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MURILO CINTRA CAMARGO EXTRAÇÃO INTRAORAL DE DENTES PRÉ-MOLARES E MOLARES EM EQUINOS

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MURILO CINTRA CAMARGO

EXTRAÇÃO INTRAORAL DE DENTES PRÉ-MOLARES E

MOLARES EM EQUINOS

JAGUARIÚNA 2014

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FACULDADE DE JAGUARIÚNA

INSTITUTO BRASILEIRO DE VETERINÁRIA – IBVET

MURILO CINTRA CAMARGO

EXTRAÇÃO INTRAORAL DE DENTES PRÉ-MOLARES E

MOLARES EM EQUINOS

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista Lato Sensu em Clínica e Cirurgia de Eqüinos da Faculdade de Jaguariúna em convênio com o Instituto Brasileiro Veterinária - IBVET, sob orientação do Prof. Msc. Alexandre Corrêa Borghesan.

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2014

EXTRAÇÃO INTRAORAL DE DENTES PRÉ-MOLARES E

MOLARES EM EQUINOS

MURILO CINTRA CAMARGO, ALEXANDRE CORRÊA BORGHESAN

CAMARGO, M.C. Extração Intraoral de Dentes Pré-molares e Molares em Equinos.

Monografia apresentada para obtenção do título de especialista Lato Sensu em Clínica e Cirurgia de Eqüinos da Faculdade de Jaguariúna em convênio com o Instituto Brasileiro de Veterinária - IBVET, sob orientação do Prof. Msc. Alexandre Corrêa Borghesan, Jaguariúna, 2014.

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À minha família e principalmente ao meu pai, que me

proporcionou a realização do curso. Ao meu orientador Prof.

Me. Alexandre Corrêa Borghesan pela paciência e por todo o

conhecimento transmitido. Muito Obrigado!

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Aos cavalos que sempre me serviram de

inspiração, e a quem espero um dia poder retribuir um

pouco de toda a alegria que eles me proporcionaram.

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“Cercado pelos elementos que conspiram para sua

ruína e por animais cuja velocidade e força superam

as suas, o homem teria sido um escravo sobre a terra.

O cavalo fez dele um rei.”

Ephrem Houël

Diretor do Haras du Pin (1847-1850)

Historie du Cheval

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RESUMO

CAMARGO, M.C. Extração Intraoral de Dentes Pré-molares e Molares em Equinos.

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista Lato Sensu em Clínica e Cirurgia de Eqüinos da Faculdade de Jaguariúna em convênio com o Instituto Brasileiro de Veterinária - IBVET, sob orientação do Prof. Msc. Alexandre Corrêa Borghesan.

Este trabalho tem o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica sobre a técnica de extração dentária intraoral dos dentes pré-molares e molares de equinos, bem como suas indicações, pós-operatório e possíveis complicações. As principais indicações para a extração intraoral são as infecções apicais, doença periodontal, neoplasias, deslocamento dentário, malformações, dentes supranumerários, fraturas dentárias e desconforto com a embocadura. Com o animal bem sedado e o bloqueio anestésico adequado realizado, o procedimento se inicia pela liberação da gengiva na face vestibular e lingual/palatina do dente, após se faz o aumento dos espaços interdentais, mesial e caudal, com os separadores dentais, iniciando o processo de luxação do dente. O fórceps de extração é bem posicionado para que não lesione outras estruturas e um movimento horizontal é iniciado. Ele começa com uma baixa amplitude, mas que aumenta conforme os ligamentos periodontais vão se rompendo. Quando o dente se torna suficientemente solto, o fulcro é posicionado na face oclusal do dente mesial ao dente a ser extraído, e pressão vertical é aplicada, tracionando o dente para fora do alvéolo. O dente e o alvéolo são examinados a procura de fragmentos. Radiografias são realizadas para a confirmação do dente extraído e de fragmentos no alvéolo. As complicações mais comuns durante a realização do procedimento são: laceração da artéria palatina, fratura iatrogênica da mandíbula, maxila ou do dente e fratura ou retenção de raízes. No pós-operatório é feita antibioticoterapia conforme necessidade, uso de antiinflamatórios não esteroidais e a colocação de um plugue para o fechamento do alvéolo do dente extraído, evitando que alimento se acumule em seu interior. A complicação mais comum é a perda precoce do plugue alveolar, devido a um plugue mal ajustado. Fragmentos dentários ou do alvéolo podem impedir sua cicatrização, assim como a formação de sequestro ósseo. A técnica de extração intraoral dos dentes pré-molares e pré-molares é uma ótima escolha, pois proporciona um baixo custo e possuí menores taxas de complicações no pós-operatório, apesar de necessitar de uma grande quantidade de material específico, uma boa técnica cirúrgica e paciência.

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ABSTRACT

This paper aims to conduct a literature review on the technique of intraoral dental extraction of premolars and molars of equine teeth as well as their indications, and postoperative complications. The main indications for intraoral extraction are the apical infections, periodontal disease, cancer, tooth displacement, defects, supernumerary teeth, dental fractures and discomfort with the embouchure. With the well-sedated animals and the appropriate anesthetic blockade, the procedure begins with the release of the gingiva on the buccal and lingual / palatal tooth face, after he maketh increase of the interdental spaces, mesial and flow with dental separators, starting process of dislocation of the tooth. The forceps extraction is well positioned to not violates other structures and a horizontal movement is initiated. It starts with a low amplitude, but that increases as the periodontal ligaments will breaking. When the tooth becomes loose enough, the fulcrum is positioned on the occlusal surface of the tooth mesial to the tooth to be extracted, and vertical pressure is applied, pulling the tooth out of the socket. The teeth and the alveoli are examined for fragments. Radiographs are performed to confirm the extracted tooth and fragments in the alveolus. The most common complications during the procedure are: palatine artery laceration, iatrogenic fracture of the jaw, jaw or tooth fracture or retention and roots. Postoperative antibiotic therapy as needed, use of NSAIDs and placing a plug for closing the socket of the extracted tooth is made, preventing food from accumulating inside. The most common complication is the early loss of alveolar plug due to an ill-fitting plug. Dental or alveolar fragments may impede wound healing, as well as the formation of bone sequestration. The technique of intraoral extraction of premolars and molars is a great choice because it provides a low cost and possess lower rates of complications in the postoperative period, despite the need for a large amount of specific material, a good surgical technique and patience .

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 9

2. DESENVOLVIMENTO 10

2.1. Anatomia 10

2.2. Indicações 11

2.3. Extração do Primeiro Pré-molar (Dente do Lobo) 12 2.4. Extração de Pré-molares e Molares 13 2.5. Complicações Trans-operatórias 19

2.6. Pós-operatório 20

2.7. Complicações Pós-operatórias 22

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 22

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1. INTRODUÇÃO

A odontologia equina é uma especialidade em pleno desenvolvimento no Brasil, tendo sua importância ainda muitas vezes negligenciada por proprietários e alguns médicos veterinários. Devido a isso, muitas vezes o diagnóstico de problemas dentários é feito em fases onde a doença já progrediu muito e a única forma de tratamento é a extração do elemento dentário afetado, ao invés da realização de tratamentos mais modernos que preservem o dente, mas que só podem ser realizados em casos bem selecionados.

O exame da cavidade oral deve ser realizado periodicamente, com intervalo próximo de seis meses, até que todas as trocas de dentes decíduos pelos permanentes tenham ocorrido. O primeiro exame deve ocorrer ao nascimento, a fim de identificar possíveis malformações - como palato fendido, campylorrhinus

lateralis, sobremordida e sobressaliência -, e posteriormente a cada doze meses. É

de suma importância que a cada avaliação sejam realizados os tratamentos necessários. Este intervalo entre os exames pode ser alterado conforme a necessidade individual de cada animal e suas doenças desenvolvidas ao longo da vida.

Os dentes dos equídeos são afetados por diversas doenças, entre elas: as alterações do desgaste dentário, diastema, doença periodontal, desordens da polpa, infecções, cáries e fraturas (EASLEY et al, 2011). No início da manifestação da maioria dessas doenças, poucos ou mesmo nenhum sinal clínico é aparente, seja através do exame dos dentes ou pela grande capacidade adaptativa de mastigação dos equídeos.

As alterações acima citadas levam a grandes prejuízos econômicos pelos seguintes motivos: há desperdício de alimento (derrubado da boca durante a mastigação), aproveitamento inadequado do alimento fornecido (triturado de forma ineficiente, leva à diminuição da digestibilidade) e finalmente, queda no desempenho do animal, causada por má nutrição, dor, desconforto com a embocadura e alterações no posicionamento de cabeça e coluna.

Existem basicamente três técnicas de extração dentária em equinos: a extração intraoral, a repulsão e a bucotomia. Por ser uma técnica de mais fácil execução, baixo custo em relação às outras técnicas e principalmente pela menor

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ocorrência de complicações no pós-operatório, a técnica de extração intraoral vem sendo a técnica mais utilizada na atualidade.

A partir de todas essas informações, este trabalho tem o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica sobre a técnica de extração dentária intraoral dos dentes pré-molares e molares, bem como suas indicações, pós operatório e possíveis complicações.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Anatomia

A dentição dos equinos evoluiu por milhões de anos desde o primeiro equídeo, o Hyracotherium. Durante o período que se estende entre o Eoceno e o Oligoceno, houve a “molarização” progressiva dos dentes pré-molares, resultando na formação da unidade funcional de seis dentes: segundo pré-molar ao terceiro molar – já pertencentes ao cavalo moderno. No período Mioceno, ocorreu a maior alteração morfológica da dentição dos equídeos: a formação da coroa de reserva, que caracteriza os dentes como hipsodontes (EASLEY et al., 2011).

A porção visível na cavidade oral é chamada de coroa clínica, e a porção inserida no alvéolo dentário é composta de coroa reserva e raízes. A coroa possui de sete a dez centímetros de comprimento no sentido ápico-coronal, O processo de erupção contínua do dente – chamado de elodontia – acontece em uma velocidade de dois a três milímetros por ano (EASLEY et al., 2011).

O dente é formado basicamente por quatro estruturas distintas: o esmalte, a dentina, o cemento e a polpa. O esmalte é a estrutura mais dura, com 96-98% de minerais, sendo translúcida. A dentina, que forma a maior parte do dente, é composta por aproximadamente 70% de minerais, 30% de componentes orgânicos (incluindo fibras colágenas e mucopolissacarídeos) e água. O cemento contém cerca de 65% de materiais inorgânicos, 35% de materiais orgânicos e água, com características mecânicas e aparência histológica semelhantes a do osso, mas possui certa flexibilidade - assim como a dentina. O cemento preenche os infundíbulos e a periferia do dente, sendo responsável pela fixação do dente ao alvéolo, através dos ligamentos periodontais. E por fim a polpa, o único tecido mole

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do dente, responsável por sua vascularização e inervação (DACRE, 2006; EASLEY et al., 2011).

2.2. Indicações

A indicação mais comum para extração dentária nos equinos é a infecção apical. Ela ocorre tanto nos dentes maxilares quanto mandibulares, atingindo principalmente cavalos jovens (4 a 6 anos de idade). Nos casos de infecção dos dentes da mandíbula, os sinais clínicos mais comuns são edema na hemi-mandíbula afetada e aparecimento de um trato fistuloso (figura 1). Tais sinais também estão presentes nos casos onde os dentes pré-molares maxilares são afetados, com a particularidade do trato fistuloso poder drenar para a cavidade nasal ao invés da pele, resultando em uma descarga nasal purulenta como sinal clínico. Sinusite maxilar é presente em todos os casos de infecção dos molares superiores, com drenagem de material purulento pela narina e na maioria das vezes, com odor fétido (DACRE; DIXON, 2004).

Doença periodontal e diastemas são cada vez mais diagnosticados no cavalo. Em animais jovens, a presença destas afecções é responsável pela queda de alimento parcialmente mastigado da boca. Devido ao significativo quadro de dor causado por essa doença, a extração dentária é o tratamento de escolha após as terapias conservadoras falharem (alteração na dieta, aumento do espaço interdental, limpeza ou mesmo a associação destas). Nos cavalos idosos a ocorrência de diastemas é comum, mas raramente causam algum sinal clinico, quando assim, a depender do caso, a extração se torna indicada (GALLOWAY, 2013).

Outras indicações para a extração dentária são a presença de dentes supranumerários, deslocamento de um elemento dentário que não pode ser corrigido através de odontoplastia, neoplasias, malformações e fraturas dentárias em geral, independente da causa (DACRE; DIXON, 2004; EASLEY, 2012). Apenas o primeiro pré-molar que possui a indicação de extração sem uma patologia prévia, ele é rotineiramente extraído por alterar o encaixe da embocadura, atrapalhando assim o desempenho do cavalo (EASLEY, 2004; EASLEY, 2012).

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Figura 1: Equino com infecção apical no terceiro dente pré-molar, note o edema na hemi-mandíbula afetada e a presença de um trato fistuloso. Fonte: arquivo pessoal.

2.3. Extração do Primeiro Pré-molar (Dente do Lobo)

O primeiro pré-molar, considerado um dente vestigial, é popularmente chamado de dente do lobo. Usualmente, está situado rostral ao segundo pré-molar e possui um tamanho pequeno, raramente com mais de dois centímetros (figura 2). Sua extração é facilmente realizada com o animal apenas sedado e sob bloqueio anestésico local em torno do dente. O material utilizado inclui basicamente elevadores gengivais e fórceps dental. O processo inclui a liberação da gengiva e introdução do elevador profundamente no alvéolo, liberando assim os ligamentos periodontais em torno do dente, o fórceps é então posicionado e o dente tracionado.

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Se durante a extração o sucesso não for alcançado devido às dificuldades implicadas, radiografias são indicadas, pois o tamanho da coroa clínica nem sempre corresponde ao tamanho e formato da raiz, que pode ser surpreendente. Complicações são raras, mas podem ocorrer: acidentalmente pode-se rasgar a gengiva, lacerar a artéria palatina (situada a alguns milímetros do dente), e a quebra do dente, que pode deixar um fragmento de raiz, mas que dificilmente se torna um problema (EASLEY, 2004).

Figura 2: Primeiro dente pré-molar, das arcadas maxilares (setas). Fonte: arquivo pessoal.

2.4. Extração de Pré-molares e Molares

Exame pré-operatório cuidadoso do paciente, e todos os aspectos da abordagem da terapia devem ser planejados minuciosamente antes da cirurgia. Exame radiográfico deve ser realizado antes e depois da cirurgia para a confirmação

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dos achados clínicos, e quando disponíveis técnicas adicionais de imagem, como endoscopia, cintilografia, fluoroscopia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, podem ser indicadas (EASLEY, 2012).

Um conjunto básico de instrumentos de extração dentária deve incluir os seguintes itens:

 Espéculo oral;

 Conjunto de elevadores dentais, elevadores gengivais e curetas;

 Separadores dentais com um bom tamanho de lâmina e ângulo, para caber entre as margens mesial e distal do dente a ser removido;

 Diversos fórceps de extração de molar para se ajustarem a coroa do dente a ser removido;

 Conjunto de fulcro dental;

 Grampo, corda, fita adesiva ou elástico para prender o cabo do fórceps;

 Espelho oral.

A extração dentária intraoral é melhor executada com o cavalo em pé, embora a anestesia geral possa ser necessária em alguns animais. O animal é sedado e sua cabeça é contida em um suporte odontológico. Após isso é realizada a anestesia regional, através de um bloqueio perineural, que varia de local conforme o dente a ser extraído. O espéculo oral é então colocado, a boca lavada com água e ao final com uma solução desinfetante (EASLEY, 2012).

O dente a ser extraído é identificado e a gengiva solta da face vestibular e lingual ou palatina, com o uso dos elevadores gengivais (figura 3). O próximo passo é o aumento dos espaços interdentais do dente afetado (mesial e caudal) com uso dos separadores dentais. Usualmente o espaço mesial é o primeiro a ser aumentado de tamanho e posteriormente, o caudal. Porém quando o dente a ser extraído é o terceiro pré-molar, o separador dental é inserido primeiramente no espaço caudal. Deve-se ter cuidado quando for utilizar o separador dental no primeiro ou último espaço interdental para não se luxar excessivamente o segundo pré-molar ou o terceiro molar. Controle visual do posicionamento correto do separador dental deve ser feito antes de se aplicar força para o seu fechamento, pois um posicionamento incorreto ou a aplicação de força excessiva leva a fratura do dente. Este procedimento é muito doloroso e só deve ser iniciado quando o bloqueio já estiver

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totalmente efetivo. Se diversos pares de separadores dentais estiverem disponíveis, deve-se iniciar o procedimento pelo menor par, colocando posteriormente separadores de tamanhos maiores ampliando ainda mais o espaço interdental. Dependendo da localização, idade e forma do dente, a separação dos dentes pode ser realizada em segundos ou levar vários minutos, logo muita paciência e força são necessários para a realização desta etapa. Às vezes uma porção de tecido mole fica aprisionada entre as lâminas do separador, impedindo o seu fechamento completo -, este problema é solucionado removendo o separador e realizando uma lavagem do espaço interdental e posteriormente repetindo o procedimento. Se durante a realização do procedimento o separador escorregar para a superfície oclusal quando força é aplicada, o espéculo oral pode ser parcialmente fechado, fazendo com que a face oclusal da arcada oposta entre em contato com o separador, evitando assim que este problema ocorra (SIMHOFER, 2013).

Figura 3: Uso do elevador gengival para soltar a gengiva da face lingual do terceiro dente pré-molar da arcada inferior esquerda. Fonte: Arquivo pessoal.

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Fórceps de extração de molares estão disponíveis em uma infinidade de diferentes tamanhos e formas, pois nenhum instrumento é perfeito para todos os dentes. Antes da fixação do fórceps, a posição de suas pinças sobre a coroa deve ser controlada: elas devem estar firmemente ligadas à coroa do dente a ser extraído, pois seu mau posicionamento pode envolver um dente vizinho, o espaço interdental ou ainda a crista alveolar óssea da mandíbula ou maxila. Uma mínima rotação pode ser provocada em qualquer dente com o fórceps de extração corretamente posicionado, especialmente depois da separação dental, e isto deve ser visualizado. Reposicionamento do fórceps deve ser realizado quando o dente não responder aos movimentos horizontais ou quando ele deslizar na superfície vestibular e ou lingual ou palatina da coroa do dente, resultando em substancial abrasão da coroa, podendo em última instância, tornar a extração oral impossível se ocorrer uma fratura coronária. Quando um bom posicionamento é conseguido, as alças de fórceps devem ser apertadas e fixadas, e isto pode ser realizado com corda, elástico, fita adesiva ou uma barra de fixação (figura 4). Alguns fórceps de extração vêm com um mecanismo de travamento, no entanto esse mecanismo pode ser potencialmente perigoso para o veterinário ou aos assistentes e espectadores (SIMHOFER, 2013).

Um movimento horizontal de um lado para outro é iniciado com baixa amplitude, e essa deve ser aumentada gradativamente conforme o dente vai se afrouxando e os ligamentos periodontais se rompendo. Quando o dente começa a se soltar, um som de sucção pode ser ouvido e sangue espumoso é visto em torno de suas margens. O progresso da liberação do dente pode ser verificado através da remoção do fórceps e palpação da coroa, podendo-se sentir o quão solto o dente se tornou. Em um animal jovem com a relação de coroa clínica, coroa de reserva e raiz tão diferentes, maior movimento da coroa exposta é necessário para resultar em movimento no ápice do alvéolo. Por outro lado, em um cavalo velho com quase toda a coroa exposta, mesmo um ligeiro movimento da coroa coloca uma grande pressão sobre as raízes. A placa alveolar fina é relativamente fácil de deformar para dentro do osso esponjoso que envolve um dente normal, porém dentes doentes podem ser cercados por osso esclerosado, tornando difícil deformar o osso alveolar. O processo combinado de romper os ligamentos periodontais e deformar o contorno do alvéolo são essenciais para soltar completamente o dente (EASLEY, 2012).

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Figura 4: Fórceps posicionado e com as alças fechadas com o auxílio de uma tira elástica de borracha. Fonte: arquivo pessoal.

Após 20 a 60 minutos (ocasionalmente até cerca de duas horas, dependendo do comprimento do dente e da doença presente) o dente se torna suficientemente solto, e somente neste estágio o fulcro é posicionado na face oclusal do dente rostral ao dente a ser extraído, pressão vertical agora é exercida sobre o fórceps, puxando o dente de dentro do alvéolo. Se um dente mandibular caudal for o dente a ser extraído, pode ser mais seguro não tentar a elevação com um fulcro, neste caso a força vertical pode fraturar o dente obliquamente, em vez disso o dente deve ser

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luxado até que fique extremamente solto e em seguida possa ser extraído em uma direção rostro-dorsal digitalmente (DIXON, 2006). Em cavalos jovens, com uma longa coroa de reserva o dente pode necessitar ser seccionado com o cortador de molares para ser totalmente removido da cavidade oral (EASLEY, 2011).

O dente extraído é examinado para verificar se ele foi removido totalmente ou se fragmentos da coroa ou raiz estão faltando (figura 5). O alvéolo também é examinado para a presença de fragmentos de osso ou do dente extraído. Radiografias são realizadas para confirmar que o dente correto foi extraído e que o alvéolo está livre de fragmentos de osso e dente (EASLEY, 2011).

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As técnicas de extração intraoral nem sempre tem sucesso completamente. Causas frequentes de uma extração intraoral falha são: deterioração ou fratura da coroa clínica, pontas das raízes retidas, aumento do cemento da coroa de reserva e ponta das raízes, fratura sagital da coroa clínica e de reserva, ponta das raízes dilaceradas, má erupção, reabsorção dentária e anquilose alveolar (EARLEY, 2012b).

2.5. Complicações Trans-operatórias

As complicações mais comuns durante a realização do procedimento são: laceração da artéria palatina, fratura iatrogênica da mandíbula, maxila ou do dente e fratura ou retenção de raízes (EARLEY, 2012a). O dente pode ser facilmente fraturado durante a extração se a técnica incorreta ou força excessiva for utilizada, ou ainda pela presença de uma cárie avançada. A utilização de força excessiva também pode levar a fratura da mandíbula ou maxila, principalmente em cavalos jovens, na extração de dentes caudais da mandíbula (EASLEY et al., 2011).

Lacerações na artéria palatina ocorrem durante a extração de dentes maxilares. Ela corre ao longo do aspecto medial destes e podem ocorrer durante a extração de dentes que possuem patologia na sua parede alveolar medial. O tratamento consiste na utilização de uma compressa cirúrgica para aplicar pressão direta por um longo período de tempo (20 a 30 minutos), a ligadura normalmente não é possível devido a sua localização (EARLEY, 2012a).

Os fragmentos das raízes ou do dente podem ser retirados com a utilização de elevadores dentais, com a extremidade de diversos tamanhos e ângulos (figura 6). O elevador apropriado é posicionado e pressão é aplicada, podendo-se fechar o espéculo oral fazendo com que a arcada oposta o pressione, dessa maneira ele penetra entre o fragmento e o alvéolo. Todas as outras superfícies do fragmento são elevadas de forma semelhante, sendo repetido o processo diversas vezes até que um amplo espaço seja criado e o fragmento possa ser removido. Caso não se tenha sucesso, a remoção cirúrgica através de recalcamento ou bucotomia, deve ser realizada como último recurso (ZALUSKI, 2006).

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Figura 6: Dente e seus fragmentos após a extração. Fonte: arquivo pessoal.

2.6. Pós-operatório

Ao término da extração, a cabeça do cavalo é retirada do apoio de cabeça e a boca é lavada com uma solução antisséptica. Deve-se deixar que o alvéolo seja parcialmente preenchido por sangue, para que posteriormente seja colocado um plugue para o fechamento do alvéolo, evitando que alimento se deposite no seu interior. Em cavalos velhos, com pouca profundidade do alvéolo, a colocação do plugue pode ser dispensada. O plugue deve ser feito na forma de um “H”, se apoiando nos dentes da frente e de trás, e não deve ser inserido mais que um quarto da profundidade do alvéolo. Suas bordas devem ser bem arredondadas para se evitar lesões nos tecidos moles da boca (LOWDER, 2010). Ele pode ser feito de polimetilmetacrilato (figura 7), acrílico dental, gaze em rolo, cera dental em placa, silicone de moldagem e gesso, com a vantagem do polimetilmetacrilato e do gesso

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poderem ser impregnados com antibióticos para uma liberação continua e gradual (TROSTLE et al, 2000; EASLEY, 2011; EASLEY, 2012).

Figura 7: Plugue de polimetilmetacrilato aplicado no alvéolo do segundo dente pré-molar da arcada maxilar direita. Fonte: arquivo pessoal.

Antiinflamatórios são administrados por três dias para analgesia, para que o animal se alimente confortavelmente. Antibióticos são administrados conforme a necessidade do caso pelo período necessário. Lavagem dos seios paranasais é realizada diariamente, uma ou duas vezes, quando há a presença de sinusite secundária. Ajuste oclusal deve ser realizado duas vezes por ano, pois uma porção da arcada oposta ficará sem seu opositor, com o dente erupcionando rapidamente e sem desgaste, podendo levar ao desenvolvimento de um degrau (EASLEY et al., 2011).

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2.7. Complicações Pós-operatórias

Complicações após extração intraoral são raras, mas problemas sérios podem ocorrer. A complicação mais comum é a perda precoce do plugue alveolar, levando ao acúmulo de alimento dentro do alvéolo ou se o alvéolo se comunica com um seio maxilar, a presença de uma fistula oro-antral. Um plugue mal ajustado ou solto pode levar ao acúmulo de alimento entre o plugue e o alvéolo, causar desconforto ao animal e lesionar os tecidos moles da boca (EASLEY et al., 2011).

Fragmentos dentários e porções de osso alveolar podem ficar desvitalizados, subsequentemente se tornando sequestrados, e assim se tornam não visíveis durante o exame radiográfico intra-operatório, podendo impedir a cicatrização e cura do alvéolo. Os sinais clínicos são dor e edema dos tecidos moles. O osso sequestrado é melhor removido através de curetagem do alvéolo 2 a 6 semanas após a extração. Eles podem ser menos propensos a se formar se o alvéolo for preenchido com sangue coagulado após o dente ser extraído e antes do plugue ser colocado. Podem levar à formação de uma fístula oro-antral se o dente extraído for um dos molares maxilares, tendo como característica corrimento nasal purulento persistente após a extração e seu tratamento consiste na curetagem e lavagem do trato fistuloso e posterior fechamento do alvéolo com um novo plugue, um retalho mucoperiotal ou transposição de um ventre muscular (EASLEY et al., 2011).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da revisão realizada pode-se concluir que a técnica de extração intraoral dos dentes pré-molares e molares é uma ótima escolha, pois proporciona um baixo custo e tem menores taxas de complicações no pós-operatório, apesar de necessitar de uma grande quantidade de material específico, uma boa técnica cirúrgica e paciência.

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4. REFERÊNCIAS

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Meeting on Dentistry of the American Association of Equine Practitioners,

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DIXON, P.M. Apical Infections of Cheek Teeth and Their Oral Extraction. In: Focus

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1-5, 2012b, v. 58, p. 285-288.

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MacFADDEN, B.J. Equine dental evolution: perspective from the fossil record. In: EASLEY, J.; DIXON, P.M.; SCHUMACHER, J. Equine Dentistry. 3 ed. St. Louis: Elsevier Inc., 2011, p. 3-10.

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SIMHOFER, H. Oral Extraction of Cheek Teeth. In: Focus Meeting on Dentistry of

the American Association of Equine Practitioners, Charlotte, NC, USA – Aug.

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ZALUSKI, P.; DAVIS, M.H. The Use of Dental Picks for Difficult Extractions. In:

Focus Meeting on Dentistry of the American Association of Equine Practitioners, Indianápolis, IN,USA, 2006.

Referências

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