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De 3 a 17 de setembro de 2020

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Academic year: 2021

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De 3 a 17 de setembro de 2020

Itinerário: Florença | Arezzo | Cortona | Abbadia San

Salvatore | Arcidosso | Montecucco | Piancastagnaio |

Sovana | Pitigliano | Termas de Saturnia | Sant'Antimo |

Montalcino | Montepulciano | Pienza | Santa Fiora |

Stribugliano | San Galgano | Siena | Vale do Chianti |

Monteriggioni | San Gimignano | Cinque Terre | Pisa |

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A Cenci Turismo

Pessoas não fazem viagens, viagens fazem pessoas (John Steinbeck, em “Viajando com Charley”).

O ato de viajar tem o poder de abrir os

horizontes não somente físicos, como também

culturais, possibilitando a criação de novas

relações com o mundo e consigo mesmo. Cada

viagem física que fazemos se torna,

inevitavelmente, um percurso interior, em que

somos chamados a nos confrontarmos com

uma maneira de enxergar a vida diferente da

nossa. Para que essa mágica aconteça, é

necessário pensar na viagem como uma

experiência, planejá-la com o objetivo de

propiciar um contato autêntico com a alma do

lugar visitado, que é composta pela história, as

tradições, a cultura e a culinária do povo que

nele habita há séculos.

Essa é a missão da Cenci Turismo: ser uma

agência que, movida por uma grande paixão

pelo imenso patrimônio histórico, cultural e

artístico que está espalhado pela Itália, ofereça

a seus clientes experiências de vida

inesquecíveis, com uma proposta cultural

inédita e de altíssimo nível.

Todas as viagens de grupo contam com a

presença de Tour Leaders bilíngues, nativos e

estudiosos da história e cultura italianas, à

disposição 24 horas por dia, além dos guias

locais, que agregam qualidade à proposta

cultural.

Se você está em busca de uma experiência

diferente, que fuja do convencional, chegou ao

lugar certo.

Tenha uma ótima viagem com a Cenci

Turismo!

Índice

Roteiro... 3

Serviços inclusos... 23

Valores... 24

Forma de pagamento... 24

Hotéis ...23

A viagem... 2

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A VIAGEM

Uma jornada memorável, uma experiência completa da Toscana bem como o melhor de Cinque Terre. Um roteiro exclusivo, explorando lugares inéditos, desconhecidos ao turismo de massa, mas ricos em história, cultura e tradições. Mais que uma viagem, um encontro com um território e uma população que marcarão a sua vida!

Viajaremos à descoberta dos cenários que renderam a Toscana famosa no mundo inteiro, como suas belas estradas sinuosas, as cidades fortificadas no topo das românticas colinas, os castelos, as ruas de paralelepípedos das aldeias históricas e as extraordinárias obras de arte que fizeram de Florença a capital do Renascimento.

Mas iremos além, entrando em contato profundo com a autenticidade deste canto do mundo, à descoberta de suas tradições e sua cultura escondidas nas remotas vilas onde o passado ainda está presente e é fortemente enraizado.

Seremos tocados pelo intensíssimo legado espiritual que esta terra abriga, revivendo as emoções dos peregrinos que, na Idade Média, percorriam a Via Francigena. E seguiremos os passos dos Cavalheiros Templários, que deixaram vestígios indeléveis de sua atividade em defesa dos mais necessitados.

Admiraremos a genialidade do homem do passado, capaz de construir burgos encantadores suspensos entre o céu e o mar, e ficaremos impressionados com a tenacidade dos atuais habitantes de Cinque Terre, que continuam mantendo viva uma tradição baseada em uma sábia relação simbiótica entre o homem e a natureza.

Durante 15 dias sensacionais, deixe-se seduzir pelo encanto desta terra, de sua rica e conturbada história, de seus orgulhosos habitantes e das maravilhas no campo artístico que, ao longo dos séculos, eles foram capazes de criar.

Entregue-se a uma experiência sensorial única, um percurso enogastronômico que lhe dará a oportunidade de conhecer os produtos típicos do território, saborear a rica culinária local e fazer degustações inesquecíveis nas mais renomadas regiões vinícolas italianas.

Como forma de respeito por um território que valoriza a preservação do equilíbrio entre contexto natural e presença humana, e visando proporcionar uma experiência diferenciada e autêntica, o grupo será composto por, no máximo, 20 pessoas.

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ROTEIRO

Visitaremos também a Basílica de São Francisco [ingresso incluso], de 1290, que abriga, entre outras obras-primas, o ciclo de afrescos de Piero della Francesca descrevendo a Lenda da Verdadeira Cruz; a Igreja de Santa Maria della Pieve, a igreja de São Domingos e a Praça Santo Agostinho.

Após o almoço [não incluso], seguiremos em ônibus para o belíssimo burgo medieval de

Cortona.

De origem Antiga, localizada em posição estratégica no coração da Toscana, essa Comuna foi palco de disputas territoriais ao longo de toda a sua história. Apesar das maiores permanências serem etruscas e romanas, Cortona já passou pelos domínios militares de fiorentinos, úmbrios, napolitanos e godos. E cada camada de tais trajetórias pode ser encontrada por um passeio pelo seu centro histórico. Além disso, Cortona acabou se tornando destino obrigatório por quem passa pela Toscana como resultado do romance “Sob o Sol da

Toscana”, de Frances Mayes, roteiro que, inclusive foi

filmado para o cinema.

Passaremos pela muralha etrusca, em partes ainda preservada: uma metáfora da abertura de um envelope para a história. A muralha possui seis entradas, representadas por seis portas, e passando por qualquer uma delas chega-se ao coração da vila: Piazza della

Repubblica. A praça dá vazão para as principais ruas e

representa um testemunho histórico importantíssimo. Abriga, inclusive, a maravilhosa Câmara Municipal, construída no século XII.

Entre outras atrações, conheceremos, sempre com um guia especializado, o Teatro Signorelli (exterior): datado

1º Dia | CHEGADA A FLORENÇA

03/09/2020 – Quinta

Chegada ao aeroporto internacional de Florença.

Traslado para o hotel [incluso]. Tempo livre para descansar.

O jantar [incluso] será servido em um restaurante localizado nas proximidades do hotel. Será uma ótima ocasião para apresentação e ter uma conversa informal e amigável sobre o maravilhoso tour que nos espera!

Pernoite no hotel em Florença.

2º Dia | FLORENÇA > AREZZO > CORTONA >

ABBADIA SAN SALVATORE

04/09/2020 – Sexta

Café da manhã no hotel [incluso].

Saída em ônibus para visita à cidade de Arezzo, que tem origem etrusca e registros arqueológicos que datam desde o século IX a.C.

Durante o nosso passeio guiado, conheceremos Piazza

Grande, a praça principal. Em forma de trapézio, muito

inclinada, a praça é cercada por edifícios importantíssimos para a Comuna e de construções que variam historicamente entre a Idade Média e o Barroco. Se você for apaixonado por cinema, vai se emocionar ao ver o lugar onde várias cenas do filme A Vida é Bela, de Roberto Benigni, foram filmadas. Em seguida, visitaremos o imponente Duomo (Catedral dos Santos Pedro e Donato), um dos maiores patrimônios artísticos da Itália, possuindo em seu interior obras importantíssimas para entender a história religiosa não só da Toscana, mas de todo o Velho País. Afrescos de Piero della Francesca (como o que retrata Maria Madalena), terracotas de Andrea della Robbia e os impressionantes vitrais de Guillaume de Marcillat são apenas alguns exemplos da riqueza que pode ser vista.

Piazza Grande – Arezzo

Centro histórico de Cortona Grupo Essências da Toscana – setembro 2018 no Palazzo Piccolomini em Pienza

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do século XIX, foi construído pelo arquiteto Carlo Gatteschi, em estilo Neoclássico, com sete arcos em seu corredor principal. O Teatro é ainda ativo para apresentações.

No final da tarde, sairemos rumo a Abbadia San Salvatore, localizada na esplêndida região do Monte

Amiata. Nos acomodaremos no hotel, localizado no

centro da cidade.

O Monte Amiata é um canto incomum e precioso da Toscana. Faz parte das províncias de Grosseto e Siena e domina, dos seus 1.738 metros de altitude, os vales circundantes (Val d'Orcia, Val di Paglia), a soberba planície de Maremma, as suaves e evocativas colinas de Siena e a depressão verde do Lago de Bolsena. Antigo vulcão, hoje inativo, o Monte Amiata mostra seu perfil doce, mas austero, mesmo a uma grande distância. Um perfil acentuado e forte que emerge, como uma catedral ciclópica, da vasta superfície das colinas da Toscana. O Amiata, considerado monte sagrado pelos Etruscos, por milhares de anos permaneceu um território com suas próprias prerrogativas geológicas, históricas e paisagísticas. Os exuberantes bosques de faias (possui a maior floresta de faia da Europa), as rochas com formas inusitadas, as nascentes ricas e frescas, as minas (hoje relegadas a museu) e uma difícil agricultura de montanha deram às pessoas que vivem nas encostas da montanha a consciência de uma diversidade orgulhosa.

Os ciclos da história e da arte têm influenciado, ao longo dos séculos, o Amiata. Mas nem os Etruscos, nem os Romanos, nem os Lombardos, nem os imperadores ocidentais, nem as históricas Repúblicas de Siena e Florença, e nem a animada modernidade de Grosseto nas proximidades, conseguiram alterar o espírito, o caráter, a magia da montanha, que tornou a relação entre natureza, paisagem e trabalho do homem simbiótica.

Ao longo dos séculos, o Amiata forjou uma economia baseada na relação entre o homem e a natureza, utilizando os recursos disponíveis em diferentes maneiras, desde os pastos nas colinas e os dons da grande floresta montanhosa até os produtos de um precioso artesanato local, dentro de uma caminhada social, artística e ambiental.

O jantar [incluso] será servido no hotel, com base nos produtos típicos da região.

Pernoite no hotel em Abbadia San Salvatore.

3º Dia | O MONTECUCCO – ENTRE AZEITE E

VINHO

05/09/2020 – Sábado

Café da manhã no hotel [incluso].

Saída em ônibus rumo a aldeia medieval de

Arcidosso, uma vila pitoresca situada à beira das

grandes florestas de castanheiros e faias que revestem o lado oeste do monte Amiata. O burgo é situado a uma altitude de 679 metros e apresenta uma parte mais antiga, que surge em torno do castelo Aldobrandesco, e uma parte moderna abaixo.

O nome Arcidosso, que muito provavelmente vem do latim arx e dossum – ou seja, fortaleza e cole – aparece pela primeira vez em um documento de 860 a.C.

O lugar mais elevado e sugestivo do burgo é o Castelo

Aldobrandesco [ingresso incluso], que se apresenta

imponente e elegante ao mesmo tempo, com suas belas torres incrivelmente preservadas. Foi erguido no século XII, por ordem da rica e poderosa família dos Aldobrandeschi, que governava a região; foi assediado e conquistado pela República de Siena em 1331 e passou sob a dominação da família Medici, senhores de Florença, em 1559.

O centro histórico de Arcidosso apresenta inúmeros cantos graciosíssimos, assim como se abre para vistas de tirar o fôlego sobre o panorama da região. O que deixa a visita ainda mais interessante, é a presença de símbolos esotéricos que são visíveis em toda a aldeia, sinalizando, segundo os estudos, a presença de uma antiga domus (residência) dos Cavalheiros Templários. A presença desses misteriosos sinais se manifesta especialmente nas paredes do castelo Aldobrandesco, assim como no seu interior, onde códigos indecifráveis e vários símbolos revelam um elevado grau de conhecimento reservado a um grupo seleto de pessoas, provavelmente Templários. Mesmo nas paredes das antigas casas da cidade, que em forma de espiral envolvem o castelo, encontram-se vários símbolos templários – como a famosa cruz de oito pontas e a estrela de dez pontas – e mensagens esotéricas.

Vista panorâmica do Monte Amiata

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Um guia local nos conduzirá à descoberta dessa encantadora e misteriosa vila.

Em seguida, visitaremos o Museu Tibetano [ingresso incluso], projetado e desenhado pelo Prof. Namkhai Norbu, um estudioso de renome internacional, Presidente da Comunidade Internacional Dzogchen, da Shang Shung Foundation, da ASIA Onlus, e autor de mais de 250 publicações e livros. Ao longo dos anos, ele juntou uma riquíssima coleção privada composta por obras de arte, objetos de artesanato, figurinos, itens votivos de considerável valor cultural e etnográfico e importantes documentos relacionados à sua pesquisa e estudos sobre a cultura do Himalaia e asiática.

Após a visita, nos dirigiremos rumo ao Podere Borselli, uma fazenda especializada na produção do azeite extravirgem de oliveira. Podere Borselli está localizado na fascinante região de Montecucco e, mais especificamente, em um vale chamado de Conca d'Oro, que possui um microclima único, que favoreceu o nascimento de oliveiras naturalmente resistentes às adversidades e altamente vocacionadas para a produção de azeite de qualidade com perfumes e sabores únicos no mundo. A fazenda, localizada a 500 metros acima do nível do mar, é afetada pela excursão quente/frio na passagem do dia para a noite e isso, juntamente com as propriedades vulcânicas do terreno, garante que seus produtos desfrutem de aromas e sabores intensos.

Desde 2005, Davide Borselli, após uma série de estudos sobre técnicas de olivicultura, deu vida à regeneração de oliveiras abandonadas e investiu na busca de clones de oliveiras autóctones. Assim começou a produção orgânica garantida de azeite extravirgem da Toscana (Seggianese DOP e IGP Toscana). Tudo foi feito com respeito pela natureza e o meio ambiente, obtendo as certificações biológicas mais restritivas. Posteriormente, foram efetuados investimentos significativos na técnica de extração do azeite, passando a utilizar máquinas de última geração com muita economia de água e total ausência de oxigênio, obtendo uma produção de alta qualidade com um mínimo impacto ambiental. Hoje em dia, no Poderi Borselli existem cerca de 6.000 oliveiras, a maioria delas seculares e algumas milenares.

Visitaremos a propriedade, conhecermos o processo de produção e, claro, degustaremos os azeites que renderam famosas a fazenda, alguns dos quais receberam numerosos prêmios.

O almoço [incluso] será servido nos belíssimos locais da fazenda.

À tarde, prosseguiremos para Montenero, sempre na região do Montecucco, onde visitaremos a vinícola Cantine Perazzeta, cuja filosofia é conjugar a busca da qualidade e um método de trabalho que garanta um produto único no território.

No território do Montecucco se produz principalmente o vinho originado da uva Sangiovese, tão comum no território italiano, de modo geral, e na Toscana, em particular. O próprio Brunello de Montalcino, um dos vinhos mais premiados em todo o mundo, tem origem desta cepa; assim como o Chianti Clássico. Entretanto, Montecucco se destaca por conseguir retirar desta uva tão comum em solo italiano um produto inigualável: os produtores deste vinho – de origem controlada e, portanto, exclusivo da região – conseguem associar uma uva comum às especificidades de seu solo, trazendo sabores e aromas inigualáveis, se comparados aos outros produzidos com a mesma fruta. E ainda com a vantagem de conseguir uma produção que apresenta valores econômicos muito mais competitivos em relação aos seus vizinhos citados anteriormente.

A estrutura da adega que visitaremos é composta por salas feitas de paredes de pedra e tetos abobadados em tijolo de 1500, por um total de 450 metros quadrados; a temperatura se mantém quase que constante ao longo do ano, bem como a humidade, criando as condições ideais para os grandes barris de madeira.

Durante a nossa visita, é claro, degustaremos os melhores vinhos produzidos pela adega.

Regressaremos de ônibus a Abbadia San Salvatore.

Jantar livre [não incluso], com possibilidade de usufruir do cardápio à la carte do ótimo restaurante do hotel. Pernoite no hotel em Abbadia San Salvatore.

Símbolo templário na parede de uma casa em Arcidosso

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4º Dia | ABBADIA SAN SALVATORE E

PIANCASTAGNAIO

06/09/2020 – Domingo

Café da manhã no hotel [incluso].

O dia será dedicado a uma viagem histórica muito interessante, entre os poderes espiritual e temporal que por séculos, durante a Idade Média, a Igreja exerceu nessa região. Começaremos com uma visita ao Museu da Mineração de Abbadia San Salvatore [ingresso incluso], um caminho emocionante guiado por um ex minero que nos contará como era viver na época do auge das minas no monte Amiata. A rota inclui uma visita ao novo Museu Multimídia "Os lugares do mercúrio”, o acesso à galeria a bordo de um trenzinho da época (ou a pé, dependendo do momento) e eventualmente o percurso externo pela área metalúrgica bonificada há pouco tempo. Uma viagem histórica e emocional de grande impacto.

Em seguida, adentraremos, com um guia especializado, no centro histórico de Abbadia San Salvatore.

Caminhar por entre as ruelas e suas casas feitas de pedra, observando atentamente como algumas portas conservam ainda os caracteres medievais, é uma experiência inesquecível. O foco da nossa visita será a Abadia de São Salvador, principal construção religiosa da localidade. Datada do período medieval, de cerca de 750 d.C., a abadia conserva até hoje afrescos que contam sua origem religiosa. Segundo a tradição, o rei Ratchis, de origem longobarda (um dos povos de origem germânica), teria tido a visão fantástica de um abeto branco, o que ele considerou sagrado. Sua visão levou à construção da abadia no mesmo território onde estaria localizada a planta. Os afrescos foram pintados no século XVI, por Francesco Nasini. O rei longobardo pôs a abadia à defesa da Via Francigena, que passava por lá. Posteriormente, o poder desta abadia, apesar de muitas vezes colidir com os interesses da família Aldobrandeschi – a poderosa dinastia nobre cujos territórios abrangiam todo o lado ocidental de Amiata – atingiu um nível relevante na história dessa porção da Toscana e nas relações entre o papado e os imperadores, tanto é que foi nomeada “Abadia regia”, devido à sua importância econômica e estratégica.

Foi com o advento dos monges cistercienses, em 1229, que a Ordem dos Templários começou a deixar as marcas de sua passagem tanto nas salas adjacentes à abadia quanto na cripta e na vila que se desenvolverá ao redor do mosteiro.

Outro aspecto de enorme interesse é que a Abadia por muitos séculos abrigou a cópia manuscrita mais antiga da Bíblia na sua versão latina, a assim chamada Bíblia

Amiatina, datada do século VII, apelidada de “Mãe de

todas as Bíblias”. Desde 1785, o precioso manuscrito encontra-se na Biblioteca Medicea Laurenziana, mas, mesmo assim, no museu da abadia [ingresso incluso] podemos admirar uma sua cópia fidedigna. Mesmo para os espíritos não religiosos, a visão de um texto tão antigo e que até hoje carrega um simbolismo tão expressivo entre os seguidores do Cristianismo, é historicamente muitíssimo relevante.

Após a visita, nos dirigiremos rumo a

Piancastagnaio. Situado em um planalto com

rica vegetação de samambaias e castanheiros, o burgo de Piancastagnanio tem uma história semelhante à de

outras pequenas cidades do Monte Amiata:

originalmente de propriedade da vizinha Abadia do São Salvador, a área ficou sob o domínio dos Aldobraneschi, que a fortificaram com um sistema de muralhas e edificaram um imponente castelo à sua defesa. Em seguida, o burgo permaneceu sob o controle de vários senhores feudais que se seguiram até o final da década de 1700.

A nossa primeira etapa será no Convento de São

Bartolomeu, um lugar que carrega uma história muito

rica e transmite grande fascínio. Dizem que o próprio São Francisco de Assis designou o local onde o primeiro convento franciscano de Castrum Plani Castagnarii surgiu. No entanto, a primeira sede do convento, conhecida como "Praça Antiga", mostrou-se extremamente desconfortável, não apenas para os moradores de Piancastagnaio, mas também para os próprios frades, que, devido à distância do burgo habitado, no período invernal arriscavam morrer de fome, por falta de recursos.

Museu da Mineração – Abbadia San Salvatore

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Foi então tomada a decisão de transferir o convento para um local mais próximo ao castelo: e assim o convento de São Bartolomeu e a igreja adjacente foram construídos em Piancastagnaio.

Em ocasião da colocação da primeira pedra, foi plantado o "Castagnone", o grande castanheiro secular que ainda hoje pode ser admirado, na entrada do convento. A nova Igreja foi consagrada em 1278.

Inicialmente, o convento era habitado por cerca de dez frades que conseguiram manter a estrutura graças aos legados e doações dos peregrinos – por ali passava a Via Francigena – e à preciosa ajuda dos agricultores locais.

Durante o período renascentista, o convento foi ampliado e o claustro foi construído, com elegantes colunas coríntias, e a sala do capítulo foi afrescada, com um ciclo sugestivo de pinturas monocromáticas dedicadas à História da Virgem Maria.

As condições dos camponeses e dos numerosos agricultores arrendatários do convento eram excelentes, mas a história milenar do convento sofreria uma parada abrupta. Com a supressão dos bens eclesiásticos ordenada por Napoleão Bonaparte em 1808, o convento foi fechado e os frades dispersos.

Em seguida o convento foi confiscado pelo grão-duque Leopoldo da Toscana. Foi então comprado pelo nobre senês Malvolti e posteriormente alugado para a família Barbini, que acabou adquirindo-o.

Foi o professor Vittorino Ricci Barbini quem decidiu restaurar todo o complexo e levá-lo de volta à sua antiga glória – após a danificação que sofreu em 1997 por conta de um terremoto – torná-lo o lar de sua família e presentear os amantes da história e da beleza com esta esplêndida residência histórica.

Ao adentrar no convento, a antiga porta medieval leva à atmosfera encantada do claustro, com o belo poço de pedra. O espaço do claustro, caracterizado pelas elegantes colunas no estilo iônico, é o coração do convento de San Bartolomeo e liga os espaços abertos do jardim e do mirante aos cobertos da sala capitular e do refeitório. Durante os trabalhos de restauração, numa das paredes do claustro foram achadas, incisas na pedra, duas cruzes templárias, sinal inequívoco da presença dos Cavalheiros do Templo de

Jerusalém no convento. É muito provável que os Templários tenham tomado conta por algum tempo do albergue, anexado ao convento, que hospedava os peregrinos que percorriam a Via Francigena rumo a Roma, oferecendo ao mesmo tempo proteção tanto aos

próprios peregrinos como à população de

Piancastagnaio.

Nós teremos a incrível oportunidade de visitar esse magnifico lugar e almoçar [incluso] no refeitório do antigo convento, onde os frades consumiam suas refeições escutando trechos da Bíblia! À tarde, um guia especializado nos conduzirá à descoberta da aldeia medieval: uma viagem no tempo pelas ruelas em pedra do burgo, com enfoque na bela igreja chamada de Pieve di Santa Maria dell’Assunta. A particularidade desta vila são os seus quatro distritos que todos os anos ainda se desafiam no "Palio", irmão menor da célebre corrida de cavalos que acontece em Siena. O destaque de Piancastagnaio, contudo, é sem dúvida o imponente castelo, a Rocca Aldobrandesca [ingresso incluso], teatro de episódios históricos relacionados não apenas aos Aldobrandeschi, mas também à família Orsini, senhores de Pitigliano no final da Idade Média. O castelo passou por um processo de restauração que valoriza sua grandeza histórica e arquitetônica e atualmente é usado como museu e para iniciativas culturais. Dignas de nota são as poderosas muralhas medievais, que completavam as defesas naturais da cidade antiga, testemunhando a história atormentada dessa comunidade, objeto das ambições expansionistas das famílias Aldobrandeschi e Orsini, e da própria Abadia do São Salvador.

A nossa tarde em Piancastagnaio terminará com um aperitivo [incluso] degustado em cima da torre do castelo, de onde goza-se de uma vista única do Vale do Paglia, do Monte Amiata e em direção às montanhas dos Cimini. Nos dias mais claros, a vista atinge os Apeninos dominados pelo maciço do Gran Sasso!

Regressaremos de ônibus para Abbadia San Salvatore.

Jantar livre [não incluso].

Pernoite no hotel em Abbadia San Salvatore.

O claustro do Convento de São Bartolomeu – Piancastagnaio

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5º Dia | A TOSCANA ETRUSCA

07/09/2020 – Segunda

Café da manhã no hotel [incluso].

Sairemos em ônibus à descoberta da Toscana Etrusca. "Foram os Etruscos que, muito antes de Roma, na época

da transição entre a pré-história e a história, criaram uma civilização de altíssimo nível no coração da Itália, lançando as bases para a futura ascensão da Europa".

Com essas palavras, o estudioso alemão Werner Keller descreve a importância que os Etruscos e a sua civilização tiveram na história da Itália e da Europa antes do advento de Roma.

Os Etruscos ou Tusci, de acordo com a denominação romana, eram a população mais importante da Itália antes da expansão de Roma. Sua origem é envolvida em mistério, principalmente devido à dificuldade que os estudiosos encontraram em compreender os textos escritos em etrusco: na verdade, esse idioma não oferece pontos de contato com qualquer outra língua conhecida.

Os Etruscos se estabeleceram no século VIII a.C. em uma área entre o rio Arno e o Tibre, que deles tomou o nome de Etruria e depois de Toscana, para expandir-se em direção ao Veneto no Norte e à Campania no Sul.

A civilização à qual deram vida, chamada “civilização etrusca”, alcançou seu auge no século IV a.C. O estilo de vida das classes dominantes etruscas era caracterizado pela riqueza e pelo luxo, visíveis no uso de penteados e roupas embelezados com joias preciosas.

Os Etruscos atingiram uma competência tecnológica excepcional e a produção artística etrusca era do mais alto nível – entre várias obras, a famosa loba de bronze de Roma à qual posteriormente foram adicionados Romulo e Remo e que agora é preservado nos Museus Capitolinos, é etrusca – e influenciou significativamente a civilização romana, até ser por ela completamente assimilada em 396 a.C.

Com um guia altamente especializado, faremos um pulo na história, explorando o interessantíssimo sítio arqueológico na necrópole de Sovana, que representam um testemunho excepcional que nos foi deixado pelo povo etrusco.

Uma multidão de túmulos, que remonta ao período entre o VII e o I século a.C., dos mais simples a verdadeiros monumentos escavados no tufo, inseridos em um contexto natural de grande beleza. Um território que faz parte do Parque Arqueológico de Tufo e se estende por uma vasta área entre Pitigliano, Sorano e Sovana. Durante esta fascinante visita, teremos a oportunidade de conhecer também as misteriosas Vie Cave: as necrópoles etruscas eram conectadas por uma densa rede de estradas muito particulares e cênicas, talvez usadas tanto como caminhos sagrados quanto como vias de comunicação, e hoje chamadas de Cave ou Cavoni. Inteiramente escavadas no tufo, elas oferecem um espetáculo único e irrepetível.

A nossa jornada continuará com a encantadora

Pitigliano, uma vila com uma história e uma paisagem

únicas, onde o passado encontra o presente e a arquitetura medieval se mistura com a renascentista.

Pitigliano transmite a impressão de um burgo suspenso no vazio: uma aldeia “deitada” sobre um penhasco de tufo em forma de meia lua, isolada pela erosão milenar de três rios que correm ao seu redor.

No penhasco viviam os homens da Idade do Bronze, depois os Etruscos, a seguir os Romanos. Mas os aspectos mais extraordinários de Pitigliano consistem no excepcional aglomerado arquitetônico da cidade – com suas casas de tufo, os becos, as sinuosas ruelas que são o

Necrópoles Etrusca - Sovana

Vie Cave – Sovana

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inevitável contexto dos próprios monumentos – e na cidade subterrânea que se desenvolve nas entranhas da rocha com túneis, adegas e antigas cavernas, constituindo um ambiente misterioso e muito especial. Essas características fazem de Pitigliano um mundo extraordinário e incomum a ser descoberto.

Após a visita, nos dirigiremos à fazenda Villa Corano, situada a 3 quilômetros de Pitigliano. Após anos de estudo do território e das videiras autóctones, essa renomada vinícola surgiu oficialmente em 2001 com a construção da adega, uma verdadeira joia de tecnologia e sábia tradição. Villa Corano, cuja etimologia deriva das palavras latinas Cor

unum – ou seja, “Um coração único” – é hoje um ponto de

referência para a produção vinícola local. Nela são produzidos os vinhos ligados à tradição local, como o branco de Pitigliano

d.o.c., o Rosso di Sovana, o Chardonnay, o Sauvignon, o Alicante e uma reserva chamada Acheo. Uma produção ligada

à cultura desse evocativo território, que nos faz entender sua origem, sua alma e seu vínculo com o meio ambiente, bem como o amor de quem ali trabalha.

A adega é o verdadeiro orgulho da vinícola, caracterizada pela moderna tecnologia das máquinas utilizadas para a produção de vinhos que redescobrem os sabores do passado. Essa união de tradição e tecnologia dá vida a vinhos de alta qualidade que nascem da vinificação de uvas provenientes de clones nativos.

A nossa visita a Villa Corano terminará, é claro, com um almoço [incluso] com degustação dos mais apreciados vinhos ali produzidos.

À tarde, seguiremos para as Termas de Saturnia, o principal complexo termal da Itália e entre os mais extensos da Europa. Por milênios, ininterruptamente, a água sulfurosa jorra das profundezas da terra com um ritmo de mais de 500 litros por segundo, a uma temperatura constante de 37,5 °C. Uma água única no mundo, naturalmente poderosa, pura e rica em sais minerais. Um presente da natureza que, a partir da fonte milenar, alimenta as piscinas dos banhos. No total, existem cinco piscinas termais externas, banheiras de hidromassagem e percursos vasculares com água quente e fria: uma vasta reserva termal inteiramente dedicada ao bem-estar. Imergido na água e nos sons da natureza circundante, o corpo relaxa e a pele se regenera naturalmente. A experiência pode

ser enriquecida com tratamentos corporais e faciais, e o bistrô e o bar oferecem lanches e aperitivos à beira das piscinas.

Teremos a oportunidade de relaxar nas Termas de Saturnia [ingresso incluso] a tarde inteira, revigorando o nosso corpo e a nossa alma em um contexto natural de rara beleza.

Regressaremos de ônibus para Abbadia San Salvatore.

Jantar livre [não incluso], com possibilidade de usufruir do cardápio à la carte do ótimo restaurante do hotel. Pernoite no hotel em Abbadia San Salvatore.

6º Dia | MONTALCINO, A CIDADE DO VINHO

08/09/2020 – Terça

Café da manhã no hotel [incluso].

Sairemos de ônibus rumo à Abadia de

Sant’Antimo.

A origem da Abadia é, como em San Galgano, cercada por lendas e, possivelmente, mitos. Ela teria sido construída como local de culto católico por ordem do Imperador Carlos Magno, no século VIII, durante a expansão do Império Franco e sucessiva construção da Via Francigena. Segundo a lenda, a tropa de Carlos Magno, ao passar pela região, foi acometida de grave peste. Pedindo uma cura a Deus e se aproveitando do conhecimento local sobre o uso de ervas medicinais, a caravana foi salva e, em homenagem ao suposto milagre, Carlos Magno teria erigido um local de culto que posteriormente seria transformado em Abadia.

Os primeiros relatos escritos, porém, sobre a existência de uma construção religiosa em Montalcino, só aparecem a partir do século IX, descrevendo um local de culto pertencente à ordem dos Beneditinos. Ainda no século IX, documentação escrita da época marca o abandono da manutenção da Abadia, reduzindo-a a oratório. Foi apenas a partir da Baixa Idade Média, nos séculos XI e XII, que a construção Românica, símbolo deste estilo arquitetônico na Toscana, passa por sucessivos processos de restauro até alcançar sua estrutura atual.

Vinícola Villa Corano – arredores de Pitigliano

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Contudo, antes mesmo de alçar visão ao estilo arquitetônico, a Abadia de Sant’Antimo impressiona por sua localização. A construção em travertino, rocha calcária típica da região, se associa intimamente à paisagem rural que a cerca, no Vald’Orcia. Tipicamente românica, a Abadia consegue, apesar de sua imponência, mesclar-se com maestria à paisagem circundante, fazendo parte dela. Essa ambiguidade paisagística é sem dúvida um dos fatores mais impressionantes da Abadia. Ao mesmo tempo em que é possível ver sua construção de longe, é igualmente verdadeira a percepção do quanto ela está camuflada pela paisagem circundante de vinhedos e oliveiras.

Finalmente às bordas da Abadia e em seu interior, é possível contemplar um belíssimo exemplo das construções Românicas da Alta Idade Média. Inspirados nas construções do período da ocupação romana, sobrecarregado de trocas de poder, invasões e disputas militares, os templos religiosos românicos se confundem com verdadeiras fortalezas militares. Paredes espessas e ambiente soturno, de janelas limitadas pela necessidade de abrigo militar, dão o tom fortificado típico da época em que foi construída. O madeiramento das naves religiosas da Antiguidade é substituído por edificações em pedra maciça, em trabalho tão complexo que somente seria superado em capacidade tecnológica cerca de 300 anos depois pela sofisticada arquitetura Gótica.

As esculturas que encontramos no interior da Abadia, em particular os capiteis que sustentam as colunas, representam um dos pontos mais altos da escultura medieval da Toscana. Destaca-se o capitel do Mestre de Cabestany, que representa o profeta Daniel na cova dos leões.

Após a visita, prosseguiremos rumo a

Montalcino, a cidade do vinho!

Já em época romana, a partir do II século a.C., existia um assentamento urbano no local atualmente ocupado pela cidade de Montalcino, em cima de uma colina situada entre os rios Ombrone (a Noroeste), Asso (ao Leste) e Orcia (ao Sul). Essa localização invejável ao longo dos anos revelou-se estratégica dos pontos de vista geográfico e militar, sendo que permitia o controle da estrada Consular Clodia – que ligava Roma às colônias etruscas – e da Via Francigena.

A cidade ganhou uma enorme importância após a batalha de Montaperti – um evento marcante para a história de toda essa região, citado por Dante Alighieri no canto X do Inferno (il grande scempio che fece l’Arba

colorar di sangue: “o grande massacre que coloriu o rio

Arba de sangue”) –, o cruento enfrentamento militar entre Siena e Florença que viu a primeira prevalecer, em 1260. A partir daquele momento, a história de Montalcino ficará ligada para sempre ao destino da República de Siena até quando, em 1559, após a queda de Siena pela eterna rival, o Capitão do Povo assinou o armistício e entregou a cidade nas mãos de Cosimo de’ Medici. O brasão dos senhores de Florença foi posto na fachada da torre do Palazzo Civico e em cima da Porta Cerbaia, um dos ingressos à cidade.

Montalcino é mundialmente conhecida como a cidade do vinho e podemos sem dúvida afirmar que essa fama é mais que merecida! A história da cidade, de fato, desde sempre é ligada aos seus vinhedos. Basta pensar que a atividade vinícola em Montalcino é atestada oficialmente a partir de século XIII; quando, em 1262, os governantes de Siena tiveram que enfrentar uma rebelião contra o poder que exerciam em cima de Montalcino, eles ameaçaram incendiar suas plantações de uva!

Os vinhos mais característicos da cidade, o Brunello e o

Rosso, são ambos originados da endêmica uva

Sangiovese Grosso, sem misturas. Em 1865 Clemente Santi produziu a primeira vinificação em pureza – sem misturas com outras uvas – da qual temos notícias certas: nasceu assim o “Vino rosso Brunello”, o primeiro na Itália a receber o reconhecimento de vinho DOC (Denominação de Origem Controlada), em 1966; assim como o Brunello foi o primeiro vinho italiano a ser

Abadia de Sant’Antimo

Grupo Itália Sonhada – setembro 2016 em Montalcino

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beneficiado com o selo DOCG (Denominação de Origem Garantida e Controlada). O Brunello, envelhecido por pelo menos 24 meses em barrica de carvalho, é um tinto bastante encorpado, intenso, com maior tempo de guarda, um pouco tânico e de aroma riquíssimo.

O Rosso di Montalcino é um vinho mais jovem, com menor tempo de amadurecimento na barrica, de cor rubi e aroma mais próximo do que conhecemos por frutas vermelhas e especiarias.

Com o nosso acompanhador faremos um reconhecimento da cidade, começando pela fortaleza, construída no século XIV como sistema de defesa e da qual se goza de uma vista do Val d’Orcia inigualável! Passearemos então pelas ruas do belo burgo admirando, entre outras atrações, o Palazzo dei Priori, a Torre dell’Orologio (hoje sede da prefeitura e construída no século XII) e a Piazza del Popolo, atualmente ocupada por galerias que abrigam lojas e restaurantes, mas com arcos construídos ainda no século XIV.

Pararemos em uma enoteca para fazermos um

light lunch acompanhado por uma degustação

[inclusa] dos vinhos que renderam Montalcino famosa no mundo inteiro!

À tarde, de volta para Abbadia San Salvatore, pararemos nas proximidades de Arcidosso, para conhecer uma outra excelência da região do Monte Amiata: a cerveja artesanal! Teremos a oportunidade de visitar o Birra Amiata, uma cervejaria artesanal que adota o mesmo processo de produção usado pelos mestres cervejeiros há mais de 200 anos.

As cervejas de Birra Amiata são produzidas com as melhores matérias-primas: cevada maltada, proveniente das melhores casas de malte da Europa; os lúpulos mais nobres do Velho Continente, dos Estados Unidos e Nova Zelândia; e, absolutamente fundamental, a água pura do Amiata. Tudo isso em um contexto natural e genuíno, longe da poluição e das indústrias.

Uma peculiaridade muito interessante das cervejas artesanais produzidas pela Birre Amiata é a inclusão de produtos típicos da região, como o mel Marruca, o açafrão puro de Maremma e, acima de tudo, a castanha local IGP ("Indicação Geográfica Protegida"). O Amiata sempre foi considerado o monte ideal para o cultivo de castanhas, dada a peculiaridade do solo,

resultado do processo de decomposição de rochas vulcânicas ácidas e rico de importantes aquíferos, no contexto de um microclima equilibrado. Estas condições particulares conferem à castanha Amiata características organolépticas únicas. A castanha é adicionada nos estágios iniciais de produção, não apenas para proporcionar um sabor característico à cerveja, mas especialmente para produzir amidos que depois se transformam em açúcares mais simples e depois em álcool pela ação dos fermentos. O produto final desse processo, portanto, não pode ser definido como uma cerveja com sabor de castanha, como outras cervejas frutadas, mas sim um tipo específico de cerveja, que vale absolutamente a pena experimentar!

Nós teremos a oportunidade de conhecer o processo de produção dessa valiosíssima cervejaria e, claro, de degustar suas primorosas cervejas!

Regressaremos de ônibus para Abbadia San Salvatore.

Jantar livre [não incluso], com possibilidade de usufruir do cardápio à la carte do ótimo restaurante do hotel. Pernoite no hotel em Abbadia San Salvatore.

7º Dia | MONTEPULCIANO E PIENZA, DA

IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO

09/09/2020 – Quarta

Café da manhã no hotel [incluso].

Sairemos de ônibus rumo a Montepulciano, pequena cidade medieval erguida toda em pedra

no alto da colina, entre o Val d’Orcia e o Valdichiana. As pequenas ruas do centro histórico de Montepulciano mostram desde pequenas casas residenciais, símbolos da tradição local, até grandes palácios que representam parte do poder político e religioso das famílias nobres que governaram a cidade, em particular dos Medici, sob os quais a Comuna atingiu seu máximo esplendor, no século XVI. Foi nesse período que em Montepulciano nasceu o grande humanista e poeta Poliziano, que foi

Vista aérea de Montalcino

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justamente patrocinado por Lorenzo il Magnifico de’ Medici, senhor de Florença.

O coração da cidade é a belíssima Piazza Grande, que abriga a Catedral e outros belos edifícios, com destaque para o elegante Palácio Contucci. Do alto da torre do Palazzo del Comune goza-se de uma vista de tirar o fôlego sobre região: nos dias mais claros, dá para ver até Siena e o Monte Cimone. Montepulciano possui um sistema de galerias subterrâneas que ao longo dos séculos têm sido usadas como adegas. Trata-se de uma característica única no mundo. Um guia especializado nos conduzirá à descoberta de uma adega histórica [incluso], onde também poderemos degustar os renomados vinhos típicos da região: o Rosso, o Nobile e o

Riserva.

O almoço em Montepulciano será livre [não incluso]. À tarde, sairemos em direção a Pienza.

Pouco antes de chegarmos à cidade, faremos uma parada na Torrefazione Caffé GM, uma empresa artesanal que atua há mais de 40 anos nesse território e produz misturas de cafés processando grãos selecionados do Brasil, Costa Rica, Guatemala, Etiópia e Porto Rico. A torra do café é feita de maneira completamente natural, conforme uma tradição centenária: à lenha, utilizando madeira de carvalho, e resfriamento com ar. Esse procedimento dá ao café GM uma fragrância e aroma verdadeiramente especiais. No momento da degustação, os sabores são exaltados e permanecem no palato por um longo tempo.

Durante a nossa visita guiada [inclusa], teremos a oportunidade de constatar como o café italiano, um produto de excelência renomado no mundo inteiro, é fabricado a partir de uma matéria prima de alta qualidade procedente inclusive do Brasil. Participaremos ativamente do processo de fabricação e aprenderemos os truques para preparar um café para todas as ocasiões com a Moka, a Napoletana e a máquina para o expresso.

E, claro, degustaremos o melhor dessa produção, à descoberta das mais exaltantes combinações com doces e chocolate caseiros.

Chegaremos então a Pienza, um dos vilarejos mais encantadores da Toscana, com um magnífico

panorama que se abre para os verdes campos do Val d'Orcia, com estreitas estradas, ciprestes e campos cultivados.

Pienza tem uma história incrível, ligada ao seu cidadão mais ilustre, Enea Silvio Piccolimini, que nasceu no burgo quando ainda se chamava Corsignano, em 1405.

Em 1458 Enea, que havia se tornado um apreciado humanista e poeta, foi eleito Papa e adotou para si mesmo, como Pontífice, o nome simbólico de Pio II. Convocou um dos maiores arquitetos da época, Rossellino, ao qual Pio II expôs seu ousado projeto: construir uma cidade ideal, perfeita segundo os paradigmas do Renascimento, uma espécie de utopia arquitetônica em que se realizassem todos os ideais de beleza e harmonia da época. O lugar onde realizá-la? Nada mais nada menos que Corsignano, a pequena cidade natal do Papa! Nos anos seguintes, o arquiteto Rossellino demoliu os edifícios da cidade com a intenção de reconstrui-la do zero: Corsignano mudou então de nome, passando a se chamar Pienza, a “cidade de Pio”. O resultado é uma das maiores pérolas da arquitetura da Renascença, um sonho de beleza rara e irrepetível. Em pouco mais de três anos – de 1459 a 1462 – o antigo burgo tinha cedido lugar a um centro completamente renovado, cujo coração era a Praça Pio II, para a qual os principais monumentos da cidade, civis e sagrados, tinham vista. Um conjunto arquitetônico sem igual que valeu ao centro histórico de Pienza a declaração de Patrimônio da Humanidade pela Unesco enquanto “obra prima do gênio criativo humano” (1996).

Infelizmente nem Pio II nem seu fiel arquiteto puderam aproveitar por muito tempo o próprio sonho que se tornava realidade: apenas dois anos após a inauguração ambos morriam, a poucos meses de distância. Pio II faleceu no porto de Ancona onde, embora gravemente adoecido, estava prestes a embarcar naquela cruzada aventurosa rumo a Constantinopla que tanto tinha querido. Deixa pensativo imaginar o que a cidade poderia ter se tornado se o projeto não tivesse sido interrompido devido à morte de seus criadores. Reconforta, porém, saber que seu núcleo principal, a Praça Pio II e arredores,

Grupo Itália Sonhada – setembro 2016 nas adegas históricas de Montepulciano

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chegou até nós completamente intacto: um espetáculo extraordinário e único de beleza que vale a pena contemplar. A nossa visita a Pienza também incluirá o belo Palazzo Piccolomini [ingresso incluso], edificado ao lado do Duomo, na praça central. O belo palácio, para cuja construção o Rossellino se inspirou no seu mestre, o grande arquiteto Leon Battista Alberti, é muito semelhante a outra construção do mesmo Rosselino, o Palazzo Rucellai, em Florença.

Regressaremos de ônibus para Abbadia San Salvatore. Dentro desse fascinante percurso enograstronômico, não poderia faltar a pizza, uma das excelências italianas! O jantar dessa noite, portanto, será em uma pizzaria local [incluso].

Pernoite no hotel em Abbadia San Salvatore.

8º Dia | SANTA FIORA, A PÊROLA DO MONTE

AMIATA

10/09/2020 – Quinta

Café da manhã no hotel [incluso].

Sairemos de ônibus rumo a Santa Fiora, uma pequena joia do Monte Amiata.

Outrora sob o domínio da Abadia do São Salvador, a pitoresca vila de Santa Fiora no século XIII tornou-se um condado da família Aldobrandeschi, uma das famílias gibelinas mais poderosas da Idade Média, inclusive mencionada por Dante Alighieri no VI canto do Purgatório. Com a queda dos Aldobrandeschi, o município passou sob o controle da família Sforza. Foi nessa época que as nascentes do rio Fiora começaram a ser utilizadas para alimentar um viveiro de peixes situado em um parque arborizado altamente sugestivo, que completava o vasto jardim dos Sforza-Cesarini. Hoje, a chamada Peschiera ainda existe e é utilizada para a criação de trutas e carpas, enquanto as nascentes do rio atualmente alimentam uma rede de aquedutos direcionados a todo o Sul da Toscana. Com a queda da família Sforza, o burgo “adormeceu”, tanto que hoje podemos observá-lo no esplendor de 500 anos atrás.

Um guia local nos levará à descoberta do interessante centro histórico, que apresenta em seu ápice uma praça com vista para o Palácio Público, além do que resta das fortificações medievais. Outro local de extremo interesse é a Igreja della Pieve (dedicada às santas Flora e Lucilla, padroeiras da cidade), que abriga valiosas cerâmicas de Andrea della Robbia (1435-1525), autênticas joias da arte toscana, seja pela execução técnica, testemunhada pelo perfeito estado de conservação ao longo dos séculos, seja pela sensibilidade artística. Entre essas obras primas, merecem destaque a Madonna della Cintola, o Batismo e a Última Ceia. Essa obra merece uma menção especial, pois, segundo alguns estudiosos, serviu de inspiração para a célebre Última Ceia de Leonardo da Vinci: a semelhança, de fato, é impressionante, inclusive em um dos detalhes mais intrigantes do afresco leonardesco – a falta do cálice em cima da mesa.

Encerraremos a visita com um relaxante passeio dentro do Parco della Peschiera, no qual teremos o privilégio de ver a pequena igreja da Madonna delle Nevi, construída em cima do rio Fiora e que, graças ao piso de vidro, oferece uma visão das nascentes do rio. Em volta dessa igreja, inclusive, há um enigma intrigante, ligado novamente ao gênio do grande Leonardo. A capela abriga um afresco que certamente retrata São Jerônimo, mas que tem uma semelhança impressionante com o autorretrato de Leonardo da Vinci. Posto que o afresco não pode ser obra de Leonardo, pois é posterior a ele, alguns estudiosos acreditam que a pintura na realidade não retrate o São Jerônimo Doutor da Igreja, mas sim São Jerônimo Emiliani, santo da Contrarreforma que viveu na mesma época de Leonardo. Ambos, inclusive, operaram em Milão sob a proteção de Francesco II da família Sforza, o qual ajudou Jerônimo a organizar uma escola de "artes e ofícios" destinada aos pequenos órfãos deserdados e à qual ele dedicou todos os seus esforços.

Peschiera – Santa Fiora

Última Ceia de Andrea della Robbia – Igreja della Pieve em Santa Fiora

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Uma das teorias elaboradas para explicar a semelhança entres os rostos do Jerônimo e do Leonardo, portanto, é que o desconhecido autor do afresco quis sobrepor à iconografia tradicional do santo o "novo" Jerônimo – ou seja, Leonardo – o qual passou toda a sua vida em busca da verdade, especulando mais sobre a natureza e o homem do que sobre Deus. A ideia, portanto, é de que o autor, com um espírito que poderíamos definir iluminista, quis apresentar uma espécie de tríade – São Jerônimo Doutor da Igreja, São Jerônimo Emiliani e Leonardo da Vinci – fundada na característica, para eles comum, do estudo, do incessante trabalho manual e intelectual e da busca pela verdade, ainda que com abordagens diferentes.

O almoço em Santa Fiora será livre [não incluso].

À tarde, teremos a oportunidade de apreciar uma outra excelência gastronômica local: o queijo toscano!

Iremos para Stribugliano, localizado na parte do Monte Amiata que faz parte da Maremma Toscana, famosa justamente pela produção do Queijo Pecorino, ou seja, o queijo produzido com leite de ovelha (“pecora” em italiano). Baste pensar que a Maremma produz mais de 60% do leite da Toscana, que é transformado em queijo Pecorino e ricota: produtos dotados de um sabor típico e característico, considerado e premiado entre os melhores do mundo.

O Pecorino Toscano é um queijo italiano DOP (Denominação de Origem Protegida) desde 1996. Seu sabor único e delicado deriva do equilíbrio perfeito entre a natureza e a atividade do homem. Suas raízes remontam à tradição pastoral de Etruscos e Romanos. O historiador Plínio o Velho (23 – 79 d.C.), fala sobre o Pecorino em sua obra "Naturalis Historia", onde ele relata que, de uma cidade de origem etrusca chamada de Luni (na atual Lunigiana, na Toscana) chegava a Roma um queijo refinado, chamado Lunense, apreciado por sua bondade e pelo tamanho das formas.

Nós teremos a oportunidade de visitar uma das mais renomadas queijarias da região, onde poderemos aprender sobre a técnica de produção, que consiste numa síntese feliz entre uma tradição transmitida de geração em geração e inovação tecnológica. As características da terra onde as ovelhas desta fazenda pastam conferem ao leite aquele sabor doce, delicado e equilibrado que torna o Pecorino Toscano DOP único.

Ao término da visita, é claro, degustaremos os melhores queijos ali produzidos.

Regressaremos em ônibus para Abbadia San Salvatore.

Jantar livre [não incluso], com possibilidade de usufruir do cardápio à la carte do ótimo restaurante do hotel. Pernoite no hotel em Abbadia San Salvatore.

9º Dia | A ESPADA NA ROCHA E A

REPÚBLICA DE SIENA – O SACRO E O

PROFANO

11/09/2020 – Sexta

Café da manhã no hotel [incluso] e check-out. Sairemos de ônibus em direção à Abadia de São Galgano e o Eremitério de Montesiepi.

A história do Eremitério é anterior ao da abadia, porém ambas circundam a figura enigmática de seu Santo padroeiro, Galgano. Galgano Guidotti teria sido um personagem um tanto quanto atípico no que se refere às histórias de cavalaria no início da Baixa Idade Média na Europa. Apesar dos rígidos códigos de conduta em voga na época, Galgano fora um cavaleiro indisciplinado, violento e propício à satisfação de seus prazeres terrenos. Até que, na região onde hoje se encontra o Eremitério, no Monte Siepi, recebera uma visão divina o convidando à conversão e redenção de seus pecados. A partir daí, no século XII, Galgano se dedicara com exclusividade às causas católicas, fincando com força sua espada na rocha e jurando o fim de sua devassidão criminosa e fidelidade religiosa até o fim de seus dias. Essa incrível história foi ganhando fama na Itália ao longo dos anos e, para muitos estudiosos, inclusive, seria a própria origem do mito de Lancelot e do Rei Artur, mantendo intacto o relato da espada em forma de cruz fincada na rocha.

A origem do Eremitério de Montesiepi, portanto, vem da devoção de Galgano às causas espirituais. Ali, onde teve a visão do Arcanjo Miguel, escolheu se recolher para suas orações e pregação do evangelho. A partir de 1185 o oratório construído anos antes em homenagem a Galgano, agora canonizado pela Igreja, foi consagrado como lugar oficial de oração e peregrinação.

Formas de queijo pecorino toscano

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O Eremitério guarda uma espada que, segundo diversos analistas, é efetivamente da mesma época em que Galgano a teria fincado na rocha. Pesquisas recentes demonstram que existe de fato uma espada inteira dentro da pedra, numa demonstração riquíssima de como a preservação histórica pode ser emocionante. Inclusive, por consequência de diversos atos de vandalismo, o cabo da espada teria sido destruído. Porém, recentemente, foi restaurado com exatidão, mantendo intacta sua originalidade. Seria, portanto, a própria espada do santo? Levar tal inquietação para uma visita ao Eremitério é o convite que fazemos a você.

Mais uma vez a história dos lugares contemplados no nosso roteiro se cruza com os rastros da presença dos Cavalheiros Templários na Toscana. O Eremitério tem uma planta circular, o que é incomum para os templos cristãos. Não era, porém, para os Templários, que tinham dois templos circulares, em Paris e Tomar. A igreja de São Miguel Arcanjo – santo protetor dos Templários – em Perugia também apresenta uma planta circular. O estilo arquitetônico da parte externa do Eremitério é caracterizado por uma sucessão de faixas cromáticas brancas e vermelhas alternadas, que são as cores dos Templários. A mesma sucessão de cores é repetida dentro da cúpula, criando como um movimento de ondas que partem do seu pico para continuar nas paredes.

Além disso, no Eremitério encontra-se uma série de símbolos – como o losango dividido em dois, para ecoar a luta entre o bem e o mal; ou o número oito, repetido várias vezes, começando pelas faixas cromáticas que decoram a cúpula – que se referem claramente aos Cavalheiros Templários. Da mesma forma, as duas cruzes de oito pontas que encontramos na entrada da capela são claramente templárias. Outro elemento enigmático é dado pela janela da abside localizada não ao leste, mas deslocada 13 graus para o norte. Por que 13 graus? Não sabemos ao certo, mas treze é um número primo misteriosamente ligado aos Templários e ao seu destino: é o número dos membros da Capítulo (a assembleia) Templário, assim como é o número dos grandes eleitores (12 + 1) do Grão-Mestre; mas também indica o número necessário de monges para fundar um novo Mosteiro cisterciense.

Foi somente a partir do século XIII, mais especificamente a partir de 1218, que a grande Abadia de San Galgano começou a ser construída. Muitos fiéis ao santo, em constante peregrinação ao local de sua visão mística, espalhavam-se pela Comuna de Chiusdino, sem local específico para expressar sua devoção. E é neste contexto que a comunidade monástica começa a ser constituída. A construção da abadia, levando em conta a tecnologia disponível na época e seu pioneirismo no que se refere à arquitetura (é a primeira construção religiosa em estilo gótico na Itália), foi relativamente rápida e, em 1288, ela já era consagrada pela Igreja como local oficial de culto. Os monges Circestenses, que regiam a Adabia, se beneficiaram enormemente da sua posição estratégica: próxima ao rio Serse e ao longo da Via Francigena. Em poucos anos, portanto, a Abadia de São Galgano se tornou rica e poderosa, administrando um território vasto e importante.

Infelizmente, a trajetória de sua decadência é tão intensa como a de sua ascensão. Fruto de problemas de administração ao longo da Idade Média, sucessivos saques inimigos em uma região estratégica no caminho para Siena e a passagem devastadora da peste negra no século XIV, a Abadia de San Galgano é continuamente destruída e quase totalmente devastada. Todavia, parte de sua estrutura é conservada, mantendo possível o estudo do estilo gótico de sua composição arquitetônica, a primeira, como dissemos, em todo o Velho País. A conservação das atuais ruínas, inclusive, permitiu que San Galgano fosse palco de variadas cenografias para o cinema. Um dos exemplos mais famosos é sua aparição em O Paciente Inglês, de Anthony Minghella.

Também dentro da Abadia encontramos vestígios de símbolos templários. Destacamos apenas dois deles. Antes de cruzar o limiar da entrada atual, em uma parede à direita, há um símbolo pintado em vermelho que representa um tríplice cinto. Se trata de um símbolo frequentemente encontrado em edifícios, igrejas e hospitais pertencentes à Ordem dos Cavalheiros do Templo. Na Toscana, por exemplo, os encontramos em Frosini, San Galgano e Arcidosso, todos lugares frequentados ou habitados pelos Templários. Assim como o cinto triplo também é esculpido em uma parede externa do Duomo de Siena. Nas masmorras do castelo

Interior do Eremitério de Montesiepi

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de Chinon, na França, onde o Grão-Mestre J. De Molay e os mais importantes Templários foram secretados e torturados e onde viveram seus últimos meses, encontramos gravados na rocha vários símbolos, dentre os quais se destaca precisamente o do Tríplice Cinto.

O nó de Salomão é representado dentro do salão onde atualmente está localizada a bilheteria. Do mesmo modo, na base de um arco no topo de um dos pilares que sustentam o teto é representado um esplêndido nó de Salomão vermelho, um símbolo adotado pelos Templários por ser algo que vai além da união dos opostos: o laço une os Quatro elementos, os Quatro cantos do templo.

A presença dos Templários em San Galgano não deve surpreender. Basta dizer que a cidade de Siena sempre desempenhou um papel importante para os Cavalheiros Templários. O brasão da cidade de Siena é um escudo dividido em duas partes, o preto inferior e o branco superior, chamado de Balzana. O brasão dos Templários, chamado de Beauceant, tinha uma forma semelhante, e há quem sublinhe a assonância linguística entre as duas palavras.

Não sabemos ao certo a partir de quando os Templários se estabeleceram na área de Siena, mas temos documentos comprovando que, entre as suas posses, havia uma em Frosini, que fazia divisa com os territórios da Abadia de S. Galgano. Devemos lembrar também que a principal função dos Templários era manter o controle militar das estradas percorridas pelos peregrinos cristãos, para protegê-los, portanto a presença dos Cavalheiros do Templo nessa região, ao longo da Via Francigena, é absolutamente coerente com sua missão.

Após a visita, nos deslocaremos rumo a Siena, uma cidade rica de cultura e de tradição, que mantém ainda o charme e a atmosfera de um centro medieval italiano. Conhecida no mundo inteiro por seu grande patrimônio histórico, artístico e paisagístico, essa joia da Toscana é também famosa por ser a cidade do Palio, porque é aqui que, a partir do século XV, acontece a corrida de cavalos mais antiga do mundo.

Ao chegarmos, teremos tempo livre para almoçar [não incluso].

À tarde, um guia especializado nos apresentará aos principais pontos turísticos do Centro Histórico da cidade, que se tornou Patrimônio da Unesco em 1995: ruas com altos palácios do século XIV, praças históricas e vistas de tirar o fôlego sobre a paisagem circundante. Os destaques da nossa visita serão Piazza del Campo – palco do célebre Palio de Siena – e o maravilhoso Duomo [ingresso incluso], uma das catedrais mais magnificentes e ricas artisticamente não só da Itália, mas de toda a Europa: do piso ao teto, das paredes aos vitrais, praticamente cada ângulo desta igreja única esconde uma obra-prima da arte italiana.

O grande projeto, que levaria no decorrer dos anos à realização da enorme catedral que hoje podemos ver, começa no século XIII: dois dos maiores artistas da época, Nicola Pisano e seu filho Giovanni Pisano, são chamados para se encarregar do desafio. A escolha de alternar na decoração faixas de mármore branco com faixas de mármore preto é já uma homenagem à cidade de Siena, cujo brasão, a balzana, apresenta estas duas cores.

“O mais bonito, grande e magnífico que jamais tenha existido” – assim definia Vasari, o grande historiador da arte italiano, o piso da Catedral de Siena. E realmente o primeiro impacto com essa obra-prima deixa impressionados: trata-se de uma sucessão de enormes e belíssimos mosaicos lavrados em mármore por todo o amplo piso da Catedral, numa área total de 1300 metros quadrados!

Interior da Abadia de San Galgano

Piazza del Campo – Siena

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Os 56 painéis mostram cenas e histórias diferentes: de episódios do Velho Testamento, a representações simbólicas das Virtudes, às Sibilas do mundo antigo (as famosas profetisas que também Michelangelo imortalizou na Capela Sistina). É surpreendente a técnica de composição destes mosaicos, chamada de intársia: as cenas são construídas mediante o encastramento de diferentes lastras de mármore colorido que, acopladas umas às outras, compõe estes verdadeiros quadros em pedra. Um espetáculo único, de formidável beleza e maestria, que deixa o visitante impressionado.

Mas não é só olhando para o piso que você poderá apreciar a beleza única desta Catedral: praticamente toda a igreja é um verdadeiro museu, que coleciona obras-primas imersas em uma atmosfera misteriosa e sugestiva. Além dos espetaculares mosaicos, a Catedral abriga também estátuas de alguns dos maiores nomes da arte italiana de todos os tempos: escultores como Donatello, Michelangelo e Bernini deixaram aqui esculturas em bronze e em mármore que tornam ainda mais precioso o já rico patrimônio artístico desta Catedral.

Particularmente famoso é o magnífico púlpito esculpido por Nicola Pisano. Realizado nos primeiros anos de construção da Igreja, entre 1265 e 1268, com o valioso mármore de Carrara, o púlpito é considerado uma das mais belas criações do estilo gótico italiano e a obra-prima do escultor.

Para tornar a sua atmosfera ainda mais sugestiva e misteriosa, a Catedral é constelada por enormes e preciosos vitrais. Entre estes, o mais famoso e belo é o vitral colocado sobre a abside, acima do altar principal, criado pelo renomado pintor sienês Duccio di Buoninsegna: com 5,6 metros de diâmetro e realizado em 1288, é um dos vitrais mais antigos da Itália. No final da tarde, nos acomodaremos no hotel, situado nos arredores de Siena, em um cenário bucólico caracterizado pelas encantadoras colinas toscanas!

Jantar livre [não incluso], com possibilidade de usufruir do cardápio à la carte do ótimo restaurante do hotel.

Pernoite no hotel nos arredores de Siena.

10º Dia | O VALE DO CHIANTI

12/09/2020 – Sábado

Café da manhã no hotel [incluso].

Saída em ônibus em direção ao Vale do Chianti. Poucos territórios como o Chianti podem oferecer uma paisagem tão rica e sugestiva: colinas verdejantes, vinhedos e olivais projetados por quilômetros e quilômetros, aldeias espremidas entre grandes muralhas medievais e sinuosas ruas.

A região do “Chianti Clássico” é aquela que se estende entre Florença e Siena e compreende todos os municípios de Greve, Gaiole, Radda e Castellina. Diz uma lenda que em meados do século XVII, para resolver as disputas políticas em torno da extensão territorial de Siena e Florença, foi estabelecida uma prova: um cavaleiro de cada cidade deveria sair assim que o galo cantasse na alvorada. A fronteira seria no ponto em que os dois se encontrassem. Acertado isso, o povo de Siena elegeu um galo branco, jovem e bem nutrido para cantar na alvorada enquanto o povo de Florença escolheu um galo preto, magro e mal alimentado. É claro que o galo de Florença acordou mais cedo, pois tinha fome, e cantou antes do galo de Siena, fazendo com que o cavaleiro de Florença tivesse boa vantagem. Isso fez com que os cavaleiros se encontrassem já bem perto de Siena e, como consequência, a cidade de Florença conquistou um território maior que a vizinha. Dizem que essa disputa também levou para Florença a exclusividade do nome Chianti que é representada nas garrafas por um galo preto.

O nosso anfitrião para esse maravilhoso território será a vinícola Rocca delle Macie, situada na comuna de Castellina in Chianti, no coração do Chianti Classico.

Rocca delle Macie nasceu em 1973, por obra de Italo

Zingarelli. Ao longo dos anos, a empresa cresceu consideravelmente, impondo-se definitivamente no cenário mundial devido à produção de seus vinhos de altíssima qualidade, que inclusive têm recebido inúmeros prêmios na Itália e no exterior. Hoje a empresa possui cerca de 500 hectares, dos quais mais de 200 são cultivados com vinhedos e aproximadamente 22 com oliveiras.

Pavimentação do Duomo de Siena

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