: Autoria própria.

As formas utilizadas na obra foram compradas para a execução da laje do pavimento mezanino e reaproveitadas para todos os demais pavimentos, sendo realizadas apenas a compra de peças que estavam faltando ou que tiveram um desgaste excessivo durante a etapa de desforma. A Figura 17 evidencia o estado das formas na laje do pavimento de cobertura, já desgastadas, mas ainda em condições de uso.

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40

Figura 17 - Status das formas no pavimento de cobertura. Fonte: Autoria própria.

Durante a concretagem dos elementos estruturais foi verificado que em todas as etapas tinha-se pelo menos um carpinteiro responsável pela correção das formas que eventualmente abriam durante esse processo, por se tratar de elementos de cimbramento de madeira, as peças não apresentam grande resistência a torção e por várias vezes foi observado que, principalmente as vigas de grandes vãos apresentaram falhas de prumo e esquadro que acarretaram em um reboco interno e externo mais espesso.

Na etapa de execução de reboco das fachadas nas obras realizadas pela Ademaldo Construções é esperado que a espessura do revestimento argamassado das fachadas varie entre 20 - 40 milímetros. No entanto, nesta obra em específico foi verificado que algumas vigas ficaram mais ressaltadas em relação a alvenaria e houve a necessidade engrossar o reboco, chegando a 70 milímetros em alguns pontos, conforme ilustrado na Figura 18. Ao analisar o reboco verificamos que este aumento da espessura do revestimento fez com que o consumo de agregados e cimento fosse bem acima do esperado, além do tempo gasto ser praticamente o dobro do tempo pela quantidade de material que tinha que se chapar na

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41 alvenaria. Sendo o primeiro trajeto percorrido para o chapisco, o segundo para a cheia e só então, após a secagem desta o sarrafeamento do reboco é realizado.

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42

5. DIRETRIZES PROPOSTAS

Durante o acompanhamento da obra foram verificados os problemas identificados e, com base em análises detalhadas, a seguir são apresentadas algumas diretrizes que podem vir a ser aplicadas em futuras obras visando a melhoria dos fluxos físicos envolvidos no processo de revestimento interno e externo de argamassa.

5.1 ALTERAÇÕES NA LOGÍSTICA DO CANTEIRO

Uma das maiores problemáticas enfrentadas durante a obra foi o armazenamento e o transporte de materiais dentro da obra, devido ao espaço reduzido do canteiro. Para amenizar esse problema uma alternativa seria o uso de argamassas industrializadas, que são fabricadas em pacotes de vinte quilogramas, conforme modelo apresentado na Figura 19.

Figura 19 - Pacote de argamassa industrializada. Fonte: Adaptada pelos autores.

Estudos apontam que a argamassa estabilizada aumenta a produtividade de vinte cinco a trinta porcento ou até mais conforme o tipo de obra. Como o traço chega pronto na obra há uma otimização do canteiro de obras podendo o espaço ser redefinido para outras atividades, prioridades ou frentes de serviços.

Além da facilidade de manuseio que esse tipo de argamassa permite, existe também a economia gerada (custos diretos e indiretos) pela agilidade de não processar a argamassa na obra, além da garantia de um maior controle tecnológico da argamassa, redução de materiais para gestão dos suprimentos, redução de custos com máquinas, energia e pessoas.

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43 A utilização desse modelo de argamassa daria grande dinamicidade ao processo, visto que não se ocuparia espaço no canteiro para armazenamento de grandes quantidades de areia e cimento, além de se ter um rápido descarregamento por serem pacotes relativamente leves e poder ser produzida na própria masseira, evitando a perda de produto até a chegada no pedreiro que executa o serviço.

No Quadro 2, apresenta-se uma análise com os atuais índices de produtividade da Ademaldo Construções, dos custos de produção da argamassa industrializada e feita in loco. Com essa análise observou-se que a argamassa industrializada tem um valor de produção maior, observado somente a área executada, mas devido aos altos custos mensais de manutenção da obra, verifica-se que a utilização da mesma daria grande celeridade ao processo diminuindo assim consideravelmente o prazo de execução da obra, tornando-a mais dinâmica, limpa e possivelmente mais barata do que com a utilização da argamassa convencional feita na obra.

Quadro 2 - Comparativo de custo da argamassa industrializada e produzida na obra. Fonte: Autoria própria.

Dessa forma o material chegaria da transportadora e descarregado diretamente no depósito e todos os dias antes do início da produção dos pedreiros, dois serventes ficariam encarregados de subir os sacos de argamassa pelo guincho até o local de aplicação. O gestor da obra seria responsável pelo levantamento da quantidade de produto que iria se gastar por apartamento e os sacos seriam distribuídos de acordo com a necessidade de produção de cada módulo, não tendo assim espera de lotes travando a produção do reboco.

Descrição Unidade Quantidade Preço unitário Total

Pedreiro H 0,555 R$ 14,84 R$ 8,24

Servente H 0,595 R$ 8,42 R$ 5,01

Áreia média M³ 0,049 R$ 70,00 R$ 3,41

Cimento CP II KG 4,008 R$ 0,43 R$ 1,70

Super Plastificante Natural l 0,008 R$ 7,50 R$ 0,06

Total R$ 18,42

Descrição Unidade Quantidade Preço unitário Total

Pedreiro H 0,555 R$ 14,84 R$ 8,24

Servente H 0,100 R$ 8,42 R$ 0,85

Massa única kg 34 R$ 0,40 R$ 13,57

Total R$ 22,65

ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA ARGAMASSA PRODUZIDA NA OBRA

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44 Para que o pedreiro não perca tempo fazendo a mistura do produto em suas masseiras, cada pedreiro teria um servente para o auxiliar. Onde, cada dupla teria duas masseiras de maneira que em uma delas sempre estivesse preparada para uso, enquanto a outra já estivesse sendo preparada, de forma que o ciclo seria continuo e evitaria longas pausas no preparo do novo lote.

Com a utilização de apenas um insumo para a produção do reboco e pelo mesmo ser de simples contagem, os pedidos poderiam ser feitos com maior antecedência, podendo assim ser comprados os lotes direto da fábrica proporcionando assim uma redução de custo considerável e a eliminação da falta de material na obra.

A implantação da argamassa industrializada iria solucionar o grande mapofluxograma que se tinha anteriormente na obra, conforme comprovado nas Figuras 20 e 21.

Figura 20 - Mapofluxograma ideal do reboco interno. Fonte: Autoria própria.

Representação

FLUXOGRAMA IDEAL PARA REBOCO INTERNO - RESIDENCIAL T-3 - ADEMALDO CONSTRUÇÕES

Transporte Processamento Inspeção Troca de meio de transporte Especificação LEGENDA Armazenamento ARGAMASSA Armazenamento em depósito Transporte para o guincho Armazenamento junto ao guincho

Transporte vertical

Transporte até os apartamentos Troca do guincho para o carrinho transportador de argamassa

Processamento da argamassa no pavimento de utilização

Inspeção

(46)

45

Figura 21 - Mapofluxograma ideal do reboco externo. Fonte: Autoria própria.

5.2 CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

Haja visto que os profissionais obtiveram maior rendimento a partir do momento que se iniciou o pagamento por produção é interessante a capacitação dos mesmos para o desempenho de uma função específica, de forma que se tivesse na empresa pedreiros especialistas em reboco, contrapiso, taliscamento, requadramento e assim por diante. Proporcionando assim maior qualidade aos serviços e, consequentemente, os mesmos teriam capacitação suficiente para a produção rápida e de qualidade, sendo assim vantajoso para a empresa e para os funcionários que teriam os seus pagamentos baseados na sua produção.

5.3 ADEQUAÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

A primeira adequação a ser realizada é na dimensão das colheres dos pedreiros, visto que os próprios buscaram uma ferramenta maior para aplicação da massa na parede, desta forma essa já é uma técnica que deve ser aplicada.

Com a mudança da argamassa feita na obra por argamassa industrializada, a utilização das masseiras se torna ainda maior. Estes equipamentos ficam na maior parte do tempo apoiados no chão, provocando assim grande dificuldade na ergonomia dos funcionários. Uma

Representação

Processamento Troca de meio de

transporte Inspeção

FLUXOGRAMA IDEAL PARA REBOCO EXTERNO - RESIDENCIAL T-3 - ADEMALDO CONSTRUÇÕES

LEGENDA Especificação Armazenamento Transporte ARGAMASSA Armazenamento em depósito Transporte até o guincho Armazenamento junto ao guincho

Transporte vertical

Transporte até os apartamentos Troca do guincho para o carrinho transportador de argamassa

Processamento da argamassa no pavimento de utilização

Inspeção

Execução do reboco Retorno da massa que cai no

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46 alternativa seria criar um dispositivo para deixar a masseira em uma altura compatível com a altura de execução do serviço e com rodas para facilitar o transporte dessa argamassa na obra, similar a Figura 22, mas que pode ser desenvolvida na própria obra pelo serralheiro encarregado que adaptaria a regulagem ao modelo de masseira utilizado que deve ser leve e rígido para que o servente consiga fazer a troca rápida e não deixar o pedreiro esperando o lote de material.

Figura 22 - Masseira regulável. Fonte: Metalplan (2017).

Os operários que ficariam responsáveis pela distribuição dos pacotes antes do início da produção precisariam de um equipamento de rápida locomoção e que conseguisse levar uma grande quantidade de pacotes de argamassa, similar ao modelo apresentado na Figura 23, mas que ao invés de levar a argamassa pronta, transportaria apenas os pacotes.

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47

Figura 23 - Carrinho modelo para transporte dos pacotes de argamassa. Fonte: Autoria própria.

Além do transporte horizontal rápido é de suma importância que o transporte vertical também seja rápido. Para isso se propõe a utilização de um guincho reforçado que consiga transportar cerca de quatrocentos quilogramas por viagem, o equivalente a vinte sacos (capacidade máxima que os guinchos de coluna conseguem içar) o que seria suficiente para que o carrinho pudesse encher e fazer seu trajeto horizontal enquanto o guincho é novamente carregado e seja feito o içamento.

5.4 MELHORIA DAS TÉCNICAS EMPREGADAS

As técnicas adotadas pela Ademaldo Construções são em geral muito bem empregadas e em conformidade com as normas vigentes. Recomenda-se apenas a aplicação e o estudo dos seguintes aspectos que poderão trazer grandes benefícios de produção nas suas obras em geral.

✓ Os encanadores e eletricistas devem deixar todas as tubulações finalizadas antes da execução do chapisco, tais atividades devem ser fiscalizadas, podendo ser aplicadas

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48 FVS’s para que não fiquem pontos faltando e se tenha que quebrar ou fique faltando algum ponto que seria importante ao futuro usuário do empreendimento;

✓ Recomenda-se uma maior certificação das formas antes do início das concretagens para que se tenha um maior nivelamento e prumo das mesmas.

✓ Em obras com múltiplos pavimentos é importante o estudo da viabilidade da utilização de formas metálicas ao invés das formas de madeira, visto que essa mudança poderia gerar uma maior produtividade e maior qualidade dos serviços.

✓ No início do serviço de reboco é importante que o gestor explique o processo de transporte de mercadoria no interior do canteiro aos funcionários envolvidos para que se consiga a agilidade máxima na distribuição dos insumos e não se tenha a espera de lotes.

(50)

49

6. CONCLUSÕES

A partir da análise de fluxo e da verificação das falhas de processo observadas no canteiro de obras pesquisado, verificou-se que conforme previsto é possível a realização de simples alterações na forma de produção para que se tenha resultados consideráveis no processo de revestimento em argamassa.

Uma das principais problemáticas verificadas foi em relação ao espaço para estocagem e armazenamento de material no canteiro, causando esperas longas de lote durante a produção. Tal problema seria resolvido pela utilização da argamassa industrializada, que daria maior agilidade no processo e garantiria uma estocagem em um espaço menor, além de ser mais simples a verificação de necessidade de compra de mais material.

Em relação ao fluxo de materiais no interior do canteiro observou-se que os materiais utilizados, estavam tornando cada vez mais difícil a locomoção dos materiais dentro do espaço reduzido, visto que a areia toma uma grande área para armazenamento e é de difícil estocagem. Logo, para o aumento da agilidade no canteiro de obras, o primeiro passo seria a mudança de argamassa utilizada e posteriormente se ter uma padronização das ferramentas e processos utilizados na execução do serviço.

Com a mudança da argamassa feita na obra para a argamassa industrializada e a padronização das ferramentas e processos utilizados já se teria uma evolução considerável no processo, que necessitaria de certificações diárias da funcionalidade do processo com o acompanhamento dos gestores da obra, pois a partir do momento que se cria uma padronização de serviços os funcionários devem estar capacitados e cientes de como funcionam o processo para que essa evolução seja observada de maneira considerávelcom o que se apresentava antes da padronização.

6.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA

A pesquisa obteve todas as avaliações de maneira fidedigna com o que realmente aconteceu durante a obra, visto que um dos membros da pesquisa participou de todas as fases da obra, fazendo parte do corpo técnico da empresa. Além dos problemas verificados durante a análise de fluxos, observou-se que algumas falhas do processo que foram apontadas pelos próprios operários, que se sentiam desconfortáveis com a espera de lotes e/ou retrabalhos. Como os operários envolvidos no processo não tinham conhecimento de que a obra especificada

(51)

50 estava sendo objeto de pesquisa, os resultados obtidos são fidedignos com a realidade da obra.

6.2 PROPOSTAS PARA PESQUISAS FUTURAS

Durante a realização do estudo verificou-se que muitos aspectos relacionados ao tema escolhido poderiam ser avaliados dentro da obra, mas isso não foi possível devido o reduzido tempo de pesquisa e a busca pelo aprofundamento em simples alterações no canteiro. No entanto, alguns itens posteriormente poderiam ser analisados para o enriquecimento da pesquisa, tais como:

✓ O estudo apresentou sugestões/suposições de técnicas propostos para obter as melhorias no fluxo físico da obra, pesquisas futuras poderão executar a aplicação desse estudo em um canteiro, com as mesmas características e problemáticas, para se certificar de que os resultados esperados sejam, de fato, alcançados;

✓ O estudo se baseou em observações visuais, sem medição de produtividade. Poderiam ser utilizadas ferramentas para medição da produtividade real no canteiro de obras para estabelecer um comparativo entre o que foi de produzido antes e depois da implantação do estudo;

✓ Pesquisas futuras poderão fazer a mesma análise realizada em outras obras para que se tenha um padrão de sucesso na execução de revestimento em argamassa;

✓ Na pesquisa foram analisadas técnicas simples e de baixo custo na execução do reboco. Pesquisas futuras poderão ampliar essa análise para outros escopos dentro do canteiro de obras.

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REFERÊNCIAS

ADEMALDO. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA. Disponível em:

<http://ademaldo.com.br/nossa-historia/> Acesso em: 26 de jul. de 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 1367: Áreas de vivência em canteiros de obras. Rio de Janeiro, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200: Execução de revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento. Rio de Janeiro, 1998.

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18: condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Brasília, 2011.

CARDOSO, Francisco Ferreira. Estratégias empresariais e novas formas de racionalização da produção no setor de edificações no Brasil e na França. São Paulo.1996.

COMIN, Alexandre. Boletim de inteligência. SEBRAE. Agosto,2016.

FALCÃO, Thiago de Faria. Diretrizes estratégicas para melhoria da eficiência logística em um canteiro de obra para execução de alvenarias e revestimentos de argamassa. Goiás. 2010. 27p

FERREIRA, Emerson de Andrade Marques. Metodologia para elaboração do projeto do canteiro de obras de edifícios. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo. 1998.

GASPAR, Cyro Augusto. Mapeamento do fluxo de valor: Aplicações e melhoria. Minas Gerais, 2014.

KOSKELA, L. Application of the new production philosophy to construction. Stanford, EUA, 1992.

MACHADO, P. M. et al. Mapofluxograma dos processos do setor de engenharia de uma empresa de metal mecânica. In: semana internacional das engenharias da Fahor, 3. Rio Grande do Sul 2013.

MARCEL, Maia. Estudo da utilização da ferramenta de mapeamento do fluxo de valor (MFV) para eliminação dos desperdícios na produção. UFV. 2006.

METALPLAN. Ficha técnica masseira móvel regulável 60lt. Disponível em: <http://mplan.com.br/produto/masseira/masseira/masseira_movel_regulavel_60_lt-171.html> Acesso em: 09 de jul. de 2017.

MUTHER, R. Planejamento do layout: O sistema SLP. Editora Edgard Blücher, 1978. OHNO, T. O sistema Toyota de produção: Além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997. 150 p.

Referências

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