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FÓLIO REVISTA CIENTÍFICA DIGITAL - PUBLICIDADE E PROPAGANDA, JORNALISMO E TURISMO JUNHO 2020

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Mario Meneses dos Santos1

RESUMO: Este trabalho aborda a relação entre a promoção turística ofertada pelo poder público de Porto Alegre mediante a percepção dos autóctones então, como atuantes na ressignificação de espaços públicos urbanos. Mais precisamente, trata do tema de relação entre a oferta turística de Porto Alegre de seus espaços Públicos. Esta pesquisa questiona; se os espaços públicos urbanos servem primeiramente para autóctones, e por consequência, aos turistas a oferta turística organizada pelo poder público corresponde ao que os primeiros entendem como relevantes e representativos? Os procedimentos metodológicos se deram através de uma abordagem qualiquantitativa e comparativa. O levantamento de arquivo ocorreu entre agosto de 2018 até novembro de 2019. O levantamento se caracterizou através de verificação de critérios advindos da literatura exposta, em seguida se deu a aplicação de uma entrevista com um representante do poder público e posteriormente, questionários online advindos da ferramenta questionários Google que totalizaram 46 respondentes. Através dos resultados e da análise de dados foi possível analisar que existe uma concordância entre o Poder Público e a comunidade autóctone nos aspectos pertinentes á interatividade e representatividade do produto turístico ofertado. O que o trabalho constatou, é que não há entre o planejamento do poder público a participação da comunidade para a formação do seu produto turístico. Também se fez possível constatar que existe um problema na comunicação entre esses dois atores, com isso dificultando a atividade turística na capital.

Palavras-chave: Espaços públicos urbanos, poder púbico, autóctones, produto turístico. ABSTRACT: This paper deals with the relationship between the tourism promotion offered by the Porto Alegre public authorities through the perception of the indigenous people, as acting in the resignification of urban public spaces. More precisely, it deals with the theme of the relationship between Porto Alegre's tourism offer of its Public spaces. This research questions; If urban public spaces are primarily for indigenous people, and as a consequence, for tourists, does the tourist offer organized by the government correspond to what they perceive as relevant and representative? The methodological procedures took place through a qualiquantitative and comparative approach. The archive survey took place between August 2018 and November 2019. The survey was characterized by verification of criteria from the exposed literature, followed by the application of

1 Graduando do Curso de Turismo do Centro Universitário Metodista IPA.

PERCEPÇÃO DOS AUTÓCTONES SOBRE

A OFERTA DE ESPAÇOS PÚBLICOS

ENQUANTO PRODUTOS TURÍSTICOS

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an interview with a representative of the government and, later, online questionnaires from Google quiz tool which totaled 46 respondents. Through the results and data analysis it was possible to analyze that there is a disagreement between the Government and the indigenous community in the pertinent aspects of interactivity and representativeness regarding the offered tourism product. It was also possible to verify that there is a problem in the communication between these two actors, thus hindering the tourist activity in the capital.

Keywords: Urban public spaces, public power, indigenous people, tourism product touristic.

INTRODUÇÃO

E

sta pesquisa trata da relação entre espaços públicos urbanos e sua promoção enquanto atrativos turísticos. Mais precisamente, este trabalho investiga a correspondência da promoção turística feita pelo poder público, em uma metrópole, em relação à percepção da comunidade autóctone sobre o que esta compreende serem os espaços públicos dotados de maior atratividade.

Nesse contexto, é importante destacar que tão relevante quanto o aspecto econômico da atividade turística é a dimensão social e cultural que o abriga. Nesse cenário, segundo Pires (2002, p. 1), ‘‘turismo é um fenômeno de aproximação ou do afastamento das pessoas’’. Tendo como base essa afirmação, entende-se que é de grande relevância mensurar os aspectos pessoais e sociais na oferta turística. Em adição a esse ponto, segundo Gastal (2002, p. 44):

[...] as pessoas optam por um espaço turístico a partir de vários fatores, mas quase sempre

ligados a questões econômicas, as características do local de destino, aos estímulos promocionais, a confiança a quem atribuem ao espaço turístico que está sendo almejado e ao imaginário simbólico social que tal espaço pode representar no contexto temporal. Com base no exposto, compreende-se que a relação entre turista e espaço turístico é de extrema importância. Em complemento, é importante destacar que os espaços públicos possuem um forte apelo turístico, tendo em vista que são lugares de grande circulação de pessoas e, por consequência, são espaços de interação social.

Na visão de Leite (2004), para entender espaço público é preciso compreender a relação entre espaço e sua construção social. Assim, para este autor, é necessário observar a relação ''entre dois processos interdependentes, que concorrem simultaneamente para uma única direção: a construção social do espaço, enquanto produto e produtor de práticas sociais. Com essa afirmação, este autor estabelece uma relação dialética entre o espaço público e a vida urbana e, ainda, as especificidades desta.

Levando-se em conta que o espaço público é, primeiramente, o espaço de uso dos autóctones, é relevante aludir ao que afirma Ethan (2006). De acordo com este autor, existem diversos estudos na área do turismo que indicam a relação de identificação dos autóctones com os lugares como sendo responsável pela transformação destes em turísticos, por exemplo, por conta de um processo de legitimação espacial. Dessa forma, o Estado, enquanto planejador dos espaços públicos, deve reconhecer a sociedade civil como agente do espaço do qual se apropria.

Da mesma maneira, no âmbito do desenho turístico urbano em grandes

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cidades, os planejadores e gestores precisam corresponder aos princípios gerais que permitem a apropriação do espaço urbano pela comunidade local, promovendo o processo participativo, no que tange o planejamento, ao invés de impedí-lo (SERPA, 2007). Nesse contexto, este trabalho pergunta: se os espaços públicos urbanos servem primeiramente para autóctones, e, por consequência, aos turistas, a oferta turística organizada pelo poder público corresponde ao que os primeiros entendem como relevantes e representativos?

Para sanar tal questão, este trabalho objetiva apurar se existe relação entre a oferta de espaços públicos urbanos, por parte do poder público local responsável pelo turismo, em um contexto municipal, de maneira representativa dos autóctones. Para contemplar o objetivo geral do trabalho, são propostos os seguintes objetivos específicos: a) identificar fatores que levam o poder público local responsável pelo turismo a escolher ou preterir determinados pontos turísticos da cidade para promovê-los; b) averiguar o perfil que detêm os espaços públicos no meio urbano atualmente promovidos como turísticos pelo poder público; e c) comparar a oferta de mercado turístico voltada aos espaços públicos urbanos com a percepção dos autóctones.

O tratamento deste tema justifica-se na medida em que, por exemplo, para Alomá (2013), o espaço público se configura como o lugar da cidade de propriedade e domínio da administração pública, sob a responsabilidade do Estado para cuidado e garantia do direito universal da cidadania e uso público. Em complemento, Macedo (1995, p. 27) define espaços públicos como “todos aqueles não contidos entre paredes e tetos dos edifícios construídos pela sociedade para moradia e trabalho”. Assim, dentro da trama urbana, encontram-se espaços públicos como os livres de

edificação, sendo configurados como ruas, praças, largos, pátios, jardins e demais espaços onde as pessoas transcorrem no dia a dia da cidade.

Em complemento, segundo Arango e Salmona (2000), o espaço público urbano é uma constante nas cidades através do tempo e é um resultado de processos históricos, gestado, pensado e desenhado por pessoas. Por isso, os espaços públicos são o resultado da conciliação entre os poderes público e privado.

Partindo desta premissa, destacam-se exemplos de bons espaços públicos urbanos. Em nível mundial, é possível citar o caso do Central Park, Nova York, EUA. De acordo com o The Nature Concervancy (TNC, 2012), a gestão desse espaço é de colaboração conjunta em sua organização, do setor público, privado e da sociedade civil. De acordo com Silveira (2016 p. 9):

[...] Este espaço se faz substancialmente importante no que tange a sua magnitude, seja pela localização, dimensão, ou valor, criando um desenho urbano que configura um lugar de representação e significado para as pessoas, logo notável e turístico. Outro exemplo que corrobora com o já citado consiste nas práticas de políticas públicas desenvolvidas pela prefeitura de Balneário Camboriú, tomando como base o estudo de caso realizado na cidade “Turismo: Inovações da Pesquisa na América Latina’’ (CABRAL, CYRILLO, 2008, p. 7). O estudo enfoca o processo de desenvolvimento turístico mediante os impactos positivos que a atividade gera para a população autóctone da região:

[...] O principal êxito de Balneário Camboriú nas práticas de turismo se deve à inclusão da população autóctone nos processos de

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planejamento e execução do turismo no local. Sendo assim, os balneocamboriuenses têm uma disposição e consciência no que se refere à atividade turística, em função de haver a pré-disposição voltada ao recebimento do turismo, o que se torna natural em vista de que a cidade modelou-se ao movimento e dinamismo deste setor, tornando conhecida como ela é hoje, mas, ainda sim, é cogitada a possibilidade de um entrosamento maior da parte do órgão público com a comunidade nas questões voltadas ao desempenho do turismo nesta destinação. Esta seria a maior ação dentro dos parâmetros da responsabilidade social Estatal: o cumprimento de uma interlocução segura e real. Com base no exposto, o trabalho se faz relevante, pois é possível observar que para obter sucesso a proposta turística ofertada pelo poder público deveria estar de acordo com o entendimento da população sobre seus espaços. Do ponto de vista pessoal, o autor considera este trabalho pertinente, visto ser autóctone que nunca se sentiu plenamente contemplado em relação à oferta turística executada pelo poder público em sua cidade de moradia.

Nesse contexto, o presente trabalho está inserido na linha de pesquisa de Comunicação, Hospitalidade e Responsabilidade Social. Esta tem como objetivo de estudo a proposta turística de processos comunicacionais e mercadológicos nas organizações públicas, privados e do terceiro setor, permeados pela inovação e visão empreendedora, com vistas à sustentabilidade objetiva averiguar a proposta turística ofertada pelo poder público em comparação ao entendimento e concepção sobre o tema dos autóctones (IPA, 2015).

Este trabalho está estruturado da seguinte forma: o primeiro capítulo apresenta a introdução; o segundo capítulo apresenta a revisão da literatura, que compreende a relação dos autóctones e seus espaços públicos urbanos e também a percepção dos mesmos sobre a oferta turística da cidade o terceiro capítulo expõe a metodologia utilizada para o desenvolvimento do estudo; o quarto capítulo descreve os dados gerados e as análises; e o quinto capítulo apresenta as considerações finais, as quais permitirão apontar alguns desdobramentos possíveis, bem como as limitações, dificuldades e recomendações para trabalhos futuros.

RELAÇÃO ENTRE AUTÓCTONES E SEUS ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS: INTERFACES COM O TURISMO

Em uma discussão ampla sobre o tema, Rosa (2007) afirma que os espaços públicos são fundamentais para a qualidade de vida de uma sociedade, pois são responsáveis por abrigar práticas sociais que refletem as suas necessidades. Eles são presentes em todas as cidades do mundo, cada qual com sua peculiaridade, inserindo-se na malha urbana. Gehl (2015) teve importante contribuição para o assunto, ao trazer a discussão sobre o planejamento das cidades para quem de fato as utiliza, ou seja, os autóctones.

A esse respeito, Narcisio (2008) afirma que este é o espaço por excelência da cidade e é possível conhecê-la através dele. Indovina (2002) também assume esta posição e considera que o espaço público constitui um fator importante de identificação, que conota os lugares, manifestando-se através de símbolos e, em segundo lugar, refere-se ao espaço público como o lugar da palavra, de socialização, de encontro e onde se manifestam grupos sociais, culturais e políticos que a população da cidade exprime. Borja (2003) ainda reivindica a própria cidade como espaço

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público, negando-se a atribuir a ele apenas um só uso especializado. Tal autor defende que “[…] é a cidade no seu conjunto que merece a consideração do espaço público […]”, e que este é o lugar por excelência da sociabilização (BORJA, 2003, p. 29).

Na perspectiva da sociabilização, tem-se que os principais usuários dos espaços públicos urbanos são, primeiramente, os autóctontes. Por isso, a percepção destes acerca de tais espaços é relevante. Nesse contexto, é pertinente aludir ao que afirma Krippendorf (2001), para quem os valores da escala dos turistas nem sempre condizem com o que a população pensa, sente ou quer. Ou seja, há necessidade de estudos sobre anseios dos autóctones. Para entendê-los, no entanto, é preciso que se entre no campo da percepção das pessoas e o que as influenciam.

No domínio das Ciências Sociais e das Ciências Sociais Aplicadas a questão da percepção é debatida há anos. A percepção, segundo Santos (1997), é sempre um processo seletivo de apreensão. Dessa forma, para o autor:

Se a realidade é apenas uma, cada pessoa a vê de forma diferenciada; a visão pelo homem das coisas materiais é sempre deformada. Para outros autores, a percepção pode ser entendida também como questão de identidade, como, por exemplo, de acordo com a afirmação de Maia: o comportamento de uma população como causa e consequência da atuação da própria percepção insere-se no contexto da criação das identidades (1997: p. 3).

De acordo com a perspectiva de Carvalho (2010), a percepção dos autóctones sobre o turismo é necessária para compreender como eles veem a atividade e como estão inseridos nesse contexto. Se a comunidade

local não estiver inserida e nem aceitar o desenvolvimento turístico local, este estará fadado ao fracasso, pois os moradores podem rejeitar o turismo e tratar mal os visitantes, afetando diretamente o desenvolvimento da atividade.

Para Zottis (2008) a relação de compreensão da percepção de autóctones em alusão ao turismo, de forma mais ampla, deve também ser estabelecida pontualmente, quanto aos espaços públicos que eles utilizam. Isso porque o espaço público é componente vital para o turismo. Em complemento a tal afirmação Araújo (2008) explica que a partir de investimentos em espaços públicos urbanos, ocorrem reflexos no turismo.

Como exemplo, pode-se fazer alusão a um caso dos Estados Unidos da América. Entre meados do século XIX e começo do século XX, muitas iniciativas de reurbanização foram implementadas em Nova Iorque, resultado da influência de movimentos urbanísticos importantes para o turismo contemporâneo. Um dos exemplos de maior sucesso é o do Brooklyn. Isso porque partir de 1983 ocorreu um movimento de investimento e promoção no bairro, sendo propulsor daquele espaço como destino turístico tal qual é conhecido atualmente (SANTIAGO 2012).

Nesse contexto, segundo a perspectiva de Rosa (2017) entende que reflexos de uma maior interação entre o morador e o espaço público são extremamente positivas para o turismo’’. Segundo a autora, quando a população autóctone se utiliza dos espaços públicos urbanos, automaticamente acaba por melhorá-lo, tanto nos aspectos culturais, como no que se refere ao quesito de maior atratividade para os turistas.

Em suma, investimentos em espaços públicos urbanos, de uso da comunidade

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local, podem refletir positivamente no fluxo turístico, sanando-se necessidades, concomitantemente, de autóctones e turistas. Contudo, para que isso ocorra, é necessário haver uma comunicação eficiente entre Estado e comunidade local, tal como será explanado na seção posterior.

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS A PARTIR DA RELAÇÃO ENTRE AUTÓCTONES E O ESTADO

O turismo é uma atividade que tem no território, na paisagem e nos patrimônios natural e cultural sua principal matéria-prima. Assim, não é possível desenvolver turismo sem que haja, direta ou indiretamente, uma participação do poder público, quando se alude ao contexto brasileiro. Deste modo, o desenvolvimento do setor turístico tem, na ação governamental, um elemento estratégico para o seu crescimento. Na maior parte dos países, o turismo é uma atividade desenvolvida a partir da ação conjunta entre a iniciativa privada e o setor público. A forma desta parceria depende da orientação socioeconômica e da política de cada país (IGNARRA, 2003).

Em complemento a isso, Cintra (2004) considera que as políticas públicas de turismo, mesmo que visem à demanda externa de um município, precisam considerar aos autóctones, para que se tenha uma promoção turística dotada de identidade representativa o suficiente da comunidade local. Partindo dessa premissa, afirma-se que as comunidades locais podem desempenhar uma determinante influência em qualquer processo de mudança que ocorra nas suas localidades, como o processo de desenvolvimento do turismo. A esse respeito, conforme Swarbrooke (2000)

entende que as comunidades devem ter o poder de tomar as decisões em relação ao turismo e devem ter o poder de veto das decisões das entidades públicas. Nesse cenário, também é importante aludir ao que são as políticas públicas relacionadas ao turismo: “[...] orientações específicas para a gestão permanente do turismo, abrangendo os inúmeros aspectos operacionais da atividade” (BENI, 2000, p. 166). Assim, os espaços turísticos que têm vocação para a atividade turística devem estar sujeitos a uma política que ordene, regule, promova, desenvolva e controle esta transformação para tal uso com um detalhado planejamento Montejano (1991). Tal ordenação política também está relacionada, por conseguinte, aos espaços turísticos que sejam públicos, portanto a serviço de moradores e turistas, concomitantemente.

No contexto brasileiro, a participação do poder público no setor turístico ganha importância na razão de que cabe a ele, entre outras medidas, regular a atividade a fim de que ocorra um desenvolvimento econômico e sociocultural equilibrado: “a função do governo é um aspecto importante e complexo do turismo e envolve políticas e filosofias políticas” (LICKORISH; JENKINS, 2000, p. 370). Tendo em vista a repercussão que o turismo causa em atividades socioeconômicas é que o poder público não pode ser indiferente a tal fenômeno:

Muitas vezes o turismo está sujeito à intervenção governamental direta e indireta em decorrência das possibilidades de geração de emprego e renda que apresenta e, portanto, do seu potencial de diversificar e contribuir para as economias nacionais e regionais. (HALL, 2001, p. 39).

Com base no exposto, é possível constatar a relevância de se estabelecer uma relação entre poder público e autóctones,

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no âmbito do desenvolvimento do turismo, tanto de maneira mais ampla, como também (e talvez principalmente) no cenário de desenvolvimento e promoção turística de espaços públicos urbanos. Especificamente sobre escolhas do que é comunicado à demanda, acerca de tais espaços, e a relação de percepção sobre eles por parte da comunidade local, haverá explanação mais aprofundada na seção seguinte.

ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS: O QUE É COMUNICADO PARA DEMANDA TURÍSTICA ADVÉM DA PERCEPÇÃO DOS AUTÓCTONES?

Especificamente quanto ao turismo, pode-se dizer que ele “é atravessado e maculado pelo conhecimento construído em diversas áreas e [...] particularmente pela comunicação” (BALDISSERA 2008 p. 6). Com base nessa premissa, a comunicação se reflete sobre as potencialidades de relações públicas no turismo, no que se refere às relações com a comunidade local, ressaltando-se algumas de suas possibilidades de realização. Em complemento ao exposto, Baldissera (2008) entende que qualquer produto turístico necessita de interação com seu público, em algum nível mesmo, que de forma indireta.

Portanto, parece justo e responsável que a comunidade seja consultada, ouvida sobre o que pensa em relação ao turismo: seus medos e expectativas. Ainda segundo Baldissera (2008), os gestores do turismo, tem a responsabilidade de informar as comunidades sobre suas intenções, e também de abrir espaços para a opinião interação da comunitária.

Com base no exposto, é possível constatar que o êxito do turismo, a partir de ações do poder público, pressupõe uma proximidade na comunicação com a percepção dos autóctones. Nesse contexto, uma estratégia de comunicação que promova o turismo deve ter como base não apenas os aspectos

econômicos, mas também devem ser levados em consideração os aspectos sociais e interpessoais, a população e suas perspectivas de bem-estar e lazer (STOPPA, 2010). Nesse sentido, é importante aludir ao que diz Baldissera (2008). Para quem a comunicação deve ser propagada de forma ampla, visando atingir todos os atores do espectro turístico, desenvolver, qualificar e conscientizar a população sobre o turismo.

Em complemento, Baldissera (2008) entende que a comunicação turística é restringida a uma pequena gama de ações de comunicação, sem, portanto, contemplar uma complexidade que envolva os autóctones de forma mais ampla. Corroborando com tal teoria, Carvalho (2010) pondera que se deve levar em conta o fato de que a percepção das pessoas em relação a determinado assunto (neste caso o turismo) não deve ser considerada como a chave para o conhecimento total do tema em questão, mas sim um mecanismo para, a partir dela, analisar como a percepção interpreta os fatos e quais elementos dos fatos em sua análise aprofundada estão sendo desconhecidos, reinterpretados ou percebidos de forma distorcida por essa percepção. Nesse contexto, é pertinente aludir novamente a Baldissera (2007) o qual afirma que embora os gestores públicos afirmem a importância do turismo, raros são aqueles que ouvem a população, sem parecer se importar com o que a comunidade sobre a identidade turística de sua cidade.

Com base no suscitado, compreende-se que na no âmbito do turismo compreende-se faz necessário, em algum nível, devolver à comunidade um pouco do seu espaço de exercício de cidadania e estimular os sujeitos para que se manifestem cidadãos, unindo a oferta turística com a concepção

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que a população tem sobre esse fenômeno. Por isso, é pertinente referir Fonseca (2004), segundo o qual a inserção da população nas práticas inerentes ao turismo serve como direcionamento para que este fenômeno se faça na sua forma mais plena, na qual a comunidade e o poder público estejam em consonância. Mediante essas perspectivas é relevante ilustrar casos de sucesso entre promoção pública de espaços irrestritos a partir da consideração da percepção da comunidade, então relacionada a um contexto turístico.

Entre os casos de sucesso que relacionam a promoção pública e a percepção da comunidade destaca-se o Plano Aquarela 2020 (FIGURA 1), o qual

originou a Marca Brasil. O documento consiste em um plano de marketing turístico internacional, que inclui estratégias de criação de uma nova imagem do Brasil nos aspectos pertinentes a percepção de turistas e moradores sobre o turismo (FIGURA 2). Em 2004, a Embratur desenvolveu uma ampla pesquisa de imagem do Brasil para a formulação do Plano Aquarela 2020, visando conhecer a visão do turista estrangeiro quanto a visão do Brasil (MTUR, 2014). O Plano Aquarela 2020 tinha como objetivo alterar a perspectiva que os turistas detinham do Brasil, obter informações sobre a experiência e o comportamento, a imagem e o posicionamento, os elementos de valor e os problemas de comunicação.

Figura 1 – Plano Aquarela Figura 2 - Escadaria de Selarón

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Nesse cenário, é importante destacar o que afirma Beni (2006), para quem é vital que o poder público estabeleça, tanto com turistas como com os autóctones, uma comunicação e interação eficientes, de modo que se tenha êxito na idealização do turismo. Em concordância com essa perspectiva, Vignati afirma que (2008, p. 15).

Com o envolvimento da população no turismo, forma-se um sistema de cooperação em prol do desenvolvimento integrado, o sistema turístico é resultado de uma ampla cooperação e articulação de estruturas privadas, sociais e públicas orientadas para melhorar a rentabilidade e a atratividade do destino turístico.

Em adição, Araújo (2006) afirma que a participação da comunidade no planejamento turístico “a habilidade das comunidades locais de influenciarem o

resultado de projetos de desenvolvimento que têm algum impacto sobre os seus interesses”. Ou seja, em algum momento a comunidade autóctone precisa ser parte envolvida no processo de tudo quanto surge em desenvolvimento no seu habitat, tendo um resultado que corresponda às suas necessidades locais. Entretanto, nem sempre a oferta turística está em sintonia com o que a comunidade entende como produto turístico, como é o caso que de São Lourenço do Sul, RS. Mais especificamente entre comunidades quilombolas (FIGURA 3) e Pomeranas (FIGURA 4), Rodrigues (2012) observa a hipervisibilidade da cultura pomerana naquele Município, o qual criou uma imagem fundamentalmente embasada em tal etnia, para promoção turística, negando a diversidade étnico-racial e agravando a invisibilidade de outros grupos, sobretudo os quilombolas.

Figura 3 - Quilombolas São Lourenço do

Sul Figura 4 - Pomeranos São Lourenço do Sul

Fonte: Pref. de São Lourenço do Sul (2009). Fonte: Capa Org (2012).

Segundo a autora, mesmo que numericamente expressivos no Município, a maior parte das ações voltadas à valorização do patrimônio cultural sequer mencionam os afrodescendentes, tal qual os investimentos para o turismo, que visam substancialmente os Caminhos Pomeranos (FIGURA 5), consequentemente, excluindo da rota do

turismo local as comunidades quilombolas (FIGURA 6). Para Schneider (2016), tais iniciativas de valorização do patrimônio cultural pomerano, apesar de levarem em seus objetivos pretensões com o fomento do setor turístico e da economia local, acarretam por preterir outras importantes representações culturais da cidade.

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Em suma, um desenvolvimento turístico exitoso, segundo Rocha (2006), é sempre fruto da parceria entre os vários partícipes da atividade turística, que são capazes de satisfazer as exigências dos consumidores (FIGURA 7). Complementando essa perspectiva, Queiroz (2012) afirma que se faz fundamental promover uma mudança

de percepção das pessoas de todos os cantos do planeta sobre o país, seu povo, sua economia, seus produtos e seu papel no cenário internacional. Otimizar informações, melhorar canais de comunicação com a imprensa, utilizar a internet e seus infinitos recursos.

Figura 5 - Caminhos Pomeranos Figura 6 - Cultura Quilombola

Fonte: Capa Org (2012). Fonte: Capa Org (2010).

Figura 7 - Folheteria turística Caminho Pomerano

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Tendo como base o exposto, no contexto da promoção turística mediante a percepção da população autóctone, faz-se pertinente explorar o tema apresentado por intermédio de um Estudo de Caso. Assim, na seção seguinte, serão apresentados os procedimentos metodológicos elencados para a realização da pesquisa.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa propõe Estudo de Caso através de abordagem quali quantitativa e comparativa, que de acordo com Ensslin (2008) esse tipo de pesquisa há uma maior e mais profunda compreensão sobre um determinado grupo social, uma instituição, etc. Seu foco é explicar a razão por trás das coisas. Os dados que passam por um processo de análise não são métricos e utilizam das mais distintas abordagens. A intenção da amostragem é gerar informações densas e esclarecedoras. Não importa a quantidade: o que vale é o seu potencial de produzir um conjunto novo de informações.

LEVANTAMENTO DE ARQUIVO

O levantamento de arquivo teve início em agosto de 2018 e terminou em novembro

de 2019. Este abrangeu fontes primárias, sendo estes materiais de órgãos públicos, como o Ministério do Turismo e a Embratur. As fontes secundárias consultadas são livros, artigos, matérias e reportagens divulgadas por sites na internet.

LEVANTAMENTO DE CAMPO

Para delimitação do levantamento de campo municipal foram observados os seguintes critérios, advindos da literatura pertinente ao tema:

1. Existência de número relevante de espaços públicos urbanos;

2. Município que se enquadre nos preceitos de uso de espaços públicos ao turismo;

3. Ocorrência de alta frequência de uso dos espaços públicos urbanos, tanto por parte de moradores, como por parte de turistas;

4. Consideração de um espaço público, ou mais de um, como sendo um importante atrativo turístico para demanda externa ao próprio município em questão, cuja comprovação possa ser dada a partir de peças de comunicação. Figura 8 - Localização de Porto Alegre em relação as demais capitais do país Fonte: Adaptado do

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Dados os critérios, a cidade escolhida para o estudo é Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul (FIGURA 8). Os espaços públicos urbanos desta cidade se destacam por sua grande atratividade e interação com os turistas e autóctones. Dentro desse contexto, os parques públicos são alguns dos maiores atrativos e detêm número de visitações relevante, de acordo com dados

da então Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR, 2010).

Em um levantamento preliminar de folhetaria turística institucional deste Município, foi possível observar a oferta turística acerca de espaços públicos urbanos. Tais atrativos são ilustrados a seguir (FIGURAS 9,10, 11 e 12). Figura 9 - Roteiro Moinhos de Vento Figura 10 - Roteiro Centro Alto Fonte: SMTUR (2016). Fonte: SMTUR (2016).

Figura 11 - Roteiro Parque Farroupilha

Fonte: SMTUR (2016).

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Entrevistas

Para uma das etapas do levantamento de campo foi empregado uma entrevista semiestruturada, que de acordo com Triviños (1987) favorece não apenas a descrição dos acontecimentos sociais, como também facilita na sua compreensão. A entrevista semiestruturada foi aplicada a um representante do poder público, vinculado à área de planejamento do turismo municipal. A análise de tal coleta se dará de maneira qualitativa, através de transcrição de fala (discurso direto) ou, quando pertinente, agrupando as informações. Os dados de tal entrevista serão para análise comparativa aos resultados coletados junto a outra parte da amostra, explicitada a seguir.

Questionários

Foram aplicados também questionários on-line, através do Formulário Google. Segundo Oliveira (2002), esta ferramenta é uma forma de se obter a exatidão dos dados coletados, sendo um meio bastante utilizado em pesquisas de caráter de social, administrativo, comunicativo e econômico.

O questionário foi destinado a um total mínimo de 30 autóctones, que utilizam os espaços públicos urbanos de Porto Alegre. Assim, a amostra é configurada com base em estatística descritiva não paramétrica, que de acordo com Davilla (2007) é a etapa inicial da análise utilizada para descrever e resumir os dados.

A ferramenta contém perguntas abertas, que permitem ao respondente emitir sua opinião; perguntas de múltipla escolha, que apresentam uma série de possíveis respostas; perguntas fechadas, que são perguntas que o respondente escolhe sua resposta entre duas opções (sim ou não); e perguntas de escala (MARCONI; LAKATOS, 2010). A aplicação do questionário online teve início no dia 20/09/2019 e seu término foi em

04/10/2019 obtendo-se 46 respondentes. Acerca da aplicação do questionário, este foi divulgado através de e-mail e páginas de Facabook questionário Google esta totalizou o total de 46 coletas, divulgadas para os respondentes por meio de envio de e-mail e perfil no Facebook, do mesmo, tais como; Usina do Gasômetro, Parque da Redenção, Parque Germânia e Mercado Público.

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra desta pesquisa foi composta por representantes de sociedade civil e de poder público, através de aplicação de ferramentas de pesquisa quantitativa e qualitativa, respectivamente. A primeira ocorreu através de um questionário online, aplicado a moradores desta Capital. A segunda é oriunda de uma entrevista semiestruturada com um representante do poder público do Turismo de Porto Alegre.

Sobre a aplicação dos questionários online, como resultado, obteve-se 46 respondentes. Sobre este total, a maior parte (24) das pessoas é do sexo feminino. A média de idade dos respondentes é de 30 anos - 24 estão na faixa de 20 a 29 anos; 20 têm entre 30 e 39 anos; 1 respondente tem 44 anos e 1 tem 54 anos.

Quanto aos bairros de procedência dos respondentes, obteve-se o seguinte resultado (em ordem de maior para menor incidência): Centro (4 respondentes); Boa Vista (3 respondentes); Alberta dos Morros, Belém Velho, Bom Fim, Cascata, Floresta, Passo da Areia, São João e Sarandi (2 respondentes cada); Azenha, Camaquã, Chapéu do Sol, Cidade Baixa, Espirito Santo, Glória, Guarujá, Jardim Botânico, Jardim Carvalho, Jardim Isabel, Lami, Lomba do Pinheiro, Mário Quintana, Medianeira, Moinhos de Vento, Mont Serrat, Partenon, Leopoldina, Protásio,

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Restinga, São Geraldo, Teresópolis e Tristeza tiveram (1 respondente cada).

Não houve participação de respondentes dos seguintes bairros de Porto Alegre: Anchieta, Auxiliadora, Bela Vista, Cavalhada, Cristal, Farroupilha, Higienópolis, Humaitá, Ipanema, Jardim Floresta, Jardim Itú Sabara, Jardim São Pedro, Marcilio Dias, Navegantes Petrópolis, Praia de Belas, Rubem Berta, Santa Maria, Santana, São Caetano, Serraria, Vila Assunção, Vila Ipiranga e Vila João Pessoa.

FATORES DE ESCOLHA DE PONTOS TURÍSTICOS PARA PROMOÇÃO REALIZADA PELO PODER PÚBLICO

De acordo com representante do poder público do Turismo de Porto Alegre, a atual gestão já herdou da anterior o projeto de promoção turística. Nessa concepção, atualmente o Município trabalha em uma gama de oferta preexistente, cabendo a eles a agregação de novas ofertas ao que já há: “hoje já está estruturado é uma coisa que já vem sendo estruturada eu estou há dois anos, mas a oferta turística já vem sendo estruturada há muitos anos. Em complemento, a pessoa entrevistada diz que a Secretaria responsável pelo Turismo de Porto Alegre está sempre aberta para ideias dos moradores e que conta com a participação destes para enriquecer e complementar o produto turístico da cidade.

Em complemento, na entrevista foi informado que a Prefeitura se utiliza de ferramentas que tentam abranger a pluralidade da gama turística da cidade de Porto Alegre. Para tanto, faz uso, primordialmente, do principal produto turístico da Capital em questão, qual seja, o Linha Turismo, que conta com dois roteiros-Centro Histórico e Zona Sul. Por

isso, na concepção do poder público, esta seria também uma ferramenta de percepção de adequação da oferta turística da Capital.

relevante informar que não foi mencionado durante a entrevista se a população foi consultada para escolha dos pontos turísticos integrantes dos roteiros do Linha Turismo, o que seria pertinente a se realizar, pois, tal ausência de participação pode ocasionar problemas de aceitação da comunidade para com o produto ofertado, tal como sugere Krippedorf (2001). Ratifica-se, a percepção da população é imprescindível acerca dos espaços públicos urbanos e que tal depreensão espacial nem sempre condiz com a percepção dos turistas.

Nesse cenário, é importante indicar o que os respondentes apontam acerca de planejamento para promoção turística da Capital. 87,2% (41 respondentes) afirmaram que gostariam de fazer parte do planejamento turístico da cidade. Isso reflete na insatisfação de 38,3% (18 respondentes), que não concordam com a oferta turística que o Município provê para os turistas e visitantes.

Outro dado importante refere-se ao fato de 28,8% (14 respondentes) sequer terem conhecimento do que é ofertado como turístico na Capital, evidenciando-se, assim, um problema de comunicação entre as duas partes – Estado e sociedade civil. Assim, como afirma Carvalho (2010), sem a inserção dos autóctones na oferta turística, o desenvolvimento do turismo local pode estar comprometido, pois os moradores podem rejeitar o turismo, consequentemente, afetando o desenvolvimento da atividade de maneira negativa.

PERFIL DE ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS PROMOVIDOS COMO TURÍSTICOS PELO PODER PÚBLICO

Nesta seção, faz-se oportuno utilizar inicialmente os resultados da entrevista

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aplicada. De acordo com representante do Município, os espaços públicos urbanos que são promovidos como turísticos em Porto Alegre têm como base as paisagens naturais, a história e a cultura, tendo sido evidenciados na entrevista o Parque Farroupilha, Parque Moinhos de Vento, Parque Marinha do

Brasil, Orla do Guaíba, Mercado Público Municipal e a Casa de Cultura Mario Quintana - estes foram escolhidos em virtude de suas atratividades supracitadas. Tal exposição confirma a pesquisa bibliográfica realizada (FIGURAS 13 e 14).

Figura 13 - Mapa Turístico de Porto Alegre

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Nesse contexto, é relevante destacar o que os respondentes entendem por espaço público: 55,3% (26 respondentes) se referem a tal tipo de espaço como sendo de uso de todos e de diversidade cultural. Com base no exposto, entende-se a importância da relação entre espaços públicos e as comunidades autóctones, tal como afirma Rosa (2007), para quem esses espaços são ferramentas fundamentais para a qualidade de vida de uma sociedade, pois são responsáveis por abrigar práticas sociais que refletem as suas necessidades.

COMPARAÇÃO ENTRE A OFERTA DE MERCADO TURÍSTICO VOLTADA AOS ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS EM RELAÇÃO À PERCEPÇÃO DOS AUTÓCTONES

Entre os respondentes, 76,6% (36 respondentes) entenderam que a cidade de Porto Alegre é turística. Como justificativa, citaram aspectos relacionados à vasta gama de atrativos culturais, históricos, de eventos e de paisagens naturais. Parques e espaços públicos urbanos foram destaques nas citações. Contudo, é pertinente aludir a algumas respostas contraditórias. Por exemplo, para um dos respondentes, embora sua resposta tenha sido “sim” para

Fonte (SMTUR) 2016.

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a pergunta sobre a capital ser turística, sua justificativa foi a seguinte: “acredito que a cidade tem um enorme potencial turístico, mas infelizmente não é visto e nem investido pelo governo ou os pelos próprios moradores”. Ou seja, o respondente está fazendo menção ao “potencial turístico” e não propriamente ao fato de ela ser turística, de maneira já consolidada, tal como era o intuito da questão. Porém, para ser ter precisão sobre a percepção deste respondente, seria necessário aplicar uma entrevista, visto que a ferramenta de questionário não previa interação com os participantes.

Os respondentes que não souberam opinar sobre a característica turística de Porto Alegre totalizaram 6,52% (3 respondentes), notadamente um percentual baixo. Para 19.1% (9 respondentes) esta cidade não é turística. Os motivos expressos em relação a tal percepção estão relacionados a: baixo investimento no setor (17,39%; 8 respondentes); e em decorrência da alta taxa de criminalidade da Capital (2,17%; 1 respondente). Acerca de tais percepções é relevante destacar as seguintes respostas: “os

órgãos responsáveis não investem”; “falta investimento inteligente”; “pelo baixo investimento dos órgãos responsáveis”; “acredito no potencial da cidade, mas acho que ela ainda deixa a desejar em ofertas”; “acredito que o turismo não é muito divulgado”; e “acredito que a pouca divulgação da cidade com seus espaços turísticos acaba atrasando a evolução de tal como uma cidade turística”. Esse apanhado de percepções ratifica dados expressos pela entrevistada, visto que esta afirma haver baixo investimento do poder público para promoção turística, o que tende a comprometer a oferta do setor.

Acerca dos pontos turísticos já promovidos pelo poder público, foram elencados seis deles para avaliação dos respondentes, mediante nível de concordância. A escolha dos pontos apresentados deu-se em virtude de sua oferta em materiais promocionais oficiais da Capital. Como resultado, obteve-se a seguinte distribuição, disposta na Tabela 1 (considerando 5 para nível maior de concordância e 1 para nível menor de concordância):

Tabela 1 - Pontos turísticos promovidos pelo poder público Espaço público urbano

ofertado 1 2Nível de concordância3 4 5

Jardim Botânico (2 resp)4.9% (3 resp)6.4% (15 resp)31.9% (17 resp)36.2% (9 resp)20.6% Mercado Público

Municipal 0% 0% (7 resp)17.10% (15 resp)31.9% (24 resp)51.1%

Parque Farroupilha 0% (2 resp)4.3% (2 resp)4.3% (16 resp)36.1% (26 resp)55%3

Parque Germânia (3 resp)6.4% 0% (16 resp)34% (17 resp)38.6% (10 resp)21.%

Usina do Gasômetro 0% 0% (6 resp)12.7% (10 resp)23.5% (30 resp)63.8%

Parque Moinhos de

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Com base nos dados expostos na Tabela 1, pode se verificar que os atrativos turísticos que tiveram o maior nível de concordância, respectivamente, foram Usina do Gasômetro, Parque Farroupilha, Mercado Público Municipal e Parque Moinhos de Vento. Analisando a Tabela 1 se faz possível constatar que os espaços públicos listados possuem grande relevância para os respondentes, tendo em vista o baixo número deles que destinaram aos atrativos os níveis 1 e 2. Ou seja, de acordo com os respondentes, há concordância em relação à representatividade dos espaços turísticos ofertados atualmente pelo poder público.

Ao serem consultados sobre um espaço público de preferência e que costumavam frequentar em Porto Alegre, os resultados obtidos junto aos respondentes foram (em ordem de maior para menor incidência): o conjunto da Orla do Guaíba e Usina do Gasômetro (28,26%; 13 respondentes); Parque Farroupilha (19,57%; 9 respondentes); Parque Moinhos de Vento e Praça da Alfândega (6,52%; 3 respondentes cada); Parque Belém Novo, Parque Germânia e Parque Marinha do Brasil (6,52 %; 2 respondentes cada ); Estádio José Pinheiro Borba (conhecido como Beira Rio), Jardim Botânico, Quilombos, Praça Província de Shiga e Praça Araguaia (2,17%; 1 respondente cada). Importante destacar que 83% dos respondentes (82.61%; 38 respondentes) informaram que acreditam que os seus espaços públicos de preferência também são visitados pelos turistas.

Em face de tais resultados é importante destacar o relato da entrevistada, representante do Turismo de Porto Alegre. Para ela, um fator prejudicial quanto ao desenvolvimento turístico se refere ao fato de a concepção sobre o potencial turístico de Porto Alegre não

corresponder entre os autóctones e os turistas, pois o morador não dá o mesmo valor para os atrativos turísticos da cidade, como faz o turista: “o morador costuma sempre dizer Porto Alegre não é uma cidade turística já o visitante tende a sempre elogiar a cidade por exemplo um morador de São Paulo quando vem para cá sempre elogia a mobilidade urbana”. Porém, de acordo com dados quantitativos, ao menos no que se refere ao uso dos espaços públicos, os resultados evidenciam convergência entre usos e atividades de autóctones em relação à oferta turística desenvolvida pelo Município. Em complemento a essa perspectiva Gastal (2004) alude que por se tratarem de espaços que proporcionam uma grande circulação de pessoas, o que gera interação cultural entre moradores e turistas.

Em adição, faz-se pertinente citar que a maioria dos respondentes (76,6%) considera a cidade como sendo turística. Ainda é relevante destacar que a maioria dos respondentes que não considera a Capital como um destino turístico (13,04%; 6 respondentes) embasou sua justificativa em falta de investimento e planejamento, por parte do poder Público, evidenciando entendimento sobre relevância de planejamento turístico relativo a questões básicas para o desenvolvimento do setor.

Pelo exposto, no capítulo seguinte estarão dispostas as Considerações Finais deste trabalho. Nelas, haverá indicação de aprofundamento da relação entre os resultados e a teoria utilizada na pesquisa, bem como indicação de dificuldades para realização desta e consequentes recomendações de estudos futuros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa se propôs a tratar da percepção dos autóctones sobre a oferta de espaços públicos enquanto produtos

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turísticos. Para tanto, o problema suscitado centrou-se fazer o seguinte questionamento: se os espaços públicos urbanos servem primeiramente para autóctones, e, por consequência, aos turistas, a oferta turística organizada pelo poder público corresponde ao que os primeiros entendem como relevantes e representativos? A partir de tal questionamento, o objetivo geral do trabalho consistia em apurar relação entre a oferta de espaços públicos urbanos, por parte do poder público local responsável pelo turismo, em um contexto municipal, de maneira representativa dos autóctones.

Para alcance do objetivo geral, o primeiro objetivo específico pretendia identificar fatores que levam o poder público local responsável pelo turismo a escolher ou preterir determinados pontos turísticos da cidade para promovê-los. Os resultados obtidos foram alcançados de forma conclusiva, pois a atual gestão, já herdou da gestão anterior o projeto de promoção turística, coube a atual gestão apena elencar os fatores determinantes para escolher ou preterir os destinos turísticos. O segundo objetivo específico consistia em averiguar o perfil que detêm os espaços públicos no meio urbano atualmente promovidos como turísticos pelo poder público.

Os resultados mostram que o perfil dos espaços públicos promovidos pelo poder público como turísticos corresponde ao de lugares que abrangem um grande número de pessoas e que se destacam por sua atratividade natural (abrangendo, principalmente, a oferta de parques). Também são escolhidos por sua atratividade cultural e relevância histórica (como, por exemplo, o Mercado Público Municipal e a Casa de Cultura Mario Quintana).

O terceiro objetivo específico pretendia investigar a oferta da promoção turística voltada aos espaços públicos urbanos, em relação à percepção dos autóctones.

Os resultados mostram que embora exista uma convergência por parte dos autóctones quanto ao entendimento dos espaços públicos ofertados como turísticos, pelo poder público municipal, para a maioria dos respondentes a sua opinião não é levada em consideração, em relação à criação da oferta turística e ao planejamento turístico da Capital em questão. Pelo exposto, o objetivo geral do trabalho foi alcançado, pois a pesquisa consegue evidenciar se existe uma relação entre os espaços turísticos ofertados, com a opinião dos autóctones. Como principal conclusão, os resultados sinalizam falta de uma maior comunicação entre Estado e comunidade o que, consequentemente, pode ocasionar falta de representatividade, tal como alude Cintra (2004).

Em complemento, os resultados ratificam a importância da teoria de Serpa (2007), o qual afirma ser de responsabilidade do Estado, enquanto planejador dos espaços públicos, o dever de reconhecer a sociedade civil como agente do espaço do qual se apropria. Em suma, da mesma maneira, no âmbito do desenho turístico urbano em grandes cidades, os planejadores e gestores precisam corresponder aos princípios gerais que permitem a apropriação do espaço urbano pela comunidade local, promovendo o processo participativo, no que tange ao planejamento, ao invés de impedi-lo.

Como dificuldades, cabe apontar a demora na resposta por parte poder público para realização de entrevista. Como fator limitador de execução da pesquisa, faz-se pertinente citar o baixo número de respondentes do formulário online, somado ao fato da ausência de participantes de todos os bairros de Porto Alegre, acarretando em um fator limitador de resultados mais representativos sobre o tema.

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Para trabalhos futuros complementares ao tema indica-se uma pesquisa na qual todos os bairros sejam contemplados no trabalho, aumentando assim a precisão nos dados obtidos. Outro fator que se faz importante para estudos futuros é uma investigação sobre falta de comunicação entre o poder público e a comunidade autóctone, objetivando, assim, elencar os principais fatores que acarretam na falta de interatividade entre esses dois atores.

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