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PAULO DE SOUZA NOGUEIRA

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Academic year: 2021

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0042256-36.2012.8.19.0000 IMPETRANTE: PEDRO PAULO DE SOUZA NOGUEIRA

IMPETRADO: EXMO. SR. SECRETARIO DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E OUTRO

RELATOR: DES. FERDINALDO NASCIMENTO

MANDADO DE SEGURANÇA. Concurso público. Eliminação do impetrante, por inaptidão apurada em exame antropométrico. Contudo não há nos autos qualquer prova do alegado na exordial. Assim, não é possível confrontar o afirmado pelo autor com o certificado de reservista juntado. Nesse diapasão, prevalece a presunção de veracidade e legitimidade do ato administrativo, que o impetrante não logrou elidir, descabendo, em mandado de segurança, a dilação probatória. DENEGAÇÃO DA ORDEM.

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Mandado de Segurança nº 0042256-36.2012.8.19.0000, em que é Impetrante PEDRO

PAULO DE SOUZA NOGUEIRA, sendo Impetrado EXMO. SR.

SECRETARIO DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO e OUTRO.

ACORDAM os Desembargadores que compõem a Décima

Nona Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade, que a ordem seja denegada, nos termos do voto do Desembargador Relator.

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RELATÓRIO

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por candidato a concurso público para Concurso da Policia Militar, tendo obtido êxito nas provas aplicadas e sendo chamado a apresentar-se para demais exames.

Assim, quando da realização do exame antropométrico, o qual consiste na verificação da altura mínima e peso proporcional do candidato, o mesmo foi reprovado.

Alega ainda o impetrante que por erro teve a sua altura declarada em 1,81, inferior ao documento emitido pelo Ministério da Defesa. Relata ainda que na pesagem não lhe foi permitido despir-se.

O recorrente tendo ciência da avaliação antropométrica negativa, apresentou recurso administrativo, solicitando a repetição do exame.

Requer a concessão de medida liminar inaudita altera pars para que seja determinado que a autoridade coatora providencie a repetição do exame antropométrico, em condições adequadas para sua efetiva medição, sob pena de desobediência.

A exordial veio acompanhada dos documentos de fls. 08/62.

A decisão de fls. 66/67 deferiu a liminar pleiteada, a fim de evitar prejuízo na continuidade do impetrante no certame.

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Informações do Comandante Geral da PM às fls. 145/148 no sentido de que os cursos de formação estarão sendo realizados até 2014, inexistindo periculum in mora. E que caso a decisão seja favorável ao autor, este não sofreá qualquer prejuízo, uma vez que a data da incorporação retroage ao curso, que o impetrante foi considerado inapto no concurso porque mede 1,81 m de altura e pesa 102,00 kg, tendo massa corporal superior a 29,9; que a OMS define sobrepeso como IMC igual ou superior a 25 kg/m e a obesidade como IMC igual ou superior a 30 kg/m e que o certificado de reservista foi expedido há mais de cinco anos.

Informações do Secretário de Estado de Segurança do Estado do Rio de janeiro, às fls. 150/151, alegando que é parte ilegítima para figurar no polo passivo da demanda, uma vez que o ato objeto do mandamus foi praticado pelo Comandante-Geral da PM, nos termos do artigo 6º, § 3º da Lei 12.016/09 e do artigo 267 do Código de Processo Civil.

O Estado do Rio de Janeiro pediu, às fls. 153/156, a reconsideração da decisão que deferiu a liminar e, subsidiariamente, o recebimento da petição como agravo, com pedido de efeito suspensivo, na forma dos artigos 124 e 200 do RITJRJ, alegando que o certificado de reservista foi expedido há mais de cinco anos e que o impetrante, desde então, pode ter sofrido mudança em sua estatura, que os aparelhos utilizados no exame são rotineiramente aferidos pelo Instituto de Pesos e Medidas e recebem selo de qualidade do Inmetro.

VOTO

A hipótese dos autos versa sobre a possibilidade de o exame antropométrico ter sido realizado de forma incorreta, sob a alegação de que a correta medição de sua altura influenciaria diretamente na composição do cálculo de seu IMC.

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Todavia, não foi juntado aos autos a cópia do recurso administrativo ou de qualquer outro documento que comprovasse altura diferente do documento de fls. 11; bem como não se faz possível verificar o real motivo do indeferimento do exame antropométrico. Uma vez que o impetrante, também, arguiu erro na forma em que foi pesado, eis que alegou que foi impedido de despir-se e de retirar a carteira de seu bolso, o que eventualmente pode ter alterado o resultado do exame em tela.

Infelizmente, a via eleita é o instrumento adequado à proteção de direito líquido e certo, que se caracteriza pela demonstração de plano do direito do impetrante mediante apresentação de prova pré-constituída junto com a peça vestibular, o que não ocorreu in casu.

Ademais, insta registrar, que o certificado de reservista apresentado pelo ora impetrante, às fls. 11, foi expedido quando ele estava no máximo com dezenove anos, o que denota o curso de um lapso temporal superior a doze anos até os dias atuais. Sem dizer, que por algum motivo, desde aquela época ele não serviu ao serviço militar, porque o documento atesta que o recorrente é reservista de 1ª Categoria.

Logo, é totalmente normal que a massa corpórea do indivíduo tenha variado nesse período de tempo superior a dez anos.

Nesse sentido, é mister frisar que no mandado de segurança não é permitido dilação probatória, o que afrontaria a legislação específica.

Na presente hipótese, vislumbra-se a impossibilidade de qualquer aferição de valor do alegado, por absoluta falta de prova.

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Sobre este pressuposto especial do mandado de segurança, veja-se a lição de Humberto Theodoro Júnior, in verbis:

“Quando a Constituição endereça o mandado de segurança à defesa do direito líquido e certo, está exigindo que esse direito se apresente com todos os requisitos para seu reconhecimento e exercício no momento da impetração. Em última análise, direito líquido e certo é direito comprovado de plano. O que importa não é a maior ou menor complexidade da tese jurídica, mas a prova pré-constituída (documental) do seu suporte fático. Se a demonstração do direito do impetrante estiver na dependência de investigação probatória, ainda a ser feita em juízo, o caso não é de mandado de segurança. Terá de ser resolvido pelas vias ordinárias. O procedimento do mandamus é sumário e não contem fase para coleta de outras provas que não as documentais, imediatamente exibíveis. Enfim, o que se exige é prova préconstituída das situações e fatos que embasam o direito invocado pelo impetrante. (JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil – III Volume. 35ª edição. Rio de Janeiro. Forense, 2005, p. 518.1)”

Dessa forma, não restou claro o direito líquido e certo. Sobre o tema, há entendimento deste Egrégio Tribunal de Justiça, in verbis:

0061295-87.2010.8.19.0000 - MANDADO DE

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PERMISSÃO PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LABORATIVA DE AMBULANTE. ALEGAÇÃO DE QUE O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE CADASTRAMENTO NÃO ADOTOU CRITÉRIO RAZOÁVEL, POIS, PESSOAS QUE TRABALHAM A MENOS TEMPO NO LOCAL OBTIVERAM ÊXITO.

REITERAÇÃO DO PEDIDO FORMULADO

MEDIANTE IMPETRAÇÃO ANTERIOR.

INEXISTÊNCIA DE PROVA MÍNIMA

PRÉ-CONSTITUÍDA. ALIÁS, O IMPETRANTE DEIXOU DE JUNTAR DOCUMENTOS QUE PERMITISSEM

ATÉ MESMO A AFERIÇÃO DE SUAS

ASSERTIVAS. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E

CERTO. REQUISITOS LEGAIS NÃO

PREENCHIDOS PELO

ADMINISTRADO/DEMANDANTE, DE MODO A

JUSTIFICAR, EM UMA SEGUNDA

OPORTUNIDADE, A MESMA VIA ELEITA

ANTERIORMENTE. ESTREITA VIA

MANDAMENTAL QUE NÃO COMPORTA

DILAÇÃO PROBATÓRIA. HIPÓTESE EM QUE NÃO SE AFIGURA A EXISTÊNCIA DO DIREITO A

POSSIBILITAR A CONCESSÃO DO WRIT.

INDEFERIMENTO DA INICIAL, COM FULCRO NO ART. 10, DA LEI Nº 12.016/2009.

0057963-15.2010.8.19.0000 - MANDADO DE

SEGURANCA - DES. HENRIQUE DE ANDRADE FIGUEIRA - Julgamento: 25/11/2010 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL - PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.

TETO REMUNERATÓRIO. ILEGITIMIDADE

PASSIVA. Mandado de segurança impetrado contra ato do Exmo. Sr. Secretário de Estado de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro.O Impetrante, servidor público inativo, se insurge contra os descontos nos seus proventos a título de teto remuneratório imposto pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.11.03. Em sede de mandado de segurança, o Impetrante tem o ônus de demonstrar mediante prova pré-constituída a alegada violação a direito líquido e certo decorrente de

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ilegalidade ou abuso de poder pela autoridade Impetrada.No caso, carecem os autos de informação quanto à eventual orientação do Impetrado no sentido de determinar o corte dos proventos a título de teto remuneratório, sendo que em outra impetração junta como jurisprudência paradigma figura como autoridade impetrada o Exmo. Sr. Secretário de Estado de Administração e Reestruturação do Estado do Rio de Janeiro.Se não há prova da ingerência do Impetrado na edição do ato atacado, manifesta a sua ilegitimidade passiva.Ordem denegada.

0059319-45.2010.8.19.0000 - MANDADO DE

SEGURANCA - DES. JOSE CARLOS PAES -

Julgamento: 12/11/2010 - DECIMA QUARTA

CAMARA CIVEL - PROVA PRÉ-CONSTITUIDA. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. 1. O mandado de segurança é remédio constitucional com amparo no artigo 5º, LXIX, da CRFB, que visa a tutelar direito líquido e certo, comprovado de plano e não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data". Doutrina e precedentes do STF e STJ. 2. In casu, a petição inicial veio desacompanhada de um lastro probatório mínimo do alegado direito líquido e certo violado. Precedentes do TJRJ. 3. Indeferimento da petição inicial.

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Diante de tais fundamentos, e consoante bem ressaltado pelo Ministério Público, o edital do certame em tela determina que o exame seja realizado com o candidato descalço e descoberto, ou seja, sem sapatos, tênis e assemelhados e sem chapéu, bonés ou assemelhados; assim foi feito com todos os demais candidatos e o impetrante não pode exigir sua pesagem desnudo, ao contrário dos concorrentes, porque não estava previsto no edital, situação que inclusive beneficiaria indevidamente o candidato em detrimento e prejuízo dos demais, o que é inadmissível.

Razão pela qual revogo a liminar deferida às fls. 66/67 e por conseguinte, denego o a ordem requerida.

Custas na forma da lei.

Sem honorários (artigo 25 da Lei 12.016/09 e Súmulas nº 512 do STF e nº 105 do STJ).

Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2012.

Des. Ferdinaldo Nascimento Relator

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