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Aletheia 22, jul./dez

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Aletheia, n.22, p. 51-62, jul./dez. 2005

Relações entre estilos parentais e valores humanos:

um estudo exploratório com estudantes universitários

Marco Antônio Pereira Teixeira Franciella Maria de Melo Lopes

Resumo. Este estudo teve por objetivo explorar relações entre o estilo parental percebido na adolescência (autoritativo, autoritário, indulgente e negligente) e valores pessoais de jovens adultos no tempo presente, utilizando uma avaliação retrospectiva para os estilos. Participaram do estudo 173 estudantes universitários (com idades entre 18 e 25 anos), que responderam a um instrumento para classificar os estilos parentais e a outro para avaliar dez grandes dimensões de valores. Análises de variância mostraram diferenças para 8 dos 10 valores avaliados, o que sugere que os estilos parentais podem de fato estar relacionados ao desenvolvimento dos valores humanos. De um modo geral, os resultados indicaram que os estilos autoritativo e autoritário foram os que se associaram mais fortemente aos valores (apresentaram escores mais altos), enquanto o estilo negligente foi o que menos se associou (em geral apresentou escores mais baixos). Conclui-se que novos estudos são necessários para investigar com mais detalhes a as relações entre estilos parentais e valores.

Palavras-chave: valores, estilos parentais, adultez jovem.

Relationships between parenting styles and human values: an exploratory study with university students

Abstract. The aim of this study was to explore possible relationships between perceived parental styles in adolescence (authoritative, authoritarian, indulgent and neglectful) and human values among young adults (using a retrospective evaluation of parental styles). Instruments used to assess parental styles and values were answered by 173 university students (aged 18-25 years). Analysis of variance showed significant differences in 8 out of 10 values assessed, suggesting that parenting styles may in fact be associated to the develo-pment of human values. Overall results indicated that authoritative and authoritarian styles were the most strongly associated to values in general (higher scores), while the neglectful style showed the weakest associations (lower scores). It is concluded that more research is needed to investigate in details the relationships between parenting styles and human values.

Key words: values, parenting styles, young adulthood.

O impacto das variáveis familiares so-bre o desenvolvimento é um assunto que vem sendo cada vez mais investigado pela psico-logia. Entre os tópicos estudados encontram-se os estilos e práticas educativas parentais (por exemplo, Laible & Carlo, 2004; Lam-born, Mounts, Steinberg & Dornbusch, 1991; Meesters & Muris, 2004; Oliveira e

cols., 2002; Steinberg, 2001; Teixeira, Bar-dagi & Gomes, 2004). De uma maneira ge-ral, as pesquisas mostram que os estilos pa-rentais estão relacionados a diversos aspec-tos do desenvolvimento psicossocial de cri-anças e adolescentes, tais como auto-estima, ajustamento social, psicopatologia e desem-penho escolar (Steinberg, 2001).

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Os estilos parentais podem ser defi-nidos como um conjunto de atitudes e prá-ticas relacionadas às questões de poder, hi-erarquia, apoio emocional e estímulo à au-tonomia que os pais têm para com seus filhos, e que refletem em grande parte os valores que os pais consideram importan-tes e que tentam transmitir aos filhos atra-vés de suas práticas educativas (Darling & Steinberg, 1993). Um dos modelos de es-tilos parentais mais utilizados nas pesqui-sas foi elaborado por Maccoby e Martin (1983). Este modelo propõe a existência de duas dimensões fundamentais de prá-ticas educativas, denominadas exigência e responsividade. A exigência refere-se ao quanto os pais estão disponíveis para agi-rem como agentes socializadores de seus filhos, supervisionando e monitorando o comportamento, estabelecendo expectati-vas de desempenho, e exercendo discipli-na de modo consistente. As característi-cas da responsividade incluem as atitudes compreensivas que os pais têm para com os filhos e que visam promover o desen-volvimento da auto-afirmação dos jovens, principalmente através do apoio emocio-nal, da comunicação recíproca e do estí-mulo à autonomia. Uma vez combinadas essas duas dimensões, resultam quatro ca-tegorias de estilo parental: autoritário (pais altos em exigência e baixos em responsivi-dade), autoritativo (pais altos em ambas as dimensões), indulgente (pais altos em responsividade e baixos em exigência) e negligente (pais baixos em ambas as di-mensões) (Maccoby & Martin, 1983).

Darling e Steinberg (1993) sugerem que o predomínio da exigência, caracte-rístico do estilo autoritário, favorece que os adolescentes tenham um melhor de-sempenho em determinados aspectos do desenvolvimento, mas não garante que as metas ou motivações pretendidas pelos pais sejam internalizadas pelos adolescen-tes, uma vez que seu comportamento de-pende muito de um controle externo (no caso, os pais). Para os autores, é a caracte-rística da comunicação recíproca, do apoio e do incentivo à autonomia presente na

responsividade o que possibilita aos indi-víduos desenvolverem um senso de eu mais independente e autônomo, trazen-do o controle trazen-do comportamento para dentro de si mesmos através da internali-zação das metas e objetivos parentais.

É importante notar que os estilos re-ferem-se não apenas aos comportamentos específicos dos pais (comportamentos de controle e exigência ou apoio e incentivo), mas principalmente às suas atitudes mais gerais em relação aos filhos, ou seja, aos seus objetivos com o processo de educar (Darling & Steinberg, 1993). Dito de outra forma, os estilos estão relacionados com metas ou valores que os pais consideram importantes em suas próprias vidas e tam-bém na educação dos filhos. Em função disso, é possível que os estilos parentais sob os quais os jovens são criados apre-sentem relação com os valores que mais tarde serão considerados importantes pe-los indivíduos.

Os valores estão relacionados com as necessidades humanas, sejam elas biológi-cas, de sobrevivência, de bem-estar ou de relações interpessoais. Embora transcen-dam situações específicas, os valores funci-onam como guias do comportamento, fa-zendo com que as pessoas priorizem certas metas ou caminhos ao invés de outros (Ta-mayo & Schwartz, 1993). Um dos modelos teóricos sobre valores mais estudados atu-almente foi proposto por Schwartz e Bilsky (1987). Este modelo foi sendo modificado em virtude do resultado de estudos empí-ricos, e atualmente sustenta que os valores podem ser agrupados em dez grandes te-mas motivacionais, sendo que esta estrutu-ra de temas seria testrutu-ranscultuestrutu-ral (Tamayo & Schwartz, 1993). Os dez tipos postulados são os seguintes: hedonismo (associado à busca de prazer e gratificação sensual), auto-realização (relacionado à procura por sucesso pessoal e exibição de competência), poder social (ligado a necessidades de sta-tus, prestígio e controle), auto-determina-ção (associado à procura por independên-cia de pensamento, escolhas e ações), con-formidade (ligado a necessidades de

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cor-responder às expectativas sociais, contro-lando o próprio comportamento), benevo-lência (cuja meta motivacional é o bem-es-tar de pessoas próximas), segurança (rela-cionado à valorização da estabilidade soci-al e de si mesmo, bem como da integridade individual e de grupos de identificação), tradição (associado ao respeito e valoriza-ção dos costumes e ideais da cultura), esti-mulação (no qual importância é atribuída a busca de novidades, mudanças e excita-ção) e filantropia (ligado ao interesse pelo bem-estar de todos). O tipo motivacional chamado de filantropia por Tamayo e Schwartz (1993) foi denominado original-mente em inglês de universalism, e será cha-mado de universalismo neste trabalho, se-guindo a tendência de outros estudos (por exemplo, Gouveia, Martínez, Meira & Mil-font, 2001).

Cabe ressaltar que diversos estudos têm identificado a presença dessas dez gran-des dimensões em várias culturas, ainda que eventualmente alguns valores específicos tenham sido associados a tipos motivacio-nais diferentes (Schwartz, 1992). No con-texto brasileiro, o modelo já foi testado empiricamente e utilizado em algumas pes-quisas (Gouveia, Martínez, Meira & Milfont, 2001; Tamayo, 1994; Tamayo, Faria Filho, Tavares, Carvalho & Bertolinni, 1998; Ta-mayo & Schwartz, 1993).

Apesar da importância que os estilos ou práticas parentais podem ter para o de-senvolvimento dos valores humanos, foram localizados poucos estudos que tenham explorado especificamente essa questão na vida adulta; em geral os estudos têm como foco a adolescência. Por exemplo, Flouri (2004) observou uma relação negativa en-tre o envolvimento materno (um construto semelhante ao de responsividade) e o de-senvolvimento de valores materialistas em adolescentes. Em outro estudo, jovens cri-ados em um contexto paterno autoritário atribuíram maior importância ao valor po-der e menor importância ao valor univer-salismo do que filhos criados em um con-texto paterno não autoritário (Knafo, 2003). Foi localizado apenas um estudo que

focalizou a relação entre práticas parentais e valores na vida adulta. Kasser, Koestner e Lekes (2002) realizaram um estudo longi-tudinal para avaliar as relações entre expe-riências de criação no ambiente familiar e valores. O estilo parental (medidas de “ca-lorosidade” e “restritividade”) e o nível só-cio-econômico familiar foram avaliados quando os participantes tinham cinco anos de idade através de relatos dos pais. Depois, com 31 anos, os participantes completaram uma escala de valores que foram agrupa-dos em sete grandes domínios motivacio-nais: autodireção, maturidade, interesses pró-sociais, conformidade restritiva, segu-rança, desempenho e aproveitar a vida. Pos-teriormente, cada domínio foi correlacio-nado diretamente com as duas medidas de práticas parentais: a “calorosidade” e a “res-tritividade”.

A pesquisa mostrou que a calorosida-de e a restritividacalorosida-de medidas aos 5 anos ti-nham algumas correlações com os valores expressos aos 31 anos. Mais especificamen-te, a calorosidade correlacionou-se negati-vamente com o valor segurança. Por sua vez a restritividade correlacionou-se positiva-mente com o valor conformidade restritiva e negativamente com autodireção. Estas correlações mantiveram-se mesmo quando a variável nível sócio-econômico (aos 5 e aos 31 anos) foi estatisticamente controlada.

Segundo os autores do estudo, quan-do os contextos de desenvolvimento pro-vêm amor, encorajamento e aceitação das perspectivas únicas de cada pessoa e de seus desejos, as necessidades psicológicas dos indivíduos por autonomia e relações interpessoais são bem satisfeitas, o que faz com que aumente a probabilidade delas se orientarem em direção a ambientes onde elas possam se expressar, realizar os seus interesses e trabalhar para a construção de relacionamentos interpessoais. Segundo essa argumentação, estilos parentais demo-cráticos e calorosos podem ajudar as crian-ças a se sentirem confiantes que suas ne-cessidades de autonomia e contato huma-no serão contempladas. Esta satisfação, por sua vez, fortalece mais os valores

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intrínse-cos, que estão ligados a crescer como pes-soa, estar próximo aos outros, ajudar a co-munidade (Kasser, Koestner & Lekes, 2002). Em contraste, quando as pessoas ex-perimentam um ambiente de desenvolvi-mento frio, controlador e rejeitador, as opor-tunidades para auto-expressão e intimida-de são raras, e suas necessidaintimida-des são satis-feitas de maneira muito pobre. Como re-sultado, é pouco provável que desenvolvam autonomia e relacionamento interpessoal, possivelmente diminuindo o valor atribuí-do a esses aspectos da vida. Pelo contrário, pessoas criadas sob um alto nível de exi-gência possivelmente buscariam recompen-sas externas, tais como aprovação dos ou-tros e sentimentos de segurança (Kasser, Koestner & Lekes, 2002).

Darling e Steinberg (1993) colocam que um controle excessivo exercido pelos pais pode prejudicar a internalização por-que o indivíduo não cria uma referência interna, ficando dependente de uma au-toridade externa para estabelecer metas e atribuir valor a objetos e ações. Por exem-plo, um pai exigente em relação aos estu-dos, que cobra boas notas de um filho, pos-sivelmente faz isso porque acredita que tal comportamento é importante e desejável. Essa cobrança, contudo, pode ser boa ou ruim dependendo do contexto em que ela é realizada, do clima emocional da relação. Se esse pai realmente só exige, não ofere-cendo nenhum apoio emocional, o filho pode não vir a tirar boas notas por vonta-de própria e, sim, vonta-devido ao controle ex-terno. Possivelmente, jovens e adolescen-tes criados sob tal clima emocional venham a buscar mais o sucesso financeiro e a po-pularidade, valorizando mais a opinião alheia sobre si.

Diferentemente, os pais calorosos, autoritativos, podem cobrar boas notas e bom desempenho, mas também atendem as necessidades emocionais do filho, co-laborando com suas dificuldades e ser-vindo de apoio. O clima de comunicação bidirecional, onde o jovem compreende

as intenções dos pais em suas práticas parentais, possivelmente facilite a inter-nalização dos valores familiares e leve ao desenvolvimento de um padrão motiva-cional mais intrínseco.

Alguns estudos empíricos apóiam es-sas idéias. Kasser, Ryan, Zax e Sameroff (1995) observaram que os adolescentes cu-jas mães eram controladoras e frias eram especialmente mais propensos a dar impor-tância a valores externos como sucesso fi-nanceiro, enquanto os adolescentes com mães democráticas e calorosas valorizavam mais a auto-aceitação, a afiliação e o senti-mento de pertencer à comunidade. De maneira similar, Williams, Cox, Hedberg e Deci (2000) mostraram que adolescentes que percebiam os pais como sendo afetivos e dando incentivo para sua autonomia não eram voltados a objetivos relacionados às opiniões dos outros, como sucesso finan-ceiro, imagem e popularidade. Pelo contrá-rio, eram mais propensos a se preocupa-rem consigo mesmos e com valores que re-fletissem suas necessidades intrínsecas tais como auto-aceitação, afiliação e sentimen-to comunitário.

Como se pode observar, as relações entre estilos ou práticas parentais e valores vêm sendo pouco exploradas. Contudo, há evidências de que estas variáveis encontram-se correlacionadas, o que justifica o preencontram-sente estudo. Assim, o objetivo desta pesquisa foi investigar a existência de diferenças nos valores de jovens criados sob diferentes es-tilos parentais. Mais especificamente, explo-rou se o estilo parental percebido pelos su-jeitos quando eles tinham quinze anos de idade (avaliado retrospectivamente no tem-po presente) apresentava alguma relação com as preferências pessoais pelos tipos motivacionais de valores propostos em Ta-mayo e Schwartz (1993). A fim de limitar a distância temporal entre o tempo presente e o período selecionado para a avaliação retrospectiva (15 anos), a faixa etária dos participantes foi restrita ao período dos 18 aos 25 anos.

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Método Participantes

Participaram deste estudo 173 estu-dantes universitários de oito cursos (ciên-cias contábeis, psicologia, engenharia elé-trica, agronomia, veterinária, letras, mate-mática e fisioterapia), sendo que 61,3% eram mulheres. A média de idade dos par-ticipantes foi de 20,74 anos (desvio-padrão de 1,98), com uma amplitude que variou de 18 a 25.

Instrumentos

Foi utilizado um questionário para co-lher dados demográficos e avaliar os estilos parentais e os tipos motivacionais.

Estilos parentais. Os estilos parentais foram avaliados através das escalas de res-ponsividade e exigência propostas por Tei-xeira, Bardagi e Gomes (2004), que apre-sentam evidências de validade fatorial com adolescentes. Estas escalas são compostas por 12 itens cada, aos quais os sujeitos res-pondem através de uma escala tipo Likert de 5 pontos. São exemplos de itens: “Sabe aonde vou quando saio de casa”, “Me co-bra quando eu faço algo errado” (exigên-cia), “Se interessa em saber como eu ando me sentindo” e “Mostra interesse pelas coi-sas que eu faço” (responsividade). Para este estudo, as instruções foram adaptadas para que os sujeitos respondessem levan-do em consideração como seus pais agi-am quando eles tinhagi-am aproximadagi-amen- aproximadamen-te quinze anos de idade. Optou-se por re-quisitar uma avaliação conjunta da dupla parental uma vez que, em geral, se traba-lha com escores que representam a média de pais e mães, e também porque uma ava-liação temporalmente distante como a que foi solicitada tende a não ser muito preci-sa. Os índices de consistência interna (al-pha de Cronbach) obtidos nesta amostra foram 0,83 para exigência e 0,91 para res-ponsividade. A classificação dos estilos foi feita conforme a sugestão de Teixeira, Bar-dagi e Gomes (2004), ou seja, utilizou a mediana como ponto de corte para consi-derar um escore alto ou baixo em cada uma

das dimensões. Jovens que perceberam seus pais altos em exigência e baixos em responsividade, foram classificados no gru-po de estilo autoritário; os de pais altos em ambas as dimensões foram classifica-dos no grupo autoritativo; os com pais al-tos em responsividade e baixos em exigên-cia foram categorizados no grupo indul-gente e aqueles com pais com baixos esco-res em ambas as dimensões foram classifi-cados no grupo negligente.

Valores. Os valores foram avaliados através da escala sugerida em Tamayo e Schwartz (1993). Ela consta de 61 valores, sendo que a sua combinação permite a ava-liação de 10 tipos motivacionais compatí-veis com a teoria de Schwartz (1992). Os índices de consistência interna (alpha de Cronbach) obtidos para cada uma das es-calas de tipos motivacionais foram: 0,51 (autodeterminação), 0,67 (estimulação), 0,54 (hedonismo), 0,74 (realização), 0,74 (poder social), 0,61 (segurança), 0,59 (con-formidade), 0,60 (tradição), 0,74 (benevo-lência) e 0,76 (universalismo). Ainda que, de um modo geral, os alphas obtidos sejam baixos, eles estão de acordo com o que é relatado na literatura utilizando esse ins-trumento (Schwartz, 1992).

Procedimentos

Os cursos nos quais optou-se por rea-lizar a pesquisa foram selecionados por con-veniência, e o instrumento foi aplicado co-letivamente em salas de aula. Os participan-tes foram esclarecidos acerca da pesquisa e do caráter voluntário da sua participação, tendo sido obtidos termos de consentimen-to informado antes do preenchimenconsentimen-to do questionário.

Resultados

A fim de analisar diferenças nos dez tipos motivacionais de interesse entre os quatro grupos de estilos parentais, optou-se inicialmente pela realização de uma análise de variância de fator único (estilo parental) para cada tipo motivacional. No

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entanto, uma vez que nível sócio-econô-mico e gênero podem afetar os valores, algumas análises preliminares foram em-preendidas. Primeiro, a variável renda foi tomada como indicador de nível sócio-econômico e dicotomizada em dois ní-veis: até 2000 reais e acima de 2000 reais. A seguir foram realizadas análises de va-riância 2 x 4 (renda x estilo) para cada um dos tipos motivacionais a fim de veri-ficar se havia interação entre estes fato-res. Nenhuma interação significativa foi detectada (p>0,05), ou seja, eventuais efeitos dos estilos sobre os tipos motiva-cionais podem ser considerados iguais para ambos os níveis de renda. Da mes-ma formes-ma, realizaram-se análises de vari-ância 2 x 4 considerando-se os fatores sexo e estilo. Estas análises mostraram in-teração significativa (p<0,05) para os ti-pos motivacionais realização e

conformi-dade, indicando que os efeitos dos esti-los são diferentes entre os sexos. Portan-to, ao descreverem-se os resultados para estes dois tipos, o sexo será levado em consideração.

Feitas estas análises preliminares, re-alizaram-se então as análises de variância de fator único para cada tipo motivacio-nal, comparando os estilos. Uma vez que se trata de um estudo exploratório, op-tou-se por adotar um nível de significân-cia de 0,10 na interpretação dos resulta-dos, a fim de levar em consideração tam-bém tendências de efeitos. Quando a aná-lise inicial indicou a existência de dife-renças entre os grupos de estilo, análises posteriores foram realizadas com o méto-do da menor diferença significativa. A Tabela 1 mostra as médias, os desvios-padrão e os resultados das comparações estatísticas.

Tipo motivacional Estilo parental

____________________________________ Comparações A B C D Autodeterminação 5,18 (0,82) 5,19 (0,93) 4,91 (0,76) 4,76 (0,90) A, B > D Estimulação 3,86 (1,45) 3,32 (1,59) 3,43 (1,56) 3,73 (1,27) sem diferença Hedonismo 4,71 (1,93) 4,58 (1,55) 4,61 (1,52) 4,74 (1,29) sem diferença Realização 4,93 (1,08) 4,40 (1,07) 4,24 (1,25) 4,52 (1,16) interação sexo Poder social 3,61 (1,45) 2,84 (1,52) 3,00 (1,17) 2,98 (1,38) A > B, D Segurança 4,46 (1,12) 4,71 (0,99) 4,51 (0,80) 3,93 (0,88) A, B, C> D Conformidade 4,15 (1,39) 4,82 (0,94) 4,40 (1,13) 3,89 (1,07) interação sexo Tradição 3,29 (1,44) 3,90 (1,15) 3,26 (1,15) 2,99 (1,42) B > A,C, D Benevolência 5,06 (0,95) 5,25 (0,80) 5,08 (0,73) 4,62 (0,84) A, B, C >D Universalismo 4,34 (1,15) 4,59 (1,05) 4,62 (0,71) 4,11 (0,91) B, C> D Tabela 1 - Médias (desvios-padrão) e comparações de médias

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Os resultados para cada tipo motiva-cional apresentados na Tabela 1 são comen-tados a seguir.

Autodeterminação. Os grupos autori-tário e autoritativo obtiveram escores signi-ficativamente mais altos do que o grupo ne-gligente.

Estimulação e hedonismo. Não foram detectadas diferenças estatisticamente sig-nificativas.

Realização. Apresentou interação sexo x estilo. Análises posteriores mostraram que, entre os homens, o estilo autoritário (M=4,78) e o indulgente (M=5,05) obtive-ram escores significativamente mais altos do que o autoritativo (M=4,17). Entre as mulheres, o estilo autoritário (M=4,78) teve média mais elevada do que o indulgente (M=3,73) e o negligente (M=3,87). Além disso, homens e mulheres diferiram nos grupos indulgente e negligente, com os homens obtendo escores mais elevados do que as mulheres.

Poder social. O grupo autoritário apre-sentou escores mais altos do que os grupos autoritativo e negligente.

Segurança. Os grupos autoritário, au-toritativo e indulgente apresentaram esco-res significativamente mais elevados do que o grupo negligente.

Conformidade. Apresentou interação sexo x estilo. Análises posteriores mostra-ram que, entre os homens, o estilo indul-gente (M=5,13) obteve escore significati-vamente mais alto do que os estilos autori-tário (M=3,93) e negligente (M=4,11). Já entre as mulheres, o estilo autoritativo (M=4,86) teve média mais elevada do que os estilos autoritário (M=4,25), indulgente (M=3,94) e negligente (M=3,48). Em acréscimo, homens e mulheres diferiram nos grupos indulgente e negligente, com os homens obtendo escores mais elevados do que as mulheres.

Tradição. O grupo autoritativo apre-sentou níveis significativamente mais altos do que os demais.

Benevolência. Os grupos autoritário, autoritativo e indulgente apresentaram es-cores significativamente mais elevados do que o grupo negligente.

Universalismo. Os grupos indulgente e autoritativo obtiveram escores significativa-mente mais altos do que o grupo negligente.

Discussão

Observou-se que os grupos autoritá-rio e autoritativo valorizaram mais a auto-determinação do que o grupo negligente. Este tipo motivacional está relacionado às idéias de ação e pensamento independen-te (Schwartz, 1992), ou seja, de autonomia. O fato de que o grupo autoritativo tenha obtido um escore elevado é compreensível, pois uma das metas implícitas na educação autoritativa é o desenvolvimento da auto-nomia, na medida em que combina cobran-ça com estímulo à independência (Darling & Steinberg, 1993). Os pais autoritativos interagem com os filhos e os apóiam, valo-rizando suas idéias. Em vista disso, os fi-lhos tendem a tornar-se mais persistentes, confiantes e positivamente orientados para escolher, agir e pensar futuramente. Já o escore igualmente alto para autoritários é um tanto inesperado, pois a tendência ima-ginada para este grupo seria de apresentar menos autonomia. Nesse sentido, vale lem-brar que Kasser, Koestner e Lekes (2002) observaram uma correlação negativa entre restritividade parental e autodireção. Pode-mos pensar, contudo, que os aspectos de cobrança de responsabilidade presentes na exigência possam contribuir para a valori-zação da autonomia, pois assumir respon-sabilidade implica, de certo modo, ser um tanto independente na realização das tare-fas. Contudo, talvez o motivo pelo qual os filhos de pais autoritários valorizem a au-todeterminação seja para conseguir coisas extrínsecas, tais como bons salários, status, ou outras coisas materiais. O resultado mais baixo observado entre os de estilo negligen-te está de acordo com a linegligen-teratura, que mos-tra este grupo menos comprometido que os demais com diversos aspectos da vida (Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002). Para os tipos motivacionais estimula-ção e hedonismo não houve diferenças en-tre os grupos de estilos. A estimulação está

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relacionada à procura de novidades e ex-citação; já o hedonismo trata da busca de reconhecimento social através do prazer e da gratificação sensual (Tamayo & Schwartz, 1993). Poderíamos pensar que jovens criados sob estilo indulgente talvez valorizassem mais o prazer e a excitação com a vida, mas isso não foi observado. Uma explicação possível poderia ser a pe-culiaridade da amostra, pois são jovens que têm em média 20 anos de idade e estão na universidade. Para eles, este é um período de exploração e busca de prazer, ainda mais em um ambiente universitário que muitas vezes que estimula o aproveitar a vida e a satisfação de desejos. Assim, a igual valo-rização do hedonismo e da estimulação pode ter sido mais influenciada pelo con-texto atual e faixa etária dos sujeitos do que pelos estilos parentais sob os quais fo-ram criados. Não podemos esquecer que os jovens pesquisados estão saindo da ado-lescência e ingressando na fase adulta, um período em que a busca do prazer (espe-cialmente o sexual) costuma adquirir sali-ência. Um outro aspecto que pode ser con-siderado dentro dessa amostra é que pro-vavelmente muitos desses universitários saíram da casa dos pais para estudar em outra cidade, passando a viver coisas no-vas e estimulantes, o que põe experiências desse tipo em evidência para os jovens.

Quanto ao valor realização, a valori-zação foi diferente entre os sexos. Os ho-mens criados sob os estilos autoritário e indulgente valorizaram mais a realização do que os criados sob o estilo autoritati-vo. O escore mais alto do tipo autoritário é coerente com a idéia de que os filhos de pais autoritários voltam-se à obtenção de resultados socialmente valorizados, tais como o desempenho acadêmico (Lambo-rn & cols., 1991). Já o escore alto no gru-po indulgente é difícil de interpretar, gru-pois o estilo indulgente não se caracteriza por exigir coisas dos jovens que os façam que-rer demonstrar competência de acordo com os padrões sociais. O padrão obser-vado entre as mulheres, por outro lado, está de acordo com o que se esperaria, ou

seja, o estilo autoritário com escores mais altos do que o indulgente e o negligente. Em ambos os sexos, no entanto, devemos observar que se destaca o estilo autoritá-rio, o que vai ao encontro da idéia de que padrões sociais de realização (como am-bição, sucesso e competência) são objeti-vos pessoais cujo desenvolvimento pode estar ligado a uma alta exigência e uma baixa responsividade durante a educação na família.

Um padrão semelhante foi observa-do para o tipo motivacional poder social, que está relacionado a valores externos como ter riquezas, ter prestígio, ser in-fluente, ou ter autoridade. O estilo auto-ritário obteve um escore mais alto do que o autoritativo e o negligente. De fato, a literatura sugere que filhos de pais auto-ritários tendem a desenvolver um siste-ma de autovalorização baseado em crité-rios externos (Darling & Steinberg, 1993). Ou seja, os filhos de pais autoritários ten-dem a não construir um sistema de refe-rências interno exatamente porque eles são cobrados em relação ao seu desempe-nho “visível”, geralmente não sendo da-das oportunidades para que desenvolvam um sistema interno, que depende da au-tonomia. Eles vivem em um ambiente que não oferece o apoio emocional que preci-sam, e no qual não lhes é dado muitas vezes o direito de errar, de fazer por con-ta própria, e assim desenvolver a autono-mia (Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002). Ao contrário, os pais autoritativos fazem cobranças, mas dão oportunidades e o apoio emocional necessário, sendo essas as condições favoráveis para a ob-tenção da autonomia. Sendo assim, os fi-lhos de pais autoritativos possivelmente dão menos importância a indicadores “ex-ternos” de sucesso do que os filhos de pais autoritários.

O tipo motivacional segurança está relacionado a valores como senso de per-tencer, ordem social, retribuição de favo-res, ser saudável e limpo. Os filhos de pais negligentes tiveram escore mais baixo nesse tipo do que todos os demais

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gru-pos. O estilo negligente caracteriza-se por pais fracos tanto em controlar o compor-tamento dos filhos quanto em atender às suas necessidades e demonstrar afeto (Re-ppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2000). Dentro desse contexto, possivelmente fal-tem referências para o jovem desenvol-ver preocupações como, por exemplo, re-tribuição de favores, pois em seu ambi-ente familiar isso possivelmambi-ente não vem à tona; como conseqüência, isso acaba não sendo valorizado também. Além dis-so, pode-se pensar que adolescentes cri-ados sob o estilo negligente tenham um menor número de referências internas para guiar o seu comportamento, mos-trando-se pouco comprometidos com suas vidas em geral. Isso, por sua vez, pode levá-los a não valorizar aspectos re-lacionados à segurança, e até mesmo pre-dispô-los a comportamentos de risco. Por outro lado, no contexto dos outros esti-los, onde os pais passam um maior nú-mero de referências para seus filhos, es-tes se enquadram melhor dentro de nor-mas sociais e valorizam mais a segurança para si e seus familiares. Assim, pode-se pensar que a valorização da segurança está mais ligada a responsividade do que à exigência, o que poderia explicar por que o estilo autoritário não teve um esco-re significativamente mais alto como se poderia esperar. Cabe ressaltar que na pes-quisa de Kasser, Koestner e Lekes (2002), o valor segurança mostrou-se negativa-mente correlacionado com a calorosida-de parental (e não com a restritividacalorosida-de). Ora, calorosidade é exatamente o que fal-ta no estilo negligente, junto com restri-tividade (o estilo autoritário, embora tam-bém seja baixo em responsividade/calo-rosidade, tende a ser mais responsivo do que o negligente, até mesmo porque a exi-gência é, ao menos em parte, uma de-monstração do interesse dos pais para com seus filhos).

Para o tipo motivacional conformi-dade observou-se diferenças entre os se-xos. Este tipo está ligado a valores como ser respeitoso, ter boas maneiras e

cum-prir deveres. Entre os homens, o estilo in-dulgente exibiu escore mais alto do que o autoritário e o negligente; já entre as mulheres foi o estilo autoritativo que apre-sentou escore mais alto que o autoritário, o negligente e o indulgente. Esperava-se que o grupo de estilo autoritário tivesse escores mais altos para esse tipo motiva-cional (devido à presença de exigência sem estímulo à autonomia), mas foram estilos onde há responsividade que mostraram-se associados à conformidade (indulgen-te no caso dos homens e autoritativo no caso das mulheres). Um exame mais deti-do da definição deti-do tipo “conformidade” nos ajuda a pensar em possíveis explica-ções para esse resultado. Segundo Schwartz (1992), conformidade não sig-nifica simplesmente aceitar tudo ou con-cordar sem questionar. Refere-se muito mais a um certo autocontrole, uma res-trição que o indivíduo impõe a si mesmo e a seus impulsos, a fim de que as intera-ções sociais e a vida em grupo funcionem bem. Trata-se de interiorizar determina-das condutas sociais tidetermina-das como impor-tantes. Dessa forma, pais autoritativos, que ao mesmo tempo cobram e dão o apoio emocional necessário, contribuem para que seus filhos entendam o por quê de serem educados e obedientes, fazen-do com que os valores associafazen-dos a esses comportamentos sejam interiorizados. O mesmo possivelmente ocorre com os fi-lhos de pais indulgentes, ainda que, teo-ricamente, devessem valorizar um pouco menos a conformidade do que os filhos de pais autoritativos (mais uma vez o re-sultado entre os homens é difícil de ser explicado, embora deva-se notar que não houve diferenças entre indulgentes e au-toritativos). Já os filhos criados sob estilo autoritário possivelmente ajam de modo obediente e respeitoso devido às cobran-ças externas, como algo compulsório, e assim não cheguem a ver obediência e au-todisciplina como valores pessoais, o que explicaria os escores mais baixos.

A tradição, tipo motivacional que é identificado pelo respeito à tradição,

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hu-mildade, fé religiosa, moderação e ciência dos limites pessoais, mostrou um resultado semelhante ao do tipo anterior, com o gru-po autoritativo tendo um escore mais alto do que os demais (embora se pudesse ima-ginar que o estilo autoritário fosse apresen-tar o escore mais elevado). Uma possível explicação para isso é similar à anterior: pais autoritativos fazem com que os filhos compreendam melhor os objetivos dos pais e seus valores, facilitando assim sua inter-nalização e o reconhecimento da importân-cia dos mesmos.

Em relação à benevolência, observou-se que o grupo negligente teve um escore significativamente mais baixo que todos. Esse resultado sugere que a ausência de intervenções parentais (sejam de exigên-cia ou de responsividade) pode levar os jovens a não valorizarem (ou pelo menos valorizarem menos) aspectos como a ho-nestidade, a humildade, a prestatividade e a lealdade.

O tipo motivacional universalismo está ligado a valores como igualdade, harmonia interior, sabedoria, justiça social, entre ou-tros, que são valores que tendem a ser in-trínsecos. Os escores mais altos de autori-tativos e indulgentes indicam que esses va-lores estão mais estreitamente relacionados aos aspectos de responsividade envolvidos no estilo parental do que os de exigência (o estilo autoritário ficou numa posição inter-mediária).

De um modo geral, portanto, esta pesquisa mostrou que os estilos parentais possuem relação com os valores humanos expressos pelos indivíduos. Em especial, os resultados sugerem que os estilos au-toritativo e autoritário são os que se asso-ciam mais fortemente aos valores, enquan-to estilo negligente é o que menos se as-socia (em geral teve os escores mais bai-xos). Assim, parece que uma combinação, ainda que em graus variados, de exigên-cia e responsividade, são necessárias para o desenvolvimento dos valores. Em con-traste, o distanciamento parental típico do estilo negligente parece não favorecer

o desenvolvimento dos valores. Esse re-sultado confere com o já descrito em ou-tros estudos, onde o estilo negligente apre-senta os piores resultados em termos de indicadores de desenvolvimento psicos-social (Lamborn e cols., 1991; Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002; Stein-berg, 2001).

Por fim, deve-se reconhecer as limi-tações desta pesquisa. Em primeiro lugar, ela foi realizada com um grupo restrito de sujeitos que são os estudantes univer-sitários. Portanto, não é possível genera-lizar os resultados para outras popula-ções. Além disso, optou-se por recortes teóricos específicos no que diz respeito aos estilos parentais e valores; sendo as-sim, esta pesquisa, cujo caráter foi explo-ratório, de modo algum teve a pretensão de abarcar toda a complexidade destes dois temas, muito menos de chegar a con-clusões definitivas.

Questões metodológicas também pre-cisam ser consideradas. O instrumento de valores, por exemplo, apresentou alguns índices de consistência interna baixos. Embora isso seja comum na literatura so-bre valores, compromete um pouco a pre-cisão dos resultados obtidos e sua inter-pretação. Outro aspecto a considerar é o fato de as avaliações referentes aos estilos terem sido feitas de modo retrospectivo. Não há garantias de que as respostas dos sujeitos referentes à sua adolescência te-nham sido fidedignas, pois não apenas a memória é falha como ainda a percepção sobre as experiências passadas pode se modificar com o tempo. Ainda, é preciso lembrar que este foi um estudo compara-tivo entre grupos, e por isso não se pode inferir causalidade entre as variáveis. Ou seja, ainda que faça sentido pensarmos que são os estilos que “causam” ou “promo-vem” o desenvolvimento de certos valo-res, isso não foi testado especificamente nesta pesquisa. Com certeza muitos ou-tros fatores influenciam os valores, além dos estilos parentais. Apesar dessas limi-tações, este estudo atingiu o seu objetivo,

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que foi o de explorar as relações entre es-sas duas variáveis, e espera-se que novas pesquisas sobre o tema sejam realizadas no futuro.

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Recebido em maio de 2005 Aceito em julho de 2005

Autores: Marco Antônio Pereira Teixeira; Franciella Maria de Melo Lopes – Universidade Federal de Santa Maria.

Endereço para correspondência: E-mail: mapteixeira@yahoo.com.br

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