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CLARIFICAÇÃO POR FLOTAÇÃO DE ÁGUA BRUTA COM COR MODERADAMENTE ELEVADA

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CLARIFICAÇÃO POR FLOTAÇÃO DE ÁGUA BRUTA COM COR

MODERADAMENTE ELEVADA

Marco Antônio Penalva Reali(1)

Engenheiro Civil, professor doutor junto ao Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, Brasil. Leciona, pesquisa e presta serviços de consultoria na área de tratamento de águas residuárias e de abastecimento desde 1982. Foi vice-presidente da sub-seção São Carlos da ABES entre 1992 e 1994.

Margarida Marchetto

Engenheira Sanitarista, mestre em Hidráulica e Saneamento pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, doutoranda na mesma instituição.

Endereço(1): Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC/USP - Av. Dr. Carlos Botelho, 1465 - Centro - São Carlos - SP - Brasil - CEP: 13560-250 - Tel: (016) 274- 9264 - Fax: (016) 274 9212.

RESUMO

São apresentados os resultados de investigação experimental realizada com vistas a verificação da eficiência do processo de flotação por ar dissolvido aplicado a clarificação de água bruta preparada de forma a apresentar cor verdadeira moderadamente elevada (100 uC) e baixa turbidez (5 uT). Foi utilizada unidade de flotação em escala de laboratório e regime de batelada (Flotateste).

Numa primeira etapa foram utilizados ensaios para obtenção das condições ótimas de coagulação visando a flotação (pH de coagulação e dosagem de sulfato de alumínio). Nesses ensaios foi variada a dosagem de coagulante na faixa de 10 a 70 mg/l, assim como o valor do pH de coagulação, na faixa de 5,2 a 7,2. Após a otimização da dosagem de coagulante e pH de coagulação, foram realizados ensaios a fim de determinar a quantidade ótima de ar requerido para a flotação. Para o monitoramento dos ensaios foram determinados os valores de turbidez e cor aparente em função de quatro valores de velocidade de flotação (31,6; 13,3; 6,7 e 2,9 cm/min). Os resultados mostraram que para a água de estudo, a dosagem ótima de sulfato de alumínio foi de 40 mg/l, com pH ótimo em torno de 6,3. A porcentagem ótima de recirculação foi de 8% à pressão de 456 kPa.

Nessas condições a unidade de flotação apresentou eficiência de remoção de cor aparente em torno de 91%(velocidade de flotação (Vf) 13,3 cm/min) e remoção de turbidez 90% (Vf=13,3 cm/min).

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INTRODUÇÃO

O tratamento de águas contendo elevado teor de substâncias húmicas em solução através de sistemas convencionais geralmente apresentam problemas relacionados à baixa eficiência dos decantadores. Tais problemas são devidos as características de baixa densidade dos flocos formados após a coagulação/floculação desse tipo de água. Para obtenção de condições mais favoráveis à sedimentação, normalmente são empregadas altas dosagens de coagulantes, acarretando maiores custos e geração de quantidade exagerada de lodo nos decantadores, complicando significativamente a disposição final desse lodo.

Nessas situações, o emprego de unidades de flotação por ar dissolvido, em substituição aos decantadores, tem apresentados excelentes resultados (ZABEL, 1985; EDSWALD, 1995; REALI E CAMPOS, 1995, DOMBROSKI et.al, 1996), com grande eficiência de remoção de cor e requerendo menores dosagens de coagulante.

EDWARDS & AMIRTHARAJAH (1985), observaram que às substâncias húmicas atribui-se a causa principal da cor em águas naturais; elas são classificadas em três principais frações, baseadas na solubilidade:

? ácido húmico solúvel em álcali, mas insolúvel em ácido;

? ácido fúlvico, solúvel em ácido e em álcali;

? huminas, insolúveis em ambos.

Estas frações são estruturalmente similares, porém são variáveis seu peso molecular e os grupos funcionais que possuem. Mas nas condições de pH encontradas na maioria das águas, a matéria húmica ocorre como macromoléculas negativamente carregadas. De acordo com esses pesquisadores é indesejável a presença de substâncias húmicas nas águas de abastecimento, por razões que vão desde aspectos estéticos até o fato de serem precursoras de trihalometanos (compostos potencialmente cancerígenos). Segundo NARKIS & REBHUN (1977), quando puros, os ácidos húmicos e fúlvicos são inofensivos, mas por formarem complexos estáveis com metais pesados – com o chumbo por exemplo –e, por adsorverem pesticidas e inseticidas, podem causar agravos à saúde pública. Por estas e outras razões, as técnicas de tratamento de água incluem métodos para a remoção dessas substâncias. Para HALL & PACKHAM (1965), em águas com semelhantes concentrações de ácido fúlvico e de ácido húmico estes últimos requerem quantidades maiores de coagulante .

DOMBROSKI et.al. (1996), realizaram investigação experimental utilizando unidade de flotação em escala de laboratório (flotateste) para clarificação de água com cor elevada (260 uC) e baixa turbidez (5 uT). Verificaram que a flotação apresentou excelentes resultados, com elevada eficiência de remoção de cor (acima de 90%), requerendo dosagens de coagulante relativamente pequenas (25 mg/l de sulfato de alumínio).

Além do sucesso no tratamento de águas com cor elevada (ou outros tipos de águas, como por exemplo águas com altas concentrações de algas em suspensão) a flotação apresenta vantagens adicionais em relação a sedimentação, podendo-se citar:

? o lodo produzido apresenta elevado te or de sólidos em suspensão, prescidindo de unidades adicionais de espessamento de lodo;

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? constitui processo de alta taxa, apresentando grande rapidez para entrada em regime;

? na maior parte dos casos requer menores dosagens de coagulantes;

? requer tempos de floculação da água significativamente menores, resultando em unidades de floculação menores;

? pode promover arraste de substâncias voláteis porventura presente na água a ser tratada. Em virtude dessas vantagens, atualmente já existem inúmeras estações de tratamento de água que empregam a flotação em diversos países, com destaques para alguns países europeus, como Inglaterra, França e países nórdicos, e, mais recentemente nos E.U.A.

No presente trabalho são apresentados os resultados obtidos em ensaios efetuados em uma instalação de flotação em escala de laboratório, alimentada com água bruta, preparada de forma a apresentar cor moderadamente elevada (100 uC) e bvaixa turbidez. Esse trabalho constitui a primeira parte de uma pesquisa envolvendo o estudo de uma unidade original de flotação de alta taxa, cujos resultados encontram-se no trabalho intitulado “INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE INCLINAÇÃO DAS PLACAS NO DESEMPENHO DE UMA UNIDADE ORIGINAL DE FLOTAÇÃO DE ALTA TAXA”.

METODOLOGIA

Foram realizados diversos ensaios empregando-se uma unidade de floculação-flotação por ar dissolvido em escala de laboratório e regime de batelada (flotateste). A água bruta estudada foi preparada a partir de água proveniente do poço profundo, adicionando-se a esta ácido húmico (marca Aldrich, referência H1,675-2) de maneira a obter-se uma concentração final de ácido húmico de 4 mg/l, além disso foi adicionada caulinita (marca Kaulin K-3 da Fischer Scientific Company) para obtenção de turbidez em torno de 6,0 uT . A água de estudo apresentou as seguintes características:

TABELA 1: Características da Água estudada.

Parâmetros considerados Valores Temperatura (oC) 27,5 ? 2

pH 7,0 ? 0,5

Turbidez (uT) 5,0 a 7,0 Cor verdadeira (uC) 53,0 a 75,0 Cor aparente (uC) 94,0 a 120,0 Alcalinidade(mg CaCO3 /l ) 24,5 a 28,8

Dureza (mg CaCO3 /l ) 16,9a 23,9

Condutividade (?mho/cm) 50,3 a 66,4

Para a realização dos ensaios, utilizou-se um equipamento de flotateste para promover a mistura rápida, floculação e a flotação. Esse equipamento (flotateste ) cujo esquema encontra-se apresentado na FIGURA 1, foi desenvolvido no departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC - USP, sendo constituído de quatro jarros independentes de flotação, interligados a uma única câmara de saturação. Os jarros de flotação operam em regime descontínuo (batelada). Cada um dos jarros de flotação conta com um agitador próprio, o qual está ligado a um

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regulador de tensão para controle da rotação, ou seja, para controle da energia fornecida para a mistura rápida e floculação. Cada agitador é impulsionado por meio de um conjunto moto-redutor acoplado adequadamente ao sistema.

0,20 0,20 0,15 0,15 0,15 MANÔMETRO VÁLVULA DE SEGURANÇA CÂMARA DE SATURAÇÃO

(volume útil:3L) Tubo de acrílico DN 75 mm

0,90

JARRO DE FLOTAÇÃO Tubo de acrílico DN 60 mm SISTEMA DE AGITAÇÃO PARA

FLOCULAÇÃO (UM PARA CADA JARRO DE FLOTAÇÃO) POLIAS DESCARTE RA RA RA RA VÁLVULA SOLENÓIDE COMPRESSOR DE AR AR RA

TOMADAS PARA COLETA DAS AMOSTRAS (com pinça) DRENO

com pinça

RA

RA: registro de agulha

MOTO-REDUTOR

ÁGUA FILTRADA

FIGURA 1- Esquema geral da unidade de FAD em regime de batelada Fonte: REALI, 1994.

Os ensaios foram executados em duas etapas.

Primeira etapa: diversos ensaios foram realizados visando a otimização da dosagem de

coagulante e pH de coagulação. Foram testadas dosagens de sulfato de alumínio (DSA) de 10, 20, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60 e 70 mg/l para pH de coagulação entre 5,5 e 7,5. Os demais parâmetros operacionais foram mantidos constantes (para cada ensaio foram coletadas 4 amostras em diferentes tempos). Segunda etapa: a fração de recirculação foi variada de 2, 4, 6, 8, 10 e 12 % em volume, com objetivo de investigar a melhor quantidade de ar fornecida para a flotação. Nessa etapa utilizou-se DSA= 40 mg/l, pH de coagulação = 6,3 ? 0,1 (condições ótimas de coagulação)

Parâmetros mantidos fixos

Durante os testes de coagulação-floculação-flotação, em escala de laboratório, foram mantidos constantes os seguintes parâmetros:

? tempo de aeração na câmara de saturação: 8 min;

? tempo de mistura rápida: 20 s-1;

? gradiente médio de velocidade da mistura rápida (Gmr) = 1100 s-1

? tempo de floculação 15 min;

? tempo de flotação: 1; 1,5; 3 e 7 min; Velocidade de flotação = 31;6; 13,3; 6, 7; 2,9 cm/min.

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? razão de recirculação de água pressurizada: 8%;

? pressão na câmara de saturação: 456 kPa.

Em todos os ensaios foi empregado sulfato de alumínio comercial como coagulante, dosado através de solução, preparada a 0,5% em peso.

Para controle do pH de coagulação empregou-se barrilha em solução (0,5% em peso).

Variáveis investigadas:

? pH de coagulação;

? dosagem ótima de coagulante;

? quantidade de ar fornecida para a flotação.

obtenção de curvas de flotação (tipo 1)

A obtenção de curvas de flotação tipo 1, apesar de constituir apenas aproximação do fenômeno real (tipo 2), fornece idéia da velocidade ascensional dos flocos obtidos em diferentes condições de coagulação. Para a obtenção, em laboratório, das curvas de flotação, as amostras tomadas ao longo do tempo, foram coletadas sempre a mesma altura (igual a 20,0 cm). O referencial foi o fundo do frasco, tendo se em vista o movimento ascensional dos flocos. As amostras foram coletadas em diferentes intervalos de tempo com o emprego de seringa hipodermica (20,00 ml). A quantidade ótima de ar fornecida para a flotação foi determinada através da análise das curvas de flotação.

Todos os resultados finais de remoção de cor e turbidez obtidos com o Flotateste, foram corrigidos pelo fator de diluição, referente ao volume de água proveniente da câmara de saturação.

Nos ensaios realizados com o Flotateste, com vistas à obtenção de curvas de flotação, foi empregada a metodologia desenvolvida por REALI (1991). Utilizando as informações fornecidas por tais curvas foram obtidos os seguintes parâmetros:

? condições ótimas de coagulação, ou seja dosagem ótima de sulfato de alumínio e pH ótimo de coagulação;

? quantidade ótima de ar requerida para a flotação em regime batelada; MONITORAMENTO DOS ENSAIOS

O monitoramento dos ensaios foi realizado através de medidas de pH e temperatura da água coagulada, cor aparente e turbidez das amostras coletadas. As medidas de cor foram obtidas a partir de leituras de absorbância realizadas no espectrofotômetro (marca Bausch & Lomb, modelo 601) a um comprimento de onda de 400 nm, com cubeta de 100 mm de percurso ótico. A correlação entre valores de cor e absorbância foi obtida através da construção de uma curva de calibração para o espectrofotômetro em função da concentração de ácido húmico

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(utilizado para preparação da água de estudo), cor em mg/l de PtCo ou uC (comparação com padrões de cor em mg/l de PtCo) e absorbância.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Otimização da dosagem de coagulante e pH de coagulação

Nas Figuras 2 a 6 são apresentados os resultados dos ensaios realizados empregando-se a unidade de flotação em escala de laboratório (Flotateste). Esses resultados são apresentados em curvas de eficiência de remoção de cor aparente e de turbidez em função do pH de coagulação, para diversas dosagens de sulfato de alumínio (10, 20,30, 35, 40, 45, 50, 55, 60 e 70 mg/l). À cada gráfico que compõe as Figuras 2 a 5 corresponde uma dosagem de sulfato de alumínio, os diferentes valores de pH foram obtidos através das variações das dosagens de barrilha e de ácido clorídrico, quando necessário, em cada teste. Nessas Figuras, pode se observar o valor do pH ótimo de coagulação obtido através do flotateste, valores esses correspondentes a mínima fração remanescente de cor ou turbidez.

Com base nos resultados mostrados nas figuras 2 a 5, foi construído o quadro 1, onde são apresentados os valores ótimos de pH de coagulação referenmte a cada dosagem de coagulante investigada, assim como as respectivas eficiências de remoção de ccor aparente e turbidez.

QUADRO 1 - pH ótimo referente a cada dosagem de coagulante e respectivos valores de eficiência de remoção de cor (% cor) e de turbidez (% tur.).

Dosagem de coagulante V1 31,6 cm/min V2 13,3 cm/min V3 6,7 cm/min V4 2,9 cm/min (mg/l) pH ótimo % Cor % tur pH ótimo % Cor % tur pH ótimo % Cor % tur pH ótimo % Cor % tur 10 6,75 0 0 6,5 48 48 6,32 77 76 6,32 79 73 20 5,98 27 31 5,98 80 85 5,98 88 90 6,21 84 80 30 5,84 38 44 5,84 73 79 6,49 89 90 6,16 86 88 35 5,84 60 66 6,17 84 87 6,17 94 94 6,17 95 94 40 6,26 56 53 6,26 91 90 6,26 96 94 6,26 97 95 45 6,13 38 37 6,29 87 90 6,29 94 94 6,29 94 94 50 6,01 61 64 6,22 92 87 6,22 96 92 6,22 97 94 55 5,97 60 64 6,23 85 88 6,23 93 92 6,23 93 94 60 6,23 71 67 6,23 92 91 6,23 93 91 6,23 95 92 70 6,17 62 61 6,17 90 89 6,17 91 90 6,65 95 95

Analisando-se os valores mostrados no quadro 1, observa-se que mesmo com velocidades de flotação relativamente alta, igual a 31,6 cm/min (455 m/d), houve eficiência de remoção de cor aparente de 71% para D.S.A de 60 mg/l e pH igual a 6,23 conforme pode ser visto na Figura 2 C, para velocidade de flotação de 13,3 cm/min (em torno de 191 m/d) as maiores eficiências de remoção de cor aparente (91-92%) foram obtidas para D.S.A de 40, 50 e 60 mg/l, com respectivos valores de pH de 6,26, 6,22 e 6,23. As curvas construídas com resultados de velocidades de flotação igual a 6,7 cm/min (em torno de 96 m/d) mostram que a maior eficiência de remoção de cor aparente (96%) foi para D.S.A de 40 mg/l e pH em torno de 6,26. Em todas as D.S.A testadas, os resultados obtidos para velocidade de flotação igual a 2,9 cm/min (em torno de 42 m/d) foram semelhantes aos resultados obtidos para velocidades de 6,7 cm/min, a maior eficiência de remoção obtida, (97% foi para a dosagem de sulfato de alumínio (D.S.A) de 40 mg/l, com pH igual a 6,26 e D.S.A de 50 mg/l com pH igual a 6,22. a

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maior eficiência foi obtida para velocidade de flotação = 2,9 cm/min, com diferença de 1% em relação a velocidade de flotação = 6,7 cm/min

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Comparando-se as curvas apresentadas nos gráficos que compõem as Figuras 2 e 3 referentes aos resultados dos ensaios visando a otimização de dosagem de coagulante e pH de coagulação, – temos a eficiência de remoção de cor aparente em função do pH, considerando-se o consumo de coagulante, velocidade de flotação e eficiência de remoção obtida. É possível notar que os melhores resultados foram os obtidos com dosagem de 40 mg/l e pH de coagulação 6,26, conforme Figura 2- Gráfico E, com remoção de cor de 56% para a Ve igual 31,6 cm/min; 91% para Ve igual 13,3cm/min; 96%, para Ve igual 6,7 cm/min e 97% para Ve igual 2,9 cm/min. Observa -se que para velocidade de flotação de até 13,3 cm/min (em torno de 191 m/d) obteve -se boa eficiência de remoção de cor.

De acordo com as Figuras 2 e 3, e quadro 1, verifica-se que, para dosagens acima de 40mg/l, até 50mg/l, o sistema apresentou boa eficiência de remoção de cor, entretanto, para dosagens acima desses valores, o sistema apresentou queda de eficiência de remoção de cor. Isso mostra, que para a água em estudo, a super dosagem de coagulante demonstrou ser prejudicial, mesmo mantendo-se os valores ótimos de pH de coagulação referente às dosagens de coagulante considerados.

Nas Figuras 4 e 5, verifica-se a eficiência de remoção de turbidez em função do pH para as mesmas velocidades (31,6; 13,3 6,7 e 2,9) e D.S.A (40mg/l) citadas anteriormente, a remoção foi de 53%; 90%; 94% e 95% respectivamente, para cada velocidade estudada.

Na Figura 6 são apresentadas as curvas da eficiência de remoção de cor em função da velocidade de flotação. Tais curvas permitem a obtenção de dados aproximados relativos à velocidades de flotação dos flocos formados no flotateste. As curvas de flotação foram obtidas no mesmo pH de coagulação e dosagem de sulfato de alumínio, variando-se o percentual de recirculação de 2 a 12% do volume inicial do jarro.

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D.S.A. =10mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A.= 20mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D.S.A.= 30 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D.S.A. = 35 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A.= 40 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D.S.A. = 45 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D.S.A. = 50 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D.S.A. = 55 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4

FIGURA 2 - Eficiência de remoção de cor aparente em função do pH (Água Tipo I) velocidade de flotação (V1, V2, V3e V4) de 31,6; 13,3; 6,7 e 2,9 cm/min respectivamente. Cor aparente inicial = 93 uC; turbidez inicial = 6,5 uT; temperatura =25? 2?C; pressão de saturação = 456 kPa; razão de recirculação 8%. Dosagem de sulfato de alumínio (mg/l) A) 10; B) 20; C) 30; D) 35;E) 40; F) 45; G) 50; H) 55; F) H) E) G) C) D)

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D.S.A. = 60 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A. = 70 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 FIGURA 3 - D.S.A. = 10 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D.S.A.= 20 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D.S.A. 30 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 D . S . A . = 3 5 m g / l 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 5 , 5 6 6 , 5 7 7,5 p H % remanescente V 1 V 2 V 3 V 4 FIGURA 4-

Eficiência de remoção de cor aparente em função do pH (Água Tipo I) velocidade de flotação (V1, V2, V3e V4) de 31,6; 13,3; 6,7 e 2,9 cm/min respectivamente. Cor aparente inicial = 93 uC; turbidez inicial = 6,5 uT; temperatura =25? 2?C; pressão de saturação = 456 kPa; razão de recirculação 8%. Dosagem de sulfato de alumínio (mg/l) I) 60; J) 70 B) I) A) J) C) D)

Eficiência de remoção de turbidez em função do pH, para velocidades de flotação (V1, V2, V3e V4) de 31,6; 13,3; 6,7 e 2,9 cm/min respectivamente. Cor aparente inicial = 93 uC; turbidez inicial = 6,5 uT; temperatura = 25? 2?C; pressão de saturação = 456 kPa; razão de recirculação 8%. Dosagem de sulfato de alumínio (mg/l) A) 10; B) 20; C) 30; D) 35;

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D.S.A.= 40 mg /l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A. = 45 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A.= 50 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A. = 55 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A. = 60 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4 D.S.A. = 70 mg/l 1 10 100 1000 5,5 6 6,5 7 7,5 pH % remanescente V1 V2 V3 V4

FIGURA 5- Eficiência de remoção de turbidez em função do pH, para velocidades de flotação (V1, V2, V3e V4) de 31,6; 13,3; 6,7 e 2,9 cm/min respectivamente. Cor aparente inicial = 93 uC; turbidez inicial = 6,5 uT; temperatura = 25? 2?C; pressão de saturação = 456 kPa; razão de recirculação 8%. Dosagem de sulfato de alumínio (mg/l) E) 40; F) 45; G) 50; H) 55; . I) 60 e J) 70.

H)

I) J)

E) F)

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DSA = 40 mg/l ; pH= (6,3 a 6,4 ) 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 0 5 10 15 20 25 30 35 VELOCIDADE (cm/min)

FRAÇÃO C/ VELOCIDADE MENOR QUE A ESTABELECIDA

2% rec. 4% rec.. 6% rec. 8% rec. 10% rec. 12% rec. FIGURA 6 - CONCLUSÕES

Para a água de estud o, os ensaios realizados com o Flotateste demonstraram que a dosagem ótima de sulfato de alumínio comercial foi de 40 mg/l. Para tal dosagem a faixa ótima de pH de coagulação situou-se em torno de 6,3.

A quantidade de ar necessária para a flotação da água de estudo situou-se em torno de 8% de recirculação (em volume) para a pressão de saturação de 456 kPa.

A Flotação por ar dissolvido antecedida de coagulação e floculação adequadas demonstrou constituir processo bastante eficiente para a clarificação da água de estudo, contendo cor moderadamente elevada e baixa turbidez. Foram obtidas eficiências de remoção de cor aparente e de turbidez na faixa de 90 a 92% para velocidades de flotação de até 13,3 cm/min , em ensaios de batelada e nas condições ótimas de coagulação (dosagem de 40 mg/l de coagulante e pH em torno de 6,3).

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e à Coordenação de Apoio a Pesquisa (CAPES) pelo suporte financeiro.

Eficiência de remoção de cor em função da velocidade de flotaçcão para diferentes taxas de recirculação (em volume). D.S.A = 40mg/l; pH= (6,3- 6,4); pressão 456 kPa

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REFERÊNCIAS BIB LIOGRÁFICAS

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