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Polinômios sobre corpos finitos. Mailine Martins Moraes

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Academic year: 2021

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DE GOI ´AS - C ˆAMPUS GOI ˆANIA

DEPARTAMENTO DE ´AREAS ACADˆEMICAS 2

Polinˆ

omios sobre corpos finitos

Por

Mailine Martins Moraes

ORIENTADORA:

Profa. Ms. Aline Mota de Mesquita Assis

Monografia de Especializa¸c˜ao em Matem´atica

GOI ˆANIA, GOI ´AS 2014

(2)

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAC¸ ˜AO, CIˆENCIA E TECNOLOGIA DE GOI ´AS - C ˆAMPUS GOI ˆANIA

Polinˆ

omios sobre corpos finitos

Por

Mailine Martins Moraes

´

Area de concentra¸c˜ao: ´Algebra

Orientadora: Profa. Ms. Aline Mota de Mesquita Assis

GOI ˆANIA, GOI ´AS 2014

(3)
(4)

A minha fam´ılia: Maria Zilmar, Rodimar, Iana e Pablo.

(5)

A Deus, por ter me dado for¸ca para continuar e superar os obst´aculos da vida e chegar at´e aqui.

`

A Professora Mestre Aline Mota de Mesquita Assis pela grande aten¸c˜ao, paciˆencia, dedica¸c˜ao que teve comigo durante as orienta¸c˜oes e pela amizade que proporcionou que nossos momentos juntas fossem t˜ao divertidos e prazerosos. Seu apoio foi fun-damental no meu desenvolvimento. Muito obrigada!

`

A minha famlia, em especial aos meus pais Maria Zilmar e Rodimar que sempre me apoiaram incondicionalmente, me incentivando a cada dia. `A minha irm˜a, Iana, pelos momentos de risada, descontra¸c˜ao e apoio. Eu os amo muito. Obrigada!

E ao meu namorado, Pablo, por sempre ter estado ao meu lado, ter me incetivado a continuar, n˜ao me deixando desanimar, me deu apoio, amor e carinho em todos os momentos e por ter sempre me auxiliado mesmo n˜ao sendo da mesma ´area. Eu te amo muito. Obrigada!

Aos meus amigos, Ana L´ucia, Brunna Brito, Kamila Andrade, Gabriella Barros, Pedro Rezende, Nara Reges, Igor Maciel que me apoiaram e me ampararam direta ou indiretamente e a todos os outros que se n˜ao citados aqui tamb´em est˜ao sendo lembrados no cora¸c˜ao. Muito obrigada!

Aos professores do Corpo Docente da Especializa¸c˜ao em especial aqueles com quem cursei alguma disciplina.

Aos meus colegas que, durante o per´ıodo de aula, tanto contribu´ıram para a minha forma¸c˜ao em momentos de estudo e nas conversas divertidas durantes os lanches da tarde.

(6)

A Banca Examinadora pela disponibilidade e aten¸c˜ao dispensada ao meu traba-lho.

(7)

Este trabalho tem por objetivo estudar polinˆomios sobre corpos finitos, classific´a-los e, de acordo com a ordem, descobrir a quantidade de polinˆomios mˆonicos irredut´ıveis em um corpo finito. Sendo ele uma pesquisa bibliogr´afica, inicia-se relembrando conceitos b´asicos de ´algebra necess´arios para seu desenvolvimento, como an´eis, po-linˆomios, grupos c´ıclicos, entre outros. Inicialmente, ´e apresentado o conceito de polinˆomios com coeficientes em um anel, como esses elementos se comportam e quais suas propriedades. Depois passa-se para uma estrutura mais completa, o corpo, mais especificamente, corpo finito. Nessa nova estrutura os polinˆomios continuam sendo o foco. Verifica-se a existˆencia de ra´ızes desses polinˆomios, bem como sua ordem, caracterizando-os em irredut´ıveis ou redut´ıveis. Por fim, ´e analisada a possibilidade de estender um corpo adjuntando novos elementos, a saber as ra´ızes de polinˆomios irredut´ıveis sobre este corpo, para ser poss´ıvel obter fatores dos polinˆomios antes irredut´ıveis que passam a ser redut´ıves na extens˜ao do corpo.

Palavras-chave: Extens˜oes de Corpos Finitos, Ordem de Polinˆomios, Polinˆomios Primitivos.

(8)

Abstract

This work aims to study polynomials over finite fields, rank them, and, according to their order, find the amount of monic irreducible polynomials in a finite field. Since it is a literature review, we begin by recalling basic concepts of algebra necessary for its development, such as rings, polynomials, cyclic groups, among others. Initially, we present the concept of polynomials with coefficients in a ring, how these elements behave and what their properties are. After that, we go to a more complete struc-ture, the field, more specifically, the finite field. In this new strucstruc-ture, polynomials remain as the focus. We verify the existence of these polynomials’ roots as well as their order, characterizing them as irreducible or reducible. Finally, we examine the possibility of extending the field by adding new elements, namely the roots of irreducible polynomials over this field, in order to make it possible to obtain prior irreducible factors of polynomials which become reducible in the extension of the field.

Keywords: Extensions of Finite Fields, Order Polynomials, Primitive Polynomials.

(9)

Introdu¸c˜ao 1

1 Polinˆomios com Coeficientes em um Anel 3

1.1 An´eis . . . 3 1.2 Anel de Polinˆomio . . . 6 1.3 Classes Residuais de Polinˆomios . . . 10

2 Corpos Finitos e Extens˜oes de Corpos 12

2.1 Introdu¸c˜ao a Corpos Finitos . . . 12 2.2 Tipos de Extens˜oes . . . 19 3 Ordem de Polinˆomios e Polinˆomios Primitivos 23

Conclus˜ao 35

Referˆencias Bibliogr´aficas 36

(10)

Introdu¸

ao

A Teoria dos corpos ´e um ramo da ´algebra abstrata que estuda as propriedades dos corpos. Um corpo ´e uma estrutura alg´ebrica em que a adi¸c˜ao, a subtra¸c˜ao, a multiplica¸c˜ao e a divis˜ao s˜ao bem-definidas.

Os corpos s˜ao importantes objetos de estudo na ´algebra visto constitu´ırem uma generaliza¸c˜ao ´util de muitos sistemas de n´umeros, como os n´umeros racionais, os n´umeros reais e os n´umeros complexos. Em particular, as regras usuais de associa-tividade, comutatividade e distributividade valem.

O conceito de corpo foi usado implicitamente por Niels Henrik Abel e ´Evariste Galois em seus trabalhos sobre solubilidade de equa¸c˜oes.

De acordo com a hist´oria, temos:

• 1871: Richard Dedekind deu o nome de corpo a um conjunto de n´umeros reais ou complexos que s˜ao fechados para as quatro opera¸c˜oes aritm´eticas.

• 1881: Leopold Kronecker definiu aquilo a que chamou dom´ınio de racionali-dade e que hoje ´e geralmente conhecido como corpo de polinˆomios.

• 1893: Heinrich Weber deu a primeira defini¸c˜ao clara de um corpo abstrato. • 1910: Ernst Steinitz publicou o influente artigo Algebraische Theorie der

K¨orper (alem˜ao: Teoria Alg´ebrica dos Corpos). Neste artigo ele estuda axi-omaticamente as propriedades dos corpos e define conceitos importantes da teoria dos corpos, como corpo primo, corpo perfeito e o grau de transcendˆencia de uma extens˜ao de corpo.

(11)

Galois ´e reconhecido como o primeiro matem´atico a unificar a teoria dos grupos e a teoria dos corpos, originando a designa¸c˜ao teoria de Galois. No entanto, foi Emil Artin quem primeiro desenvolveu a rela¸c˜ao entre grupos e corpos de forma mais aprofundada 1928 - 1942.

O presente trabalho aborda, usando conceitos e propriedades da ´algebra de an´eis de polinˆomios e corpos finitos, o estudo de polinˆomios sobre corpos finitos, clas-sificando e quantificando os polinˆomios em cada corpo. Sendo este uma revis˜ao bibliogr´afica de [4], o trabalho est´a organizado da seguinte forma. No Cap´ıtulo 1 ´e feito uma breve revis˜ao sobre a estrutura de an´eis, polinˆomios e suas principais propriedades que ser˜ao usados ao longo do trabalho. No Cap´ıtulo 2, apresentamos uma introdu¸c˜ao a corpos finitos, verifica-se a existˆencia de ra´ızes de polinˆomios e a possibilidade de extender um corpo adjuntando novos elementos. E no Cap´ıtulo 3 damos inicio ao estudo de polinˆomios sobre corpos finitos, classificando - os e, de acordo com a ordem, descobrindo a quantidade de polinˆomios mˆonicos irredut´ıveis em um corpo finito.

(12)

Cap´ıtulo 1

Polinˆ

omios com Coeficientes em

um Anel

1.1

An´

eis

Em matem´atica, um anel ´e uma estrutura alg´ebrica que consiste num conjunto mu-nido de duas opera¸c˜oes bin´arias (normalmente chamadas adi¸c˜ao e multiplica¸c˜ao, como veremos a seguir), onde cada opera¸c˜ao combina dois elementos para formar um terceiro. Neste cap´ıtulo, apresentaremos, em especial, os an´eis de polinˆomios, cujos elementos s˜ao polinˆomios na forma usual com coeficientes no anel dado. Apre-sentaremos tamb´em as propriedades e opera¸c˜oes de tais elementos, formando assim resultados que ser˜ao utilizados ao longo do trabalho.

Defini¸c˜ao 1.1. Um conjunto n˜ao vazio A ´e dito um anel se em A est˜ao definidas duas opera¸c˜oes, indicadas por + (chamada adi¸c˜ao) e · (chamada multiplica¸c˜ao), denotado por (A, +, ·), tais que para todo a, b, c ∈ A tem-se:

i) a + b ∈ A (A ´e fechado para a adi¸c˜ao) ii) a + b = b + a (Comutatividade da adi¸c˜ao)

iii) (a + b) + c = a + (b + c) (Associatividade da adi¸c˜ao)

iv) Existe 0 ∈ A tal que a + 0 = a, para todo a ∈ A (Elemento neutro da adi¸c˜ao)

(13)

v) Existe −a ∈ A tal que a + (−a) = 0 (Elemento inverso da adi¸c˜ao) vi) a · b ∈ A (A ´e fechado para a multiplica¸c˜ao)

vii) a · (b · c) = (a · b) · c (Associatividade da multiplica¸c˜ao)

viii) a · (b + c) = a · b + a · c e (b + c) · a = b · a + c · a (Leis distributivas)

Da defini¸c˜ao temos que A ´e um grupo abeliano com rela¸c˜ao a adi¸c˜ao (itens i ao v) e ´e um conjunto fechado com rela¸c˜ao `a multiplica¸c˜ao (itens vi e vii). Se em rela¸c˜ao `a multiplica¸c˜ao de A temos que a · b = b · a, para todo a, b ∈ A, ent˜ao A ´e um anel comutativo e se existe 1 ∈ A tal que a · 1 = 1 · a = a, para todo a ∈ A, ent˜ao A ´e um anel com elemento unidade.

Observa¸c˜ao 1.2. No que segue denotaremos a · b por ab, com a e b elementos de um anel.

Exemplo 1.3. A = Z ´e um anel comutativo com elemento unidade, com as opera¸c˜oes usuais de adi¸c˜ao e multiplica¸c˜ao dos inteiros, pois para todo a, b ∈ Z temos ab = ba e o n´umero 1, sendo o elemento neutro da multiplica¸c˜ao, ´e o elemento unidade de Z.

Exemplo 1.4. A = {x; x = 2a, ∀a ∈ Z} ´e um anel comutativo mas n˜ao unit´ario, pois para todo x, y ∈ A, x = 2a e y = 2b com a, b ∈ Z, temos que

xy = (2a)(2b) = (2a)(b2) = 2(ab)2 = 2(ba)2 = (2b)(2a) = yx, uma vez que o anel dos inteiros ´e comutativo.

Defini¸c˜ao 1.5. Se A ´e um anel comutativo, ent˜ao a ∈ A, com a 6= 0, ´e dito um divisor de zero se existe b ∈ A, tal que ab = 0.

Exemplo 1.6. O anel comutativo Z6 =0, 1, 2, 3, 4, 5 tem o divisor de zero a = 2,

pois para b = 3 ∈ Z temos ab = 6 = 0 em Z6.

Defini¸c˜ao 1.7. Um anel comutativo ´e um dom´ınio de integridade se n˜ao possui divisores de zero.

(14)

5

Exemplo 1.8. O anel dos inteiros Z ´e um dom´ınio de integridade, pois ´e comutativo e n˜ao existem a, b ∈ Z∗ tal que ab = 0.

Defini¸c˜ao 1.9. Um anel A tal que A∗ ´e um grupo multiplicativo ´e dito anel de divis˜ao.

Exemplo 1.10. O anel dos racionais Q ´e um anel de divis˜ao, pois todo n´umero racional n˜ao nulo possui o inverso em rela¸c˜ao `a multiplica¸c˜ao. Deste modo, Q∗ ´e um grupo multiplicativo.

Defini¸c˜ao 1.11. Seja (A, +, ·) um anel de divis˜ao comutativo, dizemos que este anel ´e um corpo se, (A, +) e (A∗, ·) s˜ao grupos abelianos. Denotaremos por K um corpo. Exemplo 1.12. S˜ao exemplos de corpos:

i) R, o corpo dos reais com as opera¸c˜oes usuais de adi¸c˜ao e multiplica¸c˜ao.

ii) Q = {ab; a, b ∈ Z, b 6= 0} ´e o corpo dos racionais com as opera¸c˜oes usuais de

adi¸c˜ao e multiplica¸c˜ao.

Defini¸c˜ao 1.13. Seja (A, +, ·) um anel e I um subconjunto n˜ao vazio de A. Dizemos que I ´e um ideal de A se:

i) x + y ∈ I, para todo x, y ∈ I

ii) ax ∈ I, para todo x ∈ I e para todo a ∈ A.

Se al´em do item (ii) da Defini¸c˜ao 1.13, tamb´em for satisfeito xa ∈ I, para todo x ∈ I e para todo a ∈ A, dizemos que I ´e um ideal bilateral.

Exemplo 1.14. Seja n ≥ 0 um inteiro. Ent˜ao o subconjunto nZ = {nz; z ∈ Z}

´e um ideal do anel dos inteiros Z, pois para quaisquer na, nb ∈ nZ e x ∈ Z temos, na + nb = n(a + b) ∈ nZ e (na)x = n(ax) ∈ nZ.

(15)

1.2

Anel de Polinˆ

omio

Sabe-se que um monˆomio em uma vari´avel ´e da forma axn, com a ∈ A e n ∈ Z +,

sendo x a vari´avel e A um anel. ´E atrav´es deste que ´e definido, a seguir, polinˆomio sobre uma vari´avel e logo depois anel de polinˆomios.

Defini¸c˜ao 1.15. Um polinˆomio em uma vari´avel x ´e uma s´erie finita de monˆomios em uma vari´avel da forma

p(x) = anxn+ · · · + a1x + a0,

onde ai ∈ A, sendo A um anel.

Exemplo 1.16. Exemplos de polinˆomios em uma vari´avel sobre o anel dos inteiros: 1) p(x) = 3x4+ x5+ x2+ x + 1

2) p(y) = 7y3+ 2y2+ 4y + 5.

Sejam A um anel e x uma vari´avel. Um polinˆomio p(x) com coeficientes em A na vari´avel x ´e uma express˜ao do tipo

p(x) =

n

X

i=0

aixi = a0+ a1x + · · · + anxn,

onde n ´e um inteiro n˜ao negativo e os ai s˜ao elementos de A.

O conjunto de todos os polinˆomios na vari´avel x com coeficientes em A ser´a denotado por A[x]. Note que A ⊂ A[x].

Se p(x) = n P i=0 aixi, q(x) = m P j=0

bjxj ∈ A[x], definem-se as opera¸c˜oes de adi¸c˜ao e

multiplica¸c˜ao em A[x], como se segue:

p(x) + q(x) = max{n,m} X i=0 (ai+ bi)xi, p(x) · q(x) = n+m X i=0 cixi,

(16)

7 onde c0 = a0b0, c1 = a0b1+ a1b0, .. . ci = i X j=0 ajbi−j = a0bi+ a1bi−1+ · · · + aib0, .. . cn+m = anbm.

O polinˆomio p(x) + q(x) ´e chamado de soma de p(x) e q(x), enquanto que o polinˆomio p(x) · q(x), tamb´em denotado por p(x)q(x), ´e o seu produto. Note que essas opera¸c˜oes, quando restritas a A, coincidem com a adi¸c˜ao e multiplica¸c˜ao em A. Ent˜ao, ´e f´acil ver que, com essas opera¸c˜oes assim definidas, A[x] ´e um anel, chamado anel de polinˆomios.

Defini¸c˜ao 1.17. Seja A um anel e f (x) = anxn+ · · · + a1x + a0 ∈ A[x] com an6= 0.

O inteiro n se chama o grau de f (x) e denotaremos por gr(f (x)). O coeficiente an se chama o coeficiente l´ıder de f (x). Quando o coeficiente l´ıder for igual a 1, o

polinˆomio ´e dito mˆonico.

Exemplo 1.18. p(x) = x3+ 2x2+ x + 1 ´e um polinˆomio mˆonico de grau 3 em Z[x].

Proposi¸c˜ao 1.19. (Algoritmo da Divis˜ao) Considere dois polinˆomios f (x), g(x) ∈ A[x], com g(x) 6= 0. Ent˜ao existem dois ´unicos polinˆomios t(x), r(x) ∈ A[x] tais que

f (x) = t(x)g(x) + r(x), onde r(x) = 0 ou gr(r(x)) < gr(g(x)).

Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 20 de [4].

Exemplo 1.20. Considere f (x) = 2x5+ x4+ 4x + 3 ∈ Z

5[x], g(x) = 3x2+ 1 ∈ Z5[x].

(17)

modo que f = qg + r. Assim, divindo f por g encontramos q(x) = 4x3+ 2x2+ 2x + 1

e r(x) = 2x + 2, e obviamente gr(r(x)) < gr(g(x)).

Defini¸c˜ao 1.21. Um polinˆomio p(x) ∈ K[x] ´e dito irredut´ıvel sobre K (ou irredut´ıvel em K[x]) se p tem grau positivo e

p(x) = b(x)c(x)

com b, c ∈ K[x], implica que b ou c ´e um polinˆomio constante.

Observa¸c˜ao 1.22. Para que um polinˆomio (de grau > 1) seja irredut´ıvel sobre um corpo K n˜ao ´e suficiente mas ´e necess´ario que ele n˜ao admita ra´ızes em K. Em linguagem simb´olica:

irredutibilidade sobre K ⇒ n˜ao existˆencia de ra´ızes em K.

A rec´ıproca n˜ao ´e verdadeira. Considere dois polinˆomios quadr´aticos f (x), g(x) ∈ R[x] sem ra´ızes em R, onde

f (x) = x2+ 2 e g(x) = x2+ 1. Ent˜ao,

h(x) = f (x)g(x) = (x2+ 2)(x2+ 1) = x4+ 3x2+ 2

n˜ao admite ra´ızes reais e, no entanto, ´e redut´ıvel. A n˜ao equivalˆencia da implica¸c˜ao acima n˜ao a desfavorece teoricamente. ´E importante tamb´em ressaltar que para polinˆomios de grau 2 e 3 a implica¸c˜ao acima torna-se uma equivalˆencia, ou seja,

irredutibilidade sobre K ⇔ n˜ao existˆencia de ra´ızes em K. Exemplo 1.23. O polinˆomio p(x) = x2 + x + 1 ´e irredut´ıvel em Z

2[x], pois n˜ao

possui ra´ızes em Z2[x]. Com feito, p(0) = p(1) = 0.

Teorema 1.24. (Teorema da Fatora¸c˜ao ´Unica Para polinˆomios) Todo polinˆomio mˆonico em K[x], n˜ao constante e n˜ao irredut´ıvel, se escreve como produto de po-linˆomios de K[x] irredut´ıveis e mˆonicos. Essa escrita ´e ´unica a menos da ordem dos fatores.

(18)

9

Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 42 de [2].

Corol´ario 1.25. Para todo polinˆomio f (x) ∈ K[x]\K existem n ≥ 1 polinˆomios mˆonicos irredut´ıveis distintos p1(x), . . . , pn(x), inteiros positivos α1, . . . , αn e a ∈ K∗

tais que

f (x) = p1(x)α1· · · pn(x)αn.

Essa escrita ´e ´unica a menos da ordem dos fatores.

Defini¸c˜ao 1.26. Dois ou mais polinˆomios s˜ao relativamente primos se, quando fatorados, n˜ao possuem nenhum fator em comum.

Exemplo 1.27. Os polinˆomios

p(x) = 3x2+ 21x + 18 e q(x) = 5x + 10

pertencentes a R[x], podem ser fatorados como

p(x) = 3(x + 1)(x + 6) e q(x) = 5(x + 2),

assim p(x) e q(x) s˜ao relativamente primos, pois n˜ao possuem nenhum fator em comum quando fatorados. J´a os polinˆomios

f (x) = x2− x − 2 e h(x) = 7x + 14 pertencentes a R[x], podem ser fatorados como

f (x) = (x + 1)(x − 2) e h(x) = 7(x + 1),

assim f (x) e h(x) n˜ao s˜ao relativamente primos, pois possuem o fator (x + 1) em comum quando s˜ao fatorados.

Proposi¸c˜ao 1.28. Sejam A um anel, f (x) ∈ A[x] e α ∈ A. Ent˜ao f (α) = 0, se e somente se, existe um polinˆomio t(x) ∈ A[x] tal que f (x) = (x − α)t(x).

Demonstrac¸˜ao: Pela Proposi¸c˜ao 1.19, sabemos que existem t(x), r(x) ∈ A[x] tais que f (x) = (x − α)t(x) + r(x) com grr(x) < gr(x − α) = 1 ou r(x) = 0, isto ´e, com r(x) uma constante. Ent˜ao f (α) = (α − α)t(α) + r(α) = r(α) = r(x). Portanto f (α) = 0 se e somente se r(x) = 0 se e somente se f (x) = (x − α)t(x).

(19)

Defini¸c˜ao 1.29. Sejam A um anel, f (x) ∈ A[x], α ∈ A, e um inteiro s ≥ 1. Dizemos que α ´e uma raiz de f (x) de multiplicidade s se (x − α)s divide f (x) mas (x − α)s+1 n˜ao divide f (x). Quando s = 1 dizemos que α ´e uma raiz simples de f (x).

Exemplo 1.30. Seja p(x) = x2 + 2x + 1 ∈ R[x]. Temos que α = −1 ´e ra´ız de

multiplicidade s = 2 de p(x), pois (x − (−1))2 = (x + 1)2 divide p(x), mas (x + 1)3 n˜ao divide p(x).

1.3

Classes Residuais de Polinˆ

omios

Defini¸c˜ao 1.31. Definimos a classe residual de um polinˆomio mˆonico p(x) de grau n em K[x] por:

Kp(x)[x] = {r(x) : r(x) ∈ K[x], com r(x) = 0 ou gr(r(x)) < n}.

Teorema 1.32. O anel Kp(x)[x] ´e um corpo se, e somente se, o polinˆomio p(x) ´e

irredut´ıvel.

Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 9 de [6].

Seja dado K = Zp, onde p ´e um n´umero primo positivo. Se p(x) ∈ K[x] ´e um

polinˆomio irredut´ıvel de grau n, ent˜ao como Kp(x)[x] ´e formado pelas classes de

polinˆomios

i−1

P

i=0

aixi ∈ K[x] e dois polinˆomios de graus menores do que n d˜ao origem

a classes distintas, temos que o corpo Kp(x)[x] tem pn elementos.

Exemplo 1.33. Se K = Z2, ent˜ao p(x) = x3+ x + 1 ´e um polinˆomio irredut´ıvel em

K[x]. Logo, podemos construir um corpo com 8 elementos, a saber: Kp(x)[x] = {0, 1, x, x2, 1 + x, 1 + x2, x + x2, 1 + x + x2}.

Nesse caso, temos que

0 = x3+ x + 1 = x3+ x + 1.

(20)

11

Tabela 1.1: Tabela da adi¸c˜ao

+ 0 1 x x2 1 + x 1 + x2 x + x2 1 + x + x2 0 0 1 x x2 1 + x 1 + x2 x + x2 1 + x + x2 1 1 0 1 + x 1 + x2 x x2 1 + x + x2 x + x2 x x 1 + x 0 x + x2 1 1 + x + x2 x2 1 + x2 x2 x2 1 + x2 x + x2 0 1 + x + x2 1 x 1 + x 1 + x 1 + x x 1 1 + x + x2 0 x + x2 1 + x2 x2 1 + x2 1 + x2 x2 1 + x + x2 1 x + x2 0 1 + x x x + x2 x + x2 1 + x + x2 x2 x 1 + x2 1 + x 0 1 1 + x + x2 1 + x + x2 x + x2 1 + x2 1 + x x2 x 1 0

Tabela 1.2: Tabela da multiplica¸c˜ao

• 0 1 x x2 1 + x 1 + x2 x + x2 1 + x + x2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 x x2 1 + x 1 + x2 x + x2 1 + x + x2 x 0 x x2 1 + x x + x2 1 1 + x + x2 1 + x2 x2 0 x2 1 + x x + x2 1 + x + x2 x 1 + x2 1 1 + x 0 1 + x x + x2 1 + x + x2 1 + x2 x2 1 x 1 + x2 0 1 + x2 1 x x2 1 + x + x2 1 + x x + x2 x + x2 0 x + x2 1 + x + x2 1 + x2 1 1 + x x x2 1 + x + x2 0 1 + x + x2 1 + x2 1 x x + x2 x2 1 + x

(21)

Corpos Finitos e Extens˜

oes de

Corpos

Um corpo ´e uma estrutura alg´ebrica em que a adi¸c˜ao, a subtra¸c˜ao, a multi-plica¸c˜ao e a divis˜ao s˜ao bem definidas. Neste cap´ıtulo apresentaremos os corpos finitos, que s˜ao corpos cujo conjunto dos seus elementos ´e finito; e tamb´em corpo de decomposi¸c˜ao de um polinˆomio, que ´e uma extens˜ao do corpo que cont´em os coeficientes do polinˆomio e ´e onde este polinˆomio se decomp˜oe, ou seja, ´e fatorado.

2.1

Introdu¸

ao a Corpos Finitos

Lembremos que um anel A ´e um corpo se (A, ∗) e (A, +) s˜ao grupos abelianos. Defini¸c˜ao 2.1. Um corpo K ´e dito de caracter´ıstica 0 se pa 6= 0, onde a ∈ K∗ e p ∈ Z∗+. E K tem caracter´ıstica finita p ∈ Z∗+ se pa = 0, ∀a ∈ K, onde p ´e o menor

inteiro tal que isso acontece.

Exemplo 2.2. Q ´e um corpo de caracter´ıstica 0, pois n˜ao existe um elemento a ∈ Q∗ e algum p ∈ Z∗+ tal que pa = 0.

Exemplo 2.3. Zp ´e um corpo finito com caracter´ıstica p, onde

Zp = {0, 1, 2, 3, . . . , p − 1} .

(22)

13

Tome a = 1 ∈ Zp, ent˜ao pa = p1 = 0.

Teorema 2.4. Seja A um anel comutativo com caracter´ıstica prima p. Ent˜ao: (a ± b)pn = apn ± bpn

para todo a, b ∈ A e n ∈ N.

Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 16 de [4].

Proposi¸c˜ao 2.5. Todo corpo finito tem caracter´ıstica p, para algum p primo. Demonstrac¸˜ao: Seja m 6= 0 a caracter´ıstica de um corpo finito e 1 a unidade desse corpo. Suponha que m = pq, com p e q inteiros, onde 1 < p ≤ q < m. Ent˜ao m1 = 0, desenvolvendo o produto temos

m1 = p1 · q1 = 0,

assim p1 = 0 ou q1 = 0, o que ´e um absurdo, pois m ´e o menor valor tal que isso acontece. Ent˜ao m n˜ao pode ser fatorado, ou seja, m ´e um n´umero primo.

Lema 2.6. Seja K um corpo finito qualquer. Para cada n´umero natural n, existe pelo menos um polinˆomio irredut´ıvel de grau n em K[x].

Demonstrac¸˜ao: A demonstra¸c˜ao deste Lema ´e feita por indu¸c˜ao sobre n, e pode ser encontrada em [2] p´agina 70.

Proposi¸c˜ao 2.7. Para cada primo p e um inteiro positivo n, existe um corpo de ordem pn.

Demonstrac¸˜ao: Para todo primo positivo p e todo inteiro positivo n, existe, pelo Lema 2.6, um polinˆomio irredut´ıvel f (x) ∈ Zp[x] de grau n; logo, o corpo

K = Zp[x]f (x) ´e um dos corpos procurados, pois tem pn elementos.

Proposi¸c˜ao 2.8. Dois corpos finitos de mesma ordem s˜ao isomorfos. Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 72 de [2].

(23)

Defini¸c˜ao 2.9. Fq[x] ´e um corpo finito de polinˆomios em uma vari´avel, onde q = pn,

p ´e um n´umero primo, e denotamos por:

Fq[x] = {αnxn+ αn−1xn−1+ · · · + α1x + α0 / αi ∈ Fq, 0 ≤ i ≤ n}.

Exemplo 2.10. O corpo finito constru´ıdo em 1.33 ´e o corpo F8[x].

Teorema 2.11. Para cada corpo finito Fq o grupo multiplicativo F∗q de elementos

ao nulos de Fq ´e c´ıclico.

Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 42 de [4].

Observa¸c˜ao 2.12. Se um corpo ´e c´ıclico ent˜ao ele ´e gerado por algum elemento, denotaremos por F∗q = hαi o corpo c´ıclico gerado por α.

Defini¸c˜ao 2.13. Seja K um corpo, F ⊆ K ´e um subcorpo de K quando F ´e um subconjunto n˜ao vazio de K, tal que, (F, +) ´e um subgrupo de (K, +) e (F∗, ·) ´e um subgrupo de (K∗, ·).

Defini¸c˜ao 2.14. Um corpo K ´e chamado uma extens˜ao de F se F ´e um subcorpo de K. E se um polinˆomio f (x) ∈ F[x] pode ser fatorado em produtos de fatores lineares em K, ou seja, se f (x) tem todas as ra´ızes em K, ent˜ao dizemos que K ´e um corpo de decomposi¸c˜ao de f (x) sobre F.

Seja K uma extens˜ao de F e seja S um subconjunto de K. Denonte por K(S) o menor subcorpo de K que cont´em F e S. Esta ´e, evidentemente, a intersec¸c˜ao de todos os subcorpos de K que cont´em F e S. O corpo F(S) ´e uma extens˜ao de F e dizemos que ele ´e obtido pela adjun¸c˜ao de S a F.

Sejam S e T subconjuntos de K. Ent˜ao:

F(S ∪ T ) = F(S)(T ) = F(T )(S).

Se S ´e um cojunto finito, digamos S = {a1, . . . , an}, denotaremos F(S) por F(a1, . . . , an).

Se K ´e uma extens˜ao de F, ent˜ao ele ´e um espa¸co vetorial sobre F. Este tem uma dimens˜ao sobre F, que pode ser infinita. Tal dimens˜ao ´e chamada grau de K sobre F e denotada por [K : F].

(24)

15

Teorema 2.15. Se L ´e uma extens˜ao de F e K ´e uma extens˜ao de L, ent˜ao [K : F] = [L : F][K : L].

Demonstrac¸˜ao: Sejam a1, . . . , am elementos de K linearmente independentes

so-bre L e sejam b1, . . . , bnelementos de L linearmente independentes sobre F. Devemos

mostrar que os mn produtos aibj, i = 1, . . . , m, j = 1, . . . , n s˜ao linearmente

inde-pendentes sobre F. Suponha que

m X i=1 n X j=1 cijaibj = 0,

onde cada cij ∈ F. Ent˜ao

m X i=1 n X j=1 cijbj ! ai = 0

e assim para cada i,

n X j=1 cijbj ∈ L, logo, n X j=1 cijbj = 0, i = 1, . . . , m.

Portanto, cij = 0 para cada i e cada j. Foi provado que a f´ormula do Teorema vale

sempre que [K : L] e [L : F] s˜ao infinitos. Suponha que ambos s˜ao finitos e que m = [K : L] e n = [L : F]. Ent˜ao {a1, . . . , am} ´e a base de K sobre L e {b1, . . . , bn}

´e a base de L sobre F. Seja d ∈ K. Ent˜ao d =

m

X

i=1

µiai,

onde cada µi ∈ L e para i = 1, . . . , m,

ei = n

X

j=1

ξijbj,

onde cada ξij ∈ F. Portanto,

d = m X i=1 n X j=1 ξijaibj,

(25)

e assim os mn produtos de aibi geram K como um espa¸co vetorial sobre F. Uma vez

que j´a foi mostrado que eles s˜ao linearmente independentes sobre F, eles formam uma base de K sobre F.

Lema 2.16. Seja f (x) ∈ Fq[x] um polinˆomio irredut´ıvel sobre o corpo finito Fq e seja

α uma raiz de f na extens˜ao do corpo Fq. Ent˜ao para um polinˆomio h(x) ∈ Fq[x],

temos h(α) = 0, se e somente se, f divide h. Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 47 de [4].

Lema 2.17. Seja f (x) ∈ Fq[x] um polinˆomio irredut´ıvel sobre Fq de grau m. Ent˜ao

f (x) divide xqn − x, se e somente se, m divide n.

Demonstrac¸˜ao: Suponha que f (x) divide xqn− x. Seja α uma raiz de f no corpo de decomposi¸c˜ao de f sobre Fq. Ent˜ao αq

n

= α, de modo que α ∈ Fqn. Segue-se que

Fq(α) ´e um subcorpo de Fqn. Mas, uma vez que [Fq(α) : Fq] = m e [Fqn : Fq] = n,

pelo Teorema 2.15 temos que m divide n. Reciprocamente, se m divide n, ent˜ao Fqn

cont´em Fqm como um subcorpo. Se α ´e uma ra´ız de f no corpo de decomposi¸c˜ao de

f sobre Fq, ent˜ao [Fq(α) : Fq] = m, de modo que Fq(α) = Fqm. Consequentemente,

temos α ∈ Fqn, por isso αq n

= α, e assim α ´e uma raiz de xqn

−x ∈ Fq(x). Deduzimos

do Lema 2.16 que f (x) divide xqn− x.

Teorema 2.18. Se K ´e um corpo finito com p elementos, ent˜ao qualquer a ∈ K satisfaz ap = a.

Demonstrac¸˜ao: A identidade ap = a ´e trivial para a = 0. Por outro lado, elementos n˜ao nulos de K formam um grupo em rela¸c˜ao `a multiplica¸c˜ao, de ordem p − 1. Assim ap−1= 1, para todo a ∈ K com a 6= 0, e multiplicando por a ambos os

lados da igualdade obt´em-se ap = a.

Teorema 2.19. Se f (x) ´e um polinˆomio irredut´ıvel em Fq[x] de grau m, ent˜ao f

tem uma raiz α em Fqm. Al´em disso, todas as ra´ızes de f s˜ao simples e s˜ao dadas

por m elementos distintos α, αq, αq2

, . . . , αqm−1

(26)

17

Demonstrac¸˜ao: Seja α uma raiz de f em Fq(α), o corpo de decomposi¸c˜ao de f

sobre Fq. Ent˜ao [Fq(α) : Fq] = m, assim Fq(α) = Fqm, e em particular α ∈ Fqm. A

seguir mostramos que se β ∈ Fqm ´e uma raiz de f , ent˜ao βq ´e tamb´em uma raiz de

f . Escreva f (x) = amxm+ · · · + a1x + a0 com ai ∈ Fq para 0 ≤ i ≤ m. Ent˜ao,

usando Teorema 2.18 e Teorema 2.4 temos:

f (βq) = amβqm+ · · · + a1βq+ a0

= aqmβqm+ · · · + aq1βq+ aq0 = (amβm+ · · · + a1β + a0)q

= f (β)q = 0.

Deste modo, os elementos α, αq, αq2, . . . , αqm−1 ao ra´ızes de f . Resta provar que

esses elementos s˜ao distintos. Suponha, por contradi¸c˜ao, que αqj

= αqk

para alguns inteiros j e k com 0 ≤ j < k ≤ m − 1. Elevando esta identidade a potˆencia qm−k,

temos:

αqm−k+j = αqm = α.

Segue ent˜ao, a partir do Lema 2.16, que f (x) divide xqm−k+j

− x. Pelo Lema 2.17 isso s´o ´e poss´ıvel se m divide m − k + j. Mas temos 0 < m − k + j < m, o que resulta em uma contradi¸c˜ao. Portanto, as ra´ızes α, αq, αq2

, . . . , αqm−1

s˜ao distintas.

Corol´ario 2.20. Seja f (x) um polinˆomio irredut´ıvel em Fq[x] com grau m. Ent˜ao

o corpo de decomposi¸c˜ao de f sobre Fq ´e dado por Fqm.

Demonstrac¸˜ao: Pelo Teorema 2.19 temos que f decomp˜oe-se em Fqm. Al´em

disso, Fq(α, αq, αq

2

, . . . , αqm−1

) = Fq(α) = Fqm para uma raiz α de f em Fqm, onde

a segunda identidade ´e feita a partir do Teorema 2.19.

Defini¸c˜ao 2.21. Seja Fqm uma extens˜ao de Fq e seja α ∈ Fqm. Ent˜ao os elementos

α, αq, αq2

, . . . , αqm−1

(27)

Teorema 2.22. Os conjugados de α ∈ F∗q com rela¸c˜ao a qualquer subcorpo de Fq

tem a mesma ordem no grupo F∗q.

Demonstrac¸˜ao: Primeiramente notemos que: em um grupo c´ıclico finito hai de ordem m, o elemento ak gera um subgrupo de ordem m/mdc(k, m). De fato, seja d = mdc(k, m). A ordem de ak ´e o menor inteiro positivo n tal que akn = e,

sendo e o elemento neutro do grupo. A ´ultima identidade ´e v´alida, se e somente se, m divide kn, ou equivalentemente, se e somente se, m/d divide n. Ent˜ao o menor inteiro positivo n com essa propriedade ´e n = m/d. Visto que pelo Teorema 2.11, F∗q ´e um grupo c´ıclico , pela afirma¸c˜ao acima e o fato de que toda potˆencia

da caracter´ıstica de Fq ´e relativamente prima com a ordem q − 1 de F∗q, temos que

α, αq, . . . , αqm−1

tem ordem q − 1.

Defini¸c˜ao 2.23. Sejam K uma extens˜ao de F e a ∈ K. Dizemos que a ´e alg´ebrico sobre F se existe um polinˆomio n˜ao-nulo f (x) ∈ F[x] talque, f (a) = 0.

Defini¸c˜ao 2.24. Se θ ∈ K ´e alg´ebrico sobre F, ent˜ao o polinˆomio mˆonico unicamente determinado g(x) ∈ K[x] que gera o ideal J = {f ∈ K[x]; f (θ) = 0} de K[x] ´e chamado de polinˆomio minimal ou polinˆomio irredut´ıvel de θ sobre K. Pelo grau de θ sobre K temos o grau de g(x).

Defini¸c˜ao 2.25. O gerador do grupo c´ıclico Fq ´e chamado elemento primitivo de Fq.

Defini¸c˜ao 2.26. Para α ∈ F = Fqm e K = Fq, a norma, N

F/K(α), e o tra¸co,

T rF/K(α), de α sobre K s˜ao definidos, respectivamente, por: i) NF/K(α) = ααq· · · αqm−1

= α(qm−1)/(q−1)

; ii) T rF/K(α) = α + αq+ · · · + αqm−1.

Defini¸c˜ao 2.27. Sejam K corpo finito e F uma extens˜ao finita de K. Ent˜ao as duas bases {α1, . . . , αm} e {β1, . . . , βm} de F sobre K s˜ao ditas bases duais (ou

(28)

19

complementares) se para 1 ≤ i, j ≤ m, temos

T rF/K(αiβj) =    0, se i 6= j 1, se i = j

2.2

Tipos de Extens˜

oes

Defini¸c˜ao 2.28. Uma extens˜ao K de F ´e chamada extens˜ao finita de F se [K : F] ´e finito.

Se K ´e uma extens˜ao finita de F e se {a1, . . . , an} ´e uma base de K sobre F, ent˜ao

todo elemento de K pode ser escrito na forma

n

X

i=1

biai, b1, . . . , bn ∈ F.

Uma vez que essa soma est´a em F(a1, . . . , an) temos K = F(a1, . . . , an).

Defini¸c˜ao 2.29. Uma extens˜ao K de F ´e chamada uma extens˜ao simples de F se K = F(a) para algum a ∈ K.

Defini¸c˜ao 2.30. Uma extens˜ao K de F ´e chamada extens˜ao alg´ebrica de F se cada elemento de K ´e alg´ebrico sobre F.

Teorema 2.31. Se K ´e uma extens˜ao finita de F ent˜ao K ´e uma extens˜ao alg´ebrica de F.

Demonstrac¸˜ao: Seja [K : F] = n. Se a ∈ K ent˜ao os n+1 elementos 1, a, a2, . . . , an de K s˜ao linearmente independentes sobre F. Portanto h´a elementos c0, c1, . . . , cn∈

F tal que c0 + c1a + · · · + cnan = 0 e pelo menos um dos ci ´e n˜ao-nulo. Ent˜ao

f (x) = c0+ c1x + · · · + cnxn´e um polinˆomio n˜ao-nulo em F[x] tal que f (a) = 0.

Teorema 2.32. Seja K uma extens˜ao de F e seja a ∈ K alg´ebrico sobre F. Ent˜ao existe um ´unico polinˆomio mˆonico irredut´ıvel p(x) ∈ F tal que p(a) = 0. Se g(x) ´e um polinˆomio qualquer em F[x] tal que g(a) = 0, ent˜ao p(x) divide g(x). Al´em disso, F(a) = F[a] e, de fato, todo elemento de F(a) pode ser escrito unicamente na forma r(a) onde r(x) ∈ F[x] e r(x) = 0 ou gr(r(x)) < gr(p(x)).

(29)

Demonstrac¸˜ao: Defina a aplia¸c˜ao ψ de K[x] em K[a] por ψ(f (x)) = f (a). ´E f´acil ver que ψ ´e um homomorfismo de K[x] em K[a]. Como a ´e alg´ebrico sobre K, o n´ucleo de ψ ´e um ideal n˜ao nulo de K[x]. Todo ideal de K[x] ´e um ideal principal, portanto o n´ucleo de ψ ´e gerado por p(x), onde podemos supor que p(x) ´e mˆonico. Como K[x]/ hp(x)i ´e isomorfo a K[a], ent˜ao ele ´e um dom´ınio de integridade. Por isso hp(x)i ´e um ideal primo, o que implica que p(x) ´e irredut´ıvel em K[x]; na verdade, p(x) ´e o ´unico polinˆomio mˆonico irredut´ıvel no ideal hp(x)i. Uma vez que cada ideal primo diferente de zero de K[x] ´e maximal, K[x]/ hp(x)i ´e um corpo e o mesmo ´e verdadeiro para K[a]. Assim, K(a) = K[a]. Para completar a prova, basta ver que todas as classes de res´ıduos h(x) + hp(x)i de (p(x)) em K[x] cont´em um ´unico representante r(x) onde r(x) = 0 ou gr(r(x)) < gr(p(x)).

Corol´ario 2.33. Seja K uma extens˜ao de F e seja a ∈ K. Se a ´e alg´ebrico sobre F ent˜ao F(a)/F ´e finita e consequentemente alg´ebrica.

Demonstrac¸˜ao: Seja n o grau do polinˆomio irredut´ıvel sobre F que tem a como ra´ız. Ent˜ao pelo Teorema 2.32, 1, a, a2, . . . , an−1 formam uma base finita de F(a)

sobre F. Portanto, F(a)/F ´e finita e pelo Teorema 2.31, ´e tamb´em alg´ebrica.

Corol´ario 2.34. Seja K uma extens˜ao de F e suponha que a1, . . . , an ∈ K s˜ao

alg´ebricos sobre F. Ent˜ao F(a1, . . . , an)/F ´e finita e consequentemente alg´ebrica.

Demonstrac¸˜ao: Por indu¸c˜ao sobre n. Pelo Corol´ario 2.33 o resultado ´e verdadeiro quando n = 1. Suponha que n > 1 e que o Corol´ario ´e verdadeiro quando n ´e substitu´ıdo por n − 1. Ent˜ao [F(a1, . . . , an−1) : F] ´e finita. Como an´e alg´ebrico sobre

F, e como F[x] ⊆ F(a1, . . . , an−1)[x], an ´e alg´ebrico sobre F(a1, . . . , an−1). Assim,

pelo Corol´ario 2.33, [F(a1, . . . , an−1, an) : F(a1, . . . , an−1)] ´e finita. Mas usando o

Teorema 2.15, [F(a1, . . . , an) : F] = [F(a1, . . . , an) : F(a1, . . . , an−1)][F(a1, . . . , an−1) :

F]. Portanto, F(a1, . . . , an)/F ´e finita e alg´ebrica.

(30)

21

divis´ıvel por p e ξ uma raiz n-´esima primitiva da unidade sobre K. Ent˜ao o polinˆomio Qn(x) =

n

Y

s=1

(x − ξs)

´e chamado o n-´esimo polinˆomio ciclotˆomico sobre K, onde o mdc(s, n) = 1.

Defini¸c˜ao 2.36. Seja n um inteiro positivo. O corpo de decomposi¸c˜ao de xn− 1 sobre um corpo K ´e chamado n-´esimo corpo ciclotˆomico sobre K e ´e denotado por Kn. As ra´ızes de xn− 1 em Kn s˜ao chamadas ra´ızes n-´esimas da unidade sobre K. Defini¸c˜ao 2.37. Seja n ∈ Z+, a Fun¸c˜ao ϕ de Euler, denotada por ϕ(n), ´e definida como sendo o n´umero de inteiros positivos menores do que n que s˜ao relativamente primos com n, ou seja,

ϕ(n) = |{1 ≤ k < n; mdc(n, k) = 1}| .

Teorema 2.38. O corpo ciclotˆomico Kn ´e uma extens˜ao alg´ebrica simples de K.

Al´em disso:

i) Se K = Q, ent˜ao o polinˆomio ciclotˆomico Qn ´e irredut´ıvel sobre K e

[Kn: K] = ϕ(n), onde ϕ(n) ´e a Fun¸c˜ao de Euler.

ii)Se K = Fq com mdc(q, n) = 1,ent˜ao Qn´e fatorado em ϕ(n)/d polinˆomios mˆonicos

irredut´ıveis distintos em K[x] de mesmo grau d, Kn ´e um corpo de decomposi¸c˜ao de fator irredut´ıvel sobre K e [Kn: K] = d, quando d ´e o menor inteiro positivo tal que

qd≡ 1 mod n.

Demonstrac¸˜ao: i) Ver p´agina 61 de [4].

ii) Este ´e o item mais importante para os nossos prop´ositos, por isso ele ser´a de-monstrado. Seja η uma raiz n-´esima primitiva da unidade sobre Fq. Ent˜ao η ∈ Fqk,

se e somente se, ηqk = η, e a ´ultima identidade ´e equivalente a qk ≡ 1mod n. O menor inteiro positivo tal que isso acontece ´e k = d, e assim η est´a em Fqd e n˜ao est´a

(31)

Fq tem grau d, desde que η seja uma raiz arbitr´aria de Qn, da´ı segue os resultados

(32)

Cap´ıtulo 3

Ordem de Polinˆ

omios e

Polinˆ

omios Primitivos

A teoria de polinˆomios sobre corpos finitos ´e importante para a investiga¸c˜ao da estrutura alg´ebrica sobre corpos finitos, assim como para muitas aplica¸c˜oes. Sobre-tudo, polinˆomios irredut´ıveis - os elementos principais do anel de polinˆomios sobre um corpo finito - s˜ao indispens´aveis para constru¸c˜ao de corpos finitos e avalia¸c˜ao dos elementos de um corpo finito. Apresentaremos a no¸c˜ao de ordem de um po-linˆomio. E um importante fato ´e a liga¸c˜ao entre polinˆomios minimais de elementos primitivos (chamado polinˆomios primitivos) e polinˆomios de maior ordem poss´ıvel para um determinado grau.

Lema 3.1. Seja f (x) ∈ Fq[x] um polinˆomio de grau m ≥ 1 com f (0) 6= 0. Ent˜ao

existe um inteiro positivo e ≤ qm− 1 tal que f (x) divide xe− 1.

Demonstrac¸˜ao: O anel da classe de res´ıduos

Fq[x] = {r + (f ); r ∈ F[x] e gr(r) < gr(f )}

cont´em qm− 1 res´ıduos n˜ao nulos. As qm classes de res´ıduos

xj + (f ), j = 0, 1, . . . , qm− 1

(33)

s˜ao n˜ao nulas e assim existem inteiros r e s com 0 ≤ r < s ≤ qm − 1 tal que

xs ≡ xrmod f (x). Visto que x e f (x) s˜ao relativamente primos, temos que xs−r

1 mod f (x), ent˜ao f (x) divide xs−r− 1 e 0 < s − r ≤ qm− 1. Portanto, e = s − r.

Uma vez que um polinˆomio constante n˜ao nulo divide x − 1, este polinˆomio pode ser incluido na seguinte defini¸c˜ao:

Defini¸c˜ao 3.2. Seja f ∈ Fq[x] um polinˆomio n˜ao nulo.

i) Se f (0) 6= 0, ent˜ao o menor inteiro positivo e para o qual f (x) divide xe− 1 ´e chamado a ordem de f e denotado por ord(f ) = ord(f (x)).

ii) Se f (0) = 0, ent˜ao f (x) = xhg(x), onde h ∈ Z+ e g ∈ Fq[x] com g(0) 6= 0 s˜ao

unicamente determinados e ord(f ) ´e definida como sendo a ord(g).

A ordem de um polinˆomio ´e algumas vezes chamada de per´ıodo ou expoente de f (x) e pode ser caracterizada seguindo maneiras alternativas.

Teorema 3.3. Seja f ∈ Fq[x] um polinˆomio irredut´ıvel sobre Fq de grau m e com

f (0) 6= 0. Ent˜ao ord(f ) ´e igual a ordem de uma raiz de f (x) no grupo multiplicativo F∗qm.

Demonstrac¸˜ao: De acordo com o Corol´ario 2.20, Fqm ´e o corpo de decomposi¸c˜ao

de f (x) sobre Fq. As ra´ızes de f (x) tem a mesma ordem no grupo F∗qm pelo Teorema

2.22. Seja α ∈ F∗qm uma raiz qualquer de f (x). Ent˜ao obtemos pelo Lema 2.16

αe = 1, se e somente se, f (x) divide xe − 1. Os resultados seguem a partir da

defini¸c˜ao da ord(f ) e da ordem de α no grupo Fqm.

Corol´ario 3.4. Se f (x) ∈ Fq[x] ´e um polinˆomio irredut´ıvel sobre Fq de grau m,

ent˜ao ord(f ) divide qm− 1.

Demonstrac¸˜ao: Se f (x) = cx com c ∈ F∗q, ent˜ao ord(f ) = 1, pois pela Defini¸c˜ao

3.2 f (0) = 0, assim g(x) = c, g(0) 6= 0 e g(x) divide xe− 1, onde e ´e o menor inteiro

tal que isso acontece. Caso contr´ario, o resultado segue do Teorema 3.3, pelo fato de que F∗q ´e um grupo de ordem qm − 1, sendo α ∈ F

qm, ord(α) divide qm − 1 e

(34)

25

Para polinˆomios redut´ıveis o Corol´ario 3.4 n˜ao ´e v´alido (veja o exemplo 3.10). O Teorema 3.3 leva a uma f´ormula para o n´umero de polinˆomios mˆonico irredut´ıveis de dado grau e dada ordem. Vamos usar ϕ para denotar a fun¸c˜ao de Euler. A terminologia seguinte ser´a conveniente: se n ∈ Z+ ´e relativamente primo com b ∈

Z, ent˜ao o menor inteiro positivo k para o qual bk ≡ 1 mod n ´e chamado ordem multiplicativa de b m´odulo n.

Teorema 3.5. O n´umero de polinˆomios mˆonico irredut´ıveis de grau m em Fq[x] e

ordem e ´e igual a:

i) ϕ(e)/m se e ≥ 2 e m ´e a ordem multiplicativa de q m´odulo e; ii) 2 se m = e = 1;

iii) 0 em todos os outros casos.

Em particular, o grau de um polinˆomio irredut´ıvel em Fq[x] de ordem e deve ser

igual a ordem multiplicativa de q m´odulo e.

Demonstrac¸˜ao: Seja f (x) um polinˆomio irredut´ıvel em Fq[x] com f (0) 6= 0.

Ent˜ao de acordo com o Teorema 3.3 temos ord(f ) = e, se e somente se, todas as ra´ızes de f (x) s˜ao ra´ızes primitivas da unidade sobre Fq. Em outras palavras,

temos ord(f ) = e, se e somente se, f (x) divide o polinˆomio ciclotˆomico Qe. Pelo

Teorema 2.38 qualquer fator mˆonico irredut´ıvel de Qetem o mesmo grau m, o menor

inteiro positivo tal que qm ≡ 1 mod e, e o n´umero destes fatores ´e dado por ϕ(e)/m.

Para m = e = 1, considerando o polinˆomio mˆonico irredut´ıvel f (x) = x obtemos o resultado.

Os valores da ord(f (x)) est˜ao dispon´ıveis na forma de tabelas, pelo menos para polinˆomios irredut´ıveis. Uma vez que qualquer polinˆomio de grau positivo pode ser escrito como um produto de polinˆomios irredut´ıveis, o c´alculo das ordens dos polinˆomios pode ser feito quando souber determinar como a ordem de uma potˆencia de um polinˆomio irredut´ıvel e a ordem do produto de polinˆomios relativamente primos dois a dois. A discuss˜ao seguinte ´e dedicada a estas quest˜oes.

(35)

Lema 3.6. Seja c ∈ Z+. Ent˜ao o polinˆomio f (x) ∈ Fq[x] com f (0) 6= 0 divide

xc− 1, se e somente se, ord(f ) divide c.

Demonstrac¸˜ao: Se e = ord(f ) divide c, ent˜ao f (x) divide xe− 1 e xe− 1 divide xc− 1, logo f (x) divide xc− 1. Inversamente, se f (x) divide xc− 1, temos c ≥ e,

logo podemos escrever c = me + r, com m ∈ N e 0 ≤ r < e. Como xc− 1 = (xme− 1)xr+ (xr− 1),

segue-se que f (x) divide xr − 1, que s´o ´e poss´ıvel para r = 0. Portanto, e divide

c.

Corol´ario 3.7. Se e1 e e2 s˜ao inteiros positivos, ent˜ao o m´aximo divisor comum

entre xe1− 1 e xe2 − 1 em F

q[x] ´e xd− 1, onde d ´e o m´aximo divisor comum de e1

e e2.

Demonstrac¸˜ao: Seja f (x) (mˆonico) o m´aximo divisor comum de xe1− 1 e xe2− 1.

Como xd− 1 ´e um divisor comum de xe1− 1 e xe2− 1, segue que xd− 1 divide f (x).

Por outro lado, f (x) ´e um divisor comum de xe1− 1 e xe2− 1, e pelo Lema 3.6 temos

que a ord(f ) divide e1 e e2. Consequentemente, ord(f ) divide d e, portanto, f (x)

divide xd− 1 pelo Lema 3.6. Deste modo, s´o podemos ter f (x) = xd− 1.

J´a que as potˆencias de x s˜ao obtidas com antecedˆencia ao determinar a ordem de um polinˆomio, n˜ao precisamos considerar as potˆencias de polinˆomios irredut´ıveis g(x) com g(0) = 0.

Teorema 3.8. Seja g(x) ∈ Fq[x] irredut´ıvel sobre Fq com g(0) 6= 0 e ord(g) = e e

seja f (x) = gb(x) com b ∈ Z+. Seja t o menor inteiro positivo tal que pt ≥ b, onde

p ´e a caracter´ıstica de Fq. Ent˜ao ord(f ) = ept.

Demonstrac¸˜ao: Assumindo c = ord(f ), note que a divisibilidade de xc− 1 por f (x) implica na divisibilidade de xc− 1 por g(x), obtemos assim que e divide c pelo

Lema 3.6. Al´em disso, g(x) divide xe− 1, assim, f (x) divide (xe− 1)b e, a fortiori1,

(36)

27

divide (xe− 1)pt

= xept− 1. De acordo com Lema 3.6, c divide ept. Segue, a partir

do que foi mostrado at´e aqui, que c = epu com 0 ≤ u ≤ t. Nota-se que xe − 1 tem apenas ra´ızes simples, uma vez que e n˜ao ´e m´ultiplo de p pelo Corol´ario 3.4. Portanto, todas as ra´ızes de

xepu− 1 = (xe− 1)pu

tem multiplicidade pu. Mas gb(x) divide xepu− 1, por isso comparando as multipli-cidades das ra´ızes pu ≥ b, e u ≥ t. Deste modo tempos u = t e c = ept.

Teorema 3.9. Sejam g1(x), . . . , gk(x) polinˆomios n˜ao nulos dois a dois

relativa-mente primos sobre Fq e seja f (x) = (g1· · · gk)(x). Ent˜ao ord(f ) ´e igual ao m´ınimo

m´ultiplo comum de ord(g1), . . . , ord(gk).

Demonstrac¸˜ao: ´E f´acil ver que, ´e suficiente considerar o caso quando g(0) 6= 0 para 1 ≤ i ≤ k. Fa¸ca e = ord(f ) e ei = ord(gi) para 1 ≤ i ≤ k, e seja

c = mmc(e1, . . . , ek). Ent˜ao cada gi(x), 1 ≤ i ≤ k, divide xei − 1, e ent˜ao gi(x)

divide xc− 1. Por g

1, . . . , gk serem dois a dois relativamente primos, temos que f (x)

divide xc− 1. Uma aplica¸c˜ao do Lema 3.6 mostra que e divide c. Por outro lado, f (x) divide xe− 1, e assim cada g

i(x), 1 ≤ i ≤ k, divide xe− 1. Novamente pelo

Lema 3.6, segue-se que cada ei, 1 ≤ i ≤ k, divide e e assim c divide e. Deste modo,

concluimos que e = c.

Usando o mesmo argumento que anteriormente, n´os conseguimos, de fato, mos-trar que a ordem do m´ınimo m´ultiplo comum de alguns polinˆomios n˜ao nulos ´e igual ao m´ınimo m´ultiplo comum das ordens desses polinˆomios.

Exemplo 3.10. Vamos calcular a ordem do polinˆomio f (x) = x10+ x9+ x3+ x2+ 1 ∈ F2[x].

Fatorando f (x) sobre F2 temos:

(37)

que nos d´a

f (x) = (x2 + x + 1)3(x4+ x + 1).

Denote g1(x) = x2+ x + 1 e g2(x) = x4+ x + 1. Primeiramente ser´a determinado a

ordem de g3

1. Note que ord(x2+ x + 1) = 3 e como a caracter´ıstica de F2 ´e dois,

temos pelo Teorema 3.8 que 2t ≥ 3 o que resulta em t = 2. Deste modo, ord((x2+ x + 1)3) = 3 · 22 = 12.

Al´em disso, ord(x4+ x + 1) = 15 pela Defini¸c˜ao 3.2. Sendo f = g13g2, pelo Teorema

3.9 temos que f = g3

1g2, ent˜ao

ord(f ) = mmc(ord(g1), ord(g2)),

isto ´e, ord(f ) = mmc(12, 15) = 60. Temos que ord(f ) n˜ao divide 210− 1,

isso nos d´a um contra-exemplo para o Corol´ario 3.4, no qual o polinˆomio precisa ser irredut´ıvel.

Com base nas informa¸c˜oes fornecidas acima, chegamos a seguinte f´ormula geral para a ordem de um polinˆomio. Basta considerar polinˆomios de grau positivo e com termo constante n˜ao nulo.

Teorema 3.11. Seja Fq um corpo finito com caracter´ıstica p e seja f ∈ Fq[x] um

polinˆomio de grau positivo e com f (0) 6= 0. Seja f = afb1

1 · · · fb

k

k uma fatora¸c˜ao

canˆonica de f em Fq[x], onde a ∈ Fq, b1, . . . , bk ∈ N e f1, . . . , fk polinˆomios mˆonico

irredut´ıveis em Fq[x]. Ent˜ao ord(f ) = ept, onde e ´e o m´ınimo m´ultiplo comum de

ord(f1), . . . , ord(fk) e t ´e o menor inteiro tal que pt ≥ max{b1, . . . , bk}.

Demonstrac¸˜ao: Ver p´agina 78 de [4].

H´a uma rela¸c˜ao ´ıntima entre as ordens de f (x) e f (−x). Desde que f (x) = f (−x) para um corpo de caracter´ıstica dois, basta considerar corpos finitos de caracter´ıstica ´ımpar.

(38)

29

Teorema 3.12. Para q ´ımpar, seja f ∈ Fq[x] um polinˆomio de grau positivo com

f (0) 6= 0. Sejam e e E as ordens dos polinˆomios f (x) e f (−x) respectivamente. Ent˜ao E = e se e ´e m´ultiplo de 4 e E = 2e se e ´e ´ımpar. Se e ´e duas vezes um n´umero ´ımpar, ent˜ao E = e/2 se todo fator irredut´ıvel de f tem mesma ordem e E = e caso contr´ario.

Demonstrac¸˜ao: Como ord(f (x)) = e, f (x) divide x2e− 1 e f (−x) divide (−x)2e− 1 = x2e− 1. Assim E divide 2e pelo Lema 3.6. Pelo mesmo argumento, e

divide 2E, e assim E s´o pode ser 2e, e ou e/2. Se e ´e m´ultiplo de 4, ent˜ao e e E s˜ao pares. Como f (x) divide xe− 1, f (−x) divide (−x)e− 1 = xe− 1 e ent˜ao E divide

e. Analogamente, e divide E e isso nos d´a E = e. Se e ´e ´ımpar, ent˜ao f (−x) divide (−x)e− 1 = −xe− 1 e tamb´em xe+ 1. Ent˜ao f (−x) n˜ao pode dividir xe− 1, e por

isso devemos ter E = 2e. No restante dos casos temos e = 2h, com h um inteiro ´ımpar. Seja f uma potˆencia de polinˆomio irredut´ıvel em Fq[x]. Ent˜ao f (x) divide

(xh − 1)(xh+ 1) e f (x) n˜ao divide xh− 1 com ord(f ) = 2h. Mas xh − 1 e xh+ 1

s˜ao relativamente primos e isso implica que f (x) divde xh + 1. Consequentemente,

f (−x) divide (−x)h + 1 = −xh + 1 e tamb´em xh− 1. Segue que E = e/2. Note que pelo Teorema 3.8 a potˆencia de um polinˆomio irredut´ıvel tem ordem ´ımpar se e somente se o polinˆomio irredut´ıvel pr´oprio tem ordem ´ımpar. Para f (x) geral, temos a fatora¸c˜ao f = g1· · · gk, onde cada gi ´e uma potˆencia de um polinˆomio irredut´ıvel

e g1, . . . , gk s˜ao dois a dois primos entre si. Al´em disso,

2h = mmc{ord(g1), . . . , ord(gk)}

de acordo com o Teorema 3.9. Organizamos os gi de tal forma que ord(gi) = 2hi,

para 1 ≤ i ≤ m e ord(gi) = hi para m + 1 ≤ i ≤ k, onde hi s˜ao inteiros ´ımpares com

mmc{h1, . . . , hk} = h. Pelo que j´a foi demonstrado, temos que ord(gi(−x)) = hi

para 1 ≤ i ≤ m e ord(gi(−x)) = 2hi para m + 1 ≤ i ≤ k. Ent˜ao pelo Teorema 3.9

temos

(39)

e assim E = h = e/2 se m = k e E = 2h = e se m < k. Essas f´ormulas s˜ao equivalentes `as dadas na ´ultima parte do enunciado.

Segue, a partir do Lema 3.1 e da Defini¸c˜ao 3.2, que a ordem do polinˆomio de grau m ≥ 1 sobre Fq ´e no m´aximo qm − 1. Essa cota ´e atingida para uma classe

importante de polinˆomios, a saber, os chamados polinˆomios primitivos. A defini¸c˜ao de polinˆomio primitivo ´e baseada na no¸c˜ao de elemento primitivo introduzida na Defini¸c˜ao 2.25.

Defini¸c˜ao 3.13. Um polinˆomio f (x) ∈ Fq[x] de grau m ≥ 1 ´e chamado polinˆomio

primitivo sobre Fq se for o polinˆomio minimal sobre Fq de um elemento primitivo

de Fqm.

Um polinˆomio primitivo sobre Fqde grau m pode ser descrito como um polinˆomio

mˆonico que ´e irredut´ıvel sobre Fq e tem uma raiz α ∈ Fqm que gera o grupo

multi-plicativo de Fqm. Polinˆomios primitivos tamb´em podem ser caracterizados como se

segue.

Teorema 3.14. Um polinˆomio f (x) ∈ Fq[x] de grau m ´e um polinˆomio primitivo

sobre Fq se, e somente se, f (x) ´e mˆonico, f (0) 6= 0, e ord(f ) = qm− 1.

Demonstrac¸˜ao: Se f (x) ´e primitivo sobre Fq, ent˜ao f ´e mˆonico e f (0) 6= 0. Como

f ´e irredut´ıvel sobre Fq, temos ord(f ) = qm − 1 pelo Teorema 3.3 e, de fato, f

tem um elemento primitivo de Fqm que ´e uma raiz. Reciprocamente, a propriedade

ord(f ) = qm − 1 implica que m ≥ 1. Logo, temos que f ´e irredut´ıvel sobre F q.

Ent˜ao f ´e uma potˆencia de um polinˆomio ou ele pode ser escrito como produto de dois polinˆomios relativamente primos de grau positivo. No primeiro caso, temos f = gb, com g ∈ Fq[x] irredut´ıvel sobre Fq, g(0) 6= 0 e b ≥ 2. Ent˜ao, de acordo

com o Teorema 3.8, ord(f ) ´e divis´ıvel pela caracter´ıstica de Fq, mas qm − 1 n˜ao ´e,

contradi¸c˜ao! No segundo caso, temos f = g1g2 onde g1, g2 ∈ Fq[x] s˜ao polinˆomios

mˆonicos relativamente primos e de grau positivo m1 e m2, respectivamente. Se

(40)

31

ei ≤ qmi − 1, i = 1, 2, pelo Lema 3.1, consequentemente

ord(f ) ≤ (qm1 − 1)(qm2 − 1) < qm1+m2 − 1 = qm− 1,

contradi¸c˜ao! Portanto, f ´e irredut´ıvel sobre Fq e, pelo que diz o Teorema 3.3, f ´e

um polinˆomio primitivo sobre Fq.

Exemplo 3.15. Tome o corpo finito

F8[x] = {0, 1, x, x2, 1 + x, 1 + x2, x + x2, 1 + x + x2}.

Pelo Teorema 3.14 temos que o polinˆomio mˆonico p(x) = x3+ x + 1 ´e o polinˆomio primitivo do corpo F8[x], pois p(0) = 1 6= 0 e ord(p(x)) = 23− 1 = 7 pela Defini¸c˜ao

3.2.

Observamos que a condi¸c˜ao f (0) 6= 0 no Teorema 3.14 s´o ´e necess´aria para excluir o polinˆomio n˜ao-primitivo f (x) = x no caso q = 2 e m = 1. Outra caracter´ıstica do polinˆomio primitivo ´e baseado no seguinte resultado auxiliar:

Lema 3.16. Seja f ∈ Fq[x] um polinˆomio de grau positivo com f (0) 6= 0. Seja r o

menor inteiro positivo para o qual xr ´e congruente a algum elemento de F

q m´odulo

f (x), de modo que xr ≡ a mod f (x), sendo a ∈ Fq unicamente determinado. Ent˜ao ord(f (x)) = hr, onde h ´e a ordem de a no grupo multiplicativo Fq.

Demonstrac¸˜ao: Coloque e = ord(f ). Como xe ≡ 1 mod f (x), devemos ter e ≥ r. Ent˜ao podemos escrever e = sr + t, com s ∈ N e 0 ≤ t ≤ r. Agora

1 ≡ xe ≡ xsr+t ≡ asxtmod f (x), (3.1)

logo xt≡ a−smod f (x) e por causa da defini¸c˜ao de r, isso s´o ´e poss´ıvel se t = 0. A

congruˆencia (3.1) nos d´a, em seguida, as ≡ 1 mod f (x), ent˜ao as = 1 e assim s ≥ h e e ≥ hr. Por outro lado,

xhr ≡ ah ≡ 1 mod f (x),

(41)

Teorema 3.17. O polinˆomio mˆonico f ∈ Fq[x] de grau m ≥ 1 ´e um polinˆomio

primitivo sobre Fq se, e somente se, (−1)mf (0) ´e um elemento primitivo de Fq e o

menor inteiro positivo r para o qual xr´e congruente a algum elemento de F

q m´odulo

f (x) ´e

r = (qm− 1)/(q − 1). No caso em que f (x) ´e primitivo sobre Fq temos

xr ≡ (−1)mf (0) mod f (x).

Demonstrac¸˜ao: Se f (x) ´e primitivo sobre Fq, ent˜ao f tem uma raiz α ∈ Fqm que

´e um elemento primitivo de Fqm. Calculando a norma N

Fqm/Fq(α), pelas Defini¸c˜oes

2.26 e 2.27, e observando que f ´e carcater´ıstica polinomial de α sobre Fq, chegamos

a identidade

(−1)mf (0) = α(qm−1)/(q−1). (3.2) Segue que a ordem de (−1)mf (0) em Fq ´e q − 1, logo, (−1)mf (0) ´e um elemento primitivo de Fq. Uma vez que f ´e o polinˆomio minimal de α sobre Fq, a identidade

(3.2) implica que

x(qm−1)/(q−1)≡ (−1)mf (0)mod f (x)

e assim, r ≤ (qm−1)/(q−1). Mas pelo Teorema 3.14 e Lema 3.16 temos que qm−1 =

ord(f (x)) ≤ (q − 1)r, logo r ≥ (qm− 1)/(q − 1). Portanto, r = (qm − 1)/(q − 1).

Reciprocamente, suponha que as condi¸c˜oes do Teorema sejam satisfeitas. Segue que r = (qm− 1)/(q − 1)

e pelo Lema 3.16 temos que a ord(f )´e relativamente prima com q. Ent˜ao o Teorema 3.11 mostra que f pode ser fatorado na forma f = f1· · · fk, onde os fis˜ao polinˆomios

onicos distintos irredut´ıveis sobre Fq se mi = gr(fi), logo ord(fi) divide qmi− 1,

para 1 ≤ i ≤ k de acordo com o Corol´ario 3.4. Agora, qmi − 1 divide

(42)

33

ent˜ao ord(fi) divide d para 1 ≤ i ≤ k. E assim, pelo Lema 3.6 tem-se f (x) divide

xd− 1 para 1 ≤ i ≤ k e assim f (x) divide xd− 1. Se k ≥ 2, ent˜ao

d < (qm1+···+mk− 1)/(q − 1) = (qm− 1)/(q − 1) = r,

contradizendo a defini¸c˜ao de r. Portanto, k = 1 e f ´e irredut´ıvel sobre Fq. Se β ∈ Fqm

´e uma raiz de f , segue, pelo argumento principal (3.2) que βr = (−1)mf (0), e assim xr ≡ (−1)mf (0)mod f (x).

Uma vez que a ordem de (−1)mf (0) em Fq∗ ´e q − 1, resulta pelo Lema 3.16 que ord(f ) = qm− 1, deste modo, f ´e primitivo sobre F

q pelo Teorema 3.14.

Observa¸c˜ao 3.18. Nos Teoremas a seguir ser˜ao omitidas as demonstra¸c˜oes, pois s˜ao demasiadamente longas. Tais demonstra¸c˜oes podem ser encontradas em [4] nas p´aginas 87 e 88, respectivamente.

Teorema 3.19. Seja α um elemento da extens˜ao do corpo Fqm de Fq. Suponha que

o grau de α sobre Fq ´e d e que g(x) ∈ Fq[x] ´e o polinˆomio minimal de α sobre Fq.

Ent˜ao:

i) g(x) ´e irredut´ıvel sobre Fq e o grau d divide m

ii) Um polinˆomio f (x) ∈ Fq[x] satisfaz f (α) = 0 se, e somente se, g divide f .

iii) Se f (x) ∈ Fq[x] ´e um polinˆomio mˆonico irredut´ıvel com f (α) = 0, ent˜ao f = g.

iv) g(x) divide xqd

− x e xqm

− x.

v) As ra´ızes de g(x) s˜ao α, αq, . . . , αqd−1, e g ´e o polinˆomio minimal sobre Fq de

todos esses elementos.

vi) Se α 6= 0, ent˜ao ord(g) ´e igual a ordem de α no grupo multiplicativo Fqm.

vii) g(x) ´e um polinˆomio primitivo sobre Fq se, e somente se, α ´e a ordem de qd− 1

em F∗qm.

Vamos descrever o princ´ıpio geral para obter um novo polinˆomio a partir dos primeiros conhecidos. Ele depende de um resultado auxiliar da teoria de n´umeros. Lembramos que se n ´e um inteiro positivo e um inteiro b ´e relativamente primo

(43)

com n, ent˜ao o menor inteiro positivo k para o qual bk ≡ 1 mod n ´e chamado ordem

multiplicativa de b m´odulo n. Notamos que essa ordem multiplicativa divide qualquer outro inteiro positivo h para o qual bh ≡ 1 mod n.

Lema 3.20. Seja s ≥ 2 e e ≥ 2 inteiros relativamente primos e seja m a ordem multiplicativa de s m´odulo e. Seja t ≥ 2 um inteiro cujo fatores primos divide e mas n˜ao divide (sm − 1)/e. Admita que sm ≡ 1 mod 4 se t ≡ 0 mod 4. Ent˜ao a

ordem multiplicativa de s m´odulo et ´e igual a mt.

Teorema 3.21. Seja f1(x), . . . , fn(x) polinˆomios mˆonicos irredut´ıveis em Fq[x] de

grau m e ordem e e seja t ≥ 2 um inteiro cujos fatores primos divide e mas n˜ao divide (qm− 1)/e. Admita qm ≡ 1 mod 4 se t ≡ 0 mod 4. Ent˜ao f

1(xt), . . . , fn(xt)

(44)

Conclus˜

ao

Apresentamos, neste trabalho, como definir a ordem de um polinˆomio e a liga¸c˜ao enre polinˆomios primitivos e polinˆomios de maior ordem poss´ıvel para um determi-nado grau. Vimos que a ordem de um polinˆomio pode ser caracterizada como a ordem de uma ra´ız deste polinˆomio. Aprendemos a quantificar polinˆomios mˆonico irredut´ıveis usando a Fun¸c˜ao de Euler, calculamos a ordem de uma potˆencia de um polinˆomio irredut´ıvel e a ordem do produto de polinˆomios relativamente primos dois a dois. Mostramos tamb´em que a ordem de um polinˆomio mˆonico escrito como pro-duto de polinˆomios irredut´ıveis ´e dada pelo minimo m´ultiplo comum das ordens dos polinˆomios irredutiveis. E por fim vimos que a ordem de um polinˆomio primitivo ´e no m´aximo qm− 1, onde m ´e o grau do polinˆomio e q a caracter´ıstica do corpo.

(45)

[1] GARCIA, Arnaldo; LEQUAIN, Yves. Elementos de ´Algebra. Rio de Janeiro: IMPA, 2008.

[2] HEFEZ, Abramo; VILLELA, Maria Lucia T. C´odigos Corretores de erros. Rio de Janeiro: IMPA, 2008.

[3] HERSTEIN, I. N. Topics in Algebra. New Jersey: Prentice-Hall, 1996. [4] LIDL, Rudolf; NIEDERREITER, Harald., Introduction to finite fields and

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[6] MESQUITA, Aline Mota; Teoria dos C´odigos Corretores de Erros. Mono-grafia Especializa¸c˜ao em Matem´atica. UFG, 2005.

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