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SECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA FUNDAÇÃO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR DIRETORIA DE PROGRAMAS ESPECIAIS

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CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À CONSULTA PÚBLICA N. 13/2014 NOME DA INSTITUIÇÃO: FUNDAÇÃO PROCON-SP

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

ATO REGULATÓRIO: Consulta Pública n. 13/2014 – Processo n. 48500.006442/2011-16

EMENTA: Redes subterrâneas de distribuição de energia elétrica. Investimentos e cobrança de tarifas.

Questões para as distribuidoras e

demais interessados

CONTRIBUIÇÃO

11) Tendo em vista que é esperada uma

melhora na continuidade do fornecimento ao se converter as redes aéreas em subterrâneas, os padrões de qualidade para as redes subterrâneas deveriam ser diferenciados?

O consumidor tem o direito de receber o serviço de energia elétrica com excelência no padrão de qualidade, independentemente de ser aérea ou subterrânea.

Para tanto, o fornecedor deve estar constantemente buscando soluções para sanar as falhas na prestação do serviço, que se mostra deficitário, em razão de oscilações de tensão, interrupções no fornecimento, acidentes com a fiação elétrica, dentre outros.

Questões para os consumidores

CONTRIBUIÇÃO

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pouco importante ou irrelevante?

- poderá haver uma diminuição dos gastos com a manutenção da rede, que não ficará exposta aos eventos climáticos (trovoadas, fortes chuvas e ventos de alta intensidade) que provocam ruptura de cabos elétricos;

- uma possível redução dos pedidos de ressarcimento por danos a equipamentos elétricos, visto que a rede ficará menos suscetível a eventos que provocam a interrupção do serviço decorrentes de queda de energia e descargas elétricas;

- a possibilidade de oferecer um serviço mais seguro para a sociedade, evitando acidentes com os fios de alta tensão e as ações de indenização que são ajuizadas em razão disto; - obsta atos de vandalismo, reduzindo gastos das concessionárias para reparar danos ocasionados por estas práticas;

- dificulta o furto de energia elétrica (“gato”), que dá um prejuízo anual de bilhões de reais para o país, conforme dado divulgado na Cartilha “Uso Indevido de Energia Elétrica”, elaborada pela Aneel.

2) Em sua opinião, qual é o principal motivo

para que sejam realizados os investimentos em redes subterrâneas: melhora urbanística; melhoria na qualidade da energia; aumento da segurança (por exemplo, segurança contra acidentes); valorização imobiliária?

A melhoria na qualidade da energia e o aumento na segurança do serviço são fatores preponderantes para que sejam realizados os investimentos em redes subterrâneas.

De acordo com o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor tem o dever de prestar serviço adequado, eficiente, seguro e, quanto aos essenciais, contínuos.

Analisando a segurança oferecida pela rede elétrica aérea, podemos afirmar que são iminentes os riscos de acidentes envolvendo os fios de eletricidade, desde colisões com os postes, até crianças soltando pipas, que em decorrência da descarga elétrica provocada, pode causar queimaduras, fibrilação cardíaca ou até mesmo a morte.

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Assim, viabilizar a construção de uma rede de distribuição subterrânea de energia elétrica, traria ganhos para a segurança do serviço prestado, à medida que os fios de alta tensão não estariam expostos, minimizando o risco de acidentes.

No que tange ao dever de prestar o serviço de forma contínua e ininterrupta, é incontroverso que o consumidor, não raras vezes, é surpreendido com a suspensão do fornecimento de energia elétrica, que na maioria dos casos é decorrente de chuvas e ventos de alta intensidade que provocam a queda de galhos de árvores na rede elétrica convencional, ocasionando a interrupção do serviço. Dependendo da extensão do dano, o serviço pode demorar horas ou até mesmo dias para ser reestabelecido.

Recentemente, 130 mil clientes da Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE) tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido, após o temporal e rajadas de vento que atingiram a área de concessão da distribuidora em 20/12/2014, sendo que até as 12:00 horas do dia 22/12/2014, 10 mil clientes ainda permaneciam sem energia (dado extraído do sítio eletrônico da CEEE, disponível em

http://www.ceee.com.br/pportal/ceee/Component/Controller.aspx?CC=71031).

Não se trata de um fato isolado, mas sim de uma realidade enfrentada pelas concessionárias de energia elétrica em geral, a exemplo da empresa AES Eletropaulo, que se pronunciou acerca do forte temporal que atingiu a cidade de São Paulo entre os dias 28 e 29/12/2014, ocasionando a queda de 128 árvores sobre a rede elétrica e mais de 3.000 raios atingiram sua área de concessão, tendo que disponibilizar 2.000 eletricistas para efetuar reparo nos locais com fornecimento suspenso, que não foram quantificados pela empresa (Fontes:

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http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/12/1568232-apos-chuva-

http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/sao-paulo-perde-390-arvores-com-duas-chuvas-em-menos-de-24h,a9e6e1ee95b9a410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html).

Conforme dados publicados pela referida concessionária, no ano de 2011 a queda de galhos e árvores na rede elétrica foi responsável por 56% das interrupções de energia registradas na área de concessão da distribuidora.

De acordo com Informações Técnicas disponibilizadas no sitio eletrônico da ANEEL, visando manter a qualidade na prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, a Agência Reguladora exige que as concessionárias mantenham um padrão de continuidade, estabelecendo limites para os indicadores coletivos de continuidade, DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora).

Ocorre que ao analisar estes indicadores nas concessionárias em atividade, verificamos que as metas de qualidade não são atingidas em diversas regiões.

Exemplificando, no ano de 2013 a Concessionária Ampla, que atua na região Sudeste e atende 2.767.703 de consumidores, dos 85 conjuntos pelos quais ela é responsável pelo fornecimento de energia elétrica, 78,82% ultrapassaram o limite indicador DEC e 35,29% ultrapassaram o limite FEC.

Assim também a concessionária AES Eletropaulo, que atende 6.593.146 consumidores na região Sudeste, dos 138 conjuntos pelos quais ela é responsável, 42,02% ultrapassaram o limite DEC, chamando atenção para os conjuntos do Cambuci, Granja Julieta, Imigrantes e Vargem Grande que extrapolam em mais de 50% o limite estabelecido pela ANEEL.

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Portanto, é premente a necessidade de que sejam adotadas ações que busquem alcançar níveis de excelência na prestação dos serviços de eletricidade, garantindo a regularidade, continuidade e eficiência.

Considerando que o enterramento da rede elétrica proporciona a proteção dos fios de fatores climáticos, que estão dentre os principais causadores das interrupções de energia, a tendência é a redução de ocorrências de suspensão do fornecimento e consequente elevação dos indicadores de qualidade estabelecidos pela Agência Reguladora.

Não obstante as considerações anteriores, as concessionárias serão beneficiadas com a redução dos custos de manutenção, visto que não haverá necessidade de deslocamento de profissionais e compra de materiais para consertar os estragos causados pela contingência.

3) Você estaria disposto a custear o

investimento em redes subterrâneas? Qual a forma de custear os investimentos você considera melhor: criação de uma tarifa específica, contribuição direta do beneficiado; outro método?

Não cabe ao consumidor custear o investimento em redes subterrâneas, tendo em vista que ele é titular do direito de receber o serviço público de energia elétrica com qualidade, ao passo que compete ao fornecedor prestar o serviço com regularidade, continuidade, eficiência, atualidade, generalidade, cortesia e modicidade das tarifas (artigo 6º da Lei 8.987/1995).

Neste ponto, cumpre ressaltar que a atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.

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consumidor através do pagamento de tarifas diferenciadas, visto que ele já paga para receber o serviço com as características que a lei lhe confere.

Destarte, conforme mencionado na folha 8 da Nota Técnica nº 0098/2014-SRD/ANEEL, pesquisa AES/Datafolha, realizada em abril de 2012 no âmbito do Projeto de P&D da Eletropaulo, a maioria dos consumidores não estão dispostos a perceber aumento tarifário para viabilizar o enterramento de redes.

Apesar do investimento inicial, o valor gasto para o enterramento da rede aérea seria amortizado a médio e longo prazo, pela melhoria do sistema, o que acarretaria um menor dispêndio para as concessionárias, seja a título de reparo emergencial ou manutenção periódica.

Outrossim, considerando que o descumprimento dos índices coletivos de continuidade (DEC e FEC) obriga as concessionárias a ressarcirem os consumidores através de descontos nas faturas, com o aumento da qualidade no fornecimento de energia elétrica, possível através de investimentos nas redes subterrâneas, o fornecedor poderá vislumbrar uma diminuição nesta compensação.

Referências

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