MARATONA
DE CARTAS
2017
Defender os direitos humanos é hoje um
ato de coragem, não deixe que se extinga.
No mundo em que vivemos, de realidades em constantes mudanças e de graves ameaças aos direitos humanos, é cada vez mais urgente que as pessoas que defendem os direitos humanos sejam também elas protegidas.
Atualmente, estes defensores arriscam a sua segurança para defender os direitos de outros,
todos os dias. Defendem liberdades, desafiam as injustiças e lutam para garantir que todos são tratados de forma justa. A este grupo de corajosos a Amnistia Internacional dedica a sua nova campanha BRAVE
e esta edição da Maratona de Cartas.
As nossas palavras, cartas e ações têm mais poder do que imaginamos. Com a vossa participação
pressionamos governos para que seja tomada ação imediata em defesa dos direitos humanos, e de quem os defende. Num mundo de incertezas, a Maratona de Cartas representa a oportunidade de nos fazermos ouvir ainda mais alto e de chegar ainda mais longe pelos direitos humanos.
Juntem-se a nós!
AS NOSSAS PALAVRAS TÊM MAIS PODER
O QUE É A MARATONA DE CARTAS?
Decorre durante o último trimestre de cada ano, altura em que se assinala o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a 10 de dezembro. Milhões de pessoas em todo o mundo assinam e enviam cartas em prol de pessoas e comunidades em risco.
A Maratona de Cartas é o
maior evento de direitos
humanos organizado pela
Amnistia Internacional.
NÃO ESTAMOS SOZINHOS NA DEFESA DOS
DIREITOS HUMANOS!
2010
5 6112011
11 0872012
42 8062013
96 1862014
150 4362015
170 550 nr. assinaturas PORTUGAL / 2016265 665
CARTAS
MUNDO / 20164 660 774
CARTAS
O objetivo da
Maratona de Cartas
é sensibilizar para os casos selecionados, o que poderá resultar
numa melhoria das condições de vida destes defensores de direitos humanos, simplesmente através da
assinatura e envio de cartas. Com a participação de todos, enviamos milhões delas todos os anos.
11 087
42 806
96 186
150 436
170 550
265 665
Em 2016, foram enviadas 265 665 cartas de Portugal, que contribuíram para um total de 4 660 774 cartas a nível mundial!
QUE MATERIAIS EXISTEM?
• Todos os materiais devem ser solicitados à Amnistia Internacional, através do envio do formulário para o efeito, devidamente preenchido.
• Podem pedir esse formulário enviando um email para a.farias@amnistia.pt ou preenchendo o formulário aqui
• Cartas A5 para assinatura individual, de cada caso
• Abaixo-assinados A4, de cada caso
• Planos de aulas
• Brochuras informativas de cada caso
• Autocolante geral da Maratona de Cartas
• Poster geral da Maratona de Cartas
• Lanternas para suporte de velas sobre cada um dos casos
• Vídeos (disponíveis em breve)
Nota: As cartas A5 e os abaixo-assinados A4 contêm o mesmo texto, e ambos estão escritos e prontos para assinar.
Ao pedir os materiais, por favor indiquem as quantidades para cada caso. Por exemplo, se pretenderem 100 cartas por caso, deverão escrever 100x5 uma vez que existem 5 casos diferentes.
O QUE É PRECISO FAZER?
SITE
LOCAL
DIVULGAÇÃO
• A grande ação da Maratona de Cartas consiste em dar a sua assinatura, o seu nome.
• Poderão fazê-lo no nosso site ou com uma ação de recolha de cartas. Ambas têm a mesma força e a
mesma validade em prol da defesa dos direitos humanos.
• Poderão organizar a Maratona no local que lhe for mais conveniente. • Recomendamos um local central na escola, um auditório, polivalente, biblioteca ou as salas de aulas.
• Toda a divulgação permite conseguir mais assinaturas e na Maratona de Cartas todas elas contam!
• Quer seja através do site da escola ou da universidade, blog, redes sociais, rádios ou jornais, é importante que ninguém fique indiferente.
O QUE É PRECISO FAZER?
SUGESTÕES DE AÇÕES DE RECOLHA DE CARTAS
• Sessão de educação para os direitos humanos (pode solicitar que um representante da Amnistia Internacional se desloque ao seu estabelecimento, aqui 1);
• Sessão de cinema;
• Encenação de um caso através de teatro, dança ou música;
• Debate ou tertúlia de esclarecimento;
• Festa de celebração do Dia
Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro);
• Recolha de cartas com familiares e amigos;
• …. (deixamos à sua imaginação)
1Existem estruturas da Amnistia Internacional em várias cidades do país que pode contactar diretamente para fazer um pedido de sessão.
A imaginação não tem limites, e atentando às sugestões que nos
chegam todos os anos, repetimos o apelo:
façam-nos chegar fotografias
das vossas recolhas de
assinaturas!
Elas inspiram e motivam a
continuarmos o trabalho em prol
dos direitos humanos.
• Num local central da escola coloque a informação sobre os casos da Maratona, assim como as cartas que se encontram já escritas e prontas a ser assinadas. Estas cartas são enviadas para a escola, mediante pedido da mesma.
• É possível apresentar os casos também em contexto de sala de aula, através de atividades de
educação não formal, ou desafiando os alunos a introduzirem os casos da maneira mais original que conseguirem.
• Convidem toda a comunidade escolar a assinar as cartas.
• Em alternativa, peça às pessoas que assinem em:
• A Maratona de Cartas é uma
ótima oportunidade para as crianças e jovens terem um contacto mais ativo com os Direitos Humanos.
• Face à elevada taxa de sucesso, ao assinarem os casos sabem que estão a contribuir para o fim de injustiças e para um mundo melhor.
• Entre outubro, novembro e dezembro
COMO FUNCIONA?
PORQUE É IMPORTANTE?
QUANDO DECORRE?
QUEM PODE PARTICIPAR?
Todas as pessoas podem participar, e não existe
limite máximo de idade.
No entanto, atentando à capacidade de sensibilização e dos detalhes de cada caso, bem como da maturidade do público-alvo, tem sido prática que participantes com mais de 14 anos assinem as cartas.
Não é exigido qualquer documento de identificação para a assinatura em papel, e é apenas necessário a confirmação de dados pessoais a maiores de idade no nosso site.
SABER QUE NÃO FOI ESQUECIDO
E QUE ALGUÉM QUE NUNCA
CONHECEU ESTÁ A LUTAR PELOS
SEUS DIREITOS TEM UMA FORÇA
INCRÍVEL, NÃO DUVIDE.
Para os mais jovens, apelamos a que sejam feitos postais que reencaminhamos diretamente para as pessoas visadas nos casos.
A experiência que temos dos anos anteriores diz-nos que estas ações de solidariedade e estes postais têm uma força incalculável.
E DEPOIS DE RECOLHEREM ASSINATURAS E
CARTAS PARA A MARATONA?
Todas as cartas deverão ser enviadas para o escritório
da Amnistia Internacional
• As cartas são posteriormente enviadas ou entregues em
Embaixadas em Portugal durante o final do mês de janeiro. Na ausência ou recusa destes representantes diplomáticos em receber as cartas, a Amnistia Internacional envia diretamente para o país visado ou para outras representações
AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL
Departamento de Campanhas
IMPORTANTE
• A Amnistia Internacional responsabiliza-se pelos custos que poderão surgir com o envio das cartas. Para o efeito, pedimos que o envio por correio seja
feito com pedido de fatura em nome de Amnistia Internacional Portugal e com o nosso número de contribuinte: 501 223 738.
1É muito importante que as faturas venham em envelopes separados dos de envios das cartas, já que no ano passado perderam-se
encomendas de cartas com os recibos no interior, o que dificultou o reembolso. • Pedimos que enviem as cartas
em pacotes ao invés de em cartas individuais para poupar os custos. Pedimos também para que estes pacotes sejam enviados com a
identificação da escola, e não do agrupamento a que pertence (no
entanto, num pacote de um dado agrupamento podem vir as cartas das várias escolas desde que
devidamente identificadas). O envio deve ser feito por correio normal.
• O recibo deve ser enviado numa
carta separada (em correio registado para evitar que se extravie e de forma a garantirmos o pagamento)
para a Amnistia com a indicação de qual é a escola e professor responsável pelo envio das cartas e a indicação do respetivo IBAN para o qual se deverá fazer o reembolso da despesa1.
• Em caso de alguma dúvida por favor contacte a.farias@amnistia.pt
CASOS DA
MARATONA
DE CARTAS
2016
ANNIE ALFRED
MALAWI
EREN KESKIN
TURQUIA
Ainda antes de a Maratona de Cartas terminar, o Presidente do Malawi reforçou as leis que visam proteger as pessoas albinas, decretando que todos os que a violassem fossem condenados a prisão perpétua. Além disso, o governo do Malawi distribui agora, de forma gratuita, protetor solar em vários hospitais e centros de saúde. Os protetores solares são muitas vezes inacessíveis à maioria da população com albinismo pelo que, anteriormente, apenas dois hospitais os providenciavam. Além disso, a Primeira Dama apadrinhou a Associação de Pessoas com Albinismo no Malawi, sensibilizando ainda mais para o tema.
“Posso dizer que as campanhas da Amnistia Internacional foram sempre o único apoio que tive. Em países como a
Turquia, onde a opinião pública não é muito forte, a solidariedade internacional é incrivelmente importante… (…). Se perdemos a nossa confiança na solidariedade, não temos mais nada a que nos agarrar. A Amnistia Internacional faz campanha pelos meus direitos, e acredito que é por isso que nunca estive em pré-detenção. Já o disse antes: vejo a Amnistia Internacional como os salvadores dos defensores de direitos humanos e, pessoalmente, preciso muito desta solidariedade. Faz-me sentir mais segura. É por isso que vos peço, ativistas, que nunca desistam de nós.”
MÁXIMA ACUÑA
PERU
SHAWKAN
EGITO
No Peru, o caso de sucesso de Máxima Acuña marca um
precedente histórico no trabalho de ativistas ambientais: O Supremo Tribunal de Justiça decidiu, após 5 anos, que as acusações de invasão
Apesar de Shawkan permanecer em detenção na Prisão de Tora no Cairo, foi-lhe garantido o acesso aos cuidados médicos de que necessita (uma das nossas exigências). O caso de Mahmoud Abu Zeid, mais conhecido como
“Shawkan”, continua a ser monitorizado de perto pela Amnistia Internacional, pelo que apelamos a que o seu caso continue a ser divulgado. Pode assinar aqui , e continuar a promover o seu caso. Lembremo-nos sempre: fotografar não é um crime!
“Estou agradecida por não estar sozinha. Tenho o apoio de tantas pessoas de todo o
mundo, de países tão diferentes…Obrigada
UM OBRIGADO POR EDWARD SNOWDEN
Apesar de Barack Obama não ter perdoado Edward Snowden, decidiu perdoar Chelsea Manning: uma enorme vitória por todos os whistleblowers.
Chelsea Manning foi um caso da Maratona de Cartas de 2014.
Continuaremos a defender Edward Snowden, numa campanha global cuja participação ultrapassou todas as expectativas.
“Quero agradecer-vos, humildemente e de coração cheio, pelo vosso apoio inabalável. Mais de um milhão de vocês disse a uma única voz que a verdade importa. A minha gratidão está para lá de qualquer expressão possível.
Apesar dos poderes dos nossos dias me mantenham longe de casa por mais alguns anos, o vosso apoio faz-me companhia durante a luta. Com cada ação vossa, estão a assinar a história de como pessoas comuns, bondosas e generosas, se uniram nos Estados Unidos e em todo o mundo para mudar o nosso futuro coletivo. Não existe maior honra do que estar lado a lado com o vosso espírito generoso.
É esse mesmo espírito que permitiu libertar Chelsea Manning, que finalmente pôde voltar a casa após sete longos anos de prisão, por ter cometido o crime de dizer a verdade. Vai ser essa mesma força que vai preservar as nossas liberdades civis, não apenas durante os próximos quatro anos, mas para as gerações seguintes. É essa mesma força que me inspira a nunca desistir, e a pedir-vos que se comprometam ao mesmo.
Imbuídos desse espírito imparável, convido-vos a continuarem comigo uma vez mais para protegermos os valores que representam a verdadeira grandeza dos nossos tempos.
Amigos, não se enganem: há injustiça neste mundo, mas não irá durar para sempre.
CASOS DA
MARATONA
DE CARTAS
2017
Vivemos atualmente numa era onde o medo, a divisão e a demonização ganham terreno.
À urgência de defender os direitos humanos soma-se agora a urgência em
defender todos os corajosos defensores que estão na linha da frente!
Nesse sentido, e no âmbito da nova campanha internacional BRAVE , todos os casos da Maratona de Cartas dizem respeito a defensores de direitos
Clovis Razafimalala adora a floresta tropical de Madagáscar. Este pai de duas crianças e ativista ambiental faz tudo o que estiver ao seu alcance para proteger as ameaçadas árvores cor de rubi, as árvores de pau-rosa. Contudo, nada
impedirá uma corrupta rede de traficantes de tentar silenciar Clovis e outros ativistas como ele. Motivados pelos milhares
de milhões de dólares que conseguem angariar através da venda ilegal desta árvore rara, Clovis e os restantes ativistas tentam corajosamente travá-los enquanto o governo ignora a situação. Apesar da existência de leis contra a sua venda, o mercado negro de pau-rosa está em crescimento, o que realça a importância dos traficantes para o efeito.
Infelizmente, o ativismo de Clovis tem um preço. Em setembro de 2016, Clovis foi detido, acusado de organizar um protesto
Apelamos ao ministro da justiça no Madagáscar para que a condenação de Clovis
Razafimalala seja anulada, e que os direitos de todos os defensores de direitos humanos sejam protegidos. Apelamos para que todos os traficantes sejam responsabilizados pelo comércio ilegal de pau-rosa.
violento. Várias testemunhas referiram que à hora do protesto ele estava num restaurante, mas essas testemunhas nunca foram inquiridas no decurso da investigação.
Esta não é a primeira vez que Clovis é considerado um alvo. Em 2009 a sua casa foi incendiada e tem sido frequentemente aliciado a receber
subornos para parar de defender a floresta tropical de Madagáscar, sendo que todas as ofertas foram recusadas.
Em julho de 2017, Clovis foi condenado, com recurso a acusações falsas, a uma pena suspensa de 5 anos. Encontra-se atualmente a cumprir pena suspensa em liberdade.
Clovis não vai parar, e o seu ativismo pode leva-lo para a prisão, a qualquer momento.
Em causa: Direitos ambientais; uso
abusivo da legislação; julgamentos justos; liberdade de expressão
Era suposto ter sido um dia normal para İdil Eser, diretora da Amnistia Internacional na Turquia. Estava numa formação de rotina para defensores de direitos humanos, em julho de 2017, em Istambul. Com ela estava a sua amiga e ativista Özlem Dalkıran, fundadora da secção da Amnistia na Turquia, fazendo agora parte da Avaaz e da Citizens’ Assembly.
Quando o terceiro dia do seu workshop estava a começar, a polícia invadiu o edifício e prendeu-as em conjunto com mais oito pessoas. A acusação? “Apoiar uma organização terrorista” – uma alegação absurda. A detenção dos 10 de Istambul seguiu-se à do Presidente da Amnistia na Turquia, Taner Kılıç, detido desde 9 de junho com uma
acusação igualmente inaceitável: a de ser membro de uma “organização terrorista organizada”.
Estas detenções são as últimas de uma série de esforços do governo turco em silenciar os seus críticos. Desde a tentativa de golpe de Estado de julho de 2016, mais de 150 000 pessoas encontram-se sob investigação criminal. Os 10 de Istambul dedicaram a sua vida a defender os direitos de outros. Defendem e promovem a liberdade, lutando para que todos na Turquia possam ser tratados de forma justa. Cada dia que estes
defensores de direitos humanos passem atrás das grades, é um dia a mais da atual violenta repressão de liberdades na Turquia.
Em causa: Direito à liberdade de
expressão; reunião e manifestação; julgamentos justos
Sakris Kupila nunca se identificou como uma mulher. Contudo, este estudante de medicina de 21 anos, enfrenta
perseguições diárias uma vez que os seus documentos de identidade afirmam que ele é mulher.
Sakris era ainda adolescente quando percebeu que o género que lhe foi atribuído à nascença não representava a pessoa que é. Ele escolheu um novo nome – considerado masculino – mas, segundo a lei finlandesa, as pessoas não estão autorizadas a ter um nome que corresponda a outro género que não o seu. Sakris teve de ser diagnosticado com um “distúrbio mental” para poder ter o nome que escolheu.
Este foi o seu primeiro passo para o reconhecimento legal da sua pessoa. Mas para que o seu género seja reconhecido e alterado na Finlândia, para além do diagnóstico de “distúrbio mental”
Apelamos ao primeiro ministro da Finlândia para alterar a lei e a apoiar os defensores dos direitos transgénero.
é também necessário submeter-se a um processo de esterilização. Estas exigências colocam em causa a reputação da Finlândia enquanto país tolerante e aberto.
Para Sakris a escolha era óbvia: ele opõe-se a este tratamento humilhante e exige a mudança da lei. Sakris refere que “os mais básicos direitos humanos de pessoas transgénero estão a ser violados na Finlândia”, e acrescenta “não só
somos discriminados pela sociedade como também pelo Estado”.
A luta de Sakris tornou-o alvo de ameaças e hostilidade. Mas ele não desiste! “Eu só paro quando a luta tiver terminado”, diz.
Em causa: Direitos LGBTI; direitos
sexuais e reprodutivos; identidade de género; discriminação; liberdade de expressão
Shackelia Jackson, uma corajosa ativista, não vai desistir. Quando o seu irmão Nakiea foi alvejado pela polícia em 2014, ela garantiu que investigadores independentes da Jamaica protegiam a cena do crime.
A polícia perseguia um suspeito de um assalto com “aspeto de rastafári”, e Nakiea correspondia a essa descrição. A polícia encontrou-o no seu pequeno restaurante e disparou.
Os homicídios perpetrados pela polícia são demasiado comuns na Jamaica e têm sobretudo como alvo os jovens e cidadãos mais pobres. Só na última década foram mortas cerca de 2000 pessoas.
Shackelia estava determinada a não deixar que a história de Nakiea terminasse aqui. Tem vindo a batalhar contra um sistema judicial muito lento,
processo, reuniu dezenas de pessoas cujos familiares foram assassinados de forma semelhante, ampliando o seu desespero por justiça. A polícia respondeu com intimidações e rusgas à sua comunidade, que sempre coincidem com as datas das audiências em tribunal. Também ela e a sua família já foram alvo de intimidações.
Mas Shackelia recusa-se a ser silenciada. Ela diz que estas tentativas apenas reforçam a sua crença de que o que faz está correto. “Eu luto porque não tenho outra escolha”, refere. “Parar significa que estou a dar autorização para que outro agente policial mate outro dos meus irmãos”.
Em causa: Excesso de força policial;
julgamentos extrajudiciais; julgamentos justos; discriminação; impunidade
Farid al-Atrash e Issa Amro querem o fim dos colonatos israelitas – um crime de guerra que resulta dos 50 anos de ocupação do território palestiniano. Israel transformou muitas partes dos territórios ocupados em áreas de acesso proibido a palestinianos, tornando impossível a sua livre deslocação. Em oposição, os colonos judeus israelitas podem circular livremente em todo o espaço.
Dedicados ao ativismo pacífico, Farid e Issa enfrentam ataques constantes por parte dos soldados israelitas e dos colonos. Issa incentiva os jovens palestinianos a encontrarem formas pacíficas de se oporem à ocupação de Israel e às leis discriminatórias em vigor na cidade de Hebron. Consequentemente, as forças israelitas já o prenderam mais de uma vez, tendo já sido agredido e
Apelamos ao primeiro ministro de Israel para que todas as acusações contra Farid e Issa sejam retiradas imediatamente.
submetido a deslocações e interrogatórios de olhos vendados. “As forças de
ocupação israelitas consideram-nos um alvo para nos silenciar”, referiu Issa. Por outro lado, Farid, um advogado que expõe os abusos quer das autoridades israelitas como das autoridades palestinianas, enfrenta abusos semelhantes.
Em fevereiro de 2016, Issa e Farid protestaram pacificamente na cidade de Hebron por altura do 22º aniversário do primeiro encerramento de umas das suas ruas a palestinianos, a rua al-Shuhada. Em Hebron, 200 000 palestinianos vivem reféns dos 800 colonos israelitas que vivem no centro da cidade. Os dois homens enfrentam agora acusações absurdas, claramente formuladas para impedirem que o seu trabalho em direitos humanos continue.
Em causa: Direito à liberdade de
expressão; reunião e manifestação; excesso de força policial; discriminação; detenções arbitrárias; impunidade; julgamentos justos
COMO FOI A
MARATONA
DO ANO
PASSADO?
2016
PORTUGAL
MUNDIAL
265 665
assinaturas181 ENTIDADES DE ENSINO
23 ESTRUTURAS DA AMNISTIA
INTERNACIONAL
8 INSTITUIÇÕES
1009 AÇÕES DE SOLIDARIEDADE
4 660 774
assinaturasAJUDAM-NOS A BATER ESTE RECORDE?
EM
AS NOSSAS ASSINATURAS CONTRIBUÍRAM
PARA O ENVIO DE
A NÍVEL
BATEMOS MAIS UM RECORDE
COM O ENVIO DE
FOI POSSÍVEL ATRAVÉS DE CENTENAS DE PARTICIPAÇÕES, ENTRE AS QUAIS DESTACAMOS
RECENTES DE SUCESSOS, ONDE A PARTICIPAÇÃO
DE TODOS FOI FUNDAMENTAL
MUHAMMAD BEKZHANOV
UZBEQUISTÃO
Muhammad Bekzhanov, um dos jornalistas detidos há mais anos em todo o mundo, foi liberto em fevereiro de 2017, após ter passado 17 anos atrás das grades. Centenas de pessoas escreveram a apelar pela sua liberdade.
“Receber as vossas cartas motivou-me verdadeiramente enquanto estava preso. Muito muito obrigado!”
MÁXIMA ACUÑA
CHELSEA MANNING
PERU
EUA
As acusações contra Máxima Acuña, uma camponesa e agricultora que desafiou uma das maiores empresas de mineração a nível mundial, foram retiradas em maio de 2017. Mais de 150 000 pessoas enviaram-lhe mensagens de solidariedade, de todos os cantos do mundo.
A whistleblower Chelsea Manning foi liberta em maio de 2017, após a sentença de 35 anos de que foi alvo ter sido encurtada pelo Presidente Barack Obama. Mais de 250 000 pessoas apelaram à sua libertação.
“Continuem a apoiar, a ajudar e não apenas a mim, ok?”
“Gostava de ter o tempo e a capacidade de agradecer a cada um de vocês por me terem dado um pouco mais de alegria em cada uma das vossas cartas!”
ERKIN MUSAEV
UZBEQUISTÃO
Após 11 anos de prisão, Erkin Musaev, foi liberto por ordem presidencial no dia 10 de agosto. Erkin tinha sido condenado a 20 anos de prisão, após ter sido detido com acusações politicamente motivadas a que se seguiu um julgamento injusto. Foi inclusive torturado e a sua família ameaçada ao longo destes anos. Milhares de pessoas apelaram à sua libertação.
“Quero expressar a minha mais profunda gratidão a todos os ativistas da Amnistia, bem como a todos os que me apoiaram e à minha família durante este período difícil. Esta é de facto uma grande vitória, para a qual a vossa contribuição foi indispensável! Muito muito obrigado por tudo o que fizeram por mim.”