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COMISSÃO DE ESTUDO Análise da Proposta de Estrutura Curricular para os Cursos de Graduação em Letras da UFRGS

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Academic year: 2021

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COMISSÃO DE ESTUDO

Análise da Proposta de Estrutura Curricular para os Cursos de Graduação em Letras da UFRGS

Proponentes: Antônio Sanseverino, Homero Araújo, Luciene Simões, Márcia Ivana de Lima e Silva, Margarete Schlatter, Paulo Guedes, Pedro Garcez, Sergio Menuzzi.

Comissão de estudo: Ana Liberato Tettamanzy, Cleci Regina Bevilacqua, Daniela Santos, José Carlos Baracat Júnior, Juliane Capitani, Maity Siqueira, Maria José B. Finatto, Patrícia Chittoni Ramos Reuillard, Rita Lenira de Freitas Bittencourt e Sabrina Pereira de Abreu.

Síntese dos aspectos Estruturais

Objetivo geral da proposta: reorganizar a estrutura dos cursos de graduação no Instituo de Letras da UFRGS.

Objetivos específicos: simplificar grades de horário e estruturas de disciplinas, facilitando a gestão da carga horária e a oferta; ocupar racionalmente os turnos (manhã); diminuir o tempo de permanência e evasão, reduzir a carga horária de disciplinas presenciais; organizar a estrutura de “troncos curriculares”, pensando em uma “composição modular” dos cursos e no aproveitamento das disciplinas das licenciaturas nos bacharelados; oferecer curso de bacharelados livres, mais flexíveis.

Pontos principais:

- Oferece licenciaturas simples, duplas e bacharelado livre.

- Sugere um núcleo comum de 2 semestres para todos (“básico comum”). Quatro créditos em todas as disciplinas, 5 disciplinas semanais, concentração em um turno.

- Prevê o aumento da oferta e do espaço na grade curricular para disciplinas eletivas.

1. Licenciaturas Simples:

- Também chamadas de cursos-base, pois fornecerão a estrutura básica para os demais cursos.

- Licenciatura em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Licenciatura em Língua Estrangeira e Literatura(s) correspondente(s), Licenciatura em Língua Clássica e Literatura correspondente

- Duração de 8 semestres, 20 créditos por semestre até o sexto, 16 créditos nos dois últimos.

- Núcleo básico: disciplina de “Introdução aos estudos clássicos” Língua Portuguesa, Literatura Brasileira (ou Língua estrangeira), Teoria da Literatura, Linguística. Nos dois primeiros semestres.

2. Bacharelados Livres:

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- O ingresso cursará o núcleo básico e optará pelo bacharelado no 3º. semestre.

- Perfil definido pelo aluno: curso “personalizado” com preocupação mais formadora que profissionalizante.

- Troncos principais (ênfases primárias) e troncos secundários (ênfase secundária) e um terceiro tronco, de formação complementar.

- Prevê trânsitos interdisciplinares com outros centros (História do Brasil e da América Latina, por exemplo)

- Figura de um “tutor”. 3. Licenciaturas duplas:

- Também chamadas de cursos derivados.

- Continuam em dois turnos, mas diminui a carga horária. O aluno realizará a ênfase simples pela manhã e completa à tarde.

PROPOSTA EXAMINADA À LUZ DO PROJETO REUNI ( INSTITUTO DE LETRAS/UFRGS)

Pontos positivos

O ponto positivo é a tentativa de se aumentar o número de vagas e ordenar o ingresso por curso/língua.

Pontos negativos

1 – A proposta não contempla as principais questões exigidas pelo REUNI. O único aspecto contemplado parcialmente é o oferecimento da Licenciatura simples em um único turno.

2 - A proposta é muito genérica, sem contar que não há definição dos conteúdos das disciplinas que serão ministradas, nem para língua portuguesa, nem para as demais disciplinas de literatura, estudos clássicos, etc. Nem mesmo há justificativa para a inclusão das disciplinas de versão e tradução nesses cursos. Além disso, grego e latim não podem ser tratados como uma língua estrangeira moderna: até faz sentido que um aluno que opte pela licenciatura em inglês cumpra 16 créditos de estágio mais 16 de disciplinas da educação; mas, para o aluno que opta pelo grego ou pelo latim, qual a utilidade ou necessidade desses créditos – sobretudo os 16 créditos de estágio – , uma vez que as línguas clássicas não são oferecidas no Ensino Médio? Esses créditos em pedagogia justificar-se-iam se os alunos se licenciassem em português e também em grego ou latim.

3 – Há uma redução drástica (360 horas) na formação em Língua e literatura

estrangeira. Como a proposta prevê

disciplinas de 4 créditos, há uma redução de 6 créditos, ou seja, 360h/a em relação ao que temos hoje.

4 - A proposta não corrige um equívoco da formação em letras clássicas na UFRGS: os alunos que optam pelo grego devem obrigatoriamente ter uma formação mínima também em latim e vice-versa. Tomando o caso do grego como exemplo: o aluno deveria cumprir pelo menos quatro semestres de latim

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e dois de literatura latina – não como eletivas, mas obrigatórias. Deve ainda ser possível que os alunos de uma dessas ênfases cursem, concomitantemente, o máximo de cadeiras da outra.

5 - Seis semestres de língua clássica, tal como se propõe, é pouco: muitas universidades americanas e européias exigem 8 semestres para que um aluno seja aceito em seus programas de mestrado e doutorado. Nossos alunos já estariam, assim, prejudicados. Deve-se ter em mente que o aprendizado das letras clássicas se inicia no terceiro semestre, isto é, os alunos ingressam sem nenhum conhecimento dos idiomas clássicos; apenas depois de 4 ou 5 semestres eles poderão começa o árduo processo de adquirir prática na leitura do grego e do latim, de modo que eles deveriam ter 8 semestres de língua clássica, para poderem experimentar os vários autores e gêneros literários. 6 - A criação da disciplina “Introdução aos estudos clássicos” parece boa em sua intenção, mas seu resultado pode ser negativo. Em primeiro lugar, hoje os alunos cumprem obrigatoriamente 10 créditos em latim – algumas ênfases prevêem ainda 4 créditos em grego; a proposta diminui a obrigatoriedade do latim para apenas 4 créditos – já que a disciplina, em dois semestres, tem 8 créditos, a serem divididos entre o latim e o grego. Por que não manter a obrigatoriedade de 2 semestres de latim para todos os alunos – e, quem sabe, um semestre obrigatório de grego para todas as ênfases? Em segundo lugar, será complicado fazer os dois setores compartilharem uma disciplina: além de empregarem métodos de ensino diferentes, acreditamos que apenas 2 créditos semanais não são viáveis para o desenvolvimento satisfatório de uma disciplina; também não nos é interessante que, por exemplo, o grego ocupe os quatro créditos do primeiro semestre e o latim os do segundo, pois, neste caso, se o aluno tiver interesse em continuar seus estudos, terá de esperar até o outro ano para fazê-lo - o que é extremamente desmotivador.

7 - De modo algum pode estar ausente do currículo uma cadeira de monografia, ou trabalho de conclusão de curso. Ela deve estar presente, e com carga elevada de créditos, nos dois últimos semestres do curso, pois é um exercício fundamental da formação em ciências humanas, possibilitando ainda ao aluno aprofundar-se em algum assunto e preparar um projeto decente para a seleção do mestrado.

8 - Se as licenciaturas duplas continuarem a existir, e a segunda for cursada à tarde, será perfeitamente possível que os alunos do grego e do latim façam outra ênfase; todavia, os alunos de outras ênfases jamais poderão licenciar-se em grego ou latim, pois – dado o número insuficiente de professores das clássicas – será impossível para essas ênfases oferecem cadeiras pela manhã (para o curso 1) e pela tarde (para o curso 2).

9 – De acordo com a proposta, teremos um curso de três anos de letras e um ano de pedagogia: 1/4 da formação em disciplinas que nada acrescentam aos alunos – segundo reclamações dos próprios alunos. Causa certo embaraço que um aluno seja formado com um número de créditos específicos (40 créditos em disciplinas específicas de língua e literatura grega ou latina)

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praticamente igual ao número de créditos em pedagogia (32 créditos, mais 6 de estágio em grego ou latim).

10 – A efetiva implementação da presente proposta parece pressupor o fim da departamentalização do Instituto de Letras. Como os proponentes pensam encaminhar essa questão.

11- Mesmo com a tentativa de se aumentar o número de vagas e ordenar o ingresso por curso/língua, limitar o número de vagas por língua pode obrigar os alunos a fazerem cursos que não são de seu interesse e isso pode gerar desmotivação, ocasionando evasão até maior do que temos no momento.

Apreciação geral e encaminhamento da Comissão de Estudo

A Comissão de Estudo considera que a proposta apresenta muitas lacunas para que se possa efetivamente discuti-la. Para a continuidade do trabalho, necessita-se que os seguintes esclarecimentos sejam incluídos em nova versão da proposta.

1 – Inclusão de uma justificativa para a proposta, com detalhamento sobre o histórico das discussões e da real motivação que levou o grupo à proposição dessa reforma curricular. Ou seja, detalhamento da demanda interna e externa que gerou a proposta, por exemplo, qual a razão para a proposição de um bacharelado livre, incluindo a perspectiva de demanda para ingresso na nova modalidade de bacharelado?

2 – Ementário detalhado de todas as disciplinas.

3 – Detalhamento do perfil de profissional, tanto licenciado quanto bacharel livre, se quer formar com essa reforma.

4 – Demonstração de como ficará a distribuição das disciplinas por departamento (Qual é a expectativa dos proponentes?).

Os proponentes devem responder ainda:

1 - Considerando o quadro de disciplinas do Curso Base 2 – Licenciatura em Línguas Estrangeiras e Literatura(s) Correspondente(s) (p.3-4), pode acontecer de o aluno passar todo o curso e licenciar-se sem cursar nenhuma disciplina de Língua Portuguesa?

2 - Por que o cálculo da carga horária dos bacharelados livres é feita em horas semanais e não em créditos, como nas licenciaturas? (p.7)

3 - Quais critérios norteiam a escolha de “disciplinas conexas”? Por que se consideram disciplinas afins de Língua Portuguesa a Literatura Brasileira, o Latim e a Educação; e de Lingüística a psicologia, a antropologia e a filosofia, de Literatura Brasileira a Língua Portuguesa, a História do Brasil e a Literatura

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Hispano-americana e de Teoria da Literatura a Sociologia, a Filosofia, a História e as Artes? (p.8)

4 - A grade curricular Curso derivado do curso Base 1: Bacharelado em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (p.10-11) prevê que o aluno faça as mesmas disciplinas da Licenciatura, menos as de educação e os estágios? Ele poderia, então, licenciar-se em cinco anos? (Fazer o bacharelado e depois cursar a licenciatura?)

5 – Como ficarão contempladas as disciplinas de Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas na nova estrutura curricular? É importante salientar que as Literaturas Africanas vêm ocupando um espaço cada vez maior nas grandes universidades brasileiras, como é o caso da USP ou da UFRJ.

6 - As apostas em “disciplinar a demanda”, “propor limites disciplinadores às ofertas de vaga”, num “regime disciplinado de distribuição de vagas”, não funcionaria, na prática, como um “estímulo” à diminuição de vagas? (p.14) 7 - Quem é o tutor do bacharelado? Como é essa função? Seria uma atribuição da COMGRAD? (p.14)

8 - A nova disciplina “Introdução aos Estudos Clássicos”, no currículo da USP, por exemplo, corresponde à de Leituras Orientadas I. Nessa proposta, ela seria oferecida pelo LET03 ou pelo LET02?

9 - Como se deu a escolha das ênfases principais e secundárias? Não se pode pensar em uma ênfase em TL e Literaturas, por exemplo? Aliás, por que a TL e a Lingüística são secundárias em relação às outras disciplinas? A preocupação da proposta é apenas com a formação de mão-de-obra (magistério fundamental e médio) e deixa de lado a acadêmica (preparação para a continuidade dos estudos na pós-graduação)?

10 - O aluno licenciado de acordo com a proposta de currículo será licenciado em português e grego ou latim, ou apenas em grego ou latim? Pois, caso a licenciatura habilite-o apenas no grego ou no latim, o currículo é bastante inapropriado.

11 - Qual é o número mínimo obrigatório de créditos em pedagogia que devem constar no currículo?

12- Qual é a função das disciplinas de tradução e versão nos currículos do bacharelado livre?

Porto Alegre, 01 de junho de 2009.

Ana Liberato Tettam anzy Cleci Regina Bevilacqua Daniela Santos José Carlos Baracat Júnior

Juliane Capitani Maity Siqueira Maria José B. Finatto Patrícia Chittoni Ramos Reuillard Rita Lenira de Freitas Bittencourt

Referências

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