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SISTEMA BRAILLE: OS OLHOS NAS PONTAS DOS DEDOS Autores: Débora Moreira, Estela Nascimento, Isabella Tasso e Valentina Peixoto

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Academic year: 2021

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SISTEMA BRAILLE: OS OLHOS NAS PONTAS DOS DEDOS

Autores: Débora Moreira, Estela Nascimento, Isabella Tasso e Valentina Peixoto 7°ano B Parecerista: Vera Wielewicki Orientadora: Prof.ª Dr;ª Fabiana Gasparin

Louis Braille (1809-1852) foi um inventor francês que criou o sistema de alfabeto para cegos, chamado braille e formou-se em Institut National Des Jeunes Aveugles. Atuou na área da música, especialmente no piano e foi professor na mesma escola, sendo distinguido como um dos mais brilhantes e próximos dos cegos, por ter perdido sua visão com três anos de idade. Depois de o Instituto adotar o sistema noturno, inventado por Barbier, Braille teve sua ideia e apresentou ao Instituto ensinando a todos. Em 1829, publicou seu método exclusivo. Braille ficou cego por ter se espetado com uma sovela (ferramenta utilizada em curtumes e marcenarias para fazer furos no couro). O alfabeto braille foi criado há 192 anos e continua se adaptando a todas as evoluções da escrita.

1. Introdução

As dificuldades da vida muitas vezes impulsionam as pessoas a realizarem ações impensáveis por aqueles que não padecem do mesmo problema. Quem poderia imaginar que um menino de apenas três anos de idade, que perdeu tragicamente a visão, criaria, a partir de sua própria limitação, um sistema de comunicação de escrita e leitura para os cegos?

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Louis Braille, um francês de dezesseis anos de idade, criou o sistema que recebeu o seu nome. No ano de 1829, publicou esse novo código no livro Processo para escrever as palavras, a música e o canto-chão, por meio de pontos, para uso dos cegos e dispostos para eles.

O sistema de leitura criado por Braille baseia-se em caracteres e sinais de pontuação através dos pontinhos em alto relevo, lidos da esquerda para a direita. O alfabeto conta com 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. A leitura do alfabeto consiste em passar os dedos sobre o relevo dos símbolos e, por meio do tato, decodificá-los.

Antes de sua invenção, os cegos não podiam estudar e muito menos escrever, mas a partir de sua criação, o braile ajudou os cegos em atividades do dia a dia, transformando suas vidas, permitindo o acesso ao conhecimento, à cultura, ao lazer, à informação e, a partir desse conhecimento, eles passaram a ter uma vida inserida na sociedade. Isso comprova que, mesmo sendo criado há muitos anos, o braille já mostrou-se uma forma de inclusão dos deficientes na sociedade. Por esta razão, justifica-se estudar e compreender o sistema Braille: seu histórico, seu funcionamento e aplicabilidades, buscando disseminar, assim, este conhecimento a toda a comunidade escolar.

2. Objetivo Geral

 Compreender como os cegos se comunicam por meio do sistema Braille.

2.1 Objetivos Específicos

 Descrever como se deu a invenção do sistema Braille.

 Explicar o mecanismo da transmissão da informação por meio do tato até o cérebro.

 Identificar as aplicações do Braille que garantem a acessibilidade dos cegos.

3. Fundamentação Teórica

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O braille é o sistema de comunicação mais sofisticado e utilizado na leitura para os deficientes visuais, composto por um alfabeto codificado em pontos em relevo. Nesse sistema, a leitura é realizada por meio do tato, sendo também possível, por meio de instrumentos específicos, conhecidos por reglete e punção, realizar a escrita em braile.

O sistema braille foi inventado por um rapaz que viveu no séc XIX, chamado Louis Braille, completamente cego. A cegueira de Louis Braille foi justamente o que o impulsionou a inventar esse método. Aos três anos de idade, quando brincava na oficina de seu pai, acidentalmente um instrumento escapou de sua mão e atingiu seu olho esquerdo, a infecção passou para seu olho direito e apesar dos esforços médicos, Braille perdeu totalmente sua visão. Alguns anos depois, o garoto ganhou uma bolsa de estudos no Instituto Nacional Para Jovens Cegos, em Paris. Foi então que, movido pela imensa vontade de ajudar os deficientes visuais, Louis Braille desenvolveu o sistema que recebeu seu nome, braille.

O sistema de leitura para cegos que até então existia era lento e difícil de ser realizado, consistindo em arrastar o dedo ao longo de letras em relevo. Como era um método muito grosseiro, facilmente as letras eram confundidas. Diante dessas dificuldades, Louis sempre pensou em tentar mudar esse método. Entretanto, as primeiras modificações desse sistema foram recusadas. Aos dezesseis anos, Braille acreditava que um novo sistema poderia ser mais eficiente. Seu código original consistia em seis pontos dispostos em duas fileiras paralelas; cada conjunto de linhas representava uma letra, era adaptável em outros idiomas e permitiam maior rapidez na leitura. Apesar de tudo, levou tempo até essa inovação ser aceita. As pessoas com visão não entendiam quão útil aos cegos era o sistema inventado por Braille, tanto que alguns professores chegaram a proibir seu uso pelas crianças cegas. Mas esta decisão acabou por encorajar as crianças a usarem o método e a aprendê-lo em segredo, e o próprio Braille se tornou professor no instituto e ensinou o código para seus alunos.

Em 1834, aos 25 anos, Braille foi convidado para demonstrar os usos do seu sistema em uma exposição em Paris, estimulando ainda mais a sua popularidade. No instituto, o novo código só foi adotado oficialmente em 1854, dois anos após a morte de Braille, provocada pela tuberculose em seis de janeiro de 1852, com apenas 43 anos.

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3.2 O sentido do tato e a leitura braile

Para a leitura do braille é usada a ponta dos dedos, sendo utilizado, portanto, o sentido do tato. O tato é um dos cinco sentidos. O órgão responsável por esse sentido é o maior órgão do corpo humano: a pele. Nela existem diversos receptores de estímulo táteis, são esses receptores que recebem e transmitem ao cérebro a sensação do toque.

A pele do corpo humano é coberta por terminações nervosas que são responsáveis por captar as sensações e transmiti-las aos nervos. Contudo, a maior parte dessas terminações capta uma sensação específica. A seguir, apresentamos os receptores presentes na pele, responsáveis por captar as diferentes sensações:

● Receptores de Meissner: sensibilidade a toques leves. ● Discos de Merkel: sensibilidade tátil e de pressão. ● Receptores de Krause: receptores térmicos de frio. ● Receptores de Ruffini: receptores térmicos de calor. ● Receptores de Vater Pacini: captam estímulos vibratórios.

● Terminação Nervosa Livre: sensibilidade a estímulos mecânicos, térmicos e dolorosos.

Figura 1. Os receptores existentes na pele para captar os estímulos externos

O braille, que permite que deficientes visuais leiam por meio do tato (Figura 2), foi criado considerando a capacidade existente na polpa dos dedos de perceber,

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de uma só vez, cerca de seis impressões táteis. O tato é tão importante que em pessoas cegas pode “funcionar como a própria visão”.

Figura 2. Leitura em braille por meio do tato

3.3 Composição do alfabeto braille e sua escrita

O sistema Braille é um processo de escrita e leitura que tem por base 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos em duas colunas de três pontos cada. Pode se fazer a representação tanto em letras quanto em números. Ele é usado por pessoas cegas ou com baixa visão, e a leitura é feita da esquerda para direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo. Na leitura, qualquer letra ou sinal braille é apreendido em todas as suas partes ao mesmo tempo, sem que o dedo tenha que ziguezaguear para cima e para baixo. A Figura 3 apresenta o alfabeto braille completo, incluindo letras, números e pontuações.

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Figura 3. Alfabeto Braille

A escrita braille se faz ponto a ponto na reglete, ou letra a letra na máquina braille, igual como se escreve à tinta, ou seja, da esquerda para direita. Os materiais utilizados são a reglete, instrumento utilizado para a pessoa cega produzir a escrita braile, e o punção, um pequeno estilete (furador) que forma o conjunto para a impressão em papel (40kg) especial para a impressão dos caracteres em Braille. Também são importantes na escrita do Sistema Braille a máquina Perkins. Estes objetos podem ser visualizados na Figura 4.

Figura 4. Punção, reglete e máquina Perkins utilizadas na escrita braile

Hoje, o material braille é impresso por impressoras especiais, como a Basic-D, que é equipada com sintetizador de voz em português que narra as ações que estão ocorrendo, bem como a função de cada botão pressionado, navegação pelos

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menus da impressora e a descrição de possíveis problemas, como falta de papel ou papel emperrado por exemplo. Eles são escritos em um pacote de 500 folhas, com a gramatura 120 g/m3, 297mm por 210mm, tamanho A4.

Os cegos encontram escrita braille em eletrônicos, como computadores, celulares e caixas eletrônicos, rótulos e embalagens de medicamentos, latas de refrigerante e também em embalagens de alimentos, como molhos e massas, cardápios de restaurantes e informes publicitários. Também podem ser encontrados livros que contenham a representação dos símbolos da Matemática, Química, Física e de outras Ciências e a impressão, em relevo, de tabelas, gráficos, mapas, figuras geométricas e outras ilustrações que forneçam os mesmos dados oferecidos aos estudantes videntes. Grande parte dos elevadores também tem braile nos botões para que os cegos possam usá-los sem precisar de ajuda, para que possam ser independentes.

Instituições como a Fundação Dorina Nowill, em São Paulo, trabalham para que a inclusão dos deficientes na sociedade seja cada vez maior, pois eles difundem a leitura braille no país, produzindo livros em braille, falados e digitais, que são disponibilizados em CD e permitem que pessoas cegas ou com baixa visão tenham acesso ao estudo. Esse método para inclusão de cegos na sociedade foi adotado recentemente pelo Ministério da Educação.

4. Conclusão

Conclui-se que a invenção de Louis Braille constitui o instrumento mais preciso e eficaz para que os que já nasceram com deficiência visual ou que perderam a visão nos primeiros anos de vida possam ser incluídos na sociedade como verdadeiros cidadãos. A realização desta pesquisa nos permitiu compreender que devemos lutar para que o braille continue sendo uma ferramenta indispensável para a verdadeira educação de crianças e jovens com deficiência visual.

5. Referências

cta.ifrs.edu.br

portalsaofrancisco.com.br/curiosidades/alfabeto-braile brasilescola.uol.com.br/portugues/braile.htm

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estudopratico.com.br/braile-significado-e-aspectos-gerais/ infoescola.com/portugues/braile/ novaescola.org.br fundacaodorina.org.br/blog/braile-nos-dias-de-hoje-objeto-de-vitrine-ou-ferramenta-indispensavel/ 6. Proposta de Releitura

Recriaremos o sistema, ainda utilizando o tato, mas com outros relevos que serão montados em um painel. Alguns exemplos de relevos e diferentes texturas que vamos utilizar são: areia, algodão, botão, barbante.

Referências

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