• Nenhum resultado encontrado

REVISÃO CRÍTICA DE SISTEMAS CONVERSORES DE ENERGIA PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS E EÓLICOS DE BAIXA POTÊNCIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "REVISÃO CRÍTICA DE SISTEMAS CONVERSORES DE ENERGIA PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS E EÓLICOS DE BAIXA POTÊNCIA"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

REVISÃO CRÍTICA DE SISTEMAS CONVERSORES DE ENERGIA

PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS E EÓLICOS DE BAIXA

POTÊNCIA

Bruno G. Gerude Carlos Cesar G. Alves

NEA Núcleo de Energias Alternativas, DEE-UFMA NEA Núcleo de Energias Alternativas, DEE-UFMA Av. dos Portugueses, S/N, Campus do Bacanga Av. dos Portugueses, S/N, Campus do Bacanga São Luís- MA, CEP 65040-080, Brasil São Luís- MA, CEP 65040-080, Brasil

brunogerude@gmail.com cgomesalves@yahoo.com.br

Nelson J. Camelo Osvaldo R. Saavedra

NEA Núcleo de Energias Alternativas, DEE-UFMA NEA Núcleo de Energias Alternativas, DEE-UFMA Av. dos Portugueses, S/N, Campus do Bacanga Av. dos Portugueses, S/N, Campus do Bacanga São Luís- MA, CEP 65040-080, Brasil São Luís- MA, CEP 65040-080, Brasil

ncamelo@dee.ufma.br

o.saavedra@ieee.org

Resumo: A utilização de energia solar fotovoltaica e eólica em baixa escala tem proliferado

significativamente nos últimos anos, tanto nas áreas rural bem como urbana. Neste último caso, estas fontes já estão integradas na concepção de prédios modernos, participando na matriz energética dos mesmos. Neste trabalho apresenta-se uma revisão crítico-comparativa sobre os diferentes tipos de conversores utilizados em sistemas eólicos e fotovoltaicos de baixa potência quanto ao custo, desempenho, simplicidade, segurança e métodos de controle. A primeira parte do trabalho refere-se a discussões e propostas para conversores para sistemas eólicos, classificando-se e enfatizando-se a utilização de cada configuração segundo os itens supracitados, de acordo com o tipo de turbina utilizada. O sistema com gerador a ímã permanente e retificador é considerado como a estrutura mais viável para sistemas de baixa potência, levando-se em consideração termos técnicos e econômicos. A segunda parte deste trabalho refere-se a conversores para sistemas fotovoltaicos, apresentando-se uma comparação crítica entre os mesmos quanto ao custo, segurança, eficiência e simplicidade.

CRITICAL REVIEW OF SMALL SOLAR AND WIND ENERGY CONVERSION

SYSTEMS

Abstract: The use of solar and wind energy is increasing significantly in this decade, in rural or urbane

areas. In this last case, these fonts are already included in the modern buildings, integrating it energetic matrix. In this paper we present a critical review of small solar and wind energy conversion systems, comparing cost, efficiency, simplicity, security and control strategies. The paper s first part shows discussions and proposes to wind systems and the classification of each configuration according the items above. The systems with permanent-magnet generator and rectifier one are considered the best choice for small power systems, including economics and technical aspects. The second part of the paper shows a critical comparison of photovoltaic conversion systems according cost, security, efficiency and simplicity.

Keywords: small wind turbines, small distributed generation, photovoltaic systems

1. Introdução

A crescente demanda de energia elétrica tem contribuído fundamentalmente para a procura de novas fontes de energia e para a disseminação e aprimoramento daquelas já existentes. A escassez dos combustíveis fósseis, aliada ao seu uso irracional pela humanidade torna estas ações ainda mais urgentes.

A energia eólica e solar são uma importante alternativa de recursos renováveis na medida em que se constituem fontes de energia técnica e economicamente viáveis. No início, o alto custo dos painéis fotovoltaicos e das turbinas eólicas desestimulou o uso destas fontes de energia visto que as mesmas não apresentam custos paritários aos das tradicionais, sendo seu uso disseminado em áreas não atendidas pelas redes convencionais e em situações onde o conforto e

(2)

os benefícios proporcionados compensam o alto custo.

Com a tendência de crescimento do preço do barril de óleo, assim como pelas políticas globais de minimização da emissão de gases poluentes na atmosfera, somado isto à evolução tecnológica, a geração a partir de fontes renováveis está ficando cada dia mais economicamente viável. No Brasil, a energia eólica já participa com um percentual de 0,03% na matriz energética, podendo chegar a 23,68% segundo previsões da ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica para empreendimentos já outorgados. No que se refere a sistemas fotovoltaicos, eles caracterizam um tipo de geração distribuída que deve ser uma realidade amplamente usada nos próximos anos. Primeiro, porque o processo de expansão de rede convencional está alcançando lugares anteriormente atendidos por estes sistemas, podendo os mesmos, então, serem aproveitados, com custo operacional mínimo, como fontes geradoras ligadas à rede. Isto também é valido para pequenos geradores eólicos. Em segundo lugar, em países europeus, onde a matriz geradora de energia é predominantemente baseada no petróleo, é comum encontrar sistemas fotovoltaicos, inclusive adequados ao próprio projeto arquitetônico, que são candidatos naturais para transferir potência não utilizada à rede convencional. Este tipo de configuração é bastante viável por dispensar sistemas de armazenamento e pode ter uma participação da ordem de 15% do fornecimento total de energia.

Para que se transfira energia para a rede, no entanto, é necessário um circuito conversor que tem como principal objetivo adequar a energia eólica ou solar a ser transferida, de forma eficiente e dentro dos padrões de qualidade exigidos pela Agência Reguladora local.

2. Sistemas de Conversão de Energia Eólica

Com a crescente demanda de energia, em contrapartida ao esgotamento mundial dos combustíveis fósseis e à utilização de energia nuclear, a energia eólica surge como considerável alternativa de fonte primária para geração de energia elétrica. Além das suas conhecidas vantagens ambientais, como a ausência de emissão de poluentes, vale também ressaltar a sua viabilidade econômica, caracterizada como alternativa mais barata dentre as fontes de energia renováveis. Isto pode ser comprovado pela crescente participação deste tipo de energia na matriz energética do Brasil e de vários países europeus como Alemanha, Holanda e Dinamarca.

Por exemplo, no Brasil há previsões de que a energia eólica possa participar com um percentual de 23,68% na geração de eletricidade dentro de alguns anos (ANEEL, 2005). O custo da energia eólica caiu cerca de 85% durante os últimos vinte anos (US Dept. of Energy, 2005).

Os sistemas de geração de energia eólica são amplamente utilizados nas duas configurações seguintes: sistemas isolados e sistemas interconectados à rede convencional de energia.

Os sistemas isolados são utilizados em áreas remotas em que não há viabilidade técnica ou econômica da implantação de uma rede de distribuição. São sistemas relativamente caros e complexos por necessitarem de baterias e de um respectivo sistema de controle para compensar a aleatoriedade dos ventos. Geralmente são utilizados em conjunto com painéis fotovoltaicos, constituindo os conhecidos sistemas híbridos.

Já os sistemas interconectados à rede de distribuição surgiram como uma forte tendência mundial em função da característica de flutuação da energia gerada pelos ventos, trazendo como conseqüência a impossibilidade de fornecimento de energia durante todo o tempo em sistemas isolados. Portanto, na maioria dos casos, uma interação com a rede é necessária para garantir o fornecimento contínuo de energia. Além disso, o excedente de energia produzido pode ser vendido para a concessionária local, como já acontece em países como Alemanha.

Atualmente, há uma infinidade de sistemas de conversão de energia eólica disponíveis no mercado, cada qual com suas características. Estes sistemas podem ser agrupados em dois tipos principais: os de velocidade constante e os de velocidade variável (Mutschler, 2002).

A primeira categoria opera com velocidade constante, porém, apresenta uma grande desvantagem, visto que se encontra praticamente todo o tempo fora do ponto de máxima potência, não extraindo toda a energia disponível.

O segundo grupo opera com velocidade variável, aumentando em até 10% a produção anual de energia (Carlin, 2001), já que a energia produzida não variará instantaneamente com o vento. No entanto, necessita-se de um circuito conversor para fazer a interconexão do aerogerador e da rede, tornando o sistema mais oneroso e complexo.

(3)

2.1 Conversores de Potência

Os conversores estáticos de potência interligam o gerador à rede através de um elo CC, para que se realize a conversão de freqüência. Possibilitam o controle de potência ativa e reativa, a atenuação da injeção de harmônicas e uma maior facilidade de integração em redes com baixa potência de curto-circuito. Dentre as várias possibilidades, destacam-se os conversores PWM (Pulse Width Modulation) e os conversores ressonantes.

A figura 1 mostra a configuração básica do circuito conversor para sistemas com velocidade variável. Geralmente, utilizam-se geradores de corrente alternada para este tipo de aplicação, sendo os mais utilizados os geradores síncronos e os geradores de indução de rotor bobinado (Silva, 2003). Deste fato decorre a necessidade de um retificador.

Condição necessária para o correto funcionamento do circuito, a tensão no elo CC, na saída do retificador, deve estar estabilizada, e a sua amplitude deve ser tal que permita ao inversor transferir energia para a rede. O valor da tensão no capacitor depende de vários fatores, tais como a estratégia de controle do inversor, da máxima potência a ser transferida, das exigências de qualidade de energia etc.

O estágio inversor tem a função de transformar a tensão contínua em alternada, para que então possa ser transferida para a rede através de um sistema de controle que visa atingir as exigências necessárias de qualidade de energia.

O controle do fluxo de potência pode ser realizado através do Princípio de Controle da Amplitude (Magnitude Control Principle MCP)

ou através do Princípio de Controle de Fase

(Phase Control Principle PCP), ou ainda

através da combinação dos dois métodos, o que resulta em um controle mais eficiente.

No primeiro, deve-se garantir uma tensão no link CC sempre maior ou, no mínimo, igual à tensão da rede. Já no Princípio do Controle de Fase, deve-se ter a tensão na saída do inversor adiantada de um ângulo da tensão da rede independentemente da sua amplitude (Hong, 2000).

Figura 1: Esquema do Conversor de Potência

Estudos apontam a técnica PWM como a mais eficiente para modulação da tensão CC (J. Holtz, 1994). A modulação por largura de pulsos (PWM) é realizada através do chaveamento em alta freqüência de dispositivos semicondutores conectados entre o barramento CC e a fase da rede. O fluxo de potência na fase é controlado pelo ciclo de trabalho das respectivas chaves. A tensão de saída senoidal é obtida, portanto, através da variação do ciclo de trabalho das chaves. As perdas de chaveamento são praticamente nulas nos estados de desligamento e condução. Perdas adicionais só ocorrem na transição entre estes estados (J. Holtz, 1994).

O IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor) é considerado como a chave mais eficiente para utilização em inversores de tensão PWM, apresentando melhor desempenho do que tiristores devido à sua alta capacidade de chaveamento.

2.2 Geradores

A escolha do tipo de gerador a ser utilizado em um sistema de conversão de energia eólica depende de uma série de fatores. Dentre estes fatores, podemos citar como mais importantes: (1) o consumo ou fornecimento de potência reativa, (2) robustez, (3) custos, (4) sincronismo com a rede elétrica.

Cada máquina tem características inerentes que justificam ou não a sua utilização. Por exemplo, os geradores síncronos têm como principal característica produzir tensões com freqüência fixa, caso a rotação seja fixa, independente da carga. Já os geradores assíncronos são robustos, de baixo custo e alta relação potência-peso (W/ Kg); porém, para produzirem potência ativa consomem potência reativa da rede, causando problemas de regulação de tensão.

O gerador de corrente contínua é pouco utilizado para este tipo de aplicação devido ao seu maior custo de aquisição e manutenção, além de ter a característica de gerar tensão proporcional à velocidade de rotação.

Em numerosas aplicações de baixa potência baseadas na utilização de geradores que tenham uma boa relação volume-potência são utilizados geradores a ímã permanente sem escovas. A ausência das escovas lhes confere maior robustez, uma vez que não necessitam de manutenção constante. Esta característica tornou a sua utilização difundida nos aerogeradores utilizados em sistemas de geração isolados, sistemas híbridos e sistemas de telemetria.

Ret. Inv.

(4)

É formado por uma máquina de corrente alternada em conjunto com um retificador eletrônico. Isto corresponde a um comutador eletrônico, equivalente ao sistema de comutação mecânico (escovas e coletores) dos geradores de corrente contínua convencionais.

A expansão da rede de distribuição de energia aos locais anteriormente atendidos por estes sistemas não implica o descarte das turbinas de baixa potência. Ao contrário, elas podem ser integradas à rede convencional, e ser aproveitadas como geração distribuída.

O gerador a ímã permanente tem dimensões reduzidas resultando em uma turbina compacta e de baixo peso. Utilizam várias bobinas, correspondendo a saídas monofásicas que geralmente são retificadas para produzir um nível CC. Utilizam-se retificadores a diodo por sua simplicidade e baixo custo. Uma das grandes vantagens dos sistemas com gerador a ímã permanente é que não é necessária a excitação externa para o campo da máquina. Evita-se o fornecimento de corrente de campo ou compensação reativa, necessárias para os geradores síncronos e de indução.

O gerador a ímã permanente e o sistema retificador são completamente não-controlados e para uma maior eficiência aerodinâmica, a velocidade do rotor deve variar proporcionalmente à velocidade do vento.

Um exemplo de turbinas com geradores a ímã permanente são as fabricadas pela

Southwest Windpower, Inc., como a AIR 403® e AIR-X® utilizadas em sistemas de baixa potência

e largamente difundidas no mundo. Apesar de serem de baixo custo, têm alta eficiência porque são projetadas para extrair o máximo da energia dos ventos. A sua curva de potência obedece ao efeito cúbico dos ventos, ou seja, a máxima energia extraível é proporcional ao cubo da sua velocidade. Isso possibilita uma maior eficiência em ventos de baixa velocidade, o que gera um maior aproveitamento anual na extração de energia.

As turbinas AIR utilizam um gerador trifásico a ímã permanente, cuja tensão produzida é internamente retificada. Foram projetadas para trabalhar durante longos períodos de tempo sem nenhuma manutenção, o que lhes confere alta robustez.

A conversão de energia mecânica em elétrica em aerogeradores conectados à rede, geralmente é realizada através de geradores de corrente alternada síncronos ou assíncronos.

Os geradores síncronos permitem a redução ou até mesmo eliminação do uso de caixas de transmissão, uma vez que há possibilidade do uso de geradores com alto número de pólos. Além disso, permitem operação conjunta com retificadores a comutação natural, que tornam o sistema mais barato, apesar dos custos de aquisição e operação mais elevados. Estão sendo cada vez mais utilizados no âmbito industrial os geradores síncronos com alta densidade de fluxo que apresentam vantagens como menor tamanho, menos peso e maior flexibilidade.

O gerador síncrono tem uma grande vantagem porque ele fornece sua própria energia de magnetização, ou seja, ele é auto-excitado. A eficiência desta máquina é geralmente alta porque utiliza a corrente do estator para a produção do torque eletromagnético.

Os geradores de indução com rotor em gaiola são competitivos por sua robustez, mas necessitam de retificadores a comutação forçada, que são projetados para uma alta potência aparente por causa do elevado consumo de potência reativa. São amplamente utilizados para conexão direta na rede de sistemas que operam a velocidade constante pela facilidade de sincronismo com a rede elétrica e pela baixa contribuição a curtos-circuitos. Há uma grande variedade de modelos no mercado de geradores de indução duplamente excitados com rotor bobinado, visto que permitem a especificação de conversores estáticos com potência aparente bastante inferior (30 a 40% da nominal) (Silva, 2003). No entanto, são mais complexas e mais caras que as máquinas com rotor em gaiola e requerem maior manutenção.

A turbina não pode ser diretamente acoplada ao gerador de indução devido à sua baixa velocidade rotacional, sendo necessária a utilização de uma caixa de transmissão de acoplamento para a transferência do torque da turbina. A rigidez entre a máquina de indução e a turbina é bem pequena.

As principais configurações de geradores são mostradas na Tabela I.

(5)

TABELA I

Tipos de Sistemas Geradores/Conversores

Classificação Principais Características

Gerador Síncrono de enrolamento de campo conectado através de um conversor de quatro quadrantes em ligação back-to-back - Alta Eficiência;

- Controle direto do fator de potência da máquina. Gerador Síncrono a Ímã Permanente conectado a um retificador trifásico seguido de um conversor boost - Torque Eletromagnético controlado pelo conversor boost;

- Configuração recomendada para pequenos sistemas (menores que 50 kW). G e ra d o re s S ín c ro n o s Gerador Síncrono a Ímã Permanente com Conversor PWM - Aumento do custo em função do ímã permanente; - Impossibilidade do controle do fator de potência da máquina; - Desmagnetização do ímã permanente. Gerador de Indução Duplamente Excitado ligado a um Conversor de quatro quadrantes em ligação back-to-back

- Custo reduzido do inversor; - Custo reduzido do filtro do inversor;

- Robustez e resposta estável.

Gerador de Indução Duplamente Excitado com elo de transmissão

CC

- Maior flexibilidade no sistema de controle; - Baixo fator de potência e alta distorção harmônica.

G e ra d o re s d e I n d u ç ã o Gerador de Indução com rotor em gaiola de

esquilo conectado à rede através de um conversor de quatro quadrantes em ligação back-to-back através de elo CC

- Uso difundido, confiável e econômico;

- Rápida resposta transitória; - Sobredimensionamento do conversor do lado do estator para fornecimento de reativos para a máquina. G e ra d o r a Í m ã P e rm a n e n te Gerador a Ímã Permanente com Retificador

- Alta compatibilidade e baixo peso;

- Alta robustez;

- Preferível em baixos níveis de potência, onde a rede é mais fraca e para sistemas isolados; - Ausência de necessidade de excitação de campo; - Ausência de necessidade de equipamento de sincronização. 3. Sistemas fotovoltaicos

Observa-se que em sistemas fotovoltaicos, os conversores não apresentam grandes variações entre si, como pode acontecer em sistemas eólicos. No primeiro caso, o modelo da variável de entrada será sempre a mesma uma fonte de corrente CC implicando o uso de inversores de corrente. No segundo caso, a variável de entrada é sempre tensão que, dependendo do modelo de aerogerador, pode ser CC ou CA.

Conversores se diferenciam nos seguintes aspectos: eficiência, segurança, custo, estratégia

Figura 2: Modelo simplificado do sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica.

de controle, facilidade de implementação, taxa de distorção harmônica, entre outros.

Na figura 2 mostram-se os conversores típicos de sistemas fotovoltaicos de baixa potência conectados à rede. É basicamente composto por um conversor do tipo step-up

chopper, por um inversor de corrente e por um

estágio de controle.

Uma vez que estas topologias são não-isoladas por compartilharem um terra comum, muitos sistemas utilizam transformadores, garantindo maior segurança, devido à isolação galvânica que estes proporcionam entre os painéis e a rede, impedindo o fluxo de potência no sentido contrário, rede-painéis, o que causaria danos irreversíveis aos últimos, dispositivos mais caros do sistema. Entretanto, o custo do sistema eleva-se consideravelmente com a utilização de transformadores.

O objetivo do 1º estágio é elevar a tensão de entrada e garantir uma tensão CC não-flutuante para o próximo estágio, uma vez que a tensão de entrada pode se alterar de acordo com a incidência dos raios solares nos painéis. Esta estabilidade é garantida pelo controle da duração de condução e bloqueio do interruptor T1 (ton e

toff). Através do controle por PWM. Ver figura 3.

Como a eficiência dos painéis atuais ainda e muito pequena, em torno de 10% , faz-se necessário a extração da máxima potência destes, seja por meio de circuitos analógicos, seja através de microcontroladores. Este controle é implementado ainda no primeiro estágio.

Os circuitos microprogramáveis apresentam maior eficiência, porém tem um custo mais elevado, devido à necessidade de alguns componentes de alta complexidade (EPROM, cristal, conversores A/D, interfaces...). Embora alguns destes possam ser integrados em um microcontrolador, o custo continua alto. Somado a isso, uma tensão auxiliar de 5 V é requerida e o consumo de CIs digitais é relativamente alto.

(6)

Figura 3: 1º estágio, step-up chopper

A maioria dos sistemas pesquisados (U. Herrmann, 1993; M. C. Denizar, 1998) utiliza circuitos analógicos para seguidores de máxima potência, e alcança eficiência não muito inferior àqueles microcontrolados, o que representa maior economia.

O estágio inversor é normalmente uma ponte H de chaves que controla a transferência de corrente diretamente à rede, conforme mostra-se através da figura 4.

O tipo de componente utilizado no chaveamento influencia na eficiência de todo o sistema. No primeiro estágio (figura 3) geralmente são utilizados MOSFETS de baixa resistência, pois podem operar a mais altas freqüências que outros componentes (em torno de 100 kHz), reduzindo o tamanho de transformadores, se utilizado, e dos filtros. Já no segundo estágio (figura 4), sistemas que tem a finalidade de adquirir mais segurança, geralmente utilizam tiristores, monitorando, assim, a corrente transferida à rede de acordo com o ângulo de gatilhamento. Para maior eficiência, MOSFETS também podem ser utilizados neste estágio, uma vez que apresentam menores perdas de potência, além de apresentarem estratégia de

controle mais simples.

Em alguns conversores CC CA para aplicações em sistemas fotovoltaicos, a potência auxiliar necessária para alimentar CIs, por exemplo, é obtida retificando o sinal da rede. Isto não é aconselhável, pois causa perdas desnecessárias quando a tensão dos painéis não e a mínima necessária para o funcionamento do

step-up chopper. É o que acontece durante a

noite, ou mesmo com o tempo dublado, já que a corrente gerada pelos painéis fotovoltaicos é proporcional a incidência dos raios solares nos mesmos.

A fim de evitar este tipo de problema, é aconselhável que toda a tensão auxiliar seja proveniente dos próprios painéis, evitando

Figura 4 : 2º estagio, inversor

Figura 5: Sistema Fotovoltaico conectado à rede elétrica (U. Herrmann, 1993).

perdas quando o sistema não está operando (U. Herrmann, 1993).

Na tabela II, mostra-se uma comparação com relação aos quesitos de custo, segurança, eficiência e simplicidade de implementação. Dependendo da aplicação um aspecto pode ser de maior interesse do que outro. A seguir apresentamos a classificação de um trabalho pesquisado (U. Herrmann, 1993) de acordo com a tabela.

Como podemos observar na figura 5, este sistema tem como principal característica a segurança, obtida através da utilização do transformador, garantindo a isolação galvânica entre os painéis e a rede, e da utilização de tiristores no estágio inversor, controlando o fluxo de potência.

Este sistema utiliza alta freqüência de operação no 1º estágio (em torno de 100 KHz) reduzindo o tamanho do transformador. O circuito seguidor de máxima potência, embora analógico, alcança eficiência de 98% em média. Em resumo, de acordo com a tabela este trabalho apresenta a seguinte classificação: seguro, eficiente, relativamente simples e de custo relativamente alto.

4. Conclusões

Neste trabalho foi apresentada uma revisão de sistemas conversores para sistemas fotovoltaicos e eólicos de baixa potência para integração destes sistemas à rede convencional. Por um lado, será necessário em breve

(7)

reaproveitar um significativo parque de sistemas fotovoltaicos inicialmente concebidos para operar

isoladamente, integrando-os à rede convencional.

TABELA II

Tabela de classificação para sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica

Por outro lado, a tendência mundial por prédios eficientes, onde parte de suas necessidades energéticas são supridas pela exploração de energia renováveis, torna necessária a integração dessas fontes à rede convencional em forma econômica, robusta e segura. O estado da arte dos conversores de baixa potencia segue um padrão, onde as variantes tecnológicas foram revisados neste artigo.

Todos os tipos de sistemas de conversão de energia eólica apresentados anteriormente transferem potência ativa de forma otimizada e fornecem meios de controlar a potência reativa, assim como os índices de distorção harmônica. No entanto, a maioria deles possui conversores de potência sofisticados, de custos elevados, que não justificam a sua utilização em sistemas de baixa potência. O gerador a ímã permanente

demonstra-se a opção mais economicamente viável para sistemas de baixa potência, uma vez que o conversor necessário resume-se a um inversor com controle de ângulo

de disparo das chaves e não há necessidade de excitação de campo, tampouco fornecimento de reativos.

Determinados parâmetros devem ser analisados e priorizados em cada sistema, de forma que se consiga chegar ao modelo de circuito para determinada aplicação.

5. Referências

[1] Carlin, P.W. Laxson, A.S. & Muljadi, E. B. The History and State of the Art of Variable-Speed Wind Turbines Technology NREL, February 2001.

PARÂMETROS

Custo Segurança Eficiência Simplicidade

Presente

x

Transformador Ausente

x Alta x x

Freqüência de Operação Baixa x x Hardware x

Circuito Seguidor de Máxima Potencia Software x

MOSFET

Chaveamento Tiristores

Convenção: : Diminui consideravelmente; : Aumenta consideravelmente;

:Diminui razoavelmente; :Aumenta razoavelmente; x : Pouca influência;

(8)

[2] Huang, Hong and Liuchen Chang, Energy Flow Principles of IGBT Inverters in Wind Energy Conversion Systems , CCECE 2000. [3] J. Holtz. Pulsewidth Modulation for Electronic Power Conversion , Proceedings of the IEEE, Vol. 82, Nº 8, August 1994.

[4] M.C. Denizar, D. Rogers & B.Ivo. Usage of the Solar Energy from the Photovoltaic Panels for the Generation of Electrical Energy. IEEE 1998.

[5] Mutschler, P. & Hoffman, R. Comparison of wind turbines regarding their energy generation Power Electronics Specialists Conference, 2002. pesc 02. 2002 IEEE 33rd Annual, Volume: 1, pp: 6-1.

[6] U.Herrmann & H.G. Langer. Low Cost DC to AC Converter for Photovoltaic Power Conversion in Residential Applications, 1993, Aachen Alemanha.

[7] Silva, S. R. Energia Eólica UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, Julho 2003. [8] US Dept. of Energy. Wind Energy Topics

[On-line]

http://www.eere.energy.gov/RE/wind.html. [9] Agência Nacional de Energia Elétrica. Banco

de Informações de Geração [On-line] http://www.aneel.gov.br/area.cfm?id_area=15 .

6. Copyright Notice

The author is the only responsible for the printed material included in his paper.

(9)

This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com.

Referências

Documentos relacionados

No modo Inativo, pressionar a tecla de função Menu (10) , selecionar Mensagens, Caixa de Entrada, selecionar Ouvir o voicemail, em seguida rolar com a tecla até a mensagem

[r]

Essa constatação também abre possibilidades para estudos que envolvam a observação de ocorrência de retornos anormais, quando da utilização de métodos de estimação

Em casos mais avançados do estresse, conforme apresentado por 24% das professoras (12% na fase de Quase Exaustão e 12% na Exaustão) podem aparecer

Neste ponto do nosso percurso, para melhor delimitar tal questão, vale retomar aquela primeira estratégia discursiva com que se nos apresenta a narrativa de Nove noites, isto é,

Mestrado em: Nutrição Humana ou Nutrição Clínica ou Saúde Coletiva ou Ciências da Saúde ou Ciências ou Saúde ou Alimentos e Nutrição e Desenvolvimento na

É possível argumentar que havia uma tendência conservadora dos governos ditatoriais que vigoraram na América Latina na segunda metade do século XX. Pregavam a