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ANÁLISE FATORIAL APLICADA A INDICADORES DE DESEMPENHO LOGÍSTICO EM UMA REDE VAREJISTA

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INDICADORES DE DESEMPENHO

LOGÍSTICO EM UMA REDE VAREJISTA

JARDEL NOBREGA DOS SANTOS (UFCG) jardelnobrega@yahoo.com.br Josenildo Brito de Oliveira (UFCG) josenildo_brito@yahoo.com.br GILBERTO DA SILVA MATOS (UFCG) gsmatos@gmail.com

A aplicação de indicadores de desempenho logístico pode auxiliar na análise das relações entre elos da cadeia de suprimentos, promovendo o desenvolvimento de políticas de relacionamentos que melhorem o desempenho global do arranjo. O objetivo deste trabalho é reduzir o número de indicadores de desempenho logístico a partir da analise fatorial, visando apoiar os gestores de uma rede varejista a tomar decisões sobre o comportamento de seus fornecedores. Os procedimentos metodológicos se basearam em pesquisa bibliográfica e exploratória, estudo de caso e métodos estatísticos multivariados, tais como análise fatorial. A aplicação das técnicas mencionadas possibilitou a redução de sete indicadores de desempenho em apenas duas dimensões, as quais foram nomeadas como poder do produto e poder logístico, com base nos indicadores pertencentes a estas dimensões.

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Palavras-chave: Cadeia de Suprimentos, Indicadores de Desempenho,

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3 1. Introdução

As empresas estão se organizando em cadeia de suprimentos com o objetivo de se tornarem mais robustas no mercado a partir da integração dos processos de negócios entre as empresas, fornecedores e clientes que pertencem à rede. A cadeia de suprimentos é formada por cadeias cujas atividades são executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar o produto de uma empresa (PORTER, 1989). Sendo assim, a cadeia de suprimentos é um complexo de inter-relações que necessita de indicadores para avaliar seu desempenho.

Para Lambert, Cooper e Pagh (1998) os processos de negócio de uma cadeia de suprimentos podem ser categorizados em: gestão da relação com o cliente; gestão de serviços ao cliente; gestão da demanda; atendimento dos pedidos; gestão do fluxo de produção; gestão da relação com fornecedores, desenvolvimento do produto e comercialização, e gestão de retorno. O foco deste estudo é na gestão da relação com fornecedores. De acordo com Bowersox e Closs (2011) critérios ou indicadores relacionados à política de compras e de gestão de estoques da empresa cliente podem ser utilizados para selecionar fornecedores, muito embora pequenas e médias não utilizem desta prática, ou seja, da avaliação de desempenho. Por outro lado há uma espécie de canibalização na escolha dos fornecedores, notadamente, quando se aplicam os critérios de menor preço e prazo de pagamento para definir a carta de fornecedores. A aplicação de indicadores logísticos de desempenho pode melhorar o processo de escolha dos fornecedores, proporcionando o desenvolvimento de políticas de relacionamentos mais próximas que possam melhorar o desempenho global da cadeia de suprimentos. O objetivo deste artigo é realizar uma analise fatorial em um grupo de indicadores de desempenho para auxiliar os gestores de uma rede varejista a tomar decisões sobre fornecedores baseadas em desempenho. Os procedimentos metodológicos se fundamentaram em um estudo de caso realizado numa rede varejista de alimentos localizada na cidade de Campina Grande - PB. O principal método aplicado foi a análise multivariada de dados.

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4 2. Revisão de Literatura

Esta seção aborda os fundamentos teóricos desta pesquisa, tais como cadeia de suprimentos, métricas de desempenho, análise multivariada de dados e análise fatorial.

2.1 Cadeia de Suprimentos

Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009) a reconfiguração de redes ou configuração da cadeia de suprimentos surgiu como método para tentar reduzir o número de fornecedores que se relacionam diretamente com a empresa que lidera o arranjo. A ideia de configurar o arranjo é reduzir a complexidade na gestão de centenas de fornecedores, pois onera as operações, além de causar outros problemas de operacionalização dos processos entre os membros da cadeia. A Figura 1 representa uma cadeia de suprimentos.

Figura 1 – Representação da cadeia de suprimentos

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5 Segundo o esquema apresentado os autores mostram que para um melhor entendimento da cadeia de suprimentos, três estruturas devem ser analisadas, cada uma delas estruturadas em níveis. A primeira é a estrutura horizontal cujos fornecedores estão localizados a montante da empresa focal e os clientes a jusante; Esses se encontram representados pelos níveis 01 (um), ou seja, aqueles que possuem uma maior interação com a empresa em questão. Os demais são classificados segundo os serviços e a importância na cadeia, sendo o nível 02 (dois) dito como fornecedores dos fornecedores e clientes dos clientes da empresa focal (empresa líder). A segunda estrutura é a vertical, que é o numero de empresas em cada elo. A terceira estrutura é a posição da empresa focal na cadeia.

Dentre os diversos processos de negócios entre os integrantes da cadeia, este estudo se senta no processo de relacionamentos com fornecedores, que define como a empresa focal interage com seus fornecedores e mantem relações próximas com um pequeno grupo de fornecedores e relações tradicionais com os demais. De forma geral, os conceitos de cadeia de suprimentos voltados ao relacionamento da empresa focal com os fornecedores podem ser sintetizados como apresentados no Quadro 1:

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6 É necessário salientar a importância da utilização dos indicadores de desempenho na tomada de decisão da empresa líder da cadeia de suprimentos com seus fornecedores. Segundo Ballou (1993), o objetivo do indicador de desempenho se relaciona com a importância da informação para mensurar os desvios em função dos níveis estabelecidos de desempenho das atividades logísticas, cujo monitoramento deve ser contínuo, no processo de avaliar a eficiência global da empresa e suas relações com a cadeia. A escolha de indicadores de desempenho deve ser considerar critérios coesos, estratégicos e sistêmicos à luz dos processos e atividades que agregam valor. Para Dornier et al (2000) a escolha de indicadores é um dos passo crítico para a medida de desempenho e deve estar ligada às metas e objetivos buscados pela organização.

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7 2.2 Indicadores de desempenho para o elo fornecedor-cliente

Após um estudo das diversas literaturas sobre seleção de fornecedores em cadeias de suprimentos foram observados diversos indicadores de desempenho, os quais podem ser observados no Quadro 2, a seguir:

Quadro 2 – Levantamento de indicadores de desempenho usados na seleção de fornecedores

Indicadores de desempenho usados na seleção de fornecedores Fonte

Qualidade, entrega, desempenho histórico, políticas de garantias, capacidade produtiva, preço, competência técnica, posição financeira, cumprimento de procedimentos, sistemas de comunicação, reputação na indústria, desejo em negócios, gerenciamento e organização, controles operacionais, serviços de conserto, atitude, impressão, habilidade em embalagens, relações trabalhistas, localização geográfica, quantidade de negócios realizados, suporte em treinamento, reciprocidade na disposição.

Dickson (1966)

Desempenho econômico, estabilidade financeira, sentimento de confiança, atitude gerencial para o futuro, adequação das estratégias, compatibilidade na alta administração, compatibilidade entre as empresas nos níveis e funções de compradores e vendedores, estrutura organizacional e pessoal do fornecedor, avaliação da competência atual em manufatura, avaliação da competência futura em manufatura, competência em desenvolvimento de produtos, velocidade de desenvolvimento, segurança, referências, base de clientes.

Ellram (1990)

Condições financeiras, rentabilidade, balanço financeiro, desempenho em prêmios, qualidade de conformidade, consistência da entrega, qualidade filosófica, resposta imediata, relacionamento de longo prazo, proximidade do relacionamento, abertura para comunicação, reputação, mudanças de volume de produção, tempo de preparação curto, tempo de entrega curto, resolução de conflitos, capacidade de projeto, capacidade técnica, suporte pós-venda, competência do representante de vendas, desenvolvimento incremental, confiabilidade do produto, baixo preço inicial.

Choi e Hartley

(1996)

Prazo de entrega, avarias, frete, volume fornecido, estoque em trânsito, investimentos em

tecnologia. Bowersox e

Closs (2001) Importância estratégica para o comprador, disposição para compartilhar informações

confidenciais, habilidade de gerar lucro fornecendo para o comprador, esforço para implantação dos princípios de JIT, percentual de faturamento sobre o negócio do fornecedor, sistemas de captação de pedidos incluindo EDI, habilidade de atender prazos de entrega, compromisso com qualidade, comunicação frequente, responsividade a demandas inesperadas, estabilidade financeira, compromisso com melhorias de produto e processo, flexibilidade nas condições contratuais, especialização técnica, conhecimento da indústria, competência em análises e testes, escopo de recursos, relacionamento passado e atual com o fornecedor, compatibilidade geográfica, compatibilidade cultural entre as empresas, abertura para avaliação da unidade produtiva, esforço para eliminação de desperdícios, histórico de processos legais, capacidade do processo, padrão ético, reputação e referências, percentual de subcontratação do fornecedor, preço de materiais, partes e serviços, tamanho do fornecedor.

Kannan e Tan (2002)

Velocidade de entrega, nível de preço, flexibilidade de preço, imagem do fabricante, serviço geral, imagem da força de vendas, qualidade do produto, nível de uso, nível de satisfação, tamanho do fornecedor, especificação de compra, estrutura de aquisição.

Hair et al (2005)

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8 Após a análise dos indicadores de desempenho apresentados foram selecionados aqueles que melhor se aplicavam a cadeia de suprimentos foco do estudo. Nesse processo, alguns desses indicadores de desempenho foram modificados, adaptando-os à rotina utilizada na cadeia foco do estudo, conforme visto no Quadro 3.

Quadro 3 – Indicadores de desempenho para a cadeia foco do estudo

Indicadores genéricos Indicadores selecionados Fonte

Localização geográfica; compatibilidade

geográfica Proximidade geográfica Dickson (1966);

Kannan e Tan (2002) Habilidade em embalagens; Compromisso

com melhorias de produto Qualidade das embalagens

Baixo preço inicial Custo de aquisição

Choi e Hartley (1996) Qualidade de conformidade Índice de itens conformes

Tempo de preparação curto Tempo de processamento de pedido Tempo de preparação curto Tempo de ciclo de pedido

Suporte pós-vendas Serviços Pós-vendas do fornecedor Competência do representante de vendas Qualidade do atendimento dos

fornecedores

Relacionamento de longo prazo Disposição para relacionamento de longo prazo

Resolução de conflitos Disposição para resolver problemas logísticos

Desempenho em prêmios Prêmios e certificações

Desempenho econômico Índice de giro dos produtos Ellram (1990)

Avarias Índice de avarias por pedido Bowersox e Closs

(2001) Investimentos em tecnologia Tecnologia em uso na Logística

Disposição para compartilhar informações confidenciais

Disposição para compartilhar

informações confidenciais Kannan e Tan (2002) Abertura para avaliação da unidade produtiva Disposição para recebimento de visitas

Histórico de processos legais Processos legais Qualidade do produto; confiabilidade do

produto Qualidade do produto Choi e Hartley

(1996); Kannan e Tan (2002); Rentabilidade; Percentual de faturamento

sobre o negócio do fornecedor Margem de contribuição Responsividade a demandas inesperadas;

resposta imediata

Responsividade a demandas inesperadas

Tamanho do fornecedor Tamanho do fornecedor

Kannan e Tan (2002); Hair et al

(2005) Estrutura organizacional e pessoal; Estrutura

de aquisição Estrutura de aquisição

Ellram (1990); Hair

et al (2005)

Velocidade de entrega Velocidade de entrega

Hair et al (2005) Flexibilidade de preço Flexibilidade de preço

Imagem do fabricante Imagem do fabricante

Imagem da força de vendas Imagem da força de vendas Nível de satisfação da empresa em relação aos Nível de satisfação da empresa em

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fornecedores relação aos fornecedores

Especificação de Compra Especificação de compra

2.3 Análise multivariada de dados

Devido ao grande número de indicadores de desempenho que podem ser utilizados na análise do relacionamento entre a empresa focal e fornecedores surge a necessidade de utilizar as técnicas multivariadas para a análise de dados. As técnicas selecionadas para resolução do problema e desenvolvimento do modelo foram análise fatorial e a análise de agrupamentos. A Figura 2 apresenta um fluxograma que serviu de base para a seleção da técnica multivariada.

Figura 2 - Fluxograma para seleção da técnica multivariada

Fonte: Adaptado de Hair et al (2005)

Quanto aos indicadores a análise fatorial foi usada para obter um agrupamento dos diversos indicadores considerada a quantidade dessas métricas, como vista no Quadro 3.

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10 2.4 Análise Fatorial

Para Hair et al (2005) a análise fatorial é uma classe de métodos estatísticos multivariados que visam definir a estrutura subjacente em uma matriz de dados via análise das correlações entre um grande número de indicadores de desempenho. Após essa análise são definidas dimensões latentes, ou seja, características não observáveis diretamente no estudo, mas sim através dos indicadores que explicam a variável-desempenho por meio do agrupamento dos indicadores. O objetivo é substituir as múltiplas variáveis de uma pesquisa por um número reduzido de dimensões, convertendo-as em conceitos gerais.

A análise fatorial é uma técnica de interdependência na qual, segundo Hair et al (2005), todos os indicadores são simultaneamente considerados, cada um relacionado com todos os outros, usando o conceito de variável estatística e composição linear de indicadores de desempenho. É de valia essa técnica devido ao envolvimento de inúmeros indicadores na gestão da cadeia e assim facilitando o processo de explicação da variável desempenho do fornecedor.

Segundo Hair et al (2005) a análise fatorial pode identificar a estrutura de relações entre indicadores de desempenho ou entre respondentes de acordo com as correlações. Para o estudo de indicadores de desempenho o tipo mais comum de análise fatorial é a tipo “R” que identifica as dimensões nas quais as variáveis podem ser explicadas. Para o estudo da matriz de correlação dos respondentes individuais a análise é do tipo “Q”, cujo objetivo é condensar um grande número de pessoas em diferentes grupos de uma população. A diferença neste caso entre a análise fatorial “Q” e a análise de agrupamentos é que, enquanto a primeira estuda o padrão de respostas dos respondentes, a segunda estuda e agrupa os indivíduos de acordo com a magnitude das respostas.

Com relação ao estudo proposto, os melhores fornecedores para a empresa cliente são os que receberão maiores notas na sua avaliação, portanto, é um estudo da magnitude das respostas através da análise de agrupamentos.

Sendo assim, existe uma relação nos algoritmos utilizados pela análise fatorial e a análise de agrupamentos. A diferença, como explicada por Hair et al (2005), é que enquanto a análise fatorial é baseada nas intercorrelações entre os respondentes ou indicadores de desempenho, a

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11 análise de agrupamentos forma grupos com base na distância entre os respondentes (medida de similaridade) com relação a variável analisada.

De forma sucinta, a análise fatorial exploratória realiza uma comparação entre os indicadores na tentativa de encontrar comportamentos semelhantes de respostas. O grande propósito dessa técnica é entender se os indicadores podem ser representados por um número reduzido de fatores (classes).

3. Aspectos metodológicos

Este estudo foi realizado com dados coletados na empresa Rede Compras Supermercados (RCS), a qual foi essencial para esta pesquisa ao avaliar os fornecedores de produtos de limpeza e perfumaria, em um total de 60 (sessenta) fornecedores. A empresa RCS está estabelecida em cidade de Campina Grande - PB e dispõe de 01 (um) centro de distribuição e 04 (quatro) supermercados, atendendo a uma cidade com população estimada em 540.000 habitantes, segundo dados do IBGE (2010).

Segundo classificação de Silva e Menezes (2005), esta pesquisa é classificada como aplicada quanto a sua natureza, com uma abordagem quantitativa, por traduzir as respostas em dados numéricos para análise de um problema específico, procedendo assim como estudo de caso. Considerando os objetivos, esta pesquisa foi classificada como exploratória, devido ao seu levantamento bibliográfico, e pesquisa descritiva, justificada pela transcrição das relações resultantes das análises numéricas.

Os procedimentos técnicos utilizados foram levantamento bibliográfico sobre as temáticas tratadas na seção 2 com o fim de identificar problemas complexos e possíveis indicadores; métodos estatísticos, no caso a análise multivariada de dados; e estudo de caso.

Todos os indicadores de desempenho foram apresentados ao setor de compras e vendas do RCS que, de acordo com os dados internos e suas experiências, apresentou um parecer oficial de cada fornecedor, graduado em uma escala de 0 (zero) a 10 (dez) pontos para cada indicador de desempenho.

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12 Ao analisar a resposta quanto aos indicadores de desempenho, observou-se que alguns deles não deveriam compor o estudo devido a disponibilidade de dados, bem como a falta de variabilidade, já que as respostas aos indicadores de desempenho seriam a mesma para todos e a baixa importância para o RCS. A partir desta classificação 07 (sete) indicadores de desempenho foram selecionados. Uma breve definição desses indicadores de desempenho, elaborada em discussões com os envolvidos na pesquisa, é apresentada no quadro 4. Os dados coletados no RCS para os indicadores de desempenho foram utilizados por Santos et al (2013), o qual aplicou uma análise de agrupamentos para classificar os 60 fornecedores em 3 grupos.

Quadro 4 – Definições dos indicadores de desempenho

Fonte: Santos et al (2013)

A estatística descritiva foi utilizada no tratamento de dados compreendendo medidas tais como: média, desvio padrão e curtose para as métricas, além da análise fatorial para observar o comportamento dos indicadores. Como na obtenção dos dados utilizou-se a mesma escala

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13 métrica padronizada para os sete indicadores de desempenho, não foi necessário fazer uma padronização.

4. Resultados e discussão

Para entender melhor os 07 (sete) indicadores de desempenho utilizou-se uma análise fatorial, reduzindo os indicadores em dimensões menores com o objetivo de repassar uma informação mais especifica para a alta gerência da empresa, minimizando o tempo para análise e tomada de decisão baseada nos relatos. Inicialmente criou-se uma matriz de correlação, apresentada na Tabela 1 para verificar a correlação entre os indicadores de desempenho.

Tabela 1 – Matriz de correlação dos 7 indicadores de desempenho

A matriz de correlação apresenta 21 (vinte um) correlações com nível de significância de 0,01 (*correlação é significante ao nível de 0,01) e possui 12 (doze) correlações de valores acima de 0,5 indicando que esses indicadores de desempenho estão muito relacionados e possuem comportamentos semelhantes.

O próximo passo foi observar através de testes se as correlações obtidas eram válidas para a aplicabilidade da análise fatorial. Segundo Hair et al (2005) a significância geral da matriz de correlações através do Teste de Bartlett, conforme Tabela 2, deve apresentar significância ao nível de 0,0001 e o Teste de Kaiser-Meyer-Olkin relacionado à Medida de Adequação da Amostra (MAA) deve apresentar um valor acima de 0,5.

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14 Após a aceitabilidade dos resultados nos testes foi necessário identificar o número de fatores (dimensões) necessário para traduzir os 07 (sete) indicadores de desempenho. Para tanto, o

software PASW realiza cálculos internos para verificar a variância que poderia ser envolvida

com o aumento do número de fatores. O número máximo de fatores seria o próprio número de indicadores. O resultado dessa análise de variância é apresentado na Tabela 3.

Tabela 3– Autovalores e variância (%)

Na tabela 3 (autovalores e variância) é possível observar que dos 07 (sete) possíveis fatores, apenas 02 (dois) possuem uma variância cumulativa de 75% de todos os dados, ou seja, dois indicadores podem representar o comportamento das respostas dadas para cada fornecedor. Analisando os autovalores gerados aplicou-se o Teste SCREE para determinar o número de dimensões ideal com base no gráfico dos autovalores (Figura 3). O Teste SCREE considera o quanto da variância e autovalores é englobado pelos indicadores sendo considerados os fatores próximos da reta traçada aos 75% da variância.

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Figura 3 – Autovalores e TESTE SCREE

A partir da análise das métricas pelo TESTE SCRE observou-se que dois fatores podem representar (reduzir) os 07 (sete) indicadores. Um dos fatores representa mais de 60% da variância, todavia, pelo TESTE SCREE, observa-se que com dois fatores, 75% da variância é explicada, sendo suficientes para representar as relações com os fornecedores. Por fim, a análise fatorial foi realizada utilizando-se o método dos componentes principais com uma rotação do tipo VARIMAX, com dois fatores fixos, conforme Tabela 4.

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16 Analisando o fator 1 observou-se que os indicadores de desempenho: flexibilidade de preço, índice de giro, imagem do fabricante e nível de satisfação obtiveram os maiores valores. Esses 04 (quatro) indicadores de desempenho podem ser diretamente relacionados ao produto do fornecedor. Como o índice de giro obteve a maior nota, essa dimensão poderia ser nomeada de “Poder do Produto”. Com relação ao segundo fator, os indicadores velocidade de entrega, qualidade do atendimento da equipe de vendas e serviços pós-vendas do fornecedor, poderiam ser agrupados como a dimensão “Poder Logístico”. Assim, é possível desenvolver um modelo de desenvolvimento dos fornecedores com base em duas dimensões que representariam o desempenho do fornecedor.

5. Considerações finais

Esta pesquisa teve como objetivo aplicar técnicas de análise multivariada para dimensionar indicadores de desempenho logísticos para o processo de fornecimento em uma rede varejista de alimentos localizada na cidade de Campina Grande, Paraíba. A partir de um elenco de 28 (vinte e oito) indicadores de desempenho, 7 (sete) foram selecionados pela empresa para compor o estudo.

A partir da aplicação das técnicas multivariadas e dos testes estatísticos, 2 (dois) fatores foram definidos para representar o grupo de sete indicadores, nomeados de “Poder do Produto” e “Poder Logístico”. Assim sendo, tais dimensões poderiam facilitar a análise e compreensão das métricas, especialmente pela alta gerência. Esta é uma das contribuições deste estudo para

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17 as empresas, notadamente, aquelas que baseiam suas decisões em fatos e dados, neste caso, avaliações fundamentadas em indicadores de desempenho.

As técnicas estatísticas multivariadas mostraram-se úteis para a formulação e aplicação dos modelos de suportar ao processo de tomada de decisão, segundo os critérios de seleção que foram determinados pela empresa líder da cadeia.

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