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REPRESENTAÇÃO OFICIAL PORTUGUESA 52ª Exposição Internacional de Arte Bienal de Veneza 2007

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REPRESENTAÇÃO OFICIAL PORTUGUESA

52ª Exposição Internacional de Arte

Bienal de Veneza 2007

Artista – Ângela Ferreira Curador – Jürgen Bock Pavilhão Português

Fondaco Marcello, San Marco 3425 (Calle dei Garzoni), Veneza www.iartes.pt/veneza2007

Inauguração da Representação Portuguesa: 8 de Junho – 18h00

Abertura ao público: 10 Junho – 21 Novembro 2007 11h00 – 19h00 (Encerra às segundas-feiras)

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REPRESENTAÇÃO OFICIAL PORTUGUESA

Ângela Ferreira é a artista que representa Portugal na 52ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, que se realiza de 10 de Junho a 21 de Novembro de 2007. A representação oficial portuguesa, organizada e produzida pelo Instituto das Artes, é comissariada por Jürgen Bock.

Ângela Ferreira (n. Maputo, 1958) expõe regularmente desde 1990. O seu trabalho é motivado por questões de natureza política, a partir das quais desenvolve uma análise sobre as relações e influências da história, em particular da história da arte, na arte contemporânea, utilizando o potencial comunicativo da arte neste processo de negociação.

As apelativas esculturas modernistas produzidas por Ângela Ferreira são frequentemente combinadas com textos, fotografias e vídeos. Estes trabalhos propõem um conjunto de reflexões sobre o que se tem conside­ rado como “dados adquiridos” na História da Arte.

A cidade de Veneza – com mais de um século de bienais e na qual as representações nacionais se instalam em edifícios “modernistas”, daí resultando intermináveis negociações com a (pós) modernidade – apresenta­se como o palco ideal para a exploração destas temáticas por Ângela Ferreira.

Com o projecto Maison Tropicale, a artista traça uma reflexão sobre a história colonial e as suas ressonâncias contemporâneas, pós e neocoloniais.

A exposição portuguesa realiza­se pela primeira vez no Fondaco Marcello, um espaço de excelente visibilidade localizado na margem do Grande Canal, entre as pontes da Accademia e de Rialto.

Para efectuar o download em alta resolução das imagens contidas neste dossier de imprensa, bem como de outras a disponibilizar brevemente, deverá aceder ao site do Instituto das Artes e clicar na imagem pretendi­ da: www.iartes.pt/veneza2007 excepção feita à fotografia de Bernard Renoux que pode ser adquirida em http://www.renoux­photo.com A Casa Tropical de Jean Prouvé fotografada por Bernard Renoux em Brazzaville em 1996. © Bernard Renoux

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Apoio

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AS CONSTRUÇÕES INVISÍVEIS DE ÂNGELA FERREIRA (*)

Fortemente motivada por questões do foro político, Ângela Ferreira é uma “investigadora” do uso de teorias, em particular de teorias de história da arte, e da sua relação ou do seu impacto na arte contemporânea, assunto cuja complexidade negoceia através do potencial de comunicação inerente à arte e com a qual a artista, subtilmente, estimula o observador a questionar os objectos que cria. Estes objectos adquirem a forma de esculturas modernistas esteticamente apelativas e executadas com rigor perfeccionista, sendo frequentemente apresentadas em instalações associadas a textos, fotografias e vídeos. Em consonância com a ideia de história da arte enquanto construção, o trabalho de Ângela Ferreira lança a dúvida sobre aquilo a que nos habituámos a considerar como “factos” dessa história, podendo­se então questionar, como Douglas Crimp já o fez: “Qual história? A história de quem? E uma história para que fim?” Veneza, como cidade com o historial único de mais de um século de bienais, com as suas mostras nacionais de arte e intermináveis negociações com o (pós) modernismo, é uma plataforma perfeita para Ângela Ferreira abordar estes assuntos. Nascida na antiga colónia portuguesa de Moçambique em 1958, Ângela Ferreira estudou na África do Sul do apartheid, mas desde o início da década de 1990 que vive entre Portugal e a África do Sul. A sua situação ‘em trânsito’ entre culturas – comum à identidade de muitos portugueses – impele­a à exploração intensiva dos diferentes universos do centro e da periferia, realçando a importância da perspectiva e do posicionamento do indivíduo e/ou do artista.

Conceptualmente, a obra de Ângela Ferreira pode situar­se entre a falência do modernismo nos denominados centros de difusão e o impacto contraditório da sua tentativa de implantação, pelos colonizadores, em África e noutras colónias e periferias em todo o mundo, onde o objectivo utópico da emancipação do homem combinado com o potencial da arte enquanto instrumento de crítica, motor crucial da vanguarda que se manifestou nesses centros, parece ter outra validade. O fim da vanguarda e das suas qualidades intrínsecas, a sua história e o impacto que esta teve, são agora discutidos nessas periferias, tendo o centro perdido a prerrogativa de proclamar a importância política do modernismo no que toca às noções de utopia e emancipação.

Parafraseando um teórico de arte contemporâneo, o trabalho de Ângela Ferreira não só sobrevive ao fim anunciado da vanguarda, como recupera a questão da emancipação e dos ideais utópicos ao reformular a crítica das utopias como uma crítica às utopias. O seu trabalho revela como ilusória a liberdade artística prometida pelo modernismo nos centros e, devido à falta de latitude política, como falsa a autonomia na periferia.

As ‘grandes narrativas’ apresentam­se agora estilhaçadas e sob a forma de inúmeros fragmentos mais pequenos. Por um lado, anseia­se por vezes por métodos familiares e confortáveis para classificar a vanguarda histórica, a cadeia interminável de estilos e metodologias claramente identificáveis com o ‘Estilo Internacional’ na arte moderna e na arquitectura. Por outro lado, o trabalho de Ângela Ferreira acentua as possibilidades que se abriram através das mudanças profundas a que essas narrativas estão a ser sujeitas. Ao desmontar as estratégias básicas e frequentemente dogmáticas das ‘verdades adquiridas’, o seu trabalho apresenta uma abordagem social, política e crítica aos resultados do modernismo, aos velhos centros da sua criação e às suas remotas consequências nas periferias. Em vez de se limitar a simular a metodologia modernista da

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análise profunda, a artista propõe como alternativa ‘local’ a aplicação desse método ao próprio modernismo. Estas preocupações de Ângela Ferreira materializam­se, como já se referiu, em ‘esculturas organizadas em instalações’, as quais, todavia, não se deixam conquistar pela política. A proposição crítica dos seus objectos não é imediata, antes fervilha subtil e imediatamente debaixo da superfície das suas belas esculturas, que assim se oferecem como espaço entre ‘o objecto e o político’, espaço esse que o observador é incentivado a ocupar. Ângela Ferreira não procura impor­nos uma lição. Em vez disso, estimula o nosso próprio imaginário político e o nosso pensamento crítico.

Jürgen Bock

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MAISON TROPICALE

O projecto Maison Tropicale de Ângela Ferreira reflecte sobre a história colonial e as suas ressonâncias contem­ porâneas, pós e neocoloniais. Durante a reorganização territorial levada a cabo pelos poderes coloniais em África após a II Guerra Mundial, o Ministério do Ultramar francês teve a oportunidade de promover, na sequência de um concurso, um projecto modernista de produção em massa de habitações esteticamente sofisticadas que permitisse um maior acesso da população a uma arqui­ tectura e design de qualidade, contando para isso com a colaboração do construtor francês Jean Prouvé, que criou um modelo de casas pré­fabricadas em módulos de alumínio. Os projectos de Prouvé nunca alcançaram o sucesso desejado na Europa, mas a possibilidade de instalar um grande número das suas habitações nas colónias africanas, conduziu ao desenvolvimento da sua “Casa Tropical”. Dos milhares de unidades inicial­ mente previstos, só três protótipos acabaram por sair da oficina do construtor. Em 1949, a primeira Casa Tropical foi enviada por avião para o Níger, sendo instalada na sua capital, Niamey. Duas outras casas foram transportadas para o Congo e instaladas em Brazzaville, em 1951. Com a (re)descoberta da “obra” de Jean Prouvé nos anos 1990, essas casas também suscitaram renovado interesse, tornando­se parte do processo de fetichização a que os objectos do construtor francês foram sujeitos pelo mercado do “design de época”.

Foi neste novo contexto que as três Casas Tropicais foram desmontadas e transportadas para França, onde foram restauradas, sendo posteriormente aí apresenta­ das, bem como nos Estados Unidos.

Esta é a história que se conhece da Casa Tropical de Prouvé e é neste ponto que começa a história da Maison Tropicale de Ângela Ferreira. A instalação apresentada no Pavilhão Português em Veneza convoca a desterritorialização destas casas, que não se situam em França ou nos Estados Unidos, nem no Níger ou no Congo, transformando­as num “contentor de História” em trânsito entre o mundo colonizador e o mundo colonizado; e depois – porque a artista faz a história de Prouvé regressar a África –, entre o mundo descoloniza­ do e o mundo pós­moderno, na sua realidade pós e/ou neocolonial. Na (re)encenação que faz dos locais que acolheram as construções de Prouvé em África, Ângela Ferreira sublinha os seus vestígios e a ausência das casas, agora evocadas nos objectos esculturais resultan­ tes da sua arquitectura modular e acumulados num espaço claustrofóbico, em deriva perpétua.

Jürgen Bock, Maio 2007 Maison Tropicale, 2007

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BIOGRAFIAS

Ângela Ferreira

Nasceu em Maputo, Moçambique, em 1958. Vive e trabalha em Lisboa e na Cidade do Cabo, África do Sul, desde 1992.

Ângela Ferreira expõe regularmente desde 1990. Das muitas exposições indivi-duais realizadas destacam-se: “Ângela Ferreira”, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (1990); “Sites and Services”, South African National Gallery, Cidade do Cabo (1992); “Double Sided I and II”, Fundação Chinati, Marfa, EUA e Íbis Art Centre, Nieu Bethesda, África do Sul (1996); “Casa Maputo: Um Retrato Íntimo”, Museu de Serralves, Porto (1999); “No Place at All / Em Sítio Algum”, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa (2003) e “Ran-dom Walk”, Galeria Filomena Soares, Lisboa (2005).

Tem também participado em exposições colectivas e bienais internacionais, entre as quais: 1a e 2a Bienal de Joanesburgo (1995 e 1997); Bienal de Istambul (1999); “Signs of Life”, Bienal Internacional de Melbourne (1999); “Squatters”, Museu de Serralves, Porto, e Witte de With, Roterdão (2001); “In the Meantime”, De Appel Foundation, Amesterdão (2001); “Continuare”, Bienal da Maia (2003); “Re-Location / Shake the Limits”, ICCA-MNAC, Bucareste (2004); “L’Universel? Dialogues avec Senghor”, Joal Fadiouth, Universi-dade de Dakar, Senegal (2004); “Territorio Oeste”, MACUF, Corunha (2006), “(Re)volver”, Plataforma Revólver, Lisboa (2006), e, em preparação, “Troca de Olhares”, Instituto Camões, Maputo (2007). Ângela Ferreira é professora convidada na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Jürgen Bock

Nasceu em Wuppertal, Alemanha, em 1962. Vive e trabalha em Lisboa desde 1993.

Curador independente, Jürgen Bock foi responsável, entre outros, pelo programa do 1.º Project Room do Centro Cultural de Belém (2000-2001), apresentando os artistas Eleanor Antin, Nathan Coley, Harun Farocki, Renée Green, Nuno Ribeiro, Allan Sekula e Heimo Zobernig, pela Bienal da Maia de 2003 e pela participação alemã na Trienal da Índia/Nova Deli de 2005, com o artista Andreas Siekmann. Concebeu e editou o livro Da Obra ao Texto – Diálogos sobre a Prática e a Crítica na Arte Contemporânea, com textos de vários autores (CCB, Lisboa, 2002), e organizou a publicação em Portugal dos volumes TITANIC’s wake, de Allan Sekula (versão portuguesa, Maumaus, Lisboa, 2003) e Negociações na Zona de Contacto, de Renée Green (Assírio & Alvim, Lisboa, 2003).

Jürgen Bock é director da Escola de Artes Visuais Maumaus, em Lisboa, e ensina no Mestrado de Práticas Artísticas Contemporâneas, da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.

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ÂNGELA FERREIRA

Nasceu em 1958, em Maputo, Moçambique. / Born in 1958, Maputo, Mozambique. Vive e trabalha em Lisboa. / Lives and works in Lisbon.

Exposições individuais / Solo exhibitions

2006

Angela Remix, La Chocolataria, Santiago de Compostela. 2005

Random Walk, Galeria Filomena Soares, Lisboa. 2003

Ângela Ferreira, Em Sítio Algum / Ângela Ferreira, No Place at All, Museu do Chiado – MNAC, Lisboa. Visitas Privadas MNSR, Galeria Luís Serpa Projectos, Lisboa.

2002

Visitas Privadas / Private Views, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto.

Zip Zap Circus School. Instalação de arte pública. / Public art installation. Institute of Contemporary Art. Cape Town.

2001

Pega 2000. Galeria Catete, Museu da República. Rio de Janeiro. Duas Casas. / Two Houses. Galeria Luis Serpa Projectos. Lisboa. 2000

Pega 2000. Módulo – Centro Difusor de Arte. Lisboa.

Sem título 1998 / Untitled 1998. ARCO Ifema (stand Galeria Luis Serpa). Madrid. 1999

Casa. Um retrato íntimo da casa em que nasci. / House. An intimate portrait of the house where I was born. Fundação de Serralves. Porto.

Sem título 1998. / Untitled 1998. Galeria Luís Serpa Projectos. Lisboa. La Lavanderia Fundació. Barcelona. 1998

Kanimambo. Escultura pública. / Public sculpture. Expo’98 – Exposição Mundial de Lisboa. Lisboa. 1997

Double Sided Part II. Ibis Art Center. Nieu Bethesda. South Africa. Amnésia. / Amnesia. Bienal Internacional das Caldas da Rainha. Portugal. 1996

Double Sided Part I. Chinati Foundation. Marfa. U.S.A. Reordering Reality. Módulo – Centro Difusor de Arte. Porto.

Marquises. Coincidências – Jornadas de Arte Contemporânea. Porto. 1995

Uma Escala, uma Sequência, o Engenho da Deriva e um Filme Retardado (A Scale, a Sequence, a Derivative Machine and a Retarded Film. Museu do Chiado – MNAC. Lisboa.

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1993

Sites and Services. Módulo – Centro Difusor de Arte. Lisboa. 1992

Sites and Services. The Annexe (Invited Artist Program). South African National Gallery. Cape Town. 1990

A Propósito de…. Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Lisboa.

Exposições Colectivas Seleccionadas / Selected Group Exhibitions

2007

AfterLife. Michael Stevenson Gallery. Cape Town.

Troca de Olhares / Exchanging Visions. Instituto Camões. Maputo. Moçambique.

Ana V, Armanda D, Angela F, Fernanda F, Maria L, Susannne T. Centro Cultural de Lagos. Portugal. An Atlas of Events. Fundação Gulbenkian. Lisboa.

2006

Territórios de Oeste / Western Territories. MACUF. Union Fenosa. La Coruña.

Às Portas do Mundo / At the Entrance of the World. Casa do Brasil. Maputo. Moçambique. Moving Still. Espace Videographe. Montreal. / Saw Video. Ottawa.

Re(volver). Plataforma Revólver. Lisboa.

L’Universel? Dialogues avec Senghor. Unesco. Paris. 2005

L’Universel? Dialogues avec Senghor. Culturgest. Lisboa. / Spacex­ Exeter. UK. Lágrimas / Tears. Mosteiro de Alcobaça. Portugal.

O Contrato Social / The Social Pact. Museu Bordalo Pinheiro. Lisboa

Às Portas do Mundo / At the Entrance of the World, Palácio D. Manuel. Évora. Portugal. 2004

L’Universel? Dialogues avec Senghor. Joal Fadiouth, Dakar University. Le Franchouk, Dunkerque, Senegal. Re-Location/Shake the Limits. ICCA­MNAC. Bucarest

1944-2004 – Cinquenta Anos de Arte Portuguesa / 1944-2004 – Fifty Years of Portuguese Art. Museu do Chiado­MNAC. Lisboa.

1980-2004. Museu de Francisco Tavares Proença Júnior. Castelo Branco. Portugal.

Horizontes – 20 anos 20 instalações / Horizons – 20 years 20 installations. Galeria Luis Serpa Projectos. Cordoaria Nacional. Lisboa.

2003

Video Brasil 2003. São Paulo.

Lisboa photo 2003. Galeria Luis Serpa Projectos. Lisboa. Continuare, Bienal da Maia, Maia.

2002

Diferença e Conflito. O Século XX nas Colecções do Museu do Chiado – MNAC. / Difference and Conflict. The 20th Century in the Museu do Chiado – NMCA Collections. Museu do Chiado – MNAC. Lisboa. Contemporary Art from Portugal. European Bank. Frankfurt.

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2001

Phoebus Gallery. Rotterdam. La Fabrica. Madrid.

In the Meantime…. De Appel Foundation. Amsterdam. Sul / South. Instituto Camões. Maputo.

Squatters. Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Porto. Squatters #1. Witte de With. Rotterdam.

Total Object Complete with Missing Parts. Tramway Gallery. Glasgow. Crossing the Line. Home Project. Lisboa.

Novas Aquisições e Doações 2000-2001. / New Acquisitions and Donations 2000­2001. Museu do Chiado – MNAC. Lisboa.

2000

Soft Serve 2: a Multimedia Art Event. South African National Gallery. Cape Town. Um Oceano Inteiro para Nadar. / An Entire Ocean to Swim On. Culturgest. Lisboa. More Works about Buildings and Food. Fundição de Oeiras. Portugal.

A. R. E. A. 2000. Kjarvalsstadir. Reykyavik. Initiare. Centro Cultural de Belém. Lisboa.

Colecção Banco Privado. Museu Arte Contemporânea de Serralves. Porto. 1999

A Geração de 1911. / 1911 Generation. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.

Tage der Dunkelheit und des Lichts. Zeitgenossische Kunst aus Portugal. Kunst Museum Bonn. Bonn. Signs of Life. Melbourne International Bienial. Melbourne.

The Passion and the Wave. Istanbul Biennial. Istanbul. Entremundos. La Rábida. Huelva.

Chambres, Rooms, Zimmer. Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Lisboa.

Colecção António Cachola. Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo. Badajoz. 1998

Navegar é Preciso. Centro Cultural de São Paulo. São Paulo. Bienal de Arte de Pontevedra. Pontevedra.

Colecção MEIAC. ARCO Ifema (stand Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo). Madrid.

Bienal AIP. Europarque. St. Maria da Feira. Portugal. Graft. Africus – 2nd Johannesburg Biennial. Cape Town. 1997

Prémio União Latina / União Latina Prize. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa. Pode a Arte ser Afirmativa? / Can Art Be Afirmative. Culturgest. Lisboa.

Sombras na Água. / Shadows on the Water. Galeria André Viana. Porto.

A Arte, os Artistas e o Outro. / Art, the Artists and the Other. Fundação Cupertino de Miranda. Vila Nova de Famalicão. Portugal.

Zonas de Interferência. / Zones of Interference. Karmeliter Kloster. Portugal­Frankfurt’97 (Frankfurt Buch Messe). Frankfurt.

1996

Artistas / Arquitectos. / Artists / Architects. Centro Cultural de Belém. Lisboa. Jetlag. Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Lisboa.

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1995

Arrivals / Departures. Africus – 1st Johannesburg Biennial. Museum Africa. Johannesburg. Peninsulares. Galeria Antoni Estrani. Barcelona.

1994

Depois de Amanhã. / The Day After Tomorrow. Centro Cultural de Belém. Lisboa. Acabamentos de Luxo / Luxury Finishes. Associação Portuguesa de Arquitectos. Lisboa. 1993

New Wood Sculptures. South African National Gallery. Cape Town. 1991

Recent Acquisitions. South African National Gallery. Cape Town.

National Sculpture – New Directions. Centre for African Studies – University of Cape Town. Cape Town. 1989

African Studies Festival. Centre for African Studies – University of Cape Town. Cape Town. Images of Wood. The Johannesburg Art Gallery. Johannesburg.

Bibliografia Seleccionada / Selected Bibliography Catálogos individuais/ Individual catalogues

Ângela Ferreira. Em Sítio Algum. / Ângela Ferreira. No Place at All. Lisboa: Museu do Chiado – MNAC / IPM, 2003.

Casa. Um retrato íntimo da casa em que nasci. Porto: Fundação de Serralves, 1999.

Uma Escala, uma Sequência, o Engenho da Deriva e um Filme Retardado. Lisboa: Museu do Chiado – MNAC / IPM, 1995.

Ângela Ferreira. A Propósito de…. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, 1990.

Textos em catálogos / Texts in catalogues

Perrier, Sophie – Afterlife. Cape Town: Hansa Print, 2007.

Carlos, Isabel – Troca de Olhares / Exchanging Visions. Lisboa: Instituto Camões, 2007. Oliveira, Filipa – (Re)volver. Lisboa, 2006.

Champesme, Marie – entrevista em / interview in L’Universel? Dialogues avec Senghor. France: Face à Face, 2004.

Lapa, Pedro – “A Viagem como Metáfora”. Ângela Ferreira. Lisboa: Museu do Chiado – MNAC / IPM, 2003. Renton, Andrew – Ângela Ferreira. Em Sítio Algum / Ângela Ferreira. No Place at All. Lisboa: Museu do Chiado – MNAC / IPM, 2003.

Marí, Bartomeu – “Around the Corner. A few reflections on Squatters”. Squatters #1. Rotterdam: Witte de With, 2001.

Sacramento, Nuno e / and de Bruijn, Hilde – In the Meantime. Amsterdam: De Appel Foundation, 2001. Carlos, Isabel. Initiare. Lisboa: Instituto de Arte Contemporânea / Centro Cultural de Belém, 2000. Lapa, Pedro – “Arte e Espaço Social”. More Works about Buildings and Food. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras, 2000.

Younge, Gavin – A.R.E.A. 2000. Kjarvalsstadir: A.R.E.A. 2000, 2000.

Fernandes, João – “Ângela Ferreira: O Retrato da Casa ou as Referências de uma Intimidade”. Casa. Um retrato íntimo da casa em que nasci. Porto: Fundação de Serralves, 1999.

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Carlos, Isabel – “Double Memory”. Tage der Dunkelheit und des Lichts. Zeitgenössische Kunst aus Portugal. Bonn: Kunst Museum Bonn, 1999.

Engberg, Juliana – Signs of Life. Melbourne: Melbourne International Biennial, 1999.

Pérez, Miguel von Hafe – “Identity – Architecture – Politics”. The Passion and the Wave. Istanbul: 6th Istanbul Bienal,1999.

Lapa, Pedro – “Um Lugar de Trânsito”. Arte Urbana Expo’98. Lisboa: Parque Expo’98 S.A., 1998. Fernandes, João – Arrival / Departures. Johannesburg: Africus – 1st Johannesburg Biennial, 1995. Lapa, Pedro – “As Máquinas do Tempo de Ângela Ferreira”. Uma Escala, uma Sequência, o Engenho da Deriva e um Filme Retardado. Lisboa: Museu do Chiado – MNAC / IPM, 1995.

Renton, Andrew – “A Sala de Espera e Outros Pontos de Partida”. Depois de Amanhã. Org. Isabel Carlos. Lisboa: Electa / Lisboa’94, 1994.

Sanches, Rui – “Conversa entre Rui Sanches e Ângela Ferreira”. Ângela Ferreira. A Propósito de…. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, 1990.

Livros / Books

10 Years 100 Artists – Art in a Democratic South Africa. Ed. Sophie Perryer. Cape Town: Bell­Roberts Publishing, Struik, 2005.

Bock, Jürgen e / and Low, Iain – Ângela Ferreira’s Zip Zap Circus School. Cape Town: ICA Cape Town, 2003. Visitas Privadas / Private Views. Porto: Museu Nacional Soares dos Reis / IPM, 2002.

Melo, Alexandre – Artes Plásticas em Portugal dos Anos 70 aos Nossos Dias. Lisboa: Difel, 1998. Pinharanda, João – Alguns Corpos, Imagens da Arte Portuguesa entre 1950 e 1990. Lisboa: EDP, 1998. Rankin, Elizabeth – Images of Wood, Aspects of the History of Sculpture in the 20th Century South Africa. Johannesburg: Johannesburg Art Gallery, 1989.

Williamson, Sue – Resistance Art in South Africa. Ed. David Phillip. Cape Town. London: Catholic Institute for International Relations, 1989.

Dictionary for South African Painters and Sculptors. Ed. Grania Ogilvie. Johannesburg: Everard Read Publishers, 1988.

Periódicos / Periodicals

Ávila, María Jesús – “Ângela Ferreira”. Espaços. Lisboa. 40. Janeiro / January 2005.

Bock, Jürgen – “Ângela Ferreira Museu do Chiado”. Art South Africa. Cape Town. V2.3. Outono / Autumn 2004.

Matteer, John – “Sonnets from the Portuguese”. Art Monthly Australia. Canberra. 176. Verão / Summer 2004. Vieira Jurgens, Sandra – “Aonde?”. PANGLOSS. Lisboa. 2004.

Vieira Jurgens, Sandra – “Ângela Ferreira”. ARQ./A Revista de Arquitectura e Arte. Lisboa. Ano / Year IV. Janeiro­Fevereiro / January­February 2004.

Marmeleira, José – “Ângela Ferreira”. Número Magazine. Lisboa. 20. Janeiro / January 2004. Vaz Fernandes, Francisco – “Ângela Ferreira”. DIF. Lisboa. 12. Outubro / October 2003.

Makeka, Mokena – “Ângela Ferreira Institute for Contemporary Art”. Art South Africa. Cape Town. V3.5. Outono / Autumn 2003.

Boutoux, Thomas – “Aperto South Africa”. Flash Art. Milano: Vol. XXXIV. 225. Julho­Setembro / July­ September 2002.

Low, Iain – “Cool School”. Art South Africa. Cape Town. 1. Agosto / August 2002.

Carlos, Isabel; Fernandes, João e / and Marí, Bartomeu – “Mesa­redonda”. Visitas Privadas / Private Views. Jornal da Exposição. Porto: Museu Nacional Soares dos Reis / IPM, 2002.

Matos, Lúcia – “Construção de Um Projecto”. Visitas Privadas / Private Views. Jornal da Exposição. Porto: Museu Nacional Soares dos Reis / IPM, 2002.

Rosengarten, Ruth – “Ângela Ferreira: A Diversidade de Meios na Unicidade das Ideias”. www.artlink.pt. Lisboa 2000.

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Pérez, Miguel von Hafe – “Galeria”. Hei!. Porto. Abril 1997.

Carlos, Isabel – Flash Art. Milano. Vol. XXIX. 186. Janeiro­Fevereiro / January­February 1996. Corris, Michael – “The Day After Tomorrow”. Art Forum. New York. Maio / May 1995. Rosengarten, Ruth – “Inside Out”. Frieze. London. 23. Verão / Summer 1995.

Carlos, Isabel – Flash Art. Milano. Vol. XXVI. 172. Outubro / October 1993.

Publicações on-line / On-line publications

Murinik, Tracy – www.anamnese.pt

Colecções Públicas / Public Collections

Associação Industrial Portuguesa, Portugal

Banco Privado, em depósito na Fundação de Serralves. Porto. Câmara Municipal de Lisboa. / Lisbon City Council. Lisboa.

Centro Galego de Arte Contemporáneo. Santiago de Compostela. Caixa Geral de Depósitos. Lisboa.

Colecção António Cachola, Portugal Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa. Fundação Carmona e Costa. Lisboa. Fundação de Serralves. Porto. Fundação Pro ­Justitiae, Portugal

Instituto das Artes / Ministério da Cultura. Lisboa Market Gallery Foundation. Johannesburg.

Michaelis School Of Fine Art Collection. University of Cape Town. Cape Town. Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo. Badajoz. Museu do Chiado – MNAC. Lisboa.

PHB Billiton Collection. Johannesburg. South African National Gallery. Cape Town. The Johannesburg Art Gallery. Johannesburg.

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ÂNGELA FERREIRA – OBRAS SELECCIONADAS

Die Vlermuis Huis / A Casa Morcego

(segundo a casa Die Es desenhada e construída por Gabriël Fagan em Camps Bay, Cidade do Cabo)

2006

Colecção privada, Lisboa

Vista da instalação [(Re)volver, Plataforma Revólver, Lisboa, 2006] Fotografia: Ângela Ferreira

Em 1966, Gabriël Fagan construiu um edifício modernista minimalista com um telhado escultural em Camps Bay, na Cidade do Cabo. Na escultura de Ângela Ferreira podemos observar a apropriação do edifício de Fagan, materializado aqui na forma de uma estrutura semelhante a um esqueleto que, de pernas para o ar, se tornou parte da estrutura do tecto do espaço expositivo. No espaço, a atenção centra­se agora no telhado escultural que flutua de forma elegante alguns centímetros acima do chão da galeria, sublinhando (literalmente), com o seu aspecto ondulante, a estrutura que a segura e a liga ao tecto da galeria. O escultural telhado funcional da África do Sul transforma­se, em Lisboa, numa base abstracta e não utilizada da escultura evocativa da arquitectura, provocando o pensamento em torno, não só da relação entrelaçada da arquitectura e da escultura, como também acerca do envolvimento recíproco das culturas africana e europeia, e da relação entre centro e periferia. Em Die Vlermuis Huis / A Casa Morcego não se trata da travessia da arquitectura para a escultura, mas do reconhecimento de uma dependência e de uma inversão. J.B.

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ÂNGELA FERREIRA – OBRAS SELECCIONADAS

Random Walk

2005

Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa

Vista parcial da instalação (Galeria Filomena Soares, Lisboa, 2005) Fotografia: Ângela Ferreira

A escultura Random Walk assume a forma de uma estrutura temporária de andaimes construída dentro do espaço principal da galeria. Do ponto de vista conceptual, esta peça baseia­se na teoria económica com o mesmo nome, que se refere à imprevisibilidade do mercado económico. A instalação é contextua­ lizada através de uma série de fotografias que realçam a fragilidade e a instabilidade de uma moeda africana em comparação com uma moeda europeia. A instalação permite ao visitante abandonar o espaço convencional da galeria, oferecendo­lhe um percurso arquitectónico aleatório alternativo no espaço. J.B.

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ÂNGELA FERREIRA – OBRAS SELECCIONADAS

Hotel da Praia Grande (O Estado das Coisas)

2003

c­print, cor, 124 x 153 cm

Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa

Esta fotografia evoca uma ideia de História e a sua relação com um leque de outras histórias (política, da arte, do cinema e da arquitectura). A fotografia mostra a artista debruçada de uma piscina, em frente a um hotel modernista isolado na costa de Portugal, perto de Lisboa. O título da fotografia e a acção performativa de “repetição” de um gesto que se tornou num dos mais icónicos da revolução de 1974 (a distribuição dos cravos) evoca um outro acontecimento que teve lugar neste hotel durante a depressão que se seguiu, entre a revolução e 1986, quando Portugal entrou para a CEE. Em 1981, o realizador Wim Wenders filmou O Estado das Coisas, um melancólico filme auto­reflexivo acerca das condições de trabalho dos cineastas não comerciais. O enredo do filme de Wenders baseia­se na história de uma equipa de filmagens encalhada em Portugal durante a rodagem de um remake de um filme de ficção científica. A equipa vê­se obrigada a interromper as filmagens por falta de fundos de Hollywood. No filme de Wenders, o argumento e as circunstâncias reais da produção de um filme entrecruzam­se (a equipa de Wenders estava alojada no hotel utilizado como cenário do filme). A fotografia de Ângela Ferreira associa esses acontecimentos ao mito de uma sociedade portuguesa melancólica numa espera interminável pelo progresso e pela mudança – duas ideias essenciais no desenvolvimento do pensamen­ to modernista. J.B.

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ÂNGELA FERREIRA – OBRAS SELECCIONADAS

Zip Zap Circus School

2000­02

Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa Vista geral da instalação (Cidade do Cabo, 2002) Fotografia: David Goldblatt

Esta instalação inspirou­se num projecto nunca construído do arquitecto Pancho Guedes que, como Ângela Ferreira, se move entre duas culturas. Para a exposição colectiva “More Works about Buildings and Food” (Hangar K7, Oeiras, 2000), Ângela Ferreira alargou a sua exploração do discurso modernista ao acrescentar a planta de Guedes de um projecto arquitectónico circense à arquitectura da exposição concebida por Pedro Gadanho. O seu modelo da Zip Zap Circus School utilizou os mesmos materiais de construção que os utilizados na arquitectura da exposição. A Zip Zap Circus School de Oeiras, que a artista considerou um protótipo, tornou­se numa continuação da arquitectura expositiva do ”white cube”, fazendo ao mesmo tempo referência a noções estabelecidas de “arquitectura africana”.

Em 2001, na exposição In the Meantime, no centro de arte contemporânea De Appel em Amesterdão, Ângela Ferreira voltou a utilizar a arquitectura de Zip Zap Circus School como veículo para a sua exploração dos conceitos de modernidade, realçando a dicotomia entre as interpretações europeia e africana da arquitectura. A artista apresentou a maqueta da escola de circo construída com os mesmos materiais que Mies van der Rohe utilizou no seu modelo da casa de campo Ellenwoude em 1912, relacionando assim os discursos de Mies e de Guedes. Uma fotografia do modelo de Mies e uma reprodução da planta de Guedes para a escola de circo faziam referência aos dois “originais”, bem como às respectivas filosofias contrastantes – se não mesmo contraditórias.

No centro da Cidade do Cabo, num “não­lugar” resultante de um ambicioso, mas fracassado, programa dos anos sessenta para a construção de uma via rápida no centro da cidade, Ângela Ferreira apresentou a Zip Zap Circus School como uma escultura pública temporária. Neste caso, não existia já uma exposição ou edifício cujas limitações espaciais pudessem influenciar ou interferir com a possível posição do seu projecto. Visto de um determinado ângulo, cada um dos componentes da maqueta dava a ilusão de que o local estava ocupado por um edifício completo. Porém, de outros pontos de vista, cada elemento parecia estar cortada ao meio, revelando três “plataformas” semelhantes a palcos, que a artista disponibilizou aos estudantes para a realização de espectáculos durante a instalação.

A instalação de Ângela Ferreira na Cidade do Cabo em 2002 esteve de novo ligada ao modelo de Mies van der Rohe da casa Ellenwoude em Wassenaar (Holanda). O projecto arquitectónico da escola de circo continua por concluir. A técnica de Mies, de utilizar uma maqueta à escala real, foi aqui apropriada para uma instalação utópica, uma possível estrutura de acolhimento para um projecto comunitário no futuro. J.B.

Zip Zap Circus School

2000­02

Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa Vista da instalação (Em Sítio Algum, Museu do Chiado, Lisboa, 2003)

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ÂNGELA FERREIRA – OBRAS SELECCIONADAS

Case Study House #21

2001

Col. da artista, Lisboa

Vista parcial da instalação (Squatters, Museu de Serralves, Porto, 2001) Fotografia: Rita Burmester

Case Study House foi um programa arquitectónico experimental na cidade e nos arredores de Los Angeles, desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960, no qual arquitectos americanos experimentaram novos materiais e testaram a construção modular de estrutura metálica. Uma das ideias modernistas fundamentais neste projecto foi trazer o jardim para dentro de casa, sendo a Case Study House #21, de 1951, do arquitecto Pierre Koenig um exemplo perfeito desta nova proposta da relação casa/jardim.Na instalação de Ângela Ferreira com o mesmo título, a atenção do observador é dirigida do edifício onde decorre a exposição (o Museu Serralves no Porto) para o jardim. Ângela Ferreira cobriu o interior da Casa de Serralves com tela esticada sobre uma estrutura de madeira, introduzindo uma disposição tipo Case Study House recorrendo a uma técnica que evoca a arquitectura experimental utilizada por Mies van der Rohe no seu projecto para a casa Kröller­Müller em Wassenaar (Holanda) em 1912.

A artista utiliza alguma mobília para reintroduzir uma certa “privacidade” no museu público, que utiliza uma antiga casa unifamiliar para as exposições. Numa mesa de apoio modernista, uma pequena fotografia emoldurada mostra de forma “íntima” uma pistola, contextualizando – em conjunto com a vista ampliada do jardim – o elemento sonoro da instalação: a leitura de uma adaptação de um texto retirado de uma das publicações portuguesas de maior pendor fascista sobre a história colonial (A Derrocada do Império Vátua e Mouzinho de Albuquerque, de Francisco Toscano e Julião Quintinha, 1930), onde se descreve o suicídio de Mouzinho de Albuquerque, o “conquistador” de Moçambique, incapaz de se adaptar ao estilo de vida em Portugal depois de regressar de África. No texto adaptado por Ângela Ferreira, o jardim da morte de Albuquerque foi substituído pelo jardim de Serralves, contaminando não só o jardim do museu com este episódio da história colonial portuguesa, como também o sonho arquitectónico americano com as suas referências especiais a jardins. J.B.

Case Study House #21

2001

Col. da artista, Lisboa

Detalhe da instalação (Squatters, Museu de Serralves, Porto, 2001) Fotografia: Rita Burmester

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ÂNGELA FERREIRA – OBRAS SELECCIONADAS

Casa Maputo: Um Retrato Íntimo

1999

Col. Museu do Chiado – MNAC, Lisboa Fotografia: Mário Valente

A instalação baseia­se numa transposição tridimensional de projecções cartográficas (projecção de Robinson e Gnómica) que formam dois objectos esculturais, e que servem simultaneamente de ecrãs para duas projecções de vídeo de imagens de uma casa modernista em Maputo. Num dos ecrãs, a imagem projectada é a “refilmagem” de uma fotografia a preto e branco da casa, tirada logo a seguir à sua construção na década de 1950. A segunda projecção centra­se no realçar de um conjunto de detalhes da casa numa fotografia a cores tirada na altura da produção da instalação. J.B.

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ÂNGELA FERREIRA – OBRAS SELECCIONADAS

Sites and Services

1991­92

Col. Instituto das Artes / Ministério da Cultura

Vista parcial da instalação (Continuare, Bienal da Maia 2003) Fotografia: Mário Valente

Sites and Services é composto por quatro esculturas semi­abstractas, assemblages de elementos de cimento com redes de aço e tubos plásticos que fazem referência simultaneamente à prática artística modernista e aos processos da construção civil, apresentados em conjunto com 12 fotografias a cores, onde se reconhecem os materiais e as formas utilizadas nas esculturas. As fotografias mostram uma vasta área de terreno nos arredores da Cidade do Cabo, equipada com infra­estruturas rudimentares e preparada para a construção de casas, estabelecida sob a égide de um programa governamental denominado Sites and Services. O objectivo do programa era dar resposta à necessidade urgente de habitação e equipamento das zonas em desenvolvimento com os serviços básicos – electricidade, água e esgoto – de modo a oferecer abrigo a grandes vagas de população migrante, que, violando as leis do apartheid em vigor, se deslocavam do campo para as principais áreas urbanas em busca de trabalho. Na sua instalação, Ângela Ferreira está interessada nos discursos que articulam a arte minimal e naqueles que articulam a arte política e global. As linhas gerais e a documentação deste programa governamental específico evocam a disposição formal dos objectos no contexto da arte minimal. A utilização de materiais de construção civil nas suas esculturas é, por seu lado, reminiscente da prática modernista em geral. A prática desconstrutivista da artista torna­se aqui numa metáfora da desconstrução analítica da teoria da arte moderna. A artista apropria­se de métodos modernistas na tentativa de estimular a consciência de como os sistemas culturais negoceiam os conceitos de “aqui” e “ali”, de “centro” e “periferia”, e das complexidades do “original” e do simulacro. Em Sites and Services, Ângela Ferreira não está interessada na documentação pela documentação, nem no exercício clássico formal da assem­ blage ao utilizar estes processos como um meio para estabelecer uma interface entre o político e o estético. As referências políticas nas fotografias, juntamente com o método formal da arte pela arte utilizado pela artista, criam novos caminhos de relacionamento com os espectadores. J.B.

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PAVILHÃO PORTUGUÊS FONDACO MARCELLO

Fondaco Marcello é um espaço expositivo situado num edifício histórico de Veneza construído no séc. XVI/XVII e originalmente concebido como armazém (“Fondaco”), como indicia a sua estrutura interior em open space. Tem uma área global de 360 m2 e a remodelação de que foi objecto em 2004/2005 manteve as fachadas de tijolo originais e as características espaciais no seu interior.

Fondaco Marcello situa­se na margem do Grande Canal, muito próximo do Palácio Grassi e entre as pontes da Accademia e Rialto, frente à estação de vaporetto de San Tomà.

O Pavilhão Português fixa­se neste espaço até 2009 para acolher também as representações nacionais na Bienal de Arquitectura de 2008 e na Bienal de Artes Visuais de 2009.

Fondaco Marcello – Vistas exterior e interior

Fondaco Marcello – Maqueta

Fondaco Marcello

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PORTUGAL NA BIENAL DE VENEZA

Portugal participa na Bienal de Veneza desde 1950, tendo assegurado uma presença continuada a partir de 1997. O Ministério da Cultura e o Instituto das Artes assumem a representação oficial na Bienal nomeando um comissário responsável pela escolha do(s) artista(s).

51ª Bienal (2005)

Artista: Helena Almeida Comissária: Isabel Carlos

Espaço: Scoletta Tiraoro e Battioro, S. Stae

49ª Bienal (2001)

Artista: João Penalva Comissário: Pedro Lapa Espaço: Palácio Vendramin dei Carmini, Dorsoduro

50ª Bienal (2003)

Artista: Pedro Cabrita Reis

Comissários: Vicente Todolí e João Fernandes Espaço: Antichi Granai, Giudecca

48ª Bienal (1999)

Artista: Jorge Molder Comissário: Delfim Sardo

Espaço: Palácio Vendramin dei Carmini, Dorsoduro

47ª Bienal (1997)

Artista: Julião Sarmento Comissário: Alexandre Melo

Espaço: Palácio Vendramin dei Carmini, Dorsoduro

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52ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE – BIENAL DE VENEZA 2007

Director Geral Robert Storr

Tema: “Think with the Senses ­ Feel with the Mind. Art in the Present Tense” Abertura ao público

10 de Junho a 21 de Novembro Inauguração oficial

7 a 9 de Junho

Locais: Giardini / Arsenale / outros locais na cidade Site oficial: www.labiennale.org/en/art/

MAIS INFORMAÇÕES

Instituto das Artes – Assessoria de Imprensa Patrícia Brito

T: 919 866 181

www.iartes.pt/veneza2007

Ministério da Cultura/Instituto das Artes Rua Garrett, 80, 3º

1200­204 Lisboa Portugal

T: +351 213 219 700 F: +351 213 219 723

International Press Office European Art Projects Anne Maier M: + 49 170 290 75 85 T: + 49 30 30 38 18 37 F: + 49 30 69 81 94 15 E: portuguese.pavilion@european­art­projects.eu W: www.iartes.pt/veneza2007

Referências

Documentos relacionados

Está representado nas seguintes colecções: Centro de Artes Visuales Fundación Helga de Alvear (Espanha), Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal),

Naturalia, catalog, text by Leonor Nazaré, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian e Centro Cultural de Lagos, Lisbon, Portugal, 2006.. Garden Improvement, catalog,

Naturalia, catalog, text by Leonor Nazaré, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian e Centro Cultural de Lagos, Lisbon, Portugal, 2006.

Naturalia, catalog, text by Leonor Nazaré, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian e Centro Cultural de Lagos, Lisbon, Portugal, 2006.

Colecção António Cachola, MACE-Museu de Arte Contemporânea de Elvas 50 Anos de Arte Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa Aena-Colección de Arte Contemporáneo,

Museu do Chiado, Lisboa; Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão (CAMJAP), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Museu da Fundação Arpad Szènes - Vieira da Silva, Lisboa;

A I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957): balanço da arte portuguesa na transição para os anos 60 e primórdios de uma colecção

Arte Portuguesa do século XX (1960 – 2010), MNAC-Museu do Chiado, Lisbon, Portugal Entre Espaços, Colecção do CAM 1968 –2011, Fundação Calouste Gulbenkian: CAMJAP- Centro de