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MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO: Estudo de caso em uma edificação residencial multifamiliar

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Academic year: 2021

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 1 de 17

MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO: Estudo de caso

em uma edificação residencial multifamiliar

Allana Ribeiro Mendes 1 (Engenheira Civil e Professora nos cursos de Graduação pela Unipar – Universidade Paranaense; Graduação pela UEM - Universidade Estadual de

Maringá e Especialização pela UEM - Universidade Estadual de Maringá, CV: http://lattes.cnpq.br/8894639090310675; Maringá, Paraná, Brasil;

allanarmendes@hotmail.com)

Vânia Cristina Teixeira 2 (Advogada e Professora nos cursos de Graduação e pós-graduação pela FAMMA - Faculdade Metropolitana de Maringá; Graduaçao pela Faculdade

Maringá e Pós Graduaçao pela UEM - Universidade Estadual de Maringá, CV: http://lattes.cnpq.br/4689169796973130; Maringá, Paraná, Brasil; vaniateix@gmail.com)

Resumo: O objetivo deste estudo é averiguar o cumprimento dos requisitos de segurança

exigidos pelo Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico instituído pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná (CSCIP-CB/PMPR 2015). A análise versa sobre uma edificação do tipo A-2: Habitação multifamiliar, cujo procedimento adotado neste trabalho confere, in loco, se as medidas de segurança determinadas pelo referido Código, estão corretamente implantadas, bem como, se estão dentro do prazo de validade especificados em cada item e de acordo com o tipo de uso e ocupação da edificação. A metodologia utilizada para alcançar o objetivo, consistiu em utilizar o presente o Código (CSCIP-CB/PMPR), recentemente alterado, e suas Normas de procedimento técnico (NPT’s) pertinentes ao tipo de edificação analisada. Fez-se necessário também o uso do Projeto de prevenção já devidamente aprovado pelo setor competente, a fim de realizar todas as conferências dos itens de segurança implantados no local de análise e sua adequação conforme as normas vigentes. A pesquisa apresenta como resultado o conhecimento dos nove itens que estão em desacordo com o prescrito pelo Código, dentre os onze itens obrigatórios. A relevância do estudo em questão consiste em poder evidenciar os inúmeros problemas pertinentes ao Sistema de prevenção contra incêndio, em uma edificação multifamiliar, devido à ausência de vistorias frequentes por parte do setor responsável. Por fim pode-se constatar que os problemas observados em campo, em sua maioria são referentes a falta de manutenção dos equipamentos de segurança e o não atendimento de determinados requisitos de segurança pertinentes ao tipo da edificação.

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 2 de 17 Palavras-chave: Segurança Contra Incêndio. Medidas de Segurança. Código e Normas.

Processo de Vistoria.

FIRE SAFETY MEASURES : Case study in a residential building

multifamily

Abstract: The purpose of this study is to ascertain compliance with the safety requirements

demanded by the Security Code Fire and Panic set up by the State of Paraná Fire Department (CSCIP-CB / PMPR 2015). The analysis treat the type of building A-2: Multifamily Housing, whose procedure adopted in this work gives, in place, if the safety measures determined by the Code are properly implemented and, if they are within the validity period specified in each item according to the type of use and occupation of the building. The methodology used to achieve the purpose, was to use the present Code (CSCIP-CB / PMPR), recently amended, and its technical procedure Standards (NPT's) relevant to the type of building analyzed. It must also be made use of prevention Project already been approved by the relevant sector in order to carry out all the conferences of deployed security features on-site analysis and adequacy according to current regulations. The research has resulted in the knowledge of the nine items that are at odds with the prescribed by the Code, among the eleven mandatory items. The relevance of the study in question is able to demonstrate the numerous problems pertaining to the system for preventing fire, in a multifamily building, due to lack of frequent inspections by the responsible sector. Finally it can be seen that the problems observed in the field, are mostly related to lack of maintenance of safety equipment and the failure to meet certain safety requirements relevant to the building type.

Keywords: Fire Safety. Security measures. Code and Standards. Process Inspection.

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 3 de 17 As edificações precisam ser bem projetadas e seguras quanto aos riscos nas quais estão expostas diariamente. Em função disso é preciso estar atento quanto ao cumprimento dos requisitos de segurança necessário a cada tipo de uso desses locais. Nos últimos tempos pode-se notar um aumento das exigências por meio dos órgãos competentes, mas nem sempre foi assim, pois foi preciso acontecer grandes tragédias e perdas incalculáveis de vidas humanas para que as autoridades se dispusessem a alterar os Códigos de Segurança, tornando-os mais rígidos e aplicáveis. Segundo Ono (2004, p.01): “É possível dizer que o incêndio assola a todos, independente de condições econômicas, políticas ou geográficas e, na maioria das vezes, tem efeitos devastadores, causando perdas e danos irrecuperáveis”.

O Código de segurança contra incêndio e pânico do Paraná foi revisado, as medidas de segurança foram aperfeiçoadas e o Corpo de Bombeiros passaram a exigir mais dos projetistas quanto a conhecimento e aplicação das normas vigentes nos projetos de prevenção contra incêndio. De acordo com Ono (2004, p.03): “[...]é necessária uma profunda integração entre os órgãos envolvidos tanto no projeto, como na execução, na fiscalização e na manutenção da segurança contra incêndio desses edifícios[...]”.

Segundo IBAPE (2013, p.09): “Entende-se como sistema de prevenção contra fogo e combate a incêndio o conjunto de procedimentos e instalações hidráulicas, elétricas, acessórios e demais componentes que, quando acionados ou em uso, possibilitam a ação desejada”. Em razão disso o conhecimento dos tipos das medidas de prevenção se faz tão necessário e importante, tanto para os profissionais atuantes na área quanto à população que usufrui da segurança que essas medidas podem lhe proporcionar.

A caracterização dessas medidas de segurança em qualquer que seja o tipo de uso da edificação, podem ser de natureza preventiva e também protetiva.

As medidas de prevenção de incêndio são aquelas associadas ao elemento precaução contra o início do incêndio e se destinam, exclusivamente, a prevenir a ocorrência do início do incêndio, ou seja, controlar o risco de início de incêndio. As medidas de proteção contra incêndio são aquelas destinadas a proteger a vida humana e os bens materiais dos efeitos nocivos do incêndio que já se desenvolve no edifício. São necessárias ao sistema global de segurança contra incêndio, na proporção em que as medidas de prevenção venham a falhar, permitindo o surgimento do incêndio. Estas medidas compõem os seguintes elementos do sistema global: limitação do crescimento do incêndio; extinção inicial do incêndio; limitação de propagação do incêndio; precaução contra a propagação entre edifícios; evacuação segura do edifício; precaução contra o colapso estrutural; e rapidez, eficiência e segurança das operações de combate e resgate (BERTO, 1991).

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 4 de 17 Essas medidas de segurança, tanto as preventivas quanto as protetivas, precisam estar devidamente instaladas e suas respectivas funcionalidades precisam ser constantemente supervisionadas ao longo da sua vida útil, por meio de sistemas de vistorias e manutenções.

O sistema de prevenção e combate a incêndio é fundamental para que as edificações atendam ao requisito de desempenho quanto à segurança, independentemente da idade de construção. Se há uso, deve haver manutenção e segurança com funcionalidade do sistema na sua operação [...] salienta-se que não basta existir instalado ou previsto o sistema de prevenção e combate a incêndio nas edificações. Ele deve estar em condições para sua operação, quando há o incêndio. A manutenção periódica de seus elementos e a inspeção são atividades imprescindíveis à confiabilidade e ao sucesso da operação (IBAPE, 2013).

O objetivo deste trabalho consiste em verificar o cumprimento dos requisitos de segurança exigidos pelo Código de Segurança contra incêndio e pânico do Corpo de Bombeiros do Paraná (CSCIP-CB/PMPR), para uma edificação do tipo A-2: Habitação multifamiliar. Tendo ainda como objetivo específico conferir in loco se as Medidas de Segurança contra incêndio, determinadas pelo Código de Segurança contra incêndio e pânico (CSCIP-CB/PMPR), estão corretamente implantadas e dentro do prazo de validade, segundo o tipo de uso e ocupação da edificação.

Outro fato relevante deve-se a não manutenção dos itens de segurança pelos responsáveis do imóvel, uma vez que conseguido o alvará de funcionando do local, julgam não ser mais necessário repor quaisquer peças que venham apresentar defeitos ao longo da vida útil, ou até mesmo, a retirada de equipamentos de segurança logo após a vistoria do Corpo de Bombeiro. É devido a isso que devemos estar atentos quanto à implantação, manutenção e uso correto de todos os dispositivos de segurança especificados pelo código.

Em virtude disso algumas perguntas pertinentes devem ser feitas acerca da problemática proposta pelo artigo, tais como: Existe acompanhamento periódico do Corpo de Bombeiros após a primeira vistoria e liberação da edificação? Os prestadores de serviço, pertinentes às Medidas de Segurança contra incêndio, prestam serviços de revisão e manutenção dos materiais implantados na edificação? Houve alteração no Código de Segurança contra incêndio e pânico após a primeira vistoria? Uma hipótese cabível para as questões acima consiste na ausência de fiscalizações regulares por parte do órgão competente, favorecem a não manutenção e reposição dos equipamentos de segurança implantados no local, deixando vulnerável a edificação e os indivíduos ali presentes.

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 5 de 17 1.1 Referências Normativas

Para a realização do presente estudo de caso se fará necessário o uso de referências normativas, tais como o Código de Segurança contra incêndio e pânico CSCIP/PR (2015) e das Normas de Procedimentos Técnicos (NPT’s), correspondentes às Medidas de Segurança exigidas pelo Código, de acordo com a ocupação e altura da edificação analisada.

Dentre todas as NPT’s se fará uso de algumas delas tais como, a NPT 06, 08, 10, 11, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21 e 22. Também será necessário a utilização da ABNT NBR ISO 12962:1998 Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio, afim de uma conferência mais detalhada quanto ao uso e manutenção dos extintores.

2. METODOLOGIA

A vistoria e conferência das medidas de segurança foram realizadas em uma edificação residencial multifamiliar localizada na cidade de Maringá-PR, em meados do mês de fevereiro. Com área total de 3706,80 metros quadrados, altura de 20,95 metros, no total de 7 pavimentos, segue abaixo um croqui da edificação vistoriada.

Figura 1 – Croqui esquemático da edificação.

Os ambientes que foram vistoriados dentro do edifício são: subsolo 1 e 2, casa de bombas, térreo, pavimento tipo (1º ao 7º andar), pátio de gás, hall de entrada, sala de ginástica, sala de computadores, sala de jogos, salão de festas e o barrilete. Após a

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realização dessa vistoria minuciosa e tendo em mãos os dados obtidos por meio da mesma, foi possível a realização do estudo de caso.

O presente estudo utilizou o Código de Segurança contra incêndio e pânico (CSCIP/PR) recentemente alterado e as Normas de procedimento técnico (NPT’s) pertinentes ao tipo de edificação analisada. Se fez necessário também o uso do Projeto de prevenção contra incêndio e pânico já devidamente aprovado pelo setor competente, afim de realizar todas as conferências dos itens de segurança implantados no local de análise e sua adequação às normas vigentes.

Primeiramente foi feito a classificação do tipo da edificação quanto ao seu uso predominante, de acordo com a Tabela 1- Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação, que neste caso é do tipo A-2 habitação residencial multifamiliar, que tem por exemplo os edifícios de apartamento em geral. Já em relação à sua altura que é por volta de 20,95 metros, em função desse valor a edificação foi caracterizada de Média altura, estando no intervalo de 12 m < H ≤ 23 m, de acordo com a Tabela 2 – Classificação das edificações quanto à altura, as tabelas acima citadas pertencem ao CSCIP/PR.

Após a classificação física do imóvel, foi necessário considerar o valor da sua carga de incêndio presente na NPT-14, que em função do tipo de uso do imóvel (no nosso caso é A-2 apartamentos) o valor de carga de incêndio (qfi) é por volta de 300 MJ/m², segundo o Anexo A – Tabelas de carga de incêndio especificas por ocupação. De posse desse valor retornarmos ao CSCIP/PR e foi constatado que o risco de incêndio da edificação é do tipo Leve, dado este presente na Tabela 3 – Classificação das edificações e áreas de risco quanto a carga de incêndio.

Depois de todas essas constatações foi realizado o enquadramento, de acordo com as características supracitadas, na Tabela 6A de Exigências para edificações do grupo “A”, presente no CSCIP/PR, conforme figura abaixo:

Figura 2 – Tabela 6A Exigências para edificações do grupo “A” RL - Área igual ou superior a 1.500 m² e/ou altura superior a 9,0m.

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Fonte: CSCIP/PR (2015).

NOTAS ESPECÍFICAS:

2 - Pode ser substituída por sistema de controle de fumaça somente nos átrios;

4 - Aplica-se somente às áreas comuns da edificação. (Redação dada pela Portaria do CCB nº 06/2014).

De posse de todos os requisitos exigidos pelo Código, foi realizado uma breve conferência das pranchas do projeto, quanto as respectivas disposições de cada item de segurança especifico. Feito isso, foi realizada a conferência em campo da seguinte maneira: tendo em mãos todas as pranchas pertencentes ao Projeto de Prevenção contra incêndio do prédio em questão, foi feita uma conferência minuciosa em cada pavimento afim de aferir se todos os itens que estão em projeto e os exigidos pelo Código estão devidamente instalados e dentro dos seus prazos de validade no local da obra.

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 8 de 17 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os resultados da conferência da edificação em estudo pode-se constatar o cumprimento ou não de determinados itens de segurança, mesmo sendo uma edificação relativamente nova. Segue abaixo o Quadro 1 – Verificação dos itens de Segurança, neste documento consta todas as medidas de segurança exigidas pelo Código e suas respectivas NPT’s e, o que foi devidamente verificado e se atendeu ou não aos requisitos das Normas de procedimento técnicas cabíveis, e no mesmo documento ainda consta as observações pertinentes sobre cada tópico.

Quadro 1 – Ficha de verificação dos itens de SegurançaErro! Vínculo não válido. Continuação...

Sistema NPT O que verificar

Atende às Normas de Procedimento Técnico

SIM NÃO OBS

Saídas de emergência 11

Está livre e desobstruída;

X -

As saídas de emergência estavam desobstruídas e livres em todo decorrer da edificação. Na vistoria constatou-se presença de corrimão contínuo em ambos os lados e com altura de 85 centímetros acima do nível do solo, medido verticalmente. O piso está íntegro em todo o

percurso;

As escadas estão desobstruídas; Na escada, o corrimão é contínuo dos dois lados;

O corrimão está firme, com as fixações na parede íntegras;

Há “pontas vivas” no corrimão.

Porta corta-fogo

- X

Durante a vistoria constatou-se a ausência de placa fotoluminescente de orientação para manter a porta corta-fogo fechada, segundo a NPT pertinente.

As portas devem estar desobstruídas, destrancadas e não escoradas;

As portas fecham sozinhas e abrem totalmente;

Existe placa fotoluminescente de orientação para manter a porta fechada;

Verifique o estado de conservação das molas, travas, ferrolhos e barra antipânico;

Existem pontos de ferrugem, deterioração, empenamento, bom aspecto.

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Brigada de incêndio 17

Se 100% dos funcionários da edificação possui treinamento brigadista;

- X

O prédio possui apenas um funcionário, quando questionado se possuía treinamento de brigadista, o mesmo afirmou não ter conhecimento sobre o assunto. Nota: Na divisão A-2, nos casos de

condomínios que não possuem funcionários, será exigido, no mínimo, 1 morador com formação de brigadista.

Iluminação de

emergência 18

Verificar se existe lâmpadas queimadas;

- X

No térreo uma das luminárias de emergência esta queimada; No 1º andar em um dos pontos especificados em projeto, não possuía o ponto de iluminação de emergência; No 4º andar a luminária não estava fixada corretamente, o equipamento encontra-se solto.

Encontram-se fixadas corretamente;

Luminárias de emergência estão carregadas e se estão ligadas à rede;

Verificar se está limpa e livre de sujeiras;

Estão instaladas a uma altura mínima de 1,80 metros.

Continuação...

Sistema NPT O que verificar

Atende às Normas de Procedimento Técnico

SIM NÃO OBS

Alarme de incêndio 19

Em edifícios residenciais com altura até 30 metros, o sistema de alarme pode ser substituído pelo sistema de interfone, desde que cada apartamento possua um ramal ligado à central que deve ficar em portaria com vigilância humana de 24 horas, e tenha fonte autônoma com duração mínima de 60 minutos.

- X

Tanto no projeto arquitetônico quanto no de Prevenção, consta que no hall de entrada do edifício possui local específico para vigilância, mas na vistoria pode se constatar que o sistema de interfone existe, porém não possui atendente disponível e também não possui local específico

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 10 de 17

As garagens de edifícios residenciais que se valerem do sistema de interfone como substituto do sistema de alarme, devem possuir interfone devidamente sinalizado, conforme NPT 020/11 – Sinalização de emergência, devendo ter pelo menos um aparelho de interfone, o qual deve estar posicionado, no máximo, a 5 metros do acesso à rota de fuga.

para este fim, conforme indicado em projeto. Nos subsolos constatou-se a ausência do sistema de interfone. Extintores 21 Estão desobstruídos. - X

Na vistoria observou-se que havia apenas uma unidade extintora por pavimento vistoriado. Também pode se notar que os três extintores de CO2 (6 kg) dispostos na casa

de bombas, barrilete e corredor do hall de entrada estavam com o exame de inspeção periódica fora do prazo de validade.

Estão disponíveis no local determinado e apropriado.

Estão identificados com placa visível, desobstruída e fotoluminescente.

Estão com piso demarcado (área de estacionamento)

Estão carregados e com a carga dentro do prazo de validade. Estão em quantidade suficiente de acordo com a NPT 21.

O casco está em bom aspecto, rotulado ao seu fim (A, B, C), com selo do INMETRO e dentro do prazo de validade de estanqueidade.

Continuação...

Sistema NPT O que verificar

Atende às Normas de Procedimento Técnico

SIM NÃO OBS

Hidrante e mangotinhos 22

Estão desobstruídos;

- X A caixa não estava limpa, havia objetos inadequados dispostos no local.

Estão disponíveis no local determinado e apropriado;

Estão identificados com placa visível e desobstruída;

Estão com piso demarcado (área de estacionamento);

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 11 de 17

Estão com todos acessórios (conector, tampão com corrente, mangueira, esguicho regulável e chave);

As caixas estão limpas e livres de objetos inadequados;

O abrigo de mangueira está íntegro e em bom aspecto;

As portas de caixas de hidrantes encontram-se destravadas. Controle de fumaça-Parte 07-Átrios 15 A compartimentação vertical exigida pelo Código, foi substituída pelo Controle de fumaça pelo átrio, que consiste em ser um espaço central da edificação, aberto na cobertura com comunicação direta com o meio exterior.

- X

Tanto na visita técnica quanto na conferência aos projetos de prevenção e arquitetônico constatou-se a ausência de átrio na edificação vistoriada. Pode-se observar in loco que o controle de fumaça ocorre por meio de janelas e portas distribuídas ao longo dos pavimentos, fato este que vai em desacordo com o prescrito pela norma de segurança.

Controle de materiais de acabamento 10

De acordo com o Código de prevenção, para este tipo de edificação em estudo, o controle de materiais de acabamento restringe-se às áreas comuns do prédio.

- X

Tanto em conferência no projeto de prevenção, quanto na visita técnica a edificação, observou-se a ausência de controle de materiais de acabamento nas áreas comuns.

Continuação...

Sistema NPT O que verificar

Atende às Normas de Procedimento Técnico

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 12 de 17 Segurança estrutural contra Incêndios 8

As paredes divisórias entre unidades autônomas e entre unidades e as áreas comuns, para as ocupações dos Grupos A (A-2 e A-3) devem possuir TRRF mínimo de 60 min, independente do TRRF da edificação e das possíveis isenções.

- X

A especificação no projeto de prevenção refere-se unicamente as paredes do elevador e escada, que consta descrito a resistência ao fogo de 4 horas (96 minutos), valor este que não atende os requisitos da NPT 08 de 120 minutos. Já em relação as paredes divisórias, não consta nenhuma especificação em projeto da TRRF. Mas em conferência ao anexo B da NPT 08, constatou-se que o TRRF para as alvenarias de paredes de tijolo cerâmico de meia vez é de 2 horas. Logo, atende ao TRRF de 60 minutos, exigido pela NPT. Para as escadas e elevadores de

segurança, os elementos de compartimentação, constituídos pelo

sistema estrutural das compartimentações e vedações das caixas, dutos e antecâmaras, devem atender, no mínimo, ao TRRF igual ao estabelecido no Anexo A desta NPT, porém, não podendo ser inferior a 120 min.

Em relação aos itens não-conformes, observou-se que referente a segurança estrutural a especificação contida no projeto de prevenção refere-se as paredes do elevador e da escada, no qual consta descrito o tempo de resistência requerido ao fogo de 4 horas (96 minutos), porém em conferência a norma pode se evidenciar que, o valor apresentado no projeto não atende os requisitos da NPT 08 de 120 minutos. Em seguida, foi realizado a conferência em relação as paredes divisórias, e pode se observar que não consta nenhuma especificação em projeto do TRRF. Mas em conferência ao anexo B da NPT 08, constatou-se que o TRRF para as alvenarias de paredes executada com tijolo cerâmico de meia vez, conforme edificação vistoriada, é de 2 horas. Logo, atende ao TRRF de 60 minutos, exigido pela NPT em questão.

No item referente ao controle de fumaça por meio de átrios, tanto na visita técnica quanto na conferência aos projetos de prevenção e arquitetônico constatou-se a ausência de átrio na edificação vistoriada, que consiste em ser um espaço central da edificação, aberto na cobertura com comunicação direta com o meio exterior. Pode-se observar in loco que o controle de fumaça do imóvel ocorre por meio de janelas e portas distribuídas ao longo dos pavimentos, fato este que vai em desacordo com o prescrito pela norma de segurança.

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 13 de 17

Em relação ao controle de materiais de acabamento, assim como na conferência do projeto de prevenção, quanto na visita técnica a edificação, observou-se a ausência de controle de materiais de acabamento nas áreas comuns. Durante a vistoria do imóvel constatou-se que os ambientes de área comum, em sua grande maioria não possuía nenhum tipo de mobília em seu interior, exceto no espaço gourmet que possuía mesas e cadeiras de plástico, geladeira, fogão e micro-ondas. Logo, este item também está em desacordo com a norma, uma vez que expõe as pessoas que utilizam esse local, aos perigos de um ambiente sem medidas de segurança adequados.

No quesito saídas de emergência, constatou-se a ausência da placa de orientação para manter a porta fechada. Pois segundo a ABNT NBR ISO 11742:2003: “ A folha da porta corta-fogo, quando instalada, deve receber, no sentido de fuga, entre 1,60 m e 1,80 m acima do piso, um letreiro com fundo branco e letras verdes, ou vice-versa, com os seguintes dizeres: PORTA CORTA-FOGO É OBRIGATÓRIO MANTER FECHADA”. Novamente, pode se evidenciar outro item que não atende as recomendações das normas de segurança.

Já em relação a brigada de incêndio, notou-se total descaso quanto a este requisito, pois quando questionado, o funcionário terceirizado pela empresa responsável pelo condomínio da edificação, mostrou total desconhecimento do mesmo em relação ao curso de brigadista, exigido em norma.

No quesito iluminação de emergência, reparou-se que os problemas verificados no edifício eram mais de caráter pontual. Uma vez que, apenas três itens apresentaram problemas de manutenção, dentro a quantidade total instalada no prédio.

Já em relação a sinalização de emergência, a ausência de uma das placas fotoluminescente no hall do prédio, apresentou vestígios de furto por parte dos moradores ou visitantes do prédio, já que no local onde deveria estar a placa havia sinais de que a mesma havia sido retirada a força.

No que se refere ao alarme de incêndio, verificou-se que não há nenhum tipo de sistema de alarme no local, existindo apenas uma rede de interfone que interliga os apartamentos com a recepção do prédio, porém em vistoria ao prédio constatou-se a ausência de um local especifico para o controle e supervisionamento por parte de funcionário capacitado, para tal função.

Finalmente em relação aos extintores, observou-se na edificação que em cada pavimento existia apenas uma unidade extintora, em desacordo com a NPT 21 (2014) que prevê: “ Cada pavimento deve possuir, no mínimo, duas unidades extintoras, sendo uma para incêndio classe A e outra para incêndio classe B e C. Porém é permitida a substituição

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das classes acima citadas por duas unidades extintoras iguais de pó ABC”. Continuando com a vistoria dos extintores, constatou-se que os extintores de gás carbônico de 6 kg que são no total três, um situado na Casa na de bomba, outro no Barrilete e outro no corredor do Hall do prédio. Ambos estavam com o exame periódico de inspeção vencidos, pois segundo a ABNT NBR ISO 12962:1998: “ A frequência de inspeção é de seis meses para extintores de incêndio com carga de gás carbônico e cilindros para o gás expelente, e de 12 meses para os demais extintores”.

De acordo com as informações acima citadas, foi elaborado um gráfico para facilitar a visualização das medidas de segurança que apresentaram divergências, face as recomendações exigidas pelas normas de segurança contra incêndio. E em virtude dos dados foi possível apontar quais foram as possíveis falhas que deram origens aos itens em desacordo com as prescrições normativas.

Figura 3 - Itens em desacordo com as normas de segurança contra incêndio

De acordo com o gráfico acima, pode-se constatar que dentre o 100% dos itens em desacordo com as normativas de segurança, 44% desses itens referem-se exclusivamente à falta de conscientização dos responsáveis pela edificação e, também dos próprios moradores. O outro problema que pontua dentre os dados apresentados, são as ausências de vistorias técnicas na edificação, perfazendo num total de 25%. E finalizando a análise do gráfico acima, pode-se evidenciar que 22% restantes, referem-se aos problemas de conscientização aliado com a ausência de vistorias técnicas ao imóvel analisado.

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Evidenciou-se no presente trabalho que para uma edificação do tipo A-2: Habitação multifamiliar, com o presente diagnóstico, foi possível encontrar algumas falhas em seu sistema preventivo contra incêndio e assim poder elucidá-las.

Pode-se observar que alguns dos problemas evidenciados, foram devido à ausência de vistorias técnicas de fiscalização periódica, pelo órgão competente, à edificação. Desta maneira, a falta de cobrança facilita o surgimento de irregularidades, uma vez que os responsáveis pela edificação julgam não ser mais necessário estarem atentos quanto aos requisitos de segurança, já que a vistoria para liberação do imóvel já foi realizada. A possível solução para este problema seria a ocorrência de mais vistorias nas edificações por parte do órgão competente, e que estas visitas técnicas aconteçam sem aviso prévio, com o intuito de averiguar a correta implantação e manutenção de todas as medidas de segurança pertinentes à edificação.

Outra constatação que pode ser feita, é que a maioria dos problemas encontrados foram devidos à ausência de conscientização, tanto por parte dos responsáveis pelo imóvel quanto por parte dos moradores. É preciso que a população, tome conhecimento de seus direitos e deveres e, assim fiscalizem e também cobrem dos responsáveis legais, as correções e as possíveis melhorias necessárias para garantir a segurança de todos os indivíduos.

À luz do exposto acima constatou-se a importância da inspeção periódica em qualquer que seja o tipo de edificação, pois a razão da mesma é verificar in loco se as medidas de segurança estão atendendo todos os requisitos de segurança previstos pelo Código, minimizando o risco de vida e a perda patrimonial. Contudo, a necessidade de conscientização da população se faz crucial frente aos problemas constatados, desta maneira uma das possíveis soluções seria a realização de treinamentos, quanto a prevenção e segurança das edificações contra incêndio, tanto para os responsáveis do imóvel e quanto para os moradores locais.

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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 6ª edição – Abril de 2017 - página 16 de 17 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 11742: Porta corta-fogo para saída de emergência. Rio de Janeiro, 2003.17 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 12962: Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio. Rio de Janeiro, 1998. 4 p.

CSCIP/PR – Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, (2015). Disponível no endereço: <http://www.bombeiroscascavel.com.br>. Consulta em: fev. 2016.

______. CSCIP/PR (2014): NPT 006 – Norma de Procedimento Técnico – Acesso de viatura na edificação e áreas de risco.

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Referências

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