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Academia Olímpica Brasileira: histórico, objetivos e atividades educacionais e acadêmicas

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Academic year: 2021

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0 | Abstract

The purpose of this study is to present an historical overview of the International Olympic Academy (IOA) and the Brazilian Olympic Academy (BOA). The scientific events and the Brazilian Olympic Studies Groups are also pointed out. The foundation of the IOA was approved at the International Olympic Committee Conference in Rome in 1960. The official operations of the IOA occurred in 1961. Since its foundation, the IOA has been studying Coubertin’s ideas and the Olympic Movement perspectives. In the 1990s, the Brazilian Olympic Committee (COB) promoted meetings with the aim to establish the BOA. The creation of the BOA took place in 1998. The goals of the BOA/BOC are to promote the Olympic Principles, to develop scientific knowledge and to prepare human resources. In partnership with Brazilian universities,

Academia Olímpica Brasileira:

histórico, objetivos e atividades

educacionais e acadêmicas

Roberto Mesquita

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil Alberto Reppold Filho

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the BOC/COB has organized 5 national and 3 state congresses and conferences. In Brazil, there are currently 10 Olympic Study Groups and 2 non-university organizations researching in the field.

1 | Introdução

O presente estudo tem por objetivo oferecer uma breve visão histórica da Academia Olímpica Internacional (AOI), além de apresentar aspectos relacionados à fundação, objetivos e direção da Academia Olímpica Brasileira (AOB). Do mesmo modo, são abordados os eventos científicos e os Grupos de Pesquisa na área dos Estudos Olímpicos no Brasil.

2 | Academia Olímpica Internacional

O Comitê Olímpico Internacional (COI), presidido pelo Barão Pierre de Coubertin, organizou o Congresso Olímpico em Le Havre (1897), um ano após a celebração dos Jogos Olímpicos de Atenas. O foco principal do evento foi discutir aspectos educacionais da popularização das atividades físicas e dos esportes (COI, 1992). Ainda sob a presidência de Coubertin, outros seis Congressos Olímpicos foram realizados pelo COI: Bruxelas (1905), Paris (1906), Lausanne (1913), Paris (1914), Lausanne (1921) e Praga (1925). Coubertin salientava com freqüência as questões educacionais e propôs que através dos Jogos Olímpicos, o esporte ocupasse papel de destaque nos programas educacionais de todos os países (COI, 1992).

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Em 1927, quando o Barão Pierre de Coubertin foi convidado pelo governo grego para participar de uma cerimônia em sua homenagem, pelas ações que promoveu para reviver os Jogos Olímpicos, ele já comentava com seu amigo Ioannis Chrysafis, Diretor do Departamento de Educação da Univer-sidade de Atenas, sobre a criação de um centro para estudar as tendências do Movimento Olímpico. Coubertin acreditava que o Movimento Olímpico não deveria desviar-se de desviar-seus objetivos educacionais, e um centro de estudos auxiliaria na preservação e no progresso de seu trabalho (Müller, 1992).

Vários fatores, em especial a morte de Coubertin, e o advento da II Guerra Mundial retardaram o estabelecimento de um centro de estudos. A idéia concretizou-se em 1949, quando, na Conferência do COI realizada em Roma, foi aprovada, por unanimidade, a criação da AOI. A abertura oficial, contudo, ocorreu apenas em junho de 1961, após a superação de várias dificuldades (Müller, 1992).

Desde a sua fundação, a AOI tem-se empenhado em estudar e discutir as idéias de Coubertin e os caminhos e perspectivas do Movimento Olímpico. De maneira a concretizar seus objetivos, a AOI instituiu encontros anuais que ocorrem em suas instalações na cidade de Antiga Olímpia, próxima ao local onde na Antigüidade aconteciam os Jogos Olímpicos. Nesses eventos, que congregam a comunidade olímpica internacional, acontecem cursos, palestras e seminários.

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3 | Academia Olímpica Brasileira

A primeira participação significativa de um acadêmico brasileiro nos encontros organizados pela AOI aconteceu em 1991, quando o Professor Doutor Lamartine Pereira DaCosta foi convidado para palestrar na Sessão Inter-nacional para Jovens Participantes (Hatzidakis, 1999). Desde então, a participação brasileira tornou-se regular, com a indicação de representantes para as principais Sessões organizadas pela AOI.

Ciente da necessidade de investigar aspectos relacionados ao Esporte Olímpico no país, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) realizou reuniões e encontros desde o início da década de 1990, com o intuito de estabelecer a AOB. A idéia acabou concretizando-se em agosto de 1998. A AOB foi fundada na gestão do Presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. A primeira diretoria foi constituída pelo Professor Doutor Lamartine Pereira DaCosta, como Presidente, e o Professor Doutor Eduardo Henrique De Rose na condição de Vice-Presidente.

Os membros da AOB/COB são voluntários e se apresentam para participar nas oportunidades de geração e veiculação de estudos e pesquisas no Brasil e no exterior, por intermédio da AOI e do COI (COB, 2006). No que se refere aos primórdios da AOB/COB (Tavares et al., 2005) enfatiza que “o modelo adotado na origem para a AOB/COB -descentralizado por universidades e focado na produção acadêmica - mostrou-se adequado em seus resultados embora fosse distinto de todas as Academias Olímpicas Nacionais da América Latina [...]”.

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A AOB/COB tem como objetivos difundir os Princípios Olímpicos, incentivar a produção e a propagação do conhecimento referente ao Olimpismo, e promover a formação e o aperfeiçoamento de recursos humanos para diversos setores ligados ao Esporte Olímpico (COB, 2006). Para concretizar esses objetivos, mostrou-se de fundamental importância o trabalho integrado e o intercâmbio permanente entre pesquisadores e profissionais de diferentes áreas do esporte.

A atual Diretoria da AOB/COB, com mandato até dezembro de 2008, é constituída pelo Professor Doutor Eduardo Henrique De Rose, como Presidente, por Bernard Razjman, ex-atleta olímpico e representante da Comissão de Atletas do COB, como Vice-Presidente, e por Christianne Paquelet Abeid, Museóloga e Diretora Administrativa do COB, como Secretária (Mesquita, 2006).

4 | Fóruns Olímpicos

A AOB/COB, para atingir seus propósitos de formação e divulgação científica, realiza eventos nacionais e regionais. A Universidade Gama Filho, imbuída do espírito de promover os Estudos Olímpicos no Brasil, tomou a iniciativa de organizar um encontro aberto à participação de diversos setores interessados no Esporte Olímpico e no Olimpismo. Assim, de modo experimental, foi realizada a primeira edição do Fórum Olímpico Brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro, em 1997. O evento teve dimensão nacional. Estiveram presentes cerca de 40 participantes, e foram apresentados

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13 trabalhos, na maior parte por pesquisadores de universidades brasileiras.

Com intuito de dar continuidade aos estudos e debates iniciados no Rio de Janeiro, e criar um espaço onde os resultados das investigações científicas produzidas pelos Programas de Pós-Graduação pudessem ser articulados com as necessidades de atletas, técnicos e demais segmentos esportivos, a Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, organizou o Fórum Olímpico 2000.

Desde então, as universidades brasileiras em parceria com a AOB/COB, organizaram três Fóruns Olímpicos: Rio de Janeiro (2002), Curitiba (2003) e São Paulo (2004). Para o ano de 2007, está prevista a realização da sexta edição do Fórum Olímpico, que será organizado por ocasião dos XV Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro.

Para atender à necessidade de desenvolvimento descentra-lizado, foram organizados eventos regionais. Em 2003, ocorreu o I Fórum Olímpico Gaúcho, em Porto Alegre. No ano seguinte, na mesma cidade, realizou-se a segunda edição. Em São Paulo, aconteceu o I Seminário em Estudos Olímpicos em 2005.

5 | Grupos de Pesquisa em Estudos Olímpicos

A participação de pesquisadores brasileiros em eventos da AOI despertou o interesse da comunidade acadêmica em investigar tópicos relacionados ao Esporte Olímpico e ao

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Olimpismo. Alguns programas de pós-graduação criaram linhas e grupos de pesquisa orientados para essa área. Atualmente existem 10 Grupos de Estudos Olímpicos localizados em universidades de 6 estados brasileiros:

• Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Rio Grande do Sul);

• Universidade Bandeirante (São Paulo);

• Universidade Federal do Espírito Santo (Espírito Santo);

• Universidade Federal de Juiz de Fora (Minas Gerais);

• Universidade Federal do Paraná (Paraná);

• Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Rio Grande do Sul);

• Universidade Gama Filho, com dois grupos cadastrados (Rio de Janeiro);

• Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo);

• Universidade de São Paulo (São Paulo).

Além dos grupos acima mencionados, constam no Brasil duas entidades voltadas aos Estudos Olímpicos que congregam diferentes universidades:

• Organização-Não-Governamental Pierre de Coubertin;

• Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin.

Vários trabalhos de mestrado e doutorado encontram-se em andamento. Outros, já concluídos, trouxeram contribui-ções importantes à compreensão do Olimpismo nas esferas nacional e internacional.

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6 | Referências

COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO. Disponível em: <http:// www.cob.org.br>. Acesso em: 10 ago. 2006.

HATZIDAKIS, G. Participação Brasileira na Academia Olímpica Internacional. In: TAVARES, O; Da COSTA, L (Eds). Estudos Olímpicos. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 1999.

INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTE. International Olympic Academy: Foundation - Perspectives - Activities. Lausanne: C. O. I., 1992.

MÜLLER, N. International Olympic Academy. 30 years of IOA as mirrored by its lectures 1961 - 1990. Lausanne: I. O. C., 1992.

TAVARES, O. et al. Estudos Olímpicos - Academia Olímpica Brasileira - Educação Olímpica. In: DaCOSTA, L. (Org.) Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

MESQUITA, R. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Revista Arquivos em Movimento. Disponível em: <http:// www.eefd.ufrj.br/revista/artigos/v2n1/

Referências

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