PROCESSO DE OCUPAÇÃO DE VAGAS REMANESCENTES
NÚCLEO DE CONCURSOS
Edital n° 09/2016 – UOVR/COPAP/NC/PROGRAD / UFPR
Prova Objetiva – 16/10/2016
INSCRIÇÃO TURMA NOME DO CANDIDATO
ASSINO DECLARANDO QUE LI E COMPREENDI AS INSTRUÇÕES ABAIXO:
ORDEM
227 – História – Memória e Imagem - Noturno
INSTRUÇÕES
1. Confira, acima, o seu número de inscrição, turma e nome. Assine no local indicado. 2. Aguarde autorização para abrir o caderno de prova. Antes de iniciar a resolução das
questões, confira a numeração de todas as páginas.
3. A prova é composta de 20 questões objetivas.
4. Nesta prova, as questões objetivas são de múltipla escolha, com 5 alternativas cada
uma, sempre na sequência a, b, c, d, e, das quais somente uma deve ser assinalada.
5. A interpretação das questões é parte do processo de avaliação, não sendo permitidas
perguntas aos aplicadores de prova.
6. Ao receber o cartão-resposta, examine-o e verifique se o nome impresso nele
corresponde ao seu. Caso haja qualquer irregularidade, comunique-a imediatamente ao aplicador de prova.
7. O cartão-resposta deverá ser preenchido com caneta esferográfica preta, tendo-se o
cuidado de não ultrapassar o limite do espaço para cada marcação.
8. Não serão permitidos empréstimos, consultas e comunicação entre os candidatos,
tampouco o uso de livros, apontamentos e equipamentos eletrônicos ou não, inclusive relógio. O não cumprimento dessas exigências implicará a eliminação do candidato.
9. A duração da prova é de 4 horas. Esse tempo inclui a resolução das questões e a
transcrição das respostas para o cartão-resposta.
10. São vedados o porte e/ou o uso de aparelhos sonoros, fonográficos, de comunicação ou de
registro, eletrônicos ou não, tais como: agendas, relógios com calculadoras, relógios digitais, telefones celulares, tablets, microcomputadores portáteis ou similares, devendo ser desligados e colocados OBRIGATORIAMENTE no saco plástico. São vedados também o porte e /ou uso de armas, óculos ou de quaisquer acessórios de chapelaria, tais como boné, chapéu, gorro ou protetores auriculares. Caso alguma dessas exigências seja descumprida, o candidato será excluído do concurso.
11. Ao concluir a prova, permaneça em seu lugar e comunique ao aplicador de prova.
Aguarde autorização para entregar o caderno de prova e o cartão-resposta.
12. Se desejar, anote as respostas no quadro abaixo, recorte na linha indicada e leve-o
consigo
.
DURAÇÃO DESTA PROVA: 4 horas
Conhecimentos
Específicos
... RESPOSTAS 01 - 06 - 11 - 16 - 02 - 07 - 12 - 17 - 03 - 08 - 13 - 18 - 04 - 09 - 14 - 19 - 05 - 10 - 15 - 20 -01 - “Falar em imagens é vago, e eu deveria ser um pouco mais preciso: A imagem é uma prática humana extremamente antiga. A
imagem precedeu a escrita. É até possível imaginar que, em alguns casos, a imagem e a palavra tenham se desenvolvido simultaneamente. As primeiras escritas - vocês sabem disso tanto quanto eu - foram escritas pictogrâmicas, feitas de desenhos. Há pelo menos 22 mil anos que a humanidade utiliza imagens, e durante quase todo esse tempo ela utilizou aquilo que eu chamaria de imagem alegórica. A imagem alegórica é feita pela mão e pelo espírito do homem. Ela é, no fundo, uma invenção. Parte, sem dúvida, da observação. Mas pensem na representação de um bisonte numa caverna. Quatro traços, apenas, bastam para nos sugerir todo um mundo: a ideia de caça, a ideia de animal, a ideia de relação entre o animal e o homem. A imagem alegórica recria, a partir da observação, todo um mundo que é, em grande parte, fantástico. Isso faz com que ela seja muito pouco informativa”.
SORLIN, Pierre. Indispensáveis e enganosas, as imagens, testemunhas da História. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.7, n.13, 1994, pp. 81-82
A respeito do texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) De acordo com Sorlin, a imagem é uma prática humana que precede à própria fala. ( ) Pictogramas são textos baseados em desenhos e remontam ao início da nossa existência. ( ) Para Sorlin a primeira imagem seria do tipo alegórica, a qual embora criativa, é pouco informativa. ( ) A imagem alegórica consiste em uma invenção incapaz de sugerir ideias
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
►a) F – V – V – F. b) V – V – F – F. c) F – V – V – V. d) V – F – V – V. e) V – V – F – V.
02 - “Entretanto, o elemento "forma" está presente em todo objeto sem exceção, pois todo objeto consiste de matéria e forma; e não
há maneira de se determinar com precisão científica, em que medida, num caso dado, esse elemento da forma é o que recebe a ênfase. Portanto, não se pode e não se deve tentar definir o momento preciso em que o veículo de comunicação ou aparelho começa a ser obra de arte. Se escrevo a um amigo, convidando-o para jantar, minha carta é, em primeiro lugar, uma comunicação. Porém, quanto mais eu deslocar a ênfase para a forma do meu escrito, tanto mais ele se tornará uma obra de caligrafia; e quanto mais eu enfatizar a forma de minha linguagem (poderia até chegar a convidá-lo por meio de um soneto), mais a carta se converterá em uma obra de literatura ou poesia”.
PANOFSKY, Erwin. "Introdução: A história da Ate como uma disciplina humanística". In Significado nas artes visuais. São Paulo Perspectiva, 1976. p. 32
Com base no texto de Erwin Panofsky, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Cada objeto contém o elemento forma na sua constituição e vai depender de uma série de fatores para este elemento ter maior preponderância estética no objeto em si.
►b) Dependendo da percepção estética do destinatário um simples convite escrito pode chegar a se tornar uma obra poética. c) Assim como a forma, a matéria é um elemento constitutivo de qualquer objeto.
d) Panofsky afirma que é improvável poder determinar com exatidão quando o elemento forma de um determinado objeto ganha maior ênfase.
e) É desaconselhável tentar predizer quando um objeto ou ferramenta se transformará em uma obra de arte.
03 - Pode-se dizer que desde a Revolução Científico-Tecnológica até os anos 70, a tendência histórica foi que os Estados nacionais
controlassem a economia e as grandes corporações, impondo-lhes um sistema de taxação pelo qual transferiam parte dos seus lucros para setores carentes da sociedade, organizando uma redistribuição de recursos na forma de serviços de saúde, educação, moradia, infra-estrutura, seguro social, lazer e cultura, o que caracterizou a fórmula mais equilibrada de prática democrática, chamada "Estado de bem-estar social". No mesmo sentido, as organizações operárias, os sindicatos e as associações da sociedade civil atuavam para pressionar as corporações a reconhecer os direitos e assegurar as garantias conquistadas pelos trabalhadores, como para pressionar o Estado a exercer seu papel de proteção social, amparo às populações carentes, redistribuição de oportunidades e recursos, contenção dos monopólios e contrapeso econômico [...] Com a globalização, porém, essa situação mudou por completo [...] O tripé que sustentava a sociedade democrática moderna foi quebrado”. SEVCENCKO, Nicolau." Aceleração tecnológica, mudanças econômicas e desequilíbrios”. In: A corrida para o século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. pp. 30-31.
De acordo com o texto acima, considere as seguintes afirmativas:
1. O Estado de bem-estar social pode ser caracterizado como uma instituição que aplica políticas redistributivas, ao
mesmo tempo que promove uma participação ativa da sociedade civil organizada.
2. Até os anos 70 as organizações operárias, sindicatos e corporações exerceram um papel importante no controle
do Estado democrático.
3. Com a globalização, o Estado democrático se internacionalizou quebrando o controle que os sindicatos e
organizações sociais tinham para garantir seus direitos conquistados. Assinale a alternativa correta.
a) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. ►e) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
04 - A respeito dos conflitos suscitados pela divisão do mundo em dois blocos ideológicos opostos e também conhecida como “guerra fria”, assinale a alternativa correta.
a) A guerra civil ideológica tinha de um lado a URSS e de outro o ocidente.
b) As linhas divisórias nessa guerra civil foram traçadas pelo capitalismo contra a revolução social comunista.
►c) As políticas desenvolvidas nessa guerra civil ideológica não nos servem para compreender o que acontece em regiões fora do eixo URSS-Europa-EUA.
d) As forças pró e antifascistas dividiam sociedades inclusive no extremo oriente.
e) Segundo alguns historiadores, os descendentes do iluminismo do século XIX eram relutantes aos eventos produzidos pela revolução russa.
05 - “Apesar dos contrastes, tanto nas técnicas analíticas como nos propósitos de diferentes historiadores, alguns poucos aspectos
gerais emergiram da análise de exemplos específicos [...] e com a devida cautela poderiam ser representados aqui, não como princípios universais, mas simplesmente como síntese dos problemas de interpretação que regularmente aparecem em diferentes contextos [...] As imagens dão acesso não ao mundo social diretamente, mas sim, visões contemporâneas daquele mundo, a visão masculina das mulheres, a da classe média sobre os camponeses, a visão dos civis da guerra [...] Os historiadores não podem dar-se ao luxo de esquecer as tendências opostas dos produtores de imagens para idealizar e satirizar o mundo que o representa[...] O testemunho das imagens necessita ser colocado no “contexto”, ou melhor, em uma série de contextos no plural (cultural, político, material, e assim por diante), incluindo as convenções artísticas para representar as crianças ( por exemplo) em um determinado lugar e tempo [...] Uma série de imagens oferece testemunho mais confiável do que imagens individuais […] No caso de imagens, como no caso de textos, o historiador necessita ler nas entrelinhas, observando os detalhes pequenos mas significativos – incluindo ausências significativas – usando-os como pistas para informações que os produtores de imagens não sabiam que eles sabiam, ou para suposições que eles não estavam conscientes de possuir.”
BURKE, Peter. "A História cultural das imagens”. In: Testemunha ocular: história e imagem. Bauru: Edusc, 2004.pp 236-238
Levando em consideração as informações apresentadas por Burke, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com Burke, as imagens são a porta de acesso direto ao mundo social e suas interpretações. b) As ausências nas entrelinhas das imagens e textos são aspectos irrelevantes para a leitura historiográfica c) Uma série de imagens individuais podem construir uma interpretação coerente.
►d) Para uma interpretação ou compreensão satisfatória de um evento através das imagens, devem ser considerados os seus contextos de produção.
e) Em geral, os historiadores que trabalham com imagens devem saber produzir informações úteis para os produtores de imagens.
06 - Creio que não haveria exagero em dizer que sempre existiu um certo preconceito quanto a utilização da fotografia como fonte
histórica ou instrumento de pesquisa. Algumas razões poderiam esclarecer o mencionado preconceito. Fixo-me em apenas duas que me parecem fundamentais. A primeira é de ordem cultural: apesar de sermos personagens de uma "civilização de imagem" - e neste sentido alvos voluntários e involuntários do bombardeio contínuo de informações visuais de diferentes categorias emitidas pelos meios de comunicação -, existe um aprisionamento multissecular à tradição escrita como forma de transmissão do saber, como bem esclarecia Pierre Francastel décadas atrás; nossa herança livresca predomina como meio de conhecimento científico. A fotografia é, em função dessa situação institucionalizada, geralmente vista com restrições. A segunda razão decorre da anterior e diz respeito à expressão. A informação registrada visualmente configura-se num sério obstáculo tanto para o pesquisador que trabalha no museu ou arquivo como ao pesquisador usuário que frequenta essas instituições. O problema reside justamente na sua resistência em aceitar, analisar e interpretar a informação quando esta não é transmitida segundo um sistema codificado de signos em conformidade com os cânones tradicionais da comunicação escrita.
KOSSOY, Boris. "Fotografia e História." In: Fotografia e história. São Paulo: Ática, 1989. pp. 30
Sobre o posto por Kossoy a respeito da fotografia como documento histórico, é correto afirmar:
a) A fotografia desde sua invenção foi aceita como documento histórico de maneira irrestrita.
►b) A fixação à tradição escrita como meio de adquirir e transmitir conhecimento abrange tanto ao leigo quanto ao pesquisador . c) Nos museus e arquivos, a fotografia é tratada como documento escrito tanto pelos funcionários que trabalham nesses
recintos como pelos usuários.
d) A informação registrada visualmente deve passar por um processo de tradução prévio à sua interpretação.
e) Pierre Francastel teria previsto uma tradição multissecular na maneira como o conhecimento contido nas informações registradas visualmente é transmitido.
07 - Sobre o conceito de Terceiro Mundo e seu contexto histórico de criação, assinale a alternativa correta.
a) Comparados com o os países do “primeiro mundo” os restantes eram conglomerados de países pobres e pouco desenvolvidos.
b) A doutrina da “vantagem comparativa” defendida pelos economistas liberais era compartilhada pelos três mundos. ►c) O conceito “terceiro mundo” fora criado para definir um lugar fora do conflito entre capitalistas e comunistas, principalmente
perante a latente ameaça de um terceira guerra mundial.
d) Naquela época se pensava que a empresa privada seria a solução aos problemas de desenvolvimento principalmente no segundo e terceiro mundos.
e) Não surpreende que, após a segunda guerra mundial, a América Latina se tornasse em uma região dependente ao igual que a Índia e o Egito.
08 - De acordo com Kossoy: “O Registro visual documenta, por um lado, a própria atitude do fotógrafo diante da realidade; seu
estado de espírito e sua ideologia acabam transparecendo em suas imagens, particularmente naquelas que realiza para si mesmo enquanto forma de expressão pessoal. Desde os primeiros anos da década de 1970, em nossas aulas na Faculdade de Comunicação Social Anhembi, em São Paulo, e através dos primeiros artigos, procurávamos chamar a atenção para o "entrelaçamento ideal do conjunto fotógrafo-câmera-assunto". Buscávamos enfatizar que diante de idênticas condições (mesmo assunto e tecnologia) havia os fotógrafos que produziam imagens que em qualquer época seriam consideradas importantes e definitivas, e outros que produziam apenas imagens. O objetivo primordial era o de ressaltar o papel decisivo que a bagagem cultural, a sensibilidade e criatividade podem imprimir no resultado final”.
KOSSOY, Boris. "O fotógrafo: um filtro cultural." In: Fotografia e História. São Paulo: Ática, 1989. pp.42-43
Em relação ao tema, assinale a alternativa correta.
a) O registro visual documenta um evento, que por sua vez é independente do lugar do fotógrafo que o registra.
b) As imagens produzidas pelos fotógrafos durante as aulas na faculdade de comunicação demostraram que em 1970 o papel decisivo da imagem transcendia a expressão pessoal do fotógrafo.
c) Imagem, instrumento e evento podem ser entendidos como partes de um processo de forma independente.
d) As aulas em São Paulo tinham a finalidade de enfatizar o grau de desenvolvimento que essa cidade tinha alcançado em relação ao trabalho gráfico.
►e) Em condições idênticas a expressão visual que resulta do registro que o fotógrafo faz, vai depender primordialmente do repertório cultural que este possua.
09 - Segundo Nicolau Sevcenko: “A rebelião juvenil dos anos 60 - catalisada pela resistência obstinada à intervenção
norte-americana no Vietnã e pelo repúdio à repressão da Primavera de Praga pelas tropas soviéticas - abriu um campo de representação cultural autônomo, desvinculado da polarização da Guerra Fria. A indignação, o idealismo, a generosidade e a disposição de sacrifício dos jovens, associados às suas mensagens de humanismo, pacifismo e espontaneidade no retorno aos valores da natureza, do corpo e do prazer, da espiritualidade, abalaram o campo político estagnado e os transportaram para o centro do espetáculo. Sua palavra de ordem, "Faça amor, não faça a guerra", seguia a fórmula concisa e lapidar dos slogans publicitários e era acompanhada do símbolo oriental de uma forquilha invertida dentro de um círculo, caracterizando um logotipo, o que demonstra o quanto os jovens se apropriaram de técnicas que regiam o universo das mercadorias”.
SEVCENKO, Nicolau. "Aceleração tecnológica, mudanças econômicas e desequilíbrios". In: A corrida para o século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 85
Levando em consideração o enunciado, assinale a alternativa correta.
►a) No anos 60, o campo político estagnado foi abalado pela irrupção da juventude e seu discurso pacifista e volta aos valores naturais.
b) O slogan publicitário da época mais conhecido era o que aludia a fazer amor e não fazer a guerra.
c) Os jovens da década de 1960 preferiam comercializar mercadorias orientais que apontavam para uma melhora do corpo. d) Pacifismo e espontaneidade são princípios fundamentais do humanismo oriental propagados pelas rebeliões juvenis
durante a guerra fria
e) A primavera de Praga e a invasão ao Vietnã foram dois eventos que abalaram a política intervencionista estadunidense.
10 - Sobre o processo de reforma da URSS sob o governo de Gorbachev, assinale a alternativa correta.
a) A introdução das reformas de Gorbachev encontrou um aparelho administrativo e militar favorável.
►b) Reestruturação e transparência foram os alicerces da política de renovação introduzida por Gorbachev na segunda metade da década de 1980 na URSS.
c) A sociedade soviética, culturalmente apática, era hostil a qualquer inovação, por isso as transformações iniciadas pelo governo de Gorbachev não foram bem recebidas em grande parte da URSS.
d) A URSS sob o governo de Gorbachev se apoiou no burocratismo militar para implementar sua política de transformação. e) A União Soviética caracterizava-se por ter uma estrutura político-administrativa análoga aos tempos dos czares, isso
ajudou significativamente na implementação da glasnost e da perestroika.
11 - Para a historiadora Maria Helena Capelato “O tema da relação cultura e poder político sempre suscita acalorado debate entre
representantes do poder e produtores de cultura. A posição dos produtores costuma oscilar entre a recusa completa da participação do Estado, ou seja, liberdade total para a produção cultural, e a defesa da interferência do Estado para gerar recursos e distribuir bens culturais, sem prejuízo da liberdade de produção. A posição dos representantes do poder depende da natureza do regime em vigor: nos regimes autoritários, de diferentes matizes, a intervenção do Estado faz-se presente na produção cultural; já nas democracias prevalece a liberdade de criação até o limite de interferência de interesses diversificados”. In: CAPELATO, Maria Helena. Multidões em cena. Propaganda política no varguismo e no peronismo. Campinas: Editora Papirus, 1998. Capítulo 2. p. 97.
Considerando a cultura no período varguista, é correto afirmar que:
a) Para Vargas a cultura deveria possuir fortes relações com a Europa, fazendo alusão direta aos costumes ítalo-alemães, como exemplo, a inclusão do italiano e do alemão como línguas estrangeiras em todo território nacional.
b) O Estado Novo foi um mecenas das artes brasileiras, principalmente as baseadas no Renascimento, como a pintura e a escultura.
c) De acordo com a historiadora, a arte não foi uma preocupação do Estado Novo, já que as políticas nacionalistas pouco interessavam aos artistas, geralmente preocupados em produzir uma arte livre, sem recursos ideológicos.
►d) Para o Estado Novo, o artista deveria possuir uma função socializadora e unificadora, fazendo um tipo de testemunho do social a partir do nacionalismo brasileiro, tentando formar uma narrativa única em favor dos valores nacionais.
e) O varguismo, centrado na figura do presidente Vargas, formava e reproduzia a imagem do presidente pelo país e não pode ser caracterizado como um contexto político com características próprias.
12 - A respeito do varguismo e do peronismo, é correto afirmar:
►a) Em ambos contextos houve uma influência do autoritarismo europeu nazifascista, principalmente na organização e planejamento dos órgãos encarregados da propaganda política.
b) O processo de formação do varguismo não possui relações com o peronismo, já que, ambas possuem heranças históricas e influências políticas diversas.
c) O primeiro se remetia ao combate do comunismo e do humanismo enquanto o segundo processava o início das leis trabalhistas.
d) A propaganda política não foi um investimento relevante em nenhum dos dois governos já que o autoritarismo direto foi sua principal característica, relegando as subjetividades políticas.
e) O varguismo influenciou diretamente a manutenção do peronismo, que tinha, na política brasileira, sua maior referência em relação à política externa e econômica.
13 - Segundo Boris Fausto “A expansão agrícola foi possível graças à abertura de novas regiões cultivadas, com a derrubada de
florestas, a secagem de pântanos e o incentivo da expansão comercial. Esta resultou de vários fatores. Dentre eles, a crescente existência de produtos agrícolas não consumidos nos grandes domínios rurais que constituíam excedentes econômicos passíveis de troca. Outros fatores foram a especialização de funções, demandando a compra de bens não produzidos em cada domínio rural, e a busca de produtos destinados ao consumo de luxo da aristocracia. As cidades começaram a crescer e a se transformar em ilhas de relativa liberdade, reunindo artesãos, comerciantes e mesmo antigos servos que tentavam encontrar aí uma alternativa de vida, fugindo dos campos”.
In: FAUSTO, Boris. A história do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995. pp.19-20.
Sobre o contexto apresentado pelo historiador, é correto afirmar:
a) Trata-se da América Latina que a partir do século XV desenhava suas tentativas de independência, com base na produção de manufaturas e investimento na agricultura.
►b) Trata-se da Europa do século XII que passou por transformações relacionadas à expansão da agricultura e do comércio. c) O autor se refere ao Brasil do início do século XVIII, pela influência das novidades industriais na produção de manufatura
nacional.
d) O trecho trata da expansão marítima ocorrida na região Nordeste do Brasil no início do século XV com a chegada das secas e o aumento da dificuldade das vidas no campo.
e) Trata-se dos países do extremo oriente a partir do século XIII que sofreram gravemente com as invasões estrangeiras ocidentais.
14 - “Por outro lado, nem a Igreja nem a Coroa se opuseram à escravização do negro. Ordens religiosas como a dos beneditinos
estiveram mesmo entre os grandes proprietários de cativos. Vários argumentos foram utilizados para justificar a escravidão africana. Dizia-se que se tratava de uma instituição já existente na África e assim apenas transportavam-se cativos para o mundo cristão, onde seriam civilizados e salvos pelo conhecimento da verdadeira religião. Além disso, o negro era considerado um ser racialmente inferior. No decorrer do século XIX, teorias pretensamente científicas reforçaram o preconceito: o tamanho e a forma do crânio dos negros, o peso de seu cérebro etc. "demonstravam" que se estava diante de uma raça de baixa inteligência e emocionalmente instável, destinada biologicamente à sujeição”.
In: FAUSTO, Boris. A história do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995.Capítulo 2. pp.37-41 pp. 52.
Sobre o contexto da escravidão no Brasil, numere os períodos na coluna da direita de acordo com sua correspondência com a coluna da esquerda.
1. Formação do Quilombo de Palmares.
2. Início da exportação portuguesa de escravos.
3. Libertação Indígena.
4. Primeira onda epidêmica.
( ) 1758. ( ) 1562. ( ) Século XVII. ( ) Século XV.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta na coluna da direita, de cima para baixo.
►a) 3 – 4 – 1 – 2. b) 3 – 2 – 1 – 4. c) 1 – 4 – 3 – 2. d) 2 – 3 – 1 – 4. e) 2 – 3 – 4 – 1.
15 - A respeito da formação da memória da ditadura, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O fim das liberdades civis, a violação sistemática aos direitos humanos, com uso e abuso de tortura física e o recurso aos desaparecimentos de militantes foram métodos de repressão compartilhados pelos governos militares do Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai e Argentina.
b) O conhecimento adquirido na Escola das Américas e nos cursos de contrainsurgência dados por militares franceses e estadunidenses foi aperfeiçoado no continente latino-americano.
►c) O Brasil foi o primeiro país a levar a cabo os julgamentos dos militares envolvidos em tortura no período ditatorial, com o caso mais significativo, o julgamento do Cabo Anselmo pela morte de Soledad Barret.
d) A transição democrática brasileira foi longa, tutelada pelos militares, com grande controle sobre o sistema político, apesar do desgaste de anos ocupando o poder de Estado.
e) A hegemonia liberal e moderada, nesse processo, neutralizou as demandas por justiça da esquerda atingida diretamente pela repressão.
16 - “Conforme os procedimentos consagrados de justiça de transição, as políticas de Estado em processos de redemocratização
passam por três fases, mais ou menos sucessivas. Em primeiro lugar, busca-se a verdade dos fatos para desqualificar a “verdade oficial” imposta pelas ditaduras, quase sempre puramente mentirosa sobre as circunstâncias de prisão, tortura, mortes e desaparecimentos. Em segundo lugar, uma vez estabelecida de maneira ponderada e circunstanciada a verdade, passa-se à fase da justiça ou da punição aos responsáveis diretos e indiretos sobre as violações de direitos humanos durante o estado de exceção. Em muitos casos, a apuração da verdade se dá concomitantemente aos processos judiciais, situações em que abundam testemunhos de acusação. Ao fim, estabelecem-se critérios para uma política oficial de reparação, moral, política ou material, aos atingidos”.
NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014.p.292.
Sobre esse tema, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A Historiografia sobre a ditadura não utiliza da produção de memória sobre o período ditatorial, já que a ciência histórica deve se permanecer neutra em período históricos dicotômicos.
( ) A Comissão da Verdade foi instaurada no Brasil em 2012, com o intuito esclarecer o paradeiro dos desaparecidos e as cadeias de responsabilidades nos casos de violações de direitos humanos.
( ) A Comissão da Verdade abrange o período de 1946 até 1988, o período foi alargado oficialmente para diminuir a resistência das Forças Armadas a respeito da investigação.
( ) No mesmo ano da implementação da Comissão da Verdade no Brasil foi aprovada a revisão da Lei de Anistia, a fim de punir os responsáveis pelos crimes da ditadura no país.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – F – F – F. b) F – V – F – V. c) F – F – F – V. ►d) F – V – V – F. e) V – F – V – F.
17 - Para Marcos Napolitano “O discurso antigovernista e antirreformista conservador disseminado sistematicamente pela imprensa
a partir do final de 1963, épico e jactante, serviu para encobrir velhos interesses de sempre, sobretudo dos grandes proprietários de terra que se sentiam ameaçados pelos projetos de reforma agrária, ou pelos interesses multinacionais os quais se sentiam ameaçados pelo nacionalismo econômico das esquerdas trabalhistas e comunistas. No entanto, eles não cresceram no vazio. Aliás, sua força como elemento de propaganda que se encaminhava na direção de um golpe era justamente sua ancoragem em uma realidade social e econômica crítica, cujas perspectivas não eram nada animadoras e careciam, efetivamente, de uma direção política mais clara por parte dos reformistas. O fato é que, por vários motivos que incluem o bloqueio sistemático das iniciativas presidenciais por parte do Congresso, os mecanismos da política tradicional brasileira – a negociação pelo alto – pareciam não mais funcionar para gerenciar a crise”.
NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014.p.48.
Sobre o período tratado pelo historiador, assinale a alternativa correta.
a) O golpe de 1964 havia sido idealizado primeiramente pelas elites de Minas Gerais que, cansadas da crise econômica, decidiram formular uma política de democratização e ajuste fiscal, ao mesmo tempo em que combatiam as tendências comunistas.
►b) A estratégia da direita foi a de construir a equivalência falsa entre a agenda reformista, que pedia mais justiça social e mais democracia, embora não soubesse direito como efetivá-las, e um golpe contra a liberdade e a própria democracia. Com isso, o discurso da direita, era de que o golpe seria meramente reativo, portanto, uma legítima defesa da democracia e dos valores “ocidentais e cristãos” contra os “radicais” da esquerda.
c) A imprensa não teve influências significativas nas mudanças políticas dos anos 1960, já que, dominada por uma oligarquia agrícola, poucos eram os interesses em formular uma campanha urbana que fomentasse o clima de crise, e com isso, justificar o golpe.
d) A propaganda foi fundamental na construção do inimigo público a ser combatido no período da Guerra Fria, pois os apoiadores da Alemanha Oriental tinham fortes ligações com os comunistas brasileiros, motivo pelo qual a cultura germânica, como a publicidade, foi fortemente combatida no Brasil no período.
e) O Partido Comunista Brasileiro já no final dos anos 1940 demonstrava interesses em compartilhar a política imperialista de alianças dos países do Norte, a fim de implementar uma ditadura proletária russa em todo o continente latino-americano, tendo como seu principal líder o famoso cubano Che Guevara.
18 - Sobre o contexto cultural dos anos 1970 no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) A censura impossibilitou qualquer agitação cultural, principalmente as manifestações com críticas sociais, o que levou o Brasil a provar uma das piores fases da indústria cultural nos anos 1970, com o vazio, tanto na produção de discos como de promoções de shows e programas televisivos.
b) O regime ditatorial buscava promover a alienação cultural a partir da promoção de novelas e músicas sem crítica social, o que explica o estrondoso sucesso de Escrava Isaura em 1976 e de Chico Buarque em duo com Caetano Veloso na Rede Globo.
►c) O grande sucesso da MPB no mercado fonográfico e da teledramaturgia feita por autores comunistas empregados pela Rede Globo são os exemplos mais paradoxais de uma linguagem artística tributária do nacional-popular triunfante na indústria cultural, ao mesmo tempo que era vigiada pela censura estatal.
d) Com a colaboração dos reformistas, a música brasileira retomou uma certa ofensiva cultural e política, além de galvanizar as massas populares em grandes eventos, através de espetáculos ao vivo que foram liberados pelo regime somente a partir de 1983.
e) O AI-5 não considerava a cultura como um elemento de preocupação do regime ditatorial, já que o comunismo, uma doutrina político-ideológica, estaria no plano formativo escolar e universitário e não nos programas de rádio ou redes de TV, já que nesse plano a rede Globo exercia total monopólio, com o apoio e financiamento do governo.
19 - A respeito das políticas levadas a cabo por Perón na Argentina e por Vargas no Brasil, considere as afirmativas abaixo: 1. O peronismo recebeu apoio de artistas que foram beneficiados com os investimentos do governo já que não há
relatos de censura nesse período.
2. A cultura de massas inaugurada no período funcionou com a formação da propaganda e da produção cultural para o enaltecimento da política e do sentido de nacionalismo.
3. A arquitetura no Brasil foi pouco valorizada no período, visto que o Estado Novo não investiu em urbanização e muito menos estruturas que pudessem sustentar o aparato burocrático.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. ►b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
d) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
20 - Segundo Boris Fausto: “Uma forma excepcional de resistência dos índios consistiu no isolamento, alcançado através de
contínuos deslocamentos para regiões cada vez mais pobres. Em limites muito estreitos, esse recurso permitiu a preservação de uma herança biológica, social e cultural. Mas, no conjunto, a palavra "catástrofe" é mesmo a mais adequada para designar o destino da população ameríndia. Milhões de índios viviam no Brasil na época da conquista e apenas cerca de 250 mil existem nos dias de hoje”.
In: FAUSTO, Boris. A história do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995.Capítulo 2. pp.37-41 pp. 40-41.
A respeito do tema, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) Inicialmente os indígenas contribuíram para o comércio de especiarias para o Oriente, formando alianças com os portugueses em algumas regiões.
( ) A quantidade de indígenas no país aumentou no período colonial, visto que as políticas públicas portuguesas visavam multiplicar sua mão de obra.
( ) Quando a Coroa publicou a primeira lei em que se proibia a escravização dos índios em 1570, somente os Aimorés foram especificamente excluídos dessa proibição.
( ) Pelo fato de não haver uma nação indígena e sim grupos dispersos pelo território, muitas vezes em conflito, foi possível aos portugueses encontrar aliados entre os próprios indígenas, na luta contra os grupos que resistiam a eles.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – V – F – V. b) F – V – F – F. c) V – F – V – F. d) F – V – V – V. ►e) F – F – V – V.
