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CEMP - ENSINO MÉDIO 3º ANO Pensamento social brasileiro

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CEMP - ENSINO MÉDIO 3º ANO

Pensamento social brasileiro Gilberto Freyre

1. (Enem (Libras) 2017) A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala. O que a monocultura latifundiária e escravocrata realizou no sentido de aristocratização, extremando a sociedade brasileira em senhores e escravos, com uma rala e insignificante lambujem de gente livre sanduichada entre os extremos antagônicos, foi em grande parte contrariado pelos efeitos sociais da miscigenação.

FREYRE, G. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: Record, 1999. A temática discutida é muito presente na obra de Gilberto Freyre, e a explicação para essa recorrência está no empenho do autor em

a) defender os aspectos positivos da mistura racial. b) buscar as causas históricas do atraso social.

c) destacar a violência étnica da exploração colonial. d) valorizar a dinâmica inata da democracia política.

e) descrever as debilidades fundamentais da colonização portuguesa.

2. (Interbits 2012) Com efeito, já nos anos 1930, a noção elaborada pelo antropologo Gilberto Freyre (1930), de que esse era um país racial e culturalmente miscigenado, passava a vigorar como uma espécie de ideologia não oficial do Estado, mantida acima das clivagens de raça e classe e dos conflitos sociais que se precipitam na época. Nesse contexto, conceitos são reavaliados, imagens assentadas perdem sua mais antiga conotação. Esse é o caso exemplar de Jeca Tatu, conhecida personagem de Monteiro Lobato, que enquanto mestiço, pobre e ignorante, de certa forma representava a condição vivenciada pela maioria da população brasileira. Em 1919, porém, em O problema vital, Lobato parece ter mudado de posição, quando, desviando a atenção para o problema racial, apresentava Jeca Tatu não como o resultado de uma formação híbrida, mas como o fruto de doenças epidêmicas.

SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 248-249. Assinale a alternativa incorreta a respeito da formação do pensamento brasileiro.

a) A obra de Gilberto Freyre, na década de 1930, contribuiu para que a miscigenação fosse percebida de forma positiva.

b) O texto apresenta um período de mudança de visão sobre o país, expressa pela transformação do significado da personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato.

c) O Brasil herdou muito dessa visão da miscigenação. Com isso, a ideia de uma democracia racial continua presente até hoje.

d) Atualmente, o Brasil não é mais visto como uma nação miscigenada, e sim maculada pela guerra racial.

e) O início do século XX representou um período histórico em que houve uma maior preocupação com a saúde pública da população.

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3. (Uenp 2010) Do ponto de vista sociológico, no Brasil se constituiu sobre o mito da democracia racial principalmente depois da publicação de Casa grande e senzala de Gilberto Freyre (2003). De acordo com Florestan Fernandes (1965) o ideal de miscigenação fora difundido como mecanismo de absorção do mestiço não para a ascensão social do negro, mas para a hegemonia da classe dominante. O mito da democracia racial assentou-se sobre dois fundamentos: 1) o mito do bom senhor; 2) o mito do escravo submisso.

Analise as afirmações:

I. A crença no bom senhor exalta a vulgaridade das elites modernas, como diria Contardo Calligaris, e juntamente com uma espécie de pseudocordialidade seriam responsáveis pela manutenção e o aprofundamento das diferenças sociais.

II. O mito do escravo submisso fez com que a sociedade de um modo geral não encarasse de frente a violência da escravidão, fez com que os ouvidos se ensurdecessem aos clamores do movimento negro, por direitos e por justiça.

III. As proposições legislativas sobre a inclusão de negros vão desde o Projeto de Lei que reserva aos negros um percentual fixo de cargos da administração pública, aos que instituem cotas para negros nas universidades públicas e nos meios de comunicação.

Assinale a alternativa correta:

a) todas as afirmações são verdadeiras. b) apenas a afirmação II e verdadeira. c) as afirmações I e III são verdadeiras. d) as afirmações I e II são falsas. e) todas as afirmações são falsas.

4. (Unioeste 2010) Observando o parágrafo abaixo e as afirmações que se seguem, seria correto dizer que

Em Casa Grande & Senzala Gilberto Freyre refuta as teses que atribuem o “atraso” da sociedade brasileira à miscigenação, o que é por muitos considerado um ponto de vista inovador.

I. Suas concepções podem assim mesmo ser consideradas conservadoras por enfatizar a harmonia das relações entre as etnias constitutivas da sociedade brasileiras, sobretudo entre brancos e negros.

II.Freyre faz, no livro citado acima, um elogio à colonização portuguesa no Brasil. Decorrem desse fato as críticas que recebe por parte daqueles que vêm justamente no tipo de colonização que tivemos a origem do atraso nacional.

III. Adotando pontos de vista e procedimentos muito distintos em relação aos de Freyre, Florestan Fernandes foi um dos autores que, na busca de explicações para aspectos da sociedade brasileira, enfatizou muito mais as mudanças sociais do que equilíbrio.

IV. O principal ponto de convergência entre Freyre e Florestan é que com a progressiva industrialização da sociedade brasileira os negros não ocupam, necessariamente, um lugar marginal.

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a) Todas as afirmativas estão corretas.

b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. e) Apenas a afirmativa I está correta.

5. (Unioeste 2009) Em Casa Grande & Senzala, primeira obra da trilogia em que Gilberto Freyre analisa a formação da família patriarcal brasileira, não é possível observar

a) o elogio da colonização portuguesa no Brasil.

b) a defesa da ideia de que a interação entre os grupos étnicos teria ocorrido em relativa harmonia, a despeito das relações de poder.

c) a presença da influência culturalista de uma perspectiva que valoriza traços e práticas culturais dos diferentes grupos que constituem o povo brasileiro.

d) a noção de que a origem do “atraso” da sociedade brasileira seria a mestiçagem.

e) a ideia de que os altos “índices” de miscigenação observados na sociedade brasileira estariam associados à capacidade de adaptação do empreendedor português, quando comparado a outros povos colonizadores.

6. (Uefs 2018) A igualdade de interesses agrários e escravocratas que através dos séculos XVI e XVII predominou na colônia, toda ela dedicada com maior ou menor intensidade à cultura do açúcar, não a perturbou tão profundamente, como à primeira vista parece, a descoberta das minas ou a introdução do cafeeiro. Se o ponto de apoio econômico da aristocracia colonial deslocou-se da cana-de-açúcar para o ouro e mais tarde para o café, manteve-se o instrumento de exploração: o braço escravo.

(Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala, 1989.) O excerto descreve o complexo funcionamento do Brasil durante a colônia e o Império. Uma de suas consequências para a história brasileira foi

a) a utilização de um mesmo padrão tecnológico nas sucessivas fases da produção de mercadorias de baixo custo.

b) a existência de uma produção de mercadorias inteiramente voltada para o abastecimento do mercado interno.

c) a liberdade de decisão política do grupo dominante local enriquecido com a exploração de riquezas naturais.

d) a ausência de diferenças regionais econômicas e culturais durante o período colonial e imperial.

e) a manutenção de determinadas relações sociais num quadro de modificações do centro dinâmico da economia.

7. (Fuvest 2017) Mas o pecado maior contra a Civilização e o Progresso, contra o Bom Senso e o Bom Gosto e até os Bons Costumes, que estaria sendo cometido pelo grupo de regionalistas a quem se deve a ideia ou a organização deste Congresso, estaria em procurar reanimar não só a arte arcaica dos quitutes finos e caros em que se esmeraram, nas velhas casas patriarcais, algumas senhoras das mais ilustres famílias da região, e que está sendo esquecida pelos doces

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dos confeiteiros franceses e italianos, como a arte – popular como a do barro, a do cesto, a da palha de Ouricuri, a de piaçava, a dos cachimbos e dos santos de pau, a das esteiras, a dos ex-votos, a das redes, a das rendas e bicos, a dos brinquedos de meninos feitos de sabugo de milho, de canudo de mamão, de lata de doce de goiaba, de quenga de coco, de cabeça – que é, no Nordeste, o preparado do doce, do bolo, do quitute de tabuleiro, feito por mãos negras e pardas com uma perícia que iguala, e às vezes excede, a das sinhás brancas.

Gilberto Freyre. Manifesto regionalista (7ª ed.). Recife: FUNDAJ, Ed. Massangana, 1996. De acordo com o texto de Gilberto Freyre, o Manifesto regionalista, publicado em 1926,

a) opunha-se ao cosmopolitismo dos modernistas, especialmente por refutar a alteração nos hábitos alimentares nordestinos.

b) traduzia um projeto político centralizador e antidemocrático associado ao retorno de instituições monárquicas.

c) exaltava os valores utilitaristas do moderno capitalismo industrial, pois reconhecia a importância da tradição agrária brasileira.

d) preconizava a defesa do mandonismo político e da integração de brancos e negros sob a forma da democracia racial.

e) promovia o desenvolvimento de uma cultura brasileira autêntica pelo retorno a seu passado e a suas tradições e riquezas locais.

8. (G1 - ifsc 2014) Muitos historiadores e sociólogos, entre eles Giberto Freyre, adotam a expressão “escravidão patriarcalista” como representativa do Brasil colonial. Porém, há outros que acreditam que a expressão não pode ser aceita, pois alegam que nem toda a colonização do Brasil foi patriarcal.

Sobre a colonização do Brasil acima referida é CORRETO afirmar que:

a) Os historiadores que não aceitam a expressão “escravidão patriarcalista” alegam que em vários estados brasileiros a escravidão não ocorreu ou foi insignificante como em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

b) A expressão “escravidão patriarcalista” se deve, principalmente, aos engenhos de açúcar, onde os senhores de engenho eram os chefes da família e de todo o engenho, e a principal mão de obra era o trabalho escravo.

c) Percebemos até os dias atuais a continuidade da escravidão patriarcalista, com o preconceito contra descendentes de africanos e o poder instituído pelo pai na família, sem existir leis contra esse preconceito ou leis para proteção da mulher.

d) Gilberto Freyre instituiu essa expressão se referindo aos engenhos de cana-de-açúcar de Pernambuco. Porém, esse foi um caso isolado, pois nas fazendas de café de São Paulo ou em Minas Gerais não ocorreu escravidão e o papel do pai na família era apenas de provedor financeiro.

e) Podemos aceitar esta expressão “escravidão patriarcalista” para representar o Brasil, pois os engenhos de cana-de-açúcar com mão de obra escravocrata foram a base econômica e cultural de todos os estados brasileiros.

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9. (Enem cancelado 2009) Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio — e mais tarde de negro — na composição. Sociedade que se desenvolveria defendida menos pela consciência de raça, do que pelo exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política. Menos pela ação oficial do que pelo braço e pela espada do particular. Mas tudo isso subordinado ao espírito político e de realismo econômico e jurídico que aqui, como em Portugal, foi desde o primeiro século elemento decisivo de formação nacional; sendo que entre nós através das grandes famílias proprietárias e autônomas; senhores de engenho com altar e capelão dentro de casa e índios de arco e flecha ou negros armados de arcabuzes às suas ordens.

FREYRE, G. Casa-Grande e Senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984. De acordo com a abordagem de Gilberto Freyre sobre a formação da sociedade brasileira, é correto afirmar que

a) a colonização na América tropical era obra, sobretudo, da iniciativa particular. b) o caráter da colonização portuguesa no Brasil era exclusivamente mercantil.

c) a constituição da população brasileira esteve isenta de mestiçagem racial e cultural. d) a Metrópole ditava as regras e governava as terras brasileiras com punhos de ferro. e) os engenhos constituíam um sistema econômico e político, mas sem implicações sociais.

10. (Uff 2001) Na década de 30, as obras de Gilberto Freyre redirecionaram os estudos sobre negros e cultura africana quanto à questão da identidade racial brasileira, pois, contradiziam as afirmativas segundo as quais a miscigenação tinha causado um dano irreparável à nossa sociedade.

Gilberto Freyre, em seus estudos:

a) trata da confluência do cotidiano rural e urbano no Brasil, o que se destaca em sua primeira obra - Sobrados e Mocambos;

b) detém-se na análise das relações multirraciais vigentes na sociedade baiana do século XVIII;

c) enfatiza o cunho intensamente patriarcal da sociedade brasileira;

d) aprofunda as teorias raciais vigentes no Brasil na segunda metade do século XIX;

e) responsabiliza a sociedade derivada da mestiçagem pelos vícios sociais do povo brasileiro. Florestan Fernandes

1. (Udesc 2019) Leia o trecho a seguir:

“Não existe democracia racial efetiva, onde o intercâmbio entre indivíduos pertencentes a ‘raças’ distintas começa e termina no plano da tolerância convencionalizada. Esta pode satisfazer as exigências do bom-tom, de um discutível espírito cristão e da necessidade prática de ‘manter cada um no seu lugar’. Contudo, ela não aproxima realmente os homens senão na base da mera coexistência no mesmo espaço social e, onde isso chega a acontecer, da

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convivência restritiva, regulada por um código que consagra a desigualdade, disfarçando-a e justificando-a acima dos princípios de integração da ordem social democrática”.

Florestan Fernandes, 1960.

Florestan Fernandes se refere à ideia de “democracia racial” que, durante um período, foi considerada constitutiva da identidade nacional brasileira. Esta tese era caracterizada por: a) pressupor uma miscigenação harmoniosa entre os diferentes grupos étnicos constitutivos da nação brasileira.

b) apregoar que representantes de todos os grupos étnicos deveriam ter representatividade política em âmbito legislativo.

c) promover a denúncia de práticas racistas contra negros, mulheres e indígenas.

d) reivindicar a instauração de processos e eventuais julgamentos dos responsáveis pelo processo de favelização nas grandes capitais brasileiras, a partir de fins do século XIX. e) defender as candidaturas plurirraciais nos processos eleitorais, pós 1964.

2. (Uel 2008) Analise a tabela a seguir:

Número e Percentual de Pobres - Indigentes por cor, 1992 e 1999 Número Percentual

1992 1999 Variação % 1992 1999 Total 84.459.000 75.195.000 -11,00 100,0 100,0 Brancos 31.075.000 25.869.000 -16,75 37,0 34,4 Afrodescendentes: 53.191.000 49.012.000 -7,85 63,0 65,6

(IPEA, 2001. OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R.R. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. p. 144.

Os dados sobre a pobreza e a indigência segundo a cor ilustram os argumentos dos estudos a) de Gilberto Freyre sobre a natural integração dos negros na sociedade brasileira, que desenvolveu a democracia racial.

b) de Caio Prado Junior sobre a formação igualitária da sociedade brasileira, que desenvolveu o liberalismo racial.

c) de Sérgio Buarque de Holanda sobre a cordialidade entre as raças que formam a nação brasileira: os negros, os índios e os brancos.

d) de Euclides da Cunha sobre a passividade do povo brasileiro, ordeiro e disciplinado, que desenvolveu a igualdade de oportunidades para todas as raças.

e) de Florestan Fernandes sobre a não integração dos negros no mercado de trabalho cem anos após a abolição da escravidão.

3. (Upe 2013) Apesar de existirem estudos sociológicos no Brasil, antes de 1930, pode-se afirmar que a Sociologia brasileira se desenvolveu com a fundação da Escola Livre de Sociologia e Política, em 1933, da Universidade de São Paulo, em 1934, e a do Rio de Janeiro, em 1935. Sobre a consolidação da Sociologia brasileira como ciência acadêmica, NÃO se pode afirmar que

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a) o objetivo da Sociologia brasileira, nesse contexto, era formar técnicos e especialistas para compreender os problemas sociais e produzir “soluções racionais” para questões nacionais. b) a Sociologia no Brasil passou a ser reconhecida com base em estudos sobre relações raciais, mobilidade social de grupos étnicos e das relações sociais existentes no meio rural brasileiro. c) os estudos das teorias pelos intelectuais brasileiros em pesquisas sobre os problemas nacionais foi o caminho encontrado pelos primeiros sociólogos para suprir a ausência de uma “escola sociológica no Brasil” e para consolidar a Sociologia brasileira como disciplina. d) a Sociologia se tornou uma “tradição” teórica importante nas universidades brasileiras com os estudos de Florestan Fernandes.

e) a ordem social brasileira nesse período era compreendida pela Sociologia, em consolidação no Brasil, como uma prática intelectual e política, que permitia transformar a sociedade, com o objetivo de romper ou manter a ordem capitalista vigente.

4. (Ufu 2003) Interprete as assertivas abaixo, sobre o mito da democracia racial no Brasil. I. O mito da democracia racial no Brasil é um fenômeno relativamente recente, mais notado a partir dos anos 30 do século XX, quando se acentuou a incorporação de valores e símbolos culturais afrodescendentes à representação dominante da identidade nacional brasileira. II. O mito da democracia racial tem sido uma forma de etnocentrismo das mais notáveis no Brasil, a despeito de ser, ao mesmo tempo, das mais dissimuladas, procedendo a máxima do sociólogo Florestan Fernandes de que o brasileiro tem preconceito de ter preconceito.

III. O mito da democracia racial foi forjado nos anos 30 do século XX, unicamente por intelectuais envolvidos na produção simbólica da indústria cultural, principalmente da televisão. Esses intelectuais visavam atingir um público consumidor de afrodescendentes, até então totalmente excluído do consumo de produtos simbólicos.

IV. O mito da democracia racial sempre existiu no Brasil, conforme se pode observar nas literaturas de José de Alencar, Machado de Assis, Euclides da Cunha, Lima Barreto, bem como na produção sociológica do século XIX, cujo compromisso era demonstrar o valor das culturas africanas para a civilização brasileira.

Marque a alternativa que apresenta os enunciados teoricamente plausíveis. a) Os enunciados I, III e IV, são teoricamente plausíveis.

b) Os enunciados I e II são teoricamente plausíveis. c) Os enunciados II, III e IV são teoricamente plausíveis. d) Apenas o enunciado I é teoricamente plausível.

Sérgio Buarque de Hollanda

1. (Uece 2017) Leia atentamente os excertos a seguir:

“Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente. E do modo com que se há com eles, depende tê-los bons ou maus para o serviço”;

André João Antonil. Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas. Belo Horizonte. Itatiaia, 1982. p. 89.

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“A democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la, onde fosse possível, aos seus direitos ou privilégios, os mesmos privilégios que tinham sido, no Velho Mundo, o alvo da luta da burguesia contra os aristocratas”.

Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. Rio de janeiro. José Olímpio editora, 1984. p. 119.

Considerando os vários aspectos da formação social do Brasil, pode-se afirmar corretamente que os dois trechos acima tratam

a) da inclusão do negro e do pobre no processo democrático que rompeu com os direitos e privilégios das classes dominantes.

b) da integração social ocorrida ainda na colonização com o processo de miscigenação étnica que tornou iguais todos os brasileiros.

c) da condição de exploração e exclusão a que estava sujeita uma parcela significativa da população brasileira em razão dos interesses das elites.

d) da perfeita inclusão dos negros libertos e da população pobre em geral na sociedade brasileira, com a criação da República e da democracia no Brasil.

2. (Uece 2014) Para Sérgio Buarque de Holanda, o Brasil se modernizaria quando superasse a autoritária herança rural portuguesa. Com base nessa asserção, pode-se afirmar corretamente que, para o autor,

a) o desenvolvimento econômico do Brasil somente ocorreria quando as decisões acerca de seu futuro estivessem nas mãos do povo.

b) o Brasil teria que ampliar sua base agrícola e escravocrata.

c) o Brasil teria que romper com as antigas estruturas sociais e econômicas herdadas da Colônia.

d) o desenvolvimento socioeconômico brasileiro só ocorreria se estivesse ancorado na herança colonial portuguesa.

3. (Ufc 2000) Leia com atenção.

"Essa primazia acentuada da vida rural concorda bem com o espírito da dominação portuguesa, que renunciou a trazer normas imperativas e absolutas, que cedeu todas as vezes que as conveniências imediatas aconselharam a ceder, que cuidou menos em construir, planejar ou plantar alicerces, do que em feitorizar uma riqueza fácil e quase ao alcance da mão."

(HOLANDA, Sérgio Buarque de. "Raízes do Brasil". 6a ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971, p. 61.)

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Este texto nos remete a algumas características das primeiras fases da colonização portuguesa no Brasil, entre as quais podemos assinalar:

a) A atividade mineira, com a descoberta das minas de ouro ainda no século XVI, e a construção planejada das cidades.

b) A grande agricultura de exportação, criando cidades como simples entrepostos de comércio para a metrópole, e a intensa exploração da mão de obra.

c) A racionalidade urbana, com as plantas das cidades cuidadosamente planejadas a partir do modelo de Lisboa, e a atividade agrícola intensiva.

d) A cultura do café, baseada no trabalho escravo, e a manufatura do açúcar, empreendida com trabalho livre.

e) A implementação de uma ampla política de colonização no Brasil, com a introdução de escolas e universidades e a criação de centros de formação profissional para o trabalho nos engenhos.

4. (Ufrgs 2014) De acordo com Sérgio Buarque de Holanda “o gosto da maravilha e do mistério, quase inseparável da literatura de viagens na era dos grandes descobrimentos marítimos, ocupa espaço singularmente reduzido nos escritos quinhentistas dos portugueses sobre o Novo Mundo”.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do paraíso. São Paulo: Brasiliense, 1996. p. 1. Qual foi a motivação para essa redução?

a) A língua portuguesa não estava suficientemente desenvolvida para expressar o gosto pelo maravilhoso e pelo mistério.

b) Os portugueses tinham práticas anteriores com grandes navegações e o contato mais frequente com outros povos, sobretudo do Oriente.

c) Os portugueses interessavam-se mais pelo México e pela América do Norte.

d) A ocupação do Novo Mundo, sobretudo do Brasil, pelos portugueses foi imediata, o que amenizou o impacto inicial do contato.

e) Os portugueses consideravam os povos indígenas e a natureza do Novo Mundo semelhante àquela encontrada na Europa.

5. (Ufmg 1997) "A cidade que os portugueses construíram na América não é produto mental, não chega a contradizer o quadro da natureza, e sua silhueta se enlaça na linha da paisagem. Nenhum rigor, nenhum método, nenhuma providência, sempre esse significativo abandono que exprime a palavra desleixo."

(HOLANDA, Sérgio Buarque de. "O Semeador e o Ladrilhador". In: RAÍZES DO BRASIL. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956.) A urbanização no Brasil colonial até o século XVII é vista como sendo provisória e acanhada. Um dos motivos pelos quais Portugal deixou em segundo plano a questão da urbanização foi

a) a inutilidade dos centros urbanos já que na colônia a administração ficava a cargo dos Donatários.

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c) as lutas com os espanhóis para a manutenção das terras coloniais que impediram o desenvolvimento da colônia do Brasil.

d) O predomínio da vida rural, nos engenhos e nas fazendas de criação, o que diminuiu a importância das cidades.

6. (G1 - cps 2012) O historiador Sérgio Buarque de Holanda analisou as diferenças entre as cidades construídas, no início da colonização do continente sul-americano, por espanhóis e portugueses. Segundo esse autor, “para muitas nações conquistadoras, a construção de cidades foi o mais decisivo instrumento de dominação que conheceram”. Além disso, o autor observou que “ao contrário da colonização portuguesa, que foi antes de tudo litorânea, a espanhola preferiu as terras do interior e os planaltos”.

(HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p. 95-99. Adaptado) Sobre as opções de portugueses e de espanhóis para a localização das cidades coloniais, é correto afirmar que

a) as condições geográficas não foram levadas em consideração na escolha dos locais para a fundação das cidades.

b) a dominação europeia nas Américas utilizou as estruturas urbanas construídas anteriormente pelos indígenas.

c) os territórios portugueses e os territórios espanhóis foram igualmente urbanos, pois ambos eram colônias de povoamento.

d) a colonização portuguesa baseou-se em feitorias comerciais litorâneas, e a espanhola baseou-se na extração de minerais no interior.

e) as cidades coloniais portuguesas seguiram o modelo de construção católico, e as espanholas seguiram o modelo arquitetônico protestante.

7. (Ufrn 2012) Na obra Raízes do Brasil, publicada pela primeira vez em 1936, Sérgio Buarque de Holanda, ao analisar o processo histórico de formação da nossa sociedade, afirma:

Desde o período colonial, para os detentores dos cargos públicos, a gestão política apresentava-se como assunto de apresentava-seus interesapresentava-ses particulares. Isso caracteriza justamente o que apresentava-separa o funcionário patrimonial e o puro burocrata. Para o funcionário patrimonial, as funções, os empregos e os benefícios que deles recebe relacionam-se a direitos pessoais dos funcionários e não a interesses objetivos, como ocorre no verdadeiro Estado burocrático. Assim, no Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. [Adaptado]. Considerando as reflexões do autor e levando em conta práticas políticas constatadas no Brasil Republicano, é possível inferir que

a) os limites entre os domínios do público e do privado, no âmbito da administração pública, se confundem, não obstante as leis que visam a combater o patrimonialismo.

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b) o patrimonialismo está presente nas regiões mais carentes do País, em razão apenas do baixo nível de formação dos quadros da administração pública.

c) as estruturas do poder administrativo no Brasil permanecem as mesmas do período colonial, daí a manutenção do patrimonialismo disseminado na sociedade.

d) o predomínio do interesse particular sobre o interesse público, no Brasil, foi efetivamente rompido com o êxito da Revolução de 1930.

8. (Uema 2016) A incivilidade gourmet

(...) Em entrevista à Folha de S. Paulo, o sociólogo espanhol Manuel Castells chegou a tempo de enfiar o dedo nas escancaradas escaras da sociedade brasileira. (...) “A imagem mítica do brasileiro simpático só existe no samba. Na relação entre pessoas, sempre foi violento. A sociedade brasileira não é simpática, é uma sociedade que se mata”.

Continua a matéria, “para os leitores de Sergio Buarque de Holanda, o sociólogo espanhol apenas redescobre as raízes da sociedade brasileira plantadas nos terraços da escravidão, entre a casa-grande e suas senzalas. (...) Sob a capa do afeto, o cordialismo esconde as crueldades da discriminação e da desigualdade.”

BELLUZZO, Luiz Gonzaga. A incivilidade gourmet. Carta Capital, Ano XXI, Nº 854. A matéria retratada aponta como ilusória a ideia de que o brasileiro teria como característica a cordialidade, sendo, ao contrário, preconceituoso e agressivo. As frases expressivas da arrogância discriminativa presente no cotidiano da sociedade brasileira estão indicadas em

a) “Você não pode discutir comigo porque não fez faculdade.” “Quem poderia resolver essa situação?”

b) “E você, quem é mesmo?” “Um momento enquanto verifico o seu processo.”

c) “A culpa é da Princesa Isabel.” “Este é o número do seu protocolo, agora é só esperar”. d) “Eu sou o doutor Fulano de Tal.” “O senhor será o próximo a ser atendido.”

e) “O senhor sabe com quem está falando?” “Coloque-se no seu lugar.”

9. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

Na verdade, a ideologia impessoal do liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós. Só assimilamos efetivamente esses princípios até onde coincidiram com a negação pura e simples de uma autoridade incômoda, confirmando nosso instintivo horror às hierarquias e permitindo tratar com familiaridade os governantes.

(HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 160.) O trecho de Raízes do Brasil ilustra a interpretação de Sérgio Buarque de Holanda sobre a tradição política brasileira.

A esse respeito, considere as afirmativas a seguir.

I. As mudanças políticas no Brasil ocorreram conservando elementos patrimonialistas e paternalistas que dificultam a consolidação democrática.

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II. A política brasileira é tradicionalmente voltada para a recusa das relações hierárquicas, as quais são incompatíveis com regimes democráticos.

III. As relações pessoais entre governantes e governados inviabilizaram a instauração do fenômeno democrático no país com a mesma solidez verificada nas nações que adotaram o liberalismo clássico.

IV. A cordialidade, princípio da democracia, possibilitou que se enraizassem, no país, práticas sociais opostas aos princípios do clientelismo político.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

10. (Unioeste 2009) Desde o surgimento das Ciências Sociais (antropologia, política e sociologia) no Brasil, autores como: Gilberto Freyre (Casa Grande & Senzala), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Florestan Fernandes (A organização social dos Tupinambá), Darcy Ribeiro (O povo brasileiro), e vários outros, pensaram e estudaram o Brasil e o ser brasileiro. Os principais temas abordados até os anos 1960 nestes estudos foram:

I. Mundo rural brasileiro e transformação do rural para urbano II. Povos indígenas; população negra

III. Movimentos sociais e partidos políticos IV. Migração; identidade nacional e religião

V. Participação popular e organizações não governamentais. Assinale a alternativa que contém todas as alternativas corretas.

a) I, II e III. b) IV e V. c) I, II e IV. d) I, II, III e IV. e) III e V.

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