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Receita mantém tributação de aviso prévio

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Boletim 553/14 – Ano VI – 1º/07/2014

Receita mantém tributação de aviso prévio

Para Rodrigo Rigo Pinheiro, entendimento complica a vida das empresas

Por Laura Ignacio | De São Paulo

A Receita Federal continua a entender que o aviso prévio indenizado, o 13º salário correspondente a esse benefício e a importância paga pelo empregador nos 15 dias que antecedem o auxílio-doença integram a base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias incidentes sobre a folha de salários. É o que deixa claro a Solução de Consulta nº 6.019, publicada no Diário Oficial da União de ontem. Ela segue o

entendimento da Solução de Consulta da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) nº 126, publicada no fim de maio, para orientar os fiscais do país.

As contribuições previdenciárias sobre a folha de salários variam de 8% a 11%, de acordo com o salário de contribuição determinado pela Previdência Social.

Com a publicação, a Receita mantém posicionamento contrário à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em recurso repetitivo, de fevereiro. Segundo a decisão da Corte, o pagamento decorrente da falta de aviso prévio não tem caráter remuneratório, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano, o que afastaria a incidência tributária.

De acordo com a solução, o Fisco só deverá submeter-se ao entendimento do STJ "após a manifestação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)", como determinam a Lei nº 10.522, de 2002, e a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1, de 2014. "A manutenção desse posicionamento é complicada porque as empresas fazem planejamentos tributários e investimentos com base nas decisões das Cortes

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superiores em recursos repetitivos e de repercussão geral", afirma o advogado Rodrigo Rigo Pinheiro, do escritório BCBA Advogados.

Contribuintes tinham dúvida a respeito porque a Receita mantinha sua interpretação, com base em solução de consulta Cosit nº 15, de 2013, ou seja, anterior ao julgamento do STJ.

Ainda, segundo a solução publicada ontem, não integram a base de cálculo: o abono pecuniário de férias, o adicional constitucional correspondente, o auxílio-doença pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a complementação do auxílio-doença paga pela empresa, desde que esse direito seja extensivo a todos os empregados da companhia.

Em razão do entendimento do Fisco, as empresas têm buscado o aval do Judiciário. Decisão proferida em maio pela 2ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região foi favorável a uma companhia do Sul do país, por unanimidade.

Já uma sentença da Justiça Federal de São Paulo, proferida em abril, também impede que uma empresa seja autuada, em relação ao aviso prévio, com base na decisão do STJ. "Além de reduzir a tributação da empresa a partir de agora [ao afastar a incidência tributária], a sentença ainda possibilita a recuperação dos valores recolhidos nos

últimos cinco anos", afirma o advogado Daniel Brazil, do escritório Brazil, Gomes & Carvalho Advogados Associados, que representa a empresa no processo.

IBGE decide desligar temporários em greve

Por Diogo Martins | Do Rio

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) decidiu que os agentes de

pesquisa e mapeamento que "apresentam baixa assiduidade e produtividade" não terão os contratos renovados. Esses profissionais são temporários e trabalham na coleta de pesquisas do IBGE.

A assessoria de imprensa do IBGE diz que a medida é voltada para os servidores temporários que não trabalharam nos últimos dez dias. Parte dos servidores do IBGE, entre permanentes e temporários, está em greve desde a última semana de maio, reivindicando reajuste salarial, restabelecimento do orçamento do IBGE e investimentos na infraestrutura do instituto, entre outros pleitos.

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"O objetivo é garantir as metas institucionais do IBGE e as atividades essenciais, como coleta de dados para as pesquisas", informou a assessoria do órgão.

A ordem para a não renovação dos contratos de parte dos temporários foi expedida pelo coordenador de recursos humanos do IBGE, Bruno Taranto Malheiros, em 27 de junho, em forma de memorando. No texto, Malheiros diz que a decisão partiu da presidente do instituto, Wasmália Bivar.

O sindicato dos funcionários do IBGE informou que está tomando as "devidas

providências" para reverter a decisão da direção do instituto. "A medida é uma clara afronta à legislação vigente" afirmou o sindicato em nota.

Pesquisa prevê falta de 40 milhões de trabalhadores no país em

2030

Christian Orglmeister: taxa de crescimento negativa e baixo nível de educação afetam mercado de trabalho no Brasil

Por Flavia Lima | De São Paulo

A próxima grande crise global pode ter origem no mercado de trabalho e o Brasil deve ser um dos países mais afetados pela carência de mão de obra. Restrições trabalhistas já enfrentadas pelo país podem se agravar nos próximos anos, com um déficit de 8,5 milhões de trabalhadores em 2020. Até 2030, esse número será cinco vezes maior: a carência de mão de obra pode chegar a 40,9 milhões de pessoas, indica estudo do Boston Consulting Group (BCG) obtido com exclusividade pelo Valor.

O estudo analisou a dinâmica de oferta e demanda de mão de obra em 25 países, que englobam 65% da população global e mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e concluiu que os desequilíbrios na força de trabalho podem gerar perdas de US$ 10 trilhões no período analisado. As perdas viriam tanto de carências quanto de

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excessos agudos na disponibilidade de mão de obra global, exacerbados por fatores que vão de crescimento econômico anêmico e envelhecimento populacional a baixas taxas de natalidade e políticas restritivas de imigração.

Com restrições no mercado de trabalho, o Brasil está ao lado de países como

Alemanha (país cujo déficit deve ser de 2,4 milhões de trabalhadores até 2020 e de 10 milhões até 2030), Polônia, Rússia e Japão, nos quais a oferta de mão de obra já registra contração e deve continuar caindo até 2020, com uma piora desse quadro até 2030.

Diferentemente da Alemanha, porém, um dos principais aspectos restritivos do

mercado de trabalho local é a baixa qualificação de parte da população em idade ativa do país (acima de 15 anos, segundo o estudo). "A população tem taxa de crescimento negativa, mas, além disso, em razão do nível educacional, não conseguimos ter uma população economicamente ativa de qualidade, o que começa a limitar o crescimento econômico", diz Christian Orglmeister, sócio da BCG.

Segundo o estudo, os números alarmantes de carência de mão de obra podem ser contornados por iniciativas que englobam aumento da produtividade por meio de investimentos em infraestrutura, inovação, tecnologia e programas de qualificação de mão de obra; elevação da taxa de participação no mercado, aumentando, por exemplo, o número de mulheres na força de trabalho; aumento da idade para aposentadoria e promoção de vagas de trabalho para a população mais velha; estímulo à imigração e mobilidade de talentos entre os países. Além de elevação das baixas taxas de

natalidade.

Dentre os 25 países estudados, a maioria ainda deve contar com excedente de mão de obra até 2020. Nos dez anos seguintes, no entanto, o superávit deve se transformar em déficit severo de mão de obra, o que, além do baixo crescimento, pode resultar em pressões inflacionárias de salários - algo já enfrentado pelo Brasil -, o que pode abalar a competitividade das economias. Entre as exceções, os Estados Unidos, por exemplo, devem encarar um superávit entre 17,1 milhões e 22 milhões de trabalhadores em 2020, desacelerando para cerca de 7,4 milhões até 2030.

No grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), só a Índia está a salvo de um problema de escassez de mão de obra. O superávit da China - entre 55,2

milhões e 75,3 milhões de trabalhadores em 2020 - pode se reverter em déficit acima de 24,5 milhões de trabalhadores em 2030, especialmente por conta da política de um filho por família.

Aliado a um crescimento econômico persistentemente baixo, o excesso de mão de obra pode levar, em nível individual, a desemprego em prazo mais longo e redução da

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empregabilidade, indica o estudo. De modo mais amplo, o excesso de trabalhadores pode acarretar queda de arrecadação de impostos e aumento do custo dos serviços sociais, além de risco de instabilidade, também reduzindo a competitividade e a atratividade para investidores.

Para os países que poderiam produzir mais se criassem vagas suficientes no mercado de trabalho, o estudo sugere o estímulo a programas de qualificação e a incorporação de trabalhadores à economia formal, com a simplificação das leis trabalhistas e do sistema de impostos.

Medo do desemprego cresce em junho

Por Lucas Marchesini | De Brasília

O medo do desemprego cresceu pela quinta vez consecutiva, de acordo com a pesquisa "Termômetro da Sociedade Brasileira" divulgada trimestralmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador avançou 3,4% em junho ante março deste ano, chegando a 76,1 pontos. Já em relação a junho de 2013, o indicador cresceu 6,7%.

A pesquisa foi feita pelo Ibope a pedido da CNI a partir de 2002 entrevistas em 142 municípios. Na separação dos dados por nível de ensino, o medo do desemprego é maior entre os entrevistados com ensino superior e vai decrescendo de acordo com a escolaridade.

Entre aqueles que completaram o ensino superior, o índice foi de 80,2 pontos, ante 78,7 pontos para aqueles com ensino médio, 73,9 pontos para aqueles com ensino fundamental e 63,4 pontos para os entrevistados com até a 4ª série completa.

Por outro lado, o Índice de Satisfação com a Vida subiu 0,9% na mesma comparação, ao sair de 102,2 pontos em março para 103,1 pontos. Voltou, dessa forma, ao patamar apurado em dezembro do ano passado. Em relação a junho de 2013, o crescimento é de 0,2%.

A aparente disparidade entre os dados ocorre, de acordo com o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, porque o medo do desemprego se refere a uma estimativa futura, enquanto o de satisfação com a vida está mais próximo ao retrato do momento atual. "Mas se o medo do desemprego continuar crescendo, o que a gente espera é que a satisfação comece a cair", acrescentou Fonseca.

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Destaques

Penhora de IR

A 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) reformou decisão de primeira instância e autorizou a penhora de eventuais créditos existentes de restituição do Imposto de Renda das partes executadas no processo. A execução teve início em 2005 e nenhuma das várias tentativas de satisfação do crédito do trabalhador alcançou sucesso. Em razão disso, a alternativa encontrada pelo trabalhador foi pedir a penhora de valores relativos à restituição de Imposto de Renda dos executados. A pretensão, entretanto, foi negada pela primeira instância, pelo entendimento de que a verba em questão possuiria natureza salarial. Para o relator do recurso do trabalhador, Fernando Antônio Viégas Peixoto, entretanto, a restituição de IR perde a natureza de salário. "As parcelas em comento não detêm natureza salarial, uma vez que o lapso temporal entre o recebimento do salário e a restituição de valores recolhidos a maior afastam tal condição, não se podendo falar em impenhorabilidade", destacou no voto. O magistrado lembrou, ainda, que o crédito trabalhista possui natureza alimentar,

privilegiada. Por fim, chamou a atenção para um detalhe: a solicitação de bloqueio de créditos de Imposto de Renda já havia sido feita em 2012, sem sucesso na época.

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Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para

Referências

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