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PERFIL DO AGRONEGÓCIO FLORES NO ESTADO DO CEARÁ RESUMO

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PERFIL DO AGRONEGÓCIO FLORES NO ESTADO DO CEARÁ RESUMO

O agronegócio flores vem registrando avanços expressivos de produção no Estado do Ceará, viabilizando-se como uma alternativa econômica para os produtores agrícolas. No entanto, apesar de apresentar vantagens comparativas no que diz respeito às condições edafoclimáticas, mão-de-obra barata, água e umidade relativa do ar apropriada, é ainda, uma atividade incipiente que depende de investimentos e incentivos para tornar-se uma atividade competitiva nos mercados local, nacional e internacional. Portanto, é fundamental a realização de estudo que leve ao conhecimento efetivo da realidade do agronegócio. Assim, este artigo tem como objetivo a caracterização da cadeia produtiva de flores no Estado do Ceará. Em outras palavras, o estudo descreverá o sistema de produção e comercialização de flores no Estado do ceará, ligando, especificamente, características produtivas, mercados de destino, suporte institucional, organização empresarial e desempenho financeiro. O objetivo foi alcançado a partir de uma revisão em profundidade da literatura teórica sobre cadeia produtiva e de diagnósticos sobre o agronegócio flores no mundo e no Brasil. A metodologia da pesquisa contemplou a coleta de dados secundários e primários. Estes últimos foram obtidos através de uma pesquisa de campo, orientada pela aplicação de um questionário junto a 25 produtores das quatro áreas geográficas que concentram a produção de flores no Estado do Ceará: Região Metropolitana de Fortaleza, Baturité, Cariri e Ibiapaba. Estatísticas descritivas foram usadas na análise dos dados, com o uso do pacote estatístico SPSS. Com as análises realizadas, foi possível identificar importantes diferenças nos fatores ligados as características analisadas entre as regiões e portes de produtores. Como conclusões dstcam-se a confirmação do setor como um importante gerado de emprego e renda, rentável e caracterizado por um mercado em expansão.

Palavras-chave: cadeia produtiva de flores; perfil, Ceará

INTRODUÇÃO

A produção e comercialização de flores registram avanços expressivos no Ceará, viabilizando-se como alternativa econômica aos produtores agrícolas do Estado. Isso decorre do fato de que o Ceará apresenta um grande potencial para tornar-se um importante pólo produtor de flores, principalmente as de clima tropical, que são produzidas durante os 365 dias do ano, sem artificialização, e possuem grande aceitação nos mercados consumidores tradicionais, como o norte-americano e o europeu. No entanto, apesar dos avanços e das vantagens comparativas do Estado no que diz respeito as condições edafoclimáticas, mão-de-obra abundante e barata, água e umidade relativa do ar apropriadas, ainda não se conhece como a cadeia produtiva está organizada no Estado.

Esse trabalho visa suprir essa lacuna. Ele foi desenvolvido a partir da premissa básica de que o Estado do Ceará poderá converter as vantagens comparativas em competitivas efetivamente sustentáveis no médio e longo prazo, desde que haja um esforço coletivo capaz de promover os arranjos produtivos locais da floricultura, através de uma maior cooperação entre todos os atores econômicos e sociais envolvidos com a atividade. Isso garantirá ao setor uma maior inserção nos mercados nacionais e internacionais, contribuindo com a geração de emprego, renda, divisas e tributos e, consequentemente, com a aceleração do crescimento e desenvolvimento econômico e social cearense. Portando, objetivo principal é a caracterização da cadeia produtiva de flores no Estado do Ceará. Em outras palavras, o estudo descreverá o sistema de produção e comercialização de flores no Estado do ceará, ligando, especificamente, características produtivas, mercados de destino, suporte institucional, organização empresarial e desempenho financeiro.

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O artigo está organizado como segue: após esta introdução é apresentada, no tópico um, uma contextualização do agronegócio flores no Mundo, no Brasil e no Ceará e, no tópico dois, uma revisão da literatura sobre cadeias produtivas. O tópico três apresenta a metodologia da pesquisa, com destaque ao tipo de pesquisa realizada quanto aos objetivos, os procedimentos técnicos utilizados para a coleta dos dados e os procedimentos de amostragem. O quarto tópico contempla a apresentação dos resultados da pesquisa, descrevendo o perfil do agronegócio flores no ceará. Concluindo o trabalho, o quinto tópico apresenta as considerações finais e um conjunto de recomendações para criar estratégias competitivas efetivas de modo a garantir ao setor competitividade sustentável.

1 A FLORICULTURA NO MUNDO E NO BRASIL

A floricultura, atividade de produção de flores, inclui múltiplas formas de exploração e diversidade de cultivo que podem ser: produção de flores de corte, produção de flores e plantas em vaso, produção de folhagens, viveiros de produção de mudas e plantas ornamentais, produção de bulbos, tubérculos e outras partes vegetativas (rizomas, estacas, sementes) e flores secas.

Este tópico apresenta alguns aspectos específicos do setor de flores no mundo e no Brasil. Em relação ao Brasil, será apresentado destaque especial ao Estado de São Paulo, por ser o maior produtor e exportador brasileiro e uma “overview” do segmento no Estado do

Ceará que constitui o objeto do presente trabalho1.

No contexto mundial, a floricultura é explorada em diversos países, principalmente na Europa. Destacam-se como principais produtores, a Itália, Holanda, Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, Dinamarca, Suiça, Suécia, Bélgica, Finlândia e Hungria, na Europa; na Ásia, sobressaem-se a China e o Japão; na América do Sul, os líderes são Colômbia, Equador e Brasil.

A China, com mais de 80.000 hectares cultivados, domina metade da produção mundial, sendo considerada o maior produtor mundial em área cultivada. O Brasil, ocupando o 6º lugar em produção, tem buscado sua inserção no mercado mundial com o cultivo de flores tropicais2 e temperadas3.

No que diz respeito à exportação os dois maiores líderes no mercado mundial são a Holanda e a Colômbia. De acordo com Matsunaga citado por Sartor (2001:21) a Holanda concentra 60% de “flores de corte” produzidas e 51% de plantas ornamentais; em 1997 contava com 11.300 produtores. Já a Colômbia, que detinha em 1993, 4.300 ha, com 7.300 produtores, é atualmente o segundo maior exportador mundial de flores de corte. Em 1997 exportou em torno de US$ 500 milhões.

A expressividade e o desempenho da indústria holandesa de flores é um forte exemplo para o mundo. Líder absoluta, exportou uma média de US$ 2 bilhões/ano no período de 1991-1995. A desvantagem climática levou a inovações nas práticas de cultivo em estufa que primam pela conservação de energia, ao desenvolvimento de novos tipos de flores, além de outras técnicas que criaram a vantagem competitiva em relação aos demais países produtores que vem se mantendo ao longo dos anos. A Holanda atingiu assim, a chamada vantagem competitiva sustentável na indústria, que conforme definiu Porter (1989-B:9) é a base fundamental do desempenho da indústria acima da média a longo prazo. A pressão de condições desfavoráveis forçou uma abordagem da competição na indústria que favoreceu a criação de novas técnicas de cultivo, com a existência de organizações de pesquisa altamente especializadas em cultivo, embalagem e transporte de flores, como o Instituto Sprenger e a

1 A caracterização do perfil do agronegócio cearense será feita no tópico quatro. 2 De clima tropical, de formas e cores exóticas.

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Estação de Pesquisa Aslsmeer, que permitiram que a indústria holandesa atingisse a diferenciação de seus produtos baseada no frescor, qualidade e variedade.

Góes (1997:32) destaca que o grande sucesso de exportação dos holandeses no mercado internacional de flores é fruto do seu sofisticado e eficiente sistema logístico de comercialização e distribuição. Suas técnicas de trabalho aprimoraram-se ao ponto de venderem, em questão de segundos, um lote de milhares de flores e as colocarem à disposição do comprador em qualquer lugar do mundo, esteja ele na Europa ou em outro continente, dentro de um prazo de 24 horas.

Vale destacar, ainda, a forte demanda interna que havia no segmento de flores frescas durante todo o ano, que despertou o interesse inicial dos empresários pela indústria e uma rivalidade interna ativa que ocorreu em nível de produtores, leiloeiros e comerciantes. Finalmente, fornecedores locais especializados em insumos importantes como estufas, que também vendem internacionalmente, contribuíram para o aperfeiçoamento.

No Brasil , historicamente, o centro produtor de flores está localizado em São Paulo. No caso das flores tropicais, essa cultura tem se destacado em todo o país, principalmente nos estados do Norte e Nordeste. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior - Secex (2002-A:8) o Estado da Bahia, juntamente com Ceará e Pernambuco formam a região considerada ideal para a produção de flores tropicais com qualidade. Pernambuco é o principal produtor de flores tropicais do Brasil e o quinto produtor de flores temperadas. A cidade de Gravatá é a maior produtora do Estado e concentra cerca de 70% da produção do Estado de Pernambuco. A cidade apresenta boas condições de clima e altitude para o cultivo de flores temperadas, onde cultiva cerca de 11 variedades.

Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura - Ibraflor (2002-A:1), com base em dados de 1999, a produção brasileira de flores e plantas ornamentais está distribuída em vários Estados, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará e uma pequena parcela na região Centro-Oeste e no Norte do país.

Conforme dados do Ibraflor (2002-C:1), a floricultura brasileira passou a destacar-se como atividade agrícola de importância econômica há mais de trinta anos. Foi na última década, porém, que realmente se verificou um crescimento significativo de produtos de floricultura. Até 1958, a produção de flores era feita de forma artesanal, principalmente pelas colônias portuguesa e japonesa. Após essa data, teve início a atividade de floricultura da colônia holandesa em Holambra (SP) iniciando na década de 90 um período de crescimento, que vem se perpetuando.

O Brasil ocupa o 6º lugar na produção de flores e plantas, no entanto a participação no comércio internacional é pouco significativa. Em termos de área o Brasil apresentada área cultivada superior aos países latino-americanos, como Colômbia e Equador, que se destacam como exportadores.

O setor é responsável pela geração de cerca de 50 mil empregos. Destes, 22,5 mil (45%) estão localizados na produção, 3,5 mil (7%) na distribuição, 22,5 mil (45%) no comércio e 2,0 mil (4%) no apoio (Ibraflor -2002-A:1).

Conforme dados constantes na Tabela 1, as exportações brasileiras nos últimos seis anos apresentaram uma média de US$ 12,3 milhões/ano, e crescimento anual da ordem de 10%, considerando o período 2000-2001. Ela mostra o total das exportações brasileiras de plantas vivas e produtos da floricultura no período de 1996 a 2001, discriminando a participação dos Estados do Brasil. São Paulo é o maior produtor de flores do país, concentra cerca de 60% da produção brasileira e ocupa o primeiro lugar nas exportações brasileiras. No ano de 2001 São Paulo concentrou 73,7% das exportações brasileiras de plantas vivas e

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produtos da floricultura, atingindo uma média de 70% no período de 1996 a 2001, conforme Tabela 1.

Tabela 1: Exportação de Plantas Vivas e Produtos da Floricultura Brasil - 1996 a 2001

Fonte: SECEX Elaboração: Seagri

No que diz respeito à comercialização de flores no Brasil, vale destacar a Veiling4

Holambra, localizada no Estado de São Paulo, a maior cooperativa de flores do país, é um grande centro atacadista da América Latina, onde a comercialização de flores e plantas ornamentais é feita através de um sistema eletrônico para registro das operações comerciais, localiza-se em Holambra - SP, cidade com 10 mil habitantes a 140 quilômetros da Capital, formada pela imigração holandesa no pós-guerra.

Conforme Aki (2002:66), “a Veiling Holambra possui a mais avançada tecnologia em informática para comercialização de perecíveis na América Latina”. A cooperativa possui um sistema desenvolvido para esse fim que disponibiliza a seus parceiros uma série de relatórios, informações sobre vendas, preços, ranking de clientes, etc.

A Veiling Holambra tem também o objetivo de promover e facilitar a exportação de seus produtos razão por que aprovou em assembléia a criação do Departamento de Exportação. Essa cooperativa, segundo o Ibraflor (2002-C:3) é uma instituição privada e conta com 173 associados.

Conforme informativo Secex (2002-A:7), dentre as estruturas de comercialização existentes, o mercado atacadista desempenha importante papel na distribuição dos produtos da floricultura pela transparência que dá ao mercado e aos processos comerciais, uma vez que concentra oferta e demanda em um só ponto. Dentre os grandes centros de comercialização além da Veiling Holambra, destacam-se também a Floranet, o Entreposto Atacadista da

4 Veiling em holandês significa leilão.

US$ FOB % Part. US$ FOB % Part. US$ FOB % Part. US$ FOB % Part. US$ FOB % Part. US$ FOB % Part.

ALAGOAS - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% 956,00 0,0% 20.060,00 0,1% 1.998,33 BAHIA - 0,0% - 0,0% - 0,0% 5.097,00 0,0% - 0,0% - 0,0% -CEARA 825,00 0,0% 14.405,00 0,1% 45.409,00 0,4% 64.155,00 0,5% 212.977,00 1,8% 131.197,00 1,0% 15.802,67 ESPIRITO SANTO 10.730,00 0,1% - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% -MATO GROSSO DO SUL - 0,0% - 0,0% 7.800,00 0,0% - 0,0% 1.450,00 0,0% - 0,0% -MINAS GERAIS 1.411.383,00 11,9% 1.161.752,00 10,6% 1.220.481,00 10,1% 1.512.557,00 11,5% 1.150.606,00 9,7% 1.243.557,00 9,3% -11,89 PARA 107.516,00 0,9% 179.318,00 1,6% 95.023,00 0,8% 108.268,00 0,8% 84.929,00 0,7% 99.327,00 0,7% -7,62 PARANA 30.320,00 0,3% 7.434,00 0,1% - 0,0% 5.488,00 0,0% 1.200,00 0,0% 11.387,00 0,1% -62,44 PERNAMBUCO - 0,0% - 0,0% 26,00 0,0% - 0,0% 14.725,00 0,1% 23.360,00 0,2% 58,64 RIO DE JANEIRO 55.012,00 0,5% 74.165,00 0,7% 40.371,00 0,3% 49.680,00 0,4% 30.675,00 0,3% 38.023,00 0,3% -30,88 RIO GRANDE DO SUL 1.510.551,00 12,7% 2.018.650,00 18,3% 2.065.933,00 17,2% 1.803.781,00 13,7% 1.675.859,00 14,1% 1.713.373,00 12,8% 13,43 SANTA CATARINA 436.006,00 3,7% 296.229,00 2,7% 283.568,00 2,4% 265.352,00 2,0% 338.142,00 2,8% 238.083,00 1,8% -45,39 SAO PAULO 8.293.011,00 70,0% 7.253.037,00 65,9% 8.283.518,00 68,8% 9.304.871,00 70,9% 8.364.705,00 70,4% 9.893.970,00 73,7% 19,30 CONSUMO DE BORDO - 0,0% - 0,0% - 0,0% 4.415,00 0,0% 8.118,00 0,1% 5.567,00 0,0% 26,09 TOTAL 11.855.354,00 100,0% 11.004.990,00 100,0% 12.042.129,00 100,0% 13.123.664,00 100,0% 11.884.342,00 100,0% 13.417.904,00 100,0% 13,18 CRESC (%) 1998 1999 2000 2001 ESTADOS 1996 1997

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Ceagesp e o Mercado Permanente de Flores da Ceasa Campinas, todos no Estado de São Paulo, e outros como Agraflores, Cadeg, Mercaflor e Ceasa-Porto Alegre. Esta rede abastece 400 atacadistas e 12 mil postos de venda.

Outra alternativa de atacadistas são os ‘Cash & Carry’5, atacadistas que se

especializam em distribuir o produto para as floras e floriculturas, eles apresentam estrutura adequada de fornecimento, estoque e armazenagem em instalações compatíveis com a fragilidade e exigência dos produtos. Existem no país, aproximadamente, quinze destas unidades em várias regiões.

Em relação ao comércio varejista, conforme levantamento divulgado pelo Ibraflor (2002-A:1-2), no estudo sobre Produção Brasileira de Flores, no ano de 1999, nas 53 principais cidades de 12 Estados brasileiros (incluindo as regiões metropolitanas), responsáveis por cerca de 67% do PIB brasileiro, foi identificada a existência de 6.156 floriculturas.

No varejo, os supermercados também têm apresentado papel de relevância na venda de flores, sendo um importante canal de distribuição. Ainda em estágio primário, mas em

evolução existem os Garden Centers6.

Com relação ao Estado do Ceará , de acordo com Leitão (2001:9) os primeiros registros de produção de flores ocorreram no período de 1919 a 1921. Há registro de produções com mais de quinze anos na Serra de Baturité, quando as condições de cultivo ainda eram realizadas sob vegetação nativa e sem obedecer a nenhum critério técnico.

Em 1994 iniciaram-se os cultivos tecnificados em estufas e projetos voltados para exportação. Já em 2000 a 2001 foram desenvolvidos grandes projetos de produção de rosa, iniciando a exportação em 2002. Em 2002 foram implantadas empresas equatorianas no Estado. As holandesas e colombianas estão também com projetos para implantação. Observa-se que a floricultura está Observa-se consolidando como uma atividade de importância econômica para o Estado.

O Ceará ocupa o 2º lugar no Brasil nas exportações de flores frescas cortadas, perdendo apenas para São Paulo. As exportações de flores do Estado representam 14,8% das exportações brasileiras de flores frescas cortadas. É grande a variedade de flores cultivadas no Ceará nas quatro regiões onde se concentra a produção.

Em 1996, alguns poucos produtores vislumbraram o mercado externo, como é o caso do produtor que produz o abacaxi ornamental (Ananas lucidus) .Trata-se de uma empresa cearense que se articulou com a Embrapa Agroindústria Tropical e superou os pontos críticos de propagação vegetativa mediante o desenvolvimento de técnicas de cultura de tecidos (escala produtiva e padronização do material propagado). Esse manejo de cultivo lhe garantiu qualidade e padronização e conquistou assim o mercado internacional, exportando regularmente para o exterior, inclusive para mercados exigentes como Holanda, Alemanha e Estados Unidos. Cerca de 95% da sua produção destina-se ao mercado externo, perfazendo em 2001 um total de aproximadamente 12 toneladas/mês.

2 CADEIAS PRODUTIVAS: REVISÃO DA LITERATURA

Conforme Haguenauer & Prochnik (2000:22), cadeia produtiva “é uma seqüência de

5 De acordo com Aki (2002:42), galpões de atacado de flores.

6 Lojas especializadas, com grande variedade de flores, plantas ornamentais e produtos de paisagismo que

comercializam, no mesmo espaço, vasos e insumos diversos, além de contarem com lanchonetes, lojas de artesanato, doces, presentes e diversos serviços para atendimento a consumidores.

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setores econômicos, unidos entre si por relações significativas de compra e venda. Há uma divisão do trabalho entre estes setores, cada um realizando uma etapa do processo de transformação”.

De forma simplificada, trata-se de um conjunto de atividades interdependentes que se articulam progressivamente desde os insumos básicos até o produto final, incluindo distribuição e comercialização, constituindo-se em elos de uma atividade. Esses elos dentro da cadeia podem resultar em vantagem competitiva pelo aperfeiçoamento, otimização e coordenação entre eles e refletem trade-offs entre as atividades para se chegar ao resultado global.

Para se obter um resultado global positivo, os elos na cadeia produtiva da empresa, e seus parceiros, que podem ser classificados desde os fornecedores até organizações de ordem social pertencentes à comunidade, devem estar perfeitamente coordenados de modo a reduzir custos ou aumentar diferenciação, o que vai garantir competitividade. Outro fator crucial para obtenção de vantagens competitivas a partir dos elos é o sistema de informações. É importante que haja uma troca de informações entre todos os elos da cadeia produtiva, de uma extremidade a outra, de modo que todo o sistema esteja trabalhando em sinergia. Ocorrem, portanto, ao longo da cadeia produtiva, a circulação de informações, e também de bens e serviços, e um fluxo financeiro, na medida em que os elos da cadeia interagem, buscando elevar o nível de cooperação e, por conseqüência, a competitividade da economia a partir da eficiência econômica de um setor ou setores específicos.

A descrição de qualquer cadeia produtiva é, então, importante como instrumento básico para visualizar e analisar todo o processo produtivo do setor de flores no Estado do Ceará até a sua comercialização, e como essas atividades interagem de modo a resultar em competitividade sustentável. O Estado do Ceará, até então, não possuía um estudo sistematizado da cadeia produtiva de flores.

Para compreender essa cadeia, segue uma visão esquemática (Figura 1), com a descrição dos passos desde a semente até a apresentação das flores ao consumidor final. Pode-se visualizar a partir desPode-se fluxograma os diferentes elos da cadeia. É possível identificar as diversas etapas da produção de flores, desde o fornecimento de insumos para a produção, utilizando fornecedores primários e secundários, passando, em seguida, para o desenvolvimento das mudas até a produção das flores, até chegar a sua distribuição para a comercialização no mercado interno ou externo, e, finalmente, a apresentação do produto ao consumidor final.

Observa-se na Figura 1 os diferentes canais de comercialização do mercado interno e mercado externo. No mercado interno, o produto é direcionado em muitos casos diretamente do produtor para floricultura própria, ou, em outros casos, para terceiros, no varejo, referindo-se a floriculturas, supermercados, praças, pontos de vendas, funerárias etc, ainda havendo produtores que vendem para distribuidores (no atacado).

A cadeia produtiva é, então, constituída de fornecedores primários e secundários, demonstrando que indústrias fornecem insumos para outros fornecedores, e estes últimos fornecedores repassam para os produtores de flores que produzem e vendem ao cliente (na Figura 1, considerou-se cliente o responsável pela distribuição, que recebe o produto e distribui para o mercado interno e/ou externo), que, por sua vez, vende ao consumidor final.

Essa cadeia de valor foi elaborada sob o aspecto amplo, podendo, no entanto, ser analisada sob um enfoque específico, mostrando como funcionam os elos entre os fornecedores de insumos, produção, distribuição e comercialização para uma dada empresa.

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Figura 1 - Visão Esquemática da Cadeia Produtiva do Setor de Flores

Fonte: Elaboração própria.

(*) Varejo refere-se a floriculturas, supermercados, pontos de vendas, praças, funerárias etc. Conforme mostra a Figura 1, essa cadeia produtiva externa está envolvida num ambiente institucional que recebe influência direta e indiretamente de leis, cultura, tradição, educação e costumes. Vale ressaltar, ainda, que está sujeita a um Sistema de Apoio Institucional formado por órgãos oficiais, entidades públicas e privadas, Governo, bancos, universidades, ONG’s; e interage dentro de um ambiente organizacional constituído de associações, sindicatos, firmas e instituições de pesquisa.

A cadeia produtiva é, então, um conjunto de atividades integradas, situada num ambiente institucional e organizacional bastante amplo, mas formando organismo único, no qual os elementos vivem em contínua interação e interdependência. Essa idéia de interação pressupõe sinergia, trabalho conjunto. Na verdade, há possibilidades de exploração mais intensa das sinergias verificáveis em um conjunto de produtores que pertencem a um dado setor que esteja espacialmente concentrado em determinadas regiões.

Essa caracterização de cadeia produtiva será a base principal para a descrição do agronegócio flores cearense, no tópico quatro.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para cumprir o objetivo, utilizou-se do método dedutivo como critério de abordagem, pelo qual analisou-se a ocorrência de fenômenos específicos do setor de flores no Estado do Ceará, objeto de estudo da pesquisa. Aplicou-se o método de procedimento monográfico, com arrimo em uma revisão bibliográfica criteriosa sobre o tema e posterior elaboração do questionário e aplicação da pesquisa de campo. Foi dado um tratamento descritivo aos dados, havendo sido feita uma reflexão que possibilitou apresentar conclusões que podem servir de contribuição à Ciência, conforme definiu Salomon (1993:179).

Ambiente Institucional: leis, cultura, tradição, educação e costumes

Sistema de Apoio Institucional: órgãos oficiais entidades públicas e privadas bancos universidades

Ambiente Organizacional: associações, sindicatos, informações, pesquisa, extensão e firmas

Fornecedor primário

Fornecedor

secundário Empresa Cliente Consumidor

Cadeia Produtiva

Externa

Sementes Mudas Flores / Plantas ornamentais Cliente Consumidor Cadeia Produtiva Externa Flores no Ceará Fornecedores Máquinas e Equipamentos Jarros Sementes Mudas Defensivos Embalagens Adubos e fertilizantes

Material de instalações (estufas)

Empresa Manejo do plantio Plantio Pré-colheita Colheita Pós-colheita Renovação do plantio Clientes Mercado Interno Floricultura própria Varejo (*) Atacado (distribuidores) Mercado Externo Varejo (*) Atacado (distribuidores)

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A coleta de dados baseou-se na técnica de pesquisa denominada documentação indireta, que fundamentou-se em pesquisa bibliográfica e documental de fonte primária e direta, através de pesquisa de campo, orientada por questionário.

O tipo de pesquisa de campo utilizado foi o quantitativo-descritivo, haja vista que o estudo sobre o objeto era incipiente e necessitava-se buscar uma descrição da sua natureza sob os aspectos de administração e de impactos sociais e econômicos. Para a realização da coleta de dados, foram utilizados questionários e entrevistas. A pesquisa de campo utilizou-se da técnica da observação direta extensiva, realizada através da aplicação de um questionário, composto de perguntas abertas e fechadas. A estrutura do questionário obedeceu aos parâmetros científicos ditados por Lakatos & Marconi (1990:88-96) e as questões consistiram basicamente em traduzir os objetivos da pesquisa em itens bem definidos. Uma das principais vantagens da utilização da entrevista estruturada decorreu da economia de tempo, possibilitando respostas mais rápidas e precisas e maior agilidade na obtenção dos resultados e maior liberdade de respostas por parte dos entrevistados. Nas perguntas em que se contemplou medida das opiniões, utilizou-se a escala de Likert, que consiste na apresentação de perguntas para as quais se solicita aos respondentes que escolham, entre pontos de uma escala previamente codificada, aquele que mais se aproxime da sua reação, possibilitando que se conheça o grau de concordância com a afirmação apresentada.

O estudo foi realizado nas quatro áreas geográficas identificadas em pesquisa realizada pela Seagri como as produtoras de Flores do Estado, quais sejam: Região Metropolitana de Fortaleza, Baturité, Cariri e Ibiapaba. A partir do universo dos produtores catalogados pela Seagri, foi selecionada uma amostra de cinco para realização de pré-teste. Nesse pré-teste, foram verificadas e corrigidas algumas falhas, como, elevado número de questões e complexidade das questões e perguntas sem correlação direta com os objetivos e hipóteses. O formulário foi aplicado através de entrevista realizada por um dos autores, apresentando, portanto, maior controle sobre a confiabilidade e fidedignidade na elaboração das respostas.

A amostra entrevistada foi definida a partir do universo constituído pelos produtores de Flores participantes da Frutal 2002 - 9ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, no período de 16 a 19 de outubro de 2002, realizado no Centro de Convenções de Fortaleza-CE. A entrevista foi realizada durante o evento, dependendo da disponibilidade dos produtores, totalizando 25 participantes. Desse universo, 13 produtores têm a sua área produtiva situada na Região Metropolitana de Fortaleza, 8 no maciço de Baturité, e 4 na região da Ibiapaba. Portanto, das quatro áreas geográficas esse estudo abrangeu três.

Além desses vinte e cinco produtores, foi também estruturada uma entrevista para aplicação em alguns órgãos/instituições que atuam junto ao setor: Secretaria da Agricultura Irrigada - Seagri, Banco do Nordeste do Brasil S/A - BNB, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae-CE e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

Para a compilação das respostas obtidas dos vinte e cinco questionários, foi utilizado o software SPSS e os resultados das análises quantitativa e qualitativa são apresentados a seguir.

4 PERFIL DO AGRONEGÓCIO FLORES CEARENSE

Os vinte e cinco produtores que compõem a amostra desta pesquisa estão localizados em

três regiões produtoras de flores do Estado do Ceará (Gráfico 1). Do total de empresas

pesquisadas, oito produtores estão localizados na Região do Maciço de Baturité, quatro produtores na Região da Ibiapaba e treze empresas na Região Metropolitana de Fortaleza.

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9 Maciço de Baturité 32% Ibiapaba 16% Metropolitana 52%

Gráfico 1 - Regiões Produtoras de Flores Ceará - 2002

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa

A região da Ibiapaba apresentou-se como uma região bastante promissora, pois é uma área que concentra grande produção de uma espécie de flor - a rosa - de excelente qualidade e valor comercial elevado, sendo nessa área onde estão instalados os dois maiores produtores desta espécie. Um deles, inclusive, exporta regularmente rosas para a Holanda. Essa região apresenta, em conformidade com as opiniões de alguns dos técnicos entrevistados, grande perspectiva de expansão, relativamente às demais áreas do setor no Estado. De fato, os técnicos manifestaram, em favor desse argumento, o fato de existirem empresas de grande porte de fora do Estado instalando-se na região, como uma empresa paulista que possui um projeto para plantação de 20 hectares de rosas e outra empresa do Rio Grande do Sul, além da expectativa de instalação de empresas holandesas, colombianas e equatorianas.

Na Região Metropolitana, está localizado o primeiro exportador de flores do Estado do Ceará. Esse produtor exporta ananás, o abacaxi ornamental, para cinco países: Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Inglaterra e Portugal.

Na região do maciço de Baturité, há um produtor, de médio porte, que exporta flores tropicais para Portugal e, segundo dados da Seagri, existem cerca de quinze produtores plantando flores tropicais e/ou flores temperadas.

Caracterização da Produção

Principais Produtos Cultivados

O Gráfico 2 mostra que os principais produtos cultivados são: flores tropicais, crisântemos de corte e de vaso, gypsofila e rosas. As flores tropicais representam 32%,e incluem várias espécies, inclusive o ananás, espécie de abacaxi ornamental exportado pelo Estado. Os crisântemos de corte representam 16% da amostra, crisântemos de vaso - 12%, as rosas e gypsofila representam 8%. Os demais produtos somados representam 24%, sendo constituído dos seguintes produtos: flor em vaso, strelitzia, forrações, gérbera, helicônia, mini ixora, mini lacre, neem, plantas ornamentais e samambaia.

(10)

10

Gráfico 2 - Principais Produtos Cultivados Ceará - 2002

32,0%

24,0%

16,0%

12,0%

8,0% 8,0%

Flores tropicais Outros Crisântemos de

corte

Crisântemos de vaso

Gypsofila Rosas

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa

Observou-se pela pesquisa que as três regiões apresentam características bem específicas. Os dois principais produtores de rosas localizam-se na serra da Ibiapaba, e a produção de crisântemos, uma espécie de flor temperada, está concentrada na região do maciço de Baturité. Na Região Metropolitana predomina o cultivo de flores tropicais, produzidas, em sua maioria, sem a utilização de estufas, mostrando que o Ceará possui clima favorável para esse tipo de flor. Além das tropicais, existe uma quebra de paradigmas, ou seja, um Estado do semi-árido produzindo flores temperadas nas regiões serranas, que apresenta um clima mais ameno. É bem verdade que, em alguns casos – na produção de flores não tropicais - ocorre a utilização de estufas e de outros equipamentos especializados, elevando o custo da produção relativamente às flores tropicais, todavia, o reduzido custo da mão-de-obra viabiliza economicamente tal cultivo, sendo, ainda assim, uma atividade rentável.

Em geral, os produtores possuem um cultivo diversificado. Além do produto principal, outras espécies de flores são produzidas como produtos secundários, destacando-se, neste caso, as folhagens, representando 19,4% da amostra, ou seja, seis produtores admitiram cultivar folhagens como produto secundário. Na entrevista com os produtores foi explicado que as folhagens são muito utilizadas para ornamentação. O segundo colocado como produto secundário foi a flor tropical, de um modo geral, com 9,7%, conforme gráfico 3. Em terceiro lugar estão as espécies: áster, girassol e orquídeas, cada uma com 6,5% da amostra. Os demais produtos secundários citados foram: alpínias, antúrios, bromélias, copo-de-leite, crisântemo de corte, dracenas, fícus, forrações, gloxínia, helicônia, impatiens, ixora, mini-cactus, mudas para paisagismo, samambáia e tango, que representam 51,6% da amostra.

(11)

11 51,6% 19,4% 9,7% 6,5% 6,5% 6,5% Orquídeas Girassol Áster Flores tropicais Folhagens Outros

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa

Uma inferência que pode ser feita diz respeito ao foco em um determinado produto. Técnicos de órgãos ligados ao setor informaram que a produção mais focada no desenvolvimento de único produto principal está apresentando melhores resultados, indicando assim que a produção de várias espécies, sem diferenciação pela melhoria da qualidade, não

tende a originar um bom desempenho no mercado7.

Caracterização das Empresas

Evolução Instalação de Empresas no Setor

Observa-se um crescimento do setor nos últimos cinco anos, com um maior número de empresas instaladas no período totalizando 76%, sinalizando o recente impulso que o setor vem tendo desde 1996.

7Os técnicos ressaltaram casos em que a concentração de esforços de melhoria qualitativa em determinadas espécies tem produzido bons resultados mercadológicos. Alguns especialistas destacaram o caso de um produtor que, mesmo desenvolvendo outras espécies, concentrou suas inversões na produção de ananás, tomando-o como “carro-chefe”. A essa espécie é dado um tratamento especial, garantindo-lhe qualidade, regularidade na produção e padrão capazes de garantir competitividade no mercado internacional. O mesmo ocorre com o produtor de rosas. Existe, nestes casos, uma estratégia clara de diferenciação do produto que vem apresentando bons resultados.

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Gráfico 4 - Ano Início das Atividades Ceará - 2002

24% 56% 20% Últimos 2 anos De 2 a 5 anos Mais de 5 anos

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa

Administração da Empresa

A administração das empresas que produzem flores no Estado é caracterizada por ser familiar (68%). Em adição, os produtores trabalham principalmente com recursos próprios. De acordo com a amostra, 21 empresas pesquisadas - 84% utilizam recursos próprios. Apenas 4 produtores utilizam recursos de terceiros, provenientes de instituições financeiras, mesmo assim a parte majoritária é de origem própria.

Nesse caso, é importante observar que, segundo os produtores, o motivo de operar com recursos próprios não é a falta da necessidade de capital. Existe a carência de recursos para iniciar e até expandir a atividade, mas há uma dificuldade de crédito para as pequenas empresas. A grande maioria das empresas pesquisadas menciona que o acesso ao crédito é escasso e existe a exigência de garantia real. No caso de modalidade de crédito que não exige tal garantia, muitas vezes ele não atende a esse setor específico, pois o investimento inicial para a floricultura é alto, e um crédito desse tipo, com o valor financiado muito pequeno, não atende a demanda do produtor por crédito, razão por que se acredita que o negócio é administrado via de regra com recursos próprios. Há, portanto, na visão dos produtores, uma inadequação do crédito para o setor.

Origem dos Recursos Aplicados por Porte dos Produtores

Com relação aos produtores de grande porte observou-se que apenas uma das quatro empresas é familiar e apenas uma pertence a um grupo empresarial. No que diz respeito aos recursos aplicados na empresa, de acordo com as entrevistas não estruturadas junto a técnicos de órgãos do Governo pôde-se inferir que as dificuldades de crédito não são limitações dos grandes empresários que possuem condições de garantir a operação de crédito, e os produtores de grande porte são apoiados com recursos de instituições financeiras.

Caracterização do Mercado Consumidor

Destino da Produção

Com relação ao destino da produção, foram admitidas múltiplas respostas, nas situações em que a empresa produz para mais de um mercado destino (local, nacional ou internacional). Na análise, o Estado do Ceará foi considerado como mercado local e não apenas o município ou região onde a flor é produzida. A pesquisa mostra que 92% dos entrevistados produzem para o mercado local, 44% para o mercado nacional e 12% – que correspondem a três produtores – para o mercado externo, conforme (Tabela 2).

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As Tabelas 2 e 3 apresentam a distribuição da produção entre os mercados local, nacional e internacional. Apenas dois produtores não vendem seus produtos para o mercado local, direcionando toda sua produção para o mercado nacional e externo.

Tabela 2 - A Empresa atua no Mercado Internacional?

SIM 12,0%

NÃO 88,0%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Tabela 3 - Mercados-Alvo da Produção

Local 92,0%

Nacional 44,0%

Exterior 12,0%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Especificamente com relação ao mercado internacional, os países de destino das exportações de flores foram Alemanha, Estados Unidos, Holanda, Inglaterra e Portugal (Gráfico 5). A Holanda importa flores tropicais e rosas e Portugal importa flores tropicais de dois produtores diferentes.

Gráfico 5 - Países de Destino da Produção Ceará - 2002

Alemanha 14% Holanda 29% Inglaterra 14% Portugal 29% Estados Unidos 14%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Os resultados obtidos demonstram que o mercado local é o mais visado pelos produtores do Estado, indicando que a demanda no mercado local é bastante importante para os produtores de flores cearenses. Destaque-se, ainda, o fato de que, o mercado interno é abastecido pelo Estado de São Paulo, sendo este um indicador adicional da importância do mercado interno local. Na verdade, observa-se certo grau de concorrência no mercado cearense de flores, no entanto, conforme observado no arcabouço teórico, M. Porter situa este fator como sendo um aspecto importante para o desenvolvimento da competitividade do setor no plano internacional. A base do argumento está em que o grau de concorrência interna em geral está associado a um maior nível de exigência de qualidade dos consumidores nacionais e

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locais, servindo isso de “exercício de amadurecimento” para os produtores que buscam vender em mercados internacionais.

A maioria das justificativas dos que não exportam decorrem do fato de o mercado local e nacional absorvem a produção. Alegam também que o mercado internacional é bastante exigente quanto às falhas, regularidade no fornecimento, exigências técnicas etc. Contudo, a maioria pretende exportar, mas posteriormente, quanto atingirem melhor padrão produtivo, com uma produção com capacidade de competir no mercado internacional. Exportar para a maioria parece fazer parte de uma etapa futura, processo que é recomendado, em geral, aos pretendentes exportadores de qualquer setor. Registre-se, porém, que os produtores argumentaram, ainda, que não se recebe apoio do governo para exportar.

Faturamento Bruto Anual

Esse foi outro item para o qual os entrevistados apresentaram uma resistência elevada para disponibilizar a informação. Observa-se que, em alguns casos, decorreu da falta de controle, em outros, foi conseqüência do “cuidado” com a informação, considerando tratar-se de um dado tido como sigiloso.

Apenas 10 empresas (40%) responderam a esta questão sendo que 6 possuem um faturamento na faixa de R$ 5.000 a R$ 100.000, correspondendo a 24% da amostra. As demais empresas ficaram distribuídas numa faixa entre R$ 100.000 e R$ 400.000. O Gráfico 6 apresenta a distribuição da amostra completa, incluindo aquelas empresas que não responderam à questão.

Gráfico 6 - Faturamento Bruto Anual

6 24,0% 1 4,0% 2 8,0% 1 4,0% 15 60,0% de 5 a 100

mil reais de 101 a 200mil reais de 201 a 300mil reais de 301 a 400mil reais responderamNão

Produtores %

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa. Principal Tipo de Atividade do Comprador

Foram apresentados três itens para essa questão: floricultura, funerária e outros. Conforme Gráfico 7, o maior percentual situou-se em outros, correspondendo a 54,8% da amostra. “Outros” foi considerado quando o produto é vendido para os estados ou países e para supermercados, praças, decoradores, restaurantes, paisagistas e ornamentação em geral. O segundo item foi floricultura, correspondendo a 41,9%, seguido de funerária com 3,2% da amostra.

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15

Gráfico 7 - Principal Atividade do Comprador

Floricultura

Funerária Outras

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa. Quantidade de Hectares Plantados

Quanto à área plantada, a média por produtor corresponde a cerca de três hectares, segundo dados do Governo do Estado, obtidos através da Secretaria da Agricultura Irrigada – Seagri. Segundo esse órgão, são aproximadamente 80 hectares cultivados no Ceará pela floricultura. A pesquisa cobriu uma área de 72,88 hectares plantados e observou-se que 44% dos produtores possuem propriedades com até um hectare.

Gráfico 8 - Quantidade de Hectares Plantados Ceará - 2002

44% 48% 8% De 0 a 1 ha De 1 a 5 ha Mais de 5 ha

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Recursos Humanos

Segundo técnicos da Embrapa, a floricultura emprega 15 pessoas por hectare. Nesta pesquisa, foi informado pelos produtores presentes na amostra que estes são responsáveis pelo emprego direto de 411 pessoas, considerando-se as atividades de produção e administração, não se levando em conta, no entanto, as áreas de transporte, distribuição, comercialização e atividades indiretas, que resulta numa média de 6 empregos por hectare, significando,

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conseqüentemente, em torno de 432 empregos indiretos, considerando-se aproximadamente 72 hectares cultivados pelos produtores pesquisados. Ao todo, portanto, há em torno de 843 empregos na floricultura mantida por esses produtores, algo não desprezível levando-se em conta a realidade socioeconômica do Estado.

Quanto à remuneração da mão-de-obra, o salário médio do pessoal da produção fica, em 80% dos casos, na faixa entre 0 e 1 salário-mínimo, conforme Gráfico 9, o que demonstra a precariedade das condições dos trabalhadores do setor. A mão-de-obra é barata, fato que pode ser explicado pela baixa qualificação do pessoal que trabalha diretamente na produção e por sua grande oferta. Mas já há sinais de melhoria nesse mercado de trabalho. Nas entrevistas diretas com os produtores, constatou-se a ocorrência de modelos produtivos que procuram premiar produtividades elevadas. Existe por exemplo caso de produtores que pagam um salário mínimo ao funcionário e acrescentam um valor relacionado a sua produtividade. Este produtor divide por área o terreno e aquele funcionário que apresenta maior desempenho possui um diferencial no salário. Segundo os produtores que empregam essa técnica, isso tem aumentado em muito a efetividade do trabalho, ensejando resultados surpreendentes. Isso tem possibilitado, naturalmente, para o trabalhador um salário mais alto, originando um aumento de seu bem-estar. No entanto, alguns argumentam ser difícil usar essa técnica de produtividade, pois normalmente trabalham com vários produtos e é difícil delimitar a área.

Gráfico 9 - Salário Médio do Pessoal da Produção 20

80,0%

5

20,0%

De 0 a 1 Salário Mínimo De 1,1 a 3 Salários Mínimos

Empregados %

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa. Intenções de Investimentos e Limitações Apresentadas

Quanto aos motivos que levaram a empresa a investir inicialmente no setor de flores, a Tabela 4 apresenta os não-econômicos, em que o gosto pela atividade aparece como a razão principal (19,4%). Este aspecto foi enfatizado como motivador para crescimento do negócio, pois é uma atividade que apresenta um caráter subjetivo ligado à afetividade e à paixão pelo seu cultivo.

Tabela 4 - Motivos Não-Econômicos que Levaram a Empresa a Investir no Setor de Flores

Motivos Freqüência %

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Paixão pela floricultura 2 5,6%

Incentivo de fora (outra pessoa, outro Estado) 2 5,6%

Por mero hobby, terapia 1 2,8%

Ter afinidade com o setor 1 2,8%

Preservar recursos ecológicos 1 2,8%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Todavia, os aspectos econômicos totalizaram 61,20% (Tabela 5) dos entrevistados mostrando que os aspectos econômicos são elementos fundamentais motivadores para o desenvolvimento da atividade. Em outras palavras, a atividade, segundo os produtores, apresenta rentabilidade razoável e enseja certo nível de satisfação em si. De fato, na análise específica sobre rentabilidade, a floricultura apresenta-se como alternativa rentável para as pequenas propriedades do meio rural.

Tabela 5 - Motivos Econômicos que Levaram a Empresa a Investir no Setor de Flores

Motivos Freqüência %

Condições favoráveis 4 11,1%

Disponibilidade de Terra 3 8,3%

Mercado favorável (opção de mercado) 3 8,3%

Ser agrônomo e conhecer o assunto 3 8,3%

Conhecimento do setor 2 5,6%

Rentabilidade da atividade 2 5,6%

Dar utilidade à propriedade da família 1 2,8%

Disponibilidade de mão-de-obra 1 2,8%

Potencialidade do setor 1 2,8%

Ter experiência 1 2,8%

Ter visão de comércio exterior 1 2,8%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Outros motivos que levaram os produtores a investir no setor foram: o aumento da demanda, a paixão pela atividade, a qualidade do solo e do clima e a possibilidade de produção ao longo do ano todo, sem variações significativas de preço.

Produção

Perguntados sobre qual mercado é visado no caso de aumento da produção, 40% responderam o mercado local, 32% o mercado nacional e 28% o mercado internacional. Em muitos casos, apesar de não terem sido tabulados tais dados, houve múltipla resposta, ou seja, a resposta tabulada é a prioridade, o que não significa que os que responderam mercado local pretendem estar sempre restritos ao mercado local, mas simplesmente a resposta considerada foi a intenção imediata, até porque a questão está no singular, buscando maior objetividade.

Percepção das Empresas com Relação ao Ambiente Institucional

Quanto ao ambiente institucional, ou seja, no se refere aos órgãos oficiais, entidades públicas e privadas, associações, ONG’s, etc, que apóiam ou deveriam oferecer ajuda ao setor de flores, a Tabela 6 mostra em termos percentuais a percepção dos produtores quanto aos problemas dessas instituições.

Observa-se que 52% dos entrevistados responderam existir entre as instituições de apoio um problema grave quanto à ausência de importantes atribuições de apoio às pequenas e médias empresas. Isso para o setor de flores é um forte agravante, dado que a maioria é formada de pequenas empresas e, portanto, carentes de políticas e mecanismos de apoio. Com relação aos bancos foi citada a ‘burocracia’ como mais um problema.

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Tabela 6 – Percepção das Empresas com Relação ao Ambiente Institucional Problema Grave Problema moderado Sem problemas

Ausência de importantes atribuições de apoio às

PMEs 52,0% 20,0% 20,0%

Superposição de atribuições entre as instituições 32,0% 32,0% 28,0%

Falta de clareza das principais atribuições 36,0% 20,0% 32,0%

Baixa efetividade das instituições 48,0% 16,0% 28,0%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Aprofundando as relações entre produtores e instituições nos últimos anos, foram elencados os seguintes órgãos para avaliação: Banco do Nordeste, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Embrapa, universidades, institutos tecnológicos, ONGs, Sebrae, associações, Governo Estadual, Governo Federal e Ibraflor. O resultado está apresentado na Tabela 7.

Tabela 7 - Interação das Empresas com as Instituições nos Últimos Anos

Sem interação Muito satisfeito Satisfeito Pouco satisfeito Não respondeu Banco do Nordeste 40,0% 8,0% 16,0% 32,0% 4,0% Caixa Econômica 92,0% 4,0% 0,0% 0,0% 4,0% Banco do Brasil 40,0% 8,0% 28,0% 20,0% 4,0% Embrapa 48,0% 20,0% 16,0% 12,0% 4,0% Universidades 84,0% 8,0% 0,0% 4,0% 4,0% Institutos Tecnológicos 72,0% 12,0% 8,0% 4,0% 4,0% ONGs 92,0% 0,0% 0,0% 4,0% 4,0% Sebrae 52,0% 8,0% 24,0% 12,0% 4,0% Associações 84,0% 0,0% 0,0% 12,0% 4,0% Governo Estadual 8,0% 36,0% 28,0% 24,0% 4,0% Governo Federal 92,0% 0,0% 4,0% 0,0% 4,0% Ibraflor 72,0% 4,0% 16,0% 4,0% 4,0%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

Observa-se baixa interação das empresas e órgãos/instituições de apoio, conforme Tabela 7, com destaque apenas para o Governo Estadual e, mais especificamente, a Secretaria da Agricultura Irrigada (Seagri). Em segundo lugar, como instituições que interagem com as empresas, encontram-se o Banco do Nordeste e Banco do Brasil. Em termos de nível de satisfação a EMBRAPA ficou em segundo lugar.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho procurou caracterizar o perfil da floricultura cearense, visando levantar subsídios que de alguma forma contribuam para o seu desenvolvimento, seja através de melhor adequação das políticas públicas para ele dirigidas, seja através do encorajamento de empreendimentos privados vinculados à floricultura cearense, evidenciando a grande oportunidade encerrada por esse segmento econômico no Estado, mas mostrando, também, as principais vulnerabilidades e gargalos a serem por ele enfrentadas.

A principal conclusão do trabalho indica que o aproveitamento do grande potencial no setor de flores do Estado, configurado nas vantagens absolutas e comparativas que nele

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19

parecem claras – só será possível com o desenvolvimento de instrumentos e mecanismos que induzam a cooperação entre todos os agentes econômicos e sociais envolvidos com o setor. Combinar, portanto, os desafios impostos pela concorrência no mercado local, regional e nacional – de um lado – com a cooperação e integração de esforços – de outro – deveria ser o caminho mais promissor a ser seguido pelos agentes públicos e privados ligados ao setor de flores do Estado do Ceará.

Resume-se, na seqüência, relativamente ao setor de flores do Estado do Ceará, uma série de pontos considerados como caracterizadores da sua importância potencial para a economia do Estado.

• Trata-se de nova fonte de geração de emprego e renda no meio rural e urbano, ou seja, o setor é um multiplicador de empregos no campo e na cidade.

• O setor apresenta elevada rentabilidade e o mercado consumidor interno e

externo encontra-se em expansão. As opiniões dos técnicos e produtores entrevistados na pesquisa empírica, corroborados pelos dados secundários levantados, apontam para uma crescente demanda por flores tropicais nos mercados internacionais.

• A exploração de flores também apresenta vantagens, por ser uma opção

econômica de aproveitamento da biodiversidade do Nordeste, mas que se mantém em harmonia com as condições de conservação ambiental, sendo uma atividade que não tende a produzir externalidades negativas para o meio-ambiente.

• Apesar de incipiente e pouco focalizado – tendo os grandes produtores como os

principais beneficiados e negligenciando-se em larga medida os pequenos produtores – têm sido implementadas algumas políticas de apoio governamental ao setor.

• A ampliação e sustentação das vantagens competitivas, de acordo com os

resultados aqui encontrados, parecem depender fortemente do desenvolvimento de instrumentos e mecanismos que garantam maior e melhor nível de cooperação entre os agentes econômicos envolvidos nesse segmento econômico e desses com os demais atores sociais relacionados com ele. Em outras palavras, a competitividade do setor depende de estratégias que levem a fortalecer o arranjo produtivo local de flores.

• Quanto ao entorno de apoio, verificou-se alguns problemas relacionados às

instituições de apoio que poderiam ter mais efetividade de modo a melhor subsidiar os pequenos produtores. Notou-se que a falta de organização e cooperação do setor torna os produtores vulneráveis a novas e grandes empresas que chegam ao Estado.

• Alguns produtores têm dado ênfase à estratégia de diferenciação do produto, o

que tem se configurado uma estratégia de sucesso no setor de floricultura cearense

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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