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Ações afirmativas no ensino superior e povos indígenas: perspectivas de ingresso e permanência na Universidade Federal do Pampa

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Academic year: 2021

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Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as – ABPN

Ações afirmativas no ensino superior e povos indígenas:

perspectivas de ingresso e permanência na Universidade Federal do

Pampa

Tatiane Motta da Costa e Silva1, Renata Colbeich da Silva2, Suzana Cavalheiro de Jesus3

Palavras-Chave: Ações Afirmativas; Universidade; Povos Indígenas.

Resumo: Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo etnográfico, realizado com estudantes indígenas ingressantes no ano de 2017 na Universidade Federal do Pampa, campus Uruguaiana/RS. Para tanto, foi utilizada a observação participante e os registros nos diários de campo para refletir, a partir do ingresso, o processo de permanência das/os estudantes indígenas no referido contexto. Ao longo da realização da pesquisa identificamos diferentes fatores que dificultam a permanência das/os estudantes na universidade, entre eles, a estrutura da universidade, a construção das relações e comunicação com professoras/es e colegas. A identificação destes fatores, nos remete a compreensão que o contexto universitário, reproduz um modo de ser único, não contemplando a diversidade e ignorando as referências culturais trazidas por suas/es estudantes. Com o propósito de contribuir para o processo de permanência das/dos estudantes, o Grupo de Pesquisa TUNA – Gênero, Educação e Diferença buscou promover o estudo, o aprimoramento e a produção de conhecimento sobre as culturas indígenas. Contribuindo para a compreensão que o processo de permanência está associado tanto as estratégias de acolhimento, quanto, as políticas de permanência adotadas pela instituição. Sendo fundamental o reconhecimento da importante contribuição destas/es acadêmicas/os em nossa instituição, valorizando a sua cultura e compreendendo as suas particularidades.

APRESENTAÇÃO

“As diferenças culturais - étnicas, de gênero, orientação sexual, religiosas, entre outras – se manifestam em todas as suas cores, sons, ritos, saberes, sabores, crenças e outros modos de expressão”. (CANDAU, 2011, p.241).

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da

Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana/RS.

2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa

Maria.

3 Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora Adjunta da

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Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas – NEABI MOCINHA (Maria Cezarina Cardoso)

A cultura dominante em nossas instituições educativas, legitima condutas, currículos, avaliações, grades, séries, disciplinas, tornando os tradicionais processos de exclusão popular explicáveis e legítimos, pedagógica e socialmente, impondo-se frente a cultura individual de cada estudante (ARROYO, 1992). Desconsiderando, com isso, que a escola e a universidade são instituições socioculturais, que possuem uma organização pautada por valores, concepções e expectativas.

Com as Leis Federais n. 10.639/03 e 11.645/08 a temática das relações étnicas e raciais passam a ser componente fundamental do agir da/o educadora/educador. Este processo, remete ao campo da educação à reflexão sobre os fundamentos destas relações, na forma como historicamente foram instituídas e reproduzidas na sociedade contemporânea.

A universidade, por sua vez, sendo um espaço plural e diverso. Tem a responsabilidade de garantir o acesso e permanência de todos/as. Em 2017, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus Uruguaiana/RS, recebeu seis acadêmicos/as através do processo seletivo de reserva de vagas para indígenas. Diante do ingresso destes/as estudantes e das demandas apresentadas por eles/as, passou-se a intensificar o estudo acerca da cultura indígena.

Neste sentido, o presente trabalho busca refletir acerca do processo de ingresso e permanência dos/as acadêmicos/as indígenas na Universidade Federal do Pampa. Para isto, as páginas a seguir, trazem a análise das contribuições dos espaços de estudo e de convivência coletiva para a construção e valorização das identidades dos/as estudantes indígenas no contexto universitário.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A fim de alcançar o objetivo proposto, já mencionado na apresentação do artigo, utilizamos a tríade “olhar, ouvir e escrever” descrita por Roberto Cardoso de Oliveira (2000). Caracterizando a pesquisa como um estudo etnográfico, no qual, buscamos a realização da observação participante e da convivência diária com os/as interlocutores/as de pesquisa.

[...] enquanto no olhar e no ouvir "disciplinados" - a saber, disciplinados pela disciplina - realiza-se nossa percepção, será no escrever que o nosso

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pensamento exercitar-se-á da forma mais cabal, como produtor de um discurso que seja tão criativo como próprio das ciências voltadas a construção da teoria social [...] Se o olhar e o ouvir constituem a nossa percepção da realidade focalizada na pesquisa empírica, o escrever passa a ser parte quase indissociável do nosso pensamento, uma vez que o ato de escrever é simultâneo ao ato de pensar [...] Nesse sentido, os atos de olhar e de ouvir são, a rigor, funções de um gênero de observação muito peculiar - isto é, peculiar a antropologia -, por meio da qual o pesquisador busca interpretar - ou compreender - a sociedade e a cultura do outro "de dentro", em sua verdadeira interioridade. (CARDOSO DE OLIVEIRA, 2000, p. 18, 31 e 34).

As observações foram registradas no diário de campo, através de uma descrição

densa (GEERTZ 1989), não só das/os interlocutoras/es da pesquisa, mas dos

acontecimentos, das conversas, das reflexões e ideias explanadas por essas/es sujeitos. As observações diárias ocorreram durante o segundo semestre de 2017, em turnos variados, nos espaços de estudo, de lazer e de convivência coletiva, como a biblioteca, o hall do prédio principal, o Núcleo de Estudo Afro-Brasileiro e Indígena (NEABI) e o Grupo de Pesquisa Tuna – Gênero, Educação e Diferença, bem como, espaços externos a universidade, como restaurantes e lanchonetes.

A região onde o estudo se desenvolveu, caracteriza-se como a Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O município de Uruguaiana conta com uma população estimada de 129.580 (IBGE, 2014), sendo 93,6% residente na área urbana. Em 2008, o município recebeu a Unipampa, que tem como finalidade promover e fortalecer o desenvolvimento social e econômico da região a partir da oferta de uma educação superior gratuita e de qualidade. Nesse sentido, a Unipampa, faz parte do programa de expansão das universidades federais no Brasil e atualmente possui aproximadamente 10883 estudantes matriculados nos cursos de graduação, destes, até a data de realização do estudo (dez/2017), oito ingressaram através do processo seletivo para indígenas e estão distribuídos em três campi (Uruguaiana, Santana do Livramento e São Borja).

O estudo seguiu as orientações do código de ética da Associação Brasileira de Antropologia. Este, garante as/os interlocutoras/es de pesquisa o direito de preservação de sua intimidade, de acordo com seus padrões culturais, garantia de que a colaboração prestada à investigação não seja utilizada com o intuito de prejudicar o grupo investigado e o direito de acesso aos resultados da investigação. Desta forma, a proposta de pesquisa foi apresentada as/aos estudantes, tendo o consentimento livre e esclarecido sido expressado de forma oral.

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Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas – NEABI MOCINHA (Maria Cezarina Cardoso)

O ACESSO AO ENSINO SUPERIOR EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS

Ao longo das últimas décadas, os povos indígenas passaram a ocupar de forma visível ou invisível as universidades brasileiras. A ampliação do acesso ao ensino superior teve início ainda na década de 1990, a partir das propostas de políticas de ações afirmativas adotadas pelos governos, pelas instituições de ensino e pelas iniciativas privadas (LUCIANO, 2006). De acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Educação (MEC), no ano de 2011 estavam matriculados no ensino superior 9.756 indígenas, representando cerca de 1,08% do total da população indígena conhecida no país.

O espaço acadêmico, segundo Guerra e Amaral (2014), provoca aos estudantes indígenas várias situações de conflito, onde o estranhamento, a falta de pertencimento e presença quase silenciosa, faz com que a distância e o sentimento de inadequação os torne cada vez mais estranhos. Ao analisar os percursos dos acadêmicos indígenas no ensino superior, Amaral (2010) destaca os preconceitos cotidianos vivenciados por esses sujeitos, sendo reflexo continuado das trajetórias trilhadas por eles nas escolas públicas.

Guerra e Amaral (2014) afirmam que esse processo ocorre como reflexo da sociedade, os preconceitos contra os indígenas são manifestados no ambiente escolar e no espaço acadêmico, sendo por eles incorporados ou deles exigindo estratégias de sobrevivência ou resistência. O autor e autora ressaltam que é neste momento que as relações tornam-se mais tensas e as paixões mais conflitantes.

A universidade, ao mesmo tempo em que oferece a possibilidade de uma nova identidade coletiva, do nós brasileiros, provoca a vergonha da diferença inferiorizada frente ao nós brasileiros; dessa forma, acaba por impor o medo e o retorno ao ele e à segregação (GUERRA; AMARAL, 2014).

O/a estudante indígena que chega a um contexto universitário, depara-se com modos de ser e de compreender que não correspondem ao seu cotidiano. Do mesmo modo, a universidade, por vezes, trabalha de forma única, não contemplando o que é diverso, ignorando as referências culturais trazidas por esses/as estudantes.

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CONTEXTO UNIVERSITÁRIO: PERSPECTIVAS DE INGRESSO E PERMANÊNCIA

O processo seletivo específico para Indígenas 2017 da Unipampa ofertou 21 vagas, em quatro campi (Uruguaiana, São Gabriel, Santana do Livramento e Jaguarão), distribuídas em 12 cursos de graduação (Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia, Tecnologia em Aquicultura, Direito, História, Produção e Política Cultural, Ciências Biológicas, Biotecnologia, Engenharia Florestal e Gestão Ambiental).

O processo seletivo foi constituído de uma prova de redação, na modalidade dissertativa, que foram avaliados os seguintes critérios: atendimento ao tema; progressão temática; predomínio da tipologia dissertativa e adequação à norma culta do português brasileiro. Poderiam participar da seleção os indígenas aldeados do território nacional que concluíram o Ensino Médio até a data prevista para matrícula. Para a realização da matrícula, além dos documentos de identificação, o candidato deveria apresentar uma declaração de Membro da Comunidade ou Aldeia Indígena assinada pela Liderança da Comunidade Indígena (Cacique/Lideranças/Chefe) e validada por demais lideranças e/ou membros, também dessa comunidade e homologada pela FUNAI.

A Unipampa, no campus Uruguaiana, ofertou oito vagas em cinco cursos, foram preenchidas sete vagas, porém com a desistência de uma acadêmica4, permaneceram

seis acadêmicos e acadêmicas, nos seguintes cursos: Licenciatura em Educação Física, Fisioterapia, Enfermagem, Farmácia e Aquicultura.

O ingresso destes/as estudantes é fruto das Políticas de Ações Afirmativas, que vêm tomando um papel de destaque no cenário das Universidades públicas do país e no atual contexto educacional brasileiro.

Este conjunto de políticas visa uma forma de reparação e redução de desigualdades que é um problema crônico da sociedade brasileira, oferecendo assim oportunidades para aqueles que foram marginalizados socialmente e excluídos do processo educacional brasileiro ao longo do século (NORONHA; SILVEIRA, 2016, p. 11).

4 A desistência da acadêmica teve como motivo a sua aprovação no curso de direito na Universidade

Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande – RS e como era sua primeira opção ela preferiu desistir do curso de Educação Física e ir para a FURG cursar direito.

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Porém não basta garantir o ingresso dos mesmos no sistema de ensino é necessário dar condições para a sua permanência. Partindo para a realidade de nossa instituição, na Unipampa, foi aprovada em 2014, a resolução nº 84 que dispõe sobre a Política de Assistência Estudantil.

A resolução visa criar condições para garantir o acesso e a permanência dos estudantes, de forma a atender a comunidade universitária multi campi em uma perspectiva inclusiva. As ações são norteadas pelos princípios da inclusão social, da isonomia nos processos de seleção, da garantia dos direitos da comunidade discente e da autonomia política nas instâncias consultivas e deliberativas da Universidade.

Quanto aos Programas de Assistência Estudantil apresentados no Art. 5º da resolução, destacamos o Plano de Permanência, composto pelos Programas de Alimentação Subsidiada, Programa de Moradia Estudantil, Programa de Apoio ao Transporte e Programa de Auxílio Creche e o Programa de Ações Afirmativa. Os beneficiários do Plano de Permanência são os estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação que apresentem comprovada situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Além do apoio financeiro, garantido através dos Programas de Assistência Estudantil, ainda são necessários espaços de acolhimento e discussão sobre a construção desta nova identidade que os/as estudantes estão construindo.

Espaço de discussão garantido pelo Grupo de Pesquisa Tuna – Gênero, Educação e Diferença. O Tuna reúne pesquisadores e pesquisadoras de diferentes áreas do conhecimento, numa perspectiva interdisciplinar transitando por temáticas como diferença, gênero, sexualidade, processos de socialização, sociedade, poder, currículo, políticas e gestão da educação. Tendo como um de seus objetivos produzir conhecimentos mediante o intercâmbio de pesquisas e estudos que problematizem movimentos de gestão da educação e de políticas públicas, de modo a delinear práticas discursivas que circulam no âmbito educativo e geram efeitos nos sujeitos e contextos. Os encontros ofertados pelo grupo de pesquisa iniciaram no segundo semestre de 2017 e ainda permanecem, ocorrendo quinzenalmente e buscando o estudo, o aprimoramento e a produção de conhecimento sobre as culturas indígenas.

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Os encontros ofertados pelo Grupo de Pesquisa Tuna – Gênero, Educação e Diferença reuniam a coordenadora do grupo e mediadora das discussões, os/as acadêmicos/as indígenas, bem como, seus monitores e demais interessados no estudo da temática. As discussões eram fomentadas por leituras de artigos relacionados a história dos povos indígenas, ao ingresso dos povos indígenas nas universidades brasileiras e aos desafios encontrados ao se propor uma universidade pluriétnica no Brasil.

A dinâmica dos encontros consistia na leitura coletiva dos textos, onde um ou uma participante por vez lia uma parte do texto, quando necessário a leitura era interrompida e o debate coletivo era iniciado. Ao longo dos encontros, diversos aspectos foram discutidos, os/as acadêmicos/as indígenas relatavam sobre as suas vivências nas comunidades indígenas, o estranhamento quando chegaram a universidade e os desafios encontrados diariamente, tanto no que se refere ao entendimento dos conteúdos, como, das relações interpessoais.

Entre eles, um relato de discriminação e preconceito sofrido por uma das acadêmicas marcou um dos encontros e levou o grupo a discutir e concluir que a universidade, com seu modo de avaliação pautada na meritocracia não contempla as especificidades de seus/as estudantes e por consequência acaba os inferiorizando e excluindo. No entanto, este fato se caracteriza como um reflexo do que é reproduzido historicamente na sociedade.

Diante disso, corroboramos com Silveira (2009) ao compreendermos que a discriminação racial não é exclusivamente problema de negras/os e/ou indígenas, ela é pertinente a toda população brasileira. Pois, não adianta fortalecermos a identidade do/a estudante indígena se não educarmos o não-indígena no combate ao racismo e todas as formas de discriminação, bem como no respeito às diversidades.

Durante os encontros alguns/as estudantes indígenas, em especial, os do gênero masculino, se destacavam nas discussões por serem mais falantes, no entanto, ao longo dos encontros, paulatinamente, as estudantes foram se apropriando do espaço de fala e contribuindo com os debates que surgiam. Demonstrando que a participação no grupo contribuiu para o seu fortalecimento enquanto indígenas e para a construção da identidade destes sujeitos, enquanto universitários/as, tanto de forma individual, quanto coletiva.

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Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas – NEABI MOCINHA (Maria Cezarina Cardoso) ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Entendemos que, um dos compromissos da universidade, está na produção de conhecimentos e que, em seu papel social, deve propor ações para melhoria da qualidade de vida da população onde está inserida. Por ser um espaço que promove a formação cultural e científica, deve se articular entre ensino e pesquisa, viabilizando a relação transformadora entre universidade e a sociedade. No entanto, nos deparamos com um contexto universitário, que reproduz um modo de ser único, não contemplando a diversidade e ignorando as referências culturais trazidas por seus alunos e alunas.

Para além de produzir, a universidade deve ouvir, compreender e aprender com diferentes modos de ser. O grupo de pesquisa Tuna, por se caracterizar como um espaço de discussão possibilitou aos/as acadêmicos/as indígenas momentos de fala, onde todos/as sentiam-se a vontade para relatar fatos sobre sua cultura, bem como, falar sobre as diversas dificuldades encontradas diariamente, tanto a nível de cobrança acadêmica quanto em relação a interação com os/as professores/as e colegas.

Além disso, o ingresso destas e destes estudantes a Unipampa, campus Uruguaiana (o campus da saúde) contribuiu para iniciar uma discussão acerca da cultura indígena, antes esquecida e/ou pouco explorada, tendo, estas e estes dado o ponto de partida, ao relatar durante suas apresentações a organização social e cosmológica do seu povo, ao realizar suas danças, ao falar sua língua em espaços acadêmicos e ao expor suas vivências. Marcando, assim, progressivamente, sua presença dentro da instituição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, Wagner R. As trajetórias dos estudantes indígenas nas Universidades

Estaduais do Paraná: sujeitos e pertencimentos. 586f. Tese (Doutorado em

Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.

ARROYO, Miguel. G. Fracasso-sucesso: o peso da cultura escolar e do ordenamento da educação básica. Em Aberto, Brasília, ano 11, n.53, jan./mar. 1992.

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BRASIL. Convenção n° 169: povos indígenas e tribais e Resolução referente à ação da OIT / Organização Internacional do Trabalho. - Brasília: OIT, 2011.

BRASIL. Lei 11.645, de 10 de março de 2008. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em:

28/06/2018.

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em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm. Acesso em: 28/06/2018.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. O trabalho do Antropólogo. 2 ed. Brasília: Paralelo 15; São Paulo: Editora UNESP, 2000.

CANDAU, Vera. Maria. Ferrão. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Currículo sem Fronteiras, v.11, n.2, pp.240-255, Jul/Dez 2011.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1989.

GUERRA, Maria José; AMARAL, Wagner Roberto. A construção da identidade e os regimes de visibilidade dos povos indígenas na universidade. Muitas Vozes, Ponta Grossa, v.3, n.1, p. 53-68, 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Censo demográfico 2014. Disponível em www.ibge.gov.br,

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nde-do-sul|uruguaiana|infograficos:-informacoes-completas. Acesso em: 25/08/2018.

LUCIANO, Gersem José dos Santos. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília, DF: UNESCO, Ministério da Educação, 2006.

NORONHA. Diego de Matos; SILVEIRA, Marta Iris Camargo Messias O Núcleo de

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Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas – NEABI MOCINHA (Maria Cezarina Cardoso)

Educação das Relações Étnicas e Raciais. Trabalho de Conclusão de Curso.

Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, 2016.

Resolução nº 84, de 30 de outubro de 2014. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), e na Portaria Normativa 39, de 12 de dezembro de 2007, do MEC/SESU, que institui o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Universidade Federal do Pampa. 2014.

SILVEIRA, M.I.C.M da. O Movimento Social Negro: da contestação as de ações afirmativas e a implicação para aplicação para Lei Federal 10.639/03 – O caso da rede Municipal de Ensino de Santa Maria. Tese de doutorado, Programa de Pós Graduação em Pesquisa e Educação. Faculdade de Educação. UFBA, 2009.

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