Utilização de espécies nativas
para a formação de florestas
plantadas
Silvio Henrique menezes gomesintrodução
Problemática
Porquê não há
expressividade quanto a plantios utilizando espécies
nativas?
Nativas
Exóticas
•
Não há grandes produtores e beneficiadores de sementes no mercado;
•
Certificação:
•
Lei de sementes e mudas (Lei n° 10.711 de 2003);
•
Registro no RENASEM;
•
Importância na coleta de sementes de qualidade e em quantidade
suficiente para produção de mudas;
Baixa variabilidade genética
Ausência de tecnologia:
Breve histórico sobre florestas plantadas
3 1904 primeiros trabalhos experimentais 1910 – 1966 plantados aproximadamente 470 mil ha. (80% em SP) 1966Incentivos Fiscais do Governo Federal (Lei n° 5.106 – FISET)
•Agências de desenvolvimento regional
•Programas de modernização industrial
•Crescimento das áreas plantadas •1987
•Término dos incentivos fiscais
Anos 2000
• Programa Nacional de Florestas (Programa Florestar – pouco efetivo) • O setor privado começa um
novo ciclo de expansão dos plantios no país.
Atualmente
• São 7,75 milhões de hectares de florestas plantadas;
• Aumento de 1,8% em relação em 2013.
Espécies nativas utilizadas em plantios
florestais no Brasil
6 Hevea spp. Schizolobium parahyba Araucaria angustifolia SFB, 2016; ABRAFExemplos com nativas em plantios florestais
7
Paricá (Schizolobium parahyba
var. amazonicum) Período mil ha 2006 41,1 2007 79,159 2008 80,177 2009 85,32 2010 85,47 2011 85,473 2012 87,901 Fonte: ABRAF
8
Ciclo de 5 anos
38 m³/há/ano
0,30 g/cm³ Densidade básica
9
Paricá
Rápido crescimento Alto grau de germinaçãoFuste
retilíneo
Desrama natural10 Araucária angustifólia
(Bertol.) Kuntze (pinheiro do paraná)
IMA de 10 a 30 m³/ha/ano
Estima-se 220 m³ de madeira por hectare em
15 anos
Ciclo de 20 anos para serraria 3x1m; 3x2m ou 3x3m H = 50 m DAP = 250 cm Fuste retilíneo
Aquecimento do mercado com nativas
no Brasil
11 Setor de Mudas 500 mil mudas comercializadas somente em 2013 Fonte: http://g1.globo.com/globo-news/cidades-e-solucoes/platb/2014/03/07/nova-temporada-o-mercado-de-mudas-de-arvores-no-brasil/Aquecimento do mercado com nativas no
Brasil
Destino da madeira em tora extraída em 2014, considerando o total de
madeira e a madeira proveniente de florestas naturais ou plantadas,
isoladamente
13
Demanda por lenha no Nordeste
14 Setores INDUSTRIAL e COMERCIAL 25,1 milhões/st/ano RESIDENCIAL 9,4 milhões/st/ano34,5 milhões/st/ano
Demanda por lenha no Nordeste
15
Representa 30% de sua matriz energética
Uma das principais atividades econômicas
Emprega 700 mil pessoas
Exploração de forma não sustentável
Descumprimento com a legislação
Sérios danos ao bioma Caatinga
Distribuição da área brasileira de plantios
florestais por cultura
Área florestal plantada na Bahia
UC’s na Bahia
SEMA, 2011
8,5% do território
Na categoria de uso sustentável
7,48%
No semiárido Estudos com espécies
Paradigmas na silvicultura com espécies
nativas
19Adaptabilidade
Ausência de tecnologia específicaLongos ciclos
Risco financeir o Valorização dos produtos Controle de pragas Tortuosidades CompetitividadeTentativas de plantios no semiárido
Prosopis juliflora
(Algaroba)
Solução ou problema?
Prós Contras
Rápido crescimento Madeira para lenha Recuperação de solos
Poder alelopático Colonização
Perda da biodiversidade nativa
Espécies nativas com potencial para o
semiárido
21
Fonte: Bing imagens; Campos Filho e Sartorelli, 2015
Myracrodruon urundeuva
(Aroeira do sertão) Mimosa caesalpiniaefolia (Sabiá) Pterogyne nitens (Madeira nova) R$ 137,67 a 570 o m³ R$ 50 o m³ R$ 103 a 370 m³
Espécies nativas na formação
de florestas plantadas
Mimosa tenuiflora (Mart.)Benth.
(Jurema preta)
Local: Fazenda Baixa Grande, em Limoeiro do Norte – CE Empresa: Carbomil Química S.A.
Data do plantio: 2003
Finalidade: Abastecer a fábrica de calcário que utiliza a lenha como fonte energética.
23 *Informações cedidas através de Relatório Técnico por Frans Pareyn
Instalação
25
Talhão em 2003
Talhão em 2005
Resultados (1º
Monitoramento)
“a precipitação explica em torno de 70% do volume cilíndrico
encontrado”
a vegetação se mantém em pleno crescimento aos 5 anos e a curva manteve-se crescente.
29
Resultados (2º
Monitoramento)
2009
Aos 7 anos de idade
Considerações gerais
31
O plantio de “Jurema preta” obteve excelente desempenho em comparação com os parâmetros da
Rede de Manejo Sustentável da Caatinga
Em comparação com a Caatinga manejada
Aos 7 anos de idade não
recomenda-se o corte raso
Não há estabilização da
curva de crescimento
Modelos e Arranjos em espécies arbóreas
nativas
Local: Selvíria – MS (UNESP de Ilha Solteira) Instituição: UNESP Ilha Solteira
Data do plantio: 1986
Finalidade: Fornecer sementes de progênies de
espécies nativas em plantios homogêneos e mistos. Fornecer ao agricultor alternativas de plantio de espécies nativas.
*Informações gentilmente cedidas pelo Dr. Mario Luiz Teixeira de Moraes, pesquisador da UNESP Ilha Solteira.
Características da Aroeira (Myracrodruon
urundeúva)
33
• Porte: Até 20 m no cerrado;
• Tem tolerância a secas temporárias;
• Velocidade de crescimento: moderado, com IMA de 5,6
m³/ha/ano. Em 9 anos atingiu 10,5 m de altura, em média;
• Indicações de plantio: Por semeadura direta ou por mudas nos
espaçamentos 2x2m ou 4x4m
• Madeira extremamente densa: 1,21 g/m³ considerada a madeira
mais resistente às intempéries do Brasil.
C R O Q U I D E U M R E F L O R E S T A M E N T O H E T E R O G Ê N E O À M A R G E M D O R E S E R V A T Ó R I O D A H I D R E L É T R I C A D E I L H A S O L T E I R A 1 4 9 4 3 6 1 5 1 3 2 1 2 1 0 7 8 1 1 9 1 1 8 2 1 2 7 1 0 4 1 1 3 6 1 4 3 5 9 1 1 7 1 2 4 3 8 6 1 0 1 4 1 3 5 1 2 7 6 1 4 8 1 3 5 1 0 9 2 1 1 3 1 4 1 2 1 0 8 7 3 6 4 1 2 1 2 9 1 1 1 4 1 3 5 1 1 8 2 6 9 1 0 1 2 7 4 1 3 3 1 1 4 5 5 1 2 1 1 7 2 6 1 3 1 8 3 1 0 4 9 1 4 9 1 1 1 7 1 3 5 4 8 1 4 1 0 1 2 6 2 3 1 1 4 5 1 1 7 9 6 4 3 8 1 2 1 0 1 3 2 9 3 7 1 4 1 2 1 2 8 6 1 3 4 1 0 5 1 1 1 8 6 1 1 2 1 2 1 3 3 4 1 0 5 1 4 7 9 O b s . : 2 = a r o e ir a T A B E L A 1 . D e s e n v o lv i m e n t o d a a r o e ir a e m p la n t i o s h e t e r o g ê n e o s N O G U E I R A ( 1 9 7 7 ) M O R A E S ( 1 9 9 7 ) L O C A L C o s m ó p o lis - S P S e lv ír ia - M S I D A D E 2 0 a n o s 1 1 a n o s A lt u r a 1 2 , 4 0 m 8 , 0 4 m ( 1 , 8 5 - 1 2 , 4 0 ) D A P 2 0 c m 9 , 0 3 c m ( 1 , 5 0 - 1 4 , 4 0 )
35 P L A N T I O H E T E R O G Ê N E O : D I S T R I B U I Ç Ã O A L E A T Ó R I A = A r o e i r a = C a n u d o - d e - p i t o 2 m 3 m = I n g á = C a p i t ã o - d o - c a m p o = I p ê
37 Aroeira: Plantio aleatório
P L A N T I O H O M O G Ê N E O = A r o e ir a 3 m 3 m M E S M O M O D E L O D E P I N U S E E U C A L Y P T U S Espaçamento 3x3 m
39
Avaliação dos caracteres de duas populações de Aroeira (Myracrodruon urundeúva) em sistema de plantio homogêneo. Adaptado de Baleroni et al. (2003)*
Ano da avaliação Caracteres
Populações Selvíria - MS Bauru - SP Média Média 2001 (13,5 anos) Altura (m) 9,35 9,00 DAP (cm) 7,83 9,05 F. do Fuste 4,32 4,85 Sobrevivência (%) 83,21 82,26 2002 (14,5 anos) Altura (m) 9,59 9,65 DAP (cm) 9,93 11,04 Circ. Basal 0,89 0,85
Mais próximo a uma elipse
Aroeira (Myracrodruon urundeúva) – Forma do tronco Plantio Homogêneo Classificação da tortuosidade (Forma do tronco) 1 ...10 Pior Melhor Baleroni et al. (2003) 41
43
44
Ano da avaliação Caracteres
Populações Selvíria - MS Aramina - SP Média Média 2001 (9,5 anos) Altura (m) 4,80 5,30 DAP (cm) 5,65 6,08 F. do Fuste 5,43 5,87 Sobrevivência (%) 96,79 97,25 2002 (10,5 anos) Altura (m) 5,16 5,62 DAP (cm) 5,82 6,18 Circ. Basal 0,97 0,97
Avaliação dos caracteres de duas populações de Aroeira (Myracrodruon urundeúva) em sistema de plantio consorciado. Adaptado de Baleroni et al. (2003)*
45
46
47 CONSÓRCIO COM PIONEIRA OU SECUNDÁRIA INICIAL
= M utambo = Aroeira = Angico
1,5 m 1,5 m
3
Aroeira x Mutambo x Angico Plantio de
Idade Caracteres Experimentos Heterogêneo Homogêneo Média Média 23 meses Altura (m) 3,74 3,52 DAP (cm) - - F. do Fuste 3,27 3,06 Sobrevivência (%) 97,44 97,22
Dados silviculturais de dois tipos de sistema de plantio datados de 1997. Fonte: adaptado de Oliveira et al. (2000)
Escala de notas para avaliação de forma de fuste da aroeira para os
51 Corte do angico
52
Teste de progênies de aroeira
(Myracrodruon urundeuva) em delineamento em leque (Nelder)
1,95 m²; 2,86 m²; 4,18 m²; 6,12 m²; 8,96 m²; 13,12 m²; 19,21 m²; 28,13 m² e 41,19 m²
Delineamento em Nelder
Myracrodruon urundeuva9
espaçamentos
Morais et al. (2011)53Altura
Delineamento em Nelder para Aroeira
Médias Sobrevivência
91%
3,43 m
Plantio puro no campo experimental
em Planalto da Conquista - BA
Local: Campo Agropecuário da UESB Data do plantio: 2007
Finalidade: testar o desenvolvimento de
espécies nativas com objetivo de produção, adaptabilidade e práticas silviculturais.
55 Pterogyne nitens
Características da madeira nova (Pterogyne
nitens)
DAP 50 cm 10 a 15 mSão adaptadas a solos com baixa fertilidade e calcários
Ocorrem naturalmente nos estados: AL, BA, CE, ES, MG, MS, MT, PB, PE, RJ, RN, SP
Características da madeira nova (Pterogyne
nitens)
57
• Madeira moderadamente densa (0,70 g/cm³);
• Espaçamentos sugeridos: 2x2m; 3x3m; 4,2m; 4x3m ou 4x4m;
• Ciclo de corte para serraria: entre 15 e 20 anos
• Crescimento: IMA 7,00 m³/ha/ano – Aos 20 anos, pode produzir
até 140 m³/ha
58
Avaliação das brotações da espécie
60 e 90 dias após o corte
93% das cepas
apresentaram brotações novas
Número médio de brotações por cepa e altura média das brotações de Pterogyne nitens aos 60 e 90 dias após o corte
30% 24%
Curvas de crescimento em altura de brotações de Pterogyne
nitens.
Tratamento 1 (preto) e no Tratamento 2 (branco).
Cepas originadas de árvores com maiores dimensões, propiciam
brotações com maior diâmetro e altura
Pinto et al. (2013) Correlação de Pearson (r) entre variáveis dendrométricas (das árvores originais e das
brotações) e número de brotações por cepa.
Considerações gerais
61