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Mauro Fisberg
Mauro Fisberg
Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente Universidade Federal de São Paulo
UNIFESP / EPM
A mulher jovem em risco nutricional
Introdução
Mother & Child. Gustav Klimt (1862
Mother & Child. Gustav Klimt (1862--1918) 1918)
Sobre o Adolescer...
“...difícil é encontrar neste mundo maior prazer e satisfação
do que ver uma criança sadia, com todo seu encanto e alegria,
iniciar suas atividades motoras e emocionais. É a evolução de dependência quase total de um recém nascido
para a aspiração de
independência de um adolescente
e a conquista dos direitos de um adulto...”
Prof. Dr. Azarias de Andrade Carvalho
Crespin J. Puericultura: Ciência, Arte e Amor. São Paulo: Roca, 1996.
Puberty
Puberty
Edvard Munch (1863
Edvard Munch (1863 --1944) 1944)
• o corpo está em transformação....
Osório, 1992
• não se sente mais criança e ainda não é reconhecido como um par pelos adultos...
Muza e Costa, 2002
• angústia de perceber que é o próprio corpo que produz essas mudanças....
Malpique et al 2003
• sociedade contemporânea que supervaloriza a imagem....
Ballester, 2002; Utter et al, 2003; Angle et al, 2005
• mídia que destaca o corpo com um objeto de consumo. mais importante do que sentir, pensar e criar, é ter medidas perfeitas....
Fischer, 2000; Serra e Santos, 2003; Fávaro e Abrão, 2006
Comportamento alimentar do adolescente
Adolescente
Período de socialização
Alimentação
Identidade social e aprovação
SELETIVIDADE DE ALIMENTOS Influência no comportamento global Regras e normas do grupo
Story M, et al. Am. Diet. Assoc. 2002; 102(3):S40-51)
FATORES EXTERNOS
Valores Culturais e Sociais
P re ss ão Ideal Mulher magra Padrões alimentares restritivos Ingestão inadequada de nutrientes e energiaFisberg. Pedriatria Moderna. 2000;36(11)
FATORES EXTERNOS
apesar de estarem em fase de intenso anabolismo e requerimento energético, sofrem pressões para manterem-se magros no intuito de atender as exigências profissionais.
(RUBINSTEIN et al, 2000; REES, 2002).
ADOLESCÊNCIA
Grupos de risco
Rastam, 1992; Stice, 1998 e 1999; Vitiello e Lederhendler, 2000; Ackard e Peterson, 2001; Lugli-Rivero e Vivas, 2001; Marchesi et al, 2001; Johnson et al, 2002; Morgan et al, 2002; Fairburn e Harrison, 2003; Ghaderi, 2003; Rome et al, 2004;
Sarwer e Crerand, 2004; Granillo et al, 2005
Introdução
TA
TA
Fatores Pessoais • Adolescente • Sexo Feminino • Traços de Personalidade• História Pregressa de Conduta
Alimentar Inadequada • Eventos Emocionalmente Marcantes Fatores Sociais • História de Transtornos Psiquiátricos • Dinâmica Familiar Fatores Ambientais •Aspectos Sócio-Culturais • Grupo de Risco • Insatisfação Corporal
Fatores Associados ao Risco de TA
Análise dos Fatores Associados
ao Risco de Transtornos
Alimentares em Adolescentes de
Escolas Públicas e Particulares,
da cidade de São Paulo.
Camila Leonel Mendes de Abreu Orientador:Profº Dr. Mauro Fisberg
Co-Orientadora:
Profª Drª Isa de Pádua Cintra Sampaio
Setor de Medicina do Adolescente Disciplina de Especialidades Pediátricas
Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente Universidade Federal de São Paulo
Objetivo Geral
Avaliar a presença de fatores
associados ao risco para o
desenvolvimento de transtornos
alimentares em adolescentes de
escolas públicas e particulares
Resultados
Caracterização da Amostra n total = 271 adolescentes 154 (56,83%) 117 (43,17%) • Pré-púberes: 63,25% (n = 74) • Púberes: 36,75% (n = 43) • Púberes: 100% (n = 154)• Idade da menarca: 11,83 ± 1,04 anos
Tipo de Escola
• Pública: 201 (74,17%)
• Particular: 70 (25,83%)
Todas as análises comparativas referentes ao nível socioeconômico foram efetuadas considerando o tipo de escola
Resultados
Variáveis Antropométricas Sexo Baixo Peso (IMC < P5) Eutrofia (IMC ≥ P5 e < P85) Sobrepeso (IMC ≥ P85 e < P95) Obesidade (IMC ≥ P95) Total n % n % n % n % n % Feminino 03 1,95 122 79,22 21 13,64 08 5,19 154 100,0 Masculino 11 9,40 76 64,96 23 19,66 07 5,98 117 100,0 Total 14 5,17 198 73,06 44 16,24 15 5,54 271 100,0 Teste qui-quadrado: x2=10.56; GL=3; p = 0,014Condição Nutricional e Tipo de Escola
EXCESSO DE PESO
• 24,28% (15,71% sobrepeso e 8,57% obesidade) : escola particular
• 20,9% (16,42% sobrepeso e 4,48% obesidade) : escola pública
In te rm ed iá ri o
Avaliação de Sintomas de Transtornos Alimentares:EAT, BITE, BSQ
GERAL 14,76 29,89 32,48 0 5 10 15 20 25 30 35 Sintomas Anorexia Nervosa Sintomas Bulimia Nervosa Sintomas de Insatisfação Corporal E sp er a d o P re o cu p a n te BITE Sintomas (22,88%) + BITE Gravidade (7,01%) (%)
Distribuição dos sintomas de anorexia nervosa (EAT-26), bulimia (BITE Sintoma e Gravidade) e (in)satisfação com a imagem corporal (BSQ) segundo o SEXO.
Instrumentos Valor de p Sexo Feminino (n = 154) Sexo Masculino (n = 117) n % n % 0,140 * EAT-26 EAT + 27 17,53 13 11,11 EAT - 127 82,47 104 88,89 BITE Sintoma Escore baixo Sem risco 112 72,73 97 82,91 0,126 ** Escore médio e alto
Com risco 42 27,28 20 17,09 BITE Gravidade Escore baixo Sem risco 139 90,26 113 96,58 0,084 ** Escore médio e alto
Com risco 15 9,74 04 3,41 BSQ Sem Insatisfação 84 54,55 99 84,62 < 0,001 * Insatisfação leve 34 22,08 11 9,40 Insatisfação moderada 20 12,99 05 4,27 Insatisfação grave 16 10,39 02 1,71
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
COMPOSIÇÃO CORPORAL E HÁBITO ALIMENTAR DE BAILARINAS
CLÁSSICAS BRASILEIRAS Autora: Gabriela de F. Ghedini
Co-Autores: Roberto Costa e Társia Tormena
Orientadores: Prof. Dr. Mauro Fisberg Profª Dr. Isa de Pádua Cintra
INTRODUÇÃO
Balé clássico:
- Movimentos linguagens, sentimentos e
emoções;
- Crianças e Adolescentes;
- estágio de elevado desempenho = > 7 anos de prática;
- Postura e colocação corpórea equilíbrio, agilidade, habilidade e movimento;
(MALANGA, 1986; PICON, 2002; PRATI; PRATI, 2006)
INTRODUÇÃO
Meio de expressão da dança
Exposição direta
Corpo magro e delineado
Maior exigência Beleza dos movimentos
Leveza e gestos Figura longilínea Braços e pernas Alteração da composição corporal
- Requisitos básicos de seleção:
dimensão e proporção
avaliação antropométrica
Oportunidade para profissionais de
saúde prevenir manifestações
patológicas
(restrições alimentares)
(MÉSZÁROS et al., 2000; WILMORE; COSTILL, 2000)
Realidade no mundo da dança
- Padrão Alimentar: Dietas hipocalóricas/restrições
alimentares
amenorréia, baixa estatura, atraso puberal,
deficiências de nutrientes, desidratação,
alterações ósseas, maior incidência de lesões...
(THOMPSON, 1998; ELIAKIM et al., 2000)JUSTIFICATIVA
• População de risco;
• Preocupação excessiva com a imagem
corporal;
• Pressão dos treinadores/instrutores/pais;
• Falta de estudos na população brasileira e em
nível competitivo.
OBJETIVO
Traçar o perfil antropométrico de bailarinas
clássicas adolescentes brasileiras participantes
MATERIAL E MÉTODOS
Local e População de estudo
-Passo de Arte:
•evento competitivo realizado anualmente
•3.000 dançarinos (crianças, adolescentes e adultos) •objetivo: suporte à industria da dança no país.
* seleção dos concorrentes: seletivas regionais e eventos anteriores
FESTIVAL DE INDAIATUBA PASSO DE ARTE
MATERIAL E MÉTODOS
- 449 bailarinas clássicas; excluídos meninos, outros
estilos de dança, idade não adolescente e não competitivos - Adolescentes (10 a 19 anos de idade);
- Brasileiras, de nível competitivo;
- Selecionadas por meio de uma comissão julgadora e aprovadas para participar do 16º Passo de Arte, na cidade de Indaiatuba;
- Divididas em dois grupos etários: 276 de 10 a 14 anos
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização geral das bailarinas clássicas
Variáveis X ± DP Mínimo Máximo
Idade 14,26 ± 2,59 10,0 19,9 •Menarca 12,41 ±1,19 9,0 16,0 •Massa 45,64 ± 9,43 22,2 69,0 •Estatura 156,0 ± 9,60 123,0 180,0 •IMC 18,61 ± 2,32 13,14 27,08 Brasil: X = 12,2 anos (BEZNOS, 1993)
B = estatura e massa corporal < do que as NB
5% 93% 2% 0% Baixo Peso Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Estado nutricional das bailarinas clássicas adolescentes brasileiras
Variáveis FE1 FE2 p
Estatura (cm) 152,0 ± 9,6 161,0 ± 6,6 0,000 IMC (kg/m2) 17,86 ± 2,30 19,81± 1,81 0,000
15% = baixa estatura 17% = alta estatura
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Percentil N % P<1 5 1,11 P 1 e 3 8 1,8 P3 1 0,22 P 3 e 5 10 2,23 P 5 e 15 66 14,7 P15 2 0,44 P 15 e 25 68 15,14 P25 1 0,22 < P25 161 35,9Tabela 3 – Distribuição do IMC da amostra de acordo com o percentil 2,91% 3,13% 5,36% 20,06% 20,5% 35,64%
• ESTUDO COMPARATIVO DE BAILARINAS
CLÁSSICAS E ADOLESCENTES NÃO
PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA
• Bailarinas clássicas 1019 anos escola privada de balé -nível profissionalizante
• Grupo controle de escola privada, pareadas por maturação sexual
• Avaliação da composição corporal e hábitos alimentares • Registro alimentar de 24hs em dois momentos
Escolas de balé (São Paulo e Indaiatuba) + grupo controle
Termo de consentimento/Registro Alimentar I
Questionário/CB,CA,CQ,CX,DCT,DCSE,DCSI,DCA,DCX,P/A
BIA/Calorimetria indireta/ Registro Alimentar II/Tanner
Folder explicativo 2ª FA SE
D
e
s
e
n
h
o
d
o
e
s
tu
d
o
I
I
Estado nutricional - bailarinas ( n 29) e grupo controle ( n 29) 93,1% 3,4% 3,4% 69% 13,8% 17,2% 0 5 10 15 20 25 30 eutro fia sobr epes o obes idad e eutro fia sobr epes o obes idad e eutrofia sobrepeso obesidade GB GNB
Distribuição do estado nutricional por percentis de IMC por idade e sexo segundo os critérios da OMS 2007
Percentil N % GB 3 e 15 6 20,8 15 e 85 21 72,4 85 e 97 1 3,4 97 1 3,4 GNB 3 e 15 3 10,4 15 e 85 15 51,7 85 e 97 7 24,1 97 4 13,8
Tabela 6 - Apresentação da média e desvio padrão das variáveis relacionadas a composição Corporal
Variáveis GB DP GNB DP Peso 49,0 ± 7,28 55,0* ±11,9 Estatura 158,7 ± 0,07 159,4 ± 0,08 IMC 19,4 ± 2,16 21,6* ± 3,95 CB 22,5 ± 2,58 24,8* ± 3,36 CA 67,4 ± 7,12 77,3* ± 10,19 CQ 86,7 ± 6,34 91,7* ± 9,17 CX 42,9 ± 3,99 44,4 ± 5,26 PGB 18,6 ± 7,78 23,7* ± 7,94 PGD 22,1 ± 3,87 25,5* ± 4,58
E/I: 10,3% (n=3) GB e 6,9% (n=2) GNB = apresentaram risco para baixa estatura * p<0,05
Distribuição das variáveis de acordo com o hábito alimentar – analise calorimétrica e nutricional
Variáveis Média
GEB – CI (Kcal) GB DP GNB DP
1565 ± 273,50 1425 ± 320,57 Consumo Calórico (Kcal) 1570 ± 458,77 1945 ± 566,13
Carboidrato (%) 54 ± 7,04 57 ± 6,50 Lipídeo (%) 28 ± 6,98 29 ± 6,36 Proteína (%) 18 ± 4,87 14 ± 3,39 Cálcio (mg) 485 ± 255,96 577 ± 243,12 Ferro (mg) 8,6 ± 3,36 11 ± 12,64 Zinco (mg) 8 ± 7,74 17 ± 24,7
Gisele
1,78 m
51.5 kg
IMC: 16,2
Alexandra Magna Rodrigues, Isa de P
Alexandra Magna Rodrigues, Isa de Páádua Cintra, Mauro Fisbergdua Cintra, Mauro Fisberg
PERFIL NUTRICIONAL DE MODELOS
PERFIL NUTRICIONAL DE MODELOS
ADOLESCENTES BRASILEIRAS
RUBINSTEIN et al 2000
PROJETO
PROJETO ““SASAÚÚDE MODELODE MODELO””
Assistência integral à saúde de modelos adolescentes
Estudo avaliou 203 modelos brasileiras- idade de 15 anos: Modelos apresentavam Índice de Massa Corporal
significativamente menor que o grupo controle;
88,2% dessas adolescentes não possuíam risco nutricional
imediato, pois o percentual de gordura encontrava-se dentro da normalidade.
Modelos praticavam menos atividade física e realizavam mais dietas com a finalidade de perda de peso do que as adolescentes não modelos.
CARACTER
CARACTERÍÍSTICAS DE IDADE, VARISTICAS DE IDADE, VARIÁÁVEIS VEIS ANTROPOM
ANTROPOMÉÉTRICAS E PERCENTUAL DE GORDURA DE TRICAS E PERCENTUAL DE GORDURA DE MODELOS ADOLESCENTES BRASILEIRAS (N=110)
MODELOS ADOLESCENTES BRASILEIRAS (N=110)
Características Média Desvio
Padrão Mínimo Máximo
Idade (anos,meses)
15,47
1,67
11
19
Massa (kg)
52,09
4,61
41,00
66,40
Estatura (cm)
173,36
3,80
160,00
181,00
IMC (Kg/cm
2)
17,35
1,35
14,26
21,36
C. braquial (cm)
23,03
1,63
19,50
28,00
C. abdominal (cm)
72,67
6,29
54,00
89,00
C. Quadril (cm)
89,85
3,39
82,50
102,00
% gordura
20,36
3,93
7,00
30,00
5 5 ,0 % 4 3 ,3 % 2 2 ,5 % 1 3 ,3 % 2 2 ,5 % 4 3 ,3 % 0% 20% 40% 60% 11 a 14 anos 15 a 19 anos Faixa etária
Eutrófica Risco para baixo peso Baixo peso
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE MODELOS ADOLESCENTES BRASILEIRAS, DE ACORDO COM A OMS (1995), POR FAIXA ETÁRIA
DISTRIBUIÇÃO DAS MODELOS ADOLESCENTES BRASILEIRAS, SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO % DE GORDURA CORPORAL E AO
ESTADO NUTRICIONAL, POR FAIXA ETÁRIA
Baixo Peso
3
1
0
4
Risco para Baixo Peso
1
12
0
13
Eutrofia
0
11
2
13
p=0,003* Total
4
24
2
30
Baixo Peso
1
17
0
18
Risco para Baixo Peso
0
17
1
18
Eutrofia
0
35
9
44
p=0,039* Total
1
69
10
80
11 a 14 anos
15 a 19 anos
* Teste de Associação linear-por-linear.
Total
% de Gordura Corporal
13,3%
35,0%
6,4%
0%
20%
40%
60%
11 a 14 anos
15 a 19 anos
Sintomas de anorexia
Sintomas de bulimia
DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE MODELOS ADOLESCENTES BRASILEIRAS COM SINTOMAS DE ANOREXIA E BULIMIA NERVOSA,
0 20 40 60 11 a 14 anos 15 a 19 anos %
muit o gorda gorda mé dia a ba ixo do pe so muit o a ba ixo do pe so
DISTRIBUIÇÃO DAS MODELOS ADOLESCENTES BRASILEIRAS QUANTO À PERCEPÇÃO CORPORAL,
Discurso Acadêmico x Realidade....
Sites Pró-TA: Fazem apologia a práticas anoréxicas e bulímicas Orthorexia Nervosa:A new eating behavior disorder?
Catalina M et al.
Actas Esp Psiquiatr. 2004;32(1):66-68
Mania dos Blogs:
Diários na Internet
“Comida nao presta,ela so serve para aumentar alguns numeros na
balança e é um prazer q dura segundos. Nao precisamos mesmo
disso!”
FRASE DA SEMANA
“Chorei quando entrei no meu jeans 36“
Atriz da novela das 7, contando que emagreceu quase 30 kg
desde que teve seu filho, há um ano.
As duas faces da mesma
moeda...
EVOLUÇÃO E
SEDENTARISMO
EVOLUÇÃO
AGRADECIMENTOS
• Equipe de nutricionistas da Nutrociência• Equipe responsável pelo 16º Passo de Arte • Colégio Luterano
• Pavillhão D ( São Paulo ) e Galpão I (Indaiatuba) • Apoio: Força Tarefa Estilos de Vida Saudável (ILSI)