CAMPANHA PERMANENTE
CONTRA OS
AGROTOXICOS E PELA
VIDA
I - AÇÃO DO CAPITAL SOBRE
A AGRICULTURA.
Revolução Verde.
• A idéia de uma produção capitalista no campo surge no contexto da Revolução Verde que, a partir dos anos 50, se tornou o paradigma dos países desenvolvidos e modelo de desenvolvimento a ser seguido pelos países periféricos.
A Revolução Verde foi um processo de mudança da política agrícola e
tecnológica do país implementado a partir da segunda guerra mundial.
Com um falso discurso de modernização do campo, esse processo incentivou e
impôs a prática de monocultivos, uso de sementes híbridas e geneticamente
modificadas, uso de mecanização pesada no campo e uso de pacotes agroquímicos
O final da década de 1970 e início da
década de 1980, é o auge da agricultura subordinada à indústria e com crédito fácil para expandir a industrialização da
lavoura que por sua vez possibilita uma maior implementação de maquinas e
outros insumos na agricultura. Este
processo vai seguir se desenvolvendo, vai receber influencia externa (econômica e
ideológica) até chegar a ser o que
• O Agronegócio é um modelo de agricultura que transforma tudo que tem haver com agricultura em um
simples NEGÓCIO, ou seja, a água, o ar, a
terra, a biodiversidade, as florestas, os animais e inclusive o ser humano, tornam-se uma simples MERCADORIA destinada ao COMÉRCIO para a geração de LUCRO.
O AGRONEGÓCIO é o
resultado de uma aliança entre
:
Empresas Transnacionais,
Capital Financeiro,
Grandes Proprietários de
Terras.
Seu modelo de agricultura é
predatório e baseia-se
Maquinas pesadas que
degradam o solo e o meio
ambiente.
Produção de
monocultivos em larga
escala.
Produção voltada para a
exportação
Produção em grandes
propriedades de terra.
Uso intensivo de
agrotóxicos
IV - AGROTÓXICO É
VENENO!
Os Agrotóxicos são implementados
no Brasil desde a Revolução verde,
e hoje, são base fundamental para
a existência do agronegócio, pois
grande partes das empresas que
atuam no ramo da produção de
sementes também atuam no campo
da produção e comercialização de
Nos últimos anos estas
empresas passaram por
processos Fusões e Aquisições
que as levaram ao controle
Vejamos algumas Fusões e
Aquisições.
Uso de Agrotóxicos no Brasil.
• O Brasil é o maior consumidor de
agrotóxicos do mundo. Segundo
dados do Sindicato Nacional para
Produtos de Defesa Agrícola
(Sindage), em 2008 o nosso país
quase alcançou a marca dos 700
milhões de litros de agrotóxicos
legalmente comercializados. Em
2009, esse número subiu e quase
atingiu a marca de 1 bilhão.
• Na safra de 2008/2009, foram vendidos
7,125 bilhões de dólares em agrotóxicos
• O uso dos agrotóxicos no Brasil é tão
intenso que, fazendo uma distribuição da
quantidade de veneno utilizado no ano de
2009 por habitante, chegamos a
conclusão de que cada um de nós
consumiu uma média de 5,2 kg de
agrotóxicos ao longo do ano.
Brasil: Bi-Campeão Mundial
no uso de Agrotóxicos.
Tanto em 2008 quanto em 2009, o Brasil foi o maior consumidor de agrotóxicos do
mundo.
Ano Quantidade de litros / Toneladas
Quantidade de
Principio Ativo/hab.
2008 673.862 toneladas 4 kg de agrotóxicos por habitante
2009 920 milhões de litros 5,2 kg de agrotóxicos por habitante
Agrotóxicos e suas
Conseqüências.
A produção e a comercialização
dos agrotóxicos no Brasil e no
mundo se concentra na mão de
seis grandes empresas
transnacionais, que controlam
mais de 80% do mercado de
venenos. São elas:
Além de controlar a fabricação
dos agrotóxicos, essas empresas
também controlam a produção e
comercialização de sementes e
medicamentos, cria um ciclo
vicioso de consumo para gerar
lucro, onde a saúde do povo não
é importante, quanto mais
veneno, mais doenças, mais
Mais agrotóxicos, Menos
Alimentos.
No Brasil, enquanto aumentam os
índices de produtividade agrícola,
contraditoriamente, permanecem
altos os índices de insegurança
alimentar.
O modelo agrícola brasileiro revela uma grande contradição. Enquanto bate recordes seguidos de produtividade, contribuindo com cerca de 30% das exportações brasileiras, 40% da
população brasileira sofre com a insegurança alimentar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A sociedade brasileira conta com 70 milhões de pessoas em estado de insegurança alimentar, segundo o IBGE, e com o consumo de apenas 1/3 de frutas, verduras e legumes necessárias a uma alimentação saudável, segundo a
O avanço da tecnologia nesses últimos
dez anos não reduziu o consumo de
agrotóxicos no Brasil. Pelo contrário, a
moderna tecnologia dos transgênicos,
por exemplo, estimulou o consumo do
produto, especialmente na soja, que
teve uma variação negativa em sua
área plantada (- 2,55%) e,
contraditoriamente, uma variação
positiva de 31,27% no consumo de
agrotóxicos, entre os anos de 2004 a
2008.
Levantamentos do IBGE e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindag),
ambos de 2009, apresentam o
crescimento de 4,59% da área cultivada no Brasil no período entre 2004 e 2008. Por outro lado, as quantidades vendidas de agrotóxicos, no mesmo período,
subiram aproximadamente 44,6%. • Isso equivale dizer que se vendeu
agrotóxicos num ritmo quase 10 vez superior ao crescimento da área
Muita Contaminação = Poucos
Alimentos.
A contaminação de
alimentos na mesa do
brasileiro é uma
realidade cada dia mais visível, segundo dados do Programa de Análise de Resíduo de Agrotóxico em
Alimentos (PARA), da ANVISA. Destaca-se, para os 26 estados
brasileiros, os níveis de contágio nas culturas de:
Pimentão (80%) Uva (56,4%) Pepino (54,8%) Morango (50,8%) Couve (44,2%) Abacaxi (44,1%) Mamão (38,8%)
Alface (38,4%), além outras 12 culturas analisadas e registradas com resíduos de agrotóxicos.
• O fato é ainda mais preocupante, pois das 819 amostras que apresentaram
ingredientes ativos (IAs) não autorizados, 206 amostras (25,1%) apresentaram
resíduos que se encontram em processo de reavaliação toxicológica no Brasil.
Desse universo, 32 amostras contém ingredientes ativos banidos ou nunca sequer registrados no Brasil, como o heptacloro, clortiofós, dieldrina, mirex,
parationa-etílica, monocrotofós e azinfós-metílico.
• Todavia é importante resaltar que as
culturas que mais utilizam agrotóxicos no país são justamente aquelas produzidas no modelo do agronegócio, cultivadas em grandes áreas de monocultivo e voltadas para a exportação, como é o caso da soja, que é responsável por 51% do volume total de agrotóxicos comercializados no país.
• Também é importante que saibamos que todos estes fatos são planejados e aceitos pela burguesia urbana e rural brasileira,
pois o que esta em jogo é um Projeto de Vida (Agricultura Camponesa) contra um Projeto de Morte (Agronegócio). Tais
representantes do Projeto de morte nos condenam de defensores do atraso
enquanto que eles são os defensores do
• Recentemente a senadora Kátia Abreu e presidenta dos ruralistas, reconheceu em entrevista no Jornal Folha de São Paulo, de que cabe ao agronegócio produzir barato,
porem com muito veneno, para a população pobre brasileira. Já os
pequenos agricultores, que se dedicam a agroecologia podem seguir produzindo alimentos orgânicos, para que a elite
brasileira, nós, dizia ela, continuamos nos alimentando com produtos saudáveis.
V - Efeitos na
Saúde.
• Agrotóxico é veneno, portanto sabemos muito bem que o consumo de veneno é
extremamente prejudicial a saúde. A utilização de agrotoxicos pode nos afetar de forma direta através das aplicações ou ingerência de alimentos
contaminados, ou de forma indireta, através das contaminações que o mesmo resulta ao planeta e seus bens naturais.
• No I Simpósio Brasileiro de Saúde Ambiental, realizado no inicio de dezembro de 2010, o
professor do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Wanderlei Pignati, alertava sobre os riscos da utilização dos agrotóxicos para a saúde:
• "Isso vai levar uma série de prejuízos para
a população, como intoxicações agudas, e o grande problema que fica menos visível, que são as intoxicações crônicas - que
podem, por exemplo, provocar câncer. Vários agrotóxicos usados aqui no Brasil são cancerígenos e proibidos na União
Européia. Há outros também que causam má formação do feto, permitidos aqui e
também proibidos na União Européia, e ainda outros que causam desregularão endócrina, distúrbios psiquiátricos e
Vejamos alguns efeitos
causados pelos agrotóxicos na
saúde humana.
TIPOS DE EFEITOS DOS AGROTÓXICOS SEGUNDO A FORMA DE EXPOSIÇÃO.
EXPOSIÇÃO ÚNICA REPETIDA IMEDIATOS A LONGO PRAZO Intoxicação aguda Efeitos retardados Intoxicação aguda Hipersensibilidade Intoxicação crônica
EFEITO AGUDO
Aquele de rápida aparição
(geralmente nas primeiras 24
horas), e curso produzidos por uma só dose ou por curta exposição a uma
EXEMPLOS DE EFEITOS AGUDOS
Irritação da pele e mucosas
Efeitos no sistema nervoso central e periférico (ex. coma,
excitação, etc.)
Efeitos cardiovasculares (ex. bradicardia,
taquicardia,
Efeitos respiratórios (ex. Depressão respiratória, taquipnea, etc.)
Efeitos gastrointestinais (ex.
náuseas, vômitos, diarréias, etc.) Efeitos renais (oliguria, anuria, etc.)
EXEMPLOS DE EFEITOS AGUDOS
K i d n e y K i d n e y B l a d d e r U r e t e r s U r e t h r a U R IN A R Y S Y S T E M
EFEITOS CRÔNICOS
Se observam a longo prazo e são o resultado de varias exposições,
geralmente a quantidades pequenas da substância, repetidas por um
tempo prolongado (a menudo, mas não sempre, são irreversiveis).
O que é a campanha?
• Campanha é um esforço coletivo, assumido por um conjunto de organizações e pessoas de combater a utilização de agrotoxicos e a ação de suas empresas (produtoras e
comercializadoras) explicitando as
contradições geradas pelo modelo de produção imposto pelo agronegócio.
Histórico da Campanha.
• No inicio do mês de abril de 2010 o Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, lança em seu III Encontro Nacional uma Campanha Nacional Contra os Agrotóxicos, tal campanha é
posteriormente assumida pela Via Campesina Brasil. Sendo assim se realiza no mês de setembro em SP na Escola Nacional Florestan Fernandes um Seminário Nacional contra o uso dos Agrotóxicos. • Tal seminário abrange um numero de organizações que vai para
além da Via Campesina, sendo elas: Via Campesina (MST, MPA,
MAB, ABEEF, MMC, CPT, PJR, CIMI,FEAB), FASE, UFC,
REDE-MG, FIOCRUZ, FBSAN, CONSEA, CUT, CAA Norte de Minas,
EXNETO, ENEBIO, ENEN, UFFS, Núcleo Trama, Terra de Direitos, ANA, Cáritas, AMA-RJ, Consulta Popular.
• Neste seminário se define os eixos prioritários de trabalho e a estrutura mínima de funcionamento da campanha, de forma que cada eixo tem uma pessoa responsável que compões assim um Grupo Operativo da campanha atuando de forma direta com a secretaria operativa nacional.
Eixos de trabalho
definidos no Seminário
Nacional
1. ARTICULAÇÃO E COMUNICAÇÃO COM A SOCIEDADE BRASILEIRA
2. INICIATIVAS COM A NOSSA BASE SOCIAL
3. INICIATIVAS RELACIONADAS ÀS EMPRESAS QUE PRODUZEM E USAM AGROTÓXICOS
4. INICIATIVAS RELACIONADAS À SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO
5. INICIATIVAS RELACIONADAS À EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS
ENVOLVIDOS COM O TEMA
Estrutura Organizativa.
Coordenaçã o Nacional Grupo Operativo Nacional Secretária Operativa Nacional Coordenações Estaduais Coordenações Estaduais
Coordenaçõ es Estaduais
Comitês
Definições da Coordenação
Nacional.
No dia 17 de novembro realizamos em SP no CEPATEC, a primeira reunião da
Coordenação Nacional, onde tomamos as seguintes definições:
O nome da Campanha será: Campanha
Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
No dia 7 de abril, (dia mundial da
saúde) será o lançamento oficial da
campanha.
O dia 5 de junho será o dia de Luta
Calculamos que os custos iniciais da
secretaria seriam de R$ 3.000,00/mês; Por enquanto a Via Campesina assume, mas cada organização já deve ir discutindo
como contribui financeiramente com a campanha pois ela é permanente e a
médio prazo devemos pensar incluso em um espaço físico.
A Secretaria Operativa Nacional funcionará em São Paulo, junto a secretaria da Via
Campesina e estará sob a coordenação política do companheiro Cleber Folgado, militante do MPA.
Frente os eixos prioritários apontados no seminário, definimos responsáveis e
apontamos tarefas mas concretas.
Também definimos os responsáveis por cada um.
Obs. Alguns dos eixos em função de serem similares foram agrupados. Vejamos
Eixo I - ARTICULAÇÃO E
COMUNICAÇÃO COM A
SOCIEDADE BRASILEIRA
• Tem a tarefa de pensar como vamos nos comunicar com a sociedade e internamente, de forma que já estão trabalhando na elaboração de alguns
materiais, como:
• Cartilhas (Para a militância, para alunos do ensino
médio e para crianças)
• Folders, Panfleto, Brasil de Fato especial • Livro,
• Adesivos,
• Programas de rádio, Boletim eletrônico
• Cartaz (lambe-lambe e outro mas institucional). • Pensar um Site.
• Documentário sobre agrotóxicos com cineasta Silvio Tendler.
Eixo II - O QUE FAZER COM A
NOSSA
BASE SOCIAL.
• Calendário que tenha fotos e escritos. • Programas de rádio
• Documentário e vinhetas • Folder para Agricultores
• Juntar o material ja produzido para circular • Construir atividades de capacitação
técnica.
Eixos III e VI - INICIATIVAS
RELACIONADAS AS EMPRESAS QUE PRODUZEM E USAM AGROTÓXICOS/
INICIATIVAS JURÍDICAS E LEGISLATIVAS
• Buscar construir projetos de lei que proíbam pulverizações aéreas.
• Realizar audiências públicas com
Ministério do Meio Ambiente, Saúde e do Trabalho.
• Reivindicar uma cadeira no GT de agrotóxicos do CONAMA
• Discutir a Portaria 518, que trata sobre a potabilidade da água.
• Buscar a liberação econômica de um técnico ou a contratação de um
economista, etc, para trabalhar com a elaboração de dossiês, de forma que o mesmo se articule com o DIEESE.
• Estabelecer relação com o MPF e efetivar as denuncias.
• Fortalecer o Fórum contra os agrotóxicos que existe dento do MPF
• Elaborar e construir com o Governo uma proposta de crédito via PRONAF que seja diferenciada para quem não usa
Eixos IV e V - INICIATIVAS RELACIONADAS A SAÚDE E
ALIMENTAÇAO DA POPULAÇAO/ INICIATIVAS RELACIONDAS A
EDUCAÇAO E FORMAÇAO DE
PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM O TEMA
• Inserir tema dos agrotóxicos no CONASEM.
• Capacitação dos profissionais da saúde
(entrar na conversa com o ministério da saúde)
• Organizar cursos técnicos e de formação política
• Influenciar e disputar a elaboração dos projetos pedagógicos e dos currículos para que tenham um enfoque
agroecológicos (nos espaços onde as
IFES – Instituições de Ensino Superior – vão realizar esse debate, por exemplo) • Criar uma rede de estudos e pesquisas
sobre agrotóxicos (entre pesquisadores das universidades e movimentos sociais) no Brasil e na América Latina
• Aproveitar o financiamento do CNPq para ações que nos ajudariam a ampliar os
debates
• Incluir nos EIVs (Estágio Interdisciplinar de Vivência) a temática dos agrotóxicos • Realizar seminários com professores do
Ensino Fundamental, Médio e Tecnológico • Estimular a produção de artigos,
dissertações e teses sobre os impactos dos agrotóxicos
Tarefas.
• Devemos ir buscando outras organizações e setores da sociedade (trabalhadores,
consumidores, sindicatos, pesquisadores, escolas, universidades, etc.) que possam
se somar conosco, construindo assim as Coordenações Estaduais da Campanha.
• Temos de construir os Comitês locais para a consolidação da Campanha, pois este será o espaço principal de relação da
campanha com a sociedade,
possibilitando assim amplos debates e a socialização das informações com o povo e as organizações, construindo inclusive ações concretas.
• Produzir materiais para denunciar os efeitos dos agrotóxicos e do modelo
agrícola adotado pelo agronegócio, bem como anunciar a nossa proposta de base agroecologia.
Comida sem veneno é Prato
Cheio.
CAMPANHA PERMANENTE
CONTRA OS
AGROTOXICOS E PELA
VIDA.
E-mail:
contraosagrotoxicos@gmai
l.com
Via Campesina (MPA, MST, MAB, ABEEF, MMC, CPT,
PJR, CIMI,FEAB), FASE, UFC, REDE-MG, FIOCRUZ,
FBSAN, CONSEA, CUT, CAA Norte de Minas, EXNETO, ENEBIO, ENEN, UFFS, Núcleo Trama, Terra de Direitos, ANA, Cáritas, AMA-RJ, Consulta
Popular, Visão Mundial, ASA, Rádio Agência NP, Articulação do CE, AS-PTA, SINPAF, IDEC.