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EQUIPE: COORDENADOR SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS: Dr. Carlos Alberto Eiras Garcia (FURG)

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Academic year: 2021

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EQUIPE:

COORDENADOR SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS: Dr. Carlos Alberto Eiras Garcia (FURG)

COORDENADOR REBENTOS: Alexander Turra (USP)

COMITÊ ORGANIZADOR: Margareth da Silva Copertino (FURG), Alexander Turra (USP),

Márcia Regina Denadai (USP), José Henrique Muelbert (FURG), Zelinda M. de Andrade Nery Leão (UFBA), Ruy Kenji Papa de Kikuchi (UFBA), Andréa Mara da Silva Gama (FURG), Leandra Márcia Pedroso Dalmas (FURG).

COMITÊ CIENTÍFICO: Carlos Alberto Eiras Garcia (FURG), Margareth da Silva Copertino

(FURG), Alexander Turra (USP), Márcia Regina Denadai (USP), José Henrique Muelbert (FURG)

APOIO LOGÍSTICO DURANTE EVENTO: Paulo Votto (FURG), Tiago Albuquerque (UFBA), Laísa Peixoto (UFBA), Lucas Rocha (UFBA), Marcéu Lima (UFBA), Leonardo Lopes (UFBA), Mariana Thévenin(UFBA), Adriano Leite (UFBA), Lilian Oliveira Cruz (UFBA), Márcia Carolina de Oliveira Costa (UFBA), Hanna Barros (UFBA).

INSTITUIÇÕES EXECUTORAS: Universidade Federal do Rio Grande (FURG),

Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Bahia (UFBA)

DATA DO EVENTO: 6 - 9 de novembro de 2011.

LOCAL: Portobello Hotéis, Salvador (BA), Brasil.

HOMEPAGE: http://www.mudancasclimaticas.zonascosteiras.furg.br/workshop

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3

INSTITUIÇÕES NACIONAIS REPRESENTADAS:

Diretoria de Hidrografia e Navegação - DHN / MCT

Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira – IEAPM Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE

Universidade de São Paulo – USP

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Universidade Federal da Bahia – UFBA

Universidade Federal de Rio Grande – FURG Universidade Federal de Santa Catariana – UFSC Universidade Federal do Ceará – UFCE

Universidade Federal do Espirito Santo – UFES Universidade Federal do Paraná – UFPR Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Universidade Federal Fluminense – UFF

Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS REPRESENTADAS:

Oregon State University, USA Universidade de Aveiro, Portugal University of Maryland, USA

University of British Columbia, Canadá University of Essex, UK

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PALESTRANTES NACIONAIS:

Afonso Paiva, UFRJ Alexander Turra, USP Antônio H. F. Klein, UFSC Athur A. Machado, FURG Áurea M. Ciotti, USP Carlos A. Garcia, FURG Carlos A. Silva, UFF Dieter C. Muehe, UFRJ Douglas F. M. Gherardi, INPE Eduardo T. Paes, UFRA Glauber Gonçalves, FURG Janice Trotte-Duhá, MCT José M. L. Dominguez, UFBA Patrizia R. Abdallah, FURG Paulo Antunes Horta, UFSC Paulo C. Lana, UFPR

Renato D. Ghisolfi, UFES Ricardo Coutinho, IEAPM

Roberto Luiz do Carmo, UNICAMP Ruy Kikuchi, UFBA

Salette A. Figueiredo, FURG Zelinda Leão, UFBA

PALESTRANTES INTERNACIONAIS:

David J. Suggett, University Essex (UK) João Serôdio, Universidade de

Aveiro (Portugal)

Peter Ruggiero, Oregon State University (USA)

Thomas C. Malone, University Maryland (USA)

Rashid Sumaila, University of British Columbia (Canadá)

RELATORES:

Alexander Turra, USP Artur Machado, FURG Aurea Maria Ciotti, USP Dieter C. E. H. Muehe, UFRJ Eduardo Siegle, USP

Eduardo Tavares Paes, UFRA Lauro Calliari, FURG

Márcia Denadai, USP Paulo Horta, UFSC Renato Ghosolfi, UFES Ruy Kikuchi, UFBA

Sônia M. F. Gianesella, USP Zelinda Leão, UFBA

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REALIZAÇÃO

APOIO

FAPESP

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SUMÁRIO

RESUMO ... 3

1. INTRODUÇÃO ... 4

1.1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ZONAS COSTEIRAS ... 4

1.2 SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS - REDE CLIMA E INCT PARA MUDANÇAS CLIMÁTICAS ... 7

1.3 REDE DE MONITORAMENTO DE HABITATS BENTÔNICOS COSTEIROS (REBENTOS) ... 10

2. OBJETIVOS ... 12 2.1. OBJETIVO GERAL ... 12 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 12 3. METODOLOGIA ... 13 4. RESULTADOS ... 14 4.1 DESCRIÇÃO GERAL ... 14

4.2 CRONOGRAMA DA PROGRAMAÇÃO REALIZADA ... 16

4.3. TRABALHOS APRESENTADOS NA FORMA DE PAINÉIS ... 19

4.4 SÍNTESE DOS TRABALHOS: APRESENTAÇÕES, DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 21

5. AVALIAÇÃO DO EVENTO ... 59

6. REFERÊNCIAS ... 65

ANEXO I: RESUMOS ... 71

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3

RESUMO

O II Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras foi realizado no Hotel Portobello Ondina Praia, Salvador (BA), entre os dias 6 e 9 de novembro de 2011. O evento foi promovido pela Sub-Rede Zonas Costeiras, vinculada à Rede CLIMA e INCT

para Mudanças Climáticas (INCT–MC). Dentre os principais objetivos do II Workshop

destacamos a apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores da

Sub-rede Zonas Costeiras, incluindo avaliações históricas e diagnósticas sobre a

vulnerabilidade do litoral brasileiro e seus ecossistemas às mudanças climáticas. Esta segunda edição do evento objetivou ainda aprofundar recomendações lançadas durante o I Workshop, particularmente com respeito à proposição de novas abordagens e linhas de pesquisa e a formação de redes observacionais para a costa brasileira. Destacamos neste aspecto a realização, dentro do evento, do II Workshop

da Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos), cujos

objetivos estão estreitamente vinculados ao projeto da Sub-rede Zonas Costeiras. O evento teve a representação de vinte e três (23) instituições nacionais e cinco (5) internacionais, destacando-se a presença de pesquisadores de outras sub-redes da

Rede CLIMA & INCT para Mudanças Climáticas (Oceanos, Urbanização e Megacidades)

e dos recém formados INCT´s do Mar. Dentre os principais resultados alcançados pela realização do II Workshop destacam-se: 1) o estabelecimento e/ou fortalecimento de redes observacionais na padronização e adaptação de protocolos metodológicos comparativos; 2) o estímulo a criação de novas linhas de pesquisa dentro do tema mudanças climáticas tais como eventos extremos, acidificação dos oceanos e ciclo do carbono; 3) propostas relacionadas com a formação de recursos humanos na área de mudanças climáticas e 4) divulgação científica e a educação da sociedade sobre o tema. As discussões e recomendações lançadas neste II Workshop foram a base para a elaboração do projeto Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta), um mês após o evento, aprovado pelo Fundo Nacional para Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA / Fundo Clima).

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4

1. INTRODUÇÃO

1.1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ZONAS COSTEIRAS

Zonas Costeiras estão entre as áreas mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas globais, pois serão atingidas diretamente pelo aumento do nível médio do mar, pela exposição a eventos extremos de tempestade, pelas mudanças nos regimes de descarga fluvial dos rios, pela elevação da temperatura superficial do mar, pela acidificação dos oceanos, dentre outros eventos (Trenberth et al. 2007, Bindoff et al. 2007). Entretanto, os impactos potenciais das mudanças climáticas, tanto físicos como biológicos, variarão consideravelmente entre as regiões costeiras, de acordo com suas características naturais e com o grau de degradação ambiental presente em cada região. Além disto, grandes cidades com alta densidade populacional estão concentradas a menos de 100 km da linha de costa, próximas a rios e em regiões de baixa altitude (vales férteis). Estima-se que a densidade populacional da zona costeira deve mais do que dobrar até 2050. Impactos de mudanças climáticas e desenvolvimento urbano deverão triplicar o número de pessoas expostas a inundações costeiras em 2070. Serviços e bens valorizados pela sociedade, os quais representam cerca de 33 trilhões de dólares globalmente, estão concentrados nos ecossistemas costeiros. Desta maneira, compreender os impactos das mudanças climáticas globais em cada região do país torna-se imprescindível ao planejamento estratégico futuro e à tomada de decisões por parte do poder público e da sociedade brasileira.

Dentre os efeitos das mudanças climáticas sobre a costa, a elevação do nível do mar tem recebido grande ênfase, devido aos impactos como inundação, erosão, intrusão de água marinha, alteração da amplitude de maré, mudanças nos padrões de sedimentação e redução da penetração da luz na lâmina d’água. Desta maneira, mapas de vulnerabilidade à elevação do nível do mar (e.g. Nicolodi et al. 2010, Costa et al. 2010), devem ser prioridades das atividades de pesquisa sobre os impactos de mudanças climáticas em zonas costeiras brasileiras. Entretanto, não se pode esperar que modelos globais, ou desenvolvidos para outras regiões do planeta, possam ser suficientemente precisos para determinação dos impactos desse fenômeno nas escalas

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5 locais e regionais da costa brasileira. Variações do nível do mar são conseqüência de processos meteorológicos, geológicos, climáticos, astronômicos, hidrológicos, glaciológicos e biológicos, bem como das interações que realizam entre si, o que tornam cada região um caso especial e particular. Entretanto, muitas fragilidades ainda dificultam a condução de estudos básicos sobre as previsões da elevação do nível do mar: a inexistência de um referencial altimétrico ortométrico e a carência de dados históricos que permitam estabelecer as taxas de elevação (Lemos et al. 2010). Somente a partir da existência de uma base confiável de dados será possível mapear tais vulnerabilidades e realizar uma previsão dos impactos sobre os meios físico, biótico e sócio-econômico, gerar cenários futuros e avaliar as alternativas de mitigação bem como estratégias adaptativas.

As repostas dos sistemas naturais costeiros à elevação do nível do mar são dinâmicas e irão variar também de acordo com as condições geomorfológicas, climáticas e antrópicas locais (Bijlsma et al. 1996). Fenômenos como erosão e inundação poderão ser agravados ou desencadeados, com grandes prejuízos às cidades costeiras. Tais processos são conseqüência não apenas de mudanças no nível do mar, mas também de modificações na distribuição das chuvas, na descarga de material particulado de rios, na freqüência direcional e intensidade das ondas e do aumento da freqüência e intensificação de marés meteorológicas associadas a ciclones extratropicais (Muehe 2006). Dentre os ambientes costeiros altamente vulneráveis aos impactos das modificações climáticas estão estuários, deltas e baías fechadas, afetados diretamente pelas mudanças no nível do mar, pelas taxas pluviométricas e pelas alterações do campo de ventos, com conseqüências nas amplitudes das marés e na descarga fluvial (Möller et al. 2001). As mudanças na hidrodinâmica estuarina, e de sistemas costeiros fechados, afetam a sócia economia regional, particularmente a produção pesqueira (Möller et. al. 2009, Schroeder & Castello 2010).

Dentre os diversos ecossistemas costeiros brasileiros que sofrerão os efeitos das mudanças na hidrodinâmica, destacam-se manguezais, marismas e pradarias de plantas submersas, os quais têm sido utilizados como instrumento de avaliação da elevação do nível dos oceanos (Walters et al. 2008). É possível até que a extensão da

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6 área ocupada por esses ambientes se desloque em direção ao continente, à medida que a água salgada penetre cada vez mais nos rios e estuários com a elevação do nível dos mar. Entretanto, as margens internas dos estuários e rios, na sua interface com ao ambiente continental, estão normalmente ocupadas por infraestruturas ou drasticamente modificadas, o que impediria este avanço. O aumento da temperatura atmosférica poderia ainda “beneficiar” os manguezais, que geralmente têm sua distribuição limitada pelas temperaturas mínimas e pela ocorrência de geadas. Entretanto, isto dependerá de um balanço entre as taxas de erosão e acresção de sedimentos, do grau de impactos e degradação sofridos por estes ecossistemas e da amplitude da ocupação humana sobre as áreas adjacentes, acima da linha da maré (Faraco et al. 2010).

O aumento da temperatura da água é um fato que atuará sobre quase todos os processos biológicos (Moss et al. 2003), podendo influenciar taxas de crescimento, ciclos reprodutivos, distribuições latitudinais e processos migratórios, podendo ainda alterar a vulnerabilidade dos ecossistemas aquáticos à invasão por espécies exóticas (Kling et al. 2003, Moss et al. 2003, Winder e Schindler 2004, Chu et al. 2005). Os modelos climáticos atuais prevêem que o aquecimento das águas superficiais dos oceanos reduzirá ainda a camada de mistura vertical, induzindo mudanças na biomassa fitoplanctônica, na composição de suas espécies e suas taxas de produção (Huisman et al. 2004). O esperado aumento da temperatura das águas superficiais na região costeira do Atlântico Sudoeste, acoplado ao cenário de intensificação das chuvas na bacia do Rio da Prata, podem interferir tanto nas entradas de nutrientes como no grau de estratificação vertical e horizontal das águas da plataforma continental. Esses processos físicos e biogeoquímicos podem modificar a estrutura das comunidades e o destino final do carbono incorporado (Ciotti et al. 1995, Froneman 2006), afetando o papel do fitoplâncton como sorvedouro de CO2, de modo não previsto nos modelos globais atuais. Mudanças ao nível dos produtores primários afetariam, em curto, médio e longo prazo toda a cadeia trófica marinha, com conseqüências drásticas para abundância de espécies de importância pesqueira.

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7 No Brasil, as pesquisas relacionadas com impactos, vulnerabilidades e adaptação às mudanças climáticas são limitadas pelas deficiências do conhecimento sobre a dinâmica natural dos ecossistemas costeiros e pela escassez de longas séries temporais (Copertino et al. 2010). Tais limitações somente serão superadas a partir da formação e ação de redes interinstitucionais, da realização de pesquisas integradas e multidisciplinares, da elaboração e execução de protocolos metodológicos padronizados para cada área pesquisa e do estabelecimento de sistemas observacionais contínuos ao longo da costa, com infraestrutura e equipamentos adequados aos monitoramentos. Somente com observações acuradas e consistentes será possível mapear as vulnerabilidades da zona costeira brasileira e prever impactos ecológicos e sócio-econômicos, capazes de propor alternativas de mitigação e estratégias adaptativas (Lemos et al. 2010, Muehe 2010, Nicolodi e Petermann 2010). A complexidade dos ecossistemas costeiros brasileiros e de seus processos, nesta zona de influência do mar e interfaces com o ambiente terrestre, justifica a formação de arranjos institucionais próprios, multidisciplinares e integrados, de modo a compreender sua dinâmica e coordenar todos os interesses variados nos usos dos recursos desta região. Torna-se fundamental ainda a criação e a manutenção de sistemas observacionais permanentes, multidisciplinares e eficientes, que permitam análises em diversas escalas de tempo e espaço apropriadas. Tais sistemas observacionais costeiros devem transcender a programas de monitoramento pontuais, devendo ser concebidos por embasamento científico, de forma a conectar observações ambientais ao manejo dos ecossistemas e recursos naturais (Clarck et al. 2001, Christian 2005). Resultados deste tipo são cruciais para a quantificação e modelagem dos processos físicos e ecológicos, tornando mais eficiente a capacidade de previsão dos impactos das mudanças climáticas sobre os ecossistemas costeiros, tanto a nível regional como global.

1.2 SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS - REDE CLIMA E INCT PARA MUDANÇAS CLIMÁTICAS

A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA, Portaria MCT no 728, de 20.11.2007) tem como objetivo principal gerar e disseminar

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8 conhecimentos para que o Brasil possa responder aos desafios representados pelas causas e efeitos das mudanças climáticas globais (http://www.ccst.inpe.br/redeclima). Um dos primeiros produtos colaborativos da Rede CLIMA é elaboração regular de análise sobre o estado de conhecimento das mudanças climáticas no Brasil, nos moldes dos relatórios do IPCC, porém com análises setoriais mais especificas para a formulação de políticas públicas nacionais e internacionais (Rede CLIMA 2009).

O Instituto Nacional de Ciência Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas (CNPq -Processo 573797/2008; FAPESP --Processo 08/57719-9) abrange uma rede de pesquisas interdisciplinares, embasada na cooperação de 65 grupos nacionais e 17 grupos internacionais, constituindo-se na maior rede de pesquisas ambientais implantada no Brasil (www.ccst.inpe.br/inct/). Este INCT está diretamente associado à Rede CLIMA e sua estrutura cobre todos os aspectos científicos e tecnológicos de interesse àquela rede. A Rede CLIMA e o INCT para Mudanças Climáticas, em parcerias com programas estaduais e internacionais de pesquisas em mudanças climáticas, estão contribuindo como pilar de pesquisa ao desenvolvimento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, fornecendo informações científicas de qualidade para subsidiar as políticas públicas de adaptação e mitigação (INCT for Climate Changes 2010). Um dos principais objetivos desses programas é aumentar significativamente os conhecimentos sobre impactos das mudanças climáticas e identificar as principais vulnerabilidades do Brasil em diversos setores e sistemas, dentro os quais se destaca o setor zonas costeiras, estudada por sub-rede de mesmo nome.

A sub-rede Zonas Costeiras caracteriza-se por uma rede de pesquisa interdisciplinar e interinstitucional, formada por mais de 50 pesquisadores de diferentes regiões do país e áreas do conhecimento (http://mudancasclimaticas.zonascosteiras.com.br/). O programa possui como principal objetivo avaliar o estado do conhecimento, identificar

deficiências, estabelecer protocolos, coordenar/integrar projetos que investiguem a vulnerabilidade e os efeitos das mudanças climáticas em zonas costeiras brasileiras, propondo ações adaptativas e mitigadoras, em conjunto com setores organizados da sociedade. As questões científicas pertinentes, os impactos sobre a costa e as

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9 especialistas reconhecidos em suas áreas de atuação, de modo a ter repercussão nacional e internacional.

Os recursos disponibilizados para a sub-rede Zonas Costeiras (R$ 350.000,00 pelo INCT e R$ 300.000,00 pela Rede CLIMA) foram focados na estruturação física da própria sub-rede e sua secretaria, na distribuição de bolsas (modalidade DTI) e computadores para diversos grupos de pesquisa e áreas temáticas, no apoio às visitas e integração entre pesquisadores e também no auxílio à participação de bolsistas em eventos nacionais e internacionais. Os membros desta sub-rede disponibilizaram, em contrapartida, seus grupos de pesquisa, projetos e financiamentos, bancos de dados pretéritos, além de outros bolsistas e estudantes.

Ao longo de dois anos de existência, os esforços integrados da sub-rede Zonas Costeiras tem alcançado boa parte de seus objetivos e metas, produzindo resultados concretos. Entre estes, destacam-se um grande levantamento sobre o estado da arte do conhecimento sobre zonas costeiras no Brasil, incluindo revisões históricas, análise de dados pretéritos, estudos sobre impactos e vulnerabilidades, além de construção de modelos preditivos (INCT for Climate Changes 2010, Garcia & Nobre 2010).

A realização do I Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras teve papel fundamental para o alcance destes objetivos, através da integração dos pesquisadores e seus resultados, do fortalecimento da estrutura desta sub-rede em nível nacional, e da deliberação de decisões sobre o encaminhamento das pesquisas e ações futuras. O I Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras foi realizado em setembro de 2009, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) RS, e teve como tema central “Estado do Conhecimento e Recomendações Futuras”. Dentre os impactos causados, destacaram-se a integração e consolidação da rede de pesquisa Zonas Costeiras e a elaboração do Volume Especial “Climate Changes and Brazilian Coastal Zones” publicado pela revista Panamjas. Destaca-se ainda, a elaboração da Declaração de Rio Grande, um documento de base e de conclusão gerado a partir das discussões realizadas durante o evento.

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1.3 REDE DE MONITORAMENTO DE HABITATS BENTÔNICOS COSTEIROS (REBENTOS)

A Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos) está inserida na Sub-Rede Zonas Costeiras, portanto vinculada à Rede Clima & INCT para

Mudanças Climáticas. Dentre os 13 grupos que compõem a Zonas Coasteiras, quatro

são ligados ao ambiente bentônico (Macroalgas e Fanerógamas Marinhas, Recifes Coralinos, Costões e Praias, Manguezais). O articulações para a constituição da

ReBentos iniciaram durante o I Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras, a partir de algumas recomendações realizadas para o estudos em

comunidades bentônicas como:

 Avaliações sobre a variabilidade da distribuição e abundância de espécies “chave” estenotérmicas ou ao longo da costa (macroecologia), considerando diferentes escalas de variação e, se possível, eliminação de fontes de ruído utilizando áreas controle;

 Estudos sobre a variabilidade da distribuição e abundância de espécies indicadoras, sensíveis à mudanças em parâmetros ambientais, através de uma abordagem padronizada ao longo da costa;

 Utilização de técnicas ou estratégias de obtenção de dados (imagens, suficiência taxonômica, análise de fisionomias, RAP etc.) que amplifiquem a capacidade geográfica de análise;

 Avaliação do estado fisiológico de organismos construtores de recifes (algas calcárias e corais);

 Identificação e registro de mudanças nos “timmings” de florescimento, maturação, liberação de gametas, recrutamento, germinação e outros parâmetros populacionais;

 Avaliação de perdas ou mudanças de produtividade e função, durante fases detransição ou colapso dos sistemas naturais;

 Identificação e quantificação dos impactos dos eventos extremos na abundância e fisiologia de espécies, comunidades e ecossistemas: comparação de parâmetros medidos antes e depois dos eventos.

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11 Como desdobramentos das discussões durante o I Workshop, surgiu a necessidade de formação ou fortalecimento de Redes Observacionais para a costa brasileira, para monitoramento de parâmetros físicos e biológicos, com a coordenação e participação de membros da Zonas Costeiras. A proposta para financiamento de sete (7) Redes Observacionais foi elaborada para o orçamento 2010/2011 da Rede CLIMA e submetida ao MCT, com valor total aproximado de R$ 1.300.000,00. Dentre elas estava a Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos). Estes recursos, entretanto, não foram liberados.

A proposta da ReBentos foi apresentada e finalmente aprovada no Edital MCT/CNPq/MMA/MEC/CAPES/FNDCT – Ação Transversal/FAPs no 47/2010 - Chamada 3 - Pesquisa em Redes Temáticas para o entendimento e previsão de respostas da Biodiversidade Brasileira às mudanças climáticas e aos usos da terra, com recursos do CNPq (Proc. 563367/2010-5) e da FAPESP (Proc. 2010/52323-0). Esse edital está vinculado ao Programa SISBIOTA – Brasil, que tem por objetivo fomentar a pesquisa científica para ampliar o conhecimento e o entendimento sobre a biodiversidade brasileira e para melhorar a capacidade preditiva de respostas às mudanças globais, particularmente às mudanças de uso e cobertura da terra e mudanças climáticas, associando formação de recursos humanos, educação ambiental e divulgação do conhecimento científico. O objetivo da proposta da ReBentos foi a criação e implementação de uma rede integrada de estudos dos habitats bentônicos do litoral brasileiro, para detectar os efeitos das mudanças ambientais regionais e globais sobre esses organismos, dando início a uma série histórica de dados sobre a biodiversidade bentônica ao longo da costa brasileira. A proposta contava com a participação de 17 instituições de ensino e/ou pesquisa, localizadas em 11 estados brasileiros e 31 pesquisadores.

As metas da ReBentos são: (1) fomentar uma discussão temática voltada para as mudanças climáticas; (2) estabelecer séries temporais com métodos adequados; (3) obter e disponibilizar dados para avaliação do impacto de mudanças globais; (4) formar recursos humanos e (5)
propiciar a educação ambiental e divulgação científica.

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12 A longo prazo a ReBentos visa o monitoramento contínuo e permanente de parâmetros biológicos e abióticos em diversos habitats ao longo da costa brasileira e a obtenção de séries contínuas de dados no tempo e distribuídas no espaço, por tipo de habitat e através de um gradiente latitudinal, permitindo assim investigar questões científicas relacionadas a alterações causadas por impactos antropogênicos e modificações climáticas.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O "II Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras" objetivou apresentar os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores da Sub-rede Zonas

Costeiras, incluindo avaliações históricas e diagnósticas sobre a vulnerabilidade do

litoral brasileiro e seus ecossistemas às mudanças climáticas, avaliando desta maneira metas alcançadas pelo projeto. Esta segunda edição do evento objetivou ainda aprofundar recomendações lançadas durante o I Workshop, particularmente com respeito à proposição de novas abordagens e linhas de pesquisa e a formação de redes observacionais para a costa brasileira. Diversos grupos de pesquisa, cujos estudos estão diretamente ou indiretamente associados com mudanças climáticas em oceanos e zonas costeiras, foram representados durante o evento. Para este segundo

Workshop, foram ainda convidados palestrantes internacionais, visando contribuições

específicas a temas pouco estudados no Brasil e sobre a formação de redes observacionais costeiras.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Apresentar resultados de trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores da Rede

CLIMA e INCT para Mudanças Climáticas, particularmente das Sub-redes Zonas Costeiras, Oceanos e Urbanização e Megacidades, os quais se relacionam com os

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13 2) Realizar o II Workshop da Rede de Monitoramento de Habitat Bentônicos Costeiros (ReBentos), cujos objetivos e metas estão vinculados estreitamente ao projeto da

Sub-rede Zonas Costeiras;

3) Discutir e elaborar propostas que visem o estabelecimento de sistemas de observação e redes de monitoramento, sistemáticas e permanentes, para o litoral brasileiro;

4) Discutir a sustentabilidade de observações de longo prazo para o conhecimento dos efeitos das mudanças climáticas nas zonas costeiras;

5) Discutir novas abordagens e linhas de pesquisa, dentro da temática mudanças climáticas e zonas costeiras, que estão ainda em estágio inicial no Brasil;

6) Discutir e propor estratégias para aumentar e melhorar a formação de recursos humanos, geral e específica, na área de mudanças climáticas.

3. METODOLOGIA

A programação do II Workshop foi planejada em torno de objetivos, temas e grupos de pesquisa da Sub-rede Zonas Costeiras. Adicionalmente, houve uma preocupação com importantes lacunas, as quais dificultam o avanço da ciência no Brasil, como a formação de redes de monitoramento e sistemas observacionais para a zona marinha e costeira.

Os temas e programação do II Workshop foram propostos inicialmente pela coordenação da sub-rede, com contribuições dos membros, que também indicaram os nomes dos palestrantes internacionais. O desenvolvimento dos trabalhos durante o II

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14 1) Sessões Plenárias, ministradas por palestrantes internacionais. Em geral, estas sessões abriram os trabalhos do dia ou do turno (manhã ou tarde), servindo como base e motivação científica para os temas que se seguiram nas mesas redondas.

2) Mesas Redondas, com a participação de pesquisadores membros do INCT de Mudanças Climáticas, Rede CLIMA e INCT´s do MAR. As mesas foram formadas em torno de grandes áreas (geologia e dinâmica costeira, oceanografia física e biológica, ecologia de ambientes bentônicos, sócio-economia) ou redes de pesquisa.

3) Realização do II Workshop da Rede de Monitoramento dos Habitats Bentônicos

Costeiros (ReBentos), que ocorreu paralelamente e dentro do evento. A ReBentos

funcionou como um grande Grupo de Trabalho (GT), em torno do tema específico de monitoramento de ambientes bentônicos.

E) A formação de Grupos de Trabalhos (GT´s), constituídos durante o Workshop, para formular recomendações e propor ações futuras para a continuidade das pesquisas sobre Mudanças Climáticas no Brasil e sobre os trabalhos da sub-rede Zonas Costeiras.

B) Sessão de Pôsteres, oportunizando a apresentação de trabalhos de estudantes e pesquisadores, nos mais diversos temas de mudanças climáticas em ambientes costeiros e marinhos.

A programação, resumos, vídeos e slides das apresentações do II Workshop, assim como outros documentos de base, estão dsiponíveis na página do evento (http://mudancasclimaticas.zonascosteiras.com.br/workshop). Destaca-se como importante produto do evento, a disponibilização on-line de quase todas as palestras, as quais podem ser assistidas concomitantemente com as apresentações em PDF.

4. RESULTADOS

4.1 DESCRIÇÃO GERAL

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15 pesquisadores brasileiros e internacioanis. O evento teve cinco (5) plenárias (palestras internacionais), cinco (5) mesas redondas, uma (1) sessão temática e uma (1) sessão de painéis. Contabilizando todas estas sessões, um total de quarenta e três (48) trabalhos (24 orais e 19 painéis) foram apresentados. As palestras e os trabalhos abrangeram os temas: geologia e dinâmica costeira, oceanografia física, química e biológica, monitoramento ambiental, ecologia e fisiologia de organismos marinhos, sociologia, economia pesqueira, jornalismo e divulgação científica. Os trabalhos e discussões variaram entre estudos globais, nacionais, regionalizados e também locais. As sessões se concentraram em torno dos temas: sistemas observacionais costeiros, redes de pesquisa e monitoramento de mudanças climáticas, vulnerabilidades do litoral brasileiro à mudanças climáticas e eventos extremos, vulnerabilidade dos ecossistemas bênticos, escalas de influência e detecção das mudanças climáticas nas regiões de plataforma e oceânica, a dimensão humana das mudanças climáticas.

Foram formados dois Grupos de Trabalho que discutiram e formularam recomendações voltadas para: 1) a formação de recursos humanos em mudanças climátimas e 2) sistemas observacionais e a sustentabilidade dos programas e redes de pesquisa e observação costeira. Estes grupos se reuniram na última tarde do Workshop, para organizar idéias que devem ser melhor trabalhadas na forma de documentos e termos de referências.

O II Workshop da Rede de Monitoramento dos Habitats Bentônicos Costeiros

(ReBentos) contou com a participação de 39 pesquisadores. A realização do evento

contribui para consolidar o trabalho deste grupo, cuja discussões preliminares iniciaram com o projeto Zonas Costeiras e durante o I Workshop Brasileiro de

Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras. As atividades do II Workshop da ReBentos

incluíram apresentações dos sub-projetos (Praias, Recifes e Costões, Estuários, Fundos Submersos Vegetados, Manguezais e Marismas e Educação Ambiental) e o andamento dos seus trabalhos, discussões sobre protocolos de amostragem, recursos para projetos, produtos a serem gerados e atribuição de tarefas para a continuidade dos trabalhos.

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4.2 CRONOGRAMA DA PROGRAMAÇÃO REALIZADA

Dia 7 - Segunda-feira

08:00-08:30 Inscrição e entrega de material Secretaria

08:30-09:00 Abertura e Introdução

09:00-10:00

Palestra de Abertura

Climate Change, habitat loss and coastal development: the perfect storm for coastal populations

Thomas Malone, U. Maryland, USA 10:00-10:15 Intervalo e Café

10:15-12:00

Mesa Redonda

Mudanças climáticas no Oceano e Zona Costeira Brasileira: perspectivas dos INCT´s

Coordenador: Carlos A. Garcia, FURG

INCT para Mudanças Climáticas - Zonas Costeiras Carlos A. Garcia, FURG

INCT para Mudanças Climáticas - Oceanos Janice Trotte-Duhá

DHN / MCT

INCT do Mar em Ambientes Marinhos Tropicais José M. L. Dominguez,

UFBA

INCT do Mar de Estudos de Processos Oceanográficos Integrados da Plataforma Continental ao Talude

Ricardo Coutinho, IEAPM

INCT do Mar - Centro de Oceanografia Integrado Paulo C. Lana, UFPR

12:00-13:30 Almoço 13:30-15:30

Mesa Redonda

Vulnerabilidades do litoral brasileiro: geomorfologia e dinâmica costeira

Coordenador:

José M.L. Dominguez, UFBA

Respostas da Zona Costeira Brasileira à subida do Nível do Mar e Mudanças no Clima

José M. L. Dominguez, UFBA

Erosão Costeira: tendência ou eventos extremos? O litoral entre Rio de Janeiro e Cabo Frio.

Dieter C. Muehe, UFRJ

Mudanças na Zona Costeira do Rio Grande do Sul: situação atual e perspectivas

Athur A. Machado, FURG.

O Modelo da forma em planta de Praias de Enseada aplicado a diferentes escalas de tempo e espaço: Exemplos de Santa Catarina

Antônio H. F. Klein, UFSC

15:30-16:45 Workshop da ReBentos (Executive Center, 5º Andar) Coordenador: Alexander Turra, USP

15:30-16:30

Sessão Temática

Metodologias e avaliação de vulnerabilidades costeiras

Coordenador: Glauber Gonçalves, FURG

Estudos geodésicos sobre ocupações urbanas no litoral norte do Rio Grande do Sul

Glauber Gonçalves, FURG

Impactos das mudanças climáticas na costa do Rio Grande do Sul: forçantes externas e controles internos

Salette A. Figueiredo, FURG

16:45-17:00 Intervalo e Café 17:00-18:00

Palestra

Is the intensifying wave climate of the U.S. pacific Northwest Increasing flooding and erosion risk faster than sea level rise?

Peter Ruggiero Oregon State U., USA

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Dia 8 – Terça-feira

08:30-09:15

Palestra

Adaptation of corals to extreme coastal environments: evidence of resilience to a warmer and more acid ocean?

David Suggett U. Essex, UK

09:15-10:00

Impactos das alterações globais na produtividade primária das zonas intertidais estuarinas

João Serôdio, U. Aveiro,Portugal 10:00-10:15 Intervalo e Café

10:15-12:00 Mesa Redonda Ecossistemas Bentônicos e Mudanças Climáticas: Estratégias de

Pesquisa

Coordenador: Alexander Turra, USP

O branqueamento de corais e as anomalias térmicas na costa da Bahia nos últimos dez anos

Zelinda Leão, UFBA

Prognóstico da severidade do branqueamento de corais num Atlântico Sul mais quente

Ruy Kikuchi, UFBA

Efeitos sinérgicos das Mudanças Climáticas e dos impactos da urbanização: A Ecologia e Fisiologia das macroalgas como descritores

Paulo Antunes Horta, UFSC

O Papel da Floresta de Manguezal na captura de Carbono (Carbono Azul): Apade Guapimirim/RJ

Carlos A. Silva, UFF

Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos da Costa Brasileira (ReBentos): histórico e estratégia de atuação

Alexander Turra, USP

12:00-13:30 Almoço (Restaurante do Hotel Porto Belo)

13:30-18:00 Workshop da Rebentos (Executive Center, 5º Andar|) Coordenador: Alexander Turra

13:30-16:00 Mesa Redonda Mudanças Climáticas no Atlântico Sul: escalas de influência e detecção Coordenador: Afonso Paiva, UFRJ

Mudanças Climáticas e Modelagem Oceânica Afonso Paiva,

UFRJ

Variabilidade da Corrente do Brasil associada a eventos ENSO Renato D. Ghisolfi, UFES

Sistemas de observação no oceano utilizando informações bio-ópticas Áurea M. Ciotti, USP

Análise dos efeitos da variabilidade climática sobre os grandes ecossistemas marinhos brasileiros: situação atual da pesquisa e avanços esperados

Douglas F. M. Gherardi, INPE

Processos biogeofísicos de larga escala e suas relações com o sequestro de carbono ao longo da Pluma do Rio Amazonas

Eduardo T. Paes, UFRA

16:00-16:15 Intervalo

16:15-18:00 Reunião de Grupos de Trabalho

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18

Dia 9 – Quarta-feira

09:00-10:00 Palestra Climate change and its potential impact on the economics of marine

fisheries

Rashid Sumaila, U. Vancouver, Canadá 10:00-10:15 Intervalo

10:15-12:00 Mesa Redonda

Dimensão Humana das Mudanças Climáticas

Coordenador: Paulo C. Lana, UFPR

Urbanização, riscos e vulnerabilidades às mudanças climáticas: caracterização da população residente na Zona Costeira do Brasil

Roberto Luiz do Carmo, UNICAMP

Efeitos das Mudanças Climáticas na pesca artesanal do extremo sul do Brasil e impactos sócio-econômicos sobre as comunidades pesqueiras

Patrizia R. Abdallah, FURG

A vulnerabilidade de pescadores artesanais do litoral sul do Brasil: o papel das mudanças climáticas e das unidades de conservação na determinação de suas estratégias de adaptação

Paulo C. Lana, UFPR

12:00-13:30 Almoço

13:30-16:00 Workshop da ReBentos e Reunião de Grupos de Trabalho

16:00-16:15 Intervalo

16:15-18:00 Conclusões, propostas e recomendações finais. 18:00-18:30 Encerramento

Esta programação está disponível on-line no site do evento www.mudancasclimaticas.zonascosteiras.furg.br/workshop/images/stories/document os/ii%20wsmczc%20-%20programaofinalpagina.pdf.

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19

4.3. TRABALHOS APRESENTADOS NA FORMA DE PAINÉIS

EROSÃO COSTEIRA NO RIO GRANDE DO SUL: ANÁLISE DA PASSAGEM DE EVENTOS EXTREMOS E PERFIS DE PRAIA ENTRE 1991 E 1996. Allan O. de Oliveira e Lauro J. Calliari

COMPARAÇÃO METODOLÓGICA DE PADRÕES DE CLASSIFICAÇÃO ECOLÓGICA DE AMBIENTES MARINHOS E COSTEIROS COM VISTAS AO MAPEAMENTO CARTOGRÁFICO E DETERMINAÇÃO DA SENSIBILIDADE AMBIENTAL. Carolina S. Mussi, Angelina Coelho, Rafael M. Sperb, Antônio C. Beaumord, João T. Menezes, Maria I. F. Santos, Thelma L. Scolaro, Danielle D. Klein, Roberto A Pavan e Ana P. F. D. Ramos

HIDRODINÂMICA DO SACO DO ARRAIAL (LAGOA DOS PATOS, RS) FRENTE ÀS VARIAÇÕES DE DESCARGA FLUVIAL – INDÍCIOS DE RESPOSTAS DAS ENSEADAS RASAS ESTUARINAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Priscila B. Giordano e Elisa H. L. Fernandes

ALTERAÇÕES NA CONCENTRAÇÃO DE CLOROFILA-A SOB INFLUÊNCIA DA RESSURGÊNCIA DE CABO FRIO E SUA RELAÇÃO COM A DISTRIBUIÇÃO DE LARVAS DE CIRRIPEDES E BIVALVES AO LONGO DA PLATAFORMA CONTINENTAL. Ana C. A. Mazzuco, Áurea M. Ciotti e Ronaldo A. Christofoletti

PADRÃO TEMPORAL DE OCORRÊNCIA DE FLORAÇÕES FITOPLANCTÔNICAS NA BAIA DE SÃO VICENTE (SP) DURANTE O VERÃO DE 2010. André F. Bucci, Áurea M. Ciotti e Ricardo C. G. Pollery

IMPACTO DA URBANIZAÇÃO E TEMPERATURAS EXTREMAS SOBRE A PRODUÇÃO PRÍMARIA DE

HYPNEA MUSCIFORMIS (WULFEN) J. V. LAMOUR. Caroline D. Faveri, Cintia Martins, Eder

Schimdt, Paulo A. Horta e Zelinda Bouzon

ADAPTAÇÃO DA TEMPERATURA DE FRONTEIRA DOS MÉTODOS DO PROGRAMA CORAL REEF

WATCH (NOAA) PARA A PREVISÃO DE BRANQUEAMENTO NA COSTA LESTE DO BRASIL. Danilo

S. Lisboae Ruy K. P. Kikuchi

ANÁLISE PRELIMINAR DE SÉRIES TEMPORAIS DAS CAPTURAS ARTESANAIS DE QUATRO ESPÉCIES ESTUARINO-DEPENDENTES NO SUL DO BRASIL. Gonzalo Velasco, Bruna B. Lima e Leonardo E. Moraes

COMPARAÇÃO DE CALCIFICAÇÃO DOS CORAIS MUSSISMILIA BRAZILIENSIS VERRILL, 1868 E

SIDERASTREA STELLATA VERRILL, 1868 DA ÉPOCA DO HOLOCENO TARDIO E DO PRESENTE.

Laísa P. Ramose Ruy K. P. Kikuchi

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA TEMPERATURA DA ÁGUA SOBRE A ESPÉCIE DE CORAL MUSSISMILIA

BRAZILIENSIS EM AQUÁRIO. Lize E. S. Gonzaga, Marilia D. M. Oliveira, Ruy K. P. Kikuchi e

Zelinda M. A. N. Leão

ADAPTAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DE FUNDOS ROCHOSOS (CFR) AO MONITORAMENTO NA BAÍA DE ILHA GRANDE, RIO DE JANEIRO, ENFOCANDO AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Maria T. M. Széchy

ESTRESSE FÍSICO EM MUSSISMILIA BRAZILIENSIS EM RESPOSTA À SEDIMENTAÇÃO EM TEMPO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Miguel M. Loiola, Clara K. D. Coelho, Marília D. M. Oliveira, Ruy K. P. Kikuchi e Zelinda M. A. N. Leão

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20 EVENTOS EXTREMOS E A COMUNIDADE FITOBÊNTICA DO LITORAL SUL DO BRASIL: MUDANÇAS CLIMÁTICAS, UM FUTURO PRÓXIMO? Noele P. Arantes, Cintia D. L. Martins, Cintia Lhullier, Manuela B. Batista e Paulo A. Horta

ASPECTOS DA ECOFISIOLOGIA DEPEYSSONNELIA CAPENSIS (PEYSSONNELIALES, RHODOPHYTA) FRENTE A MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS. Paola F. Sanches e Paulo A. Horta

A INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA E CALCIFICAÇÃO NA VARIAÇÃO DE Δ18O, Δ13C E SR/CA NO ESQUELETO DO CORAL MUSSIMILIA BRAZILIENSIS (VERRILL 1868). Priscila M. Gonçalves e Ruy K. P. Kikuchi

MITIGAÇÃO DE GEE USANDO MICROALGAS MARINHAS NA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE COMBUSTÍVEIS CARBONO NEUTRO. Sônia M. F. Gianesella, Fernando T. Kanemoto e Flávia M. P. Saldanha-Corrêa

MUDANÇA CLIMÁTICA EM CIDADES COSTEIRAS: RESPOSTAS POLÍTICAS E DESAFIOS NA REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA. Fabiana Barbi e Leila C. Ferreira

VIDA E TEMPO EM PROLIFERAÇÃO: POTENCIALIDADES DAS IMAGENS NA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Tainá de Luccas e Susana O. Dias

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4.4 SÍNTESE DOS TRABALHOS: APRESENTAÇÕES, DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES

Esta seção descreve sinteticamente as palestras proferidas e temas discutidos em sessões plenárias, mesas redondas e reuniões temáticas (ReBentos), destacando as principais perguntas, comentários e recomendações que se seguiram sobre os assuntos. A descrição abaixo foi elaborada a partir da contribuição de diversos pesquisadores e membros da sub-rede Zonas Costeiras e da ReBentos, designados como relatores de cada sessão.

CLIMATE CHANGE, HABITAT LOSS AND COASTAL DEVELOPMENT: THE PERFECT STORM FOR COASTAL POPULATIONS

Palestrante: Thomas Malone (University of Maryland, USA) Relatora: Áurea Maria Ciotti (USP)

Numa apresentação bem completa, Dr. Malone apresenta algumas das preocupações recorrentes quando tratamos de sustentabilidade e saúde em ambientes costeiros. Ele optou por construir sua argumentação sob a ótica do efeito aditivo de algum dos problemas já identificados nessa problemática, que se fortificam como durante a formação de uma "perfect storm" (analogia ao processo meteorológico de intensificação de instabilidades na atmosfera). O objetivo final foi enfatizar a necessidade de um número maior de sítios de observação costeira no Brasil e no mundo, já concebidas dentro de maiores escalas temporais e espaciais. Ele mostra como abordagem diagnóstica a quantificação dos chamados "benefícios e serviços" que um dado ambiente costeiro oferece, atualmente sugeridos por uma série de índices. No início da palestra, Dr. Malone nos convida a prestar atenção nas coisas redundantes que virá a colocar, nos instruindo em seguida a igualar redundância com desafio. Discutiu os níveis de diversidade biológica e as pressões de ocupação humana de vários setores da linha de costa brasileira, sugerindo a evolução daqueles de tem possivelmente maior influência, e que acredita serem potencializados (ou intensificados) pelos efeitos das mudanças climáticas. Mostrou preocupação com a falta de observações biológicas nos sítios em geral, apesar de reconhecer que alguns esforços já existem em pontos isolados da costa brasileira, mas alerta que a

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22 implementação desses programas depende ainda de um pequeno número de pessoas, usando como exemplo o coastal Global Ocean Observing System. Logo em seguida, Malone mostra o planejamento americano (Pico Plan) de 2010 como uma sugestão de modelo de organização de sítios costeiros. O Pico Plan se baseia na detecção de fenômenos de interesse prioritários e estabelece quais variáveis precisam ser monitoradas para melhor explicá-los. Malone todavia enfatiza que esses fenômenos só podem ser propriamente identificados com uma descrição previa dos processos físicos em cada área de interesse, ilustrando como fenômenos de interesse ao Brasil, a elevação do nível do mar, desenvolvimento da costa e eventos meteorológicos extremos. A apresentação então justifica a construção de um desenho para um sistema de modelagem e observações hierárquico. Torna evidente que, em termos globais, os programas de observações integradas são praticamente inexistentes fora dos EUA, Austrália e Europa e existe uma carência de um centro unificador dos sistemas. A palestra apresentou um grande número de informações, e reflete a enorme experiência pessoal de alguém que tem sido ativo e bastante crítico no processo de implementação de programas de observação costeira.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO OCEANO E ZONA COSTEIRA BRASILEIRA: PERSPECTIVAS DOS INCT’S

Mesa Redonda coordenada por: Carlos A. E. Garcia (FURG)

Palestrantes: Carlos A. Garcia (FURG) Janice Trotte-Duhá (MCT) José M. L. Dominguez (UFBA), Paulo C. Lana (URPR), Afonso Paiva (UFRJ), Ricardo Coutinho (IAEPM)

Relatores: Renato David Ghisolfi, Sônia Maria Flores Gianesella

Esta mesa objetivou divulgar as ações do INCT para Mudanças Climáticas (sub-redes Zonas Costeiras e Oceanos) e os recém criados INCT´s do Mar, em um tentativa de integrar estes grandes grupos de pesquisa do Brasil e suas interfaces com as Zonas Costeiras

INCT DO MAR EM AMBIENTES MARINHOS TROPICAIS

Abrange a Costa Norte e Nordeste, considerando sua grande variabilidade geomorfológica e oceanográfica, incluindo a foz do Amazonas com sua grande

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23 complexidade ambiental. Região de grande concentracão de recifes de coral e presença de ilhas oceânicas, de grande importância para transferência de calor devido à bifurcação da corrente equatorial em Corrente do Brasil. Áreas de grande importância turística, mas também sujeita aos efeitos de mudanças ambientais, como erosão costeira.

Mudanças climáticas tem potencial de causar alterações locais e regionais, além das globais, de forma que é necessário se conhecer a varaibilidade natural destes ambientes.

Três grupos de trabalho:

1. Zona costeira – Vulnerabilidade à MC – Resposta da linha de costa; Plumas fluviais; Recifes e ecossistemas coralinos; Manguezais e costas lamosas; Marcadores de impacto ambiental

2. Plataforma continental – Geodiversidade, biodiversidade e substratos plataformais; Varaibilidade especial e temporal dos ecossistemaspelágicos; Genômica, proteômica e biodiversidade; Biotecnologia

3. Oceano aberto – Interação oceano-atmosfera e variabilidade climática; Ciclos geoquímicos e fluxos; Recursos vivos

Mencionando pontos fracos deste INCT, o palestrante reconhece a centralização do projeto entre apenas duas universidades do Nordeste (UFBA e UFPE) e lamenta o redimensionamento do foco em função do corte de 22% dos recursos. Adicionalmente, realiza um verdadeiro desabafo e crítica bastante severa sobre a demasiada burocratização para gestão financeira dos INCT´s.

INCT DO MAR – CENTRO DE OCEANOGRAFIA INTEGRADO (COI)

Composto por 70 laboratórios e 27 cursos de pós-graduação, em 15 instituições de ensino e pesquisa, somando as colaborações internacionais. Afinidades com INCT-MC Sub-Rede Zonas costeiras e Oceanos orgânicas. Corte de 40% no orçamento original. Lógica de perfis e colocação de bóias, mas que haverá redimensionamento. Menção à necessidade de desfazer estranhamentos originados nas estruturações das propostas. Projeto estruturado em diversas redes temáticas, como a rede-temática 1 “papel dos oceanos nas mudanças climáticas”, subdividida em 2 sub-propostas (Observações / Modelos numéricos) e “Valorização dos recursos vivos, “Biodiversidade e

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24 geodiversidade”, além de Formação e capacitação de recursos humanos“, “Grandes equipamentos e infraestrutura” e ”Políticas públicas”. Hipótese: mudanças de grande escala produzirão impactos na costa oeste do Atlântico Sul. Há também um modulo de transferência de conhecimento para sociedade. Foco diferenciado no impacto em organismos de interesse econômico.

INCT PARA MUDANÇAS CLIMÁTICAS – SUB-REDE OCEANOS

Importância regional do que acontece no Atlântico Sul (aquecimento, retroflexão da corrente das agulhas) e justificativa, com base em eventos extremos recentes, da instalação de boia (ATLAS B) nesta região. Dificuldades burocráticas para avanço das atividades. Relatou dificuldades e mencionou que há a necessidade de um núcleo duro de pesquisa e operação – INPO com vistas a nacionalização de equipamentos, redução de dependência externa etc.). Mencionou que um avanço inicial foi a criação no PPA 2012-2015 do Programa Temático “Mar, Zona Costeira e Antártica”, no qual o INPO é previsto.

INCT DO MAR - ESTUDOS E PROCESSOS OCEANOGRÁFICOS INTEGRADOS DA PLATAFORMA CONTINENTAL AO TALUDE

Missão: compreensão de processos oceanográficos; formação de recursos humanos; transferência de conhecimento científico visando formulação de políticas públicas. Objetivos: estabelecer modelos conceituais e quantificar fluxos e trocas em diferentes escalas espaciais e temporais, incluindo seus efeitos na biodiversidade.

Subdividido em eixos temáticos:

1. Hidrodinâmica do talude e plataforma continental;

2. Fundo marinho, natureza e evolução do substrato oceânico, como subsídio ao estudo da biodiversidade marinha; foco também em estudos sedimentares e paleo-oceanográficos;

3. Integração de processos bêntico-pelágicos e ciclos biogeoquímicos; 4. Interações: organismos e meio ambiente;

5. Exploração e conhecimento do domínio acústico;

6. Formação de recursos humanos, do ensino fundamental à graduação; 7. Transferência e difusão de conhecimento para sociedade;

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25 8. Transferência de conhecimento para empresários e formulação de políticas públicas. Linhas de pesquisa relacionadas à MC: acidificação dos oceanos e feitos sobre os organismos; Caracterização de eventos paleo-oceanográficos com marcadores geoquímicos. Apresentou a área de estudo e a malha amostral, a qual terá que ser redimensionada em função do corte de recursos. Esta INCT possui 126 pesquisadores, abrangendo 27 instituições, 9 estados e 50 programas de pós-graduação.

DISCUSSÃO

Há sobreposição de atividades . Como resolver essa sobreposição e quantos pesquisadores participam de cada um?

Paulo Lana: Há sim sobreposição e concorda com a necessidade de resolver arestas. Propõe fórum para rediscutir readequações para evitar perdas de recursos, tempo e equipamento.

Landim: problema principal é o edital engessante.

Carlos Garcia: Concorda com a sobreposição e crítica o edital.

RC: grande oportunidade de obter grandes avanços na costa brasileira. A readequação, segundo ele, estaria ocorrendo.

Sonia(USP) comenta a necessidade de interlocução com o CNPq.

Janice Trote: fala de necessidade de colocar isso ao CNPq (via proposta formal). Recomenda a definição e formação do fórum de coordenadores dos INCT´s.

Landim: quer o fórum para definir as readequações. Proposta de criar um INCT6 + da área de oceanografia.

Carlos Garcia: se um pesquisador não participar de 2INCTs, como fazer isso?

Lembra que a Rede Clima é superior e que os pesquisadores poderiam participar do INCT-Oceano e INCT-Zonas Costeiras (Rede Clima).

Questiona como as pesquisas do INCT-Oceano seriam passadas ao INCT-ZC?

Landim: comunidade pequena. Não há sentido em competir por pesquisadores INCT-ZC com Rede Clima.

Necessidade de realmente criar uma rede.

Propõe: criar um INCT-6 = juntando todo mundo que tem interesse na ciência do mar. Criação de um pool de dados para que o pesquisador possa interpretar dados.

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26 Paulo Lana: 2 problemas distintos

1- Os INCTs se parecem entre si e se diferenciam também. 2- Como otimizar as arestas.

Afinidade de cada INCT com as mudanças climáticas = a confluência lógica é para a REDECLIMA.

Carlos Garcia: Rede Clima é a convergência dos INCTs com relação aos objetivos destes INCTs relacionados a MC.

Paulo Lana: reajuste não abordará todas as demandas dos INCts. Importante a realização do fórum para viabilizar todas as demandas que foram colocadas.

VULNERABILIDADE DO LITORAL BRASILEIRO: GEOMORFOLOLOGIA E DINÂMICA COSTEIRA

Mesa Redonda coordenada por: Prof. José M. L. Dominguez (UFBA)

Palestrantes: José M. L. Dominguez (UFBA), Dieter Muehe (UFRJ), Arthur Machado (FURG), Antonio Klein (UFSC)

Relatores: Lauro J. Calliari (FURG), Eduardo Siegle (USP)

RESPOSTAS DA ZONA COSTEIRA BRASILEIRA A SUBIDA DO NÍVEL DO MAR E MUDANÇAS NO CLIMA

O palestrante iniciou os trabalhos focando sua apresentação, colocando como tópico principal as pressões locais nos ambientes, e colocou que de maneira geral as áreas de inundação são realizadas sobre modelos de digital de elevação. Ele reportou as variações topográficas nas diferentes costas do Brasil de regiões mais e menos susceptíveis à inundação pela elevação do nível do mar. Desta forma apresentou diversos estudos de caso ao longo da costa brasileira. Área de Abrolhos onde a mudança do manguezal sobre o apicum tem influenciado nos corais de Abrolhos. Outro exemplo apresentado foi o delta do rio São Francisco que possui uma grande variação temporal. Após foi apresentado o delta do Jequitinhonha que possui uma variabilidade de erosão e progradação na linha de costa. Posteriormente, o Prof. Landim falou sobre a forma como o nível do mar pode subir de forma diferenciada no mundo e não subir igualmente em todos os oceanos. Ele colocou sobre a rápida alteração do ambiente costeiro que o Atlas de erosão costeira organizado pelo prof.

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27 Dieter em 2006 estaria hoje completamente desatualizado e não poderia servir como base. Ele colocou que uma simples mudança na orientação do clima de ondas predominante pode ocasionar em um impacto muito maior à linha costeira do que a própria elevação do nível do mar. Foi colocado que com esta variação quando há uma progradação o homem ocupa esta região e posteriormente, com uma retração da linha de costa esta entra em erosão como o caso de Salvador, Recife e Alagoas, erosão com causas antrópicas. De forma geral, destacou a importância de estudos locais, em função da especificidade dos diferentes ambientes em função da grande variabilidade. Previsões de caráter regional acabam não funcionando para a previsão local.

Os pontos fundamentais ressaltados na palestra foram:

- Devido as características geomorfológicas, litológicas e dinâmicas de cada local, as previsões de caráter regional não funcionam. Assim torna-se necessário voltar os estudos para previsões locais no sentido de que o entendimento leve a uma melhor mitigação dos problemas de erosão. Adicionalmente, foi levantado que a subida do nível do mar não vai ser uniforme para todo o globo, tal fato é importante nas previsões bem como modelos que assumem uniformidade nesse padrão de elevação. - O fenômeno de erosão é intrínseco aos processos de erosão e deposição de sedimentos sendo assim precisamos entender em nível de detalhe como o processo funciona

- Esses estudos são interdisciplinares entretanto os pesquisadores não interagem de maneira adequada (pouca interação)

- Falta de ferramentas tecnológicas para produzir mais interação (foi salientado que correio eletrônico e home Page não são maneiras adequadas de se trabalhar em rede). - Muitas publicações que já definiram certas áreas com padrões erosivos ou deposicionais, ao longo do litoral brasileiro foram e são passíveis de alteração tornando-se assim um instrumento não muito preciso para os gestores costeiros. Muitas vezes detalhes que provocam mudanças em curto prazo podem levar a percepções errôneas por parte dos tomadores de decisão em gerenciamento costeiro. Dados pontuais precisam ser atualizados frequentemente se realmente quisermos usar essas ferramentas na gestão costeira.

- Mudanças no clima de ondas (padrão ondulatório) geram processos erosivos de alta escala bem maior do que a subida do nível do mar, isso pode indicar caminhos que

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28 devem ser priorizados na obtenção de esforços para entender e prever futuras alterações devido a erosão na linha de costa.

EROSÃO COSTEIRA: TENDÊNCIA OU EVENTOS EXTREMOS ? O LITORAL ENTRE RIO DE JANEIRO E CABO FRIO

Iniciou a palestra falando sobre a orientação do litoral que é leste-oeste que está diretamente exposta as ondulações que vem de sul. Ele apresentou um trabalho de 1999 que apresentou as áreas de risco para esta região, mostrando que para uma região mesmo havendo a construção de um muro, a praia não sofreu erosão. Apresentou dois trabalhos de dois autores que esta linha estaria em erosão em um trabalho e em equilíbrio dinâmico em outro. O Prof. Muehe apresentou várias praias que sofreram erosão durante eventos de alta energia (ressaca) e posteriormente as praias se recuperaram.Um estudo de caso para a praia de Barra do Itamaracá foi apresentado, colocando que o maior problema de erosão não é devido a mudanças climáticas e sim resultado de eventos extremos. Posteriormente, apresentou um estudo de caso da praia de Massambaba mostrando um banco de areia com volume quatro vezes maior que o material erodido da praia, mostrando que os eventos extremos podem trazer material da plataforma continental para regiões costeiras com problemas erosivos. Os estudos feitos até o momento em várias praias do litoral do RJ mostram a importância de se efetuar monitoramento de larga escala bem como dar continuidade ao estudo dos eventos extremos, uma vez que certos setores da costa se recuperam e outros não.

MUDANÇAS NA ZONA COSTEIRA DO RS: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS

O palestrante falou sobre análise de risco e uma metodologia para avaliação do risco. O palestrante falou sobre perigo caracterizado pelos ciclones extratropicais e anticiclones. Apresentou as trajetórias dos ciclones na região sul do Brasil e norte da Argentina. O autor apresentou um estudo pelo instituto hidráulico da Cantábria sobre a elevação do nível do mar e a altura das ondas para toda a América latina para os anos de 2010 a 2040 e de 2040 a 2070. Desta forma ele fez uma análise das perspectivas de erosão para a costa do RS utilizando este estudo. O palestrante apresentou diversos estudos de caso erosivos para a costa do RS, dentre quais se

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29 podem citar a praia do Cassino, Hermenegildo e farol da Conceição. O palestrante terminou dizendo que a chave para a proteção costeira é o planejamento para cada local. A costa do RS, vem sofrendo erosão acelerada permanente em alguns trechos. Estudos do clima de ondas em oceano profundo mostram uma leve tendência ao aumento do número e intensidade dos eventos extremos. Vários cenários de inundação foram simulados para um dos setores mais vulneráveis (o balneário do Hermenegildo). Existem setores que frequentemente experimentam erosão e inundação, entretanto a inexistência de urbanização nos mesmos diminuem o risco e a vulnerabilidade dos mesmos. Em termos de urbanização seria interessante computar os futuros cenários de elevação do nível do mar. Dados do Instituto da Cantábria para a costa do RS,associados a dados locais obtidos ao longo de 15 anos de monitoramento indicam que o fenômeno da erosão pode se agravar.Necessidade de levantamento de dados para o clima de ondas nas últimas décadas para águas rasas, bem como análise estatística sobre a probabilidade de retorno de eventos extremos, aspectos ainda não definidos na costa do RS.

O MODELO DA FORMA EM PLANTA DE PRAIAS EM ENSEADA APLICADO A DIFERENTES ESCALAS DE TEMPO E ESPAÇO: EXEMPLOS DE SANTA CATARINA

O palestrante iniciou falando sobre erosão, acresção e rotação praial. O autor colocou que a orientação das praias está diretamente relacionada à orientação do clima de ondas. Posteriormente, o palestrante apresentou a teoria de perfil em planta de praias arenosas. Posteriormente o palestrante apresentou diversos estudos de caso para a costa do estado de SC. Então foi apresentado o teste de robustez do modelo, no qual se comparou o modelo teórico com outros modelos numéricos. O Prof. Klein mostrou que pode ter ocorrido uma mudança na orientação das ondas desde o pleistoceno até o presente momento. A estabilidade e orientação da linha de costa das praias parabólicas (de enseada) as quais compreendem entre 50% e 80% das costas do globo é dependente do fluxo de energia, ou seja em ultima análise da direção das ondas. Se houver uma mudança do padrão, haverá ajuste na direção da linha de costa. É fundamental em termos de Brasil efetuar estudos de retro-análise para verificar tendências e incorporar essas tendências nos futuros modelos que prevêem mudanças nesses setores costeiros.

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30

DISCUSSÃO

Iniciando as discussões o prof. Paulo Horta (UFSC) perguntou quanto que a descaracterização da zona costeira está sendo considerada nos modelos. O Prof. Klein colocou que tem um projeto em SC onde um aluno de mestrado está analisando o quanto que a ocupação do solo influencia na produção de sedimentos para a zona costeira. Colocando que é importante que haja esta sinergia de ocupação com a erosão costeira. O Prof. Muehe completou que a partir do livro de erosão costeira foi um marco para inicio dos estudos dos processos locais para os climas de ondas. Ele comentou que na área de engenharia costeira sempre foi desconsiderado o que acontecia na costa e que isso vem mudando com o tempo. E salientou que o que o Prof.Landim colocou que a grande maioria das planícies deltaicas não seriam deltas verdadeiros, e se isso for verdade a construção de barragens não teriam grandes efeitos na erosão costeira.

O Prof. Angelo (UFES) fez uma pergunta sobre qual seria a escala temporal de observação local da ser adotada futuramente e outra sobre o efeito da ocupação local na erosão costeira. O Arthur colocou que sobre a escala temporal o que se necessita é a coleta de dados. E que a partir de imagens e fotografias de 1947 até o presente para a taxa de retração da linha de costa para a praia do Hermenegildo teria aumentado a partir desta data, mas a escala de trabalho depende da aquisição de dados. O Prof. Muehe colocou que este assunto é essencial, e que as imagens de satélite hoje são fundamentais, mas o uso de fotografias aéreas pretéritas levanta questões sobre a dificuldade de seu georeferenciamento. Ele salientou que a disponibilidade de dados é bastante complexa e que o custo de imagens é extremamente alto. O Prof.Landim colocou que mudanças criam problemas e que o próprio homem somente começou a plantar após a estabilização do nível dos oceanos. Então necessitamos ter acesso a imagens.

O Prof. Glauber da FURG colocou que o Brasil em 2010 foi o país que mais adquiriu imagens do satélite Quickbird, com objetivo de fiscalizar a arrecadação de IPTU, através do ministério das cidades. No entanto, é bastante difícil conseguir dados pela falta intercomunicação entre os ministérios.

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31 O Prof. Lauro Calliari (FURG) perguntou para a mesa sobre as variações interdecadais serem responsáveis pelas variações costeiras. O prof. Klein colocou que o assunto era importante e que são questões importantes e colocou que para irmos para a antepraia temos que ter mais informações. Discutiu-se que não cabe aos pesquisadores/universidades a coleta de dados para monitoramento, função que deveria ser assumida por algum órgão governamental. O Prof.Landim colocou que a CPRM contratou uma empresa americana e fez o levantamento de toda a costa de AL com LIDAR até os 30 m, no entanto os dados não estão disponibilizados. Ressaltou que esses dados seriam de grande importância para o estudo da biota marinha de corais, por exemplo.

O Prof. Klein colocou que o SMC disponibiliza os dadosde batimetria para todo o Brasil e os dados de ondas (resultados de modelo global de geração de ondas) também serão disponibilizados para toda a comunidade científica assim como a cota de inundação e maré meteorológica. E o MMA está tentando mudar este paradigma e disponibilizar os dados.

O Prof. Francisco Barros (UFBA) colocou que está se buscando modelos mais gerais, mas que não estão funcionando, pois a especificidade é muito grande para que funcionem. E perguntou a mesa se oscientistas brasileiros serão capazes de propor diretrizes e não somente segui-las. O Prof. Muehe colocou que o modelo não precisa responder a todos ambientes, na verdade ele tem que se aproximar da realidade para depois verificarmos o que causa um problema no modelo. No caso do gerenciamento o Prof. Muehe ressaltou que ficou impressionado com o grau de detalhe dos modelos de gerenciamento de apresentados na sessão da manhã. Ele vê o projeto Orla como um grande projeto que engloba área ambiental com a social. Mas este deverá estar acoplado ao gerenciamento costeiro global ou entregado. O Arthur falou sobre uma audiência pública na Pref. de Santa Vitória do Palmar, na qual vários pesquisadores apresentaram os problemas de erosão do Hermenegildo e soluções, mas que a continuação dependerá do poder público.

METODOLOGIA E AVALIAÇÃO DE VULNERABILIDADES COSTEIRAS

Palestrantes: Glauber Gonçalves (FURG), Salette A. Figueiredo (FURG) Relatores: Lauro Calliari (FURG), Arthur Machado (FURG)

Referências

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