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Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências (PMPPT)

No documento Diagnóstico Social Concelhio (páginas 118-123)

GERIÁTRICO

8.5 Problemáticas Emergentes

8.5.2 Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências (PMPPT)

Do Relatório do PPMT, de 2001-2004, pode ler-se:

A 10 de Agosto de 2001, na sede do Governo Civil de Vila Real, foi celebrado o primeiro protocolo entre o Instituto Português da Droga e Toxicodependência (I.P.D.T)

e a Câmara Municipal de Chaves (CMC). O Município de Chaves aderia, então, ao Plano de Acção Nacional de Luta Contra a Droga e a Toxicodependência - Horizonte 2004, após a aprovação pelo Governo da Estratégia Nacional de Luta Contra a Droga (ENLCD) (22 de Abril de 1999). A parceria estabelecida visava entre outras prioridades “regular os termos do apoio a prestar a entidades sem fins lucrativos, cujas finalidades

estatutárias incluam a promoção da saúde, cultura e desporto, nomeadamente, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e Misericórdias, para o desenvolvimento de projectos de prevenção primária das toxicodependências”.

O compromisso firmado responsabilizou a Autarquia, nos anos de vigência do Plano Horizonte 2004, para a colocação em marcha de um Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências (PMPPT), dirigido à sociedade civil, num permanente apelo à assunção das suas responsabilidades em matéria de prevenção e controlo do grave fenómeno de adição, o qual afecta as camadas juvenis da população em idades cada vez mais precoces.

A Autarquia assumiu as funções de coordenação e de supervisão dos projectos delineados no âmbito do PMPPT, disponibilizou os indispensáveis recursos técnicos e materiais para apoiar as entidades promotoras nas fases de elaboração, execução e avaliação dos mesmos, dinamizou a participação de instituições da sociedade flaviense relacionadas com as áreas da acção social, ensino, saúde, lazer e desporto nas actividades que os projectos contemplaram.

Tal como foi sugerido pela ENLCD, o PMPPT abrangeu os seguintes eixos de intervenção:

− Prevenção na família

− Prevenção em meio escolar

− Prevenção em espaços de recreação e de lazer − Prevenção junto de jovens em abandono escolar

Em 2001, a Santa Casa da Misericórdia de Chaves assumiu, em exclusivo, o papel de entidade promotora.

A partir de 2002, considerando fundamental iniciar um trabalho de consciencialização e de partilha de responsabilidades com a sociedade civil, vieram a participar como entidades promotoras de projectos mais duas entidades: A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola E.B. 2.3 Nadir Afonso e a Associação

Assim, foram designadas entidades promotoras:

a) No eixo de Prevenção na Família - Associação Promotora do Ensino de Enfermagem de Chaves, à qual caberia estabelecer parcerias com as instituições de saúde locais;

b) No eixo de Prevenção na Escola - A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola E.B 2,3 Nadir Afonso, à qual competiria desenvolver as sinergias com as demais associações de pais do concelho e Conselhos Executivos dos Agrupamentos Escolares;

c) No eixo de Prevenção em Espaços de Recreação, Lazer e Desporto - Santa Casa de Misericórdia de Chaves, com particular enfoque a crianças e jovens com baixo regime de protecção;

d) No eixo de Prevenção do Insucesso e Abandono Escolar - Santa Casa de Misericórdia de Chaves, no Clube de Crianças e Jovens do Bairro Social dos Aregos.

À Autarquia coube o fulcral papel de articulação entre as várias entidades promotoras, nomeadamente zelar pela coerência das opções e do cronograma das acções, gerir a utilização dos recursos materiais (os previstos no Plano e os cedidos pela Autarquia) e estimular a coesão entre todos os participantes.

A decisão das parcerias a estabelecer coube às entidades promotoras, as quais foram incumbidas de alcançar a activa participação das mesmas nas fases de preparação e de execução dos projectos. As competências no combate às drogas e toxicodependências e/ou capacidade interventiva ou de mobilização dos públicos alvo, foram as linhas orientadoras na identificação e na selecção das entidades parceiras.

“Trabalhar com os jovens para sensibilizar e informar os jovens” foi outra decisão

reputada como essencial para garantir eficácia nas acções a empreender junto do público-alvo. As entidades promotoras dinamizaram-se no sentido de conseguirem, tanto quanto possível, a participação de adolescentes e jovens, requerendo o seu apoio na concepção e divulgação das melhores mensagens. Assim, em dois anos consecutivos, grupos de jovens (representando diversas instituições escolares, do ensino básico ao ensino superior) envolveram-se na concepção, preparação e representação de duas peças de teatro, através das quais foram retratadas as vivências dos jovens atingidos com problemas de drogas e as respectivas repercussões de índole pessoal, familiar e social. No final de cada encenação realizou-

se um debate público, sob a orientação de profissionais de saúde e da representante da Associação da Escola EB 2/3 Nadir Afonso.

O alcoolismo e o tabagismo foram duas temáticas eleitas pelos jovens, sendo

de referir que a primeira assume foros de preocupação no Concelho de Chaves, quer a nível familiar quer a nível de ambiente social e a segunda nos pré-adolescentes (8 / 9 anos de idade) aquando do seu ingresso no ensino secundário. Estas peças de teatro foram exibidas em concelhos vizinhos, por solicitação de pessoal de saúde e de comunidades escolares dessas áreas geográficas, com o apoio logístico da CMC.

Com recursos próprios, por vezes escassos, mas com a disponibilidade de todas as entidades envolvidas, foi possível, pois, gerar iniciativas consistentes e duradouras.

De salientar que à medida que os projectos se desenrolavam, ganhava visibilidade o surgimento de outras iniciativas no âmbito do combate a drogas, como o caso da Escola EB 2/3 Dr. António Granjo, hoje a “Primeira Escola no País Livre de Fumo”.

Na listagem final dos parceiros dos projectos do PMPPT 2001-2004 figuram: − Hospital Distrital de Chaves;

− Delegação de Saúde de Chaves (Núcleo de Educação e Promoção para a Saúde);

− Centro de Saúde n.º 1; − Centro de Saúde n.º 2;

− Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo (CPC J); − Agrupamento de Escuteiros de Chaves;

− Projecto Homem de Vila Real;

− Associação de Pais da Escola EB 1.2.Nadir Afonso; − Associação de Pais da Escola EB 1 de Santo Amaro; − Associação de Pais da Escola Fernão de Magalhães − Rádio Larouco;

− Agrupamento de Escolas de Vidago;

− Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Ludoteca; − Junta de Freguesia de Santa Maria Maior;

− Junta de Freguesia de Valdanta; − Junta de Freguesia da Madalena; − Junta de Freguesia de Santa Cruz; − Junta de Freguesia de Curalha; − Junta de Freguesia de Anelhe;

− Junta de Freguesia de Vila Verde da Raia; − Junta de Freguesia de Soutelo;

− Guarda Nacional Republicana de Vila Real; − Associação Desportiva Flaviense;

− Grupo de Danças Regionais de Chaves; − Grupo Desportivo de Chaves;

− Escola Agrícola de Artes e Ofícios Prof. Nuno Rodrigues; − Laboratório Lamartine;

− Semanário Transmontano.

Os projectos encontram-se referenciados no mapa seguinte, devendo ser consultado o relatório final 2001-2004 para melhor enquadramento das acções que o PMPPT enformou.

Na conceptualização pesaram os seguintes pressupostos:

a) Em Chaves, a sociedade, dum modo geral, e as famílias, dum modo particular, alheiam-se das questões que são intrínsecas às problemáticas associadas ao fenómeno das toxicodependências;

b) A ausência de conhecimentos sobre os malefícios e as consequências do consumo de substâncias lícitas/ilícitas, conduz à adopção de comportamentos irresponsáveis;

c) Por vezes, os comportamentos assumidos por muitos adultos e profissionais tidos como modelos para muitos jovens, contribuem para que estes reproduzam

de forma prematura e irresponsável esses mesmos comportamentos, os quais acabam por ser aceites e vulgarizados na própria família;

d) A adopção e a valorização de normas de conduta que visam evitar os consumos experimentais são medidas pró-activas que deverão ser prioritariamente desenvolvidas no seio das famílias;

e) A escola é o local privilegiado para suscitar uma reflexão sobre as problemáticas associadas ao fenómeno das toxicodependências seja na comunidade docente seja na discente e promover estilos de vida saudáveis; f) No concelho, existem bolsas residenciais problemáticas, identificadas pelas

instituições que trabalham em áreas ligadas à infância e juventude, com as quais se torna premente desenvolver acções que auxiliem a aquisição de competências individuais, familiares e sociais, esbatendo-se, assim, a teia de causalidade de fenómenos de desestruturação individual e sócio-familiar. Eleger uma comunidade identificada com situações de risco de menores e trabalhar com ela directamente, avaliar o trabalho de forma sistemática e aferir resultados foi uma das matrizes dos eixos de intervenção prevenção em espaços de lazer e desportivos e prevenção do insucesso e abandono escolar.

No documento Diagnóstico Social Concelhio (páginas 118-123)