“A definição de um problema constitui, em si mesma, uma contribuição para a sua compreensão”
Introdução
O documento que se segue foi elaborado no âmbito do Programa Rede Social. Programa este que tem duas grandes metas, a primeira combater a pobreza e a segunda, minimizar a exclusão social.
Para se alcançarem estes objectivos foi, contudo, necessária a prossecução de algumas etapas, entre as quais o já anteriormente concluído Pré-Diagnóstico Social Concelhio, e neste momento com apresentação deste Diagnóstico Social.
Este diagnóstico do Concelho de Chaves, é um trabalho aprofundado acerca da realidade vivida na região. Foi realizado com base no Pré-Diagnóstico, que por sua vez, consistiu no levantamento de problemas e necessidades locais, através da recolha de informações já existentes, e ainda de informação concedida pelos parceiros do Concelho Local de Acção Social (CLAS). O presente diagnóstico já não se prende unicamente com este levantamento e listagem de problemas, mas igualmente com a compreensão dos mesmos e com a definição de estratégias e prioridades de actuação.
Assim, pretende-se realizar uma abordagem mais finalizada às principais potencialidades e estrangulamentos territoriais, combinando-se para tal, análises qualitativas e quantitativas.
Esta “manobra” serviu de mote para realizar planos de intervenção, ou melhor, para instrumentalizar diagnóstico e planificação. Ao primeiro cabe identificar necessidades e ao segundo indicar os recursos existentes para as colmatar. Segue-se a terceira etapa com o Plano de Desenvolvimento Social (PDS).
Concluindo, o Diagnóstico Social Concelhio não se trata apenas de estudo de intenções, mas sim de apostar em recursos endógenos e exógenos do Concelho, no sentido de valorizar novas práticas e planeamento estratégicos.
O que pretendemos foi apresentar um retrato aproximado da realidade vivida em Chaves, e apontar domínios onde, na nossa opinião, é mais urgente actuar.
Metodologia
A metodologia utilizada para a realização deste Diagnóstico Social Concelhio assentou na participação e articulação entre as diversas instituições envolvidas.
Partiu-se da combinação entre análises qualitativas e quantitativas, sendo de crucial importância a pesquisa bibliográfica e as informações já existentes fornecidas pelos organismos parceiros nesta rede.
Além destas parcerias, foi igualmente fundamental a intervenção da comunidade em geral.
A metodologia abrangeu as seguintes acções: 1. Elaboração do Pré-Diagnóstico; 2. Definição de Objectivos;
3. Definição de Estratégias de Actuação; 4. Definição de Prioridades de Intervenção;
5. Pistas para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Social do Concelho.
Para o cumprimento destas acções, num primeiro momento procuramos coordenar este novo documento, com o já anteriormente realizado, seleccionando informações consideradas fundamentais.
De seguida, e após estabelecidos os objectivos, delimitamos as nossas áreas de estudo. Focamos a generalidade do Concelho, privilegiando porém, aquelas que se mostravam mais problemáticas.
Para o efeito, foram realizadas as seguintes actividades:
1. Reuniões com pequenos grupos com a finalidade de compulsar o maior volume de informação, e de opiniões especializados dos principais actores locais. 2. Análise documental recorrendo à informação estatística, e outros documentos. 3. Aplicação de inquéritos e entrevistas aos Presidentes de Junta de Freguesia,
Párocos, intervenientes e agentes locais de diversas instituições (guiões específicos);
4. Tratamento e selecção da informação, através da análise de conteúdo aos inquéritos e entrevistas.
5. Realização de encontros para elaboração de Análises SWOT* por áreas temáticas.
1. Localização Geográfica do Concelho de Chaves
Fig. 1 Mapa de Localização
Quadro nº 1 Caracterização do Concelho de Chaves
Localização Alto Trás-os-Montes
Área 591,3 Km2
Freguesias (nº) 51
População Residente 43 667
Densidade Populacional 73,8 hab/km2
Variação da Pop. Residente 1991 /2001 6,4%
Fonte INE, 2001
O Concelho de Chaves situa-se na sub-região do Alto Trás-os-Montes, integrando-se na classificação de NUT III - Nomenclatura da Unidade Territorial, à qual pertencem , Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vimioso, Vinhais, Boticas, Montalegre, Murça, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.
Constitui ainda, conjuntamente com Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Montalegre, Boticas e Ribeira de Pena, o Agrupamento de Municípios do Alto Tâmega, abrangendo cerca de 13,7% do total da superfície da Zona Norte.
Faz fronteira a Norte com a região espanhola da Galiza, estando contíguo à primeira localidade espanhola, a Vila de Feces, distando esta cerca de 10 km da cidade de Chaves. A Sul dista 60 km da cidade de Vila Real, a capital de distrito. A Oeste a cerca de 127 km, situa-se um dos grandes centros urbanos nacionais, a cidade de Braga, e a Este, mais precisamente a 96 km, a cidade de Bragança.
A acessibilidade à região é difícil, sendo de assinalar a existência de uma rede viária já bastante antiga, não possui actualmente rede ferroviária, uma vez que esta linha se encontra desactivada, tendo ainda um pequeno aérodromo com fraca utilização.
As estradas que atravessam este Concelho são a nacional N2 e a N103 Contudo, prevêem-se melhoramentos significativos das vias rodoviárias, cabendo destacar a A24, já em construção, que vai encurtar distâncias a infraestruturas de ímpar relevância como o Porto de Leixões e do Porto de Vigo (Galiza – Espanha), beneficiando assim de uma posição geoestratégica privilegiada.
A área total ocupada por este concelho é de 591,3 km2. Repartida primeiro por 146 aldeias e 51 freguesias, cuja área média ronda os 12 km2.
A tabela a seguir permite-nos verificar as áreas pertencentes a cada uma destas freguesias.
Quadro nº2 Distribuição de Áreas por Freguesias
Freguesias Unidade (km2) Águas Frias 27.95 Anelhe 12.09 Arcossó 7.50 Bobadela 6.03 Bustelo 9.34 Calvão 19.62 Cela 3.80
Cimo de Vila da Castanheira 15.96
Curalha 9.13 Eiras 4.88 Ervededo 21.63 Faiões 8.75 Lama de Arcos 13.83 Loivos 11.20 Madalena 5.00 Mairos 13.77 Moreiras 11.61 Nogueira da Montanha 16.43 Oucidres 14.55 Oura 11.93 Outeiro Seco 14.79 Paradela 8.53
Póvoa de Agrações 7.93
Redondelo 19.37
Roriz 7.23
Samaiões 7.63
Sanfins 16.23
Santa Maria Maior 4.30
Sanjurge 12.95
Santa Cruz Trindade 2.9
Santa Leocádia 15.30
Santo António de Monforte 10.31
Santo Estêvão 10.61
São Julião de Montenegro 15.29
São Pedro de Agostém 24.64
São Vicente 36.00 Seara Velha 11.83 Selhariz 8.55 Soutelinho da Raia 5.47 Soutelo 8.99 Travancas 12.73 Tronco 8.18 Vale de Anta 9.84 Vidago 8.21
Vila Verde da Raia 9.54
Vilar de Nantes 7.33
Vilarelho da Raia 15.65
Vilarinho das Paranheiras 3.80
Vilas Boas 6.97
Vilela Seca 13.29
Vilela do Tâmega 8.57
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DATF, 2003.
A tabela nº1 lista as localidades agrupadas por freguesia.
Tabela nº1 Freguesias e Localidades
Freguesias Localidades
Águas Frias Águas Frias
Assureiras Avelelas Casas de Monforte Sobreira Anelhe Anelhe Rebordondo Souto Velho Arcossó Arcossó Bobadela Bobadela Bolideira Bustelo Bustelo Calvão Calvão Castelões Cela Cela
Ribeira do Pinheiro Ribeira de Sampaio Tresmundes
Cimo de Vila da Castanheira Cimo de Vila da Castanheira
Dadim Curalha Curalha Eiras Eiras Castelo São Lourenço Ervededo Ervededo Agrela Torre Faiões Faiões Lamadarcos Lamadarcos Vila Frade Loivos Loivos Seixo Madalena Madalena Campo de Cima Prado Ribeira de Avelãs Seixal Mairos Mairos Moreiras Moreiras Almorfe France Torre
Nogueira da Montanha Nogueira da Montanha
Alanhosa Amoinha Velha Capeludos Carvela Gondar Maços Sandamil Santa Marinha Santiago Sobrado Oucidres Oucidres Vila Nova de Monforte
Vilar de Izeu
Oura Oura Vila Verde de Oura
Outeiro Seco Outeiro Seco
Paradela de Monforte Paradela de Monforte
Póvoa de Agrações Póvoa de Agrações
Agrações Dorna Fernandinho Pereiro Redondelo Redondelo Casas Novas Pastoria São Domingos
Roriz Roriz Samaiões Samaiões Izei Outeiro Jusão Raio X Sanfins Sanfins Mosteiro Parada Polide
Santa Cruz da Castanheira
Sanjurje Sanjurge Seara
Santa Cruz / Trindade
(Esta freguesia foi recentemente criada, através da Lei N.º 18-E / 2001, de 03 de Julho)
Bairro de Santa Cruz Bairro da Trindade
Santa Leocádia Santa Leocádia
Adães Carregal Fornelos Matosinhos Santa Ovaia Vale do Galo
Santa Maria Maior Santa Maria Maior
Aregos
Casas dos Montes Telhado
Santo António de Monforte Santo António de Monforte
Nogueirinhas
Santo Estêvão Santo Estêvão
São Julião São Julião
Limãos
Mosteiro de Baixo
São Pedro de Agostém São Pedro de Agostém
Agostém Bóbeda Escariz Lagarelhos Paradela de Veiga Peto de Lagarelhos Sesmil Ventuzelos
Vila Nova de Veiga
São Vicente da Raia São Vicente da Raia
Aveleda Orjais Segirei
Seara Velha Seara Velha
Selhariz Selhariz Fornos
Valverde Vila Rei
Soutelinho da Raia Soutelinho da Raia
Soutelo Soutelo Noval
Travancas Travancas Argemil São Cornélio Tronco Tronco Valdanta Valdanta Abobeleira Cando Granjinha Vidago Vidago
Vila Verde da Raia Vila Verde da Raia
Vilar de Nantes Vilar de Nantes
Nantes Translar Vale de Zirma
Vilarelho da Raia Vilarelho da Raia
Cambedo Vila Meã
Vilarinho da Raia
Vilarinho das Paranheiras Vilarinho das Paranheiras
Vilas Boas Vilas Boas
Pereira de Selão
Vilela Seca Vilela Seca
Vilela do Tâmega Vilela do Tâmega
Moure Redial
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DSC, 2005
O quadro nº3 apresenta a distância de cada uma das freguesias à cidade de Chaves.
Quadro nº3 Distâncias entre a cidade de Chaves e cada uma das Freguesias, em 2002 Freguesias Unidade (Km) Águas Frias 12 Anelhe 15 Arcossó 18 Bobadela 18 Bustelo 6 Calvão 12 Cela 10
Cimo de Vila da Castanheira 24
Curalha 7 Eiras 3 Ervededo 15 Faiões 6 Lamadarcos 15 Loivos 17 Mairos 18 Moreiras 16 Nogueira da Montanha 15
Oucidres 15 Oura 22 Outeiro Seco 5 Paradela 15 Póvoa de Agrações 23 Redondelo 13 Roriz 23 Samaiões 5 Santa Cruz/Trindade 4 Sanfins 24 Sanjurge 6 Santa Leocádia 17
Santo António de Monforte 12
Santo Estêvão 7
São Julião de Montenegro
São Pedro de Agostém 8
São Vicente 35 Seara Velha 12 Selhariz 16 Soutelinho da Raia 18 Soutelo 7 Travancas 20 Tronco 18 Vale de Anta 4 Vidago 18
Vila Verde da Raia 10
Vilar de Nantes 5
Vilarelho da Raia 15
Vilarinho das Paranheiras 15
Vilas Boas 15
Vilela Seca 12
Vilela do Tâmega 10
Santa Maria Maior Urbana
Madalena Urbana
Fonte: Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, 2002
1.1 Acessibilidades
Em termos de acessibilidades, Chaves encontra-se inserida num conjunto de eixos estruturantes, particularmente centrada na ligação entre o Norte de Portugal e o Centro e Norte de Espanha e, através daqui, à Europa Central.
Concretamente, após a conclusão do A24, com um horizonte temporal de concretização até final de 2005, e com a construção da A7 entre Guimarães e Vila Pouca de Aguiar, Chaves encontrar-se-á ligada por auto-estrada ao Porto e Lisboa e, através da ligação à Autovia das Rias Baixas (A52), a Vigo, Orense, Valladolid, Madrid, Burgos e França, com distâncias-marco de 450km a Lisboa, 150km ao Porto e 450km a Madrid, numa situação geográfica estratégica no ponto de bifurcação da rede de auto-estradas que liga o norte e o centro de Portugal e Galiza a outras regiões de
Espanha e a toda a Europa para lá dos Pirinéus. Estas ligações rodoviárias serão, ainda, complementadas por uma ligação ferroviária de Alta Velocidade, cujo trajecto Vigo-Valladolid-Madrid terá uma paragem entre Chaves e Verín, servindo a região transfronteiriça acima mencionada.
Este conjunto de ligações permitem, não só o fluxo de pessoas do Norte de Portugal e Galiza para Madrid, Norte de Espanha e França, quer em contexto socioprofissional, quer em turismo, como, igualmente, serve as exigências de transporte de mercadorias entre os mesmos pontos de origem/destino, com particular destaque para os portos do Porto (Leixões) e de Vigo, bem como a transacção de matérias-primas e produtos ao longo do eixo industrial Porto-Bordéus.
Actualmente, em termos locais/regionais, servem este Concelho várias estradas nacionais, nomeadamente a E.N.2 que faz a ligação a Vila Real, a E.N.103 que faz a ligação a Vinhais/Boticas/Montalegre/Braga, a E.N. 213 que liga Chaves a Valpaços e Mirandela e a E.N. 314 que estabelece a ligação a Carrazedo de Montenegro/Murça.
A situação concelhia, no que concerne a estradas e caminhos municipais, está vertida no quadro nº4 e no gráfico nº1.
Quadro nº4 Estradas e Caminhos Municipais
Discriminação Estradas Municipais Caminhos Municipais
1. Pavimentadas 143490 70750 1.1 Betão Betuminoso 9100 9350 1.2 Semi – Penetração 129090 51400 1.3 Cubos 5300 10000 2.Em Terraplanagem 19750 30100 3. Total de Metros 163240 100850
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DASU, 2003.
Num total de 163 240 metros de estradas municipais, cerca de 12% são em terraplanagem, assim como, 29% dos caminhos municipais. Estes números indicam que quando as condições climatéricas se agravam, sobretudo em períodos de chuva, as zonas que usufruem deste tipo de acessos, são confrontados com vias em más condições, implicando estas directamente, um maior isolamento destas populações. (ver anexo 3 – Mapa de Rede Viária).
Gráfico nº1 Estradas e Caminhos Municipais 0 20000 40000 60000 80000 10000 0 12000 0 14000 0 16000 0 18000 0 1. Pavimentadas 1.1 Betão Betuminoso 1.2 Semi - Penetração 1.3 Cubos 2.Em Terraplanagem 3. Total de Metros Caminhos Municipais Estradas Municipais
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DASU,2003.
1.2 Rede de Transportes
No quadro nº5 são mencionadas as empresas que prestam serviço público de transporte em Chaves.
Quadro nº5 Serviços de Transportes Públicos, em Chaves, 2004.
Empresa Tipo de Serviço Localização
Auto-Viação do Tâmega Autocarro Chaves
Rodonorte Autocarro Chaves
Táxis Tâmega Táxis Chaves
Táxis Vidago Táxis Chaves/Vidago
Táxis António Fernandes Táxis/Vidago Chaves
Táxis Flavitaxis Táxis Chaves
Fonte: Estudos Rede Social, 2005
-Em 2001, foram vendidos em Chaves, 704 automóveis, a seguir a Bragança, foi o segundo concelho com o maior número de automóveis vendidos em todo o Alto-Trás-os-Montes;
-Foi, no pior sentido, número um, em Acidentes de Viação com vítimas (173 acidentes), em todo o Alto-Trás-os-Montes, registando em 2001, uma média de 2,3% de mortos, em cada 100 acidentes.
1.3. Análise de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças Acessibilidades e Rede de Transportes
Forças Fraquezas
- Localização geoestratégica privilegiada; - Construção do IP3;
- Construção da VCE;
- Deficiente rede de transporte, sobretudo para o meio rural;
- Inexistência de transportes públicos urbanos; -Degradação de estradas e caminhos
municipais.
Oportunidades Ameaças
- IP3;
- Localização geográfica / Espanha; - Novos segmentos de mercado;
- Valorização transfronteiriça dos recursos endógenos;
- Maior Fluxo de turistas;
- Dinamização do sector terciário (hotelaria, restauração, serviços e comércio).
- Interioridade;
- Baixo nível de desenvolvimento económico; - Baixo PIB.
2. A Estrutura Demográfica
Talvez pela sua interioridade, este concelho apresenta um quantitativo demográfico inferior à média nacional. A este propósito, dever-se-á ter em conta o NUT a que pertence (Nut III – Alto Trás-os-Montes), sendo a perda demográfica uma constante nos concelhos que constituem Trás-os-Montes. O concelho de Chaves é contudo, o terceiro concelho mais populoso, depois de Vila Real e Bragança.
A densidade demográfica para o Alto Trás-os-Montes situa-se em 27,3% e em 73,8% para o Concelho de Chaves.
Um cenário em que a desertificação é uma tendência, o envelhecimento populacional parece caracterizar esta região, sendo porém, possível através de uma comparação entre os censos de 1991 e 2001, verificar um crescimento populacional de cerca de 2 727 habitantes, sendo actualmente, 43 667 o total de residentes neste concelho.
Esta situação contrasta com o que ocorreu na década anterior, então, residiam em Chaves cerca de 40 940 habitantes, sendo notório na década de 1981-1991 uma perda de população, em aproximadamente 5 000 habitantes, cifrando-se a variação em – 10,77%.
Conforme o quadro nº6, segundo os Censos de 2001, a variação demográfica foi de 6,7%,valor que traduz um crescimento populacional francamente positivo.
Quadro nº6 População Residente no Concelho de Chaves de 1981 a 2001
População 1981 1991 Variação percentual 2001 Variação percentual Presente 47 010 40 570 - 13, 7 42 297 4,3 Residente 45 883 40 940 .- 10,77 43 667 6,66 Fonte: INE; 2001
Entre a década de 1991/2001 as freguesias do Concelho, como Samaiões, Sanjurge e Vilar de Nantes viram a sua população aumentar, enquanto as freguesias de Outeiro seco e Vale de Anta, perdem população.
Através da Quadro nº7 poder-se-á observar como se distribui este quantitativo populacional concelhio pelas freguesias deste concelho, em 2001.
Quadro nº7 População por Freguesias
Freguesias População Presente % População Residente %
Águas Frias 846 2,00 897 2,05 Anelhe 539 1,27 538 1,23 Arcossó 363 0,86 365 0,84 Bobadela 123 0,29 124 0,28 Bustelo 476 1,13 517 1,18 Calvão 426 1,01 450 1,03 Cela 215 0,51 228 0,52 Cimo de Vila da Castanheira 584 1,38 605 1,39 Curalha 501 1,18 518 1,19 Eiras 556 1,31 560 1,28 Ervededo 719 1,70 740 1,69 Faiões 836 1,98 880 2,02 Lama de Arcos 413 0,98 425 0,97 Loivos 596 1,41 629 1,44 Madalena 1921 4,54 2004 4,59 Mairos 345 0,82 359 0,82 Moreiras 300 0,71 308 0,71 Nogueira da Montanha 655 1,55 693 1,59 Oucidres 232 0,55 236 0,54 Oura 635 1,50 652 1,49 Outeiro Seco 3221 7,62 3435 7,87 Paradela 286 0,68 318 0,73 Póvoa de Agrações 274 0,65 294 0,67 Redondelo 583 1,38 600 1,37 Roriz 225 0,53 211 0,48 Samaiões 1299 3,07 1353 3,10 Sanfins 307 0,73 308 0,71 Sanjurge 351 0,83 373 0,85 Santa Leocádia 396 0,94 419 0,96
Santa Maria Maior 12290 29,06 12260 28,08
Santo António de Monforte 484 1,14 509 1,17 Santo Estevão 606 1,43 632 1,45 São Julião de Montenegro 275 0,65 293 0,67 São Pedro de Agostém 1471 3,48 1513 3,46 São Vicente 308 0,73 313 0,72 Seara Velha 180 0,43 187 0,43 Selhariz 287 0,68 311 0,71 Soutelinho da Raia 190 0,45 192 0,44 Soutelo 353 0,83 384 0,88 Travancas 536 1,27 519 1,19 Tronco 277 0,65 326 0,75 Vale de Anta 1139 2,69 1200 2,75
Vidago 1148 2,71 1186 2,72
Vila Verde da Raia 795 1,88 855 1,92
Vilar de Nantes 1976 4,67 2117 4,85 Vilarelho da Raia 596 1,41 619 1,42 Vilarinho das Paranheiras 218 0,52 220 0,50 Vilas Boas 199 0,47 218 0,50 Vilela Seca 320 0,76 323 0,74 Vilela do Tâmega 426 1,01 451 1,03 Total 42 297 100 43 667 100 Fonte: INE, 2001
O quadro nº7 revela que as seis freguesias com maior peso demográfico são, por ordem decrescente:
1. Santa Maria Maior com 12 260 habitantes; 2. Outeiro Seco* com 3 435 habitantes; 3. Madalena com 2 004 habitantes; 4. Vilar de Nantes com 2 117 habitantes;
5. São Pedro de Agostém com 1 513 habitantes; 6. Samaiões com 1 353 habitantes.
Contudo em Setembro de 2001 foi constituída a Junta de Freguesia de Santa Cruz/ Trindade , retirando área à freguesia de Santa Maria Maior e Outeiro Seco (lei 18-E/2001). Segundo as informações disponíveis o total de habitantes ronda os 2 500.
2.1 Distribuição da População por Grupos Etários
O quadro nº8 põe em destaque a distribuição da população por faixas etárias, segundo os Censos de 1991 e 2001.
Quadro nº8 População por Faixas Etárias de 1981 a 2001
1981 1991 2001 Escalão Etário Nº Nº % Nº % - 15 anos 12.507 8 236 -34,15 6.269 -23,88 15 a 64 anos 28 107 26 297 -6,44 28 762 9,37 65 ou mais anos 5 269 6 407 21,60 8 636 34,79 Fonte:INE, 2001
Assim, pode-se inferir que:
a) O concelho acompanha a tendência nacional no que diz respeito ao reforço do último escalão etário, isto é, consolida-se o fenómeno global de envelhecimento populacional;
b) A progressiva perda de elementos na primeira e segunda faixas etárias gere inexoravelmente fenómenos de desertificação rural, indiscutivelmente nas localidades mais distantes da malha urbana;
c) O sector económico mais gravemente afectado pelo ténue aumento da população activa concelhia será o sector primário, pois que, as freguesias rurais se vão tornando cada vez menos atractivas em matéria de fixação populacional, sobretudo, das camadas mais jovens. Estas buscam oportunidades de emprego nas zonas mais urbanas.
2.2 Evolução Populacional por Sexo
Em 2001, tal como em 1991 sexo feminino foi o preponderante (51%). As mulheres totalizavam em 22 486.
Quadro nº9 Evolução da População por Sexo
1981 1991 2001 Indicador Nº % Nº % Nº %
Homens
22 622 49,3 20 046 49,0 21 181 48,5Mulheres
23 261 50,7 20 894 51,0 22 486 51,5-Homens
e
Mulheres
45 883 100 40 940 100 43 667 100 Fonte: INE, 2001. 2.3 Estatísticas VitaisAs Taxas de Natalidade e Mortalidade concelhias estão expressas nos quadros seguintes.
Quadro nº10 Taxa de Natalidade Espaço Geográfico 1981 1991 2001 Zona Norte 17,4 13,3 8,2 Alto Trás-os-Montes 15,1 10,1 12,3 Chaves 15,7 12,3 8,7
Quadro nº 11 Taxa de Mortalidade Espaço Geográfico 1981 1991 2001 Zona Norte 8,7 9,1 12,8 Alto Trás-os-Montes 11,3 13,0 12,0 Chaves 11,25 13,3 12,0
Fonte: INE,2001 e Agenda 21 local (dados de Chaves em 1981 e 1991).
O escalpelo aos quadros permite-nos inferir que a tendência da Zona Norte é inversa aquela que se regista no Alto Trás-os-Montes. Assim, o Norte regista sempre um saldo natural positivo, uma vez que a taxa de natalidade é sempre superior à de mortalidade. Vejamos de seguida a situação concelhia através do Gráfico nº2.
Gráfico nº 2 Tx. Natalidade vs Tx. de Mortalidade Chaves - 2001 8,70% 12% Tx de Natalidade Tx. de Mortalidade
No gráfico nº2, referente ao Concelho de Chaves, já podemos visualizar que a taxa de mortalidade (12%) ocupa uma maior área no gráfico de sectores, o que nos indica que esta é maior do que a taxa de natalidade (8,7), ou seja, ocorrem mais óbitos do que nascimentos, resultando este facto, num saldo fisiológico negativo.
Esta diminuição de nascimentos representa um cenário em que se dá estreitamento de base e de envelhecimento de topo na pirâmide demográfica de um território, ou seja, há poucos nascimentos.
2.3.1 Nados-vivos e Óbitos
No quadro nº12 constam os indicadores associados à dinâmica populacional concelhia (número de nados-vivos e nº de óbitos) reportados ao período de 1991 a 2000.
Quadro nº12 Nados-Vivos e Óbitos, entre 1991 e 2000
ANO NADOS-VIVOS ÓBITOS SALDO
1991 506 545 -39 1992 439 547 -108 1993 398 555 -157 1994 392 480 -88 1995 365 514 -149 1996 379 509 -130 1997 389 476 -87 1998 324 472 -148 1999 374 472 -98 2000 370 511 -141 Média 380 460 -80 Fonte, INE, 2001
Da leitura dos indicadores plasmados no quadro acima, para o período a que se reporta, poder-se-á inferir que:
- O número de óbitos foi invariavelmente superior ao número de nados-vivos, o que traduz que o fenómeno “saldo fisiológico negativo” tendencialmente se consolidou a nível concelhio;
- O decréscimo da taxa de natalidade sugere a adesão generalizada dos jovens casais à limitação do número de filhos;
- O crescente ingresso de mulheres no mercado de trabalho leva a que as famílias tenham de exteriorizar parte das suas funções, procurando na sociedade, a prestação de serviços para colmatar as necessidades que até, então, eram asseguradas pelos elementos do sexo masculino;
- O concelho necessita de políticas sócio-económicas activas que viabilizem a fixação de jovens em idade fértil ou em idade de se tornarem cidadãos activos;
- O mercado de trabalho tem de ser fortemente impulsionado de forma a suscitar novas fontes de rendimento familiar;
- O envelhecimento progressivo da população reforça preocupações crescentes sobre políticas de saúde para idosos, sendo este um importante grupo de risco no que toca a problemáticas sanitárias e sociais.
Quadro nº13 Nados –Vivos, segundo a Idade da Mãe em Chaves 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 -15 0 0 0 0 0 1 3 0 0 0 15-19 46 38 40 36 27 40 36 28 18 28 20-24 154 116 96 104 83 93 103 99 90 74 25-29 179 152 142 116 127 110 125 85 131 113 30-34 87 100 87 93 88 99 84 72 90 105 35-39 30 29 26 28 35 28 35 36 39 43 40-44 10 3 6 8 4 7 2 3 6 7 45-49 0 1 1 0 1 1 1 1 0 0 50 ou + 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Fonte: INE, 2001
Neste Concelho, o maior número de nascimentos em 2000, ocorreu nas faixas etárias entre 25-29 e 30-34. Nesse ano nasceram 113 para o primeiro intervalo e 105 para o segundo. Contudo, nem sempre é assim, pois por exemplo em 1991 os intervalos que compreendiam o maior número de nascimentos, foram aqueles que vão desde os 20-24 com 154 nados -vivos e entre 25-29 com 179 nados-vivos.
Gráfico nº2 Nados – Vivos, segundo a Idade da Mãe - Chaves
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 1991 1993 1995 1997 1999 -15 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50 ou mais
O número de nados -vivos segundo a idade das mães regista um maior valor quando estas têm entre 25 e 29 anos, aqui apenas verificamos uma excepção para o ano de 1998, em que as mães com idades entre 20 e 24 anos foram aquelas que deram mais à luz.
2.3.2 Taxa de Fecundidade
A Taxa de Fecundidade expressa o número de nascimentos, que como já vimos têm vindo a decrescer, quer pela entrada da mulher no mercado de trabalho,
quer pela mudança nos modelos familiares tradicionais. De igual forma, diminuiu a taxa de mortalidade infantil, passando de 20,78 (1991), para 3,11 (2001).
À semelhança do resto do País, em Chaves, a faixa etária de 25 a 29 anos foi a que deteve a taxa de fecundidade mais elevada, num total de 93 mulheres.
Quadro nº14 Taxa de Fecundidade (Médias), no Concelho de Chaves e em Portugal, por Escalões Etários
Total
Idade das Mães Espaço Geográfico 15-49 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Portugal (média 91/97) 42,8 21,1 68,4 101,1 67,8 24,4 5,3 0,4 Chaves (média 91/00) 40,3 19,9 61,5 93,2 71,1 26,5 4,5 0,5 Fonte: INE, 2001
Neste momento, podemos comparar as Taxas de Fecundidade médias, registadas no resto do País e no Concelho, concluindo que, a diferença é de apenas, 21,5 %. Em ambos os casos, as mães com idades entre os 25 e 29, foram aquelas que registaram o maior número de nados vivos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido ao efectivo médio de mulheres em idade fértil (entre os 15 e os 49 anos) desse período.
2.4 Uma Questão Particular: O Envelhecimento Populacional
O envelhecimento da população constitui um dos aspectos mais marcantes da evolução demográfica. De 1981 para 2001, o Índice de Envelhecimento aumentou de 45 para 103 idosos por 100 jovens ou seja, o número de idosos a residir em Portugal ultrapassa o de jovens. Para este rácio contribuiu, sobretudo, a população do sexo feminino, cujo índice foi de 122 idosas por cada 100 mulheres jovens, enquanto que o dos homens se situava nos 84 indivíduos, facto que reflecte a maior longevidade feminina. É nos concelhos do interior do País que existe um maior envelhecimento populacional, ou seja, o número de idosos é superior ao dos jovens.
A evolução da população caracteriza-se pela manutenção de baixos níveis de crescimento nas zonas do interior do País, não podemos deixar de referenciar a variação populacional positiva do nosso Concelho, contrariando a tendência de todo o Alto Trás-os-Montes. O Envelhecimento Populacional, que está na base do crescimento populacional observado no intervalo inter-censos, afigura-se como um
dos fenómenos demográficos, objecto de particular atenção, a avaliar pelos índices de envelhecimento (137,76) e dependência (51,82), registados em 2001.
Quadro nº15 Índice de Envelhecimento, em 2001
Espaço Geográfico Índice de Envelhecimento
Portugal 102,3%
Zona Norte 80,1%
Alto Trás-os-Montes 148,3%
Concelho de Chaves 137,7%
Fonte: INE, 2001
Os índices de envelhecimento apresentados, revelam uma população muito envelhecida, sobretudo no Ato Trás-os-Montes, que comparativamente com as restantes áreas territoriais analisadas, tem os valores mais elevados.
Na última actualização de informação concedida pelo INE, a tendência de agravamento é ainda maior, assim, em 2002, o Alto Trás-os-Montes sobe para 177,5, e Chaves para 151,3%.
Quadro nº16 Indicadores Demográficos sobre Envelhecimento e Dependência, em 2001
Indicadores %
Índice de Envelhecimento 137,76
Índice de Dependência Total 51,82
Índice de Dependência Juvenil 21,80
Índice de Dependência Idosos 30,03
Fonte: INE,2001
A maior parte da população idosa e urbana localiza-se na zona histórica de Chaves; na zona rural, destacam-se as freguesias de Vilarelho da Raia (474,5), Bobadela ( 433,3) e Lamadarcos (408,6).
2.5 Movimentos Migratórios
“A emigração portuguesa não é um facto recente, sempre esteve presente na sociedade portuguesa cuja evolução ficou mais forte no término do século XIX e durante o terceiro quarto de século XX. Razões económicas, entre outros de natureza social, económica, e política, são as principais causas para o diáspora português nos cinco continentes”. (Arroteia, 2001)
A observação do fenómeno das migrações em Portugal, na actualidade, leva-nos a uma reflexão evidente. Ou seja, se durante muito tempo leva-nos vimos confrontados com as consequentes saídas da nossa população, hoje deparamo-nos com uma outra
realidade, a imigração estrangeira. Apesar deste fenómeno migratório ainda não ter sido objecto de estudos muito aprofundados, podemos afirmar que esta tendência resulta do desenvolvimento económico e civilizacional e mais precisamente das alterações do mercado de mão-de-obra internacional.
A análise ao quadro permite observar que já a partir da década de 80 se inverteram as importâncias da emigração permanente e temporária. Da consulta ao quadro nº17 constata-se que o valor mais baixo da emigração permanente se posicionou em 2001.
Quadro nº17 A Emigração em Portugal: Total, Permanente e Temporária, entre 1976 e 2002 ANO Emigração Total (nº) Emigração Permanente (%) Emigração Temporária(%) 1976 19 469 89,9 10,1 1986 13 690 45,7 54,3 1996 29 066 33,0 67,0 2001 20 589 28,0 72,0 2002 27 358 32,2 67,8 Fonte: INE, 2002
O quadro apresentado permite concluir que, apesar dos números totais de emigrantes, este fenómeno tem vindo a sofrer alterações ao longo dos anos. Ou seja, tem vindo a baixar o seu valor percentual quando se trata de emigração permanente, sendo actualmente mais prevalecente a temporária.
No nosso concelho, entre 1986 a 1991 o saldo migratório médio foi negativo, invertendo-se esta tendência na década de noventa. Actualmente Chaves é um pólo atractivo, registando um saldo migratório positivo.
A fixação de população estrangeira tem grande importância não só na taxa de crescimento total, mas especialmente na fixação de jovens, contribuindo para atenuar o envelhecimento populacional. Os franceses, angolanos e brasileiros são os que tem o maior número de representantes no nosso concelho.
Retomando a análise temporal, podemos verificar que a situação ao nível do nosso concelho tem vindo a ser satisfatória, pois é um concelho integrado numa região considerada, em termos de análise demográfica, repulsiva.
O quadro que se segue indica-nos que entre 1985 e 1991, a taxa de saldo migratório interno era positivo (0,01%).
Quadro nº18 Movimentos Migratórios no Concelho de Chaves, entre 1985 e 1991.
Movimentos Migratórios Número
Imigrantes Internos 841
Emigrantes Internos 838
Saldo Migratório Interno 3
Fonte INE, 1991
Se observarmos a taxa de saldo migratório médio entre 1989 e 1991, encontramos uma taxa igualmente positiva de 0,12%. Quanto às migrações segundo a idade, o grupo que se inclui entre os 15 e os 24 anos, é como actualmente, aquele que tem maior mobilidade (-0,14%).
Em 2001, os valores positivos mantêm-se, ou seja, a diferença entre os imigrantes de outros concelho e os emigrantes para outro concelho, indicam um saldo positivo de 71 indivíduos. Assim, as saídas da população concelhia para outros concelhos, é compensada pela vinda de imigrantes de outros concelhos.
Quadro nº19 Migrações observadas no Concelho de Chaves, em 2001
Designação Nº
População que não mudou de Concelho 42 025
640
Imigrantes
-De outro Concelho
-Do Estrangeiro 596
Emigrantes do Concelho para outro Concelho
569 Fonte: INE, 2001
A taxa de migração positiva de 0,16%, vai fortalecendo a imagem de que Chaves é cada vez mais uma lugar de atracção a novos residentes, inclusivamente os estrangeiros, sendo a estimativa dos censos de 2001, de 537 indivíduos estrangeiros legais a residir em Chaves. Como muitos destes estrangeiros vivem na ilegalidade, é difícil apontar percentagens reais, sendo este facto gerador de graves deficiências nos processos de integração social.
Quadro nº20 Movimentos Migratórios nos Concelhos do Alto Tâmega , 2001/2002
Concelho Diferença
Boticas -112
Montalegre -218
Valpaços -146
Vila Pouca de Aguiar +62
Chaves +121
Dos valores apresentados já podemos verificar que o Concelho de Chaves é aquele que regista o saldo migratório positivo mais elevado.
2.5.1 Entidades de Apoio às Comunidades Portuguesas
2.5.1.1 Serviços de Apoio às Comunidades Portuguesas (Câmara Municipal de Chaves
Valências destes Serviços: a). Segurança Social – Reformas
- Velhice; - Invalidez;
- Pensões Complementares; - Melhorias de Reformas; - Incapacidade para o Trabalho;
b).Colaboração com a Delegação Regional da DGACC (Direcção Geral dos
Assuntos Consulares e das Comunidades), no Porto em:
- Repatriamentos;
- Localização de familiares de emigrantes; - Outros serviços.
c). Informações Gerais
- Legalização de viaturas; - Equivalência de estudos;
- Mercado de emprego no estrangeiro; - Recrutamentos;
- Incentivo ao investimento; - Direitos Comunitários;
- Direito ao apoio pedagógico a alunos;
- Direito a prestações de saúde a emigrantes regressados; - Informação a emigrantes sobre o processo de legalização.
O quadro que se segue dá-nos informações sobre o número de pessoas que recorreram aos serviços de apoio às comunidades portuguesas no nosso Concelho.
Quadro nº21 Serviços de Apoio às Comunidades Portugueses: número de pessoas, segundo a natureza dos apoios requeridos
Tipos de Apoios 2000 2001 2002 2003 Colocação no estrangeiro 63 99 243 66 Entrega de Contratos 218 99 243 - Segurança Social 778 - - - Ensino 01 - 04 19 Importação de Bens 05 - - - Assuntos Jurídicos 01 09 09 19 Assuntos Sociais 07 937 915 1531 Assuntos Económicos Investimentos 88 01 - - Legalização Automóvel - - 03 17 Outros Assuntos - 02 136 157 Total 1 161 1 147 1 153 1 809
2.6 Análise de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças Estrutura Demográfica
Forças Fraquezas
- Incentivos crescentes para a fixação da população jovem no Concelho;
- Força da comunidade jovem local; - Aumento da população presente; - Aumento da população residente; - Políticas sociais activas;
- Combater a desertificação rural;
- Envelhecimento populacional; - Saldo fisiológico negativo; - Êxodo rural;
- Desemprego; - Acessibilidades.
Oportunidades Ameaças
-Aposta no desenvolvimento do ensino superior. - Interioridade;
- Falta de competitividade;
- Falta de incentivos para o investimento de novos empresários.
3. Os Agregados Familiares
O quadro nº22 apresenta o número de unidades familiares recenseadas em 1991 e 2001, pondo em evidência o aumento de 2 537 famílias, nesse intervalo de tempo.
Quadro nº22 Unidades Familiares no Concelho de Chaves, entre 1991 e 2001
ANO Nº
1991 13 147
2001 15 678
Fonte INE, 2001
Quadro nº23 Distribuição por Tipologia Familiar: Na Zona Norte, na Região do Alto Trás-os-Montes no Concelho de Chaves, em 2001.
Espaço Geográfico Famílias Clássicas Residentes Famílias Institucionais Núcleos Familiares Zona Norte 1 210 631 959 1 081 892 Alto Trás-os-Montes 81 810 108 66 811 Concelho de Chaves 15 661 17 13 027 Fonte: INE, 2001
Segundo o Atlas das Cidades de Portugal (INE, 2002), a taxa de crescimento das famílias no Concelho de Chaves, é de 40,9% e a sua dimensão média de 2,8%.
Quadro nº24 Distribuição da Tipologia Familiar por Zona Geográfica
ZONA GEOGRÁFICA INDICADOR VALOR
Famílias Clássicas Residentes 81 810
Alto Trás-os-Montes
Famílias Institucionais 108
Famílias Clássicas Residentes 1 210 631
Zona Norte
Famílias Institucionais 959
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 2001 (Resultados Definitivos)
Quer estejamos a contemplar a Zona Norte ou o Alto Trás-os-Montes, constatamos que a grande maioria das famílias existentes são famílias do tipo clássico.
Quadro nº25 Distribuição das Famílias por Freguesias - Chaves Freguesias Famílias (nº) % Águas Frias 311 1,99 Anelhe 177 1,13 Arcossó 138 0,88 Bobadela 50 0,32 Bustelo 180 1,15 Calvão 195 1,25 Cela 76 0,49
Cimo de Vila da Castanheira 219 1,40
Curalha 171 1,09 Eiras 201 1,28 Ervededo 298 1,90 Faiões 307 1,96 Lama de Arcos 168 1,07 Loivos 234 1,49 Madalena 698 4,46 Mairos 141 0,90 Moreiras 124 0,79 Nogueira da Montanha 253 1,62 Oucidres 94 0,60 Oura 254 1,62 Outeiro Seco* 1130 7,22 Paradela 109 0,70 Póvoa de Agrações 116 0,74 Redondelo 208 1,33 Roriz 85 054 Samaiões 473 3,02 Sanfins 129 0,82 Sanjurge 136 0,87 Santa Leocádia 176 1,12
Santo António de Monforte 171 1,09
Santo Estêvão 241 1,54
São Julião de Montenegro 110 0,70
São Pedro de Agostém 515 3,29
São Vicente 137 0,87 Seara Velha 78 0,50 Selhariz 110 0,70 Soutelinho da Raia 81 0,52 Soutelo 134 0,86 Travancas 201 1,28 Tronco 118 0,75 Vale de Anta 372 2,38 Vidago 382 2,44
Vila Verde da Raia 298 1,90
Vilar de Nantes 676 4,32
Vilarelho da Raia 255 1,63
Vilarinho das Paranheiras 84 0,54
Vilas Boas 84 0,54
Vilela Seca 124 0,79
Vilela do Tâmega 157 1,00
Santa Maria Maior 4482 28,62
Santa Cruz/Trindade - -
Total 15 661 100
As freguesias do Concelho de Chaves com o maior número de famílias, são exactamente aquelas que têm também o maior número de população residente. Com mais famílias, destacam-se a freguesia de:
- Santa Maria Maior - (4 805 famílias); - Outeiro Seco - 1 146 (famílias); - Madalena – (706 famílias); - Vilar de Nantes – (690) famílias; - Samaiões – (470) famílias.
Com menos famílias, emergem as famílias de: - Oucidres – (95 famílias);
- Vilas Boas - (84 famílias);
- Vilarinho das Paranheiras – (83 famílias); - Soutelinho da Raia –(81 famílias);
- Seara Velha – (76 famílias).
3.1 Famílias segundo a sua dimensão
As famílias de maior dimensão têm vindo a perder expressão em Portugal. As famílias compostas por 5 ou mais pessoas, que em 1981 representavam 25,1% do total de famílias e em 1991 19,8%, eram apenas 11,4% em 2001, ou seja, sofreram uma forte retracção de 28,6% na última década. Em contraste, as famílias de menor dimensão registaram um aumento na sua proporção.
Em 2001, a maior percentagem de famílias (cerca de 31%) eram compostas por 2 pessoas. As proporções das famílias compostas por 1, 3 ou 4 pessoas oscilavam entre os 18% e os 20%.
Gráfico nº4
Distribuição das Famílias Clássicas Residentes, segundo a sua Dimensão em Portugal - 1981, 1991 e 2001
Fonte: INE
Quadro nº26 Famílias Clássicas, segundo a sua dimensão, em Chaves, no ano de 2001 Famílias Clássicas Dimensão Nº % Com 1 pessoa 2 777 17,7 Com 2 pessoa 4 734 30,2 Com 3 pessoa 3 718 23,7 Com 4 pessoa 3 048 19,4 Com 5 pessoa 948 6 Com 6 pessoa 294 1,8 Com 7 pessoa 91 0,5 Com 8 pessoa 34 0,2 Com 9 pessoa 11 0,07 Total 15 661 100 Fonte: INE, 2001
Como podemos verificar, neste concelho tal como a tendência nacional, as famílias são constituídas sobretudo por duas ou três pessoas, representado estas cerca de 53%. Contudo, o número de famílias com apenas um elemento aumentou em 46,3% entre 1991 e 2001, assim como as famílias monoparentais com dependentes que proporcionalmente passou em 2001 a ser de 4,96%.
3.2 Famílias Clássicas, segundo o tipo de alojamento, em 2001
Através do quadro nº27, poder-se-á observar como se distribuem estas famílias, pelos diferentes tipos de alojamento.
Quadro nº27 Famílias Clássicas, segundo o tipo de alojamento, em 2001
Tipo de Alojamentos Nº %
Alojamentos Clássico 15 553 99,31
Alojamentos Não Clássicos 101 0,64
Alojamentos Colectivos 7 0,04
Total 15 661 100
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, em 2001.
Através do escalpelo ao quadro verificamos que o Alojamento Familiar Clássico é o tipo de alojamento mais frequente. Este tipo de alojamento, apenas se destina à habitação, não estando, portanto, a ser utilizado para outros fins.
3.3 Famílias Clássicas, segundo o nível de ensino do representante
Neste ponto podemos verificar qual o nível de ensino dos representantes dos agregados familiares flavienses, pelo que o quadro nº28, dá-nos a indicação de que 50%, apenas possuem o 1º ciclo.
Quadro nº28 Famílias Clássicas, segundo o nível de ensino do representante Famílias Clássicas Nível de Ensino Nº % Nenhum 2 367 15 Básico 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo 7 816 1 439 1 061 50 9 7 Secundário 1 650 11 Ensino Médio 141 1 Ensino Superior 1 187 7 Total 15 661 100 Fonte: INE; 2002
3.4 Famílias segundo a condição perante a actividade económica
Quanto à sua condição perante a actividade económica, estas famílias estão distribuídas da seguinte forma:
Quadro nº29 Famílias Clássicas, segundo a condição perante a actividade económica, 2001. Famílias Clássicas Condição Nº % Empregado 8 007 51 Desempregado 383 3 Estudante 70 1 Domésticos 261 2 Reformados 5 950 38 Incapacitados 357 2 Total 15 661 100 Fonte: INE; 2002
As famílias empregadas são 51% do total, contudo, o conjunto de famílias reformadas, registam igualmente uma percentagem importante, 38%.
3.5 O Agregado familiar, segundo os rendimentos mensais
Estudos elaborados na década de noventa, pela União Europeia, concluíam que 28% das famílias tinham rendimentos inferiores a 50% da média nacional. A grande parte das famílias consideradas pobres era idosa, representando 46,5%. No nosso concelho, e segundo estudo elaborado pelo Instituto Sondaxe, cerca de 67% das famílias ganha menos que 900€ e que apenas 25% ganha entre 600€ e 900€.
As famílias mais afectadas por rendimentos baixos, são de tipo unipessoal, com rendimentos inferiores a 300€, e as famílias monoparentais, que situam os seus rendimentos abaixo dos 600€. Se analisarmos as idades dos representantes familiares, podemos verificar que 80% das famílias cujo representante tem mais de 65 anos, têm rendimentos abaixo dos 300€, o que vem dificultar ainda, mais as condições de vida das populações mais idosas.
Gráfico nº5 Percentagem de Famílias, segundo os seus Rendimentos 0% 21% 22% 24% 9% 0% 24% Não tem rendimentos < ou = a 300 301 e 600 601 e 900 901 e 1000 >1500 Não respondeu / não sabe
Fonte: Agenda 21 local
Em síntese, cerca de 20,7% das famílias flavienses são pobres, destas 71% têm representantes com mais de 65 anos.
3.6 Análise de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças Agregados Familiares
Forças Fraquezas
- Famílias que desempenham bem a função socializadora e educacional;
- Solidariedade intergeracional; - Apoio e respeito pelos mais idosos;
- Existência de grupos de acompanhamento às famílias;
- Plano de combate às situações de risco de crianças e jovens (Bairro Social dos Aregos e Bairro Social da Várzea).
- Plano integral de reabilitação social das famílias (MILIÁRIA E PRISMA).
- Disfunções familiares; - Violência doméstica;
- Negligência e maus tratos aos menores; - Aumento dos comportamentos de riscos dos mais jovens;
- Baixos rendimentos; - Desemprego;
- Alcoolismo / Drogas;
- Fracasso e abandono escolar.
Oportunidades Ameaças
- Serviços de acompanhamento às famílias; - Programas ocupacionais;
- Rendimento Mínimo/R.S.I. ; - Abono de família;
- Bolsas escolares; - Formação profissional;
- Políticas sociais activas (apoio à criança e ao jovem).
- Mudança de valores associados à instituição familiar;
- Contexto social e económico nacional; - Alcoolismo;
4. O Parque Habitacional
A década de 90 caracteriza-se por uma redução das barracas (-25%), existindo, em 12 de Março de 2001, 12 071 barracas em Portugal, representando 0,24% da totalidade do parque habitacional. Esta redução resulta de uma erradicação de barracas, essencialmente, na Grande Lisboa e Grande Porto, que em conjunto detinham cerca de 75% das barracas em 1991, descendo esse peso para 58% em 2001. Na maioria das restantes NUTS III assistiu-se a um aumento deste tipo de alojamento, embora pouco expressivo em termos de valores absolutos.
Portugal apresentava em 2001, uma cobertura muito próxima da totalidade dos alojamentos em termos de electricidade (99,6%), água (97,4%) e esgotos (96,7%), sendo a cobertura da recolha de resíduos sólidos dos edifícios ligeiramente inferior (90,7%).
4.1 Habitação e Qualidade de Vida no Concelho
Habitação e qualidade de vida são dois conceitos intimamente relacionados, pois do primeiro depende o segundo.
Contudo, actualmente é possível constatarmos que nem todos os cidadãos possuem uma habitação, não tendo assim, direito a condições mínimas de vida; ainda que este seja um direito de todos nós.
Muitas famílias, são realojadas através de casas cedidas pela autarquia, que para além de realojar, ainda, dá um apoio continuado às carências destas unidades familiares e aos seus inúmeros problemas diários.
Como se encontra o Parque Habitacional no nosso concelho, é o que nos propomos averiguar de seguida.
4.2 Alojamentos e Edifícios
Os quadros que se seguem indicam a variação de ocupação dos alojamentos e edifícios entre 1991 e 2001 no Concelho.
Quadros nº30 Alojamentos e Edifícios em Chaves, 1991 e 2001
Ano Alojamentos Edifícios
1991 22 689 19 180
2001 25 168 20 498
Variação + 2 479 + 1 702
Fonte: INE, 2001
No Concelho de Chaves o número de alojamentos e edifícios tem vindo a crescer, tal como a população e o número de famílias.
No ano censitário de 2001, o total de habitantes deste concelho era de 43 667 habitantes, distribuindo-se por 25 168 alojamentos, dos quais 25 067 são do tipo familiar clássico, ou seja, pelo tipo em que se construiu ou se utiliza, se destina a penas a uma família e 54 destes alojamentos são do tipo colectivo, aqui a unidade de alojamento pode destinar-se a mais de uma família, residentes ou presentes não residentes.
Quadro nº31 Distribuição por Tipos de Alojamento, por zona geográfica
Zona Geográfica
Tipo Zona Norte Alto-Trás-os-Montes Chaves
Familiares Clássicos Outros Sub-total 1 605 157 6 686 1 611 843 137 430 303 137 733 25 067 101 25 168 Colectivos 1 938 234 54 Total 1 613 781 137 967 25 222
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 2001 (Resultados Definitivos)
Quadro nº 32 Alojamentos por Freguesias – Chaves
Freguesias Alojamentos % Águas Frias 515 2,04 Anelhe 315 1,25 Arcossó 279 1,10 Bobadela 102 0,40 Bustelo 318 1,26 Calvão 404 1,60 Cela 104 0,41
Cimo de Vila da Castanheira 410 1,62
Curalha 295 1,17
Eiras 321 1,27
Ervededo 544 2,15
Loivos 461 1,83 Mairos 262 1,04 Moreiras 238 0,94 Nogueira da Montanha 375 1,49 Oucidres 157 0,62 Oura 392 1,55 Outeiro Seco* 1 694 6,71 Paradela 183 0,72 Póvoa de Agrações 186 0,74 Redondelo 354 1,40 Roriz 159 0,63 Samaiões 643 2,55 Sanfins 252 1,00 Sanjurge 244 0,97 Santa Leocádia 287 1,14
Santo António de Monforte 264 1,05
Santo Estêvão 323 1,28
São Julião de Montenegro 174 0,69
São Pedro de Agostém 869 3,44
São Vicente 273 1,08 Seara Velha 147 0,58 Selhariz 182 0,72 Soutelinho da Raia 238 0,94 Soutelo 216 0,86 Travancas 315 1,25 Tronco 214 0,85 Vale de Anta 559 2,21 Vidago 643 2,55
Vila Verde da Raia 441 1,75
Vilar de Nantes 1 002 3,97
Vilarelho da Raia 513 2,03
Vilarinho das Paranheiras 134 0,53
Vilas Boas 139 0,55
Vilela Seca 228 0,90
Vilela do Tâmega 229 0,91
Santa Maria Maior 6 818 27,00
Madalena 1 070 4,24
Total 25 252 100
Fonte: Censos 2001 – Resultados Preliminares - Norte
As freguesias com mais alojamentos, por ordem decrescente de importância: -Santa Maria Maior (6 818);
-Outeiro Seco, conjuntamente com a actual freguesia de Santa Cruz/Trindade (1 694);
-Madalena (1 070); -Vilar de Nantes (1 002); -São Pedro de Agostém (869).
As freguesias com menos alojamentos: -Vilarinho das Paranheiras (134) - Vilas Boas (139)
- Seara Velha (147) - Oucidres (157) - Roriz (159)
Quanto aos edifícios, estes aumentam igualmente a sua oferta com o crescimento populacional ou necessidades de outros serviços, uma vez que estes podem ser exclusivamente residenciais ou não.
Pelo escalpelo ao quadro de comparação nos anos de 1991 e 2001 no Concelho de Chaves os edifícios aumentam para 1 318 registando um crescimento de 6,4%.
Quadro nº33 Edifícios por Freguesias - Chaves
Freguesias Edifícios % Águas Frias 511 2,48 Anelhe 314 1,52 Arcossó 277 1,34 Bobadela 102 0,49 Bustelo 311 1,51 Calvão 398 1,93 Cela 104 0,50
Cimo de Vila da Castanheira 409 1,98
Curalha 292 1,42 Eiras 312 1,51 Ervededo 544 2,64 Faiões 422 2,05 Lama de Arcos 341 1,65 Loivos 461 2,23 Mairos 262 1,27 Moreiras 235 1,14 Nogueira da Montanha 375 1,82 Oucidres 157 0,76 Oura 391 1,90 Outeiro Seco* 1 542 7,48 Paradela 181 0,88 Póvoa de Agrações 185 0,90 Redondelo 343 1,66 Roriz 159 0,77 Samaiões 587 2,85 Sanfins 250 1,21 Sanjurge 243 1,18 Santa Leocádia 285 1,38
Santo António de Monforte 263 1,27
São Julião de Montenegro 174 0,84
São Pedro de Agostém 856 4,15
São Vicente 270 1,31 Seara Velha 146 0,71 Selhariz 182 0,88 Soutelinho da Raia 238 1,15 Soutelo 216 1,05 Travancas 315 1,53 Tronco 214 1,04 Vale de Anta 554 2,69 Vidago 561 2,72
Vila Verde da Raia 438 2,12
Vilar de Nantes 743 3,60
Vilarelho da Raia 511 2,48
Vilarinho das Paranheiras 134 0,65
Vilas Boas 139 0,67
Vilela Seca 226 1,10
Vilela do Tâmega 227 1,10
Santa Maria Maior 3 126 15,15
Madalena 779 3,78
Total 20 628 100
Fonte: Censos 2001 – Resultados Preliminares - Norte
É possível constatar uma relação directa entre a distribuição populacional, o número de famílias e destas com a distribuição pelo maior ou menor número de alojamentos e ramificados pelo maior ou menor número de edifícios.
As freguesias com maior número de edifícios são: -Santa Maria Maior (3 126);
-Outeiro Seco, conjuntamente com Santa Cruz/Trindade (1 542); -São Pedro de Agostém (856);
-Madalena (779); -Vilar de Nantes (743).
As freguesias com menor número de edifícios são: -Bobadela (102)
- Cela (104)
-Vilarinho das Paranheiras (134) -Vilas Boas (139)
Em síntese: as freguesias de Santa Maria Maior, Vilar de Nantes e Outeiro Seco aumentaram a sua oferta habitacional em mais de 40%. Contudo, a freguesia de Samaiões, é aquela que regista o maior crescimento, sensivelmente 120%.
4.3 Condições da Habitabilidade no Concelho
O Direito de todos os cidadãos a uma habitação condigna está constitucionalmente consagrado. Sabemos porém, que nem todas as famílias têm acesso ao mercado habitacional.
Numa análise a degradação dos edifícios neste concelho, a cidade apresenta uma percentagem de 2,95%, porém, é nas freguesias mais rurais, com uma estrutura edificada mais antiga, que o estado de degradação é alarmante. Em síntese, cerca de 44,3% do parque habitacional deste concelho necessita de intervenção e reabilitação
No concelho podem ser identificadas 1748 alojamentos sobrelotados, 462 em sobrelotação crítica, 607 integram-se em edifícios degradados, e 3288 são alojamentos sem pelo menos uma das quatro infra-estruturas básicas, ou seja, electricidade, instalações sanitárias, água canalizada e instalação de banho ou duche.
Ter uma habitação condigna, implica ter infra-estruturas. O quadro nº 34 refere-se a taxa de cobertura das consideradas infra-estruturas básicas, no nosso Concelho.
Quadro nº34 Taxa de Cobertura Infra-estruturas Básicas, em Chaves, e a sua variação percentual entre 1991 e 2001.
Tipo de Infra-estrutura Taxa de Cobertura Variação
Electricidade 94,4 2,9 Água 97,9 10,3 C/ Retrete 90,5 16,1 Esgotos 98,1 27,3 C/ Banho 91,1 25,6 Fonte INE, 2002
- Através do escalpelo aos tipos de infra-estruturas acima apresentados, podemos verificar uma variação positiva entre 1991 e 2001, em que as taxas de cobertura foram aumentando, e actualmente se situam acima dos 90%.
- Apesar das melhorias, a carência de pelo menos uma destas infra-estruturas, afecta ainda, cerca de 3288 alojamentos, este facto está intimamente relacionado com a idade do alojamento ou da sua localização.
- As freguesias mais afectadas mais afectadas são São Vicente, Soutelinho da Raia, e Póvoa de Agrações, sendo a falta de instalações sanitárias e duches os principais poblemas.
4.4 Habitação Social
Dando cumprimento ao quadro legal estatuído no D.L. nº 226/87 de 6 de Dezembro, o Município de Chaves celebrou com o Instituto Nacional de Habitação (INH) um contrato de comparticipação financeira que teve como objecto o financiamento da construção da Habitação Social (90 fogos no Bairro dos Aregos e 52 fogos no Bairro Social de Vidago) a custos controlados, destinada ao realojamento, em regime de arrendamento, de agregados familiares residentes em “barracas” ou situações similares.
Tendo como pressupostos fundamentais, a realidade social do Concelho na área da habitação, conforme levantamento sócio-económico efectuado pela Autarquia e a tipologia dos fogos disponíveis no parque habitacional em construção (90 e 52 fogos) foram estabelecidos, nos casos concretos, critérios de realojamento dos agregados familiares nas respectivas habitações.
4.4.1 - Bairro Social dos Aregos Santa Maria Maior
Quadro nº35 Total de fogos no Bairro Social dos Aregos
Tipologia Nº %
T2 33 36,6
T3 48 53,3
T4 9 10
Total 90 100
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DAS, 2005.
Este bairro teve a sua acção de realojamento em Dezembro de 1999. Neste ainda, está em funcionamento um Clube de Crianças e Jovens, no qual está integrado um Atelier de Tempos Livres, no âmbito do Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências. Funciona igualmente uma lavandaria e uma mercearia em colaboração com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.
4.4.2 - Bairro Social de Vidago Vidago
Quadro nº36 Total de Fogos no Bairro Social de Vidago
Tipologia Nº % T1 4 7,7 T2 32 61,5 T3 12 23 T4 4 7,7 Total 52 100
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DAS, 2005.
Este bairro é de construção mais recente, tendo sido habitado em finais de 2003.
4.4.3 - Bairro Operário Santa Maria Maior
Este bairro foi construído na década de sessenta e tinha então 32 fogos, 28 deste total foram já vendidos aos respectivos inquilinos.
4.4.4 - Bairro do Alto da Cocanha Santa Cruz / Trindade
Este bairro, pré-fabricado, foi transferido pelo IGHAPE (Instituto de Gestão e Alienação do Património e Habitação do Estado) para o Município nos anos 80. Era, então, constituído por 77 fogos, 70 foram vendidos aos inquilinos, a preços simbólicos, e 2 demolidos, devido ao seu estado de degradação.
Quadro nº37 Total de Fogos no Bairro do Alto da Cocanha
Tipologia Nº % T1 8 10,4 T2 26 33,8 T3 32 41,6 T4 11 14,3 Total 77 100,0
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DAS, 2005.
4.4.5.Bairro dos Retornados Santa Cruz / Trindade
Bairro pré-fabricado, cedido pela Noruega a ex-residentes nas colónias portuguesas em África.
4.4.6 Principais problemas que afectavam as famílias realojadas: - Habitações degradadas - Rendas elevadas - Desemprego - Problemas económicos - Problemas familiares - Saúde
Quadro nº38 Património Habitacional do IHGAPHE, em Transferência para a Autarquia, em 2003
Designação do Bairro Localização Nº de Fogos -Bairro dos Fortes
-Bairro das Casas dos Montes -Bairro da Quintela
Santa Maria Maior Santa Maria Maior Santa Cruz / Trindade
223 80
5
Total 308
Fonte: Câmara Municipal de Chaves, DAS, 2003.
Logo que consumado o processo de transferência do património habitacional de IGHAPHE, a Câmara Municipal procederá à venda das habitações aos respectivos inquilinos que se mostrarem interessados.
Refira-se que dos 223 fogos do Bairro dos Fortes, 28 são em regime de propriedade resolúvel, alienados pelo IGAPHE aos inquilinos em regime de arrendamento, 110 fogos em regime de propriedade resolúvel, 10 fogos por amortização antecipada e 5 fogos por falecimento dos armortizantes.
Neste momento, existem 85 fogos em regime de arrendamento social, destes, 13 em regime de propriedade resolúvel.
No bairro de Casas dos Montes e Quintela, todos os fogos têm o regime de arrendamento social.
4.4.7 Instrumentos Autárquicos de Apoio à Habitação
Em 2003, foi elaborado o Regulamento para “Atribuição de Apoios a Estratos Sociais desfavorecidos” e aprovado em Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal ao abrigo da alínea a) do nº2 do artigo nº53, da lei nº169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei nº5 –A/2002, de 11 de Janeiro .
4.5 Análise de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças
Parque Habitacional
Forças Fraquezas
- Novos empreendimentos habitacionais para arrendamento e venda (âmbito privado);
-Apoios municipais a pequenos arranjos habitacionais;
- Apoio das Juntas de Freguesia;
- Acompanhamento Social às famílias alojadas e realojadas;
- Reforço das competências sociais, familiares e individuais em agregados familiares realojados.
- Rendas elevadas para famílias de baixos recursos;
-Degradação social dos bairros sociais municipais e não municipais;
- Habitação muito degradada nas aldeias; - Abandono de edifícios;
-Abandono das habitações do centro histórico citadino;
-Idosos sem condições mínimas de conforto habitacional;
-Existência de barreiras arquitectónicas e urbanísticas.
Oportunidades Ameaças
- Nova legislação sobre o arrendamento;
-Apoios à recuperação de habitações degradadas.
- Desemprego;
- Envelhecimento populacional; - Baixo rendimento nas famílias; - Custos elevados da habitação; - Idosos pobres e pensões baixas;
- Fracos acessos de mobilidade para pessoas com deficiência;
-Deficit sanitário de condições de habitabilidade colocando em risco o
desenvolvimento integral de crianças e jovens; - Impacte ambiental (fenómenos da poluição); - Redução do potencial de saúde (moral, espiritual e social).
5. Educação e Formação
Este capítulo temático foi realizado através da recolha feita aos censos de 2001 e ainda, com base na Carta Educativa do Concelho de Chaves, documento este realizado pelo Município de Chaves em 2003.
5.1 Escolaridade
A taxa de analfabetismo é definida nos resultados definitivos dos censos 2001, tendo como referência a idade a partir da qual um indivíduo que acompanhe o percurso escolar, dito como normal, deve saber ler e escrever. Dez anos é a idade correspondente à conclusão do ensino básico. O quadro nº permite estabelecer uma comparação entre as taxas de analfabetismo do país, Zona Norte, Alto Trás-os- Montes e com a Zona de Chaves.
Quadro nº39 Taxa de Analfabetismo por Zona Geográfica - 2001
Zona Geográfica Taxa de Analfabetismo
Portugal 11%
Zona Norte 8,3%
Alto Trás-os-Montes 15,8%
Chaves 12,5%
Fonte: INE
Assim, verifica-se que a taxa de analfabetismo, em Chaves , é superior ao do país e Zona Norte, não sendo ainda de estranhar que esteja abaixo do Alto-Trás-os-Montes.
Quadro nº40 Comparação entre 1991 e 2001 – Chaves
1991 2001
14,4% 12,5%
Fonte: INE
Conforme o quadro nº40, a taxa de analfabetismo sofreu um ligeiro decréscimo (2,1%), no intervalo censitário 1991-2001.
Quadro nº41 População Residente segundo o Nível de Ensino, em 2001
Nível de Ensino Nº %
Analfabetos (10 ou + anos) 4 979 11
Nenhum Nível de Ensino 6 918 16
16 962 39 4 828 11 Ensino Básico 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo 4 449 10 Ensino Secundário 5 860 13 Ensino Médio 290 1 Ensino Superior 4 360 10 Total 43 667 100
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 2001 (Resultados Definitivos)
Através do quadro nº41, pode verificar-se que a maioria da população residente em Chaves, é detentora de um baixo nível de escolaridade (sabe ler e escrever ou é analfabeta), o que obviamente se reflecte em dificuldades de inserção no mercado laboral e justifica, quiçá, as taxas de desemprego registadas e o peso do rendimento de inserção social na sustentabilidade económica de muitos agregados familiares. Esta realidade configura a situação de precariedade do nível de qualidade de vida, designadamente das condições de habitabilidade e da intensa procura de apoio autárquico na atribuição de fogos de carácter social.
Quadro nº 42 Taxa de Abandono Escolar, 2004
Taxa de Abandono Escolar 3,2%
Saídas Antecipadas 22,2%
Saídas Precoces 40,9%
Fonte: CAE, 2004
- O abandono escolar é visto como um dos principais bloqueios de todo o sistema educativo.
- Em Portugal, apenas 20% dos jovens terminam o Secundário (contrariamente à taxa de 64% dos países da OCDE), a saída precoce da escola é a mais alta da União Europeia (19%) e a taxa de desemprego jovem é superior à média europeia.
- O facto de muitos jovens abandonarem a escola sem dela terem recolhido qualquer formação específica leva a concluir que o emprego, quando existe, é desqualificado.
- O abandono escolar é precedido por várias retenções e insucessos escolares, sendo preocupantes no nosso Concelho, as saídas antecipadas sem conclusão do 3º ciclo, com uma taxa de 40,9%, mas não menos as saídas precoces, ou seja alunos que não cumprem o ensino secundário e abandonam a escola, cerca de 22,2%.