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CADA VEZ MAIS DIVULGADO NO OCIDENTE, O YOGA NÃO

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Academic year: 2021

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Espiritualismo

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com o resultado, mantendo sempre a eqüanimidade nas situações, sejam elas boas ou ruins. Procuram ser-vir ao próximo, seja em assistência social direta ou na divulgação das idéias espirituais. Um grande exem-plo de karma yoguim foi Mahatma Gandhi.

O Raja Yoga é o “yoga real”. Ele compreende prá-ticas dos três yogas anteriores e é calcado no dis-cernimento, na meditação e no esclarecimento es-piritual. Podemos citar Swami Vivekananda, Paramahansa Yogananda e Swami Sivananda como grandes raja yoguins.

O surgimento do Yoga

No entanto, por que motivo esse conhecimento tão profundo se desenvolveu nas terras orientais e não nas ocidentais? Tudo remete à formação de duas civilizações.

Ao chegar na região do Vale do Indo, no subconti-nente indiano, o povo que compunha a civilização lo-cal encontrou uma terra vasta, coberta por florestas densas, vários animais e alimentos, enfim, uma infi-nidade de recursos para lhe servir. Esses habitantes encontraram nas matas um abrigo para as eventuais invasões bárbaras e, portanto, viam a natureza como termo Yoga é uma palavra originária do

sânscri-to e significa “união”, que remete à junção de nosso ser divino (atma) como o ser divino uni-versal (Brahmam). Esse termo é utilizado para desig-nar o sistema científico e filosófico miledesig-nar, cuja cri-ação se perde no tempo e foi desenvolvido nas ter-ras do subcontinente indiano.

Existem várias práticas do Yoga. As principais de-las são o Laya Yoga, o Bhakti Yoga, o Karma Yoga e o Raja Yoga, além de outras, como o Mantra Yoga, o Hatha Yoga, o Jnana Yoga etc. É certo, também, que muitas dessas práticas se mesclam e se apóiam, ou seja, não há bhakti yoguim que não pratique Karma Yoga e assim por diante.

O Laya Yoga ou “yoga da dissolução” é a prática que visa a total dissolução dos objetos exteriores e interi-ores no atma e deste último em Brahma. O Bhakti Yoga ou “yoga da devoção” é a prática voltada para o ser-viço amoroso a Deus. O bhakti yoguim presta devoção aos gurus e busca sempre o relacionamento amoroso com Deus, seja como amigo, amante, mãe, pai etc. É por meio desse amor que ele procura a união ou yoga. Já o Karma Yoga é a prática que leva o yoguim a buscar a união através das ações. Ele procura fazer cada ação dando o seu melhor e não se envolvendo

Por Luís Fernando Mingrone (Enki)

AUM (om), o mantra supremo

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algo positivo, procurando se integrar com ela e seus moradores. Foi dessa busca de integração que surgi-ram as práticas primitivas do yoga.

Ao olharmos para a civilização grega, base do oci-dente, percebemos que sua formação se deu em uma região montanhosa e litorânea. As terras férteis eram poucas e o sentimento de posse era bastante forte, pois os gregos viam a natureza como um empecilho, algo a ser dominado, conquistado. Os sábios gregos foram buscar sua sabedoria no oriente. Os templos foram construídos com mão-de-obra escrava e, desse modo, podemos imaginar a atmosfera espiritual em que eles foram erguidos. Sem contar as famosas bacanais, re-alizadas nos templos dedicados ao deus Baco. Atenas e Esparta, a primeira considerada como o berço da de-mocracia, eram cidades amplamente dominadas pe-las oligarquias e que usavam trabalho de escravos (em Atenas, eles eram comprados nos mercados, enquan-to que, em Esparta, as populações nativas derrotadas eram forçadas para essa condição).

Mais à frente na história, temos a ci-vilização romana, cuja base foram os gregos. E qual é o monumento romano mais lembrado? Sim, o Coliseu de Roma, palco vivo da barbárie huma-na. Porém, ao pensarmos na Índia, vem à nossa mente a imagem do Taj Mahal, um grande mausoléu erguido em um ato de amor de

um rei por sua esposa, com templos em anexo. Ao nos lembrarmos da obra O Pensador, de Rodin, tida como símbolo do homem ocidental, examinamos sua postura e verificamos que ele está curvado, com os músculos tensos, como se estivesse carregando o mundo nos ombros. Já na Índia, temos a imagem dos yogues e, como ilustração, vemos Buda sentado tran-qüilamente, relaxado e com uma expressão de sere-nidade e equilíbrio.

Não estou afirmando, com essas comparações, que o Oriente é melhor do que o Ocidente e, por isso, a es-piritualidade lá é tão forte. Elas nos mostram o quão diferentes foram as circunstâncias e o contexto do surgimento dessas duas civilizações. A probabilidade da Índia ser mais espiritualizada era maior, pois o ambien-te favorecia o desenvolvimento dessa espiritualidade.

Os oito passos do Yoga

Foi nesse ambiente propício que os primeiros yogues surgiram. Não é possível precisar a origem do yoga. Mui-tos sustentam que ele já era praticado rudimentarmte entre os povos que emigraram do lesrudimentarmte europeu, en-quanto outros sustentam sua origem divina. Do ponto de vista espiritual, a segunda hipótese é a mais plausí-vel. Para explicar isso, usarei o seguinte exemplo: Cer-to dia, você estava caminhando pelas ruas de sua cida-de quando foi atraído pela beleza cida-de uma peça cida-de rou-pa exposta na vitrine de uma loja. Você resolve

atra-Espiritualismo

As Ásanas são posturas que agem de forma terapêutica e corretiva sobre todos os sistemas, órgãos, tecidos e funções orgânicas. Não se trata de uma simples ginásti-ca, pois trabalha o homem de

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com prazer.

Da mesma maneira, quando um ser espiritual “legal” olha para um encarnado com boas qualidades, ele se aproxima di-zendo: “Que luz ‘bacana’ esse ser tem! Deixe eu me aproximar e examiná-lo melhor”. Se o en-carnado lhe agradou, esse espí-rito resolve investir nele, envi-ando intuições, boas amizades, conhecimento etc, sempre com o intuito de fazê-lo evoluir. É bem verdade que o oposto tam-bém ocorre, ou seja, seres com tendências maléficas se aproxi-mam de encarnados com a mes-ma sintonia, potencializando a

capacidade de fazer o mal. Baseado nesse princípio de ressonância, fica mais claro e plausível a proba-bilidade da origem do yoga ser espiritual.

Em um ambiente que propiciava a interiorização e a integração, o yoga foi sendo aprimorado até sua codificação, feita por um sábio que viveu no século XIV, chamado Patanjali. O sistema codificado por ele recebeu o nome de Ashtanga Yoga ou “yoga dos oito passos”, que são: Yama (abstenção), Nyama (obser-vâncias), Asana (posturas), Pranayama (controle do prana), Pratyahara (controle dos sentidos), Dharana (concentração), Dhyana (meditação) e Samadhi (ex-pansão da consciência).

O Yama é a purificação mental, a migração do esta-do materialista para o espiritual, o despertar da natu-reza espiritual no homem. Ele consiste em dez práticas, que são: Ahingsa (amistosidade, amor por tudo, não-vi-olência), Satya (sinceridade), Asteya (não roubar, não cobiçar), Bramacharya (controle dos desejos, controle sexual e celibato), Daya (misericórdia), Arjawa (hones-tidade), Kshama (perdão), Dhriti (firmeza), Mitahara (moderação no comer) e Shoucha (limpeza).

O Nyama também é formado por dez práticas, to-das voltato-das para o estudo e a ação espiritual em si. São elas: Tapas (asceticismo), Santosha (contenta-mento), Astikya (fé), Dana (caridade), Ishwara-pujana (adoração a Deus), Siddhanta-shrawana (estudo es-piritual), Hri (modéstia), Mati (reflexão), Japa (prá-tica de mantras) e Wrata (votos).

ras específicas, bloqueios de energias são desfeitos e os cha-cras são ativados e despertados. As posturas eliminam as doenças do corpo e proporcionam um ex-celente grau de concentração e força. Elas são importantes por movimentarem as bioenergias, acelerando-as e sutilizando-as.

Controle da bioenergia

Junto com o terceiro passo, é praticado o Pranayama, que é o controle dessas bioenergias. Con-siste em técnicas de respiração destinadas a controlar o prana ou energia vital e, de maneira bem simples, podemos dizer que são técnicas de purifica-ção do campo bioelétrico ou duplo etérico, onde es-tão dispostos nossos chacras, responsáveis pela en-trada e saída de energia espiritual e vital de nosso corpo. Com esse controle do campo bioelétrico, o yogue fica mais sensível e, portanto, preparado para perceber as irradiações provenientes de seus senti-dos. Ele passa a percebê-los com uma maior intensi-dade e sua percepção de descontrole sobre eles fica muito mais visível.

Ao querer evoluir, o yogue sério passa a praticar Pratyahara, o quinto passo do Yoga, que, por ser o “controle dos sentidos”, está intimamente ligado ao desenvolvimento dos chacras. Nesse estágio, o yogue aprende a dominar o sono, a fome, a sede, o calor, o frio, a atenção e todas as outras sensações proveni-entes dos cinco sentidos. Essa é uma prática extre-mamente importante para ele, já que, quando per-feitamente executada, mostra o quão profundo o yogue pode ir no caminho espiritual.

Sem esse domínio dos sentidos, ele não poderá entrar no Dharana, que é a retenção da atenção em um só ponto. A profundidade de Pratyahara é um pon-to de medida para a de Dharana, uma vez que um yogue não poderá se concentrar profundamente se não domina os sentidos. Ele se senta para se trar e, na primeira brisa que sopra, toda essa concen-tração é perdida quando pensa “que brisa gelada”. O Dharana tem como objetivo cessar esse estado Swami Vivekananda, após meditar em Calcutá,

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a nomeá-las, utilizamos a percepção, o intelecto, a afetividade e a vontade. A percepção cria os estados oscilatórios da mente por causa de seu contato com as constantes radiações senso-mentais, trazidas ao campo conscien-cial na forma de imagens que apreendemos como ob-jetos exteriores. Conforme a nossa relação com esses objetos, surge o sentimento de aversão ou de paixão em nossa consciência. É por causa desses sentimentos que o Yoga recomenda a satsanga, ou seja, “a boa com-panhia”, que não se trata apenas de estar ao lado de um amigo ou amiga, mas da boa leitura, da boa músi-ca, do bom ambiente etc. Essas associações também colaboram na pacificação da mente, tornando-a pro-pícia para a prática da concentração.

Quando as irradiações senso-mentais se tornam mais puras, as relações da mente perceptiva entre de-sejo e vontade se transformam em impulsos ou ten-dências virtuosas. Com o auxílio da inteligência, a men-te perceptiva pode atingir um grau profundo de con-centração. Quando a mente está focada profundamen-te em um só assunto, perde-se a sensação exprofundamen-terior e todas as energias do praticante se dirigem para a

ca-beça, deixando todo o seu corpo rígido e gelado. Praticando Dharana corretamente, a mente do yogue estará repleta de boas vibrações, ocasiona-das pela prática da satsanga. Nesse estágio, o seu atma (espírito) encontra ressonância com Brahmam (Deus) e se funde com Ele por amor, atingindo o Samadhi, que é a expansão da consciência. Em seu estado mais profundo, é a integração do objeto com o observador, quando ambos deixam de existir, já que o ego se transcende, e se vivencia a realidade última, subjacente a todas as coisas.

Existem o Samadhi dual (com atributos) e o não-dual (sem atributos). No primeiro caso, o yogue não perde a consciência de si mesmo, enquanto que, no segundo, há a total aniquilação do Eu. Seres como Je-sus, Buda, Krishna e Ramakrishna atingiam esse es-tágio de não-dualidade à vontade, voltando apenas para transmitir a sabedoria divina.

Vale lembrar que as práticas desse sistema de Yoga não são ritmadas, ou seja, os passos anteriores não são abandonados quando se atinge um mais elevado. Todos eles são praticados simultaneamente, não ha-vendo pausa na prática do Yoga, que passa a ser um estilo de vida.

Vez por outra, encontro alguém que infantilmente se inquieta com a hi-pótese absurda de, vindo a envolver-se com Yoga, cometer apostasia e trair sua religião particular, à qual “pertence” desde a infância de forma acomodada. Alguns me perguntam receosos se Yoga é religião. Em geral, respondo: “Se você vê religião como um proces-so holístico (psico-bio-físico-espiritual) de re-união de partes que antes esta-vam unidas e agora estão separadas e em conflito, se a vê como a re-união da alma com Deus, então Yoga é essenci-almente uma religião. Se um cristão, mesmo nada sabendo de Yoga, cumprir o caminho (marga), a disciplina ascética (sádhana) e a ética (dharma) ensinados e exemplificados por Jesus, poderá retornar à “casa do Pai”. Volta a ser um com o Pai. Tal é, a rigor, o Yoga do Cristo. Não é disso que fala a pará-bola do “Filho Pródigo”? A re-ligação ou religião do filho com o Pai é a for-ma for-mais exata de entender Yoga.

Desde que dharma (dever, manda-mento e injunção), o sádhana (discipli-na, ascese) e o marga (caminho de re-denção a ser percorrido), estabelecidos

por Cristo no Evangelho, sejam cumpri-dos com discernimento, decisão, dedi-cação, devoção e disciplina, o cristão pratica e alcança o Yoga.

Que todo cristão consiga praticar o Yoga ensinado e exemplificado por; que ouça, analise, compreenda (em espírito Jesus; e em verdade) e ponha Jesus em prática o que Ele ensina em seu santo e sábio Evangelho:

Se permanecerdes em minha palavra (doutrina), sereis verdadeiramente meus discípulos e tereis a gnose da Verdade, e a Verdade vos libertará (jnana)

Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome cada um a sua cruz e siga-me (tapah).

Fazei aos outros aquilo que quereis que vos façam (seva).

Perdoai setenta vezes sete vezes (kshama).

Orai pelos que vos perseguem e ca-luniam (prema).

Buscai primeiro o Reino de Deus e vosso ajustamento a Ele, e o resto vos será acrescentado (mumukshutva).

Muito, mas muito mais, Ele estipulou como seu dharma (preceitos, injunções, virtudes, deveres...), definiu seu marga

(caminho a ser percorrido) e ensinou seu sádhana (disciplina ser observada). Suge-riu que se optasse pela “porta estreita” que permite e promove a re-ligação com a “casa do Pai”, com o Dono da Casa.

Tivesse Ele se dirigido a hindus, penso que poderia falar assim: “Se vos ajustardes ao dharma, avançardes no marga e cumprirdes o sádhana, que vos ensinei e tanto exemplifiquei, alcançareis o estado adwaita e chegareis a dizer junto comigo “eu e o Pai somos um” e tomareis consci-ência de que sois Deus. E este jnana vos libertará de samsara, o mundo dos mortos, onde há choro e ranger de dentes, e tereis vida, mas vida em abundância.”

Se alguém, se supondo cristão, vier a contestar e combater o Yoga, “perdoai, pois não sabe o que faz”. Não conhece Yoga e nem a luminosa essência de sua religião tão sábia.

[...] Em verdade, não somente o hin-duísmo e o cristianismo realizam Yoga, mas todas as grandes religiões [...] em-bora sejam diferentes na superfície, em essência se propõem a levar seus segui-dores à união com a Meta Suprema, que apesar de receber denominações distin-tas, é sempre a mesma. [...].

A religião universal

Trecho do livro O que é Yoga. Autor: Prof. Hermógenes. Editora Nova Era

Referências

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