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TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA. CRIME AMBIENTAL. CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE

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PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS CRIMINAIS

ISSN 1676-3661 ANO 12 - Nº 147 - Fevereiro/2005

Antônio Carlos Cruvinel

O DIREITO POR QUEM O FAZ:

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA.

CRIME AMBIENTAL. CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE

Antônio Carlos Cruvinel

TJ/MG, 3ª Câm. Crim.

Proc. nº 1.000.04.410063-4/000(1) J. em 24.08.04, DJU 08.10.04 Ementa

“Habeas corpus. Acordo firmado com força de título executivo extraju-dicial. Matéria penal definitivamen-te desconstituída que impede a apre-sentação de denúncia sobre o mesmo fato. Denúncia oferecida e recebida. Constrangimento ilegal caracteriza-do. Trancamento da ação penal orde-nada. Ministério Público. Parte ile-gítima para instauração de inquérito administrativo com a finalidade de persecução penal. Ordem concedida.” Voto

Trata-se de habeas corpus impetrado pelo advogado M.L. em favor de R.A.P.G. que estaria sofrendo constrangimento ilegal pessoal e na qualidade de presi-dente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, em virtude de ato do MM. juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, que re-cebeu a denúncia oferecida pelo Parquet pela prática de crime ambiental. Alega a inexistência de justa causa para a ação penal, sendo o processo manifestamente nulo, já tendo se operado a causa de ex-tinção da punibilidade. Sustenta que o CDL e o seu presidente, ora paciente, foram acusados por colocar em seu pré-dio sede duas placas publicitárias sem a prévia licença dos órgãos competentes, porque, embora o imóvel não seja tom-bado, pertence ao perímetro urbano da Praça da Liberdade. Alega que em 22/09/ 03 foi firmado termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público, vi-sando regularizar a situação, e inexpli-cavelmente, oito dias após o termo fir-mado, o MP ofereceu denúncia ao pa-ciente pelo mesmo fato. Assim, firmado o compromisso, torna-se inviável em re-lação aos mesmos fatos que deram causa à sua celebração, a aplicação das sanções

Sustenta que o art. 79-A da citada lei foi acrescido para permitir que se continuem a firmar termos de compro-misso para ajustamento de conduta, re-presentando assim, uma causa especial de extinção da punibilidade ou causa da exclusão da antijuridicidade. Sus-tenta ainda que o constrangimento ile-gal estaria caracterizado pelo fato do imóvel do CDL não ser tombado, e estar a um quarteirão e meio da Praça da Liberdade.

Aduz a incompetência do MP para o oferecimento da denúncia, uma vez que foi o mesmo representante do Parquet que presidiu as investigações; alega que a denúncia foi baseada em prova obtida por meio ilícito, ou seja, em procedi-mento administrativo criminal feito pelo próprio MP; e ainda a inconstitu-cionalidade do art. 3º da Lei nº 9.605/98, que define a responsabilidade penal da pessoa jurídica, incompatível com o Di-reito Penal brasileiro. Portanto, inexis-tindo justa causa para a ação penal, a denúncia deveria ter sido rejeitada nos termos do art. 43, I e II do CPP, por ter havido a extinção da punibilidade, bem como a exclusão da criminalidade, com a assinatura do termo de compromisso, antes do oferecimento da denúncia.

Por fim, pleiteia o deferimento de li-minar, com a conseqüente concessão da ordem para o trancamento da ação pe-nal (fls. 02/23-TJ). Instruiu a petição com cópias de peças processuais e do-cumentais (fls. 24/142- TJ).

A liminar foi deferida à fl. 146, sendo que as informações prestadas pelo i. ma-gistrado (151/152), vêm acompanhadas de documentos (fls. 158/209). O parecer da d. Procuradoria de Justiça é no senti-do da denegação da ordem impetrada (211/212-TJ).

É o relatório.

O paciente está sendo processado pelo delito previsto no art. 63 da Lei nº 9.605/98, sendo que em procedimento administrativo foi firmado entre o pa-ciente e o Ministério Público (Termo de Ajustamento de Conduta). Nos

ter-do “termo de acorter-do” tem força de títu-lo executivo extrajudicial, extinguindo-se a punibilidade do agente, impedindo, de fato, a propositura da ação criminal. Nesse caso, feita a transação, apenas o descumprimento do avençado deve ser ob-jeto de execução, pois a matéria penal ficou definitivamente desconstituída, sem a pos-sibilidade de instauração da ação penal.

Todavia, segundo consta do docu-mento anexado às fl. 69, firmado pelo próprio representante do MP que presi-diu o procedimento investigatório e ofe-receu a denúncia, o paciente vem cum-prindo devidamente o Termo de Ajusta-mento de Conduta.

Assim, realmente não vejo justa causa para a instauração da ação pe-nal, uma vez que o Termo de Compro-misso vem sendo estritamente cumpri-do, não se mostrando justa a instaura-ção da ainstaura-ção penal.

Eis a jurisprudência:

“A denúncia descreve fato típico. A falta de justa causa resulta de atipicidade, ilegi-timidade do autor ou extinção da punibili-dade. Nesses casos, faltará interesse para a manutenção do processo penal” (STJ, RHC nº 1.484, rel. Vicente Cernicchiaro, DJU 21.10.91, p. 14.753).

O ministro Vicente Leal afirma que o trancamento da ação penal, por falta de justa causa somente é cabível nas excep-cionais hipóteses, em que, pela mera ex-posição dos fatos, se constata que é pe-nalmente atípico ou que não há qualquer elemento ou indício demonstrativo da autoria do delito pelo paciente.

In casu, a conduta imputada ao repre-sentante legal do CDL é atípica, uma vez que pelo Termo de Ajustamento de Con-duta firmado pelo Ministério Público, como anteriormente salientado, a sua possível imputabilidade ruiu por terra.

Portanto, o acordo vale pelo que nele se contém, sendo irrelevante se foi for-malizado em autos de inquérito policial, em autos de processo-crime ou de pro-dução antecipada de prova, pois não é a forma que compõe a situação, mas a es-sência, o objeto do acordo que faz

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Antônio Carlos Cruvinel

TERMO DE AJUSTAMENTO...

Por outro lado, vem decidindo este re-lator reiteradamente que, com base em inquérito administrativo, não pode o Mi-nistério Público propor Ação Criminal; isto porque a Constituição Federal não lhe con-feriu competência para instaurar inquérito civil para o fim da persecução penal.

Do exposto, concede-se a ordem para determinar o trancamento da ação penal.

O sr. des. Erony da Silva: Srª. Presidente.

Registro que recebi memorial da lavra do ilustre advogado dr. M.L., e acrescen-to que o cenário fático descriacrescen-to pelo Re-lator é fiel. Por qualquer ângulo que se examine a denúncia oferecida pelo

Mi-nistério Público contra o paciente — R.A.P.G. — vê-se que tal peça é rigorosa-mente sem justa causa; inconstitucional porque foi oferecida com base em docu-mentos denominados de procedimento administrativo, transvestido de inquérito policial ou qualquer outra denominação formal que se queira dar; atípica em ra-zão da existência de Termo de Ajustamen-to de Conduta firmado pelo paciente como representante legal do CDL com o Ministério Público; despropositada em face da impossibilidade jurídica de se res-ponsabilizar o CDL diante da inexistên-cia de previsão legal para a persecução criminal a fim de que se possa obedecer o devido processo legal.

Diante do exposto, voto pelo tranca-mento da ação promovida pelo paciente contra o representante legal do CDL, e acompanho o voto de eminente relator.

É como voto.

O sr. des. Paulo Cézar Dias: Srª. Presidente.

Ouvi, com atenção, o pronunciamen-to feipronunciamen-to da tribuna pelo ilustre e culpronunciamen-to ad-vogado dr. M.L. e cheguei à mesma con-clusão dos votos que me antecederam. Concedo a ordem.

Súmula: concederam a ordem.

Antônio Carlos Cruvinel Relator

O DIREITO POR QUEM O FAZ:

IMPRESCINDIBILIDADE DA PROVA PERICIAL

REALIZADA POR PERITO COM GRAU SUPERIOR.

APLICAÇÃO DO PERCENTUAL DE AUMENTO DO

ROUBO EM CONCURSO PARA O FURTO

Amilton Bueno de Carvalho

TJ/RS, 5ª Câmara Criminal

Ap. nº 70009959990 j. em 15/12/2004, v.u. Ementa

Furto. Escalada. Prova pericial

nulidade. Concurso — isonomia com roubo majorado. Atenuante — pode deixar a pena aquém do mí-nimo. Alegações finais do Ministé-rio Público fora de tempo.

Desen-tranhamento.

– Ao reconhecimento da escalada necessária perícia através de pessoas portadoras de diploma de curso supe-rior, inexistente peritos oficiais, pena de nulidade.

– Aplica-se ao furto em parceria, por isonomia, o mesmo percentual de aumento do roubo com concurso.

– Atenuante pode deixar a pena aquém do mínimo.

– Alegações finais acusatórias não é ato essencial ao processo. Como vie-ram aos autos além do prazo legal (mais de um ano da intimação do MP), devem ser desentranhadas.

Apelo provido para redução da pena do apelante, com decretação de extin-ção da punibilidade (unânime).” Relatório

Na Comarca de Frederico Westphalen,

o Ministério Público denunciou J.A.O. como incurso nas sanções do artigo 155, § 1º e § 4°, II e V, do Código Penal.

Narra a exordial acusatória a prática do seguinte fato:

“No dia 26 de agosto de 1998, por volta das 23h55min, durante o repouso noturno, na residência da vítima, localizada na Rua (...), nesta Cidade, o denunciado, na com-panhia do inimputável M.A.C., já corrom-pido, em comunhão de vontades e conjunção de esforços, subtraiu, para si, um revólver Taurus, calibre 38 e nº OK28569, municiado com três cartuchos; uma caixa contendo 20 cartuchos, calibre 38; dois guarda-chuvas; um com cabo curto e outro com cabo com-prido; uma faca carneadeira; duas correntes de ouro; dois anéis de ouro, um com uma pedra vermelha e outro com uma pedra azul; um lenço vermelho; dois blusões de lã, am-bos de cor azul; e, a quantia de R$ 1.000,00, em dinheiro, da vítima D.R.S.

Ao agir, o denunciado, juntamente com o infrator, apoiando-se num tanque de lavar roupas, escalou uma parede da residência, com três metros de altura do chão, até chegar no telhado; então, removeu algumas telhas (cfe. auto de exame de furto qualificado da fl. 29 do IP), ingressou na casa e perpretou a subtração. A res furtiva foi parcialmente apreen-dida (autos das fls. 11 e 17); avaliada, di-reta e indidi-retamente, no todo, em R$ 334,00 (trezentos e trinta e quatro reais – autos das fls. 23/24 e 26 do IP); e restituída à

proprietária D.R.S. (auto da fl. 21 do IP).” Após regular instrução — recebimen-to da denúncia (06/12/2001), citação, in-terrogatório (fl. 82), defesa prévia (fl. 83), coleta de prova oral (fls. 95/97), requisi-ções de diligências e alegarequisi-ções finais —, sobreveio sentença (fls. 130/135)

conde-nando o réu como incurso nas sanções

do art. 155, § 4°, II e IV, do Código Penal. A pena-base foi fixada em 2 anos e 8 me-ses de reclusão; pela atenuante da confis-são, a pena foi reduzida em 8 meses, res-tando definitiva em 2 anos de reclusão, em regime inicial aberto, mais pecuniá-ria de 15 dias-multa, à razão mínima. A carcerária foi substituída por uma pena restritiva de direitos, consistente em pres-tação de serviços à comunidade.

Inconformada com a decisão do juízo a quo, a defesa apelou. Requer o afasta-mento da qualificadora da escalada, adu-zindo que o laudo é nulo porque não rea-lizado por peritos oficiais e porquanto realizado por cidadãos suspeitos. Postu-la, ainda, a majoração de pena pelo con-curso de agentes, em aplicação isonômi-ca com o roubo. Por fim, pugna pelo re-conhecimento da atenuante da confissão espontânea e a conseqüente redução da pena em 2/3.

Contra-arrazoado o apelo, vieram os autos a esta Corte.

Nesta instância, a Procuradoria de Jus-tiça, pelo dr. Edgar Luiz de Magalhães

IMPRESCINDIBILIDADE DA PROVA PERICIAL...

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Tweedie, opina pelo improvimento do

apelo.

Finalmente, esclareço que o réu não tem ordem de prisão por este processo — por ocasião da prolação da sentença con-denatória, foi-lhe concedido o direito de apelar em liberdade (fl. 134).

É o relatório.

Votos

De logo, estou a registrar que o feito esteve com vistas à representante do Mi-nistério Público, para alegações finais, por tempo absurdo.

Explico-me.

Vê-se à fl. 112 que os autos foram ao Ministério em 26 de maio de 2003; no dia 31 de março do ano seguinte, o cartório recebeu petição da promotora datada de 31 de dezembro de 2003 postulando fosse renovada vistas ao plantonista; em 2 de abril de 2004 os autos voltaram à promotora que somente em 18 de junho de 2004 apresentou as alegações finais (fls. 112/114).

Ou seja, mais de um ano para cumpri-mento de prazo legal de três dias.

Assim, excepcionalmente extemporâ-nea a apresentação da peça.

Competia ao juízo — vênia — deter-minar que o cartório fiscalizasse e cobras-se os autos.

E mais. Se não apresentadas razões – peça não-indispensável — o feito deveria ter tramitado normalmente com a vinda das razões defensivas independentemen-te das acusatórias.

Neste contexto, opta-se por determi-nar o desentranhamento das alegações acusatórias com devolução para a firma-tária, ousando-se sugerir ao ilustre

cole-ga singular que determine ao cartório a fiscalização dos prazos para as partes.

Enfrento o mérito. E estou a dar pro-vimento ao recurso — vênia do colega de primeiro grau.

No que atine à autoria e à materialida-de recurso não há — inclusive houve con-fissão judicializada.

A defesa ambiciona o não-reconheci-mento da qualificadora da escalada por defeito do auto de exame de fl. 34.

Com razão: os peritos — fl. 111 — não são portadores de diploma de curso su-perior — exigência legal:

“...devendo ser ressaltada, à luz do artigo 159 do mesmo Diploma Processual, a exi-gência legal de que o auto de exame de corpo de delito ou que as perícias em geral sejam

firmadas por dois peritos oficiais, ou, em

não havendo peritos oficiais, de duas

pes-soas idôneas, portadoras de diploma de curso

superior e, preferencialmente, com habilita-ção técnica relacionada à natureza do exa-me” (sublinhei).

(Apelação Crime n.º 70000271098, 5ª Câmara Criminal, TJRS, rel. des. Luís

Gonzaga da Silva Moura, j. 27/10/1999).

E como a infração deixa vestígio, in-dispensável prova pericial, não a suprin-do eventual confissão.

Por outro lado, a Câmara pacificou que ao furto em parceria, por isonomia, apli-ca-se o percentual de aumento do roubo em concurso:

“Furto qualificado pelo concurso. Agri-de aos princípios da proporcionalidaAgri-de e da isonomia o aumento maior da pena ao furto em concurso do que ao roubo em igual condição. Aplica-se o percentual de au-mento deste àquele. Atenuante pode

dei-xar a pena aquém do mínimo abstrato. Deram parcial provimento aos apelos” (Apelação nº 70000284455, j. 09.02.2000).

Pena, conseqüência, vai alterada. Nada está a indicar — desde meu pon-to de vista — base acima do mínimo.

Atenuante da confissão está presente — valor inestimável, como lembra a de-fesa. E atenuante pode deixar a pena aquém do mínimo (precedentes: Acór-dãos nº 70000592683 e nº 70000767269, 5ª Câmara Criminal TJ/RS, e Acórdão nº 296021173, 4ª Câmara Criminal do extin-to Tribunal de Alçada RS – julgados nº 100/143). A redução é fixada em quatro meses tendo em vista que o delito ocor-reu faz muito tempo — processo em si é uma pena — e a tramitação morosa do feito foi por culpa do próprio Estado.

Aumento pelo concurso de um terço. Final: 10 meses e 20 dias de reclusão, no regime inicial aberto e pecuniária mínima. Decorridos mais de dois anos entre fato e recebimento da denúncia, bem como entre esta e a sentença, extinta a punibili-dade pela prescrição.

Diante do exposto, dá-se provimento ao recurso defensivo para reduzir a pena do apelante para 10 meses e 20 dias de reclusão, regime inicial aberto e pecu-niária mínima, decretando-se extinta a punibilidade, pela prescrição, com base nos artigos 107, IV, 109, VI, e 110, § 1º, todos do Código Penal. Finalmente, de-termina-se o desentranhamento da peça de fls. 115 a 121, com sugestão ao juízo singular.

Des. Amilton Bueno de Carvalho Relator

IMPRESCINDIBILIDADE DA PROVA PERICIAL REALIZADA POR PERITO...

Amilton Bueno de Carvalho

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Jurisprudência compilada por Helena Regina

Lobo da Costa, Maria Cristina Pires Mendes e Mariângela Lopes Neistein Necessidade de trânsito em

julgado da decisão que aplica pena alternativa para que esta seja executada

“Sanções penais alternativas depen-dem, para efeito de sua efetivação, do trân-sito em julgado da sentença que as apli-cou, nos termos do art. 147, da Lei de Exe-cução Penal, que assim dispõe: ‘Transita-da em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o juiz de execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú-blico, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a cola-boração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares’.

Sendo assim, defiro o pedido de medi-da cautelar, em ordem a suspender, até final julgamento da presente ação de ha-beas corpus, a eficácia da decisão que de-terminou, contra o ora paciente, a execu-ção imediata das penas restritivas de di-reitos (Processo de Execução Penal Pro-visória nº 2004.71.00.027318-0, 1ª Vara Fe-deral Criminal de Porto Alegre (RS).”

(Med. Caut. em HC nº 84.859/RS, rel. min. Celso de Mello, j. 26.11.04, dec. mon., DJU de 01.12.04, p. 14, nº 243).

Processo que discute a licitude da colheita de provas em procedimento de apuração de infração penal exclusivamente realizado pelo MP. Necessidade de sobrestamento do feito até final do julgamento de HC

“O segundo fundamento do pedido diz com ilegalidade da prova que suporta a denúncia e sem a qual, forçoso convir, careceria de justa causa a ação penal. Tal fundamento, caso acolhido, mareia e ful-mina toda a ação penal e, pois, todas as imputações irrogadas à paciente.

A denúncia afirma, às expressas, ter-se apoiado em ‘peças de informações consubs-tanciadas nos autos do procedimento admi-nistrativo em epígrafe’, (...).

O magistrado de primeiro grau tam-bém reconhece essa procedência das pe-ças de informação que sustentam a de-núncia. (...)

Incontroversa, assim, a origem os ele-mentos unilaterais informativos da de-núncia. O Ministério Público terá, pois, exercido atividade de polícia judiciária e apuração de infrações penais, mediante procedimento análogo ao do inquérito policial.

Não pretendo, neste juízo sumário, avançar no exame do tema, sobretudo porque está o Plenário da Corte a exami-ná-la nos autos do Inq. nº 1968 (rel. min.

Marco Aurélio), no qual, até esse

momen-to, a tese defendida pelo impetrante consta com dois votos favoráveis, os do relator e do min. Nelson Jobim.

Não se pode negar, porém, que já cons-tam, nesta Corte, decisões definitivas que apóiam o pleito aqui deduzido:

‘Ementa: Recurso Extraordinário. Mi-nistério Público. Inquérito administrativo. Inquérito penal. Legitimidade — O Minis-tério Público (1) não tem competência para promover inquérito administrativo em re-lação à conduta de servidores públicos; (2) nem competência para produzir inquérito penal sob o argumento de que tem possibili-dade de expedir notificações nos procedimen-tos administrativos; (3) pode propor ação penal sem o inquérito policial, desde que dis-ponha de elementos suficientes.” (RE nº 233.072, rel. p/ acórdão min. Nelson

Jo-bim) (...) Nos autos do HC nº 83.157 (rel.

min. Marco Aurélio, a min. Ellen Gracie, o min. Carlos Velloso e o relator profes-saram a inadmissibilidade do desenvol-vimento de investigação criminal pelo Ministério Público.

Não fora lícito, pois, asseverar falte séria razoabilidade jurídica à pretensão.

Ademais, como realça a impetrante, a instrução criminal foi concluída, e os au-tos serão em breve, se já não o foram ago-ra concluídos paago-ra sentença. A paciente e os demais acusados submeteram-se a todo o peso do processo e encontram-se na iminência de sofrer condenação a pena privativa de liberdade, segundo a capitu-lação constante na denúncia. E, por esta aquela questão jurídica sendo discutida no Plenário da Corte (Inq. nº 1.968), a prudência recomenda que se lhe aguarde o julgamento.

Isto posto, concedo a liminar, deter-minando o sobrestamento do processo da Ação Penal nº 0480.04.005.439-2, da Co-marca de Matias Barbosa/MG, até julga-mento final deste writ.”

(Med. Caut. em HC nº 84.965-2/MG, rel. min. Cezar Peluso, j. 02.12.04, dec. mon., DJU de 14.12.04, p. 23, nº 311).

Impossibilidade do tribunal, em recurso da defesa, retirar o direito assegurado em sentença de apenas ser expedido o mandado de prisão uma vez verificado o trânsito em julgado da sentença

“Alegam os impetrantes: (i) contradi-ção nas respostas dos quesitos e (ii) direi-to de o paciente permanecer em liberda-de até o trânsito em julgado, tal como consignado, ainda, que no acórdão da ape-lação não contém determinação para que a sentença seja executada. (...)

No que tange ao primeiro fundamen-to, não vislumbro de plano o fumus boni iuris. Todavia, vejo-o presente no segun-do argumento da impetração. Está expres-so no dispositivo da sentença: ‘Transitada em julgado, lance-se o nome no rol dos cul-pados, comunique-se à E. Corregedoria

Ge-ral de Justiça e ao MM. juiz eleitoGe-ral, re-quisite-se vaga, expeça-se o PEC e o man-dado de prisão e intime-se para o pagamen-to das custas processuais, de lei’. Vê-se, as-sim, que o juiz determinou várias provi-dências, todas elas condicionadas ao trânsito em julgado da sentença. Por seu turno, o TJ/SC, ao julgar a apelação, não ordenou a execução da sentença. A pro-pósito, destaco que a 1ª Turma desta Cor-te examinou caso semelhanCor-te aos desCor-tes autos no HC nº 83.128, Marco Aurélio, DJ de 30.04.04 (...).

Reitere-se que no caso concreto se-quer há comando no acórdão para exe-cutar a pena. Observe-se, por fim, que a sentença transitou em julgado para o Ministério Público.

Ante o exposto, defiro o pedido de li-minar para conceder salvo-conduto ao paciente, até o julgamento final do writ.” (Med. Caut. em HC nº 85.144-4/SC, rel. min. Eros Grau, j. 25.11.04, dec. mon., DJU de 14.12.04, p. 23, nº 312).

Delito contra a ordem tributária. Sonegação fiscal. Procedimento administrativo ainda em curso. Ajuizamento prematuro pelo MP em ação penal. Impossibilidade.

Ausência de justa causa para a válida instauração da persecutio criminis

“Tratando-se de delitos contra a ordem tributária, tipificados no art. 1º da Lei nº 8.137/90, a instauração da concernente persecução penal depende da existência de decisão definitiva, proferida em sede de procedimento administrativo, na qual se haja reconhecido a exigibilidade do crédito tributário (an debeatur), além de definido o respectivo valor (quantum de-beatur), sob pena de, em inocorrendo essa condição objetiva de punibilidade, não se legitimar, por ausência de tipicidade pe-nal, a válida formulação de denúncia pelo Ministério Público. Precedentes.

Enquanto não se constituir, definitiva-mente, em sede administrativo, o crédito tributário, não se terá por caracterizado, no plano da tipicidade penal, o crime con-tra a ordem tributária, tal como previsto no art. 1º da Lei nº 8.137/90. Em conse-qüência, e por ainda não se achar confi-gurada a própria criminalidade da con-duta do agente, sequer é lícito cogitar-se da fluência da prescrição penal, que so-mente se iniciará com a consumação do delito (CP, art. 111, I). Precedentes.”

(HC nº 84.092-2/CE, 2ª Turma, rel. min. Celso de Mello, j. 22.06.04, v.?., DJU de 03.12.04, p. 50, nº 646).

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Jurisprudência compilada por Cristiano

Avila Maronna, Leopoldo Stefanno Leone Louveira e Rodrigo Dall’Acqua Condenação por homicídio simples e

qualificado. Revisão criminal. Reconhecimento pelo tribunal a quo da continuidade delitiva entre os crimes praticados. Aplicação da pena mais grave aumentada de um terço. Pedido de desmembramento de regimes prisionais. Impossibilidade. Reconhecimento, contudo, da existência de constrangimento ilegal decorrente do agravamento em concreto da situação do requerente por força do regime prisional, mesmo que aparentemente seja mais

benéfica a decisão revisada. Ordem concedida para anular o acórdão da revisão criminal

“Diante do reconhecimento pelo Tri-bunal a quo da continuidade delitiva en-tre os delitos praticados pelo ora pacien-te (homicídio qualificado e homicídio simples), não há que se falar em desmem-bramento de regimes prisionais, tendo em vista que a aplicação do art. 71 do Código Penal implica no reconhecimento hipo-tético — apenas para beneficiar o réu, evi-tando o cumprimento de penas muito lon-gas no seu somatório, quando circunstân-cias de tempo, lugar e modo de execução evidenciam o liame de continuação entre os delitos — de que somente um crime foi praticado e, conseqüentemente, uma só pena será aplicada (a mais grave au-mentada de um sexto a dois terços).

No caso em exame, a pena aplicada ao paciente quando do julgamento da revi-são criminal foi aquela relativa ao homi-cídio qualificado, cujo regime de cum-primento é o integralmente fechado, con-forme até agora estão decidindo os Tri-bunais Superiores, aumentada de um ter-ço em razão da continuidade delitiva re-conhecida pelo tribunal a quo, não exis-tindo prejuízo relativo ao montante da re-primenda, até porque a pena inicialmen-te aplicada pelos 2 (dois) crimes — de 19 (dezenove) anos e 6 (seis) meses de re-clusão — foi reduzida para 16 (dezesseis) anos, beneficiando o paciente.

Contudo, a decisão proferida na revi-são criminal resultou, por vias transver-sas, numa reformatio in pejus, na medida em que, ao reconhecer a continuidade delitiva pleiteada pelo requerente, acabou por impor a ele um regime mais severo de cumprimento da pena, conseqüente-mente, aumentada.

Na verdade, se a pretensão deduzida na referida revisão criminal tivesse sido indeferida, o paciente ficaria por menos tempo sujeito ao regime integralmente fechado, tendo em vista que para o cum-primento da pena imposta, apenas para o homicídio simples haveria a

possibili-dade, pelo menos em tese, de progres-são, o que, a meu ver, é indiscutivelmen-te mais benéfico.

Portanto, não há como negar que o acórdão impugnado impôs ao paciente um constrangimento ilegal, tendo em vista não ser admissível que o deferimento de um pedido de revisão criminal possa agra-var a situação em concreto do requeren-te, mesmo que aparentemente seja mais benéfica a decisão revisada, embora ilu-sória.

Ordem concedida para anular o acór-dão proferido quando do julgamento da revisão criminal.”

(HC nº 35.550/MG, 5ª Turma, rel. min.

Arnaldo Esteves Lima, j. 09.11.04,v.u., DJU

17.12.04, p. 586).

Apropriação indébita de contribuições previdenciárias. Trancamento de ação penal. Inépcia da denúncia. Crime societário. Necessidade de descrição mínima da relação do paciente com os fatos delituosos. Ofensa ao princípio da ampla defesa. Ordem concedida

“Hipótese em que o paciente foi de-nunciado pela suposta prática do crime de apropriação indébita de contribuições previdenciárias, pois, na qualidade de um dos responsáveis pela administração de determinada empresa, teria deixado de recolher aos cofres do INSS as contribui-ções descontadas dos salários dos empre-gados em certos períodos.

O entendimento desta Corte — no sentido de que, nos crimes societários, em que a autoria nem sempre se mostra claramente comprovada, a fumaça do bom direito deve ser abrandada, não se exigindo a descrição pormenorizada da conduta de cada agente — não significa que o órgão acusatório possa deixar de estabelecer qualquer vínculo entre os denunciados e a empreitada criminosa a eles imputada.

O simples fato de ser sócio de empresa não autoriza a instauração de processo criminal por crimes praticados no âmbi-to da sociedade, se não restar comprova-do, ainda que com elementos a serem aprofundados no decorrer da ação penal, a mínima relação de causa e efeito entre as imputações e a condição de dirigente da empresa, sob pena de se reconhecer a responsabilidade penal objetiva.

A inexistência absoluta de elementos hábeis a descrever a relação entre os fatos delituosos e a autoria ofensa o princípio constitucional da ampla defesa, tornando inepta a denúncia.

Precedentes do STF.

Deve ser cassado o acórdão proferido

pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Re-gião, para restabelecer a decisão mono-crática que rejeitou a denúncia ofertada contra o paciente.

Ordem concedida, nos termos do voto do relator.”

(HC nº 35.823/SP, 5ª Turma, rel. min.

Gilson Dipp, j. 16.11.04, v.u., DJU 17.12.04). Progressão do regime fechado para o semi-aberto.

Indeferimento do pedido pelo juízo da execução com base no exame criminológico desfavorável.

Constrangimento ilegal caracterizado em virtude da alteração promovida pela Lei nº 10.792/03.

Ordem concedida

“A progressão de regime de cumpri-mento de pena (fechado para semi-aber-to) passou a ser direito do condenado, bastando que se satisfaça dois pressupos-tos: o primeiro, de caráter objetivo, que depende do cumprimento de pelo me-nos 1/6 (um sexto) da pena; o segundo, de caráter subjetivo, relativo ao seu bom comportamento carcerário, que deve ser atestado pelo diretor do estabelecimen-to prisional.

Embora temerário substituir a exigên-cia de parecer da Comissão Técnica de Classificação e a submissão do presidiá-rio a exame criminológico — como con-dição à eventual direito de progressão do regime fechado para o semi-aberto — por um simples atestado de boa conduta fir-mado por diretor de estabelecimento prisional, essa foi a intenção do legisla-dor ao editar a Lei nº 10.792/2003, que deve ser observada pelo Juízo das Exe-cuções Penais, sob pena de violação ao disposto no aludido art. 112 da LEP, em sua nova redação.

Na hipótese, o Juízo da Vara de Execu-ções Penais da Comarca de Ponta Grossa afirmou na decisão ratificada pelo Tribu-nal estadual que o sentenciado cumpriu mais de um sexto da pena, restando, as-sim, satisfeito o primeiro requisito neces-sário à progressão pretendida. Quanto ao segundo requisito, o impetrante trouxe o atestado de bom comportamento carce-rário do ora paciente, atendendo ao dis-posto no art. 112 da LEP, com a redação dada pela Lei nº 10.792/2003.

Ordem concedida para reconhecer o direito do paciente à progressão do regi-me prisional.”

(HC nº 38.602/PR, 5ª Turma, rel. min.

Arnaldo Esteves Lima, j. 09.11.04, v.u.,

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

Jurisprudência compilada por Andréa

Cristina D’Angelo, Bárbara Machado Franceschetti, Camila Cerqueira Lima Amorim e Cláudia Pinto Moreira Fraude fiscal. Absolvição.

Não comprovado suficientemente o dolo específico

“Tendo o acusado negado a existência do ilícito, e não dispondo a acusação de prova cabal da existência de fraude fiscal, há dúvida acerca do dolo específico exi-gido para a espécie, por insuficiência de provas.

A prova constante dos autos apenas indica que a fiscalização constatou uma irregularidade fiscal, mas não que tenha havido a prática de crime.

Dado provimento ao recurso para ab-solver o réu, por não ter havido prova su-ficiente da intenção do denunciado em enriquecer à custa da sonegação de im-postos e contribuições, causando prejuí-zo ao erário.”

(TRF 2ª Reg., Ap. nº 2002.02.01.019776-3/RJ, 1ª Turma, rel. juíza fed. Julieta

Lí-dia Lunz, j. 28.04.03, m.v., DJU 04.11.04). Crime de genocídio. Competência do juiz singular. Prova da autoria. Individualização da pena.

Agente primário e sem antecedentes. Apelação: efeito extensivo

“O crime de genocídio, tipificado na Lei nº 2.889, de 1º/10/1956, não tem como bem jurídico tutelado a vida, considera-da em si mesma, em ordem a atrair a com-petência do Tribunal do Júri (CF, art. 5º, inciso XXXVIII), e sim uma etnia, a vida de grupos humanos raciais, religiosos ou nacionais, configurando-se como um cri-me contra a humanidade, devendo ser julgado pelo juiz singular. Precedente do STJ (Recurso Especial nº 222.653/RR, DJ 30/10/00).

‘O genocídio é uma negação ao direito à existência de grupos humanos inteiros, en-quanto que o homicídio é a negação do direi-to à vida de um indivíduo’ (Assembléia Geral da ONU, 1946).

Tendo a sentença, concreta e objetiva-mente, demonstrado, pela análise da pro-va dos autos, a participação dos agentes no crime — morte e desaparecimento de indígenas e lesões corporais em membros da etnia —, é de confirmar-se a condena-ção, exceto quanto à pena privativa de li-berdade aplicada, que, em se tratando de acusados primários e sem antecedentes, foi posta, sem a devida justificativa, em patamares muito superiores ao mínimo legal de 12 (doze) anos.

Não abonando a prova, por ilação ló-gica e objetiva, a afirmativa do julgado, de que um dos agentes contribuíra com o crime através do oferecimento de apoio logístico, propiciando aos acusados trans-porte (em barcos), combustível, armas e

munições, é de dar-se pela absolvição (art. 386, VI, CPP). No concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não se-jam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos demais (art. 580, CPP).

Provimento da apelação de um dos acusados, para fins de absolvição, e par-cial provimento do recurso dos demais, para fins de redução de pena. Extensão do resultado aos acusados que não re-correram.”

(TRF 1ª Reg., Ap. nº 2001.01.00.046953-4, 3ª Turma, rel. des. fed. Olindo

Mene-zes, j. 27.10.04, v.u., DJU 17.12.04). Prisão preventiva. Finalidade. Requisitos. A garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal

“Garantia da ordem pública (providên-cia de medida de segurança). A argumen-tação de que o acusado, servidor da autar-quia, solto, tem possibilidade de conti-nuar no ‘cometimento de outros delitos da espécie’, uma vez que continuará ‘a habili-tar e conceder benefícios irregulares’, não tem consistência jurídica, tendo em vista que o órgão não iria manter o servidor acu-sado de fraude no mesmo setor que o per-mitiria a continuar na prática do crime.

Credibilidade da justiça e repúdio da sociedade. ‘Preservação da credibilidade das instituições e da ordem pública não consubs-tancia, só por si, circunstância autorizadora da prisão cautelar’ (STF, HC nº 80.719-4/ SP, relator ministro Celso de Mello, DJ 28.09.2001).

Gravidade do crime. A gravidade do crime, por si só, não pode servir de fun-damento da prisão preventiva (STF, HC nº 80.719-4/SP, relator ministro Celso de

Mello, DJ 28.09.2001).

Conveniência da instrução criminal (providência cautelar instrumental). Conjecturas não podem servir de funda-mento para decretação da prisão preven-tiva. Deve o juiz demonstrar quais os ele-mentos concretos que levam a suposi-ção de que o acusado poderá prejudicar a instrução criminal. Deveria ser dito quais os documentos, depois de terem sido realizadas interceptações telefôni-cas, busca e apreensão na residência do indiciados, que podem ainda estar em poder do acusado, que poderá dar sumi-ço, a justificar a prisão.

Prisão preventiva. Finalidade. A pri-são preventiva é uma medida de força, exigida pelo interesse social, mas só deve ser decretada quando se fizer estritamen-te necessária. ‘É uma providência coerciti-va extrema para casos excepcionalíssimos’

(Lucchini). A prisão provisória não é san-ção, não é castigo, não é um punir. A pri-são preventiva é acautelatória.

Devemos respeitar a ordem legal fir-mada no Estado Democrático e de Di-reito. Reverenciar, sempre, a Constitui-ção Federal, que nos foi outorgada pelo povo. Deve-se afastar o apelo promocio-nal, o discurso do pânico. E não se deve esquecer que: há de ter algo de humano no direito universal de punir.”

(TRF 1ª Reg., HC nº 2004.01.00.049594-5, 3ª Turma, rel. des. fed. Tourinho Neto, j. 16.11.04, v.u., DJU 26.11.04).

Condenação por crime contra a ordem tributária depende do término do procedimento administrativo. Art. 93 do CPP. Suspensão da ação penal

“(...) Segundo o entendimento atual da Suprema Corte e deste Regional, para haver condenação por crime contra a or-dem tributária é necessário o término do procedimento administrativo, indicando o resultado da sonegação de tributos. (...) Assim, paira extrema incerteza quanto à legitimidade da exigência fiscal, a qual só irá ceder após a decisão definitiva do mé-rito na ação anulatória.

Nessa hipótese, revela-se adequada a suspensão do processo criminal, com apoio no art. 93 do CPP, bem como da prescrição, forte no artigo 116 do Estatu-to Repressivo, enquanEstatu-to pendente deci-são definitiva acerca da exigibilidade ou não do guerreado crédito tributário.”

(TRF 4ª Reg., HC nº 2004.04.01.028677-3/RS, 8ª Turma, rel. des. fed. Élcio

Pinhei-ro de CastPinhei-ro, j. 29.09.04, v.u., DJU 13.10.04). Art. 366 do CPP. Suspensão do prazo prescricional. Limite temporal. Aplicação do artigo 109 do CP

“O limite temporal da suspensão do prazo prescricional, no caso do artigo 366 do CPP, deve ser o elencado no artigo 109 do Estatuto Repressivo, observan-do-se o máximo da pena in abstrato de cada infração. Ofende o princípio da proporcionalidade aplicar generica-mente o prazo de 20 anos para todo e qualquer delito, porquanto dar-se-ia tratamento igualitário a situações distin-tas (ilícitos leves e graves)”.

(TRF 4ª Reg., Cor. nº 2004.04.01.029106-9/SC, 8ª Turma, rel. des. fed. Élcio

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Jurisprudência compilada por Carlos

Roberto Isa, Paulo Sérgio de Oliveira

e Vinícius de Toledo Piza Peluso

Indeferimento de oitiva de testemunhas. Ilegalidade

“(...) Louve-se a preocupação da d. ma-gistrada, no sentido de não permitir dila-ções probatórias procrastinatórias, prin-cipalmente no presente caso concreto, em virtude do grande número de testemunhas arroladas pelas partes.

No entanto, como temos sempre ob-servado em pedidos semelhantes, os cri-mes dolosos contra a vida, são julgados, em sua grande maioria, pelo Tribunal do Júri. Assim, deve o magistrado encarre-gado da preparação do processo, perce-ber que a prova está sendo colhida muito mais para os jurados, do que para a for-mação do seu convencimento, desde que, para a pronúncia, exige a lei apenas de-monstração da materialidade e indícios razoáveis da autoria delitiva.

Destarte, desde que haja necessidade, em nome do princípio da ampla defesa, deve o juiz buscar com veemência a ver-dade real, até para permitir ao Júri, futu-ramente, a análise ampla de todas as nuan-ces probatórias.

Havendo, pois, possibilidade de que importantes provas possam instruir o processo, constitui, a nosso ver, constran-gimento ilegal a ser amparado por habeas corpus, o indeferimento de oitiva de teste-munhas, principalmente em sede de jus-tificação, o que não causará qualquer pre-juízo para a normal marcha processual.

Isto posto, conhece-se da impetração, concedendo-se a ordem.”

(TJ/SP, HC nº 454.207-3/2-00, 1ª C. Crim., rel. des. Borges Pereira, j. 28.04.04, v.u.).

Tráfico. Ausência de

elementos suficientes na acusação. Liberdade provisória

“Relativamente ao tema, impende des-tacar que não é de hoje que se questiona, em face da reação da defesa, a possibilida-de possibilida-de o acusado discutir a classificação que lhe seja danosa e de o juiz, de ofício ou a requerimento da defesa, apreciá-la em decisão incidental para evitar ou afastar o prejuízo. Como esclarece Antônio

Sca-rance Fernandes, três são os vícios

princi-pais que podem macular a classificação jurídica do fato e, eventualmente, exigir sua correção, devidos aos reflexos que daí decorrem. São eles, ser atípica, errônea ou excessiva. Este último se apresenta quan-do o promotor ou o querelante classifica o fato descrito em um tipo rigoroso em vez de situá-lo em outro menos grave e mais apropriado (In: A Reação Defensiva à Im-putação, p. 220, Ed. Revista dos Tribunais, 2002). Entendo que o mesmo raciocínio pode ser feito em se tratando de capitula-ção em indiciamento policial.

Não se trata, como leciona o referido

autor, de rejeitar a denúncia ou a queixa, suficientemente embasada em suportes indiciários, obtidos no inquérito, ou de alterar a classificação do Ministério Pú-blico, mas de admitir o controle judicial sobre a classificação quando seja preju-dicial ao imputado e para fim determina-do (obra citada, p. 222). O pronunciamen-to é incidental e apenas para esse fim.

(...) É o caso presente, em que a capi-tulação pelo Ministério Público se fez no art. 12 da Lei nº 6.368/76, equiparado a crime hediondo, altamente prejudicial ao paciente ou a qualquer outro que venha a ser acusado desse crime, quando o subs-trato da acusação não fornece elementos sérios dessa atividade. Pode servir para efeito de deflagração da denúncia e ter seu ajuste a final, na sentença, mas não pode ser base para o não-acolhimento do pedido de liberdade provisória, que a lei dos crimes hediondos veda.”

(TJ/RS, HC nº 70010293678, 3ª C. Crim., rel. des. Danúbio Edon Franco, j. 15.12.04, v.u.).

Condenado ao regime semi-aberto. Necessidade de aguardar vaga no regime aberto

“Ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, fixado o regime semi-aberto para o cumprimento da reprimenda im-posta, iniciando o cumprimento da pena em regime fechado, evidente o constran-gimento ilegal passível de correção na via do remédio heróico.

Assevera-se que o paciente já cumpriu mais de 1/6 da pena em regime mais severo. Sempre oportuno lembrar que o con-denado conserva todos os direitos não atingidos pela pena.

E, como se tem decidido, ‘a menos que se considere o princípio da legalidade mero artifício retórico do legislador, a manuten-ção do condenado em regime fechado, quan-do tem direito a outro regime prisional, im-porta em evidente constrangimento ilegal, pois a lei, ao criar o sistema progressivo e estabelecer diferentes graus de restrição ao jus libertatis, proíbe, implicitamente, a exe-cução em regime mais rigoroso’ (TJSP, rela-tor des. Weiss de Andrade, in RT 645/285). Aliás, como reforço da convicção ex-posta na respeitável decisão, é de notar-se que manter o paciente preso no Centro de Detenção Provisória de Vila Pruden-te, quando faz jus a regime prisional semi-aberto, como esclarece o festejado

Mira-bete e citado Renan da Cunha,

represen-ta claro desvio de execução, nos termos do artigo 185 da Lei de Execução Penal.

Pelo exposto, conhece-se em parte da impetração e na parte conhecida, conce-de-se parcialmente a ordem para que o paciente aguarde em prisão albergue do-miciliar até que surja vaga no regime

pri-sional semi-aberto. Expeça-se alvará de soltura clausulado via telex.”

(TJ/SP, HC n° 464.630-3/0-00, 3ª Câm. Crim., rel. des. Segurado Braz, j. 09.11.04, v.u.).

Correição parcial. Liberdade provisória. Não-ouvida do MP: mera irregularidade

“Ao vislumbrar prisão ilegal, o juiz — pelo sistema — é obrigado a determinar a soltura do cidadão, pena de se transfor-mar em autoridade coatora.

A não-ouvida do Ministério Público antes da concessão da liberdade provisó-ria é mera irregularidade: não satisfeito com a decisão liberatória cabe-lhe re-curso em sentido estrito.

Entre liberdade tardia e ouvida do Ministério Público, opta-se pela liberda-de do cidadão: Juiz é garante liberda-de direitos e não mero integrante do aparelho repres-sivo do Estado.

Correição parcial improcedente (unâ-nime).”

(TJ/RS, Ap. nº 70010264125, 5ª C. Crim., rel. des. Amilton Bueno de

Car-valho, j. 09.12.04, v.u.).

Entorpecentes. Excesso de prazo

“Não sendo remetido o laudo pericial a que foi submetido o ora paciente, que o interrogatório declarou-se dependente de drogas, configurado está o excesso de pra-zo, de sorte que a concessão de liberdade é inarredável. Inteligência do enunciado nº 697, da súmula do Excelso Supremo Tribunal Federal. Ordem concedida.”

(TJ/RS, HC nº 70010380723, 3ª C. Crim., rel. des. José Antônio Hirt Preiss, j. 16.12.04. v.u.).

Réu preso por não ter sido

encontrado. Justificativa plausível. Prisão desnecessária

“Configura constrangimento ilegal, passível de ser reparado pelo writ, a deci-são que mantém o paciente preso, por não ter sido encontrado nos locais indicados nos autos como de sua residência, se, pre-so, apresenta justificação plausível, e pro-va que continua residindo no distrito da culpa, onde trabalha em repartição pú-blica. A prisão, para ser mantida, deve ser absolutamente necessária. Se o paciente não se enquadra nesse caso e se a própria sentença já permitira que ele recorresse em liberdade, a esse estado deve voltar.”

(TJ/RJ, HC nº 2004.059.05702, 4ª Câm. Crim., rel. des. Índio Brasileiro Rocha, j. 23.11.2004, v.u.).

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TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL

TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL

Jurisprudência compilada por Paula Kahan

Mandel, Raíssa dos Reis Balaniuc Mendes, Renato Spaggiari

e Vanessa Pelhe Gimenez

Execução Penal. Latrocínio. Crime hediondo. Trabalho externo. Possibilidade

“No caso dos autos, o agravado foi con-denado na Comarca de Itabirito a uma pena de 20 anos de reclusão em regime fechado e pagamento de dez dias-multa, por infração ao art. 157, § 3º, segunda par-te, do CP.

Após o trânsito em julgado da decisão, apresentou pedido de trabalho externo, justificando a necessidade do trabalho para ajudar no sustento da família e cola-cionando uma proposta de emprego em uma oficina mecânica.

A nobre juíza de primeira instância concedeu o pedido e manteve sua deci-são. E como já se manifestou o STJ, cor-reta foi a decisão da MMª juíza, pois a fixação do regime fechado, ainda que in-tegralmente, não constitui óbice à possi-bilidade de se trabalhar externamente, mesmo porque a Lei nº 8.072/90 não fez nenhuma vedação neste aspecto e a LEP, em seus arts. 36 e 37, traz a possibilidade de o condenado em regime fechado tra-balhar externamente, desde que obedeci-das as exigências legais. Ou seja, a lei per-mite objetivamente a concessão do tra-balho externo para o preso em regime fe-chado em obras públicas ou na iniciativa privada, desde que resguardadas as medi-das contra fuga e em prol da disciplina, independentemente do delito cometido ser hediondo ou não.

Num primeiro momento interpretou-se que para o preso condenado em regime fechado pudesse trabalhar externamente na iniciativa privada deveria se fazer acom-panhar de um policial que o vigiasse du-rante a atividade laborativa. Tal interpre-tação, logicamente, emperrava a conces-são do trabalho externo, ridicularizando o instituto, porquanto nem mesmo nos paí-ses dito desenvolvidos isto seria viável.

Recentemente, a interpretação de nos-sos tribunais tomou outro rumo, primei-ramente, como tido acima, pelo fato de nem a Lei de Crimes Hediondos, tão se-vera em seu conteúdo, ter vedado o Li-vramento Condicional e o trabalho ex-terno. Em segundo lugar, porque exigir aparato policial como único meio de ga-rantir a disciplina e impedir a fuga seria fazer ‘letra morta’ do art. 36 da LEP, im-pedindo a concessão de um benefício le-gal ao condenado por uma deficiência do aparelho estatal.

Vedar, portanto, um direito/dever do condenado por ineficiência do Estado é algo, portanto, inadmissível.

Outrossim, deve-se levar em conta, ain-da, que neste caso especificamente, não estamos falando de um latrocida que

exi-ja um tratamento diferenciado em razão de sua crueldade, tanto que sua pena fi-cou no patamar mínimo estabelecido pela legislação penal.

Ante o exposto, a decisão pela conces-são do trabalho externo em estabeleci-mento privado para o agravado, apenas cumpriu o determinado pela legislação pertinente.

E mais, a MMª juíza tratou em sua de-cisão de muito bem especificar como se-ria defendida a disciplina e cerceada a fuga quando disse que o Conselho da Comuni-dade e as Polícias Civil e Militar em seu trabalho rotineiro, suficientemente supri-riam a deficiência de uma fiscalização mais direta, mantendo informado o juízo.

Fica mantida a decisão de primeiro grau, negando-se provimento ao recurso ministerial.”

(TAMG, AgEx nº 450.318-0, 2ª Câm. Mista, rel. juiz Alexandre Victor de

Car-valho, j. 03.08.04, m.v.).

Livramento condicional. Revogação após o término do período de prova e da pena. Inadmissibilidade

“(...) deferido o livramento condicio-nal por ato decisório expresso da autori-dade judiciária competente, também a sua revogação assim se deva dar e que, se as-sim não for revogado até o seu término, a pena privativa de liberdade se considera extinta, extinção esta que se apresenta como fato concreto existente no mundo jurídico e que, a rigor, não depende nem mesmo de ato decisório mas apenas, para efeitos ad-ministrativos, de ato declaratório.

(...) A revogação do livramento condi-cional, afinal, como já se decidiu (in RT 681/329), só é admissível durante o perío-do da pena e, vencida esta, nada mais res-ta a fazer senão declará-la extinres-ta, pois, ‘se o liberado descumpre alguma das con-dições da sentença que lhe concedeu o livramento condicional, mas nenhuma providência é tomada para a revogação no período de prova, a revogação não pode ser efetivada após expirado esse período, porque, se o livramento não é revogado até o seu termo, extingue-se a pena priva-tiva de liberdade, não se podendo dar efei-to ex tunc a decisão revogatória.”

(TACrim/SP, Ag. Ex. nº 1445373/3, 10ª C. Crim., rel. juiz Christiano Kuntz, j. 22.09.04, v. u.).

Tráfico. Associação. Art. 18. inc. III da Lei nº 6.368/76. Necessária a conjugação de vontades e a pluralidade de agentes

“(...) Impõe-se o deferimento do plei-to revisional.

(...) Com efeito, com a absolvição do

co-réu (...) por falta de prova de ter con-corrido para a infração penal, é inconce-bível o acréscimo decorrente da majoran-te de associação eventual. O fato do réu se referir que recebeu a droga de um tal de (...) e que teria que entregá-la em São Pau-lo para uma pessoa de nome (...), não ca-racteriza a associação prevista no inciso III do artigo 18 da Lei nº 6.368/76, pois exi-ge-se um concurso eventual à prática do crime para que se configure a associação. Sem a demonstração que o réu se asso-ciou de maneira casual, isto é, que existiu efetivamente um conluio entre os agentes para fins de consecução do tráfico de en-torpecentes, não configura a associação, pois para tanto exige-se conjugação de vontades e eventual pluralidade ou mul-tiplicidade de agentes na prática de um mesmo tipo penal.

(...) Enfim, o simples fato do réu ter admitido que recebera a droga de uma pessoa conhecida como (...), com a in-cumbência de entregá-la em São Paulo para uma tal de (...), não comprova qual-quer vínculo associativo ainda que for-tuito, de forma que, não estando eviden-ciada a atuação conjugada dos agentes do tráfico, é de ser excluído o acréscimo à pena imposta.”

(TACrim/SP, Rev. nº 468.716/4, 3º Gru-po de Câmaras, rel. juiz Testa Marchi, j. 08.11.04, m.v.).

Prova. Depoimento dos agentes policiais sobre o encontro de entorpecente não substitui a apreensão da droga.

Insuficiência de provas. Absolvição

“(...) A prova produzida, portanto, re-sume-se no que assinalado pelos policiais e pelos apelantes.

(...) Tenho, para mim, que em se tratan-do de tráfico de entorpecentes, impossível firmar-se a convicção condenatória quan-do a prova acusatória é unicamente calca-da em testemunhos de policiais que efeti-varam a prisão do réu, máxime quando é o agente primário e de bons antecedentes.

(...) Ora, a condenação criminal não pode ser ditada por mero juízo de proba-bilidade, mas, sim, tem que estar alicer-çada em elementos seguros, o que ino-corre na hipótese ora em exame.

(...) Em síntese, concebo que os ape-lantes devem ser absolvidos.”

(TACrim/SP, Ap.-Rec nº 1.452.945/2, 9ª C. Crim., rel. juiz Pedro de Alcântara, j. 24.11.04, m.v.).

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