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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

Redução do Custo Logístico de Transporte utilizando Centros de

Distribuição

Por: Monique Dutra Félix

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

Redução do Custo Logístico de Transporte utilizando Centros de

Distribuição

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial.

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AGRADECIMENTOS

.... A todas as pessoas que contribuíram para a reflexão e realização deste trabalho, especialmente: minha família, professores, e aos amigos e amigas do grupo de estudos.

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DEDICATÓRIA

... “Dedico esta monografia a minha mãe e a todos aqueles que direta ou indiretamente, acreditam e me incentivam a correr atrás

dos meus ideais. A mim, pela iniciativa e dedicação”.

. .

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RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de demonstrar que com o aumento da competitividade empresarial cada vez mais há estratégias adotadas para que seu diferencial seja o marco que separe vencedores de perdedores. Uma das estratégias que é nesse momento a mais abordada e estudada, refere-se à redução de custos nas empresas, com isso, visamos analisar o fato de trabalhar com o Centro de Distribuição por ser uma vantagem competitiva no mercado atual. O centro de distribuição tem várias funções além do puro armazenamento de mercadorias, eles são projetados para colocar produtos em movimento, e não apenas para armazená-los. São depósitos grandes e automatizados, projetados para receber produtos de várias fábricas e fornecedores, receber os pedidos, atendê-los com eficiência e expedir os produtos para consumidores de uma determinada região o mais rápido possível. A implementação de um Centro de Distribuição pode racionalizar os níveis de estoques contribuindo para a redução do custo logístico total, pois o estoque centralizado permite acompanhar melhor os níveis de estoque e controlar as necessidades de reabastecimento. Aliado ao CD, a distribuição física percebe os benefícios da localização geográfica do CD junto ao principal mercado consumidor, tendo em vista a redução das distâncias, menor trajeto percorrido, volume maior de entregas, melhor ocupação do veículo, otimizando tempo e custos.

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METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, onde foram coletados materiais em livros, revistas, artigos e publicações eletrônicas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Definição de Centro de Distribuição 09 CAPÍTULO II - Utilização dos CD’s nos Diferentes 21 Segmentos

CAPÍTULO III - Vantagens e Desvantagens da 24 Utilização do Centro de Distribuição

CAPÍTULO IV - Redução de Custos Logísticos 25

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 40

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INTRODUÇÃO

Com a busca de novos mercados, novas fronteiras geográficas e com o aumento das distâncias entre os pólos produtores e consumidores, temos como consequência os riscos de ruptura no atendimento por falta de produtos, com isso os Centros de Distribuição tornaram-se o grande fator de diferenciação competitiva, tendo como principal finalidade agregar valor por meio da disponibilidade imediata de produtos, com flexibilidade para atender as demandas de forma personalizada e com a velocidade exigida pelo consumidor.

O Centro de Distribuição - diferente do armazém geral – tem como finalidade gerenciar o fluxo de produtos e informações associadas, de modo que possa contribuir para a redução das distâncias, diminuindo os prazos de entrega, contribuindo para o atendimento das necessidades dos consumidores.

As empresas vem percebendo a ineficiência de seus processos e perceberam imediatamente o reflexo pelos altos custos de produção e grandes desperdícios envolvidos na distribuição de seus produtos. A competição se tornou mais agressiva pela globalização dos mercados, pela diversidade dos produtos e pelo novo perfil do consumidor.

Estes fatores estão provocando grandes mudanças nas organizações, fazendo as empresas reverem sua estratégia competitiva. Para tanto, as empresas estão optando cada vez mais pelo uso de centros de distribuição, objetivando a garantia de entrega rápida e eficaz, consequentemente reduzir custos e combater desperdícios.

A principal finalidade dos CDs consiste em oferecer melhores níveis de serviço ao cliente, através da redução do lead time (tempo de ressuprimento) pela disponibilidade dos produtos o mais próximo do ponto de venda, na localização geográfica junto ao principal mercado consumidor, oferecendo condições para agilizar o atendimento dos pedidos. Essa maneira aumenta a freqüência de pedidos, reduzindo os volumes e minimizando os custos de inventário, o que acaba contribuindo para a redução dos custos totais de logística e proporciona melhores níveis de serviço, colocando a empresa tomadora de serviço em um novo patamar de competitividade. Através desse nível de serviço a empresa pode aumentar sua participação no mercado (aumento de market share) e também consolidar sua imagem.

Este trabalho visa demonstrar o papel do centro de distribuição como vantagem competitiva, disponibilizando os produtos com a velocidade desejada, flexibilidade exigida pelo consumidor e redução nos custos.

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CAPÍTULO I

DEFINIÇÃO DE CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

O Centro de Distribuição é uma configuração regional de armazém onde são recebidas cargas consolidadas de diversos fornecedores. Essas cargas são fracionadas a fim de agrupar os produtos em quantidade e sortimento corretos e, então, encaminhadas para os pontos de venda, mais próximos.

O CD é um conceito moderno, cuja função ultrapassa as tradicionais funções dos depósitos, galpões ou almoxarifados, as quais não são adequadas dentro do sistema logístico. Existe uma grande diferença entre os depósitos e os CDs: os depósitos, operados no sistema push, são instalações cujo objetivo principal é armazenar produtos para ofertar aos clientes; já os CDs, operados no sistema pull, são instalações cujo objetivo é receber produtos just-in-time modo a atender às necessidades dos clientes.

De acordo com a Associação Brasileira de Logística (Aslog), o Centro de Distribuição (CD) é um armazém que tem por objetivo realizar a gestão dos estoques de mercadorias na distribuição física. Em geral este armazém recebe cargas consolidadas de diversos fornecedores. Estas cargas são então fracionadas com intuito de consolidar os produtos em quantidade e variedade corretas, para depois serem encaminhadas aos pontos de vendas, ou em alguns casos aos clientes finais.

Os armazéns de produtos acabados, antes gerenciados pelas próprias indústrias, deram lugar aos CDs, visto que os CDs têm como principal desafio atender corretamente a crescente demanda de pedidos. Esta demanda vem aumentando por dois motivos: primeiro, devido a maior variedade de produtos (aumento do número de produtos e redução do ciclo de vida), e segundo, pela necessidade de melhor atendimento ao cliente. É possível observar também um aumento na freqüência de atendimento, pois o número de entregas diretas ao consumidor vem crescendo com a utilização cada vez maior da Internet, venda por catálogo ou telemarketing. Como resposta, os responsáveis pelos CDs investiram em tecnologias que permitem reduzir o tempo de atendimento ao cliente e simultaneamente aumentar a sua produtividade.

Os CDs transformam-se em pólos geradores de carga, devendo, assim, ficar em área de fácil acesso e com infra-estrutura adequada ao tipo de produto armazenado. Desta forma, sua localização é de extrema importância tanto para a velocidade da operação como

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para a qualidade do serviço prestado. Já a infraestrutura estará associada diretamente com a qualidade do serviço prestado, visto que determinados produtos precisam de armazenagem especial, como por exemplo produtos refrigerados.

O objetivo principal dos CDs é permitir uma resposta rápida às necessidades dos clientes de determinada área geográfica, normalmente distante dos centros produtores, e com isso melhorar o nível de serviço prestado. É manter estoque a fim de suprir a cadeia logística. Estes objetivos se complementam, já que ambos focam o nível de serviço que a empresa quer proporcionar ao seu cliente final, sendo o mais importante atender ao cliente com o menor custo na hora e no local certo. A utilização do CD ao longo da cadeia logística faz-se necessária para servir como ponto de abastecimento intermediário entre as unidades produtoras e os consumidores finais. Isto proporciona um tempo de resposta mais rápido numa eventual necessidade de reposição.

Além da melhora no atendimento, os CDs permitem uma redução no custo de transporte, já que operam muitas vezes como consolidadores de carga. Isto significa que um CD utilizado por diversos fornecedores permite que estes realizem suas transferências entre suas fábricas e o CD com cargas consolidadas, da mesma forma que as cargas para os clientes finais também poderão consolidar pedidos de diversos fornecedores, com isso reduzindo o custo total de transporte. Para os clientes, por outro lado, além do custo de transporte ser reduzido, ainda existe a economia de tempo de operação gerado em função do recebimento de um único carregamento com todos os produtos necessários, ao invés de receber carregamentos separados de cada fornecedor.

Os CDs podem ofertar, além dos serviços de armazenagem, serviços que agreguem valor aos produtos, como etiquetagem, embalagem ou reembalagem, dentre outros. Esta é uma das vantagens em se utilizar um CD no sistema logístico.

Desta forma, o CD tem um papel fundamental na cadeia logística. Quando operado de forma eficiente, permite o gerenciamento eficaz do fluxo de mercadorias e informações, e como conseqüência há uma melhoria no nível de atendimento do cliente e reduções de custo. O CD está relacionado portanto com diversas áreas da empresa: marketing, vendas, financeira, entre outras. Cada área interage com o CD de acordo com seus objetivos. Marketing e vendas estão interessados no pronto atendimento do cliente, para não ter nenhuma venda perdida, já a área financeira deseja que o estoque seja o menor possível, pois estoque é sinônimo de dinheiro parado que poderia estar gerando lucro para empresa se

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estivesse aplicado no mercado financeiro. As diversas áreas da empresa possuem objetivos diferentes com relação ao CD e cabe à empresa definir a melhor estratégia de acordo com seus objetivos e missões.

Cada vez mais engajados em atender melhor o cliente através da melhoria da relação custo e benefício, os empresários vêm buscando alternativas para armazenar seus produtos de forma mais eficiente e barata. Para não manter estoque e permitir um rápido fluxo de produtos a baixos custos de transporte, é possível utilizar também instalações intermediárias entre as unidades produtoras e os clientes finais, também conhecidos como Transit Point, Cross Docking, Break Bulk e Merge in Transit.

As instalações do tipo Transit Point, diferem-se dos CDs por não apresentarem estoque e os produtos que recebem já possuírem destinos certos, não havendo a necessidade de espera por um pedido. Estão localizados para atender uma determinada área geográfica distante dos armazéns centrais ou de difícil acesso, operando como local de passagem. Sua operação consiste em receber carregamentos consolidados, separá-los e carregá-los em veículos menores para entrega locais a clientes individuais.

As instalações tipo Cross Docking possuem o mesmo formato que os Transit Point; a diferença consiste na quantidade de fornecedores. São vários fornecedores atendendo a vários clientes. A operação consiste em receber mercadorias consolidadas, separá-las e recarregar os veículos de maneira que cada um siga para um único destino. A modalidade é extremamente utilizado por cadeias varejistas, com o intuito de repor os estoques de alta rotação. O sucesso da operação no Cross Docking é associado muitas vezes à capacidade de planejamento e seu cumprimento. Isso permite que a passagem do estoque seja a mais rápida possível. Quando isto não ocorre, é necessário ter espaço para movimentação e estocagem de produtos, fugindo assim do conceito básico do Cross Docking

A operação do Merge in Transit pode ser considerada uma extensão do Cross Docking, associado a técnicas de qualidade como o Just-in-Time. Seu objetivo é montar produtos ao longo da cadeia de distribuição. Isto se torna necessário com o advento da globalização, onde cada vez mais produtos possuem suas peças fundamentais produzidas em diversos países. Exemplo clássico são os computadores, que podem ser montados já no momento de entregar ao cliente. Vale ressaltar que, assim como o Transit Point e o Cross Docking, a operação Merge in Transit não consiste em ter estoques intermediários.

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Por fim, na operação Break Bulk, as quantidades são recebidas de vários fabricantes que enviam suas cargas consolidadas, para atender a diversos clientes.

O terminal de Break Bulk separa os pedidos individuais e providencia as entregas . Este tipo de instalação geralmente situa-se mais próximo do mercado consumidor que do fornecedor, de modo a maximizar a economia de escala no transporte consolidado

1.1 Funções Básicas de um CD

As funções básicas de um CD são: recebimento, movimentação, armazenagem, separação de pedidos e expedição. A mercadoria chega do fornecedor e é recebida pelo CD; essa pode ser armazenada para futura expedição ou pode ser diretamente encaminhada para expedição (crossdocking - é a operação na qual o produto é recebido e encaminhado diretamente para a expedição, com o mínimo de tempo possível a fim de não manter estoque); quando destinada à armazenagem, a mercadoria é movimentada até o seu devido local no estoque, até que seja solicitada em um determinado pedido; é então separada e encaminhada para expedição, onde será transportada até o destino adequado. Cada etapa realizada no CD será detalhada a seguir.

1.1.1 Recebimento

A atividade de recebimento é a primeira etapa da trajetória do produto no CD. Essa etapa é essencial para a realização das outras atividades, envolvendo o descarregamento das cargas e registrar os produtos, o sistema de gerenciamento do armazém (Warehouse Management Systems) indica o endereço na área de armazenagem ou em outras áreas organizacionais onde os produtos deverão ser alocados. Recebimento dos produtos significa o inicio das atividades do CD. O recebimento inclui todas as atividades envolvidas no fato de aceitar os materiais. Durante o recebimento devem ser conferidas as quantidades e a qualidade dos produtos entregues pelos fornecedores e a NF dentre outros itens. Qualquer diferença entre o solicitado e o entregue deve ser sinalizado neste momento, antes dos produtos entrarem propriamente no CD. Avarias nas embalagens também devem ser detectadas e relatadas durante a operação do recebimento.

Um processo de recebimento de produtos inicia-se quando um veículo entra no CD, aproxima-se e estaciona na doca. Após estacionar o veículo, retiram-se os produtos para iniciar a contagem e conferência física do material. Em alguns CDS poderá haver

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equipamentos para nivelar o caminhão com a plataforma, com isso evita-se eventuais acidentes durante a movimentação de mercadorias.

Atualmente durante o recebimento é possível utilizar código de barras e coletores de dados . Essas ferramentas agilizam o processo de conferência e evitam erros humanos no processo.

Em ambientes onde a utilização do código de barras não é eficiente, existe a possibilidade de substituí-lo pelo uso de etiqueta inteligente associado ao uso de tecnologia de RFID (Radio FrequencyIdentification ou Identificação via Rádio Freqüência).

1.1.2 Movimentação

A movimentação interna dos produtos é o transporte de pequenas quantidades de produtos no armazém. Invariavelmente, a movimentação e o manuseio de materiais absorvem tempo, mão-de-obra e dinheiro. Assim, é preciso minimizar o manuseio dos materiais, a fim de não provocar movimentos desnecessários, além de aumentar o risco de dano ou perda do produto.

A oportunidade de reduzir a intensidade da mão-de-obra e aumentar sua produtividade reside nas novas tecnologias de movimentação e manuseio de materiais que estão emergindo atualmente. O tipo de equipamento utilizado na movimentação de materiais afeta a eficiência e o custo de operação do CD.

A movimentação é realizada após o recebimento dos produtos, sendo sua primeira atividade a descarga do veículo.

Existem dois tipos de movimentação dentro do CD: a transferência e a separação. A transferência consiste em transferir o material da área de recebimento para o local onde ficará estocado, e a separação em retirar o material da área onde foi estocado e leva-lo para área de consolidação dos pedidos.

O processo de movimentação pode ser feita através da força física humana (trabalho braçal), ou através de equipamentos como empilhadeiras e/ou transpaleteiras, quando são usados pallets ou slip sheet ( folhas separadoras). A utilização de empilhadeiras tem como principal benefício uma maior produtividade, já que torna a movimentação mais rápida. A segurança da operação na utilização de empilhadeiras é de reponsabilidade do gestor do armazém, que deverá indicar funcionários aptos a manusearem este equipamento.

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A embalagem contribui para uma melhor movimentação, desde que exista uma padronização e que ela seja suficientemente forte para aguentar mais de uma movimentação.

Uma das formas de padronizar embalagem é a paletização, já que possibilita movimentar maiores quantidades de produtos. Entretanto, deve-se observar a correta distribuição do peso e o correto posicionamento do centro de gravidade, para evitar possíveis acidentes com a empilhadeira em virtude do transporte, principalmente quando a movimentação em questão é na vertical.

Outra maneira de se padronizar e unitizar as embalagens é através da utilização de containeres, que são equipamentos nos quais são colocadas as embalagens secundárias ou produtos soltos durante a armazenagem e o transporte. Suas principais vantagens são: aumento geral da eficiência de movimentação de materiais, redução de avarias durante o transporte, redução de furtos e maior proteção contra fatores ambientais. Porém, como principal desvantagem existe a necessidade de equipamentos específicos de movimentação, pois sem estes fica impossível movimentar um container.

1.1.3 Armazenagem

A armazenagem é a guarda temporária de produtos para posterior distribuição. Os estoques são necessários para o equilíbrio entre a demanda e a oferta. No entanto, as empresas visam manter níveis de estoques baixos, pois estes geram custos elevados: custos de pedir – custos administrativos associados ao processo de aquisição das mercadorias; custos de manutenção – referentes a instalações, mão-de-obra e equipamentos; custo de oportunidade – associado ao emprego do capital em estoque.

A área de armazenagem dos CDs é composta, por estruturas como porta-paletes, drive-in, estanterias e racks, que são separadas por corredores para ter acesso às mercadorias. Esses corredores são sinalizados para facilitar a operação do CD.

A atividade de armazenagem é fundamental na organização do CD, bem como na otimização de sua produtividade operacional. A correta armazenagem, ou seja, a colocação adequada dos produtos em seus respectivos lugares, respeitando suas características físicas, assim como a utilização de um sistema de armazenagem adequado, pode possibilitar uma boa utilização do espaço, boa utilização dos recursos operacionais, além da otimização no tempo da mão-de-obra para localizar os pedidos/produtos no interior do armazém, dentre outros benefícios.

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A atividade de armazenagem é fundamental na organização do CD, bem como na otimização de sua produtividade operacional. A correta armazenagem, ou seja, a colocação adequada dos produtos em seus respectivos lugares, respeitando suas características físicas, assim como a utilização de um sistema de armazenagem adequado, pode possibilitar uma boa utilização do espaço, boa utilização dos recursos operacionais, além de otimização no tempo da mão-de obra para localizar os pedidos/ produtos no interior do armazém, dentre outros benefícios.

1.1.3.1 Alternativas de Armazenagem

Os armazéns podem ser próprios, públicos ou contratados. O armazém próprio é operacionalizado pela própria empresa que possui as mercadorias a serem armazenadas. Sua principal vantagem é o controle, já que a empresa tem total autoridade para tomada de decisão, e a flexibilidade em se alterar o layout ou o tamanho entre as prateleiras para melhor armazenar seus produtos.

Os armazéns públicos oferecem flexibilidade financeira, já que o dinheiro da Cia não fica empregado em ativo fixo, além das vantagens econômicas de escala.

Na maioria das vezes possui maior especialização, já que o gerenciamento da armazenagem é seu core business. Além de não ser necessário nenhum investimento em ativo fixo e ter custos mais baixos, há ainda a possibilidade na flexibilidade da localização, ou seja, se o mercado mudar, como não há o compromisso de longo prazo é mais fácil mudar de armazém, gerando assim uma importante flexibilidade para manter uma rede logística ótima.

Os armazéns ou CDs contratados possuem as melhores características dos armazéns públicos e próprios, pois apresentam flexibilidade e economia de escala proporcionada pelo compartilhamento do espaço físico, mão-de-obra e equipamentos entre diversas empresas. São muito utilizados por operadores logísticos especializados em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas dentro da cadeia de suprimento, além de procurar agregar valor para seus clientes, na forma de reembalagem, por exemplo.

Ainda como alternativa de armazenagem, existe a possibilidade de terceirização in house. Neste caso o armazém é da empresa, porém existe a presença de um operador logístico trabalhando internamente em suas instalações.

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A grande vantagem é a dedicação total no core business por parte da empresa, passando para o operador logístico a responsabilidade de gerir a armazenagem e o transporte das mercadorias.

A terceirização ou não da gestão do CD é uma estratégia da empresa. Depende da cultura coorporativa e também de sua disponibilidade de investir. A disponibilidade e visibilidade do estoque são consideradas fundamentais para algumas empresas, e interferem diretamente na decisão da localização do CD.

1.1.4 Separação de Pedidos

A separação de pedidos (picking) é a “coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem para satisfazer as necessidades do consumidor. É uma etapa fundamental do ciclo do pedido, pois consome cerca de 60% dos custos operacionais de um CD.

A área de estocagem na maioria dos armazéns ocupa um grande espaço, devido ao acondicionamento dos estoques. Assim, a separação de pedidos, que é realizada nessa área, implica em grandes deslocamentos por parte dos operadores. No entanto, existem algumas alternativas intermediárias, para diminuir esse tempo gasto com o deslocamento, como: algoritmos para definição das rotas de coleta, lógicas de endereçamento e métodos alternativos de organização do trabalho.

A estratégia de picking é a forma como é organizado o processo de separação de pedidos, planejando a quantidade de operadores por pedido, o número de diferentes produtos pegos em cada coleta e os períodos para agendamento ou agrupamento de pedidos durante um turno.

Entre 50 e 70% do tempo total gasto para completar as atividades do ciclo do pedido num CD, que é um dos pontos fundamentais no nível de serviço para o cliente, refere-se à entrada, preparação e refere-seleção. Constata-refere-se assim que, para ambos os autores, a forma de como organiza-se a estratégia de picking está associada diretamente com o tempo de movimentação. Isto faz com que esta atividade seja prioritária dentro do CD, justificando aumento de esforços, principalmente em sistemas de separação.

Dentro da área de estocagem faz-se necessário a separação de uma área para picking. O tamanho desta área variará de acordo com o tamanho das unidades de separação, a

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quantidade de pedidos expedidos por dia, a variedade de itens e o tempo disponível para entrega da mercadoria.

Quanto maior for o giro das mercadorias maior é o tempo de deslocamento do operador na área de estocagem. Para minimizar este deslocamento, em alguns momentos é possível criar uma área de estocagem intermediária entre a área de estoque e o picking. Também para melhorar a produtividade do picking surgiram alguns métodos de organização de trabalho para deslocamento dos operadores. Os métodos mais comuns são os algoritmos: para definição de rota de coleta, desenvolvidos para minimizar a distância média percorrida durante a seleção de pedidos; para lógicas de endereçamento, utilizadas para reduzir a distância média de movimentação; e para a organização do trabalho, com objetivo de maximizar a quantidade de pedidos selecionados em cada deslocamento.

Quanto mais fracionados forem os pedidos, mais pedidos existem por dia, maior será a quantidade de itens a serem separados, menor será o tempo para a entrega dos produtos e, por conseqüência, mais complexa será a operação.

Também quanto mais complexa a operação, menor será a produtividade do picking e maiores serão as chances de erros nos pedidos.

A estratégia de picking está associada diretamente com o tempo de movimentação. Desta forma, as estratégias de picking devem levar em consideração o número de operadores responsáveis pela separação de cada pedido, o número total de pedidos, a quantidade de produtos por pedido e o tempo necessário para a operação. Estes métodos podem ser:

_ Picking discreto: cada pedido é iniciado e completo por apenas um operador, sendo que apenas um produto é coletado por vez. Apresenta um baixo índice de erro, pois é operacionalmente bastante simples. Por outro lado, apresenta uma baixa produtividade, decorrente do tempo excessivo gasto com o deslocamento do operador.

_ Picking por zona: a área de armazenagem é dividida em zonas, cada zona armazena determinados produtos e cada operador é responsável por uma determinada zona. Neste processo cada operador separa os itens do pedido que estão armazenados sobre sua “responsabilidade” e os coloca numa área comum de consolidação, para que o pedido possa ser “montado” e completado. Isto significa que mais de um operador pode estar envolvido na separação dos produtos de um único pedido. A maior vantagem deste método é que reduz o

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deslocamento dos operadores, cada um opera apenas numa zona. Sua maior dificuldade é balancear a carga de trabalho entre as zonas, pois existem diferenças nos giros dos produtos e na performance dos equipamentos. As zonas mais equipadas necessariamente terão maior produtividade.

_ Picking por lote: os pedidos são acumulados, juntam-se as quantidades totais de cada produto e então o operador vai até a área de estocagem para coletar a soma dos pedidos. Esse método permite um aumento na produtividade do deslocamento do operador, desde que haja baixa variedade e baixo volume de itens em cada pedido. Por outro lado, aumentam as chances de erros na separação e ordenação dos pedidos devido à sua maior complexibilidade.

_ Picking por onda, que é similar ao picking discreto. Neste método, cada operador é responsável por um tipo de produto de cada vez, com diversas programações por turno. Desta forma, os pedidos são coletados em períodos específicos ao longo do dia. Como vantagem permite uma maior sincronia entre a operação de picking com a expedição, através de uma programação da hora de coleta e despacho de cada pedido. Também permite a possibilidade de combinação entre estas estratégias de picking, ou até mesmo a utilização de mais de uma delas simultaneamente.

De qualquer maneira, independentemente da estratégia a ser adotada, a grande dificuldade após a escolha está na importância do balanceamento da linha, para que nenhum operador ou equipamento fique sobre ou subcarregado. Esta análise deve ser realizada periodicamente e sempre que necessário deverão ser feitas alterações para que o sistema permaneça balanceado.

A busca constante pela maior produtividade, velocidade e precisão durante o picking fazem com que as empresas invistam em novas tecnologias. A simples implantação de tecnologia não garante melhorias operacionais, mas proporciona o desenvolvimento de novos processos. Como exemplos de novas tecnologias existem o A-frame3 e o picking by-light4. O A-frame apresenta alta produtividade e precisão, sendo capaz de separar muitos pedidos num curto espaço de tempo, reduzindo assim o quadro de pessoal. Já o sistema de picking bylight concilia o aumento de performance com a flexibilidade, pois os operadores não precisam se locomover para realizar a separação dos materiais.

A utilização de tecnologia de informação durante o picking pode ser observada quando há a utilização de radiofreqüência. Nesses casos, o operador recebe através de um

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terminal de mão ou de braço o próximo endereço para onde ele deve se dirigir e as quantidades necessárias a serem separadas. Com isso economiza-se tempo de deslocamento. Para melhorar ainda mais a eficiência e minimizar os erros, faz-se a leitura do código de barras dos produtos a serem selecionados.

A embalagem também tem papel fundamental no processo de seleção de pedidos, já que para atender melhor ao cliente, muitas vezes as embalagens são fracionadas em unidades menores conforme cada pedido. Caso haja necessidade estes pedidos podem ser reembalados em cargas mistas para então serem entregues aos clientes finais. As embalagens interferem positivamente à medida que protegem o produto e permitem ser fracionadas nas quantidades necessárias, sem que para isso suas caixas precisem ser abertas.

Além da proteção à embalagem, também torna mais fácil a localização dos itens certos no momento da separação dos pedidos, sendo imprescindível que a identificação no SKU (Stock Keeping Unit ou Unidade de Manutenção de Estoque) seja de fácil leitura, indiferente se é lida automaticamente (leitores ópticos) ou visualmente.

1.1.4.1 Formas de Arrumação das Mercadorias no Momento do Picking

-Por pallets: quando a menor unidade de separação é o pallet. Nesse caso, os

pedidos nunca contêm frações de palletes de determinados produtos, apenas palletes fechados; -Por camadas de pallets: neste caso a menor unidade de separação é um conjunto de caixas, que formam uma camada do pallet;

-Por caixas: quando a menor unidade de separação são as caixas fechadas;

-Por caixas fracionadas: é o caso em que as caixas necessitam ser abertas para manuseio de pacotes, que compõe na caixa;

-Por itens: alternativa mais fracionada onde são manuseado site individuais de determinados produtos.

1.1.5 Expedição

A expedição é a última etapa a ser realizada no CD. Consiste basicamente na verificação e no carregamento dos produtos nos veículos, podendo envolver algumas atividades como: conferência do pedido, preparação dos documentos de expedição e pesagem da carga para determinação do custo de transporte.

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Alguns complicadores são encontrados na operação da expedição que podem afetar sua eficiência: atrasos de transportadoras, atrasos na emissão da lista de separação, quebra da sincronia entre os processos de recebimento e expedição nas operações de crossdocking e picos de demanda que não foram adequadamente planejados.

Existem alguns fatores que podem prejudicar a eficiência da operação de expedição. São eles:

_ Atrasos de transportadoras, gerando congestionamentos na área de expedição; _ Quebra de sincronia entre os processos de recebimento e expedição nas operações de crossdocking. Com isso, a área de expedição pode-se transformar em área de estocagem, dificultando a operação de expedição em si;

_ Criação de procedimentos complexos e detalhistas de conferência, diminuindo a velocidade do fluxo de expedição;

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CAPÍTULO II

UTILIZAÇÃO DE CDS NOS DIFERENTES SEGMENTOS

Os segmentos que mais investem em CDs são: a indústria de bens de consumo, os operadores logísticos e o setor supermercadista.

A Análise Setorial de Centros de Distribuição, elaborada pela Gazeta Mercantil, será descrita a seguir.

-Supermercados:

Um dos segmentos que mais investem em CDs. Tais investimentos têm sido estimulados pelas transformações por que passou o setor supermercadista nos últimos anos, como a estabilidade econômica, a entrada de empresas estrangeiras no mercado, mudanças no perfil dos consumidores e o acirramento da concorrência. Além disso, a grande diversidade de produtos faz com que os supermercados obtenham distintas operações em seus CDs.

-Varejo de Eletroeletrônicos:

A concentração dos estoques nos CDs não é uma estratégia nova para as redes desse segmento, por comercializarem produtos de grande porte, como geladeiras e fogões, sendo inviável estocá-los nas lojas. Produtos de menor porte, como barbeadores e relógios, atualmente, também têm seus estoques centralizados. Nas lojas, estoca-se a quantidade correspondente à expectativa de vendas do dia ou de um período determinado pela empresa.

-Farmácias e Drogarias:

Muito pulverizado, o mercado brasileiro de farmácias e drogarias é geralmente abastecido por atacadistas distribuidores. Apenas as grandes redes são atendidas diretamente pelas indústrias. A armazenagem no interior das farmácias é feita com base nas classes de medicamentos, onde os medicamentos sujeitos a controle especial devem permanecer em local de acesso restrito, sob monitoramento do estabelecimento. Esse setor deve manter um rigoroso controle de estoque, a fim de evitar perdas por prazo de validade vencido.

-Vendas Diretas via Catálogo:

A venda direta via catálogo é um sistema de comercialização de bens de consumo e serviços, realizado por meio de contato pessoal entre o vendedor e o consumidor fora de estabelecimento comercial. Devido à grande complexidade de operação, a atuação nesse

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mercado pressupõe investimentos em armazenagem e distribuição ou a terceirização desses serviços a operadores especializados.

A partir dos CDs, é feita a distribuição dos produtos para seus revendedores espalhados por todo o país, uma demanda bastante pulverizada. Os pedidos dos revendedores são compostos por uma grande variedade de itens. Em geral, poucas unidades de diversas linhas com apresentações, tamanhos e volumes variados.

-Comércio Eletrônico:

Para atuar no varejo eletrônico, as empresas buscam se capacitar para atender pedidos fracionados feitos diretamente pelo consumidor. Para atender a essa demanda, é necessário possuir CDs que permitam a execução de picking de itens individuais, além de incluir atividades de etiquetagem, embalagem e gerenciamento de retornos.

Várias lojas virtuais surgiram nos últimos anos e algumas empresas criaram estruturas independentes para o varejo virtual, como é o caso da Americanas.com e da Saraiva.com. A logística é apontada por especialistas como o grande gargalo do comércio eletrônico, principalmente na modalidade B2C (Business to Consumer).

-Atacadista Distribuidor:

Centros de distribuição ágeis, bem estruturados e integrados com toda a estrutura logística da empresa são fundamentais para os atacadistas distribuidores ou de entrega. Considerada a modalidade mais importante do setor atacadista, concentra 64,5% do faturamento, de acordo com a Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (Abad). Esse tipo de atacadista não possui lojas, sua infra-estrutura é composta basicamente por CDs, onde são recebidas as mercadorias da indústria, separadas e enviadas para os varejistas.

Esse segmento abastece pequenos e médios varejistas, em diferentes regiões geográficas do país. Seus CDs operam diversos tipos de carga, com variadas apresentações de tamanhos e embalagens, aumentando a complexidade da operação.

-Indústria

Para reduzir os custos de distribuição de seus produtos, uma das principais estratégias adotadas pela indústria é a utilização de CDs. De administração própria ou terceirizada, essas unidades contribuem para o maior controle das operações de logística e permitem a obtenção de melhores níveis de serviço aos clientes no tocante ao atendimento do pedido.

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As mudanças na relação dos fornecedores com os canais de distribuição podem ser observadas em diversos aspectos. O preço, por exemplo, que até 1995 era a variável mais importante na decisão de compra nos últimos anos, foi superado pelo produto. Por outro lado, os serviços aos clientes conquistaram maior importância. Aspectos como disponibilidade das mercadorias, tempo de ciclo do pedido, consistência do prazo de entrega e freqüência da entrega estão influenciando cada vez mais a decisão de compra dos varejistas.

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CAPÍTULO III

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

Vantagens e desvantagens de se trabalhar com CD´s, tais como:

Vantagens Desvantagens

- Processamento mecanizado dos produtos - Fluxo regular e coordenado de mercadorias - Redução de investimento em estoque - Melhoria do índice de ruptura

- Lentidão para ajustar-se às novas particularidades

- Manuseio extra para perecíveis

- Acréscimo de um estágio na distribuição

Mesmo com todas as desvantagens, ainda se faz importante o CD dentro da rede logística do estabelecimento, devendo ser encarado como um componente do sistema global, sendo um sistema único dentro dele. Os componentes internos desse sistema estariam desde o recebimento, movimentação, armazenagem, picking até o embarque de mercadoria para as filiais.

Diversas vantagens são identificadas na literatura quanto à adoção do CD no sistema logístico. Essas vantagens obtidas pela centralização de estoque podem beneficiar todos os elos da cadeia: fornecedor, empresa e consumidor.

Podemos observar também as seguintes vantagens: redução do custo de transporte, liberação de espaço nas lojas, redução de mão-de-obra nas lojas para o recebimento e conferência de mercadorias e a diminuição da falta de produtos nas lojas. Identificamos também mais duas vantagens na adoção do CD no sistema logístico: a capacidade de agregar valor ao produto (postergação) e os diferentes tipos de operações que podem ser realizadas no CD – consolidação, break bulk, crossdocking e formação de estoque. Existe a vantagem obtida pelo fornecedor de produtos e serviços, a partir do ganho relacionado com a qualidade do atendimento ao cliente, agora servido mais rapidamente a partir de pontos mais próximos.

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CAPÍTULO IV

REDUÇÃO DE CUSTOS LOGÍSTICOS

Muitas pessoas que estudam e trabalham com Logística as vezes tem dificuldade em definir o que é a logística, e o que compõe o processo logístico. Quando se está em uma empresa, é essencial saber para onde o dinheiro está indo (ou por onde está saindo), e compreender quais são os componentes dos custos logísticos, é essencial nessa área.

A função mais conhecida da logística são os transportes, e eles representam o maior percentual dos custos logísticos para a maioria das empresas. Considerando que a matriz de transporte brasileira, que utiliza fundamentalmente o transporte rodoviário mesmo para longas distâncias, faz com que os custos de transportes sejam muito elevados, o que influencia o custo final dos produtos e a competitividade de nossas empresas. Assim, o custo de transporte é composto por custos fixos e variáveis. Os fixos incluem depreciação da frota, salários, manutenção. Os variáveis incluem: combustíveis, pneus, lubrificantes, dentre outros. Caso o transporte seja terceirizado, então todo o custo é pago na forma de frete.

Outro fator importante na composição dos custos logísticos são os estoques. Se o transporte é rápido e frequente, então podemos manter níveis de estoques baixos, mas pagaremos caro pelo transporte. Por outro lado, se os lotes são grandes (grandes volumes, pouca freqüência), então o estoque médio será alto e custo de estocagem será elevado. O custo do estoque é composto por diversos elementos: (1) o próprio valor do estoque que poderia estar investido rendendo juros e pela oportunidade do capital; (2) manter o estoque também custa dinheiro: seguros, obsolescência, perdas e outros riscos associados; (3) durante a operação de transportes, um pouco do estoque fica indisponível dentro dos caminhões – assim, o estoque em trânsito também compõe este custo; (4) finalmente, caso os estoques não sejam bem gerenciados, a empresa terá uma falta de produtos, e este custo é difícil de ser mensurado.

O local onde é feita a armazenagem também compõe o custo logístico. Assim, o custo com armazenagem envolve impostos, luz, conservação (ou aluguel caso o armazém seja alugado); para manusear os produtos são necessários equipamentos de movimentação e armazenagem, além de salários (e encargos) dos funcionários.

Um pouco menores, mas também importantes de serem considerados, estão os custos do pedido: custos relacionados ao material utilizado (papel, materiais de escritório,

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computadores), custos de pessoal (salários e encargos) e os custos indiretos (luz, telefone, dentre outros).

A determinação do Custo Logístico inicia-se com o mapeamento de todos os processos logísticos. Esse mapeamento deve ser feito no formato de fluxos identificando-se um responsável para cada um deles.Conceitualmente estabelecem-se as atividades que compõem o custo logístico.

- Armazenagem: Esforço financeiro aplicado no recebimento, armazenagem e expedição de materiais e produtos.

- Transportes: Custo de transporte para a venda dos produtos e transferências entre unidades de armazenagem e operadores logísticos.

- Movimentação: Custo de movimentação interna das unidades (pessoal, caminhão, empilhadeira, TI e etc).

- Estoques: Custo financeiro (custo de oportunidade) sobre o estoque de MP, ME e PA.

O maior desafio é assegurar que as estratégias de armazenagem e redução de custos sejam compatíveis com as estratégias de níveis de serviços da empresa. Os principais custos relacionados à armazenagem e movimentação de materiais provém da estocagem e dos movimentos de transportes. Sendo assim, observa-se a importância de conhecer bem os custos de transporte, para equilibrar os custos logísticos e assim possibilitar o desenvolvimento de estratégias logísticas mais eficientes.

Vamos começar mensurando corretamente os custos, separando-os em quatro classes distintas: transportes, movimentação e armazenagem de materiais, estoques e administração do pedido e serviço ao cliente (customer service).

4.1 Custos de Armazenagem

A grande maioria dos custos de armazenagem – aluguel, mão de obra, depreciação de instalações e equipamentos de movimentação - são fixos e indiretos. Essas duas características dificultam respectivamente o gerenciamento da operação e a alocação de custos.

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A elevada parcela de custos fixos na atividade de armazenagem faz com que os custos sejam proporcionais à capacidade instalada. Desta maneira, pouco importa se o armazém está quase vazio ou se está movimentando menos produtos do que o planejado. Ainda assim, a maior parte dos custos de armazenagem continuarão ocorrendo, pois, na sua grande maioria, estão associados ao espaço físico, aos equipamentos de movimentação, ao pessoal, e aos investimentos em tecnologia.

Para tornar a situação ainda mais complexa, é importante lembrar que a demanda pela atividade de armazenagem não é constante, nem ao longo dos meses, nem ao longo dos dias do mês ou da semana. Um exemplo claro disso é a concentração da expedição nos últimos dias do mês. Isto tende a levar ao super dimensionamento da capacidade para atender os dias de pico, ou, ao contrário, faz com que o armazém opere acima da sua capacidade, prejudicando o nível de serviço – através de falhas, avarias, e atrasos. Assim, medidas que venham amortecer essas variações na demanda, serão sempre positivas do ponto de vista da expedição. Principalmente quando as razões para os picos de demanda são induzidas por políticas internas como, por exemplo, cotas mensais de vendas, prazo para faturamento, falta de uma política de ressuprimento contínuo com os clientes etc.

O fato de os custos de armazenagem serem indiretos dificulta a sua alocação aos produtos e clientes, pois a alocação, neste caso, é realizada através de rateios, deixando-os sujeitos a distorções. Para minimizar as distorções é importante que:

• os itens de custos sejam contabilizados de acordo com a sua função (movimentação, acondicionamento, administração) e não por contas naturais (depreciação, mão-de-obra);

• a alocação seja condizente com o real consumo de recursos na operação. 4.1.1 Etapas para o Custeio da Armazenagem

Independente do grau de sofisticação do sistema de custeio da armazenagem, são sugeridas quatro etapas básicas, que serão desenvolvidas a seguir.

1. Identificar os itens de custos – Nessa etapa, deve-se selecionar os itens de custos que serão considerados. Por exemplo: operadores de empilhadeira, supervisores, depreciação das empilhadeiras, custo de oportunidade das empilhadeiras, aluguel do armazém, depreciação dos racks e custo de oportunidade dos racks.

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É importante que as contas não sejam agrupadas somente de acordo com a sua natureza - como depreciação, pessoal etc. -, pois neste caso se condicionaria a alocação de todas as contas a um único critério. Dessa forma, em vez utilizar uma única conta de depreciação, deve-se considerar separadamente a depreciação de cada ativo (empilhadeira, rack, palete etc.).

2. Cálculo dos itens de custos – Alguns itens, como salários, benefícios, manutenção, aluguel e outros, são obtidos com facilidade através da contabilidade. Outros itens, como a depreciação e o custo de oportunidade, precisam ser calculados de fato, conforme é exposto abaixo:

• Depreciação – segundo a visão gerencial, o tempo utilizado para depreciação não deve ser o tempo contábil legal, mas sim o de operação do ativo – quanto tempo a empresa utiliza um determinado ativo antes de substituí-lo. Assim, para calcular o valor mensal de depreciação, deve-se dividir a diferença entre o valor de aquisição e o residual pelo tempo (n meses) que a companhia irá utilizar o ativo (antes de trocá-lo).

• Custo de oportunidade – não existe na ótica contábil, pois não existe uma despesa associada a esse custo, mas sim uma perda de receita ocasionada pela imobilização de um capital. Uma empresa que tenha um armazém próprio não tem uma conta de aluguel. No entanto, deve ter um item de custo associado ao custo de oportunidade do imóvel, que representa o quanto a empresa ganharia se o vendesse e investisse o capital em outros projetos, ou caso resolvesse alugá-lo. Para cálculo do valor do custo de oportunidade, deve-se multiplicar o valor do ativo pela taxa de oportunidade da empresa - que normalmente varia entre 10 a 20% ao ano. Vale chamar a atenção que, para um ativo como a empilhadeira, deve-se considerar tanto o custo de depreciação como o de oportunidade.

3. Agrupar os itens de custos relativos a cada função (ou atividade) - O objetivo de agrupar os custos em funções ou atividades é facilitar a alocação desses custos na etapa seguinte. Por exemplo, a função de movimentação irá reunir itens de custos de diferentes contas naturais – pessoal, manutenção, depreciação – mas que estão todos direcionados ao mesmo objetivo, movimentar materiais, e assim podem ser alocados por um único critério de rateio, como número de paletes expedidos.

Quando a operação for relativamente simples, o sistema de custeio pode ser desenvolvido considerando as funções básicas da atividade de armazenagem. Já no caso de

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uma operação mais complexa, que movimenta produtos com características de acondicionamento ou movimentação muito distintas, pode ser necessário subdividir as funções em atividades. A seguir, serão abordas as funções básicas que devem ser consideradas:

a) A movimentação de materiais inclui a recepção e a expedição de mercadorias. Assim, devem ser agrupadas nessa função todos os itens de custos referentes a essas atividades, como por exemplo os custos associados a empilhadeiras, transelevadores, operadores de empilhadeira, supervisores da movimentação etc.

b) O acondicionamento de produtos se refere a estocagem do produto. Deve se ter em mente que esta função não engloba a movimentação. Esta função se refere apenas ao fato de o produto estar parado em estoque. Nesse caso, o produto estaria consumindo um espaço, não só de um armazém como também de um palete, de um contenedor, rack. Assim, teriam que ser agrupados os custos referentes ao espaço, como aluguel ou custo de oportunidade do armazém, e os itens referentes a ativos que estão sendo utilizados no acondicionamento do produto como paletes e racks.

No caso de produtos que necessitam de acondicionamento especial como os que devem ser mantidos em ambiente refrigerado, também devem ser considerados os custos com o equipamento de refrigeração e consumo de energia elétrica.

Pelo fato da função de acondicionamento estar ligada diretamente ao espaço físico, o grupo de custos dessa função é comumente chamado de custo da ocupação de espaço.

c) A função de administrar o fluxo de bens na realidade irá agregar os custos que não dizem respeito às funções anteriores por terem um caráter mais administrativo, como por exemplo os custos referentes ao gerente, à secretária, ao telefone, ao material de escritório etc.

4. Alocar custos a cada produto ou cliente - Uma vez agrupados segundo as funções (ou atividades) é necessário alocar esses custos aos produtos. Os custos dos clientes, podem ser obtidos a partir do mix de consumo de cada cliente, estando sempre atento, é claro, para alguma condição especial que o cliente possa exigir.

A seguir, são discutidos alguns critérios de alocação para cada uma das três funções básicas da armazenagem.

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a. Movimentar material – os custos dessa função, mesmo que indiretamente, se referem ao volume de carga expedida. É importante perceber qual é de fato o gerador do consumo de recursos. No exemplo de um armazém em que toda mercadoria é paletizada, o número de paletes expedidos de cada produto seria um bom critério de rateio para esses custos de movimentação.

Nesse caso, pode-se imaginar que o consumo dos recursos se dá pela movimentação da empilhadeira, que carrega sempre um filete, independente da quantidade de produtos ou caixas nele contido. Assim, é possível obter o custo de cada movimentação dividindo-se o custo total associado à movimentação pela soma dos paletes recebidos e expedidos.

É importante, que sejam considerados todos os paletes recebidos e expedidos, mesmo os não completos, pois, como já comentado, o trabalho de movimentação é praticamente o mesmo estando o palete completo ou não. De posse do custo de cada movimentação, basta verificar quanto de cada produto foi movimentado - no caso, quantos paletes foram recebidos e expedidos - e multiplicar esse valor pelo custo unitário da movimentação de paletes.

Se esse mesmo armazém expedisse não só paletes, mas também caixas avulsas, já seria interessante separar a função de movimentação em atividades, como por exemplo: recepção, expedição de paletes e expedição de caixas avulsas.

b. Acondicionar produtos – os custos dessa função, usualmente, dão margem a distorções na alocação, uma vez que esses não são proporcionais ao volume expedido. Uma linha de produto pode estar ocupando espaço no armazém e não ter nenhuma unidade vendida, enquanto outra pode ocupar um espaço relativamente pequeno e ter um alto volume de vendas.

No box 2, são apresentados os principais passos para alocação dos custos de acondicionamento em uma estrutura de racks e paletes. Nos casos em que os produtos não estão dispostos em paletes ou não são utilizados racks o processo é bastante similar. No entanto, nestes casos deve-se considerar o limite de armazenagem de cada item por metro quadrado, que é função da dimensão e do empilhamento máximo de cada produto.

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O box 2 indica que para um dado custo associado à ocupação do espaço, a alocação a cada produto é realizada em função de dois fatores: do giro e do espaço ocupado por cada produto:

• quanto menor o espaço ocupado pelo produto, menor será o seu custo unitário de ocupação;

• quanto maior o giro do produto, menor será o seu custo unitário de ocupação do espaço.

c. administrar o fluxo de bens – os custos relativos à administração do armazém usualmente não estão relacionados ao volume de carga expedido, tampouco à quantidade dos produtos em estoque, mas sim ao número de processamentos realizados. Dessa forma, esse custo pode ser alocado de acordo com o número de ordens (ou notas) de recebimento ou expedição.

É importante notar que a alocação dos custos dessa função específica irá variar bastante em função da empresa, sendo a participação do executivo da área primordial na definição do critério dessa alocação.

4.2 Custo de Estoque

Os custos de estoque, se desdobra em vários componentes, e dependendo do

enfoque utilizado, o estoque pode ter objetivos que causem conflitos dentro da organização. Por exemplo, o estoque é considerado em muitas vezes como um capital imobilizado da

empresa na forma de materiais, ou seja, representando um investimento parado, por ora, os estoques também assumem o papel inverso quando estão dentro de mercados especulativos seja pelo aumento do preço ou até mesmo pela falta de fornecimento, o que acarretaria em uma valorização ao produto estocado.

A tomada de decisão da quantidade da compra de um produto é afetada pelos custos do estoque, desta forma, considera-se relevantes para a análise os seguintes:

a) Custos de colocação do pedido: Este custo está relacionado ao custo de “reabastecimento” do estoque. Pode-se citar o custo de transporte e o custo de adaptações;

b) Custos de desconto de preços: Trata-se da desvantagem pela compra em pequenos lotes comparada a compra em lotes representativos. No segundo caso, é comum

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obter descontos enquanto no primeiro caso o produto tende a custar mais;

c) Custos de falta de estoque: Os custos podem ser interpretados desde a não venda de um produto como pela não satisfação do cliente em não atender suas necessidades (casos que muitas vezes tonar-se subjetivo seu cálculo); .

d) Custos de capital de giro: Refere-se ao tempo de pagamento do estoque ao fornecedor e o tempo de venda, neste caso o recebimento do capital. Frente a isso, os custos associados a ele são os custos de oportunidade por não reinvestir o dinheiro em outro lugar ou os juros que são pagos aos bancos pela tomada de empréstimo, por exemplo;

e) Custos de armazenagem: São os custos relacionados ao valor para se manter o estoque “guardado”. Cita-se como exemplo a locação de uma sala, a climatização, a iluminação e a segurança. Percebe-se que quanto maior o valor ou as condições especiais de

armazenagem do produto mais custoso será o estoque;

f) Custos de obsolescência: É o risco de que produtos quando estocados por muito tempo, em razão do volume de compras desnecessário, percam seu valor tornando-se obsoletos como, por exemplo, pela deterioração com o tempo e a mudança do consumidor em relação ao produto ou até mesmo devido às constantes mudanças tecnológicas;

g) Custos de ineficiência de produção: Altos níveis de estoque impedem de ver a completa extensão de problemas dentro da produção.

Os custos podem ser tanto proporcionais ao estoque como inversamente

proporcionais e até mesmo independentes do mesmo. O primeiro citado representa que todo e qualquer custo que crescem diretamente com o aumento da quantidade média estocada. Assim é dado como exemplo o aumento do custo de capital investido com o aumento do estoque ou o aumento do custo devido a manutenção do mesmo.

Já o segundo, o custo inversamente proporcional ao estoque são aqueles que diminuem com o aumento do estoque médio. São denominados “custos de obtenção” para itens comprados e “custos de preparação” para os itens fabricados internamente. Os custos

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independentes são aqueles que independem do estoque médio mantido pela empresa, como por exemplo, o custo do aluguel de um galpão.

4.3 Custos de Transporte

Devido à era da competitividade que estamos presenciando, fica evidente a necessidade das empresas entregarem seus produtos ao cliente final em menor prazo possível. O transporte tem um papel fundamental para o desenvolvimento logístico.

Os custos de transporte são todas as despesas realizadas na movimentação de um determinado produto, desde a origem até seu destino final, sendo considerados uns dos maiores custos logísticos, tendo grande relevância no preço final do produto.

Os fatores que podem influenciar os custos de transporte podem ser classificados em dois grupos: fatores associados ao produto, por exemplo, a densidade do produto e a facilidade do seu manuseamento e fatores associados a determinadas características do mercado como, por exemplo, a localização do mercado de destino do produto.

Existem várias formas para reduzir os custos de transporte, como a utilização dos combustíveis renováveis, a reabilitação das vias rodoviárias, a boa localização dos aeroportos e o aumento na quantidade de produtos a ser transportados, mas a determinação do tipo de modal é um fator de grande relevância podendo assegurar para a empresa economias significativas.

O transporte nacional ou internacional pode ser feito pelos seguintes modais:

Rodoviário: é o tipo de modal mais utilizado no país, é recomendado para o

transporte de mercadorias de alto valor agregado ou perecível e nos deslocamentos de curtas e médias distâncias, apresenta custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e construídas com fundos públicos), porém seu custo variável (combustível, manutenção, etc.) é médio.

Ferroviário: Vem ganhando força e a principal vantagem é a possibilidade de se

transportar grandes quantidades de volumes por longas distâncias. Apresenta altos custos fixos em equipamentos, terminais e vias férreas entre outros. Porém, seu custo variável é baixo.

Aeroviário: é utilizado para o transporte de mercadorias pequenas e com alto

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porém seu custo fixo é alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga), bem como seu custo variável, apresenta alto custo de combustível, mão-de-obra e manutenção.

Dutoviário: Destina-se principalmente ao transporte de líquidos e gases em

grandes volumes e materiais que podem ficar suspensos (petróleo bruto e derivados, minérios). Os direitos de acesso, construção, requisitos para controle das estações e capacidade de bombeamento fazem com que o transporte dutoviário apresente o custo fixo mais elevado. Em contrapartida, o seu custo variável é o mais baixo, nenhum custo com mão de obra de grande importância, isso faz com que seja o segundo modal com mais baixo custo, ficando atrás apenas do modo de transporte aquaviário.

Aquaviário: é utilizado para o transporte de granéis líquidos, produtos químicos,

areia, carvão, cereais e bens de alto valor (operadores internacionais) em contêineres. Seu custo fixo médio (navios e equipamentos) e custo variável baixo (capacidade para transportar grande quantidade de tonelagem). É o modal que apresenta o mais baixo custo

A multimodalidade pode ser definida como a integração entre modais, com o uso de vários equipamentos, como containeres. Já a intermodalidade caracteriza-se pela integração da cadeia de transporte, com o uso de um mesmo container, um único prestador de serviço e documento único.

A integração entre modais pode ocorrer entre vários modais: aéreo-rodoviário, ferroviário-rodoviário, aquário-ferroviário, aquário-rodoviário ou ainda mais de dois modais. A utilização de mais de um modal agrega vantagens a cada modal, caracterizados pelo nível de serviço e custo. Combinados, permitem uma entrega porta a porta a um menor custo e um tempo relativamente baixo, buscando equilíbrio entre preço e serviço.

Raramente as empresas consideram os custos com transportes de matérias-primas e insumos produtivos. Normalmente esse custo está “embutido” no preço dos materiais adquiridos de Fornecedores, mas o importante, e vizualiza-lo separadamente. A partir do conhecimento desses gastos, poderemos identificar oportunidades de transporte colaborativo ou operações com frota dedicada em circuito fechado.

Alguns questionamentos que devem ser feitos, referentes à gestão e operação da atividade de transportes:

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competência para a contratação e gestão dos serviços de transportes? 2) Conto com uma adequada ferramenta para a gestão de transportes?

3) Está claro para mim, para a minha equipe e para a minha empresa o nível de serviço adequado para os nossos Clientes?

4) Nossos parceiros atendem adequadamente aos requerimentos de serviços desejados? Os níveis de serviços prestados estão alinhados com a realidade de mercado? Não existe

necessidade de reavaliar os SLAs – Service Level Agreement? 5) O nível de serviço é constante ou varia “perigosamente”?

6) A sua empresa utiliza (ou contrata) o perfil adequado de veículo?

7) A utilização da capacidade de carga do veículo é adequada? Existe controle sobre o IA – Índice de Aproveitamento?

8) Existem oportunidades de transporte colaborativo ou sinergias com outros Embarcadores no frete-retorno? Meu parceiro logístico é capaz de identificar essas oportunidades que possam ser revertidas em redução de custos?

9) Existe gestão sobre as não conformidades em transportes, como entregas não-realizadas, re-entregas, estadias, avarias, etc.?

10) As cargas são unitizadas de tal forma a minimizar o impacto em avarias e devoluções? 11) Os valores pagos aos Transportadores são devidamente auditados?

12) As devoluções são analisadas e as respectivas medidas corretivas e preventivas são adotadas?

13) Outros modais são considerados na escolha da via de transporte?

14) A sua empresa monitora indicadores de custos, produtividade e serviços em transportes? Um dos principais objetivos da logística é reduzir custos. Em busca de produtividade, eficiência e obviamente redução de custos operacionais, muitas vezes as empresas buscam soluções caras e complexas para reduzir seus custos com estoques e consequentemente de movimentação e armazenagem destes materiais.

São investidos milhões de reais em infra estrutura, equipamentos e softwares e mesmo assim as empresas não conseguem chegar em um equilíbrio. Onde estão os problemas?

As seguintes perguntas são feitas:

“Já ampliei o depósito em mais 2 mil metros quadrados e ainda falta espaço… como pode?”

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“Investi quase meio milhão de reais na aquisição e implantação de um WMS – com coletores de dados e rádio frequência - e a minha operação continua lenta e travada. O que acontece?”

“Como consigo reduzir perdas e avarias nos meus estoques?”

“As minhas devoluções não param de aumentar… o meu custo com estoques e transporte de logística reversa passa dos 7%. Como posso reduzir?”

Estes são alguns questionamentos que ouvimos diariamente no mercado em que atuamos. Muitas vezes acredita-se que as soluções para os problemas logísticos devem ser complexos, caros e de difícil implementação. Nem sempre lançamos mão das melhores práticas em movimentação e armazenagem e não temos profissionais capacitados para conduzir processos que possam propor verdadeiras melhorias nas operações com estoques.

A solução está apenas na redução de estoques? Não necessariamente! Claro que o balanceamento da cadeia logística, entre as áreas de compras e vendas, buscando uma integração interna entre as necessidades de compras de estoques na cadeia de suprimentos e uma otimização e planejamento em vendas a fim de atender as necessidades dos clientes é um caminho.

A grande pergunta é: “Como otimizar o meu armazém?”

Seue abaixo algumas algumas dicas de Marco Meda de projetos simples para buscar a otimização e consequentemente a redução de custos e incremento de produtividade na movimentação e armazenagem de estoques:

Dica 01 – Endereçamento para localização dos produtos

Dica 02 – Layout adequado facilitando a guarda e a busca dos produtos Dica 03 – Pessoal preparado e capacitado

Dica 04 – Processos operacionais descritos e documentados em manuais e cartilhas Dica 05 – Tecnologia simples que possibilita controle e rastreamento dos estoques Dica 06 – Equipamentos de movimentação adequados

Dica 07 – Estruturas de armazenagem adequadas viabilizando a verticalização destes estoques Dica 08 – Critérios envolvendo curva ABC de vendas e características logísticas para

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Enfim, algumas oportunidades de redução de custos com os estoques, estão dentro de casa. É preciso buscar formas de desenvolver projetos internos, envolvendo a equipe que opera o CD. Um trabalho de capacitação e conscientização é um grande começo para que possamos buscar oportunidades para otimizar o armazém.

Um projeto simples e possível de grandes resultados deve ser desenvolvido na seguinte sequência:

1. Faça um diagnóstico dos seus problemas (com sua equipe operacional)

2. Desenvolva propostas de melhorias (sugestões também da equipe operacional) 3. Avalie primeiro os projetos com pequenos volumes de investimentos

4. Desenvolva planos de implementação e projetos com a sua equipe (envolva a todo momento sua equipe)

5. Prepare programas de treinamentos para capacitação da equipe (utilize os seus recursos chave para desenvolver e fazer as palestras)

6. Faça uma mensuração constante dos resultados

7. Comemore os resultados positivos com a equipe (faça endomarketing – divulgue para a empresa)

8. Foco nos resultados menos positivos e ajuste-os

9. Aos poucos vá buscando projetos maiores e mais audaciosos

A redução de custos constitui-se em um dos principais desafios do profissional de logística e é um dos principais (se não o principal) foco de tensão e estresse para diretores, gerentes e coordenadores atuantes na área.

Reduzir custos isoladamente parece ser fácil, mas a obtenção de melhores resultados econômico-financeiros paralelamente ao aumento da produtividade operacional e do nível de serviço é uma tarefa árdua e realmente complexa.

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