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Directivas Comunitárias. Encomendado por: - Professor Jusé Luís Cruz Vilaça Elaborado por: - MAN TENG IONG(002127)

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Directivas

Comunitárias

Encomendado por:

- Professor Jusé Luís Cruz Vilaça

Elaborado por:

- MAN TENG IONG(002127)

Direito da União Europeia

Faculdade de Direito da UNL

2010/2011

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Catálogo

1)Introdução………..………..….P.3 2)Noção……….…..P.3 3)Classificação e forma das directivas………P.6 4)Funções de directivas……….……….P.7 5)Bibliografia……….……….P.8

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Introdução

Na altura em que surgiu a ideia de criar as Comunidades Europeias, os Tratados de Roma conceberam no seu centro uma ordem jurídica própria, independente da dos Estados-membros, constituída por um conjunto e complexo de normas hierarquizadas e coordenadas entre si.

Essas normas fazem parte dos dois direitos comunitário, um direito

comunitário originário constante dos próprios Tratados e outro direito comunitário derivado resultante da adopção pelas Instituições Comunitárias de

actos normativos diversos(regulamentos, directivas e decisões e outros actos atípicos), que representam o que nós designamos como fontes do Direito Comunitário, também chamado acto unilateral da Autoridade Comunitária. As Directivas Comunitárias, que, como se referiu, é um dos actos normativos diversos adoptados pelas Instituições Comunitárias, concebem o tema principal e fundamental de que se tratará no seguinte. Primeiro, é necessário compreender a noção das Directivas Comunitárias ,depois, a classificação e forma dos regulamentos das mesmas, e afinal as suas funções.

Noção

As Directivas Comunitárias de que trataremos abrangem as directivas CE e EURATOM, que são consagradas nos arts. 249º e 161º dos Tratados de Roma. No art. 249º encontra-se a noção que vamos tratar, refere-se que «a

directiva vincula o Estado-membro destinatário quanto ao resultado a alcançar, deixando no entanto às instâncias nacionais a competência quanto à forma e aos meios». A partir desta disposição podemos definir as directivas como “actos

pelos quais a autoridade comunitária competente, ao mesmo tempo que fixa aos respectivos destinatários um resultado que no interesse comum deve ser alcançado, permite que cada um deles escolha os meios e as formas mais adequadas – do ponto de vista do direito interno, da realidade nacional ou dos seus interesses próprios – para alcançar o objectivo visado”.

Desde logo pode dizer-se que cabe às Instituições Comunitárias determinar o resultado que vai ser atingido, depois são os Estados-Membros que escolhem ou determinam quais os meios e as formas para alcançar o objectivo ou o resultados previstos pelas Instituições Comunitárias. As directivas, normalmente, deixam os Estados-Membros com uma certa dose de flexibilidade quanto às regras exactas para serem adoptadas, ou seja, deixam aos Estados-membros uma certa margem de liberdade na implementação das regras adoptadas a nível comunitário. A realização desse resultado, finalidade ou objectivo deverá ser alcançada, em cada um deles, através da utilização das

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formas e meios que em cada um forem considerados mais convenientes e mais conformes à sua situação interna – económica e social – e aos imperativos da sua ordem jurídica.

Mediante uma rigorosa leitura do art. 249º CE, a directiva não é um acto de alcance geral: obriga apenas os destinatários que ela própria designa. Embora a directiva seja dirigida a todos os Estados, não deixa de ser um acto de carácter individual, pelo que os seus destinatários são certos e determinados e não podem ser outros. É por esta limitação característica – limitação dos seus destinatários – que se distingue do regulamento, que é um acto normativo de

alcance geral no sentido de que se dirige não a destinatários

individualizados(Estados ou empresas), mas antes a todos aqueles que se integrem, agora ou no futuro, numa categoria, definida em termos abstractos, de destinatários só determináveis na conformidade de critérios objectivos que o próprio regulamento cria.

Do art. 249º resulta uma obrigatoriedade no que toca ao resultado a atingir. Com esta obrigatoriedade os Estados-membros estão obrigados: a interpretar o direito nacional à luz do texto e da finalidade da directiva, para que seja atingido o resultado pretendido; e a excluir, por força do princípio da primazia do Direito Comunitário, a aplicação das normas internas contrárias ao dispositivo da directiva. Uma vez fixado o resultado a atingir, aos Estados-membros destinatários são deixados, como se referiu, liberdade, ou melhor, uma margem de liberdade quanto aos meios e à forma das medidas a adoptar no quadro nacional para que o resultado seja alcançado ou atingido plenamente.

É de referir ainda três aspectos interessantes relativos à directiva.

Primeiro, a directiva é um acto obrigatório de âmbito geral. O artigo 288.º do Tratado sobre o Funcionamento da UE estabelece que a directiva é obrigatória. Tal como o regulamento europeu e a decisão, a directiva é vinculativa para os Estados-Membros seus destinatários. É obrigatória em todos os seus elementos, não podendo portanto ser aplicada de modo incompleto, selectivo ou parcial.

No entanto, a directiva distingue-se da decisão e do regulamento. Enquanto o regulamento é aplicável no direito interno dos Estados-Membros logo após a sua entrada em vigor, a directiva deve primeiro ser transposta pelos Estados-Membros. Assim, a directiva não inclui modalidades de aplicação; impõe apenas uma obrigação de resultado aos Estados-Membros, que têm a liberdade de escolherem a forma e os meios para aplicar a directiva.

Para além disso, a directiva também se diferencia da decisão por ser um texto de âmbito geral destinado a todos os Estados-Membros.

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O artigo 289.º do Tratado sobre o Funcionamento da UE especifica ainda que a directiva é um acto legislativo quando é adoptada após um processo

legislativo. Em princípio, a directiva é então objecto de proposta da Comissão,

sendo depois adoptada pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu de acordo com o processo legislativo ordinário ou um processo legislativo especial.

A directiva entra em vigor uma vez notificada aos Estados-Membros ou publicada no Jornal Oficial.

Segundo, é um acto jurídico que deve ser transposto. Trata-se de um acto jurídico com dois níveis que inclui:

• a directiva propriamente dita, adoptada pelas instituições europeias; • as medidas nacionais de execução, adoptadas pelos

Estados-Membros.

A entrada em vigor não tem, em princípio, efeito directo nos direitos nacionais. Para tal, é necessária uma segunda operação: a transposição. A transposição é um acto realizado pelos Estados-Membros que consiste na adopção de medidas nacionais destinadas a permitir-lhes conformar-se com os resultados fixados pela directiva. As autoridades nacionais devem comunicar estas medidas à Comissão.

Finalmente, é o aspecto sobre as Soluções desenvolvidas para combater a

transposição incorrecta das directivas. Em princípio, a directiva deve ser

transposta no prazo fixado pelas instituições (de 6 meses a 2 anos). Decorrido este prazo:

• a Comissão pode solicitar ao Tribunal de Justiça que condene os Estados

(a não execução da decisão proferida pode dar origem a uma nova condenação, que pode saldar-se na aplicação de multas);

• o Tribunal de Justiça também concede aos particulares, em certas

condições, a possibilidade de obterem uma indemnização relativamente a directivas transpostas incorrectamente ou transpostas em atraso (acórdão Francovitch e Bonifaci de 19 de Novembro de 1991);

• o Tribunal de Justiça considera que a directiva tem efeito directo (ou

seja, que os particulares podem invocá-la em tribunal).

A directiva tem efeito directo vertical no termo do prazo de transposição. Isto significa que os particulares podem invocá-la contra os Estados junto dos tribunais. Em contrapartida, não tem efeito directo horizontal (os particulares não podem invocá-la contra outros particulares junto dos tribunais).

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No entanto, o Tribunal de Justiça estabeleceu várias condições para que um particular possa invocar uma directiva junto dos tribunais:

• as disposições da directiva devem ser incondicionais e suficientemente

precisas;

• a directiva não deve ter sido correctamente transposta por uma medida

nacional no prazo previsto.

Classificação e forma das directivas

Classificam-se, segundo João Mota de Campos e João Luiz Mota de Campos, as directivas quer em função dos seus autores quer em função da sua

natureza.

a) A classificação em função dos autores do acto implica a distinção entre

directivas do Conselho, directivas do Conselho e do Parlamento Europeu e directivas da Comissão(art.249º CE).

b) Relativamente à natureza jurídica das directivas, a prática comunitária dá-nos exemplos como directivas de base e de directivas de execução adoptadas pela Comissão. As primeiras encontram o seu fundamento directamente nos Tratados; as segundas podem decorrer tanto de um regulamento como de uma directiva anterior.

No que concerne á forma, publicação e notificação das directivas, podemos encontrar informações nos arts.253º e 254º CE.

Nos termos do art. 253º CE, «os regulamentos, directivas e decisões

adoptadas em conjunto pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, e esses mesmos actos adoptados pelo Conselho e pela Comissão serão fundamentados e referir-se-ão às propostas ou pareceres obrigatoriamente obtidos por força do presente Tratado».

Assim, uma directiva so pode ser adoptada após procedidas as consultas exigidas pelo Tratado. Por outro lado, as directivas devem ser fundamentadas. As directivas apenas são obrigatoriamente publicadas nos casos prescritos no art. 254º CE.

Quando não se cumpriu a formalidade exigida, implica uma possibilidade da declaração da nulidade da directiva pelo TJCE no âmbito do processo contencioso regulado no art.230º CE.

Na obra de Sacha Prechal, Directives in EC Law, o autor apresenta diferentes tipos de provisões que a directiva pode conter. O primeiro tipo é

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regras de “hard core”1, o segundo referido na obra é “ancillary”2 e o terceiro as

provisões relativas a instituições3, em particular o Conselho e a Commission.

Funções de Directivas

Através da leitura do art.249º, este artigo não diz nada sobre as funções de directiva no meio do sistema do Tratado da CE. Isso implica que devemos focar nos específicos artigos de Tratado que autorizam o Conselho, o Parlamento Europeu e a Comissão adoptarem directivas.

Na altura em que foi criado o Tratado da CEE, as directivas eram usadas em particular nas áreas onde as leis nacionais são complexas e voluminosas, e precisam de ser adaptadas de forma a ser compatíveis com os objectivos do Tratado. Ou seja, as directivas tinham uma função de harmonização entre leis nacionais e Tratado.

Recentemente, a CE começou a usar directivas como intrumentos para liberalização, particularmente no âmbito das utilidades públicas, como as comunicações, electricidade e gás. O objectivo já não é primordialmente a harmonização, mas a re-regulação de mercados. Numa palavra, a directiva torna-se, neste contexto, principalmente como um instrumento de regulação, e não harmonização. A directiva é um instrumento que corresponde bem a uma ideia de intervenção limitada.

Do ponto de vista diferente, Boulouis explica a específica função da directiva referindo-se à dificuldade técnica de concentrar no exercício do poder de “decision-making” num acto normativo singular. Segundo ele, “a directive

aims at restricting and directing the behaviour of a subordinated body according to orientations laid down by a hierarchically higher body”. Deste ponto de vista

resulta que a directive tem a função decentralizada dentro do processo de “decision-making”.

A concepção da intervenção limitada e a directiva como maneiras de decentralização tem uma característica importante em comum: elas devem contribuir para atingir o resultado pretendido pela directiva no meio das ordens legais nacionais(“as to the result to be achieved” but leaving the Member States

the choice of “form and methods”).

1 The “hard core” of a directive is its substantive rules spelling out the matters to which the directive

relates, thus defining its scope, and often indicating its purpose, thus setting the Framework for implementation.

2 Provisions that formulate obligations for the Member States.

3 Directives may provide for further decision making which is necessary for their implementation and

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Bibliografia

1) João Mota de Campos e João Luiz Mota de Campos, Manual de Dreito

Europeu, 6ª Edição, Coimbra Editora;

2) Sacha Prechal, Directives in EC Law, 2ª edition, OXFORD EC LAW LIBRARY

Referências

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