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Goiânia - 27ª Vara Cível DECISÃO. I - DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS (evento 367)

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Goiânia - 27ª Vara Cível 5487106-35.2018.8.09.0051

DECISÃO

I - DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS (evento 367)

LABORATÓRIO SANTA INÊS LTDA. e OUTRA opuseram Embargos de Declaração contra a sentença proferida no evento 364, arguindo, em suma, que houve contradição ao ser convolada a recuperação judicial das embargantes em falência, pois estas pleitearam a autofalência, a fim de que esta fosse decretada com fulcro no art. 105 da Lei de Falências e Recuperação Judicial (LRJ) nº 11.101/05, todavia, embora o relatório da sentença tenha abarcado tal situação, fundou-se na premissa de que as embargantes descumpriram o plano de recuperação judicial, extinguindo-se o feito com fundamento no art. 73, IV e art.94, III, alínea "f" da mesma lei, embora o plano de soerguimento sequer tenha sido apreciado pelos credores e tampouco homologado pelo juízo.

Aduziram, também, que há obscuridade na sentença ao externar em seus fundamentos que foram concedidos prazos dilatórios às embargantes para o adimplemento de obrigações, o que não ocorreu nos autos, também inexistindo pedidos nesse sentido, pois sempre atenderam aos comandos judiciais a tempo e modo.

Ao final, pugnaram pelo acolhimento dos presentes embargos, a fim de que a sentença objurgada seja complementada.

DECIDO.

Atempadamente manejados, deles conheço.

As características intrínsecas dos embargos de declaração estão delineadas no artigo 1022 do Código de Processo Civil, quais sejam, suprir omissão, eliminar contradição ou aclarar obscuridade, nas decisões judiciais.

É cediço que não estando a decisão eivada de algum desses vícios, os embargos de declaração deverão ser rejeitados, sob pena de ofensa ao artigo 1022, do Diploma Processual Civil.

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Embora as embargantes realmente tenham postulado a sua autofalência (evento 326), emergiu-se dos autos a caracterização da hipótese de decretação da falência prevista no art. 94, III, “f”, da Lei nº 11.101/05, caracterizada pelo abandono do estabelecimento pela empresa em recuperação judicial.

Ademais, percebe-se também que as embargantes não apresentaram as informações contábeis/financeiras para elaboração do Relatório Mensal de Atividade(RMA), referente ao mês de janeiro de 2020, conforme manifestação da administração judicial ao evento 325.

As embargantes foram intimadas para suprirem a falta da aludida prestação de contas, conforme despacho exarado ao evento 330, mas não atenderam o referido comando judicial.

Por derradeiro, não merece ser acatado o argumento de que o plano de recuperação judicial não foi apreciado pelos credores e tampouco homologado pelo juízo.

Isto porque houve objeções ao plano e seu aditivo pelos credores, conforme eventos 113 e 330.

Outrossim, impende salientar que a lei nº 11.101/05, não prevê expressamente a hipótese de homologação do plano recuperação judicial, fazendo menção à competência do juízo para a homologação do plano de recuperação extrajudicial (art. 3º, Lei nº 11/101/05).

Na prática, a homologação do plano de recuperação judicial decorre da procedência do pedido e concessão do favor legal, o que não ocorreu no caso vertente.

Por tais razões, nego provimento aos embargos, mantendo incólume a sentença vergastada.

II – DA MANIFESTAÇÃO DA UNIÃO (evento 467)

Intime-se o administrador judicial, para que promova a inclusão dos créditos tributários das falidas no Quadro Geral de Credores, tendo em vista que o art. 29 da Lei nº 6.830/80, estabelece que o referido crédito não se sujeita ao concurso de credores ou habilitação em falência.

Cediço que a correção monetária incide sobre a dívida tributária da massa falida até a data do pagamento

Nesta caso, os valores devidos à Fazenda Nacional deverão ser atualizados pela TR, em consonância com o art.9 da Lei nº 8.177/91.

O representante judicial da União deverá ser intimado pessoalmente dos atos do processo que lhe digam respeito (art. 38 da LC nº 73/93).

Como postulado, intime-se pessoalmente a Caixa Econômica Federal, através de sua representação junto ao FGTS, para que informe nos autos os créditos do FGTS, com cálculos na data da quebra.

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arrecadados, sem prévia autorização da União, e o pagamento a credores com ordem de preferência posterior à Fazenda Pública.

III – DA MANIFESTAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL (evento 472) III. 1 – Do Pedido de Gratuidade

Considerando a convolação da recuperação judicial em falência e tendo em vista que as falidas não lograram em alcançar a superação econômico-financeira para fazer frente às suas dívidas, resta evidenciado o cenário de hipossuficiência financeira, pelo que concedo a gratuidade da justiça à massa falida.

III. 2 – Da Busca e Agressão Patrimonial

Para o cumprimento das providências determinada em sentença, no que alude à pesquisa de bens e direitos das falidas, defiro o pedido de consulta aos sistemas eletrônicos judiciais, por todos os sistemas acessíveis a este juízo.

Ademais, com o fito de assegurar o cumprimento da determinação judicial que vedou a disposição ou oneração de bens do falido, sem autorização judicial e do Comitê de Credores, defiro a indisponibilidade financeira.

Assim, promova-se a pesquisa e indisponibilidade financeira de ativos, via Sisbajud, até a quantia de R$ 7.134.839,82, bem como a pesquisa de bens via Infojud, Renajud e CNIB, em nome das falidas Laboratório Santa Inês (CNPJ/MF nº 01.413.368/0001-44) e Laboratório de Anatomia Patologia e Citologia – LAPACI (CNPJ/MF nº 02.633.121/0001-04).

III. 3 – Do Pedido de Prorrogação do Prazo para Apresentação do Relatório de Causas da Falência

Reputando plausíveis os argumentos externados pela administração judicial e a considerar a faculdade de prorrogação prevista no art. 22, III, “e”, da Lei nº 11.101/05, prorrogo, em 40 dias, o prazo para apresentação do relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, bem assim eventual responsabilidade civil e penal dos envolvidos.

Para o mister de consultoria, auditoria e contabilidade, defiro a contratação da IDEA Consultores Ltda., mediante a remuneração de 1% sobre o valor da venda dos bens da massa em leilão, com fulcro no art. 22, I, “h”, da LRJ.

III. 4 – Da Contratação de Leiloeiro e do Armazenamento e Descarte de Bens

Para a alienação dos bens arrecadados da massa, defiro a contratação da Teles & Lima Leilões, na pessoa do leiloeiro público Sr. Geoliano de Souza Lima, o qual, inclusive, já foi nomeado em outros processos que tramitam perante esta vara cível.

Fixo a remuneração da leiloeira em 5% sobre o valor da arrematação dos bens em leilão, com fundamento no art. 7º da Resolução nº 236 do CNJ, a ser paga pelo arrematante.

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bens da massa, pelo valor mensal de R$ 2.000,00, a ser prestado pelo leiloeira, conforme proposta (evento 472, doc. 03.), o qual se mostra razoável e resultou em economia, quando comparado às propostas de contratação em separado de serviços de armazenamento, conservação e vigilância (evento 472, doc.04).

Fica também autorizada a expedição de alvará para levantamento da remuneração pelos serviços, mas mensalmente e condicionado a regular prestação de contas nos autos.

Por fim, autorizo o descarte de bens que pertençam às falidas e sejam insuscetíveis de aproveitamento ou, quando avariados, de recuperação, para fins de alienação, a exemplo de materiais hospitalares e outros, observando-se as recomendações sanitárias e ambientais, também com a devida prestação de contas nos autos de todos os bens descartados.

III. 4 – Da Restituição de Bens a Terceiro

Como regra, a restituição de bens arrecadados que pertençam a terceiros se faz a requerimento do interessado, na forma dos arts. 85 e ss. da LRJ.

Não obstante, a administração judicial comunicou que lhe foi requisitada a devolução de blocos de parafina e lâminas de um paciente, em poder da massa falida, para fins de tratamento médico (imonuistoquímica).

Enfatiza que o referido material é indispensável para a saúde do paciente, pois o estudo anatomopatológico se afigura essencial para esclarecimento do diagnóstico e definição do tratamento e conduta a serem adotados no caso concreto, sobrelevando-se, neste caso, o direito à saúde ao se considerar que o paciente suportará o ônus de ajuizar ação para ver restituído material que não possui valor econômico e é essencial ao seu tratamento.

Sustenta o disposto no Parecer CFM nº 3547/92, no sentido de que o material enviado para diagnóstico histopatológico ao laboratório de anatomia patológica, bem como o resultado do exame, pertencem ao paciente.

Pois bem. Os argumentos são plausíveis, pois em se tratando de material de diagnóstico pertencente ao paciente, de baixa ou nenhuma liquidez, e que lhe é essencial à realização de seus exames, a medida mais aconselhável é a devolução desses bens.

Ademais, restou demonstrado que o paciente a quem pertencem os materiais está acometido de neoplasia malígna (evento 472, doc. 1 (manifestação da AJ) pg. 24), o que faz presumir, por si só, a necessidade do referido material, porquanto realizados sucessivos exames durante todo o tratamento.

Assim, tendo em vista a expressiva importância do material, mas inexpressivo valor econômico, autorizo a restituição das lâminas e blocos de parafina pertencentes ao paciente solicitante, mediante apresentação de requerimento médico e com a devida prestação de contas nos autos, juntando-se comprovante de entrega e recibo destes bens.,

IV. DAS PROVIDÊNCIAS FINAIS

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SISBAJUD, bem como pesquisa de bens perante o Infojud, Renajud e CNIB, remetam-se os autos à CENOPES, remetam-sem a necessidade do recolhimento de custas, vez que concedida a gratuidade da justiça às falidas.

Intime-se, por e-mail, o leiloeiro (contato@teleselimaleiloes.com.br), para que apresente sua aceitação formal ao encargo.

Intime-se pessoalmente a Caixa Econômica Federal, através de sua representação junto ao FGTS, para que informe nos autos os créditos do FGTS, com cálculos na data da quebra, em relação às falidas.

Se já não providenciado, habilite-se o representante judicial da União, que deverá ser intimado pessoalmente dos atos do processo que lhe digam respeito.

Intime-se a Administração Judicial. Ouça-se o Ministério Público.

Goiânia-GO.

ROMÉRIO DO CARMO CORDEIRO Juiz de Direito

(Datado e Assinado Digitalmente)

usm

Referências

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