PROGRAMA MAIS ALFABETIZAÇÃO
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
DE MATEMÁTICA
Tratamento da informação
1
Contextualização
O tema Tratamento da Informação, em matemática escolar, está relacionado aos conteúdos de estatística e probabilidade. O trabalho com essas ideias nos anos iniciais atende a uma crescente demanda de compreender informações e procedimentos que estão presentes em muitas situações do cotidiano da criança. É um campo rico para uma abordagem interdisciplinar e entre os campos da matemática, além de possibilitar uma melhor alfabetização matemática, na medida que auxilia o aluno a compreender informações que estão disponíveis em gráficos e tabelas.
Nos primeiros anos do ensino fundamental, a organização das informações em tabelas e gráficos auxiliam em outras habilidades, pois os processos de contagem podem ser melhor comparados e ordenados, bem como o registro de pesquisas, brincadeiras e jogos. É importante destacar que as primeiras experiências devem estar relacionadas com a análise de dados que o aluno seja capaz de classificar (objetos) de acordo com seus atributos (cor, tamanho, forma). Em atividade de classificação, as crianças podem formular hipóteses (tem mais ou tem menos?) e testar suas hipóteses (e se as meninas escolhessem a cor amarela?) para, gradativamente, desenvolverem a capacidade de ver um conjunto de dados como um todo e usarem as características estatísticas para comparar dados e tomar decisões. O desenvolvimento dessa temática pode ser feito em diferentes contextos, mas sempre de modo concreto com o uso de material manipulável, pode-se adotar estratégias de empilhamento de blocos para indicar a preferência por um brinquedo ou brincadeira, cor ou fruta, animal ou esporte. Posteriormente, pode-se usar fichas coloridas, papel quadriculado e até mesmo a leitura e construção do gráfico propriamente dito com suas características.
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p. 272-273), ao tratar do tópico probabilidade e estatística nos anos iniciais, destaca as seguintes finalidades:
No que concerne ao estudo de noções de probabilidade, a finalidade, no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, é promover a compreensão de que nem todos os fenômenos são determinísticos. Para isso, o início da proposta de trabalho com probabilidade está centrado no desenvolvimento da noção de aleatoriedade, de modo que os alunos compreendam que há eventos certos, eventos impossíveis e eventos prováveis. É muito comum que pessoas julguem impossíveis eventos que nunca viram acontecer. Nessa fase, é importante que os alunos verbalizem, em eventos que envolvem o acaso, os resultados que poderiam ter acontecido em oposição ao que realmente aconteceu, iniciando a construção do espaço amostral. Com relação à estatística, os primeiros passos envolvem o trabalho com a coleta e a organização de dados de uma pesquisa de interesse dos alunos. O planejamento
Descritores e exemplos de itens
Habilidades D16 (1º ano) ou D21(2º ano) - Identificar informações a partir de dados dispostos em tabelas.
Aplicador, ler SOMENTE a(s) informação(ões) que apresenta(m) o desenho de um megafone .
Questão M020522H6
Observe na tabela abaixo o mês que algumas crianças comemoram seus
aniversários. CRIANÇA MÊS LAURA FEVEREIRO BERNARDO NOVEMBRO TIAGO JANEIRO CRISTINA AGOSTO
De acordo com essa tabela, qual é a criança que comemora seu aniversário
no mês de novembro? BERNARDO. CRISTINA. LAURA. TIAGO.
Habilidades D17 (1º ano) e D22 (2º ano) – Identificar dados apresentados por meio de gráficos.
Aplicador, ler SOMENTE a(s) informação(ões) que apresenta(m) o desenho de um megafone .
Questão M010523H6
O gráfico abaixo apresenta o resultado de uma pesquisa feita com os estudantes
do 2° ano sobre os brinquedos preferidos por eles.
12 10 8 6 4 2 0 BRINQUEDO PREFERIDO QUANTIDADE DE ESTUDANTES
De acordo com esse gráfico, qual foi o brinquedo mais votado pelos estudantes
Análise
O primeiro item avalia a habilidade de o aluno, no 1º ano, identificar informações apresentadas em quadros ou tabelas simples e de o aluno, no 2º ano, identificar informações em quadros ou tabelas de dupla entrada. Para resolver o item, o aluno deve relacionar a segunda coluna com a primeira, localizando a informação e comparando com as demais linhas. Poderia ser solicitado, também, que o aluno identificasse qual o mês de aniversário, por exemplo, de Tiago, tendo, dessa forma, que relacionar a primeira coluna com a segunda.
Já no segundo exemplo, a habilidade avaliada é identificar dados apresentados por meio de gráficos, ou seja, pretende-se avaliar se o aluno no 1º ou no 2º ano é capaz de identificar qual é a maior ou a menor frequência em representações com colunas ou barras (gráficos de colunas verticais e horizontais): quantos brinquedos foram indicados na preferência dos alunos? Quantas crianças votaram na boneca? Quantos alunos votaram ao todo?
A BNCC já para o 1º ano traz como objeto de conhecimento a noção de acaso em que a criança pode classificar eventos envolvendo esse conceito, tais como “acontecerá com certeza”, “talvez aconteça” e “é impossível acontecer”, em situações do cotidiano.
Cabe ressaltar que a exploração dessa ideia pode acontecer oralmente a partir de uma história contada pelo professor ou a partir de situações reais. A criança deverá ter a oportunidade de indicar seus argumentos ao indicar sua opinião. No 2º ano, trabalha com a ideia de aleatório em situações do cotidiano também classificando os resultados de eventos cotidianos em “pouco prováveis”, “muito prováveis”, “improváveis” e “impossíveis”.
Dessa forma, inicia a abordagem de conteúdos de estatística que envolve a descrição de fatos por meio de números, organizando e simplificando informações e também situações que envolve o acaso, tais como jogos e decisões tomadas. O recurso à inferência é um procedimento de grande utilidade para a análise e interpretação de dados, a partir de amostras usadas em pesquisas que envolvem preferências e tendências no mercado e nas eleições, entre outros.
Ainda no 1º ano, a BNCC prevê o desenvolvimento da leitura de tabelas e de gráficos de colunas simples, coleta e organização de informações como registros pessoais para comunicação de informações coletadas. Amplia-se no 2º ano para análise da ideia de coleta, classificação e representação de dados em tabelas simples e de dupla entrada e em gráficos de colunas com o objetivo de melhor compreender aspectos da realidade próxima.
Como apresentado aqui, as habilidades de identificar informações em tabelas e também em gráficos podem ser abordadas conjuntamente.
Sugestão de atividades que favorecem o
desenvolvimento das habilidades
ATIVIDADE 1
Confecção de quadros/tabelas para registros de pontuação em jogos seguida ou não de montagem de gráfico na malha quadriculada:
Alunos Acertos Total
Pedro l l l 3
Maria l l l l l l 6
José l l 2
....
ATIVIDADE 2
Construção de gráficos de preferência usando caixas de fósforo ou blocos: cada criança coloca uma caixa de fosforo vazia na brincadeira preferida. Em seguida explora as relações: mais, menos (maior e menor frequência).