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Mestrado em Estudos Clássicos Especialização em Poética e Hermenêutica

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Academic year: 2021

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Especialização em Poética e Hermenêutica

Programa

Seminário: Tradição Clássica

Docente: Doutora Maria Teresa Schiappa Preâmbulo:

Pelo seu carácter de transversalidade nas totalidade das variantes de 2º Ciclo em Estudos Clássicos, é objectivo deste seminário atingir uma perspectiva abrangente de reconhecimento das dinâmicas de continuidade ou ruptura de tópicos da tradição clássica, enquanto traço significativo e matricial de uma identidade e de um imaginário ocidental. Identificar os processos de transmissão de alguns dos aspectos mais significativos da tradição clássica e do processo da sua recepção. Perspectivar a tradição clássica como chave de leitura de novos mundos descobertos e novos contextos epocais. Compreender a tradição clássica como ‘lugar’ de construção da memória colectiva. Conteúdos programáticos:

1. Introdução: o sentido de ‘traditio’. Memória cultural e identidade. Tradição e crítica. Tradição e crise.

2. ‘Traditio’, ‘traductio’ e apropriação das poéticas da Antiguidade.

a) Aristóteles no Renascimento: a leitura da mimesis, a contaminação com as poéticas latinas e (re)escrita das poéticas.

b) Entre Aristóteles e Platão, Íon: o poeta e a mania inspiradora do Romantismo. Um lugar para o De Sublime.

c) As novas poéticas e a recuperação do primordial conceito de mimesis /re-presentação.

d) O discurso metapoético no seio da poesia: um exemplo português: Sophia de Mello Breyner e o romântico-idealístico regresso a Platão.

3. Épica e anti-épica. O épico e o político: a) entre Homero, Apolónio e Virgílio; b) modelos épicos em prosa;

c) a recepção no Renascimento;

d) épico e anti-épico no contexto da contemporaneidade. O exemplo português ‘Manuel Alegre’.

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Mestrado em Estudos Clássicos 4. A ágora e o fórum: discussão e espaço público. Do espaço antigo ao fórum virtual.

Bibliografia:

Arendt, H., Entre o Passado e o Futuro, Lisboa 2006 (trad. do ing.).

Carvalho, T., Epopeia e Anti-epopeia. De Virgílio a Manuel Alegre, Coimbra, 2008. Catroga, F., Memória, História e Historiografia, Coimbra 2001.

Fialho, M. C., “Mito, narrativa e memória” in A. Nascimento (ed.), Actas do Colóquio

Antiguidade Clássica: que fazer com este Património, Lisboa, 2003, 127-134.

Gadamer, H. G., Verdad y método, Salamanca, 2003 (trad. do al.). Gregory, T., From Many Gods to One, Chicago-London, 2006;

Oliveira, F., Raízes Greco-latinas da Cultura Portuguesa. Actas do I Congresso da

APEC, Coimbra, 1999.

Pereira, M. B., “Modernidade, Fundamentalismo e Pós-modernidade”, Revista

Filosófica de Coimbra 2 (1992) 205-263.

Rebelo, L. S., A Tradição Clássica na Literatura Portuguesa, Lisboa, 1982. Rocha Pereira, M. H., Temas Clássicos na Poesia Portuguesa, Lisboa, 1972.

___________, Novos Ensaios sobre Temas Clássicos na Poesia Portuguesa, Lisboa, 1988.

Steiner, G., A Ideia de Europa, Lisboa, 2005, 2ªed (trad. do ingl.).

Seminário: Poéticas da Antiguidade Docente: Doutora Maria do Céu Fialho Preâmbulo:

Uma vez consciencializado da tradição de tentativa de compreensão dos mecanismos que levam o homem à criação poética e da função do mito-narrativa no contexto da comunidade, o aluno está apto a compreender no seio de que tradição decorre a tomada de posição platónica sobre a poesia e, por seu turno, o que representa, como reflexão filosófica, a Poética de Aristóteles. É a partir desse pressuposto metodológico – ler a Poética à luz do filósofo – que se desenvolverá a tarefa de leitura e comentário dos principais capítulos.

Conteúdos programáticos:

1. Introdução: Pré-poéticas da Poética de Aristóteles.

a) Pressupostos metodológicos para uma leitura compreensiva da Poética, enquanto discurso filosófico de réplica, no contexto do pensamento do autor. O horizonte da pólis. b) Comentário da Poética e recuperação hermenêutica do horizonte de pensamento a que se reporta.

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emoções.

3. Horácio e a Ars Poetica.

a) O peso da tradição. A redução do conceito de mimesis.

b) Pressupostos éticos da poética horaciana. A noção de adequação, conveniência e justa medida.

4. Pseudo-Longino, Tratado sobre o sublime. a) Problemas de autoria e época;

b) Tradição e novidade conceptológica. Bibliografia:

Textos:

Alsina Clota, J., Anonimo. Sobre lo Sublime. Aristóteles. Poética, texto bilingue, introd. trad. notas.

García Yebra, V., Aristóteles. Poética, ed. trilingue, introd. texto, coment. (Madrid, Reimpr. Gredos 1992).

Platão. A República, introd. trad. notas Rocha Pereira, M. H. (Lisboa 2001, 11ªed.). Valente, A., Aristóteles. Poética, trad. notas, introd. de M. H. Rocha Pereira (Lisboa 2004). Estudos:

Broadie, S., Ethics with Aristotle (Oxford 1991).

Halliwell, S., The Aesthetic of Mimesis. Ancient Texts and Modern Problems (Princeton 2002).

Lesky, A., História da Literatura Grega (Lisboa 1995, trad. do al.).

López Eire, A., Fialho, M. C., Portocarrero, M. L. (eds.), Poética(s). Diálogos com

Aristóteles (Lisboa 2007) 47-100.

Rocha Pereira, M. H., Ribeiro Ferreira, J., Oliveira, F. (eds), Horácio e a sua

Perenidade (Coimbra 2009).

Seminário: Hermenêutica e Narrativa

Docente: Doutora Maria Luísa Portocarrero Preâmbulo:

Identificar os grandes momentos e características da hermenêutica, o seu objecto de pesquisa e o seu modo de pensar. Perceber o sentido da hermenêutica pré-filosófica ou «ars interpretandi», enquanto lugar comum da educação do homem culto greco-romano, medieval e renascentista. Entender a relação entre Hermenêutica, Poética, Imaginação narrativa e Humanidades. Compreender a relação dialéctica Hermenêutica Filosófica e Ciência positiva, tendo em consideração os seus modos

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Mestrado em Estudos Clássicos diferentes de funcionamento da linguagem.

Conteúdos programáticos:

Da hermenêutica pré-filosófica à hermenêutica filosófica.

Hermenêutica, identidade e alteridade: o estatuto do outro na ciência e na literatura. A hermenêutica como filosofia prática e suas tarefas fundamentais.

A Poética (Aristóteles) enquanto mimesis praxeos e o seu estatuto ontológico fundamental.

A recuperação e o alargamento ricoeuriano da tríade mimesis-muthos-catharsis da

Poética.

Narrativa e hermenêutica segundo P. Ricoeur. Bibliografia:

Coreth, E., Cuestiones Fundamentales de Hermeneutica, Barcelona, Herder, 1972. Dilthey, W., Le Monde de L’ Esprit (trad.), Paris, Aubier, 1947, T II.

Gadamer, H.-G, Verdad y Método (trad.), Salamanca, Sígueme, 1977.

Ricoeur, P., Teoria da interpretação. O discurso e o excesso de significação (trad.), Lisboa, ed. 70, 1976.

Ricoeur, P., Du texte à l´action. Essais d´herméneutique, II, Paris, Seuil, 1986. Ricoeur, P., Le conflit des interprétations. Essais d´herméneutique, Paris, Seuil, 1969. Ricoeur, P., Temps et récit, I, Paris, ed. Seuil, 1983, pp.11-136.

Ricoeur, P., Lectures 2, Paris Ed. Seuil, 1992, pp. 464-478.

Ricoeur, P., Historia y narratividad (trad.), Barcelona, Buenos Aires, México, 1999. Wood, D. ( ed), Narrative and Interpretation, London, New York, Routledge,1991.

Seminário: Filosofia e Literatura Docente: Doutor Alexandre Sá Preâmbulo:

O presente Seminário procurará problematizar a relação entre filosofia e literatura a partir daquilo a que se poderia chamar a imanência do seu cruzamento e a impossibilidade do estabelecimento de uma fronteira definida entre racionalidade filosófica e ficção literária. Tratar-se-á, portanto, de identificar e abordar intensivamente alguns tópoi desta relação, mostrando, por um lado, como o discurso filosófico não pode deixar de se espraiar num discurso de características literárias, em virtude do seu próprio desenvolvimento intrínseco, e surpreendendo, em alguns marcos literários do “cânone ocidental”, a sua densidade filosófica. A análise centrar-se-á, cronologicamente, no ambiente intelectual que perpassa entre o fim do século XIX e as três primeiras décadas do século XX.

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2. A filosofia pela perspectiva da arte e a arte pela perspectiva da vida: a palavra de Nietzsche.

3. A dispersão fundadora e o eu como “muitos”: entre Kant e Pessoa. 4. Perto do fim do mundo: partindo de Dostoievski.

5. O “exílio interior”: o caso de Ernst Jünger. Bibliografia:

Benson, R. H., Lord of the World, Doylestown, Wildside Press, 1907.

Dostoievski, F., Os Irmãos Karamázov, trad. Nina Guerra e Filipe Guerra, Lisboa, Presença, 2002; 2. vols.

Gumbrecht, H. G., 1926:Living at the Edge of Time, London & Cambridge, Harvard University Press, 1997.

Heidegger, M., Caminhos de Floresta, trad. Irene Borges-Duarte et al., Lisboa, Gulbenkian, 2002.

Jünger, E., O Trabalhador: domínio e figura, trad. Alexandre Franco de Sá, Lisboa, Hugin, 2000.

__________, O Passo da Floresta, trad. Maria Filomena Molder, Lisboa, Cotovia, 1995.

__________, Eumeswill, trad. Sara Seruya, Lisboa, Ulisseia, s/d.

Kant, I., Crítica da Razão Pura, trad. Alexandre Fradique Morujão e Manuela Pinto dos Santos, Lisboa, Gulbenkian, 1989.

Mann, T., A Montanha Mágica, trad. Herbert Caro, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2006.

Musil, R., O Homem sem Qualidades, trad. João Barrento, Lisboa, Dom Quixote, 2008.

Nietzsche, F., Assim falava Zaratustra, trad. Paulo Osório de Castro, Lisboa, Relógio d’Água, 1998

Pessoa, F., O Livro do Desassossego, Assírio e Alvim, Lisboa, 1998.

Seminário: Literatura e Relações Interpoéticas Docente: Doutor Frederico Lourenço

Preâmbulo:

Pretende-se surpreender elos de complementaridade diacrónica entre diferentes manifestações interpoéticas; estabelecer pontos de contacto entre a poesia e as artes visuais, partindo da teorização proposta na Antiguidade; reavaliar o teatro grego à luz da sua função como matriz da ópera europeia; entender a ópera como

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Mestrado em Estudos Clássicos súmula de todas as artes.

Conteúdos programáticos:

1. O fenómeno poético e as outras artes

2. Poesia e pintura: de Simónides à contemporaneidade

3. Poesia e música: tragédia e comédia gregas na sua dimensão musical 4. Monteverdi e a recriação do espectáculo poético-musical na Europa

5. Duplas artísticas e relações interpoéticas: as óperas “gregas” de Strauss e Hofmannsthal.

Bibliografia:

Lourenço, F., Novos Ensaios Helénicos e Alemães, Lisboa, 2008. Osborne, C., The Operas of Richard Strauss, London, 1988. Pereira, A., A Mousikê no Teatro de Eurípides, Lisboa, 1998.

Schuh, W., Richard Stauss, Hugo von Hofmannsthal, Briefwechsel, Zürich, 1964 (3ª edição revista e aumentada)

Sousa e Silva, M. F., Ensaios sobre Eurípides, Lisboa, 2005.

Seminário: Narrativas Contemporâneas e Hermenêutica Intercultural Docente: Doutora Ana Paula Arnaut

Preâmbulo:

O seminário visa o estudo de obras que evidenciem a possibilidade de a Literatura criar e/ou (des)construir imagens pré-concebidas do eu e do outro, no âmbito da tradição e da cultura profanas e religiosas.

Conteúdos Programáticos:

1. Género(s), cor(es) e identidade(s)

1.1. Visões-representações: olhares do feminino e do masculino.

A Costa dos Murmúrios (Lídia Jorge), Os Cus de Judas (António Lobo Antunes). 1.1.1. A enciclopédia, a construção da imagem e a (re)composição do reflexo. 1.1.1.2. A criação de estereótipos, o peso da tradição e as variantes subversivas

Caim (José Saramago), Bíblia.

2. Os outros lados da cor: relações interculturais

O Homem que não tira o Palito da Boca (João Melo), O Meu Nome é Legião (António

Lobo Antunes).

3. A busca do(s) eu(s) no encontro com o(s) outro(s).

Vozes do vento (Maria Isabel Barreno).

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Ribeiro, M. C., Uma História de regressos. Império, Guerra Colonial e Pós-Colonialismo. Porto: Edições Afrontamento, 2004.

Santos, B. d. S., “Entre Prospero e Caliban: colonialismo, pós-colonialismo e inter-identidade.” in Ramalho, M. I., Ribeiro, A. S. (orgs.), Entre ser e estar: raízes,

percursos e discursos da identidade. Porto: Afrontamento, 2002, 23-85.

Sousa, V. d., Racismo. Opressão dos povos. Elementos para uma análise socio-histórica

em Portugal e no mundo. Lisboa: Arcádia, 1975.

VV AA., Lídia Jorge: in other words – por outras palavras. Dartmouth: University of Massachussets, 1999.

Referências

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