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Análise da Relação entre a Precariedade Habitacional e Renda na RMBS

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Academic year: 2021

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Universidade

​ ​Federal​ ​do​ ​ABC

Análise

​ ​da​ ​Relação​ ​entre​ ​a​ ​Precariedade

Habitacional

​ ​e​ ​Renda​ ​na​ ​RMBS

Profª

​ ​Drª​ ​Flávia​ ​Feitosa

Gabriel

​ ​Marques​ ​-​ ​21055715

Gabrielle

​ ​Rosa​ ​-​ ​21074015

Gilmara

​ ​Gonçalves​ ​-​ ​11044913

(2)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

2.​ ​CONCEITOS 4

3.​ ​METODOLOGIA​ ​DO​ ​TRABALHO 5

4.​ ​RESULTADOS​ ​E​ ​DISCUSSÃO 7

4.​ ​1​ ​REGRESSÃO​ ​CLÁSSICA 10

4.​ ​2​ ​REGRESSÃO​ ​ESPACIAL 13

4.2.1​ ​SPATIAL​ ​ERROR 15

4.2.2​ ​SPATIAL​ ​LAG 16

4.2.3​ ​Regressão​ ​Espacial​ ​-​ ​Geographically​ ​Weighted​ ​Regression 18

5.​ ​COMPARAÇÃO​ ​DOS​ ​MÉTODOS 18

6.​ ​CONCLUSÃO 20

7.​ ​BIBLIOGRAFIA 21

(3)

1. INTRODUÇÃO

Desde sua formação, a partir da chegada dos portugueses, o território brasileiro é caracterizado por inúmeras desigualdades. Uma das primeiras configurações de divisão de terras brasileiras foram as capitanias, nas quais uma pequena parcela de nobres, nomeados​ ​pelo​ ​rei,​ ​se​ ​tornaram​ ​donos​ ​de​ ​grandes​ ​porções​ ​do​ ​território.

Posteriormente, em 1850, a Lei de Terras seguida da abolição da escravidão, fez com que a terra passasse a ser a condição de exercício do poder e controle da produção, sendo que os negros são então privados da possibilidade de adquirir um terreno (MARICATO,​ ​1997).

Outro fator que pode ser associado a esse problema é o aumento da população urbana com o período de industrialização que, por consequência, aprofundou a dificuldade​ ​de​ ​diversas​ ​pessoas​ ​em​ ​adquirir​ ​moradia​ ​digna​ ​e​ ​de​ ​qualidade.

Relacionado a esses fatores remotos, mas que se desdobram em um dos problemas atuais mais recorrentes, o presente trabalho trata sobre a precariedade habitacional fazendo um recorte no país para análise da Região Metropolitana da Baixada Santista.

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A área conta, ao todo, com 9 municípios: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém,

Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, São Vicente e Santos. Na região estão localizados o Parque Industrial de Cubatão, no qual as principais atividades industriais desenvolvidas são o refino de petróleo e álcool, fabricação de produtos químicos e metalurgia básica; além do maior complexo portuário da América do Sul: o Porto de Santos. Por conta da beleza​ ​das​ ​praias​ ​que​ ​se​ ​situam​ ​nos​ ​municípios,​ ​há​ ​grande​ ​oferta​ ​de​ ​serviços​ ​de​ ​turismo. Sendo assim, a análise tem por objetivo identificar as possíveis relações de variáveis de renda com os níveis de precariedade habitacional da região e tem a hipótese de​ ​que​ ​a​ ​precariedade​ ​está​ ​sim​ ​relacionada​ ​à​ ​baixa​ ​renda.

Na primeira seção, apresentaremos mais informações sobre a área de estudo, de maneira a caracterizar o perfil desse território e a definição dos conceitos relacionados ao tema do trabalho. Em seguida, apresenta-se a metodologia e a fonte dos dados coletados para a realização da análise. Por fim, será discutida e apresentada a análise exploratória desses​ ​dados,​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​clássica​ ​e​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​espacial.

2.​ ​CONCEITOS

Para que seja possível entender o propósito do trabalho e, principalmente, a escolha das variáveis, é preciso conceituar o que entendemos por precariedade habitacional, uma vez que este conceito pode ganhar dimensões extremamente amplas dependendo​ ​da​ ​interpretação​ ​pessoal.

Segundo Ministério das Cidades (2009), o conceito de assentamento precário envolve​ ​inúmeras​ ​tipologias​ ​que​ ​podem​ ​ser​ ​definidas​ ​da​ ​seguinte​ ​forma:

● Cortiços: Habitação coletiva constituída por cômodos alugados, sub alugados ou cedidos,​ ​superlotados​ ​e​ ​com​ ​banheiros​ ​de​ ​uso​ ​coletivo.

● Favelas: Aglomerado de domicílios auto-construídos, dispostos de forma desordenada, geralmente denso e carente de serviços públicos essenciais, ocupando​ ​terreno​ ​de​ ​propriedade​ ​alheia​ ​(pública​ ​ou​ ​particular).

● Loteamentos Irregulares de moradores de baixa renda: Ocupados por moradores de baixa renda, sem aprovação do poder público, geralmente caracterizado pela

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auto-construção e pela ausência ou precariedade de infra-estruturas urbanas básicas.

● Conjuntos habitacionais produzidos pelo setor público que encontram-se em situação​ ​irregular​ ​ou​ ​de​ ​degradação

Além desses tipos, há casos de unidades habitacionais precárias isoladas que compõem​ ​o​ ​déficit​ ​habitacional.

3.​ ​METODOLOGIA​ ​DO​ ​TRABALHO

Pensando em indicadores para a precariedade habitacional, inicialmente buscamos analisar variáveis do Censo 2010 que pudessem caracterizar as tipologias de assentamentos precários acima indicadas. Além disso, foi considerada a utilização de indicadores de gravames ambientais, como áreas de conservação ambiental e declividade.

Num primeiro momento, o presente trabalho tinha a ideia de relacionar a precariedade habitacional com algumas variáveis socioeconômicas, que também seriam retiradas​ ​do​ ​Censo​ ​2010,​ ​utilizando​ ​como​ ​base​ ​a​ ​Renda​ ​Média​ ​Domiciliar.

Decidiu-se então pela utilização e transformação das seguintes variáveis de forma que​ ​as​ ​mesmas​ ​estivessem​ ​padronizadas​ ​e​ ​atendessem​ ​aos​ ​nossos​ ​objetivos​ ​de​ ​análise:

● G_REND1​ ​-​ ​RENDA​ ​MÉDIA​ ​DOMICILIAR

○ Total do rendimento nominal mensal dos domicílios particulares / Número total de domicílios particulares permanentes ou pessoas responsáveis por domicílios particulares​ ​permanentes

● G_REND3A​ ​-​ ​%​ ​PESSOAS​ ​COM​ ​RENDA​ ​ATÉ​ ​3​ ​SALÁRIOS​ ​MINÍMOS

○ Soma de variáveis correspondentes ao de pessoas responsáveis com rendimento nominal​ ​mensal​ ​de​ ​até​ ​3​ ​salários​ ​mínimos​ ​/​ ​domicílios​ ​particulares​ ​permanentes

● G_ABS​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​ABASTECIMENTO​ ​DE​ ​ÁGUA​ ​DA​ ​REDE​ ​GERAL

○ (Número total de domicílios particulares permanentes - domicílios particulares permanentes com abastecimento de água da rede geral) / domicílios particulares permanentes

● G_​ ​SANIT​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​BANHEIRO/SANITÁRIO

○ Domicílios particulares permanentes sem banheiro de uso exclusivo dos moradores​ ​e​ ​nem​ ​sanitário​ ​/​ ​domicílios​ ​particulares​ ​permanentes

● G_LIXO​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​COLETA​ ​DE​ ​LIXO

○ Domicílios particulares permanentes com lixo coletado / domicílios particulares permanentes

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● G_LUZ​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​ENERGIA​ ​ELÉTRICA

○ Domicílios particulares permanentes sem energia elétrica / domicílios particulares permanentes

● G_ILUM​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​ILUMINAÇÃO​ ​PÚBLICA

○ Soma dos domicílios particulares permanentes próprios, cedidos e alugados sem iluminação​ ​pública

● G_PAV​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​PAVIMENTAÇÃO

○ Soma dos domicílios particulares permanentes próprios, cedidos e alugados sem pavimentação

● G_DREN​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​BUEIRO/BOCA​ ​DE​ ​LOBO

○ Soma dos domicílios particulares permanentes próprios, cedidos e alugados sem bueiro/boca​ ​de​ ​lobo

● G_ESG​ ​-​ ​%​ ​DOMICÍLIOS​ ​COM​ ​ESGOTO​ ​A​ ​CÉU​ ​ABERTO

○ Soma dos domicílios particulares permanentes próprios, cedidos e alugados com esgoto​ ​a​ ​céu​ ​aberto

Após a montagem do banco de dados com as variáveis escolhidas, a partir do Software SPSS, foi realizada tanto a análise exploratória dos dados quanto a aplicação do​ ​modelo​ ​Regressão​ ​Clássica.

Para a regressão, foram testados os métodos “backward” e “stepwise”, sendo que os resultados não foram muito diferentes. Sendo assim, optamos pelo método “backward”.

No entanto, os resultados da Regressão Clássica feita com as variáveis de precariedade especificadas acima relacionadas à variável de renda média domiciliar, não foram satisfatórios. Apesar da correlação entre as variáveis de renda e de precariedade ser negativa como o esperado, os resultados não possibilitaram uma boa análise, além de​ ​apresentarem​ ​problemas​ ​como​ ​a​ ​homocedasticidade.

Dessa forma, foi realizada novamente a regressão, dessa vez utilizando as mesmas variáveis de precariedade e mesmo método, mas relacionados com a porcentagem de domicílios com rendimento mensal de até 3 salários mínimos, faixa de renda na qual está concentrado o maior déficit habitacional. Neste modelo, as variáveis correspondentes à sanitário, coleta de lixo, energia elétrica e iluminação pública foram excluídas.

Por fim, realizou-se a partir de técnicas no Software GWR4 e no Software GeoDa o modelo de Regressão Espacial com o método GWR e os resultados foram apresentados a​ ​partir​ ​de​ ​mapas​ ​gerados​ ​no​ ​Software​ ​Qgis.

(7)

4.​ ​RESULTADOS​ ​E​ ​DISCUSSÃO

Como citado acima, algumas variáveis foram excluídas pelo modelo de Regressão Clássica. Sendo assim, apresentaremos aqui apenas a análise exploratória correspondente aos dados que permaneceram no modelo, uma vez que o restante não é significativo​ ​para​ ​a​ ​análise.

Figura​ ​2​ ​-​ ​Esquema​ ​do​ ​modelo,​ ​variáveis​ ​analisadas.​ ​Fonte:​ ​elaboração​ ​própria.

Na Tabela 1 abaixo, podemos observar como se comportam tais variáveis do nosso modelo de acordo com os nove municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista.

Como podemos observar, a porcentagem de domicílios sem abastecimento de água é baixa em todos os municípios, os números de pavimentação são bastante diversos, assim como os de esgoto e drenagem (que já apresenta alguns valores mais altos). Analisando as médias da renda por municípios, percebe-se que Bertioga e Itanhaém possuem as maiores proporções de pessoas responsáveis com renda até 3 salários mínimos, Santos possui a menor média, indicando renda acima da média da

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região. Entretanto, a média da RMBS de pessoas com renda até 3 salários mínimos de 56,72%.​ ​Os​ ​resultados​ ​estão​ ​expostos​ ​na​ ​tabela​ ​abaixo:

Tabela​ ​1​ ​-​ ​Média​ ​das​ ​variáveis​ ​do​ ​modelo,​ ​segundo​ ​município

MÉDIA

MUNICÍPIOS ABASTECIMENTO

PAVIMENTAÇÃ

O ESGOTO DRENAGEM RENDA

BERTIOGA 10.46% 62.04% 18.69% 62.61% 62.52% CUBATÃO 13.56% 0.29% 0.61% 5.95% 61.18% GUARUJÁ 6.18% 12.88% 2.93% 17.18% 59.92% ITANHAÉM 11.97% 33.62% 21.51% 77.65% 61.84% MONGUAGUÁ 3.35% 13.45% 28.78% 79.36% 60.68% PERUÍBE 14.07% 19.33% 18.40% 58.77% 62.17% PRAIA​ ​GRANDE 0.73% 4.18% 2.61% 17.33% 57.16% SANTOS 1.55% 1.28% 1.10% 11.72% 45.24% SÃO​ ​VICENTE 1.02% 5.63% 4.62% 13.91% 60.98% OBS:

%​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​ABASTECIMENTO​ ​DE​ ​ÁGUA​ ​DA​ ​REDE​ ​GERAL %​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​PAVIMENTAÇÃO

%​ ​DOMICÍLIOS​ ​COM​ ​ESGOTO​ ​A​ ​CÉU​ ​ABERTO %​ ​DOMICÍLIOS​ ​SEM​ ​BUEIRO/BOCA​ ​DE​ ​LOBO

(9)

Figura​ ​3​ ​-​ ​As​ ​variáveis​ ​de​ ​precariedade​ ​habitacional​ ​e​ ​a​ ​renda​ ​na​ ​RMBS. Fonte:​ ​elaboração​ ​própria​ ​-​ ​dados​ ​do​ ​IBGE.

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Os dados da Tabela 1 e o mapas da Figura 3 ilustram a distribuição das variáveis de precariedade habitacional e de renda na RMBS. Observa-se que os municípios de Peruíbe, Itanhaém e Bertioga possuem os piores índices de precariedade e também são os que apresentam maior proporção de pessoas responsáveis com renda de até 3 salários mínimos, mesmo que esse valor esteja muito próximo aos demais. A comparação dos valores das variáveis entre os municípios é surpreendente em alguns casos, como a porcentagem (13,56%) de domicílios sem abastecimento de água pela rede geral em Cubatão e a porcentagem (62,04%) de domicílios sem pavimentação no entorno em Bertioga, por exemplo, que possui bons índices nos demais fatores de infraestrutura.

O mapa de renda da RMBS nos mostra a maior concentração de domicílios com baixa renda, sobretudo, nos setores censitários de Itanhaém, Peruíbe, Bertioga e Cubatão.

4.​ ​1​ ​REGRESSÃO​ ​CLÁSSICA

(11)

Analisando a Tabela 2, que ainda considerava todas as variáveis inseridas no modelo, podemos perceber que justamente os dados que permaneceram no modelo são os​ ​que​ ​apresentam​ ​maior​ ​correlação​ ​(e​ ​de​ ​maneira​ ​significativa)​ ​com​ ​a​ ​renda.

Em relação às variáveis consideradas para o modelo de Regressão Clássica, as correlações mais fortes, e positivas, observadas foram entre pavimentação e drenagem (0,571),​ ​pavimentação​ ​e​ ​esgoto​ ​(0,473)​ ​e​ ​esgoto​ ​e​ ​drenagem​ ​(0,453).

Na​ ​Regressão​ ​Clássica​ ​obtivemos​ ​os​ ​seguintes​ ​resultados:

Equação​ ​1​ ​-​ ​Equação​ ​da​ ​reta​ ​para​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​clássica

0, 44

, 01 Abast.

, 01P av.

, 001Dren.

, 01Esg.

Renda

3 salário mín

= 5

+ 0 0

+ 0 0

+ 0 0

+ 0 0

1

O R quadrado não atingiu um número extremamente alto, explicando apenas 9,1% da realidade. No entanto, esse valor pode ser considerado representativo uma vez que levamos em conta a dificuldade de representar com um modelo estatístico a situação de precariedade habitacional que envolve análises extremamente complexas e, muitas vezes,​ ​imensuráveis.

Um problema que deve ser destacado a partir dos valores obtidos na tabela acima é a existência de autocorrelação entre as variáveis que fica explicitada a partir do valor do teste​ ​de​ ​Durbin-Watson,​ ​que​ ​aproxima-se​ ​do​ ​zero,​ ​enquanto​ ​o​ ​ideal​ ​seria​ ​próximo​ ​a​ ​dois.

(12)

Com a tabela ANOVA abaixo, devemos destacar o valor crescente do F, que demonstra a melhoria do modelo de uma situação para a outra e o nível de significância que​ ​nos​ ​permite​ ​rejeitar​ ​a​ ​hipótese​ ​nula​ ​de​ ​que​ ​a​ ​média​ ​é​ ​melhor​ ​do​ ​que​ ​o​ ​modelo.

Na tabela de coeficientes, podemos observar a partir do coeficiente padronizado beta que os valores referentes ao abastecimento são os que têm a maior importância para​ ​a​ ​produção​ ​do​ ​modelo.

(13)

O histograma gerado a partir dos resíduos nos permite realizar algumas análises. O formato apresentado pelo gráfico difere de uma normal mas está bem próximo dela, o que nos mostra pequena​ ​assimetria​ ​entre​ ​os​ ​resíduos.

Por fim, podemos observar a partir do gráfico de dispersão entre os resíduos padronizados e os valores previstos padronizados a presença de heterocedasticidade nos dados, uma pequena linearidade e a presença de outliers.

4.​ ​2​ ​REGRESSÃO​ ​ESPACIAL

A partir da análise dos resíduos da regressão clássica é possível verificar se existe ou não independência espacial dos resíduos, lembrando que uma das condições da regressão clássica é a não correlação​ ​dos​ ​resíduos.

O índice de Moran tem como hipótese nula de que não há correlação espacial. Ao analisar os resíduos do

(14)

modelo, identifica-se uma significante dependência espacial dos resíduos. Com um índice de​ ​Moran​ ​de​ ​0,48,​ ​o​ ​qual​ ​podemos​ ​descartar​ ​a​ ​hipótese​ ​nula​ ​com​ ​confiança​ ​de​ ​99,9%.

Os​ ​resíduos​ ​também​ ​foram​ ​espacializados​ ​conforme​ ​a​ ​figura​ ​abaixo:

Figura​ ​4​ ​-​ ​Análise​ ​dos​ ​resíduos​ ​da​ ​regressão​ ​clássica.​ ​Fonte:​ ​Elaboração​ ​própria.

Os setores marcados em vermelho (high-high) são os que possuem valores maiores do que os previstos pelo modelo e os azuis (low-low) são os que os valores observado​ ​são​ ​menores​ ​do​ ​que​ ​os​ ​previstos​ ​pelo​ ​modelo.

Como os resíduos estão espacialmente correlacionados é possível aplicar a regressão​ ​espacial.

Foram utilizados dois tipos de modelos de regressão espacial, o Spatial Error e o Spatial ​Lag. ​O spatial error atribui autocorrelação espacial aos erros dos vizinhos ​e o spatial lag atribui autocorrelação à média da variável dependente dos vizinhos. Para ambos,​ ​foi​ ​utilizada​ ​uma​ ​matriz​ ​de​ ​vizinhança​ ​do​ ​tipo​ ​queen​ ​de​ ​grau​ ​2.

(15)

4.2.1​ ​SPATIAL​ ​ERROR

Esse modelo de regressão assume que variáveis que não estão sendo consideradas no modelo, são importantes e afetam a inferência sobre as mudanças na variável dependente. Por exemplo, a variação da renda poderia ser explicada utilizando alguma​ ​outra​ ​variável,​ ​além​ ​das​ ​variáveis​ ​de​ ​precariedade​ ​habitacional.

Equação​ ​2​ ​-​ ​Equação​ ​da​ ​reta​ ​para​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​espacial​ ​-​ ​spatial​ ​error

0, 8 , 0059 Abast. , 0045P av. 0 Dren. , 0023Esg , 8W .

Renda3 salário mín = 5 + 0 0 + 0 0 − 8 * 1 −5 + 0 0 + 0 8

onde, W.દ é o erro com efeitos espaciais.

Utilizando o spatial error, o modelo passou a explicar 54,9% da relação entre a renda e as variáveis de precariedade habitacional. Além disso, podemos perceber como a renda e o erro dos vizinhos são muito mais significativos do que as demais variáveis para a​ ​explicação​ ​da​ ​precariedade.

A análise dos resíduos deste modelo, permite verificar se a inclusão do espaço removeu ou não a correlação entre os resíduos, e como observa-se na figura 5 abaixo, os resíduos do modelo de regressão spatial error ainda possuem uma pequena autocorrelação.

(16)

Figura​ ​5​ ​-​ ​Análise​ ​dos​ ​resíduos​ ​do​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​spatial​ ​error.​ ​Fonte:​ ​Elaboração própria.

4.2.2​ ​SPATIAL​ ​LAG

O​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​spatial​ ​lag,​ ​considera​ ​​ ​que​ ​as​ ​ocorrências​ ​​ ​em​ ​uma localização​ ​interferem​ ​nas​ ​ocorrências​ ​dos​ ​seus​ ​vizinhos.​ ​Para​ ​o​ ​nosso​ ​modelo,​ ​isso significa​ ​que​ ​a​ ​renda​ ​de​ ​um​ ​setor​ ​interfere​ ​na​ ​renda​ ​do​ ​setor​ ​vizinho.

Equação​ ​3​ ​-​ ​Equação​ ​da​ ​reta​ ​para​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​espacial​ ​-​ ​spatial​ ​lag

0, 75 , 0052 Abast. , 004P av. , 001Dren. , 0027Esg , 6W .Y

Renda3 salário mín = 0 + 0 0 + 0 0 − 0 0 + 0 0 + 0 8

(17)

O modelo de regressão spatial lag não teve mudanças significativas em comparação com o spatial error. O modelo permaneceu explicando 54,4% e os índices Akaike e Log likelihood pioraram. Assim como no modelo spatial error, as variáveis de renda e, nesse caso, os valores dos vizinhos, acabam sendo mais significativos na tentativa​ ​de​ ​explicar​ ​a​ ​precariedade​ ​do​ ​que​ ​as​ ​próprias​ ​variáveis​ ​escolhidas.

Figura​ ​6​ ​:​ ​Análise​ ​dos​ ​resíduos​ ​do​ ​modelo​ ​spatial​ ​lag.​ ​Fonte:​ ​Elaboração​ ​própria.

Analisando a figura 6, percebe-se que neste modelo os resíduos não possuem mais​ ​autocorrelação​ ​significativa​ ​(índice​ ​de​ ​Moran​ ​de​ ​0,0091).

(18)

4.2.3​ ​Regressão​ ​Espacial​ ​-​ ​Geographically​ ​Weighted​ ​Regression

Os resultados da regressão ponderada geograficamente, indicam que há problemas com o modelo. O valor para o R² é de 0,99, e os valores de Akaike e log likelihood são muito próximos, o ideal seria um valor mais alto para o log likelihood e valores menores para o Akaike. Observamos que a largura de banda que o modelo considerou está incluindo todos os setores como vizinhos. As análises dos resíduos, dos betas​ ​e​ ​da​ ​estatística​ ​T​ ​encontram-se​ ​anexo​ ​a​ ​este​ ​trabalho.

5.​ ​COMPARAÇÃO​ ​DOS​ ​MÉTODOS

Tabela​ ​3​ ​-​ ​Síntese​ ​dos​ ​modelos​ ​de​ ​regressão

Betas

Regressão Clássica

Regressão​ ​Espacial Spatial​ ​Error Spatial​ ​Lag Constante 0,544 0,58 0,075 Abastecimento 0 0, 01 0,00059 0,00052 Pavimentação 0 0, 01 0,00045 0,0004 Drenagem 0 0, 001 -0,000008 -0,0001 Esgoto 0 0, 01 0,00023 0,00027 Lambda 0,88 Ro 0,86

(19)

No modelo de regressão clássica, percebe-se que as variáveis de esgoto e de abastecimento​ ​de​ ​água​ ​são​ ​as​ ​que​ ​provocam​ ​maior​ ​alteração​ ​na​ ​variável​ ​renda.

Equação​ ​1​ ​-​ ​Equação​ ​da​ ​reta​ ​para​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​clássica

0, 44

, 01 Abast.

, 01P av.

, 001Dren.

, 01Esg.

Renda

3 salário mín

= 5

+ 0 0

+ 0 0

+ 0 0

+ 0 0

Quando utilizado os modelos de regressão espacial, temos o fator que considera o espaço​ ​no​ ​modelo​ ​como​ ​a​ ​principal​ ​variável​ ​que​ ​influencia​ ​na​ ​renda.

Equação​ ​2​ ​-​ ​Equação​ ​da​ ​reta​ ​para​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​espacial​ ​-​ ​spatial​ ​error

0, 8 , 0059 Abast. , 0045P av. 0 Dren. , 0023Esg , 8W .

Renda3 salário mín = 5 + 0 0 + 0 0 − 8 * 1 −5 + 0 0 + 0 8

onde, W.દ é o erro com efeitos espaciais

Equação​ ​3​ ​-​ ​Equação​ ​da​ ​reta​ ​para​ ​o​ ​modelo​ ​de​ ​regressão​ ​espacial​ ​-​ ​spatial​ ​lag

0, 75 , 0052 Abast. , 004P av. , 001Dren. , 0027Esg , 6W .Y

Renda3 salário mín = 0 + 0 0 + 0 0 − 0 0 + 0 0 + 0 8

onde,​ ​WY​ ​expressa​ ​a​ ​dependência​ ​espacial​ ​em​ ​Y. Obs:​ ​A​ ​variável​ ​renda​ ​varia​ ​de​ ​0​ ​a​ ​1.

Tabela​ ​4-​ ​Síntese​ ​dos​ ​resultados​ ​da​ ​análise​ ​de​ ​regressão Testes Regressão

Clássica

Spatial​ ​Error Spatial​ ​Lag GWR

R² 0,091 0,549 0,544 0,99

Log​ ​likelihood 1008,3 1924,7907 1919,2 64240,228246

Akaike -2006,61 -3839,58 -3826,4 64262,268959

Avaliando-se os testes dos modelos, é possível verificar que os modelos de regressão espacial descrevem melhor a relação entre a renda e as variáveis de precariedade habitacional. Entretanto, há pouca diferença entre os métodos de spatial error e spatial lag. O modelo de regressão spatial error apresenta apenas uma pequena melhora dos testes de R², Log likelihood e de Akaike.O modelo de regressão GWR aparenta​ ​apresentar​ ​problemas.

(20)

6.​ ​CONCLUSÃO

A partir de todos os dados e informações gerados e analisados, podemos perceber a dificuldade encontrada em gerar um modelo estatístico que consiga explicar a complexidade da existência da precariedade habitacional. Isso fica evidente a partir dos números​ ​e​ ​dos​ ​gráficos​ ​gerados​ ​no​ ​modelo​ ​de​ ​Regressão​ ​Clássica.

Para o modelo de Regressão Espacial, estes valores já melhoram consideravelmente, o que também é compreensível, uma vez que o modelo se adapta para​ ​explicar​ ​as​ ​diferentes​ ​territorialidades​ ​das​ ​informações.

A hipótese que havia sido levantada no início do trabalho era a de que a precariedade está relacionada com a baixa renda. No entanto, percebemos que as variáveis selecionadas não são suficientes para explicar essa situação, sendo que, a renda é fator preponderante na explicação e, apesar da lógica ideal de que o espaço não deveria​ ​ser​ ​determinante,​ ​a​ ​espacialidade​ ​é​ ​fator​ ​muito​ ​mais​ ​significativo​ ​na​ ​análise.

Além da dificuldade de obter informações utilizando apenas as variáveis selecionadas como referência, há também a presença dispersa de precariedade em diversos locais da região, com foco para o município de Itanhaém, o que pode ser explicado por duas hipóteses: a falta de infraestrutura devido à falta de investimento do Estado na melhoria das condições habitacionais, ou a falta de infraestrutura devido à baixa ocupação da região, sobretudo próximo à área de preservação ambiental na serra do​ ​mar.

(21)

7.​ ​BIBLIOGRAFIA

BRASIL / Ministério das Cidades. DENALDI, R. (Org.). Ações integradas de urbanização​ ​de​ ​assentamentos​ ​precários.​ ​​Brasília:​ ​Ministério​ ​das​ ​Cidades,​ ​2009. IBGE. ​Base de informações do Censo Demográfico 2010: Resultados do Universo por​ ​município.​​ ​Rio​ ​de​ ​Janeiro,​ ​2011.

MARICATO,​ ​Ermínia.​ ​​Habitação​ ​e​ ​Cidade.​ ​​São​ ​Paulo:​ ​Atual,​ ​1997.

Notas de Aula. Prof. Dra. Flávia F. Feitosa. Métodos e Técnicas de Análise da Informação​ ​para​ ​o​ ​Planejamento,​ ​​2017.

(22)

ANEXO

Referências

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