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Corporalidade, Consumo, Mercado. ST. 43 Angela Maria de Souza UFSC Palavras-chave: Gênero, Consumo, Movimento Hip Hop

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Corporalidade, Consumo, Mercado. ST. 43 Angela Maria de Souza

UFSC

Palavras-chave: Gênero, Consumo, Movimento Hip Hop

A globalização do movimento hip-hop: estabelecendo relações de consumo e gênero

A chamada globalização faz circular uma quantidade infinita de produtos e serviços. Além do consumo necessário a existência humana e as práticas simbólico-culturais, as relações de consumo que estas sociedades criam possuem outros parâmetros norteadores1, muitos dos quais estabelecem uma forma de estar no mundo. Assim, o presente artigo tem como objetivo refletir sobre alguns aspectos que perpassam a produção e o consumo no Movimento Hip Hop, principalmente a partir de sua música o RAP apontando para as relações de gênero.

O RAP é um estilo musical que junto, ao break (a dança) e grafite (a arte) compõem o Movimento Hip-Hop. O conjunto destes elementos revela inquietações, inseguranças, angústias, desejos, que permeiam a vivência do espaço urbano das grandes cidades e que se manifestam a partir da elaboração de uma estética que reflete um cenário de desigualdades sócio-raciais. Estética esta que remete a um cenário “masculino”. Mas, como elaboram este “discurso” estético considerado “masculino”?

O RAP, junto ao Movimento Hip-Hop, surge no final dos anos 70 nos Estados Unidos, a partir de uma longa tradição da música negra norte-americana2. Estes jovens são em grande parte homens, localizam-se numa faixa etária entre 15 e 25 anos, a maioria negros e moradores da periferia. Embora o RAP seja um estilo musical com várias vertentes, grande parte de sua composição musical possui um discurso politizado e atuante. Suas letras caracterizam-se pelo protesto que tem como um de seus propósitos o relato de uma realidade3.

É em São Paulo que o RAP inicialmente se manifesta no final dos anos 70, quando surgem os primeiros grupos musicais com a proposta de cantar uma realidade vivida pela população residente nas periferias da cidade. De São Paulo o RAP espalhou-se pelas grandes cidades brasileiras, inclusive Florianópolis, quando chega no final dos anos de 19804.

Os rappers elaboram um discurso sobre a realidade local e do contexto das grandes cidades em que vivem5. O movimento Hip-Hop cria signos de visibilidade e a composição estética é um dos demarcadores da identidade grupal, é um sinal de pertencimento, de exposição da diferença e definidor de práticas de consumo do grupo.

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Vivemos hoje num processo de globalização marcado pela compressão do tempo-espaço (Harvey, 1994), com meios de comunicação e transporte cada vez mais rápidos e eficientes e que possibilitam uma rápida veiculação de informações, produtos, idéias.

Existe atualmente uma cultura global, porém seria melhor que nos certificássemos de procurar entender o que isso significa. Esta cultura está assinalada por um organismo de diversidade e não por uma repetição da uniformidade. Não ocorre nenhuma homogeneização de sistemas de significados e de expressões, nem parece provável que haverá esta homogeneização dentro em breve. No entanto, o mundo se transformou numa rede de relações sociais, e entre as diversas regiões existe um fluxo de significados, bem como de pessoas e de mercadorias. (Hannerz, 1990, p. 251)

Esta cultura global gera uma diversidade em contraposição a uniformidade. Este panorama amplia o fluxo de informação que possibilitam a formação das mais variadas coletividades. Neste mundo globalizado Beck (1999) chama a atenção para o que denomina de “abolição da distância”. Ela desaparece ou diminui consideravelmente com o avanço tecnológico, principalmente dos meios de comunicação e transporte, o que possibilita uma ampla circulação e acesso a produtos e comportamentos. O Movimento Hip Hop surge neste e deste contexto, a velocidade com que este Movimento se comunica e circula só é possibilitado por esta nova realidade, é o mundo do “tempo compacto”. O encurtamento das distâncias, o tempo compacto (Beck, 1999) ou a compressão do tempo-espaço (Harvey, 1989), são determinantes na existência do Movimento Hip Hop, já que este se nutre, entre outras coisas, do constante e permanente contato com o de fora para fazer o local. A letra de um RAP pode estar narrando uma realidade local, mas o que possibilitou este relato é fruto de um processo de globalização.

É neste contexto que o RAP surge: um movimento tipicamente urbano, que possui sua base em um discurso étnico-racial que discute as causas da marginalidade na qual se encontra parte da população negra. Além de um estilo estético e performático, o RAP é também uma forma de comunicação. “Rap music is a black cultural expression that prioritizes black voices from the margins of urban America” (Rose, 1994, p.2). O Movimento Hip Hop surge como uma atitude de contestação e irreverência que cria signos que os diferenciam enquanto coletividade. Dos guetos de Nova Yorque, passando pelas favelas e bairros pobres do Brasil, constitui-se localmente e espalha-se globalmente.

O Movimento Hip Hop representa um importante espaço de debate das conseqüências da globalização. Mudaram as relações de trabalho, os ideais utópicos, a aposta no futuro e as conseqüências são mais contundentes em alguns grupos populacionais, que mesmo participando deste processo, muito pouco possuem de autonomia e poder de decisão sobre suas escolhas6.

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Assim, a imagem que o grupo constrói é reveladora destas circunstâncias sócio-culturais tanto de sua vivência quanto da proposta de mudança e apropria-se (ou cria) de formas para dar visibilidade a sua postura. A roupa, o corpo, os muros da cidade, a performance em palco, as gírias, o modo de falar e o conteúdo desta fala, compõem um conjunto estético que dá forma e vida a prática do Movimento Hip Hop enquanto coletividade.

A vivência coletiva faz parte do Movimento Hip Hop, ao contrário da individualização, que segundo Bauman (2001) entra em choque com a noção de cidadania. No Movimento Hip Hop esta cidadania é constituidora do coletivo. “Na ponta da corda que sofre as pressões individualizantes, os indivíduos estão sendo, gradual, mas consistentemente, despidos da armadura protetora da cidadania e expropriados de suas capacidades e interesses de cidadãos.” (p.50) É contra esta realidade que o Movimento Hip Hop se coloca e aponta no sentido de refletir sobre os processos causadores de problemas e desigualdades sociais, alertando que apenas na coletividade, a partir da reivindicação da cidadania, terão condições de reagir e, conseqüentemente, provocar mudança.

Concomitantemente, este cenário de globalização amplia consideravelmente as opções e formas de consumo. O consumo associa-se ao desejo e a busca de renovação constante, como aponta Bauman (2001). Mas este desejo só pode ser sustentado financeiramente, é a “liberdade” de consumo.

Nesta direção, é importante ressaltar que o Movimento Hip Hop gera uma importante circulação da produção musical nas e das periferias das grandes cidades, o que acaba estabelecendo ou abrindo um importante espaço de visibilidade desta periferia e ampliando este circuito de consumo. Além da música, o Movimento Hip Hop produz um conjunto vestimentário e performático que é cada vez mais comum principalmente entre os jovens.

A linguagem expressa a partir do conjunto vestimentário amplia seu alcance e extrapola os limites do grupo, transformando-se também em moda. Como discute Baumann (2001), a moda não implica em ação, em compromisso, ela possibilita “vestir” e “despir” identidades, ou seja, “ser diferente”. A imaginação é componente importante na aquisição deste produto, ela produz “pseudo-identidades” sem qualquer comprometimento e com a facilidade de desfazer-se dela quando oportuno. As relações de consumo ampliam a possibilidade de diferenciação a partir do estilo. Conjuntamente este cenário cria a possibilidade de transformar o estilo em moda. O estilo rapper torna-se acessível a muitos, mesmo não compartilhando a ética constituidora do grupo. Os signos de diferenciação criados pelo grupo são transformados em moda enquanto estilos extremamente renováveis e efêmeros, que a cada estação, ano ou temporada é refeita.

Appadurai (1996) aponta que esta relação entre moda e consumo em muitos momentos cria um simulacro do tempo, e acrescento, um simulacro de comportamentos. Assim como o tempo, o

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comportamento pode ser transformado em mercadoria, mesmo que este consumo esteja relacionado a “ilusão” de um “mundo possível”. A sociedade das desigualdades que é cantada em RAPs é a mesma sociedade que possibilita sua emergência. Criam um estilo para se diferenciar, ao mesmo tempo seu estilo vira moda. Os rappers cantam e expõe uma sociedade com seus paradoxos e contradições. Mas, esta mesma sociedade, globalizada, é o que permite o surgimento e expansão do Movimento Hip Hop. É um paradoxo constituidor do grupo.

A sociedade atual coloca ao alcance de “todos” uma grande oferta de produtos a serem consumidos. Em contrapartida, muitos destes produtos são retirados de seu contexto e transformados em produtos comercializáveis. O produto, objeto só existirá em relação ao sujeito, ao grupo, seu significado é gerado no grupo. Por sua vez, esta comunicação só possui significado para os que compartilham da construção deste discurso. A partir do momento em que estes produtos tornam-se comercializáveis e acessíveis a “todos”, como pensar a construção do significados destes discursos? Baudrillard (2000, p.61) afirma que “O objeto signo não é dado nem trocado: é apropriado, mantido e manipulado pelos sujeitos individuais como signo, quer dizer, como diferença codificada. É ele o objeto de consumo, e é sempre relação social abolida, <<significada>> num código.”

O consumo se impõe como uma forma estruturante da identidade do grupo, ampliando a circulação de produtos simbólicos. O Movimento Hip Hop ganha força como um movimento de contestação e crítica a uma realidade social. A partir do momento em que o Movimento se amplia este passa também a fazer parte de um processo de veiculação de idéias, estética, valores e produtos.

As relações que norteiam tanto a produção quanto o consumo no Movimento Hip Hop estão entrelaçadas por relações de gênero7. Grande parte de seus integrantes é do sexo masculino e esta “masculinidade” está expressa na elaboração estética do Movimento. A composição do vestuário com cores fortes, escuras e formas avantajadas, sua performance corporal, a expressão facial demonstrando “descontentamento”, trazem a luz um universo considerado masculino e que freqüenta as ruas, locais em que se consideram expostos. Suas músicas refletem, em grande parte, o universo do tráfico de drogas, das prisões, dos ataques policiais, de tiros, de brigas, e a revolta emerge na forma de cantá-las. Neste sentido o movimento Hip Hop pode ser percebido como uma alternativa à violência a que estão expostos e assim, ainda mais masculinizado.

É o mundo da “rua”, assinalado como masculino, que representam em sua composição estética, mesmo que muitos dos comportamentos dos rappers não confirmem este discurso. Mas, e as mulheres que estão no Movimento Hip Hop, como se posicionam? Sua música é diferenciada em relação a músicas compostas por rappers do sexo masculino?

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Mesmo sendo minoria numérica no Movimento Hip Hop, as mulheres que dele participam posicionam-se com relação a sua condição de gênero, o que se reflete principalmente na composição musical. Um argumento forte entre os rappers homens é que sua condição de jovens, negros e pobres torna-se um estigma que os marca socialmente e isto marca seu comportamento enquanto grupo. Neste sentido, vão representar esta “marginalidade” a eles atribuída nas variadas formas de expressão (vestuário, música, grafite, etc.). Em contrapartida, as mulheres se colocam no Movimento Hip Hop no sentido de provocar uma reflexão sobre sua condição de gênero, nem sempre respeitada8.

Refletir sobre a presença feminina no Movimento Hip Hop nos remete a pensar em sua baixa presença e (in)visibilidade, e com isso nos problemas que causam esta reduzida participação. Neste sentido as letras das rappers refletem sobre esta condição e são temas recorrentes em suas composições os problemas por elas enfrentados, criticando fortemente a forma como vários rappers (homens) referem-se as mulheres de forma pejorativa e objetificante.

Entre os temas que cantam em suas músicas narram trajetórias de mulheres que lutam contra o preconceito, mulheres que lutam pela sobrevivência, suas e de seus filhos, tanto ao lado de seus companheiros como na ausência dos mesmos. Discutem questões como machismo, gravidez precoce, baixa escolaridade refletindo também sobre as possíveis causas destes problemas. A composição de RAPs por mulheres além de trazer para o debate a realidade vivenciada pela população moradora das periferias acrescenta à discussão os papéis de gênero que perpassam estas composições musicais.

Refletir sobre as relações de gênero que entrelaçam o Movimento Hip Hop, principalmente a partir da produção/consumo da composição musical, nos remete a discutir as diferenciadas formas de inserção subjetivas destas pessoas nestas coletividades. Estas inserções impõem um debate sobre espaços e papéis diferenciados na composição do Movimento a partir da condição de gênero.

Enquanto algumas práticas do movimento Hip Hop, principalmente as que ganham maior visibilidade, constroem-se reafirmando uma masculinidade em contraposição ao feminino9, as práticas das mulheres vêm no sentido de desconstrução desta lógica. Em seu lugar ao invés da oposição masculino e feminino estas trazem uma reflexão que envolve as subjetividades de ambas as partes, expondo as tensões que permeiam a relações entre homens e mulheres. Com isso, deslocam forças e poderes que permeiam estas relações.

Uma das bandeiras de luta do Movimento Hip Hop, se assim posso chamar, é a luta contra a discriminação racial, além da econômica, social. Entre as mulheres acrescenta-se mais uma, a luta contra a discriminação de gênero dentro e fora do Movimento Hip Hop. São embates constantes contra violências simbólicas (Bourdieu, 2003) que vão se sobrepondo e sendo desafiadas.

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Referências

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1 Campbell analisa a construção da necessidade no consumismo moderno a partir de uma abordagem do papel do hedonismo nesta construção. Para o autor, “ Sabe-se que o hedonismo desse tipo (hedonismo moderno) é capaz de proporcionar a resposta ao problema dos aspectos distintivos do consumismo moderno, pois explica como o interesse do indivíduo se concentra primordialmente nos significados e imagens atribuíveis a um produto, o que exige a presença da novidade.”

2 A discussão sobre o surgimento e modificações da música negra, juntamente com as influências vindas da Jamaica, que desembocaram no RAP podem ser melhor observadas em Vianna (1988), Rose (1994), Andrade (1999), Rocha, Domenich e Casseano (2001), Cachin (1997), entre outros.

3 Realidade é um termo freqüentemente utilizado pelos rappers para se referir às situações que vivenciam e narram em suas letras de música.

4 Para maiores detalhes ver, SOUZA, Angela M. O Movimento do Rap em Florianópolis: A Ilha da Magia é só da Ponte

pra lá!, Dissertação de mestrado defendida em 1998 no PPGAS – UFSC, sob a orientação da Prof. Dra. Carmem S. Rial.

5 Referente a esta discussão em outras cidades ver, Diógenes (1998) sobre Movimento Hip Hop em Fortaleza, Amorim (1997) e Nascimento (1994) sobre o Movimento de Brasília, Dayrell (2005) em Belo Horizonte, e nas inúmeras pesquisas realizadas com rappers de São Paulo, como podemos ver em Herschmann (2005), Rocha, Domenich e Casseano (2001), na coletânea organizada por Andrade (1999), Santos e Soares (2005). Embora o Rio de Janeiro não seja citado como um cenário importante para o Movimento Hip Hop nacional, de lá vieram rappers como MVBill (Cidade de Deus) e Grabriel o Pensador . A grande referência desta cidade é o chamado funk carioca, que embora tenha inúmeras divergências com o Movimento Hip Hop surgem da mesma fonte, mas se diferenciam por posturas políticas e estéticas utilizadas para pensar a

realidade social em que vivem. Com relação a está discussão ver Vianna (1988 e 2003), Herschmann (2005), entre outros.

Embora o Rio de Janeiro não seja citado como um cenário importante para o Movimento Hip Hop nacional, de lá vieram rappers como MVBill (Cidade de Deus) e Grabriel o Pensador . A grande referência desta cidade é o chamado funk carioca, que embora tenha inúmeras divergências com o Movimento Hip Hop surgem da mesma fonte, mas se diferenciam por posturas políticas e estéticas utilizadas para pensar a realidade social em que vivem. Com relação a está discussão ver Vianna (1988 e 2003), Herschmann (2005), entre outros.

6 Sobre este cenário que se esboça na contemporaneidade, ver as discussões sobre modernidade líquida (de Bauman, 2001),

segunda modernidade (de Beck, 1999) e ainda pós-modernidade (de Maffesoli, 1984).

7 Sobre a discussão de gênero ver: Butler (2003), Heilborn (1999), Louro (1997) entre outras.

8 Durante meu trabalho de campo entre os rappers de Florianópolis, questionei a pouca participação das mulheres no Movimento e as respostas apontaram em vários sentidos. Alguns dizem que elas não participam porque não tem interesse, outros admitem uma certa dose de machismo, vários fogem da pergunta e dizem que não entendem esta ausência e ainda há os que atribuem esta ausência aos problemas que elas possuem, ou seja, por serem negras, pobres e mulheres vêem sua condição ainda mais marginalizada.

9 No que diz respeito aos questionamentos com relação às condições que definem a masculinidade e suas desconstruções, ver: Mihaely (2006), Stoller (1993), Bourdieu (2003), Schpun (2004), Nolasco (1995), entre outros.

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